Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

21/07/2017

SEM RUMO E MAL ARRUMADOS I
A vereadora tucana, a adolescente Franciele Daiana Back, acaba de ser abocanhada pela máquina de poder do PMDB e PP e Gaspar. Falta de sucessivos avisos, não foi. Eles a usam para seus objetivos; não a respeitam e nem retribuem à fundamental ajuda que ela dá para governabilidade e sustentabilidade mínimas ao governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Kleber possui uma minoria frágil na Câmara. O presidente Ciro André Quintino, PMDB, usa isso com frequência contra o governo, que diz defendê-lo. Silvio Cleffi, PSC, é outro que já precificou essa fragilidade, mandando e desmandando na saúde que está na UTI financeira e dela, quer afundar ainda mais com uma UTI de verdade, antes do saneamento do setor. Feita, de boba, sem assessoramento (que já trocou) e distante do PSDB onde possui o seu próprio grupo, Franciele agora está amarrada ao próprio dilema.

SEM RUMO E MAL ARRUMADOS II
Veja o requerimento 46, que Franciele, a eleita como representante do recém-criado Distrito do Belchior protocolou na Câmara antes das suas férias de julho. Ela quer saber do prefeito, seu amigo do peito (imagina se não fosse!)“quais serviços competem à intendência do Belchior? Qual o valor anual que a referida Intendência dispõe para execução dos trabalhos? Qual o valor já investido? No que foi investido (especificar/detalhar)? Há um cronograma diário de execução dos trabalhos? Caso contrário, por qual motivo não há? Em períodos de chuva, quando os serviços de patrolamento e macadamização das ruas não podem ser feitos, quais os trabalhos executados no Distrito do Belchior? Qual a periodicidade dos serviços de roçadas?”. Entenderam? Mandou bem. E por que? Porque finalmente a moça não está aguentando às cobranças dos moradores do Blechior e às evidências de Kleber e sua equipe contra o seu reduto eleitoral, o Distrito Belchior. Antes tarde, do que nunca.

SEM RUMO E MAL ARRUMADOS III
E quem esclarece, explica, deixa sem ação a adolescente Franciele? O adversário e o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, o aposentado, que por quase seis anos foi o superintendente do Belchior no governo Pedro Celso Zuchi. Primeiro: três números clareiam o desleixo de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e o secretário Carlos Roberto Pereira, presidente do PMDB e prefeito de fato. O Belchior tinha um orçamento na época do PT e de Rui em torno de R$650 mil e era pouco; foi projetado para R$680 para este ano; continuava pouco. Mas Kleber está cortando para vergonhosamente a algo próximo a R$400 mil. Lembra Rui, com conhecimento da causa, que o Belchior é 26% de Gaspar e nele estão 130 ruas para serem cuidadas. Sem o voto de Franciele na Câmara, não há como Ciro e Silvio colocaram a faca no pescoço de Kleber, como fazem. Só Franciele não percebeu isso até agora. Quando perceber não terá credibilidade, votos para sua carreira solo sem o PSDB como vem fazendo até agora.

SEM RUMO E MAL INTENCIONADOS IV
O PSDB não está no governo de Kleber. Franciele está. E a troca é alguns cargos para amigos, mas principalmente para ela ser presidente da Câmara no ano que vem. Vaidade pessoal. Jogo do PMDB, PP e Kleber para deixa-la mansa neste primeiro ano. Estão cozinhando essa situação em banho-maria para enfraquece-la e principalmente o PSDB que quer voos não atrelados ao PMDB onde sempre foi abafado propositadamente. Franciele na sua sede de poder já foi ludibriada duas vezes. Ela pode experimentar o mesmo veneno que fez contra o seu ex-chefe quando foi assessora, o ex-vereador Jaime Kirschner, PMDB. Primeiro Kleber colocou o ex-vereador sem votos no Figueira, Raul Schiller, PMDB, para administrar o Distrito do Belchior. Segundo, para completar o serviço, nas “barbas” de Franciele, nomeou outro vereador sem votos da Lagoa, Norberto de Souza (Betinho do Tamandaré), PMDB, como o homem de obras do Belchior. Agora, para “matá-la”, como política, diminuíram o Orçamento do Belchior, deixando-a exposta apesar da fidelidade cega a Kleber, mais até do que dos demais vereadores da própria base de Kleber e PMDB. O que escrevi há quatro meses falando sobre o uso da vereadora pelo PMDB, confirma-se cada vez mais. Mas, sair desse balaio de cobras será uma tarefa quase impossível para quem se diz autossuficiente neste assunto e tem gurus como e Claudionor da Cruz Souza e Luciano Coradini. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Mais uma. No dia nove de setembro de 2010, o ex-prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, propôs uma Ação Penal contra este colunista. Era para me punir sobre uma nota que publiquei no dia 14 de julho de 2010 no blog “Olhando a Maré”, e na época, coincidentemente invadido por crackers para retirar, entre outras no disfarce, as explicações que dei posteriormente sobre esse assunto.

Ganhei a Ação aqui na Comarca. A sentença foi exarada no 28 de abril (aniversário do meu casamento que dura 38 anos) de 2014 pelo magistrado Clayton César Wanderscher (e que não está mais aqui). Ele atuava na antiga 3ª Vara. O promotor do caso foi Henrique da Rosa Ziesemer (também não está mais aqui).

Zuchi, seus advogados Anderson Schramm e Rodnei Thomé, inconformados e no papel deles, recorreram ao Tribunal de Justiça. Agora, no dia 23 de maio, quase sete anos depois da proposição – Justiça que tarda, falha, penso -, por unanimidade na terceira Câmara Criminal do TJ, acatou o relatório do desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann e deu razão no mérito, à sentença que me inocentou em 2014 no juízo de Gaspar.

Os meus advogados nesta causa foram os gasparenses Aurélio Marcos de Souza e Ênio César Muller. Zuchi, desta vez, não recorreu. Esta Ação, devido o prazo que se expirou, está para ser arquivada como transitada em julgada.

A Ação é decorrente de uma notícia dada no blog e fruto de um erro interpretativo sobre dívidas municipais. Ela, em horas, foi devidamente esclarecida no próprio blog e por minha antecipada e própria iniciativa (O PT e o ex-prefeito, nunca pediram ou ofereceram o esclarecimento a respeito).

O juiz Glayton acentuou a minha iniciativa, a reposição dos fatos e os esclarecimentos. E por causa dela, considerou ser retaliação a Ação proposta contra este colunista, porque o prefeito, o PT, os políticos e partidos alvos não suportarem o meu viés crítico. Mesmo com o erro corrigido e esclarecido, o PT e Zuchi tentaram dar “uma lição”, na Jurisdição.

Se eu estou aliviado? Estou! Mas, esta não foi a primeira e nem será a última Ação no âmbito civil ou criminal que sofri ou sofrerei só ou junto com o jornal Cruzeiro do Vale (nesta, especialmente, ele não foi envolvido).

Todas as Ações propostas, até agora e retirando as que ainda estão ainda sob julgamento aqui ou Florianópolis -, tiveram desfecho favorável ao colunista, ao editor e proprietário do jornal Gilberto Schmitt, ou a empresa jornalística Cruzeiro do Vale.

O viés da humilhação, intimidação, submissão, constrangimento e punição é sempre o condutor de todas elas para me ver calado ou a imprensa com medo, constrangida, enfraquecida para nada investigar e continuar atrelada aos poderosos de plantão, para perpetuar às suas versões, verdades e interesses particulares que armam sobre os coletivos ou à sociedade. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1810

Comentários

Herculano
24/07/2017 07:27
JÁ ESTÁ PRONTA A COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ DESTA SEGUNDA-FEIRA. SERÁ EDITADA DAQUI A POUCO

NÃO VOU ABORDAR O CASO QUEBRA O ORDENAMENTO LEGAL, ONDE UMA PORTARIA DO AINDA SECRETÁRIO INTERINO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO, TITULAR DA SECRETARIA DA FAZENDA, PRESIDENTE DO PMDB E PREFEITO DE FATO, O ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA, ANULOU OU SUSPENDEU PONTOS DE UMA LEI MUNICIPAL EM VIGOR, ASSIM, NO CANETAÇO E SEGUNDO ELE, COM O AVAL DO SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO DE GASPAR - SINTRASPUG.

NEM VOU ESCREVER SOBRE O ESPERNEIO TARDIO, SEM CONVENCIMENTO DO SINDICATO. SINDICATO QUE É SINDICATO NÃO FAZ NOTA "INDIGNADA": REAGE, AGE, MOBILIZA, ENFRENTA...NA DEFESA DOS DIREITOS DOS SEUS SINDICALIZADOS

ESTOU COM PREGUIÇA, POR ENQUANTO, PARA ESCLARECER ESTE JOGO DO ESPERTO E INGÊNUO COM AS PALAVRAS DOCES DO PODER DE PLANTÃO.

VOU ESCREVER SOBRE OUTROS JOGOS COMO OS DAS COMEMORAÇÕES SOBRE A SAÍDA E VINDA DE INVESTIDORES, BEM COMO A SUPER IMPORTÂNCIA DA SECRETARIA DA AGRICULTURA NA NOVA REFORMA ADMINISTRATIVA FEITA PARA NOVOS POLEIROS E MAIS DESPESAS QUE SERÃO PAGAS PELOS PESADOS IMPOSTOS DOS GASPARENSES, ENQUANTO O PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL, CARLOS ROBERTO PEREIRA E VEREADORES DA BASE, ALARDEIAM QUE FALTA DINHEIRO NOS COFRES MUNICIPAIS PARA TOCAR O NECESSÁRIO. ACORDA, GASPAR!
Surreal
23/07/2017 20:17
Li nas redes sociais essa semana que o prefeito a primeira dama e alguns ouxa sacos estiveram em Chapeco pra apender a trabalhar com idosos. A pergunta que não quer calar. Quem pagou as despesas da primeiros dama? Abra o olha Gaspar?
Manda chuva.
23/07/2017 20:13
Um advogado que é secretário municipal de Gaspar, essa semana mostrou nao entender nada de lei. Publicou uma portaria onde tira direitos dos servidores, direitos esses garantidos em lei. Será que ele não sabe que portaria não tira a força de lei? se faz esse tipo de burrice, imagina o que não faz com o os recursos municipais. ... Vai estudar o pelego!
Sidnei Luis Reinert
23/07/2017 18:35
Ficaria assustado se a esquerda não tiver seu dedo nisso:

PCC firma parceria comercial com o Hezbollah e amplia poder financeiro
Facção criminosa brasileira tem uma parceria comercial no tráfico de armas e drogas com a organização paramilitar libanesa, sediada em Beirute

Caio Guatelli/Folhapress
Agência bancária destruída pelo PCC em São Paulo: roubos, tráfico e sonegação de impostos enchem os cofres da facção criminosa
Que o Primeiro Comando da Capital, o temido PCC, ampliou os negócios para além das prisões paulistas já se tem notícia há pelo menos 10 anos. Que a facção criminosa cooptou integrantes das forças militares do Paraguai, uma reportagem do Correio, publicada há um mês, também já contou. O que não se sabia até agora era que os bandidos brasileiros trabalham numa espécie de parceria comercial com o Hezbollah, a organização paramilitar libanesa, com sede em Beirute, a mais de 10.000km do Brasil. A partir de relatórios inéditos e entrevistas com integrantes de forças de segurança nacionais e estrangeiras, a relação entre os dois grupos é estabelecida para além de simples suposições, expondo o tráfico de drogas e armas, o contrabando ?" de produtos eletrônicos, cigarros, roupas e combustível ?" e a sonegação de impostos. Tudo negociado e movimentado a partir das fronteiras.

De acordo com um relatório apresentado pela Fundação de Defesa da Democracia (FDD) ?" organização não governamental norte-americana que atua no combate a grupos terroristas ?", o PCC, maior facção do crime organizado brasileiro, se aliou ao Hezbollah para elevar o poder financeiro. De acordo com o documento, o PCC está comprando drogas em países sul-americanos, como Paraguai e Colômbia, e repassando ao grupo que atua no Líbano. Segundo a FDD, as drogas são adquiridas por um baixo preço nas nações que fazem fronteira com o Brasil e vendidas por valor mais elevado ao Hezbollah. Além disso, a atuação central do PCC seria no contrabando de cigarros.

Os criminosos se aproveitam da imensa faixa de fronteira do Brasil com 10 países da América do Sul para entrar com produtos ilegais. São mais de 15 mil quilômetros em que graves problemas de vigilância permitem o comércio milionário do crime organizado. O cientista político Guaracy Mingardi, que atuou na Secretaria Nacional de Segurança Pública, investiga o PCC há mais de 20 anos. Ele conta que hoje a facção brasileira ganhou ramificações internacionais. "O PCC já é um grupo criminoso internacional. Ele tem escritório no Paraguai para o transporte de drogas e armas, e na Bolívia, onde os entorpecentes são comprados. Tem algumas ligações no Peru, na Colômbia. Muitas vezes, eles podem fazer esse transporte de mercadoria para a Europa e para o Oriente Médio. Já sabemos que ocorre há algum tempo", destaca.

Na Bolívia, um quilo de cocaína custa cerca de R$ 10 mil. Já no Brasil, a mesma quantidade chega a valer mais de R$ 20 mil, sendo que muitas vezes é misturada com outros produtos para render mais e pode resultar num lucro de R$ 180 mil. Os representantes do Hezbollah compram a droga pelo preço vendido em território brasileiro, o que propicia um ambiente financeiramente favorável para a expansão do PCC. Por meio de pontos vulneráveis, o entorpecente entra no Brasil via terra, ar e rios.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/07/23/internas_polbraeco,611759/pcc-brasileiro-tem-parceria-com-o-hezbollah.shtml
José Pedro Schramm Sobrinho
23/07/2017 16:34
Senhores e senhoras,

Desdenham desta coluna, mas tem medo, porquê aqui se fala a verdade.
Vieram, segundo eles para serem eficientes, até agora, perderam para o tal do PT, nenhum projeto inovador, nada.
As obras que se vê mal e porcamente é do governo anterior: Artur Poffo e Madre Paulina. Onde são melhores? E o Temer disse em cadeia de rádio que iria apoiar o Keller e agora querem esconder. Kleber é um profissional da política, segundo sua entrevista.
Valeu Herculano, você é o único que incomoda estes pulhas. Parabéns.
Dão João VIII
23/07/2017 14:07
Já aceitei mais em você.

O prefeito quê não é nunca será prefeito, desdenham de sua coluna, mas a única que mostra a verdade.
GASPAR está um caos.
Herculano
23/07/2017 13:00
INFLAÇÃO, EXPECTATIVA E TERRORISMO, por Rolf Kuntz, no jornal O Estado de S. Paulo

Irresponsáveis tentam vender a ideia de forte repique inflacionário a partir dos combustíveis

Uma carcaça de boi no meio de um pasto seco foi uma das estrelas da TV nos primeiros meses do Plano Real, quando a inflação começava a se acomodar em níveis quase civilizados. A imagem reapareceu várias vezes, durante algum tempo, ilustrando reportagens sobre o preço da carne. Para os mais informados, ou simplesmente mais desconfiados, o noticiário sobre os estragos causados pela seca eram exagerados. A desconfiança era justificada. Os preços dos bois - e da carne - subiram por algum tempo e em seguida entraram numa longa queda. Demorou um pouco, mas os fatos se impuseram ao mercado. A inflação da carne, tão bem vendida aos expectadores com a imagem sinistra de uma carcaça, ou até de algumas, acabou mudando de sinal e se convertendo em queda de preço.

Na década anterior, uma nova doença havia atacado algumas plantações de trigo no Paraná. O noticiário cresceu. Em pouco tempo já se mencionavam sinais do estrago em todo o Estado e, logo depois, na maior parte da Região Sul. Quebra de safra? Nada disso.

Em reunião com um grupo de assessores de imprensa de várias cooperativas, um jornalista da área, pouco disposto a engolir qualquer vigarice, fez a pergunta inevitável. Os assessores confirmaram, rindo de forma despudorada, a desconfiança do repórter. O problema nos trigais era muito menos amplo do que se divulgara. A manobra toda era um tanto grotesca. Dificilmente afetaria o mercado e seria preciso algo muito mais substancioso para induzir o governo a aumentar o preço mínimo para aquela safra. Mas como resistir à tentação?

