19/06/2021
Está sob certo sigilo um estudo na prefeitura de Gaspar. Ele vai determinar o tamanho do aumento real do IPTU no próximo ano. Ele se somará ao reajuste de uma inflação que sinaliza ser alta. A discussão é técnica e política ao mesmo tempo. Votos para aprovar sem choro esta matéria, o governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e do prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, que gerencia este assunto, têm de sobra na Câmara de Vereadores com a Bancada do Amém.
O ambiente da discussão técnica vai levar à reavaliação da planta genérica dos imóveis urbanos. Para Kleber, o secretário e os técnicos, os imóveis em Gaspar tiveram uma valorização e isto estaria defasado, como verifica-se na maioria das transações de imóveis que ocorrem hoje no município. Isso deixou o valor venal deles – o que serve para referência na cobrança deste imposto - depreciado. Mas, em todo lugar é assim...
No mesmo ambiente técnico em que se sustenta o estudo, visa, na verdade, o aumento real da arrecadação própria – e o IPTU é uma dessas possibilidades. Este aumento real vai permitir um maior endividamento do município. Hoje, Gaspar não consegue tomar os empréstimos já aprovados pela Câmara e desde o primeiro mandato de Kleber exatamente por falta de lastro para toma-los na rede bancária. E o ano de 2022 será crucial para isso, pois muitas das obras que servirão de vitrine para a campanha de 2024, precisarão de recursos emprestados no ano que vem. E para isso, precisam ser licitadas e iniciadas a tempo de serem apresentadas aos gasparenses na busca do voto.
O que se avalia é o desgaste e o consequente impacto político da decisão de se aumentar o IPTU, somado ao reajuste de uma inflação alta. Uns acreditam que não é o momento mais adequado devido à crise econômica derivada da pandemia. Outros, todavia, defendem que com o retorno dos investimentos públicos, seja pelo aumento do IPTU, seja pela tomada de empréstimos, o eleitor e eleitora em 2024 terão esquecidos a “garfada” no bolso de 2022 e assimilado já em 2023. Acorda, Gaspar!
A ida de Ciro André Quintino, MDB, a Brasília, com um grupo de empresários, teve uma agenda disfarçada: a ida dele para o PL. E a mutação já começou: Ciro agora é Bolsonaro. O vereador que faltou a sessão de terça-feira, até estendeu a sua estada por lá e foi a um estande de tiro de uma multinacional de armas. Quem ficou em Gaspar assistindo tudo isso, foi o candidato derrotado pelo MDB, Rodrigo Boeing Althoff, PL.
O caso do micro estampador da Margem Esquerda, em Gaspar, e que foi pego no contrapé, que lhes escrevi sobre o relatório do fiscal da prefeitura aqui na sexta-feira passada, desossei-o, na segunda-feira no blog mais acessado daqui, o www.olhandoamare.com.br e que você pode ler no seu smartphone ou no link do portal do Cruzeiro do Vale. Em dado momento, no relatório, o fiscal insinua que pode estar havendo um conluio entre o escritório de contabilidade que conduziu o processo, a técnica contratada que fez dezenas acompanhamentos similares e o próprio empresário, alvo da fiscalização. Um conluio para burlar a lei.
Ai, ai, ai. Ingênua ou grave manifestação. Se esta tese prosperar, obrigatoriamente, o fiscal terá que incluir órgão a que serve e a sua respectiva secretaria, a de Planejamento Territorial. Nenhum conluio se daria se não houvesse à explícita conivência do órgão e das autoridades que gravitam nele o acima dele. E não é para um caso. São para dezenas. Cada vez fica mais claro de que se atirou naquilo que viu e se acertou naquilo que não viu. Ou o fiscal pôs às claras um conluio que conhecia e que precisava ser desmantelado, exatamente, porque tinha anuência informal da repartição pública.
O gasparense – do Gaspar Grande - Salésio Nuhs é o presidente da Taurus Armas, a maior produtora de armas no Brasil nascida em 1939. Intermediada pelo médico veterinário e amigo pessoal de Salésio, Adilson Luiz Schmitt – o único que não possui licença, porte e nem armas -, um grupo de gasparenses foi até fábrica de São Leopoldo, RS, nesta semana. A visita estava programada para o ano passado. Ela foi suspensa devido a pandemia. Estavam no grupo Valdecir (Tile) e Diego do Nascimento (este pela Trinca Ferro), Ítalo da Silva, Fábio Foster, Gevaerto Imhof (pela Casa Caça e Pesca), Sebastião Schmitt Júnior e Orlando Scottini. A visita institucional, teve até experimentação de armas no stand de tiro da Taurus.
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