Sempre houve, e ainda há, jornalistas e órgãos de comunicação empenhados em tratar a inflação e outros temas delicados com responsabilidade, cautela e alguma desconfiança, assim como há organizações e profissionais menos presos a essas preocupações. Há uma distância enorme entre apontar pressões inflacionárias presentes, ou ainda prováveis, e produzir material terrorista. Alimentar expectativas de altas de preços é criar condições para aumentos efetivos. Se o reajuste é apresentado como praticamente certo, pode-se induzir o consumidor a aceitar mais facilmente qualquer ação especulativa. Mesmo sem terrorismo sempre há espaço para alguma especulação. Isso tem ocorrido, normalmente, quando se anuncia qualquer aumento dos combustíveis. O reajuste inicial, nos postos de serviços, é quase sempre exagerado. Em alguns dias, no entanto, os preços se acomodam.

O estrago pode ser muito maior - e muito mais duradouro - quando poderosos meios de comunicação anunciam enormes efeitos inflacionários de um reajuste do PIS-Cofins cobrado sobre os combustíveis. Predições desse tipo ocorreram nos últimos dias. Começaram quando o governo federal informou a intenção de elevar tributos para preservar a meta fiscal deste ano. Com arrecadação ainda fraca e muita incerteza quanto a receitas especiais programadas, como as do novo Refis, os ministros da Fazenda e do Planejamento decidiram buscar mais dinheiro por meio de maior tributação. Haviam prometido evitar esse caminho enquanto pudessem, mas o espaço de escolha diminuiu, embora os números de junho tenham refletido a incipiente recuperação da atividade em alguns setores.

É fácil para qualquer órgão informativo mostrar a insatisfação dos consumidores diante de um aumento de imposto com reflexo imediato nos preços. Também é fácil, embora um tanto grotesco, entrevistar consumidores num supermercado sobre expectativas de repasse daquele aumento aos preços finais do varejo. Economistas do mercado, muito mais experientes e mais equipados para estimar efeitos desse tipo, já haviam revelado suas primeiras avaliações.

De modo geral, os cálculos indicavam impacto moderado na taxa final de inflação neste ano. Ao apresentar a revisão bimestral de receitas e despesas, na sexta-feira, o governo incluiu nos parâmetros macroeconômicos uma inflação prevista de 3,7% em 2017. Pode-se discutir se esse número foi deliberadamente subestimado.

Se esse tiver sido o caso, o governo terá tomado um risco muito estranho, por ser incompatível com o esforço para preservar sua credibilidade e a confiança do mercado no esforço de ajuste da economia. Números indicados um dia antes por economistas do mercado, no entanto, haviam confirmado a expectativa de inflação ainda moderada neste ano. O ponto mais contestável do conjunto de parâmetros foi a manutenção de 0,5% como crescimento esperado para o produto interno bruto (PIB). A maior parte das projeções correntes tem ficado mais perto de 0,3%.

A reafirmação da meta fiscal deste ano, um déficit primário de no máximo R$ 139 bilhões, é parte de uma política voltada para a retomada do crescimento econômico, tem repetido o ministro da Fazenda. A arrumação das contas públicas, segundo ele, é condição para um crescimento mais veloz e mais seguro do PIB. Isso faz sentido, se a arrumação for considerada como condição para um gasto público sustentável - e mais eficiente - e para a melhora da classificação de risco do País. Melhor classificação envolve crédito mais fácil e mais barato e maior atração de capitais. Além disso, finanças públicas em condições de equilíbrio de longo prazo resultam em menores pressões inflacionárias e em juros mais baixos.

Se as novas decisões de política econômica estiverem basicamente erradas, ou mal formuladas, isso será verificado antes do fim do ano. Mas um ponto já é bastante claro: criticar seriamente a política econômica é muito diferente de criar de forma gratuita expectativas inflacionárias. Talvez esse tipo de crítica esteja de fato interessado em atingir o governo, talvez o presidente da República. Mas também quanto a isso convém estabelecer uma distinção. Fazer oposição ao governo, ou mesmo campanha contra um governante, é muito diferente de tentar criar um ambiente inflacionário. A inflação atinge todas as pessoas, e mais duramente as mais pobres. Isso é terrorismo.
Professor de direito e política
23/07/2017 10:59
Seo Herculano

Sempre li o que o senhor escreve. Virou um vício, mas não lhe dou razão em algumas coisas, não.

Na maioria das vezes, entretanto, fico impressionado com a sua clareza e coragem.

Mais impressionado fico com o seu sincericídio e que não poupa os poderosos, beatos de bancos das nossas igrejas e templos.

O que me impressiona de verdade? São os seus escritos proféticos, que torço para que não se concretizem. Infelizmente...

Mas, cada vez mais fica claro que Gaspar tem um prefeito oculto e que o eleito, é o boneco de Olinda, como sempre me entisica o ex-prefeito Adilson.

Assusta-me que o prefeito oculto seja formado em direito e se diz um advogado afamado. Essa portaria feita contra os professores anulando uma lei, é de lascar contra a fama ou é coisa do ocultismo mesmo, do diabo.

Será que o prefeito sem votos está com medo de mandar um projeto de lei para a Câmara e desta vez o PL não passar lá? Ou o preço do Ciro e do dr. Silvio para defender algo contra seus eleitores não está mais suportável?

Outra. Que sindicato babaca (eu queria escrever outra, mas respeito os seus leitores) que nós temos. Já estava desconfiado com o silêncio no caso da Círia, agora estou convencido de que alguma coisa está errada e começa pela assistência da área jurídica. E tenho dito...
José Antonio
23/07/2017 09:53
Herculano!

Teve idiota PETISTA, aqui de Gaspar, que esta semana enviou uma graninha para a vaquinha do LULA LADRÃO. Foi um dia antes de descobrirem os MILHÕES da previdência privada do SAPO barbudo. Pior que são os mesmos que o defendem nas redes sociais todos os dias, teve gente filiada em um dos puxadinhos do PT que também enviaram. Podem rir, pois é a pura verdade.
Herculano
23/07/2017 08:46
O FIASCO DE LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Está cada vez mais claro que o ex-presidente só está mesmo interessado em evitar a cadeia, posando de perseguido político

Faltou povo no ato que pretendia defender Lula da Silva, na quinta-feira, em São Paulo e em outras capitais. Apenas os militantes pagos - e mesmo assim nem tantos, já que o dinheiro anda escasso no PT - cumpriram o dever de gritar palavras de ordem contra o juiz Sérgio Moro, contra o presidente Michel Temer, contra a imprensa, enfim, contra "eles", o pronome que representa, para a tigrada, todos os "inimigos do povo".

À primeira vista, parece estranho que o "maior líder popular da história do Brasil", como Lula é classificado pelos petistas, não tenha conseguido mobilizar mais do que algumas centenas de simpatizantes na Avenida Paulista, além de outros gatos-pingados em meia dúzia de cidades. Afinal, justamente no momento em que esse grande brasileiro se diz perseguido e injustiçado pelas "elites", as massas que alegadamente o apoiam deveriam tomar as ruas do País para demonstrar sua força e constranger seus algozes, especialmente no Judiciário.

A verdade é que o fiasco da manifestação na Avenida Paulista resume os limites da empulhação lulopetista. A tentativa de vincular o destino de Lula ao da democracia no País, como se o chefão petista fosse a encarnação da própria liberdade, não enganou senão os incautos de sempre - e mesmo esses, aparentemente, preferiram trabalhar ou ficar em casa a emprestar solidariedade a seu líder.

Está cada vez mais claro - e talvez até mesmo os eleitores de Lula já estejam desconfiados disso - que o ex-presidente só está mesmo interessado em evitar a cadeia, posando de perseguido político. A sentença do juiz Sérgio Moro contra o petista, condenando-o a nove anos de prisão, mais o pagamento de uma multa de R$ 16 milhões, finalmente materializou ao menos uma parte da responsabilidade do ex-presidente no escândalo de corrupção protagonizado por seu governo e por seu partido. Já não são mais suspeitas genéricas a pesar contra Lula, e sim crimes bem qualificados. Nas 238 páginas da sentença, abundam expressões como "corrupção", "propina", "fraude", "lavagem de dinheiro" e "esquema criminoso", tudo minuciosamente relatado pelo magistrado. Não surpreende, portanto, que o povo, a quem Lula julga encarnar, tenha se ausentado da presepada na Avenida Paulista.

O fracasso é ainda mais notável quando se observa que o próprio Lula, em pessoa, esteve na manifestação. Em outros tempos, a presença do demiurgo petista com certeza atrairia uma multidão de seguidores, enfeitiçados pelo seu palavrório. Mas Lula já não é o mesmo. Não que lhe falte a caradura que o notabilizou desde que venceu a eleição de 2002 e que o mantém em campanha permanente. Mas seu carisma já não parece suficiente para mobilizar apoiadores além do círculo de bajuladores.

Resta a Lula, com a ajuda de seus sabujos, empenhar-se em manter a imagem de vítima. Quando o juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 600 mil e de bens de Lula para o pagamento da multa, a defesa do ex-presidente disse que a decisão ameaçava a subsistência dele e de sua família. Houve até quem dissesse que a intenção do magistrado era "matar Lula de fome". Alguns petistas iniciaram uma "vaquinha" para ajudar Lula a repor o dinheiro bloqueado - e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante o ato na Paulista, disse que "essa é a diferença entre nós e a direita: nós temos uns aos outros".

Um dia depois, contudo, o País ficou sabendo que Lula dispõe de cerca de R$ 9 milhões em aplicações, porque esses fundos foram igualmente bloqueados por ordem de Sérgio Moro. A principal aplicação, de R$ 7,2 milhões, está em nome da empresa por meio da qual Lula recebe cachês por palestras, aquelas que ninguém sabe se ele efetivamente proferiu, mas pelas quais foi regiamente pago por empreiteiras camaradas.

Tais valores não condizem com a imagem franciscana que Lula cultiva com tanto zelo, em sua estratégia de se fazer de coitado. Felizmente, cada vez menos gente acredita nisso
Herculano
23/07/2017 08:38
67 DIAS E 67 NOITE DE UMA DELAÇÃO, por Joesley Mendonça Batista, "empresário" e um dos donos da JBS, para o jornal Folha de S. Paulo

Dezessete de maio de 2017, aniversário de 12 anos de um dos meus filhos -que deixaria a escola e sairia do país a meu pedido-, foi também o dia do meu renascimento. Senti-me um novo ser humano, com valores, entendimento e coragem para romper com elos inimagináveis da corrupção praticada pelas maiores autoridades do nosso país.

Em vez de comemorar seu aniversário, minha filha juntou-se a milhões de brasileiros que tomavam conhecimento de episódios de embrulhar o estômago. Naquele dia vazou para a imprensa o conteúdo do acordo de colaboração premiada que havíamos assinado com a Procuradoria-Geral da República. Confesso que minha reação foi de medo, preocupação e angústia.

Afinal, uma semana antes estivera em audiência no Supremo Tribunal Federal para cumprir os ritos necessários à homologação do acordo. Era essa a notícia que eu estava ansiosamente aguardando, não a do súbito vazamento.

Desde então, vivo num turbilhão para o qual são arrastadas minha família, meus amigos e funcionários.

Imagens minhas e da minha família embarcando num avião, tiradas do circuito interno do Aeroporto Internacional de Guarulhos, foram exibidas na TV, como se estivéssemos fugindo. Um completo absurdo.

Políticos, que até então se beneficiavam dos recursos da J&F para suas campanhas eleitorais, passaram a me criticar, lançando mão de mentiras. Disseram, por exemplo, que, depois da delação, eu estaria flanando livre e solto pela Quinta Avenida, quando, na verdade, nem em Nova York eu estava.

Para proteger a integridade física da minha família, decidi ir para uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos, longe da curiosidade alheia. Nessa altura, porém, eu já havia sido transformado no inimigo público número um, e nada do que eu falasse mereceria crédito.

Minha exata localização nem seria assim tão relevante, a não ser por revelar uma estrutura armada com o objetivo de transformar a realidade complexa, plena de nuances, num maniqueísmo primário, em que eu deveria ser o mal para que outros pudessem ser o bem.

Mentiras foram alardeadas em série. Mentiram que durante esse período eu teria jantado no luxuoso restaurante Nello, em Nova York; mentiram que eu teria viajado para Mônaco a fim de assistir ao GP de Fórmula 1; mentiram que eu teria fugido com meu barco.

A lista das inverdades não parou por aí. Mentiram que eu estaria protegendo o ex-presidente Lula; mentiram que eu seria o responsável pelo vazamento do áudio para imprensa para ganhar milhões com especulações financeiras; mentiram que eu teria editado as gravações.

Por fim, a maior das mistificações: eu teria estragado a recuperação da economia brasileira, como se ela fosse frágil a ponto de ter que baixar a cabeça para políticos corruptos.

De uma hora para outra, passei de maior produtor de proteína animal do mundo, de presidente do maior grupo empresarial privado brasileiro, a "notório falastrão", "bandido confesso", "sujeito bisonho" e tantas outras expressões desrespeitosas.

Venderam uma imagem perfeita: "Empresário irresponsável e aproveitador toca fogo no país, rouba milhões e vai curtir a vida no exterior".

A única verdade que sei é que, desde aquele 17 de maio, estou focado na segurança de minha família e na saúde financeira das empresas, para continuar garantindo os 270 mil empregos que elas geram.

Por isso, demos início a um agressivo plano de desinvestimento que tem tido considerável êxito, o que demonstra a qualidade da equipe e das empresas que administramos.

De volta a São Paulo, onde moro com minha mulher e meus filhos, vejo na imprensa políticos me achincalhando no mesmo discurso em que tentam barrar o que chamam de "abuso de autoridade".

Eles estão em modo de negação. Não os julgo. Sei o que é isso. Antes de me decidir pela colaboração premiada, eu também fazia o mesmo. Achava que estava convencendo os outros, mas na realidade enganava a mim mesmo, traía a minha história, não honrava o passado de trabalho da minha família.

Poucos mencionam a multa de R$ 10,3 bilhões que pagaremos, como resultante do nosso acordo de leniência. Essa obrigação servirá para que nossas próximas gerações jamais se esqueçam dessa lição do que não fazer.
Não tenho dúvida de que esse acordo pagará com sobra possíveis danos à sociedade brasileira.

Hoje, depois de 67 dias e 67 noites da divulgação da delação, resolvi escrever este artigo, não para me vitimar -o que jamais fiz-, mas para acabar com mentiras e folclores e dizer que sou feito de carne e osso. E entregar ao tempo a missão de revelar a razão.
Herculano
23/07/2017 08:34
RODRIGO MAIA É CAMPEÃO NO USO DE JATOS DA FAB, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Autoridades do primeiro escalão do governo e presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal têm o "direito" de usar jatinhos do Grupo de Transportes Especiais, da FAB, mas ninguém se utiliza mais dessa mordomia do que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Reeleito em fevereiro, já em março fez 26 viagens nas asas da FAB. De janeiro a julho, o presidente da Câmara voou 117 vezes.

VOA, MAIA, VOA
Só em janeiro deste ano, com a Câmara dos Deputados em recesso, Rodrigo Maia voou 15 vezes pela FAB, segundo dados do GTE.

ELES VOAM, A GENTE PAGA
Têm "direito" à mordomia dos jatinhos da FAB, além de ministros do governo, os presidente da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal.

JÁ IMPLANTE DE VERGONHA...
Quando presidiu o Senado, Renan Calheiros usou jato da FAB para ir a sessões de implante capilar, no Recife, e a um casamento na Bahia.

O QUE FALTA?
O GTE da FAB mantém 18 jatinhos para transportar autoridades. O governo poderia arrecadar mais de R$1,5 bilhão, vendendo a frota.

PARA JANOT, LULA LIDERA UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem sido citado como "simpatizante do PT" e de outros segmentos da esquerda, mas a verdade é que ao denunciar Lula e Dilma ao Supremo Tribunal Federal, em maio de 2016, ele foi tão duro como contra qualquer outro acusado. Para Janot, seria impossível a organização criminosa atuar por tanto tempo no governo "sem que o ex-presidente Lula dela participasse".

ROUBO AGRESSIVO
Na ocasião, Janot classificou de "ampla e agressiva" a atuação do grupo liderado por Lula no assalto aos cofres públicos federais.

MUITO PARECIDO
O Instituto Lula reagiu à denúncia de Janot com uma de suas respostas padrão: "Apenas suposições e hipóteses sem qualquer valor de prova".

COISAS DA JUVENTUDE
Amigos dizem que, quando jovem, Janot era fã do ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, condenado à prisão no mensalão.

SARNEY BEM QUE AVISOU
Na gravação marota de Sérgio Machado, José Sarney disse algo que deveria ter sido levado em conta na Lava Jato: "Nesse caso [dinheiro da Odebrecht a João Santana]... ela [Dilma] tá envolvida diretamente". Exatamente o que Santana e sua mulher confirmariam meses depois.

MUY AMIGO
No grampo de Renan Calheiros feito pelo seu pupilo Sérgio Machado, o senador alagoano afirma que seu amigo Lula só não foi processado no mensalão "porque Duda Mendonça não foi investigado a fundo".

LULA, O MILIONÁRIO
Se Lula não tivesse usado o salário de presidente (R$30,9 mil) para pagar nada, nem mesmo imposto de renda, em 8 anos embolsou R$3,2 milhões. Daí o mistério sobre a origem dos R$9,6 milhões encontrados em contas do ricaço petista. A força-tarefa da Lava Jato investiga.

OLIGOPSôNIO DA SUJEIRA
Distribuidoras que importam álcool americano à base de milho, "podre" por ser muito poluente, prejudicando produtores do Nordeste, podem ser enquadrados por oligopsônio, oligopólio na compra do combustível.

QUANDO SECOU A FONTE
O Instituto Lula contabiliza 72 palestras do petista desde 2011. Em 2015, com a Lava Jato bombando, fez apenas três. É que o principal "contratante", Marcelo Odebrecht, havia sido preso.

GOLPISTAS EM AÇÃO
Organizações criminosas continuam absolutas. Bandidos usam o telefone 11 2360-8300, que sites especializados identificam como do Centro de Detenção Provisória de São Paulo, para tentar aplicar golpe.

FIM DA FARRA
O fim do imposto sindical, aprovado na reforma trabalhista no Senado, foi comemorado por Sérgio Petecão (PSD-AC). Segundo o senador, a "farra foi grande" com os R$4 bilhões embolsados entre 2008 e 2015.

SENADO SAUDÁVEL
Além de regalias e salário de R$ 33,7 mil, o contribuinte também banca o plano de saúde com cobertura total para senadores e famílias. Foram R$16,5 milhões entre 2015 e 2016; R$ 203 mil por senador no período.

PENSANDO BEM...
...essa é a última semana para saírem "fatos novos" antes do fim do recesso parlamentar.
Herculano
23/07/2017 08:30
A FAZENDA MAPEOU A RUÍNA DO FIES PETISTA, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Um estudo do Ministério da Fazenda expôs a ruína que o comissariado dos ministros Aloizio Mercadante e Fernando Haddad produziu no programa de financiamento para estudantes de curso superior, o Fies. Fizeram a farra das faculdades privadas expandindo a carteira de empréstimos de 600 mil contratos em 2012 para 1,9 milhão em 2015. No interesse das empresas, davam-se empréstimos a quem tirava zero na prova de redação do Enem e praticamente dispensava-se o fiador. O saldo das operações do Fies cresceu 1.000% em quatro anos e ao final de 2016 chegou a R$ 61,9 bilhões.

Naquele ano o Bolsa Família custou R$ 28,6 bilhões. Eram programas essencialmente diferentes, mas o governo permitiu que o Fies fosse percebido com um programa de bolsas. Estudantes que tinham acesso a outras formas de financiamento migraram para a bolsa da Viúva. A Fazenda calculou que a inadimplência (51,4%) e os subsídios levarão o Fies a gerar um espeto de R$ 11 bilhões em 2024.

A farra inflacionou os preços das mensalidades e engordou grandes empresas do setor. O estudo, assinado por dez técnicos do Ministério da Fazenda, chega ao final com uma questão óbvia: existindo o ProUni, que beneficia o mesmo público, não havia por que expandir o Fies. Não havia nem há, a menos que o nome do jogo continue sendo jogar dinheiro da Viúva nos cofres dos donos de faculdades. O programa do Fies foi remodelado há poucas semanas. Tomara que dê certo.

Serviço: O "Diagnóstico Fies", do Ministério da Fazenda, está na rede.

MARIA.ANTONIETA@EDU A PEZÃO@POL

Senhor Luiz Fernando de Souza, dito Pezão, vosmicê deve ter ouvido que eu mandei o povo de Paris comer brioches à falta de pão. Deve ter ouvido também que eu era uma frívola, lésbica e promíscua. Tudo mentira, mas, pensando bem, eu e o regime de meu marido, Luís 16, desafiamos a ira do povo. Acabamos com o pescoço nu, à espera da lâmina da guilhotina.

Resolvi lhe escrever a pedido da minha amiga, a czarina Alexandra da Rússia, que chegou aqui em 1918. Ela aborreceu-se ao saber que o senhor deixou o palácio Laranjeiras com uma licença médica e foi para a propriedade chamada Rituaali, na serra do Rio de Janeiro. Hoje vocês chamam esses lugares de spa. Demos uma olhada no lugar, é coisa de grão-duque.

Hoje, há cem anos, a Alexandra e o marido, Nicolau 2°, achavam que achavam que as coisas melhoraram. Tinham perdido a coroa, mas os bolcheviques estavam sendo caçados em Petrogrado, o agente alemão Lênin e o judeu Trotsky estavam fugidos. Como o senhor sabe, Alexandra e Nicolau foram massacrados junto com o filho Alexis e as quatro meninas. Ela também era odiada. A mesma história: lésbica, perdulária e, se isso fosse pouco, amante daquele Rasputin, um curandeiro horrível e mal cheiroso. Tudo mentira, mas o regime dos Romanov também desafiou a ira do povo. A pobre Alexandra vivia chapada com doses de Veronal.

A minha desgraça começou em 1775, quando faltou pão em Paris e inventaram a história do brioche. A da Alexandra, em fevereiro de 1917, quando as mulheres de Petrogrado passavam a noite na fila à espera de pão. Ela achava que aquilo tudo ia passar. Eu também.

Seu governo não paga os salários dos servidores. Isso não acontecia na França nem na Rússia. Seu antecessor e patrono está na cadeia, por ladrão. Nas nossas famílias nunca aconteceu coisa parecida. Enquanto o senhor estava no spa, uma fila de aposentados à espera de cestas básicas formava-se às cinco da manhã. Luís não saiu de Versalhes e Nicolau estava no front da Primeira Guerra. Se o seu problema era uma taxa de glicose estourada, vosmicê podia ir para a rede hospitalar do Estado, arriscando ser assaltado na fila, como aconteceu com os diabéticos que esperavam a abertura do hospital Moncorvo Filho.

O senhor informou que pagou a hospedagem no Rituaali com seu dinheiro. Sabemos que a propriedade pertence a um fornecedor de serviços ao seu governo, que faturou R$ 118 milhões no ano passado. Acreditamos no que o senhor diz, pois aprendemos a não gostar de mexericos. Pela tabela dos aposentos do Rituaali, sua conta deve ter ficado nuns R$ 10 mil, metade do seu salário, ou ainda 30 cestas básicas de servidores caloteados.

Eu fui guilhotinada e a Alexandra foi acabada a golpe de baionetas pela malta insuflada por demagogos, mas o tempo nos levou a refletir. Em Versalhes e no palácio de inverno a gente vivia num mundo que ia acabar. Nem todos os mundos como o nosso acabaram do mesmo jeito, mas nosso comportamento ajudou a desgraçar nossos países. A França acabou nas mãos de um general italiano e a Rússia nas de um georgiano sanguinário.

A gente não nasce Maria Antonieta ou Alexandra. Eu era Maria Antonia de Habsburgo e ela, Alix de Hesse. Viramos Maria Antonieta e Alexandra pelo que fizemos e deixamos de fazer.

Respeitosamente,

Marie Antoinette de Bourbon e Alexandra Feodorovna Romanov

NO BRASIL, PARLAMENTARISMO JÁ PASSOU POR DOIS PLEBISCITOS E NUNCA BATEU OS 25%

Uma boa parte do tucanato voltou a namorar a ideia da instituição de um regime parlamentarista.

Tudo bem. O parlamentarismo já foi levado a dois plebiscitos, em 1993 e em 1963. Em nenhuma das duas ocasiões conseguiu bater a marca dos 25%.

Outra grande peça legislativa, a da abolição da escravatura, foi aprovada pelo Parlamento como simples lei ordinária.

LUTA ARMADA

As estatísticas de Brasília informam que nos últimos anos entraram 11 mil fuzis no Rio de Janeiro.

NERVOSO

O deputado Rodrigo Maia está com os nervos à flor da pele.

TAXA PATO

O novo imposto sobre combustíveis pode ser chamado de Taxa Pato.

O brinquedo amarelo com que a Fiesp saudava os manifestantes que iam para a avenida Paulista pedir a deposição de Dilma Rousseff tinha um leve sorriso no bico.

TRUMPISTÃO

Akie Abe, a mulher do primeiro-ministro do Japão, resolveu um problema do mundo. Sentou-se ao lado de Donald Trump e disse que não falava inglês.

Ela fala, com aceitável sotaque.

A VERDADE DE LULA

Lula precisa conter a expansão de sua realidade paralela. Ele contou que combinou uma conversa com Fernando Henrique Cardoso, mas decidiu desmarcá-la porque a história vazou.

Em abril, Lula disse que não pretendia conversar com Michel Temer. Falso. Em fevereiro, foi ele quem propôs a Temer que conversassem.

Uma conversa com FHC jamais ficaria em segredo e vale lembrar que o tucano já disse várias vezes que está pronto para conversar com Nosso Guia, desde que seja um encontro público.
Herculano
23/07/2017 08:20
A MORTE DO PETISTA MARCO AURÉLIO GARCIA E A FENDA NA XÍCARA QUE LEVA À TERRA DOS MORTOS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Silenciei sobre a morte do petista Marco Aurélio Garcia, ocorrida na quinta, por uma razão simples: dado o que penso, segundo os meus valores, eu não tinha nada de bom a dizer a respeito dele. Ao contrário: quem me acompanha conhece as, sei lá, muitas dezenas de posts que lhe dediquei desde que se tornou assessor especial de Lula. E não me lembro de nenhum elogioso.

Para mim, tudo estava dito. Notem: ele não era uma personagem central da história. Sim, já enfrentei a tarefa desagradável de falar mal de mortos, mas só o faço se considerar inevitável. E, no caso, pareceu-me, sim, evitável. Não há como; quem me conhece sabe que sou assim: penso na dor dos familiares e dos amigos e sinto um desconforto enorme. Não considerando, pois, essencial a apreciação negativa da obra daquele que se vai, abstenho-me. É o que me diz o decoro. E não abro mão dele.

O registro que faço aqui é outro. Sei que sou duro no debate. Ainda na segunda, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, recorri à energia e à clareza que julguei necessárias para expor meu ponto de vista. Em regra, não sou exatamente suave no confronto de ideias. Mas evito e repudio a brutalidade. E é de brutalidade que vou falar.

Chegaram-me ecos do que se disse nas redes sobre a morte do petista. Mais: uma nota respeitosa, decorosa, própria de quem exerce um cargo de Estado, emitida por Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores, deu início a um tsunami de baixarias como raramente se viu: contra Marco Aurélio, o morto, e contra o ministro. E, claro, os conteúdos mais furibundos estão atrás de pseudônimos, de gente que não tem cara, que parece sentir especial prazer em propagar o ódio, o fel, a maledicência gratuita.

Mais: constata-se de imediato que os mais enfáticos, os mais carregados de certeza, os mais virulentos são, também, os mais ignorantes. Eis aí um dos grandes riscos que corremos nestes dias: nunca a opinião destituída de lastro, nunca a sentença judiciosa descolada das leis, nunca a narrativa belicosa divorciada da história foram tão presentes e tão influentes. E as pessoas vão dizendo o que lhes dá na telha, fazendo tábula rasa de biografias, esmagando qualquer chance de um confronto civilizado de ideias.

Sim, o PT de Marco Aurélio Garcia é um dos responsáveis por esse estado miserável a que chegamos. Quando Lula, no seu primeiro mandato, separou o Brasil entre "nós", que eram "eles", e "eles", que, bem, éramos nós, os não-petistas, estava dada, como escreveu Auden, "the crack in the tea-cup" que "opens a lane to the land of the dead". Lá estava "a fenda na xícara de chá" a "abrir uma vereda para a terra dos mortos".

Sim, a geleira habita o armário. O deserto suspira na cama.

O fato de a esquerda ter declarado guerra à divergência ?" já nos primeiros movimentos do governo FHC, em 1995 ?" pode absolver setores à direita de terem iniciado a pancadaria, mas não os absolve da decisão estúpida de mimetizar os métodos dos adversários, respondendo com intolerância à intolerância, com ignorância à ignorância, com cretinice à cretinice.

Outro dia, uma dessas reputações que só existem nas redes sociais sustentava que eu era um dos responsáveis por essa radicalização. É mesmo? Digam quando e em que circunstância. Ao contrário. Eu atacava justamente o fascismo de esquerda, que tornava inviável o diálogo.

Não! Eu não me arrependo de ter criado termos como "petralha" e "esquerdopata". Enquanto houver esquerdistas justificando o roubo de dinheiro público como instrumento para beneficiar os pobres, petralhas terão de ser combatidos. Enquanto houver pessoas que acham normal jogar no lixo os fundamentos da democracia em nome da justiça e da igualdade, "esquerdopatas" terão de ser combatidos.

Mas isso não autoriza os ataques grotescos que setores identificados com a direita ?" alguns deles com sotaque indisfarçavelmente fascistoide ?" dirigiram contra Maro Aurélio, o morto, e contra Aloysio Nunes, o ministro, que não deixou de lembrar, na nota, que ambos percorreram caminhos distintos.

O que dizer? Eu rompi com a esquerda quando percebi que aquele seu, como vou chamar?, "horizonte finalista" (a exemplo de todo horizonte), onde as contradições se anulam, onde "os infinitos se estreitam num abraço insano" ?" experimentando-se, então, o fim da história ?", era uma estupidez.

Abracei o que considero a saudável perspectiva conservadora do reformismo permanente, que não promete nem vislumbra amanhãs sorridentes. O que se tem é só luta renhida, a cada dia. Não anseio a vitória final. Não quero ter medo da derrota final. Essa coisa de viver e de ir mudando; de viver e ir se transformando; de viver e ir se emendando, bem, a graça está em isso não ter fim. É nossa condenação e nossa ascese.

E, por isso tudo, eu não poderia ser um discípulo de Marco Aurélio Garcia ou de fascistas de esquerda ou de direita.

Não contem comigo para o espetáculo dantesco.

Que Marco Aurélio descanse em paz. Porque, na morte, os infinitos se estreitam num abraço insano.
Herculano
23/07/2017 08:08
A LóGICA DA AÇÃO COLETIVA, por Samuel Pessôa, físico e economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Em 19 de junho, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Gianpaolo Smanio, argumentou que o ajuste fiscal não pode ser feito no orçamento da Justiça. Smanio considera que o gasto com Justiça é investimento, e não despesa.

O fato de nosso Judiciário custar, como proporção do PIB, de quatro a seis vezes mais do que o Judiciário de qualquer país da OCDE não sensibiliza o procurador.

Transcorrido exato um mês, em 19 de julho, no mesmo espaço da Folha, o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, argumentou que a contribuição compulsória de 2,5% sobre a folha de salários que financia boa parcela da atividade das instituições do Sistema S se justifica em razão dos elevados retornos sociais das atividades empreendidas por essas instituições.

Em ambos os casos, não há preocupação com o custo e o benefício. Basta haver algum benefício. Ajuste fiscal bom é ajuste fiscal sobre os outros.

Recentemente, a Defensoria Pública da União requereu no STF a sua inclusão como colaboradora nos diversos processos de inconstitucionalidade da emenda constitucional que estabeleceu um teto para o crescimento do gasto primário da União. A justificativa é que, para melhor servir a população, a Defensoria
Pública precisa de mais recursos.

Temos visto -por parte dos funcionários do BNDES e das associações empresariais- fortíssima reação contrária à criação da TLP (Taxa de Longo Prazo), iniciativa que trará transparência às operações do BNDES. A TLP retira do banco o poder de emprestar com subsídios sem que estes tenham sido avaliados e aprovados pelo Congresso Nacional.

A retórica das corporações é travestir o seu interesse particularno interesse da sociedade.

Além disso, as corporações demonstram inconsistência. Se é para manter todos esses gastos, como fazer campanha pela queda da carga tributária? Como a Fiesp pode colocar um pato na frente de seu prédio e simultaneamente ser contra o fim da contribuição compulsória de 2,5% para financiar o Sistema S
e ser contra a criação da TLP?

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi contrária à PEC dos gastos. Agora, no dia 18, divulgou nota contrária à subida do imposto sobre a gasolina de R$ 0,41 por litro.

Subtende-se que, para todas essas corporações, há despesas que podem ser cortadas e receitas que podem ser levantadas de forma muito fácil, com fortíssimo impacto positivo sobre o Orçamento.

Os candidatos óbvios são: os juros pagos aos banqueiros, a corrupção e a isenção de lucros e dividendos no Imposto de Renda da Pessoa Física.

Já escrevi diversas vezes sobre juros. Apesar de bem salgada, essa conta é bem menor do que se imagina. Se considerarmos juros reais pagos excluindo o IR que incide sobre a correção monetária da dívida, trata-se de uma conta de
2% a 3% do PIB.

O combate à corrupção é necessário, mas longe de ser a panaceia de R$ 200 bilhões por ano alardeada pela procuradora da República Thaméa Danelon no mais recente programa "Roda Viva", da TV Cultura.

Finalmente, a isenção da distribuição de lucros e dividendos do IRPF é função da elevada alíquota que praticamos no Brasil na pessoa jurídica. Há algum espaço para aumentar a tributação, mas certamente
muito menos do que se imagina.

Teremos que atuar em todas as margens. Não há saída simples,ao contrário do que pensam as corporações
Herculano
23/07/2017 08:03
VOA, DINHEIRO! E O DINHEIRO VOA, por Carlos Brickmann

Um presidente da República, na opinião de seus aliados, não pode se submeter à humilhação de um voo com escalas. Foi isso que Lula alegou para não usar um excelente jato da Embraer, que até serviria de propaganda para a indústria brasileira, e preferiu o Airbus conhecido como AeroLula. E Temer alega o mesmo motivo para alugar um Boeing 767: pode fazer viagens 2.500 km mais longas sem o incômodo de pousar para reabastecer.

No Interior de São Paulo, onde nasceram este colunista e Michel Temer, dir-se-ia: "Que frescura!" Ou, no caso de Lula e de Temer, talvez não seja frescura. Afinal, quem paga não são eles, somos nós. Eles só desfrutam.

Esquisitice: o AeroTemer é alugado de uma empresa, a Colt Transportes Aéreos, proibida de voar. Seu Certificado de Empresa de Transporte Aéreo foi suspenso há nove meses, pelo mesmo Governo que alugou o avião, entre outros motivos "por deficiência (...) de execução de tarefas de manutenção". Outra empresa do grupo, a Colt Táxi Aéreo, teve a licença cassada pelo Governo por, segundo o jornalista Igor Gielow, da Folha de S.Paulo, que descobriu o caso, "problemas técnicos e trabalhistas". Mas alguém no Governo tem bons motivos para confiar neles.

A Colt ganhou a licitação para alugar o Boeing até 2019 por US$ 19,77 milhões; o preço inclui manutenção e logística (o que a FAB poderia fazer com perícia) e seguro. No pagamento estão incluídos nossos impostos.

PAGUE, PAGUE

O presidente dos Estados Unidos tem 377 pessoas trabalhando a seu lado. O presidente do Brasil tem 3.800, segundo levantamento do jornalista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br). A Justiça americana tem um carro de representação: o de uso do presidente da Suprema Corte. Os demais magistrados americanos não têm carro de representação. No Brasil, a partir da segunda instância, os magistrados (800, aproximadamente) têm carro de representação, com motorista, combustível, tudo por conta do Tesouro ?" ou, falando claro, por nossa conta. Os EUA, com população 50% maior que a do Brasil, têm 78 deputados federais a menos. E, com 50 Estados, têm cem senadores. O Brasil, com 27 Estados, tem 81 senadores.

PAGUE MAIS, PAGUE MAIS

Os magistrados americanos têm salário parecido com o dos brasileiros. Mas não têm os penduricalhos, como auxílio-moradia, auxílio-escola e gratificações diversas. Por lei, nenhum servidor público brasileiro pode ganhar mais que um ministro do Supremo, uns R$ 34 mil mensais. Mas há desembargadores com subsídios mensais de R$ 200 mil. Em média, segundo levantamento de O Estado de S.Paulo, em 2016 o desembargador mineiro ganhava pouco mais de R$ 56 mil mensais; o paulista, cerca de R$ 52 mil. Parlamentares brasileiros ganham mais que os canadenses, ingleses, japoneses, alemães, noruegueses, israelenses, suecos, franceses. Ainda têm plano ilimitado de saúde, apartamentos funcionais, auxílios diversos. E têm algo de valor inestimável: pagadores de impostos que sustentam tudo isso.

FINGINDO, FINGINDO

Agora vai: o presidente Michel Temer decidiu enviar 800 homens da Força Nacional de Segurança para melhorar a segurança pública no Rio. Com isso, o Rio terá um total de mil homens do Governo Federal na área.

O Rio tem 46 mil soldados na Polícia Militar. Mais mil não são um reforço considerável. O Rio, por lei, deveria ter 60.471 PMs; e não tem. No Brasil, há um policial para 473 habitantes, diz o IBGE; parâmetros internacionais recomendam um policial para 250 habitantes. E, de preferência, bem armados, bem protegidos, bem pagos. Não devem precisar aguardar o colega para usar o mesmo colete à prova de balas. Nem devem morar na favela, submetendo-se às ordens de traficantes ou morrendo.

TERROR, TERROR

Quando o presidente Michel Temer anunciou o envio de mais 800 soldados ao Rio, a Linha Vermelha, que liga o centro da cidade à Zona Sul e à Baixada Fluminense, foi interditada pela 15ª vez neste ano (na média, mais de duas vezes por mês), porque havia tiroteios na região. Quando o trânsito para, há arrastões. Enquanto isso, assaltantes pesadamente armados tomaram tudo de pacientes na fila do Instituto Estadual de Diabetes. E que faziam eles na fila? Aguardavam ?" o laboratório não estava funcionando.

DE NOVO, DE NOVO

O juiz Sérgio Moro marcou o interrogatório de Lula (em outro processo, o do sítio de Atibaia) para 13 de setembro. Não, Lula não terá de explicar os R$ 9 milhões que tinha aplicado num plano de previdência privada (a menos que o interrogatório se desvie da rota normal). Será, provavelmente, replay do interrogatório sobre o apartamento triplex na praia do Guarujá.

Mais interessantes serão as preliminares: Marcelo Odebrecht, no dia 4, e Antônio Palocci, no dia 6. Palocci, especialmente, pode trazer surpresas
Herculano
23/07/2017 07:59
A CULPA É DA IMPRENSA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Especialmente quando estão em apuros, políticos recorrem a supostos complôs entre a mídia e elites com interesse na manutenção do "statu quo" para explicar suas dificuldades e até o surgimento de denúncias contra sua administração. O subtexto aqui é o de que os meios de comunicação não hesitam em utilizar sua capacidade de influir para instilar as preferências ideológicas de seus controladores no restante da população.

É uma ideia verossímil, mas será que é verdadeira? Na era do "big data", dá para testar a hipótese, e foi isso que Matthew Gentzkow (Stanford) e Jesse Shapiro (Brown) fizeram num estudo de 2010. Em primeiro lugar, eles foram a uma base de 433 jornais dos EUA, que respondiam por 74% da circulação total. Em seguida, analisaram os textos noticiosos dessas publicações e os classificaram segundo um "index" ideológico baseado na frequência de expressões mais usadas por democratas ou republicanos. Por exemplo, republicanos quase sempre se referem a um tributo sobre sucessões como "death tax" (imposto sobre a morte) enquanto democratas preferem usar "estate tax" (imposto sobre patrimônio).

De posse dessa classificação, tentaram identificar fatores que faziam com que alguns jornais tendessem mais à esquerda e outros mais à direita. E o que eles descobriram é que as preferências políticas dos leitores da área onde o jornal circulava explicavam muito melhor a linha editorial da publicação do que as inclinações partidárias de seus donos e diretores.

Não é que os proprietários nunca puxem a brasa para a sua sardinha, mas que tendem a fazê-lo em situações específicas e sem contrariar sistematicamente as preferências do leitorado. Faz sentido, já que a meta das empresas é ganhar dinheiro.

Se esses achados podem ser extrapolados para outros mercados, há mais perigo em a mídia atuar como uma caixa de ressonância do público do que como uma quinta-coluna.
Renato
22/07/2017 11:07
Esperar o que de um sindicato que na negociação salarial promoveu a desmobilização da categoria.
E sobre a reforma administrativa que causará um impacto na folha de R$ 600.000,00 anuais, nem um piu.
Qual o motivo disto Herculano?
Roberto Basei
22/07/2017 10:23
Ainda farão uma emenda constitucional que para presidir o país, tem que ter no minimo 99 processos transitado em julgado e 99 condenações e ter cumprido dez anos de cadeia.
Roberto Basei
22/07/2017 09:46
Isso está parecendo prestação de contas de administração de condomínio.Com todo respeito aos administradores de condomínio.

MUDOU É AMPLO DE MAIS, OU FALHO DE MAIS.

Herculano
22/07/2017 08:55
SINTRASPUG FRACO. O PREFEITO DE FATO DE GASPAR, PRESIDENTE DO PMDB, SECRETÁRIO DA FAZENDA E QUE ACUMULA A SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO, O ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA, PASSOU RASTEIRA COM UMA MERA PORTARIA QUE MUDA A PROGRESSÃO HORIZONTAL

Não é mais horizontal, passou a ser vertical mudou para melhor é que não, se passou a perna, piorou, mas em que.

Não devemos prometer a verdade e sim conta la.
Herculano
22/07/2017 09:23
ENQUANTO ISSO EM GASPAR...

JUSTIÇA ANULA LEIS QUE CRIARAM 18 CARGOS NA PREFEITURA DE BLUMENAU

Conteúdo do Informe Blumenau. Texto de Alexandre Gonçalves. A ação é do Ministério Público, referente a uma reforma administrativa feita ainda na gestão de João Paulo Kleinübing (PSD). Agora o Tribunal de Justiça entendeu pela inconstitucionalidade na criação de 18 cargos na administração municipal: três na Procuradoria, seis na Faema e nove no Seterb.

Os cargos são os seguintes. Na Procuradoria, Gerente Administrativo, Gerente de Controle Imobiliário e Gerente de Execução Fiscal.

Na Faema, os cargos de Gerente de Controle da Poluição, Gerente de Recursos Naturais, Gerente de Unidades de Conservação, Gerente de Educação Ambiental Institucional, Gerente de Educação Socioambiental e Coordenador do Museu de Ecologia Fritz Müller.

E no Seterb os cargos atingidos pela decisão são os de Gerente Administrativo e Financeiro, Gerente de Apoio Operacional, Gerente da Guarda de Trânsito, Gerente de Escola Pública de Trânsito, Gerente de Aten- dimento ao Público, Gerente de Fiscalização de Transportes Especiais, Gerente de Fiscalização do Transporte Coletivo, Gerente de Programação Operacional e Gerente de Terminais Urbanos.

A decisão do juiz Jorge Schaefer Martins diz que os cargos foram criados sem a descrição das atividades, o que é vedado. Também citou casos pontuais de sobreposição de cargos com outros de diretoria já existentes.

A administração Napoleão Bernardes (PSDB) tem seis meses para adaptar-se. E é o que promete fazer.

A Procuradoria Geral já trabalha na questão desde o primeiro semestre, por conta de uma outra ação parecida. Determinou a todas secretarias, autarquias e fundações, um levantamento de todos os cargos e suas atribuições, para identificar os problemas e tentar saná-los de uma leva só, através de um projeto de lei retificador a ser enviado para a Câmara.

Deve se resolver, mas tem gente que não vai dormir neste fim de semana.
Herculano
22/07/2017 09:14
NAÇÃO MIOJO, por Rodrigo Constantino, na revista IstoÉ

Dia desses li com certa perplexidade uma crítica de um leitor do meu blog. Ele aprecia os textos, que seriam bem elaborados, mas critica sua extensão. Queria textos mais curtos, como as notinhas de um conhecido site, que ele mencionou como parâmetro. Nada contra o poder de síntese, mas confesso: toda a mazela de uma nação se passou em minha mente num piscar de olhos.

Esqueça as ideologias. Sim, é verdade que o socialismo - a idealização da inveja - é um mal que ainda nos assombra. Esqueça o "jeitinho". Sim, a malandragem nos custa muito caro, como já expliquei em livro. Esqueça a corrupção. Sim, somos dominados pela bandidagem, por Lulas. Mas eis o momento de epifania após aquela sugestão: tudo isso é meio que consequência do real problema. Qual? O Brasil é um país de preguiçosos!

Calma, calma. Sei que estou sendo injusto com muita gente batalhadora por aí. Mas olha a pressa dando o ar de sua desgraça uma vez mais: já fui julgado antes de explicar! E explico. É óbvio que isso é uma generalização. Portanto, injusta com muitos. Por isso se chama generalização. Mas tem sua utilidade: captura uma tendência, um traço predominante. E quem vai negar que a preguiça tem um passado glorioso e um futuro promissor no Brasil? Brasileiro quase não lê.

E quando resolve fazê-lo, quer resumo do resumo. Busca o "conhecimento" instantâneo. Acredita nos atalhos para o sucesso, não valoriza a ética do trabalho, a paciência necessária para colher as coisas realmente valiosas na vida. Quer tudo para ontem, sem muito esforço. Deseja o bônus sem o ônus. Quer ficar rico sem se arriscar ou poupar, quer ficar "forte" com anabolizantes, ou magro com remédios.

O clima não ajuda, eu sei. Diversos pensadores, dos bons (Montesquieu) aos maus (Marx), achavam isso. O tropicalismo é um convite ao estilo hedonista de vida. Ainda que não seja determinante, influencia. E como o aspecto cultural não ajuda, e o institucional atrapalha bastante, com seu perverso mecanismo de incentivos que pune o sucesso, o resultado só poderia ser esse: um tentando se dar bem à custa do outro, com esquemas, sindicatos, cargos indicados, empregos. Tudo, menos trabalho.

Até mesmo para reunir milhões nas ruas para coisas sérias, como o impeachment daquela que destruiu o País, foi necessário certo clima de micareta, de diversão. Não levar nada muito a sério é um mecanismo de defesa de quem tem preguiça de pensar sobre as dolorosas soluções. A busca por um messias salvador da Pátria tem a mesma explicação: é preguiça de construir, aos poucos, uma República decente.

Um povo preguiçoso não vai progredir muito. Em defesa do brasileiro, porém, cabe destacar que o Brasil realmente cansa. Mas chega de Nação Miojo. É hora de arregaçar as mangas e fazer algo novo!

Quem vai negar que a preguiça tem um passado glorioso e um futuro promissor no Brasil?
Herculano
22/07/2017 09:05
SERIEDADE SEM POPULARIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Reafirmar o compromisso com a meta fiscal é ainda a melhor maneira de o governo preservar a confiança na economia e de reforçar a expectativa de inflação em queda
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A melhor solução é com frequência a menos popular, e isso mais uma vez se confirma, neste momento, com a decisão do governo de cobrar mais imposto sobre combustíveis e congelar mais R$ 5,95 bilhões do Orçamento. Poderia ter escolhido um remédio mais palatável, aceitando um rombo maior que R$ 139 bilhões nas contas primárias - sem os juros - do poder central. Ficaria menos vulnerável a críticas oportunistas, mas enviaria um péssimo recado a investidores, operadores de mercado, empresários sérios, avaliadores de crédito e, é claro, consumidores informados e capazes de avaliar as perspectivas com algum realismo. Acabaria desperdiçando parte do ajuste realizado até agora e complicando a travessia dos próximos anos. A reativação econômica, apenas iniciada no primeiro semestre, estaria em risco.

Reafirmar o compromisso com a meta fiscal é ainda a melhor maneira de preservar a confiança na economia e de reforçar a expectativa de inflação em queda. O efeito inflacionário do maior tributo sobre combustíveis será muito limitado, se outras pressões continuarem contidas e se o consumidor resistir à especulação. Aumentos especulativos têm ocorrido em outras ocasiões, mas desaparecem quando rejeitados pelo público.

Preços da gasolina, do diesel e do álcool têm oscilado, desde a implantação da nova política na Petrobrás. Os aumentos pouco afetaram a evolução do conjunto de preços. Quem alardeia inevitáveis e catastróficos efeitos em cascata comete um atentado ao interesse público. Criar entre os consumidores a expectativa de uma sequência inevitável de repasses é irresponsabilidade e, em alguns casos, evidente má-fé.

Economistas de mercado admitiram uma revisão das projeções de inflação para este ano. Um deles mencionou uma elevação de 3,6% para 3,7%, mesma estimativa do governo. Se novas elevações de preços ocorrerem, comentou outro profissional citado pelo Estado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ainda poderá ficar abaixo da meta oficial de 4,5%.

Mas a avaliação do efeito sobre o conjunto de preços é só uma parte do debate relevante sobre as novas medidas do governo. É preciso entender por que o presidente Michel Temer e a equipe econômica decidiram recorrer a uma tributação maior. A escolha do PIS-Cofins sobre combustíveis é explicável pela facilidade e pela rapidez do efeito, mas a questão central é outra. Aumentar o peso do tributo, uma solução evitada até esta semana, tornou-se inevitável pela conjugação de vários fatores. A arrecadação, embora tenha melhorado consideravelmente em junho, ainda reflete uma recuperação econômica apenas iniciada e insuficiente para recompor a receita fiscal. Ingressos adicionais têm sido frustrados ou tornaram-se incertos. A deformação do novo Refis na Comissão Mista do Congresso pôs em risco uma arrecadação prevista para este ano de R$ 13,3 bilhões. O governo ainda pode tentar reverter essa perda, mas seria arriscado adiar qualquer outra providência.

Segundo o novo relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado ontem, a arrecadação primária de 2017 será R$ 5,79 bilhões menor que a estimada no bimestre anterior, com recuo de R$ 1,386 trilhão para R$ 1,38 trilhão. Ao mesmo tempo, no entanto, a projeção da despesa primária, isto é, sem juros, subiu de R$ 1,289 trilhão para R$ 1,294 trilhão, com aumento de R$ 4,61 bilhões. Sem o bloqueio adicional de R$ 5,95 bilhões nos gastos programados, o déficit primário estimado para o ano chegaria a R$ 144,95 bilhões. O novo corte poderá ser suspenso, se as finanças federais melhorarem, mas isso parece improvável neste momento.

O protesto de entidades empresariais contra o novo aumento de impostos ?" já haviam manobrado contra a reoneração da folha de vários setores ?" é tão irrealista quanto mal fundamentado. Os escandalosos benefícios fiscais distribuídos no período petista devastaram as finanças públicas e nunca favoreceram o desenvolvimento nem, portanto, a maior parte das empresas e dos trabalhadores. O déficit de seriedade pode ser mais assustador que o déficit fiscal.
Herculano
22/07/2017 09:02
DELAÇÃO DE MARCOS VALÉRIO ATINGE FHC, LULA E AÉCIO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Carolina Linhares, de Belo Horizonte. O acordo de delação firmado entre o publicitário Marcos Valério e a Polícia Federal, que detalha um esquema conhecido como mensalão tucano, também atinge os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Segundo a Folha apurou, a colaboração com a PF incorpora 60 anexos (relatos de episódios de supostas irregularidades) que haviam sido rejeitados pela Procuradoria-Geral da República e pelo Ministério Público de Minas Gerais. O novo acordo ainda ampliaria a lista de implicados.

A delação, assinada neste mês, foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) e depende de homologação. Não está claro quais episódios serão considerados e investigados pela PF.

Valério escreveu a delação à mão na prisão e teve os anexos posteriormente digitados. Os relatos contêm erros de grafia, além de equívocos em nomes de personagens e datas.

Condenado a mais de 37 anos de prisão pelo mensalão, Valério também é réu acusado de operar desvios por meio de suas agências de publicidade, a SMP&B e a DNA Propaganda, para financiar a fracassada campanha de reeleição do então governador mineiro, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.

Uma planilha assinada pelo publicitário aponta que a campanha recebeu cerca de R$ 10 milhões (R$ 33 milhões hoje) em desvios de estatais como a Cemig, Copasa, Furnas, Comig, Eletrobras, Petrobras, Correios, Banco do Brasil e Banco do Estado de Minas Gerais, que seria privatizado ainda em 1998.

O documento, com data de 1999, foi entregue à PF. O relatório aponta ainda que quase R$ 48 milhões (R$ 159 milhões atuais) foram obtidos via empréstimos, especialmente com o Banco Rural. As dívidas, segundo os anexos, seriam quitadas por construtoras, como a ARG e a Andrade Gutierrez.

De acordo com o controle de Valério, foram arrecadados e distribuídos ao menos R$ 104 milhões (R$ 346 milhões corrigidos) na campanha. A lista de recebedores inclui políticos e membros do Judiciário.

Segundo a narrativa do publicitário, o esquema de empréstimos fraudulentos do Banco Rural e ainda um repasse de R$ 1 milhão da Usiminas via caixa dois beneficiaram também as campanhas de FHC (1998), Aécio (2002) e Serra (2002). A siderúrgica também foi usada na eleição de Lula, em 2002, conta Valério.

Os anexos afirmam que Serra atuou, após perder a eleição presidencial de 2002, para resolver pendências do Banco Rural e, em troca, teve R$ 1 milhão de dívidas de campanha pagos pelo banco por meio da SMP&B.

PROPINA

Valério relata, nos anexos apresentados ao Ministério Público, pagamento de propina em troca da obtenção de contratos para suas agências. Durante o governo FHC, afirma, a DNA propaganda repassou a Aécio 2% do faturamento do seu contrato com o Banco do Brasil, que havia sido arranjado pelo senador com o aval do ex-presidente.

O publicitário conta que, no governo Lula, pagava R$ 50 mil por mês ao ex-ministro José Dirceu (PT) como acerto por uma conta de publicidade dos Correios. A troca de favores teria se repetido em órgãos como a Câmara dos Deputados, o ministério dos Esportes e a Assembleia de Minas, entre outros.

Valério afirmou ainda que Aécio encontrou-se, em Belo Horizonte, com a diretoria do Banco Rural e com os então deputados Eduardo Paes (PMDB-RJ) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), da CPI dos Correios, de 2005, para blindar investigações sobre a campanha de Azeredo. A maquiagem de dados do banco pelo tucano foi delatada também pelo ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

Em outra CPI, a do Banestado, de 2003, o Banco Rural, segundo Valério, repassou R$ 500 mil a parlamentares por meio do deputado federal José Mentor (PT-SP) para escapar de acusações.

MENSALÃO

Os 60 anexos iniciais de Valério narram que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, foi nomeado pelo ex-presidente para ser o contato com a SMP&B em meio à crise do mensalão, em 2005, e acertou um pagamento via Andrade Gutierrez.

"Ficou acertado uma ajuda no valor de R$ 5 milhões para pagar as despesas dos advogados [...]. Ele nos falou que a construtora Andrade Gutierrez faria o pagamento [...]. Pagamos os advogados dos réus, dando um pouco para cada um dos seis réus do núcleo político", relata.

Valério diz ainda que, junto com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, articulou um encontro entre o banqueiro Daniel Dantas e o ex-ministro Antonio Palocci para resolver problemas do Grupo Opportunity com o governo Lula.

Em troca, a Brasil Telecom, controlada pelo grupo, contratou serviços superfaturados do publicitário Duda Mendonça no valor de R$ 12 milhões.

Os anexos relatam ainda uma série de episódios envolvendo propina, como o pagamento de uma reforma no estádio do Morumbi e em prefeituras mineiras.

TENTATIVAS

As tratativas para delação começaram ainda em meados no ano passado. Um ofício de junho do Ministério Público de MG pede que os relatos sejam enviados à PGR por tratarem de políticos com foro privilegiado no STF. A Procuradoria chegou a enviar representantes a Minas, mas não levou o acerto adiante.

Uma nova tentativa com a 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de BH foi recusada em março deste ano.

Sete réus do mensalão tucano, incluindo Válério, ainda aguardam julgamento. O episódio gerou, até agora, a condenação de Azeredo a 20 anos e dez meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro. O julgamento em segunda instância está marcado para o próximo dia 8.

OUTRO LADO

A defesa do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirma que não irá fazer comentários antes de ter acesso à delação.

Alberto Toron, advogado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), diz que as acusações de Marcos Valério são falsas e que o publicitário "busca, reiterada e desesperadamente, benesses para amenizar sua pena".

"Muitas das acusações que agora faz contra o senador Aécio Neves, antigamente fazia contra o PT. Seu discurso se amolda e seus personagens se alteram, não de acordo com a verdade, mas de acordo com seus interesses privados e escusos", diz Toron.

O advogado argumenta que o contrato da DNA, de Valério, com o Banco do Brasil foi firmado em 1994, antes do governo Fernando Henrique Cardoso. "O próprio Ministério Público, em outras oportunidades, reconheceu e descartou as inverdades dos discursos proferidos pelo sr. Marcos Valério."

A assessoria do ex-presidente FHC afirma que ele desconhece a delação e qualquer pagamento de caixa dois em sua campanha à reeleição.

A assessoria do senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que "todas as suas campanhas eleitorais foram conduzidas dentro da lei, com as finanças sob responsabilidade do partido". "Acusações dessa natureza envolvendo o senador são descabidas e completamente absurdas."

A assessoria do Instituto Lula afirma que, desde 2012, Valério faz acusações sem provas contra o PT e contra o ex-presidente Lula. Diz ainda que todas as investigações foram arquivadas pelo MP e que Paulo Okamotto não irá comentar suposições de delações.

O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, diz que dar credibilidade a Valério é "desacreditar o próprio instituto da delação, que deve ser tratado com responsabilidade".

O deputado José Mentor (PT-SP) afirmou não ter conhecimento da delação e que "não tratou de qualquer assunto da CPI do Banestado com Valério".

A assessoria do Banco Opportunity afirma que Daniel Dantas não se encontrou com o então ministro Antonio Palocci. "Delúbio Soares pediu ao Opportunity que o ajudasse a pagar dívidas do PT, o que foi rejeitado."

Segundo a assessoria, a agência de Duda Mendonça foi responsável pelo lançamento da Brasil Telecom GSM, empresa de celular. O publicitário sugeriu o plano "Pula-Pula: o consumidor pagava num mês, não pagava no outro ?"o que era fácil de entender e foi sucesso."

A defesa de Duda Mendonça preferiu não se manifestar. A defesa de Delúbio afirma que não teve acesso à delação, mas reafirmou que o ex-tesoureiro do PT nunca cometeu qualquer ato ilegal e está à disposição para esclarecimentos.

A assessoria da Andrade Gutierrez afirma que a empresa, que firmou acordo de leniência, não vai comentar a delação, mas "reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado".

A Folha não obteve sucesso no contato com o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), com o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) e com o ex-ministro Antonio Palocci nesta sexta (21).
Herculano
22/07/2017 08:55
SINTRASPUG FRACO. O PREFEITO DE FATO DE GASPAR, PRESIDENTE DO PMDB, SECRETÁRIO DA FAZENDA E QUE ACUMULA A SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO, O ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA, PASSOU RASTEIRA COM UMA MERA PORTARIA QUE MUDA A PROGRESSÃO HORIZONTAL
Herculano
22/07/2017 08:52
GOVERNOS DO PT DERAM 723 BILHÕES EM SUBSÍDIOS A ESCOLHIDOS

O Antagonista obteve em primeira mão nota técnica elaborada pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda com levantamento de benefícios financeiros e creditícios concedidos pelo governo federal de 2007 a 2016.

O valor assusta: R$ 723 bilhões. "Dois terços desse total foram concedidos nos últimos 5 anos (R$ 499 bilhões)", diz o documento.

A nota faz um alerta sobre o abuso dos subsídios no âmbito da política dos gigantes nacionais. Só os empréstimos da União ao BNDES geraram subsídios implícitos da ordem de R$ 140 bilhões.

"É preciso estabelecer os critérios para a revisão dos programas e sua eventual descontinuidade. A concessão de subsídios voltados a alguns projetos de infraestrutura e de educação são plenamente justificáveis. Em outros casos, no entanto, a concessão termina por fomentar atividades empresariais específicas, cujos custos nem sempre são conhecidos nem debatidos pela sociedade."
Herculano
22/07/2017 08:34
SE GANHAR DE '1 A 0' NA CÂMARA, TEMER TERÁ VITóRIA COM GOSTO DE DERROTA, por Ranier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Daqui a 11 dias o plenário da Câmara deve abrigar uma votação capital para o ocupante da cadeira presidencial, quase 16 meses depois daquela que praticamente selou a saída de Dilma Rousseff.

Em abril de 2016, 367 dos 513 deputados votaram a favor do impeachment da petista. No próximo dia 2, será preciso o apoio de pelo menos 342 deles para que a denúncia contra Michel Temer siga seu curso.

Há uma similaridade evidente nos dois casos, a minúscula popularidade de ambos os alvos, Dilma e Temer.

De diferente, hoje não vemos grandes mobilizações de rua, e o peemedebista ainda conta com uma base de apoio razoável no Congresso ?"além de não ter em seus calcanhares, por ora, uma aliança política efetiva e pública para ocupar a sua cadeira.

No futebol há uma considerável ala de pensadores que minimiza o valor do futebol-arte e advoga a tese de que o que importa é a vitória, mesmo que seja de meio a zero, com gol nos acréscimos, de mão e impedido.

Renan Calheiros (PMDB-AL) certa vez comparou Temer a Dunga ?"depois acabou se desculpando com o ex-técnico da seleção?", mas o presidente da República não tem mais, para sua infelicidade, a opção de recorrer ao futebol de resultados.

É fato que ele precisa ter ao seu lado apenas 172 deputados. Parece ter, neste momento, mais do que isso, algo em torno de 250. Mas a elasticidade do placar do dia 2 é quase tão importante quanto a decisão em si.

Barrada a denúncia por margem pouco folgada, o presidente ganhará fôlego apenas para capitanear a degringolada ladeira abaixo, já que ficará evidente, inclusive para os que hoje ainda o sustentam, a fragilidade para aprovar projetos de interesse do governo e para enfrentar as novas denúncias que se avizinham.

Se não reunir apoio próximo a 300 votos (mudanças na Constituição exigem ao menos 308), o possível êxito do dia 2 pode representar para Temer apenas o que as vitórias sobre os romanos significaram para Pirro.
Herculano
22/07/2017 08:30
ISENTADO, JUCÁ PODERÁ VOLTAR AO PLANEJAMENTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Após a Polícia Federal o isentar da acusação de obstruir a Justiça, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, pode retornar ao cargo de ministro Planejamento, caso deseje e o presidente Michel Temer o convide. Com base nessa suspeita, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão (que foi negada) de Jucá, Renan Calheiros (AL) e do ex-presidente José Sarney, do PMDB.

GRAVAÇõES DE DELATOR
A acusação foi baseada em gravações de Sérgio Machado, que Renan manteve por 11 anos chefiando a Transpetro, subsidiária da Petrobras.

A CAMINHO DA PRISÃO
No inquérito, a PF recomenda inclusive que, por mentiroso, Sérgio Machado deveria perder a liberdade garantida pelo acordo de delação.

SUPREMA CANALHICE
Sérgio Machado gravou uma conversa com José Sarney quando o ex-senador ainda se restabelecia de cirurgia, em um hospital paulista.

ACORDO ESPERTO
Assim como Joesley et caterva, Sérgio Machado não teve de enfrentar um só dia de prisão. Vive desde então no bem-bom de Fortaleza.

PAÍS ECONOMIZARIA R$1,4 BI REDUZINDO O CONGRESSO
Apoiada por mais de 99% dos entrevistados no portal E-Cidadania, do Senado, a PEC 106/15, que reduz número de senadores de 81 para 54 e de deputados de 513 para 386, geraria economia de R$ 1,44 bilhão a cada quatro anos de mandato. A montanha de dinheiro é o custo atual dos salários, benefícios e regalias como carro com motorista dos 127 deputados e 27 senadores, além das centenas de aspones incluídos.

ERÁRIO AGRADECE
A economia anual com o corte dos parlamentares proposto na PEC 106/15 é de R$ 298 milhões na Câmara e R$ 63,3 milhões no Senado.

'PEQUENA EMPRESA'
Cada deputado pode contratar até 25 secretários parlamentares com a verba de gabinete de R$ 97 mil. Os salários vão de R$845 a R$12.940.

COTA PARLAMENTAR
Para não usar o salário de R$33,7 mil, as excelências têm até R$45 mil mensais para gastar livremente. Tudo reembolsado com o seu dinheiro.

PAPELÃO
Último "bolivariano" a presidir um país do Mercosul, o cocaleiro Evo Morales tentou defender o tiranete Nicolás Maduro contado uma piada sem graça sobre os Estados Unidos. Ninguém achou graça.

FABRICANTES DE FANTASIAS
Ao retornar do exterior, o presidente reassume quando ingressa no espaço aéreo brasileiro. Não é necessário o interino "passar o cargo". Mas teve gente imaginando "crise" porque Rodrigo Maia não aguardava Michel Temer na Base Aérea de Brasília, em seu retorno da Argentina.

SARNEY ISENTADO
O ex-presidente José Sarney soube no Maranhão que a Polícia Federal o isentou de conspirar contra a Lava Jato, na gravação do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, gente de Renan Calheiros.

MAIS É MAIS
Com 120 milhões de habitantes a mais que o Brasil, os Estados Unidos têm 78 deputados federais a menos. E só tem 19 senadores a mais porque lá são 50 Estados, quase o dobro dos 27 do Brasil.

PERDEU, LULA
Ao contrário do que petistas têm dito, os R$ 9 milhões investidos por Lula em plano de previdência privada são, sim, passíveis de bloqueio a confisco, segundo o especialista João Alexandre Abreu.

LOCAÇÃO CRESCE
O número de novos contratos de locação residencial na cidade de São Paulo cresceu 9% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período em 2016, aponta a administradora Lello.

A VOLTA DE AMAZONINO
Se fosse hoje a eleição para governador do Amazonas, marcada para 6 de agosto, Amazonino Mendes (PP) venceria em todos os cenários, com 30,17%, segundo pesquisa DMP/Rede Tiradentes registrada sob o número TRE-AM 05879. Em 2º, Eduardo Braga (PMDB) tem 23,49%.

'NEWSEUM' ERRA
No celebrado Newseum, de Washington, a imprensa brasileira é considerada "parcialmente livre", a exemplo de vários países africanos e asiáticos. O museu errou: no Brasil só não é livre quem não quer.

PENSANDO BEM...
...a diferença entre Lula e Gleisi Hoffmann é que ele já está condenado, enquanto senadora ainda será julgada por corrupção e lavagem.
Herculano
22/07/2017 08:26
QUANDO UMA MORTE EXPõE A SELVAGERIA DE UM PAÍS, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Alguém, no Facebook, chamou a atenção para os comentários a respeito da nota oficial do chanceler Aloysio Nunes Ferreira sobre a morte de Marco Aurélio Garcia, o assessor internacional dos presidentes Lula e Dilma.

Leio pouco os comentários não só no Facebook como no online desta Folha, porque a grande maioria é escrita com o fígado e não com o cérebro. E o fígado é um péssimo conselheiro. Não permite que se diga algo aproveitável.

Mesmo partindo dessa suposição, fiquei chocado com a quantidade de ódio vertida nesses comentários, tanto contra Marco Aurélio como contra Aloysio.

A nota do chanceler é digna. Reproduzo o essencial dela:

"Recebi, com pesar, a notícia da morte do professor Marco Aurélio Garcia. Eu o conheci na nossa mocidade, fomos companheiros de exílio. No magistério, assim como na política, ele agiu com firmeza e coerência na promoção de sua visão do Brasil e do mundo e por isso teve minha estima. Nossos caminhos divergiram. No entanto, mantivemos uma relação cordial e era sempre um prazer renovado, quando o encontrava, desfrutar de sua prosa culta e inteligente".

É uma demonstração acabada de civilidade. E a odienta reação a ela demonstra que a vida civilizada no Brasil está em vias de extinção. Não há mais adversários que divergem mas que, ainda assim, mantêm "uma relação cordial". Há apenas inimigos a abater.

Aliás, o diálogo nem precisa ser cordial. Basta que se aceite o fato de que, em política, o essencial é dialogar, em vez de pura e simplesmente desqualificar o contrário, vivo ou morto.

A selvageria que tomou conta do país faz com que a esquerda saque do coldre o rótulo "neoliberal" e com ele acha que desclassifica o outro lado. A direita, por sua vez, grita "esquerdista" e acha que o sujeito que merece esse rótulo está condenado à danação eterna.

Pode até ser divertido participar desse jogo cretino, mas há um problema: cuspir um rótulo não faz com que o rotulado desapareça da face da Terra. Nem permite que se construa um projeto qualquer de país que vá além de rótulos, platitudes, generalidades e bobagens.

Com isso, o Brasil vai ficando mais e mais primitivo, mais e mais selvagem.
Herculano
21/07/2017 19:19
PGR EXAMINA POSSIBILIDADE DE PEDIR PRISÃO DE RICARDO TEIXEIRA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Jamil Chade, correspondente em Genebra. A Procuradoria-Geral da República já não descarta a prisão do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e examina informações preliminares que poderiam resultar numa detenção. A decisão será tomada com base nas provas e documentos que o Ministério Público da Espanha enviará ao Brasil. Na semana que vem, uma reunião de procuradores espanhóis e brasileiros poderá determinar os detalhes da cooperação e, se as informações preliminares forem confirmadas, a tendência é de que ele possa ser detido preventivamente.

O ex-cartola brasileiro foi acusado na Espanha de ser o "principal estafador" [articulador] de um esquema de desvio de dinheiro de jogos da seleção brasileira. Outras quatro pessoas implicadas no mesmo esquema estão em prisão em Madri, sem direito à fiança. Um deles é Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona.

Num primeiro momento, porém, uma ordem internacional de prisão vai chegar ao Brasil. Mas, por enquanto, o alerta da Interpol não foi dado. Fontes próximas ao caso explicam que a demora tem ocorrido do lado espanhol.

Uma vez que a ordem de prisão seja dada, o Ministério Público Federal vai solicitar que o processo envolvendo Teixeira seja transferido da Espanha ao Brasil, para que ele possa ser julgado no País. Mas, dependendo do grau de detalhes e conteúdo da informação prestada, uma prisão preventiva no Brasil pode ser decretada, com vistas a evitar que o dirigente possa agir para destruir provas.

Numa apuração inicial, procuradores estimam que ele poderia responder por estelionato contra a CBF e apropriação indébita seguida de lavagem de dinheiro. Isso tudo sem contar ainda com crimes contra a ordem fiscal e evasão de divisas.

ACELERAR

Outra medida tomada pelo Brasil foi a de demonstrar "boa vontade" com outros pedidos que existia da Espanha para a investigação de outros casos envolvendo interesses de Madri no País. Assim, ao cumprir diligências solicitadas pelos espanhóis em outros casos, o Brasil espera mandar um sinal de que quer acelerar a ajuda no caso envolvendo a CBF.

No dia 26, o tema ainda voltará a ser tratado por procuradores dos dois lados do Atlântico. O encontro, que ocorre por videoconferência, já estava marcado há semanas e tratará de outros assuntos. Mas o Brasil quer aproveitar para também tocar na cooperação relacionada com Teixeira e examinar a forma de permitir que o tema tenha continuidade.

A ordem de prisão partiu da juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional em Madri. "Teixeira obteve, de forma indireta, mediante a um emaranhado societário que se nutria da renda do acordo da ISE para a Uptrend, grande parte dos 8,3 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões) que a ISE transferiu para a Uptrend pela suposta intermediação desta última", afirmou. A decisão da juíza é do dia 12 de junho.

Conforme o Estado revelou ainda em 2013, acordos secretos permitiram que a renda dos jogos da seleção fosse desviada para uma empresa em nome de Sandro Rosell, aliado de Teixeira e ex-presidente do Barcelona. No mês passado, Rosell foi preso e a Justiça espanhola apontou que parte do dinheiro que ia para sua empresa, a Uptrend, terminava com o próprio Teixeira.

Os investigadores concluem, portanto, que "parte dos fundos não foi para a CBF, senão que, de uma forma fraudulenta, foram ao próprio Teixeira". De acordo com a Audiência Nacional, os fatos apurados levam a crer que o brasileiro acabaria sendo o "destinatário do dinheiro, e não a Confederação (CBF)".

As autoridades espanholas ainda chegam à constatação de que o delito de Teixeira foi "a apropriação por parte do presidente da CBF dos fundos pagos para obter os direitos dos partidos jogados pela seleção brasileira". Desde a prisão de Rosell, a defesa de Ricardo Teixeira tem negado qualquer tipo de irregularidade.
Herculano
21/07/2017 19:17
A CULPA DO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS É EXCLUSIVAMENTE DOS DEPUTADOS E SENADORES, ALÉM DE UM GOVERNO FRACO, O DO PMDB, QUE SEMPRE FOI GIGOL?" DO PODER E AGORA É REFÉM DO CONGRESSO ONDE A FALTA DE ESCRÚPULOS É A PALAVRA QUALIFICADORA MAIS DOCE PARA A MAIORIA DE SEUS MEMBROS

OS DEPUTADOS E SENADORES, CHANTAGEANDO O GOVERNO FRACO, RECUSAM-SE A VOTAR E RETIRAR OS PRIVILÉGIOS DE CASTAS DE SERVIDORES PÚBLICOS QUE SE APOSENTAM CEDO, GANHAM APOSENTADORIAS INTEGRAIS (INCLUSIVE COM PRODUTIVIDADE DOS ATIVOS) QUE PODEM CHEGAR ATÉ R$100 MIL POR MÊS

HOJE, SEM A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, 63% DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS, COMÉRCIO E SERVIÇOS SE APOSENTAM Só AOS 66 ANOS DE IDADE E COM APENAS UM SALÁRIO MÍNIMO.

OU SEJA, A REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE ESTÁ EMPACADA NO CONGRESSO NÃO ATINGE ATINGE A MAIORIA DOS TRABALHADORES, OS QUE SÃO ROUBADOS PELOS SINDICATOS NO UM DIA COMPULSóRIO DE TRABALHO.

OS POLÍTICOS, ENTRETANTO, FINGEM QUE NÃO É BEM ASSIM OU NOS ENGANAM DESCARADAMENTE, POIS SABEM QUE A MAIORIA É ANALFABETA, IGNORANTE E DESINFORMADA. ELES CONFIAM NUM GRANDE ESQUEMA QUE VIGORA NO BRASIL HÁ ANOS E QUE TOMOU CONTA DE SANTA CATARINA

COM OS COMBUSTÍVEIS MAIS CARROS, MAIS UMA VEZ O POVO VAI PAGAR OS PRIVILÉGIOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS (NÃO TODOS, MAS QUE FAZ A MAIOR PARTE DO ROMBO DE R$185 BILHÕES POR ANO), QUE EM BREVE FICARÃO SEM NADA QUANDO APOSENTADOS COMO JÁ ACONTECE NO RIO DE JANEIRO, ONDE MUITOS ESTÃO PASSANDO FOME E SE HUMILHANDO NA VELHICE.

PERGUNTE AO SEU DEPUTADO E SENADOR CATARINENSE, SE ELE APARECER AQUI NESSAS FÉRIAS, POR QUE ELE PEDE VOTO O SEU VOTO, Só CONSEGUE SE ELEGER COM A MAIORIA DOS VOTOS DOS TRABALHADORES COMUNS, MAS, QUANDO ELEITO ATENDE UMA CASTA E UMA MINORIA DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS QUE TÊM DINHEIRO PARA FICAR PLANTADOS EM BRASÍLIA, ENFERNIZANDO OS DEPUTADOS E SENADORES, ENQUANTO QUE VOCÊ Só PODE FICAR AQUI, ASSISTINDO O NOTICIÁRIO NA TEVÊ E PAGANDO A CONTA DO BRASIL QUEBRADO, DOS POLÍTICOS NABABOS E DOS FUNCIONÁRIOS CHEIOS DE CAUSAS E PRIVILÉGIOS.

O AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS NÃO TIRA APENAS O DINHEIRO DO BOLSO DOS QUE POSSUEM CARROS, ELE AUMENTA O FRETE, O QUE É TRANSPORTADO PARA SER CONSUMIDO POR QUE NEM SABE DIRIGIR. VAI IMPACTAR NAS PASSAGENS DE ?"NIBUS TAMBÉM. VERGONHA
Herculano
21/07/2017 18:55
A DOCE HIPOCRISIA DA BBC: FEMINISMO IGUALITÁRIO Só VALE PARA OS OUTROS,por Rodrigo Constantino, no Instituto Liberal

O leitor lembra da Carta Capital? É aquela revista do Mino Carta, que tinha Lula como uma espécie de editor informal e que agora está quase falindo, sem as verbas estatais, a ponto de a senadora petista Gleisi Hoffmann parar seu importante trabalho de convocar militância para pedir uma vaquinha e salvar a empresa companheira.

Pois bem: a CC, como todo veículo de esquerda, sempre adotou bandeiras "progressistas", como as cotas raciais e o feminismo. Qual não foi minha surpresa, então, ao ver uma foto da equipe toda da revista reunida, e não ser capaz de encontrar um só negro, nem mesmo um mais escurinho ali? Nenhuma, claro. A hipocrisia é a marca registrada dessa gente, e nunca me surpreendo com ela.

Agora foi a vez da BBC londrina passar pelo mesmo sufoco. É o que dá alimentar monstrinho por tempo demais: ele um dia se volta contra você. O canal britânico é campeão de reportagens sobre as "desigualdades entre os sexos", uma baboseira que vem seduzindo não só as feministas xiitas como até pessoas normalmente sensatas. O gap de salário é martelado até entrar na cabeça dessas pessoas e não deixar espaço para mais nada, muito menos para lógica ou fatos.

Há um hiato nos ganhos médios entre homens e mulheres? Sim! Há algum tipo de machismo de uma terrível sociedade patriarcal por trás disso? Não! Economistas sérios, como Thomas Sowell e Walter Williams, já mostraram o absurdo dessa acusação. É não entender nada de economia - ou, no caso, de biologia, ignorando que a mulher ainda é quem fica grávida em nossa espécie (por pouco tempo, se depender das feministas).

Se a diferença entre salários fosse mesmo por puro preconceito machista, então faria todo sentido do mundo o ganancioso empresário só contratar mulheres. Ele economizaria uns 30% do custo e arrasaria com a concorrência machista. Será que a esquerda está pronta para afirmar agora que empresários capitalistas não são ambiciosos e nem desejam maximizar seus lucros?

Está claro que o buraco é mais embaixo, que passa por produtividade distinta, por privilégios estatais, pelo tipo de emprego que normalmente homens e mulheres escolhem etc. Uma mulher e um homem, no mesmo trabalho, com a mesma produtividade, ganham o mesmo salário. Mas pedir para feministas ajustarem os dados da análise a esses fatores é pedir demais. A conclusão antecede a "análise", e a lógica desaparece do cenário.

Voltando à BBC, eis uma das chamadas sensacionalistas que fez: "Você provavelmente não estará viva para ver igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho". No caso brasileiro, o alarde da manchete foi ainda maior: "Brasil levará 95 anos para alcançar igualdade de gênero, diz Fórum Econômico Mundial". Que horror!

Mas acontece que uma nova lei obriga empresas a expor diferença entre salários de homens e mulheres no Reino Unido, uma "conquista" que contou, sem dúvida, com a ajuda da BBC em sua campanha "igualitária". E sabe o que aconteceu, caro leitor? A BBC ficou nua, exposta em praça pública, como aquela que pratica gritantes diferenças salariais entre os sexos!

Foi alvo imediato de ataques, escárnio e reportagens, como essa do The Telegraph, que mostra como dois terços dos que recebem maiores salários na empresa são homens. Dos 96 que ganham 150 mil libras ou mais por ano, 62 são homens, 34 mulheres. Seria a BBC machista? Ou estaria simplesmente adotando a meritocracia e pagando de acordo com a produtividade?

A BBC logo se viu no papel que gosta de colocar os outros: na defensiva. Primeiro, assumiu o hiato, e disse: "não é onde gostaríamos de estar". Depois, escreveu uma justificativa que nega a coisa de ser exatamente como ela aparenta, e logo no começo elenca o ponto principal: a diferença dos salários não é fruto da discriminação. O segundo ponto é que o trabalho "part-time" explica boa parte do gap. Não diga? Então quer dizer que mulheres escolhem empregos mais flexíveis, talvez para se dedicar mais aos filhos?

Eis o ódio verdadeiro das feministas: a maternidade, essa dádiva de Deus ou da natureza. Sua revolta é contra a biologia, a emoção normalmente inata das mulheres no ato de gerar outra vida de seu ventre e seus instintos maternos para cuidar bem da prole depois. Aqui em frente à minha casa tem uma patinha que circula há semanas com seus seis filhotinhos a seguindo. Dou comida a eles, e quando me aproximo mais de um, a patinha vem rapidamente em sua defesa contra o potencial inimigo. A patinha entende o fenômeno, as feministas, não.

Elas gostariam que as mulheres não tivessem esse instinto materno, que de preferência nem engravidassem, deixando o ovo humano em gestação numa capsula como em Admirável Mundo Novo. O conceito "mãe" seria diluído, até se tornar alvo de ojeriza. E os filhos seriam criados pelo estado de bem-estar social, por babás do governo, em creches públicas. Eis a perfeição feminista, e todos teriam salários iguais, porque homens e mulheres não são complementares, e sim inimigos mortais.

Em Esquerda Caviar falei bastante do feminismo, dessa suposta diferença de salários como resultado do machismo, e usei um exemplo gritante de hipocrisia que nunca foi explorado pela mídia, muito menos pelas feministas:

Obama posa, como todo grande esquerdista caviar, como protetor das minorias, incluindo a maioria feminina. Sua retórica é toda voltada para o combate ao machismo, que supostamente reduz o salário das mulheres (falso, como já vimos). Curiosamente, quando Obama era senador, as suas funcionárias recebiam um salário médio de quase US$ 45 mil por ano, contra mais de US$ 57 mil da média masculina.

Para acrescentar insulto à injúria, o concorrente das primeiras eleições presidenciais de Obama, John McCain, pagava não só 24% de salário médio feminino a mais que Obama, como suas funcionárias recebiam mais que os homens da equipe. McCain, o Republicano, fechara o gap e invertera a equação, tudo sem a necessidade de leis estatais como as defendidas por Obama.

Pergunte se a grande imprensa explorou esse abismo entre discurso e prática nas eleições. Claro que não! E Obama colheria os frutos de seu sensacionalismo em prol das "minorias", recebendo uma quantidade desproporcional de votos dessas categorias de eleitores. O populismo vende bem.

Sabem o motivo de tanta hipocrisia passar despercebida? Eu explico. O feminismo não tem nada a ver com a mulher, com seus direitos, ou com seu "empoderamento". Tem tudo a ver com o esquerdismo, isso sim. E é por isso que a BBC pode empurrar sua pauta feminista de igualdade numa boa, que será poupada pela turma agora, que veio a público sua hipocrisia. No olho dos outros pimenta é refresco, não é mesmo?

Mas tudo bem. Vou desistir do liberalismo e abraçar o igualitarismo também. Quero salários iguais ao de Oprah Winfrey! Não é justo eu ganhar menos só porque sou homem e branco?
Herculano
21/07/2017 18:32
O DILEMA DO COORDENADOR DA LAVA JATO

Conteúdo de O Antagonista. O delegado Igor Romário vive um dilema. Por seu sucesso na coordenação da Lava Jato em Curitiba, ganhou musculatura para ser promovido a superintendente na Região Nordeste.

Promovê-lo significaria decapitar de vez o que sobrou da investigação no Paraná, após o fim do grupo de trabalho.

Merval Pereira analisou a aposentadoria de Lula:

"Quando bloquearam R$ 600 mil da conta corrente do ex-presidente Lula ?" é espantoso alguém ter essa quantia em conta corrente ?" o PT soltou uma nota dizendo que ele ia passar fome. Um dia depois, aparecem R$ 9 milhões em planos de previdência privada. Lula tinha toda condição de ser milionário, diante do preço que cobrava pelas palestras que diz ter feito a partir de 2010, mas precisa comprovar que elas existiram e que não eram alguma contrapartida a empreiteiras. A explicação fica complicada porque um dos diretores da Odebrecht afirmou ter sido preparado um esquema, com as palestras, para que o ex-presidente tivesse uma boa aposentadoria".

O juiz Sergio Moro bloqueou 9,6 milhões de reais de Lula.

Só do departamento de propinas da Odebrecht, porém, ele embolsou 25 milhões de reais, quase sempre entregues em espécie por Branislav Kontic, o homem da mala de Antonio Palocci, segundo os delatores da empreiteira.
Além disso, ele faturava metade da propina monumental da Sete Brasil, de acordo com o relato de Renato Duque.
Esse tesouro, por enquanto, ainda não apareceu.

Ronaldo Caiado, sobre os 9 milhões de reais bloqueados referentes aos planos de aposentadoria de Lula:

"Me lembro bem que quando disputei a Presidência em 1989 e o confrontei em um debate. Lula me rotulou de latifundiário e candidato dos ricos. Hoje ele tem um patrimônio milionário que nem consegue explicar de onde veio. Não teve escrúpulo algum para corromper e assaltar o país."

E mais:

"Se ele tem esse dom de transformar o salário de presidente em milhões, precisa ensinar essa mágica para os pobres que diz tanto defender. É mais um fato para consolidar o que o juiz Sérgio Moro falou: Lula é o político mais corrupto da história do Brasil."
Herculano
21/07/2017 18:28
PEÇO DESCULPAS A JOESLEY BATISTA, EX-PULHA QUE, AGORA É HERóI. Só JANOT MELHOR DO QUE ELE, por Reinaldo Azevedo

Joesley Batista agora diz que vai processar jornalistas.

Joesley Bastista, parece, vai levar à barra dos tribunais os que o chamaram de bandido, criminoso, salafrário e sinônimos que não são de salão.

O fundamento dos seus advogados é o seguinte: depois da delação, dado que ele não foi acusado de crime nenhum pelo Ministério Público Federal, então, a rigor, ora vejam, criminoso não é.

Entendo. Eu me considero, como posso dizer?, um formalista em direito. Por exemplo: acho, sim, que a OAS tinha reservado aquele tríplex para Lula. Era expressão da intimidade entre o ex-presidente e as empreiteiras. O homem facilitava negócios para seus amigos, e eles eram generosos. Querem saber? Há até a possibilidade de que o petista realmente não achasse ser aquele um ato corrupto. Mas, se é como digo, claro que era.

Qual foi o erro do MPF? Vincular o imóvel a três contratos em particular. E Sérgio Moro aceitou a denúncia. Qual foi o erro do juiz em sua sentença? Condenar Lula sem que os procuradores tenham apresentado provas daquele vínculo. Ou por outra: um magistrado condena ou absolve com base nas provas apresentadas em face da denúncia oferecida. Fora disso, acho que se abre o caminho para o arbítrio. Logo, sou um formalista. E acho que, sem forma, não existe direito. Adiante.

Assim, quero dizer que entendo a iniciativa de Joesley.

Não sei se estou na lista. Se estiver, talvez seja o caso de retirar. Eu vou me desculpar com ele. Quero corrigir o mal que eventualmente lhe tenha feito. E, mesmo sem um acordo formal, cumpro a minha parte, corrigindo-me de eventuais escorregões.

Se a unção de Rodrigo Janot, ao aceitar a delação, faz de Joesley um homem puro como as flores, é preciso que eu ajuste o verbo. Segundo esse parâmetro, posso, então, escrever que:

- até seu acordo com Rodrigo Janot, homologado por Edson Fachin, Joesley foi um dos maiores criminosos do Brasil; em ocorrências, o maior;

- até seu acordo com Rodrigo Janot, homologado por Edson Fachin, Joesley foi um dos maiores salafrários do Brasil; ele confessou, por exemplo, a compra de quase dois mil políticos;

- até seu acordo com Rodrigo Janot, homologado por Edson Fachin, Joesley foi um dos maiores sacripantas do Brasil; enquanto a propaganda do produto de uma de suas empresas falava em "confiança", ele se dedicava a negociatas.

Então me parece que a gente pode chamar Joesley de ex-criminoso, ex-bandido, ex-salafrário, certo?

Ocorre-me, a propósito, que, depois de ter ganhado aquele boi (ops!) de Janot - a imunidade total -, Joesley, o ex-pulha, pode reivindicar também o direito ao esquecimento. Quem sabe algum juiz criativo mande tirar da Internet todas as referências negativas, que liguem o empresário a seu passado de crimes.

Pois é?

Imaginem um jornalista condenado porque chamou Joesley, que confessou 245 ações criminosas, de "bandido". O coitado, duro por natureza, não poderá nem fazer delação premiada. Afinal, seu crime foi só este. Nada mais tem a revelar. Fosse um bandidaço, do tipo que comanda organização criminosa, teria o que negociar com Rodrigo Janot e seus plantonistas da moral.

Reitero meu pedido de desculpas, caso tenha cometido a falha, claro!, ao ex-pulha, ao ex-ordinário, ao ex-corruptor ativo.

Devem ser mentirosos os boatos que dizem que ele também vai reivindicar um lugar na galeria dos heróis nacionais. Afinal, convenham, não fosse aquele que já chamei de "açougueiro das instituições", não teríamos chegado a esse momento fabuloso do combate à impunidade no Brasil, não é mesmo?

Chegou a hora, minha gente, de fazer um grande mea-culpa.

Nunca houve no Brasil um herói como Joesley Batista.

Ele só perde mesmo para Rodrigo Janot.
Roberto Basei
21/07/2017 16:05
Quando o Presidente eleito pelo PT diz "CARÍSSIMOS DEPUTADOS" é isso mesmo que ele quer dizer.

Veja só o lucro de Marta Suplici, trocou o PT pelo PMDB, deu certo, o fisiologismo.

Quando o Deputado diz, estou na duvida é porque não foi comprado ainda.

Se fazer um link, com a nossa maravilhosa Gaspar, veremos algumas, (parcas) mas veremos semelhanças.
Herculano
21/07/2017 12:57
Os dois comentários abaixo, em que me chamam de Sabidão, é de assessor, prestando contas a um chefe incompetente, inconformado.Conselho: é preciso trabalhar, honrar o voto e a eleição.


Os comentários não é apenas uma reclamação. É o retrata da Gaspar antiga. É o retrato da Gaspar antiga que persiste entre os novos, entre os jovens.

É também a Gaspar do atraso, que "compra" comunicadores, jornalistas e radialistas com intimidação, constrangimento ou pior, por afinidade, amizade, vizinhança, cafezinho, pinga, cervejinha, papo furado na padaria, um cartão de pizza, filé, galeto ou cartão de roda da fortuna, ou como afirma, por boleto.

A única coisa que o assessor e seu político não podem afirmar é de que pagaram o boleto e não tiveram o serviço comprado entregue na medida do preço pago. Acorda, Gaspar!
Herculano Sabidão
21/07/2017 12:30
Opa, abrir a página e ter uma coluna inteira falando dos perfumados e plumados, quer dizer que o boleto foi atualizado e pago. Na última foi a galera do poder que pagou, mas pouco visto que não teve uma atenção tão grande. Os pássaros pagaram tão bem que hoje tem elite em destaque. Vamos à campanha disfarçada. Acorda Gaspar!! Puro marketing. Notem são 13 vereadores, mas a coluna sempre privilegia 3, apenas 3.
Sidnei Luis Reinert
21/07/2017 12:13
Investidor Lula calcula até índice de corrupção


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Uma dúvida crudelíssima: Luiz Inácio Lula da Silva ficou mais triste com a morte repentina do amigo Marco Aurélio Garcia ou mais deprimido com o bloqueio judicial de seus bens (incluindo salários, imóveis e aplicações financeiras milionárias)? A petelândia enlutada acha melhor acreditar mais no sentimentalismo que no materialismo (nada Histórico) do companheiro $talinácio. No entanto, é compreensível a tristeza de quem fica com R$ 606 mil transferidos para uma conta judicial, junto com o bloqueio de R$ 9 milhões em planos de Previdência do previdente ex-Presidente (ou Presimente).

Lula já sabe que terá de depor, novamente, ao titular da 13ª Vara Federal Criminal em Curitiba. A diferença é que o evento judicial marcado para o dia 13 de setembro (uma quarta-feira) será por videoconferência. O juiz Sérgio Moro não quer jogar dinheiro público no lixo, com segurança necessária a um depoimento presencial. Lula deve explicações sobre ter recebido R$ 12 milhões da Odebrecht para comprar um prédio maior para o Instituto Lula (cuja compra não se efetivou) e a aquisição de uma cobertura vizinha ao apartamento no prédio onde mora, em São Bernardo do Campo (SP). Lula deverá negar tudo, como sempre faz...

Lula agora merece o título de Rentista Emérito ou Investidor Profissional. Afinal, mostrou ontem que sabe até calcular o percentual de corrupção praticado por seu PT ?" sigla também conhecida como "Perda Total". Em entrevista ao jornalista José Trajano, Lula comprovou ser o homem que calculava: "O PT errou porque tinha nascido para mudar o jeito de fazer política neste país, ao aceitar o jogo de fazer campanha nos moldes que os outros partidos faziam, mas não cometeu 10% dos erros que falam. Não tem ninguém mais honesto que o PT aqui".

Ontem à noite, em protesto esvaziado em frente ao Museu de Arte na Avenida Paulista, batizado pela CUT como "Eleição sem Lula é Fraude", o decaído líder Lula investiu no mantra de desafiar o juiz Sérgio Moro e os integrantes da Força Tarefa da Lava Jato: "Como não conseguem me derrotar na política, querem me derrotar com processo. Nenhum deles é mais honesto do que eu neste país. Se o Ministério Público e o juiz Moro tiverem um prova de que eu desviei cinco centavos, apresentem e me desmoralizem e me prendam. Eu não sei se vou estar vivo para ser candidato, mas eles querem impedir que eu seja indicado pelos partidos de esquerda para ser candidato".

O papo furado de Lula é compreensível. O que não dá para entender é como e por que, em tempos de transparência judicial forçada pela Lava Jato, ainda se consegue manter o vergonhoso segredo de justiça em torno daquele escândalo envolvendo a super amiga de Lula, Rosemary Noronha, ex-Secretária da Presidência da República em São Paulo. Este sim, o Caso Rose, é um assunto capaz de matar Lula do coração...
Aurélio Marcos de Souza
21/07/2017 11:15
Herculano e leitores, Bom Dia.

Em relação ao sua postagem, face ao ocorrido no ano de 2010, tenho para mim, que na falta do que mostrar ou fazer, é mais fácil constranger e humilhar quem os expõe.

Cheguei a conclusão que todo politico sem mandato é um ser democrático, já o com mandato é apenas um ditador.

Então politico bom, é o politico sem mandato, nada mais nada menos.
Herculano
21/07/2017 08:30
NONSENSE, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

Temer aumenta impostos, PT e Gleisi Hoffmann apoiam regime Maduro. Incrível!

Nós, os leigos, que não presidimos o País, não presidimos nenhum partido e nem sequer temos mandato parlamentar, não estamos entendendo nada. Michel Temer aumenta impostos enquanto abre os cofres para a base aliada? E Gleisi Hoffmann faz juras de amor ao regime Maduro, que está matando pessoas e destruindo a Venezuela?

Aumentar impostos é coisa para governos fortes, com apoio popular e votos garantidos no Congresso Nacional. Não é exatamente o caso de Temer, que amarga em torno de 7% de popularidade, índice ainda pior do que o de Collor e o de Dilma Rousseff às vésperas do impeachment.

Além disso, Temer está a dias da votação da denúncia da PGR no plenário da Câmara e enfrenta sérios problemas no Congresso, onde ele tem uma base aliada imensa, mas nem sempre fiel. Os partidos dizem uma coisa, os seus deputados e senadores podem fazer outra. Vide o ex-presidente do Senado e ex-líder do PMDB Renan Calheiros. O PMDB é o partido de Temer, mas o peemedebista Renan é cada vez mais ostensivamente contra Temer.

Anunciado o pacote de aumento do PIS/Confins sobre a gasolina e mais um corte de R$ 5,9 bilhões em gastos, Temer embarcou para a Argentina, onde o Brasil vai assumir a presidência do Mercosul e ajudar a transformar o encontro num foro contra Nicolás Maduro e a favor dos venezuelanos.

Enquanto isso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acaba de participar de um outro Foro, o de São Paulo, na Nicarágua, onde se reuniram 118 partidos de 26 países das Américas. Acreditem ou não, ela fez exatamente o oposto do que se pretende no Brasil e no Mercosul: levou o apoio petista ao regime injusto e sangrento de Maduro.

Com boa vontade, dá até para entender que Gleisi tenha defendido o ex-presidente Lula, que é o grande pastor de almas do PT, acaba de ser condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e ainda é réu de mais quatro processos. Vá lá, até porque Gleisi só virou presidente do PT por obra e graça de Lula.

Mas defender Maduro?! Em nome do PT, Gleisi manifestou "apoio e solidariedade a ele frente à violenta ofensiva da direita". E defendeu "a consolidação cada vez maior da revolução bolivariana". Quase macabro.

Maduro não só aprofundou o caos na Venezuela, destruiu a economia, acabou com os produtos e jogou a população na rua da amargura (e nas fronteiras brasileiras) como, por fim, está matando manifestantes que resistem à ditadura e ao colapso do país. São dezenas de mortos. Ficar com Maduro é ficar contra o povo venezuelano.

O risco de Temer é o azedume contra o Planalto piorar ainda mais. Aumento de imposto é um prato feito para a oposição, irrita a população e os setores produtivos. Ainda mais se o governo abre as burras para garantir votos da Câmara contra a denúncia do procurador Rodrigo Janot e empurra a conta da crise fiscal para a maioria da sociedade.

E o risco de Gleisi é não ganhar nada e perder muito. O PT e Lula já tinham mesmo o apoio incondicional da esquerda do continente, mas podem perder ainda mais votos e simpatia dos brasileiros que simplesmente não suportam os absurdos cometidos na Venezuela em nome de uma ideologia.

Mas, enfim, Temer, Meirelles, Gleisi e o PT são vacinados, maiores de idade e sabem muito bem o que fazem. Ou deveriam saber.

Marco Aurélio. Por falar em Venezuela, o professor Marco Aurélio Garcia, morto ontem, aos 76 anos, foi um dos ideólogos da guinada em direção aos "bolivarianos" no governo Lula, mas sumiu no de Dilma, por absoluta inexistência de política externa. Era um homem culto e, justiça seja feita, passou incólume pelas lambanças da Lava Jato.
Herculano
21/07/2017 08:07
O POVO BRASILEIRO ESTÁ PAGANDO, MAIS UMA VEZ, COM O AUMENTO DOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS PARA ACOMODAR MAIS IMPOSTOS, OS AUMENTOS REAIS DADOS RECENTEMENTE AOS SERVIDORES PÚBLICOS PELO GOVERNO DE MICHEL TEMER, PMDB, A MAIOR PARTE DELE ACERTADOS POR DILMA VANA ROUSSEFF, PT.

OU SEJA, ENQUANTO OS TRABALHADORES QUE PAGAM ESSES PESADOS IMPOSTOS, INCLUINDO O IMPOSTO SINDICAL COM A AJUDA DOS POLÍTICOS DE TODOS OS PARTIDOS, PERDEM O EMPREGO OU TÊM OS SEUS SALÁRIOS ACHATADOS, OS SERVIDORES NADAM EM BENEFÍCIOS QUE IMPÕEM SACRIFÍCIOS AO POVO. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
21/07/2017 07:47
INFLAÇÃO, JUROS E SUSPENSE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Muito mais incomum que a neve, a deflação tem sido mostrada de forma inequívoca no varejo e até em serviços

Boa notícia principalmente para as famílias, o bom comportamento dos preços continua sustentando as apostas em juros menores neste ano e no próximo, apesar da incerteza gerada pela crise política. Muito mais incomum que a neve, a deflação tem sido mostrada de forma inequívoca no varejo e até em serviços. Em junho, o principal indicador oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,23% em relação ao nível do mês anterior. A tendência foi confirmada com a divulgação do IPCA-15, uma prévia do resultado mensal. O número de julho foi 0,18% menor que o de junho, graças, principalmente, à redução de 0,55% dos custos de alimentação e bebidas e de 0,64% nos de transportes. Os dois grupos têm um peso de 43% no orçamento familiar tomado como referência. Os novos dados confirmam a inflação bem abaixo da meta anual de 4,5%. Em junho, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 3%. Em julho, o IPCA-15 atingiu 2,78%. O último número menor que esse ocorreu em março de 1999, quando a alta de preços acumulada em 12 meses ficou em 2,64%.

Inflação abaixo de 4,5% e mesmo de 4% já está no radar dos analistas do mercado há um bom tempo. Segundo a última pesquisa Focus, conduzida semanalmente pelo Banco Central (BC) com cerca de 100 instituições financeiras e consultorias, a mediana das projeções passou a apontar uma alta do IPCA de 3,29% neste ano. Essas estimativas estão em queda, desta vez, há sete semanas. Há um mês o número indicado foi 3,64%.

Na mesma pesquisa, os técnicos do mercado projetaram taxas de 4,20% para o próximo ano e 4,25% para o seguinte. O número calculado para 2018 está um pouco abaixo do alvo de 4,5%. O apontado para 2019 coincide exatamente com a nova meta fixada pelo governo.

Não há razão, segundo os analistas do mercado, para esperar um repique significativo dos preços nesse período. Mesmo com alguma aceleração, o crescimento econômico permanecerá muito lento dentro do horizonte de análise: 0,34% neste ano, 2% no próximo e 2,5% em 2019 ?" e algumas instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), projetam números menores. Há espaço, portanto, na avaliação do mercado, para uma queda mais veloz da taxa básica de juros, atualmente de 10,25%. Pelas novas estimativas, a Selic estará em 8% em dezembro de 2017 e também no fim de 2018 e em 8,13% no encerramento de 2019. Uma semana antes a projeção para este ano ainda estava em 8,25%.

Mas há previsões mais audaciosas, sustentadas por alguns dos especialistas com melhor desempenho nesse campo. Em uma semana os integrantes do chamado Top 5, autores das projeções mais acuradas, baixaram de 8% para 7,75% a taxa básica estimada para o fim deste ano. Não há risco, insistem alguns dos apostadores em taxas abaixo de 8%, porque as perspectivas econômicas indicam pressões inflacionárias contidas ainda por um longo tempo. Se a crise política prejudicar a lenta recuperação iniciada nos primeiros meses deste ano, a persistência da baixa atividade e do consumo retraído tornará ainda mais improvável uma aceleração da alta de preços.

Essa argumentação é respeitável, mas também se pode apontar outro cenário. Se a crise política se prolongar e prejudicar seriamente a pauta de ajustes e de reformas, investimentos serão suspensos, capitais externos poderão evaporar-se e uma depreciação cambial exacerbada poderá pressionar perigosamente os preços. A incerteza, além disso, poderá afetar as condições de oferta e de comercialização de bens, favorecendo o desajuste de preços. Não há nada absurdo nesta hipótese.

Por enquanto, parece haver de fato condições para novos cortes de juros, na faixa de 0,75 a 1 ponto de porcentagem. Mas a avaliação de riscos é complexa, até porque o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se permite manter suspense quanto à possibilidade de novas denúncias contra o presidente da República. Não haverá surpresa se os dirigentes do BC incluírem o fator Janot na avaliação de riscos, quando se reunirem, nos dias 25 e 26, para a nova decisão sobre a política de juros
Herculano
21/07/2017 07:42
NOVO BLOQUEIO DA JUSTIÇA ATINGE R$ 9 MILHÕES EM APOSENTADORIA DE LULA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto Estelita Hass Carazzai, de Curitiba. Um novo bloqueio da Justiça nesta quinta-feira (20) sequestrou R$ 9 milhões em planos de aposentadoria privada do ex-presidente Lula, após determinação do juiz Sergio Moro.

A decisão atende a uma solicitação do Ministério Público Federal, que pediu o sequestro dos bens do ex-presidente para a recuperação do produto do crime de corrupção no caso do tríplex do Guarujá (SP), pelo qual o petista foi condenado na semana passada.

Até quarta-feira (19), R$ 606 mil em contas bancárias de Lula, além de quatro imóveis e dois carros, haviam sido bloqueados pela Justiça.

Nesta quinta, a BrasilPrev informou que bloqueou o saldo de duas aplicações em previdência privada. Uma delas está em nome da empresa de palestras de Lula, a LILS, com saldo de R$ 7,19 milhões; outra, individual, tem saldo de R$ 1,8 milhão.

O saldo total das aplicações é de R$ 9,039 milhões ?"próximo ao bloqueio total em ativos financeiros ordenado por Moro, de R$ 10 milhões.

Caso o valor total da constrição seja ultrapassado, a defesa de Lula pode pedir o desbloqueio de parte dos ativos, a ser autorizado pelo juiz.

TRÂMITE

A decisão não significa a perda imediata dos bens e valores em nome do ex-presidente.

Os carros e imóveis só serão leiloados quando a sentença transitar em julgado, caso confirmada a condenação, e o dinheiro, transferido à União e à vítima ?"nesse caso, a Petrobras.

Já os valores em contas bancárias e aplicações financeiras foram bloqueados e serão transferidos a uma conta judicial quando assim determinado, para depois serem repassados à estatal, também apenas em caso de condenação definitiva.

Se o ex-presidente for absolvido nas próximas instâncias, os bens serão liberados e os valores, devolvidos a ele.

OUTRO LADO

Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, entraram com um mandado de segurança no TRF (Tribunal Regional Federal) nesta quinta (20) questionando o bloqueio.

Eles afirmam na petição que o pedido é ilegítimo, que os bens bloqueados têm origem lícita e que a Petrobras não se enquadra nas hipóteses legais para receber os valores da indenização.

A medida, na opinião dos defensores, foi uma "arbitrariedade" e baseada em "mera cogitação", prejudicando a subsistência de Lula e de sua família.

De acordo com a defesa, o bloqueio só seria justificável se houvesse venda ou transferência recente de bens pelo ex-presidente, caracterizando a dilapidação do patrimônio ?"o que, segundo eles, não ocorreu. Eles pedem a anulação da decisão.

O PT também se manifestou a favor de Lula e acusou Moro de impor "uma pena de asfixia econômica" e uma "retaliação" ao ex-presidente.

"O patrimônio e os bens de Lula são aqueles atingidos pelo bloqueio, compatíveis com o de uma pessoa de 71 anos que trabalha honestamente desde criança", informou a nota oficial do partido, nesta quarta (19).

A defesa do petista ainda reclama que não teve acesso ao pedido, feito ainda em outubro do ano passado e mantido em sigilo até agora.
Herculano
21/07/2017 07:35
PLANALTO EMPREGA 11 VEZES MAIS QUE A CASA BRANCA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Presidência da República tem mais de 3,8 mil assessores, sem contar órgãos vinculados, segundo o Siape, o sistema oficial de gestão dos recursos humanos. Residência e local de trabalho do presidente americano, a Casa Branca dispõe de um contingente de pessoal onze vezes menor: são apenas 377 pessoas para ajudar Donald Trump a administrar o maior orçamento do planeta, de US$4,4 trilhões (R$13,9 trilhões). O orçamento do Brasil é quatro vezes menor: R$3,5 trilhões.

LÁ E CÁ
Trump tem 83 assessores a menos que os 460 de Barack Obama. Só essa redução faz a Casa Branca economizar US$5,1 milhões ao ano.

MENOS É (MUITO) MAIS
O presidente dos EUA mora e trabalha no mesmo local. No Brasil, tem dois palácios, Planalto e Alvorada, além da espaçosa Granja do Torto.

FAZ DE TUDO
Não estão incluídos, entre os 3,8 mil servidores do Planalto, aqueles de órgãos como Vice-Presidência, secretarias, Abin, agências, AGU etc.

NÚMEROS NO CONGRESSO
Os EUA, com 120 milhões de habitantes a mais que o Brasil, têm 78 deputados federais a menos. E 19 senadores a mais que os nossos 81.

LAVA JATO INVESTIGA ORIGEM DA FORTUNA DE LULA
A descoberta de R$9,6 milhões em contas correntes e investimentos do ex-presidente Lula deixou intrigada a força-tarefa da Lava Jato, que investiga o mistério de como o ex-metalúrgico, condenado por corrupção, acumulou tanto dinheiro. Ao ver bloqueados pela Justiça recursos e bens, Lula se queixou de que a "subsistência" de sua família estaria prejudicada. Pelo visto, para ele, dinheiro nunca foi problema.

CONTA OUTRA, MALANDRO
Interrogado na polícia, Lula disse cobrar US$200 mil por "palestra", mas ninguém acreditou. Tampouco ele apresentou comprovantes.

LULA NÃO É CLINTON
Desde 2015 Lula não faz palestras, para as quais disse cobrar o dobro de Bill Clinton. O ex-presidente dos EUA continua a fazê-las.

CHEQUE EM BRANCO
Emílio Odebrecht revelou que pagava "honorários" a Lula, além de jatinhos, hotéis de luxo etc, para criar "imagem adicional" na África.

RENÚNCIA E ROMBO FISCAL
Distribuidores de etanol paulistas não recolhiam PIS/Cofins. Agora vão pagar uma merreca, 0,2%. Mas o governo não mexe na mina de ouro deles: a importação de etanol podre (altamente poluente) dos Estados Unidos com 0% de imposto de importação. Isto sim, um senhor rombo.

O TAMANHO DA FARRA
O Senado e Câmara pagam a um total de 15.213 ocupantes de cargos comissionados, incluindo os aspones dos escritórios estaduais dos parlamentares. O Supremo Tribunal só tem 29 cargos em comissão.

BRASÍLIA 1%
O Paraná Pesquisa perguntou o que pensa de Brasília quem não mora na cidade: para 68%, "tem mais ladrão que outras cidades". A bancada de Brasília no Congresso, em média de boa qualidade, tem só 11 dos 594 deputados e senadores (1% do total). São Paulo tem 73. O Rio, 49.

FOCO NAS REFORMAS
As reformas política e tributária devem dominar os debates no Congresso, no segundo semestre, até porque perdeu força a tão necessária reforma da Previdência.

FRAUDANDO ATÉ ENQUETE
Enquete no site do PSDB indagou sobre a condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro. Para mais de 23,7 mil (95% do total), foi "decisão política". A suspeita é que o resultado foi fabricado por hackers petistas

MUDOU A LóGICA
A lógica da votação da denúncia contra Michel Temer mudou, após a rejeição do relatório que pedia a continuação da ação: a oposição precisa de 342 votos para sepultar o novo texto, relatado pelo PSDB.

ECONOMIA PORCA
Os aviões da Avianca têm os assentos mais confortáveis do mercado, inclusive no espaço entre as fileiras, mas economiza na manutenção: passageiros se queixam de poltronas avariadas, que não reclinam.

REFORMA TRIBUTÁRIA
A principal mudança a ser proposta pelo governo a cerca da reforma tributária é a expansão do Simples, o imposto simplificado. A ideia é aumentar o número de categorias empresariais beneficiadas.

PENSANDO BEM...
...deve ser comum entre ex-metalúrgicos, como Lula, juntar pé-de-meia de R$9 milhões...
Herculano
21/07/2017 07:30
SENTENÇA MEIO DESTRAMBELHADA DE MORO IMPõE AO TRF-4 A ESCOLHA ENTRE O DESASTRE E O DESASTRE

Lembram-se daquela caricatura grotesca de jornalismo que tinha como mantra "Lula vai ser preso amanhã"? Pois é... Você está preparado, leitor, para o juiz Sergio Moro ser o caminho mais curto entre o presidiário que não houve e o Presidente da República a haver? Se acontecer, terão concorrido para tanto a incompetência do Ministério Público, a tacanhice missionária de seus próceres e um certo sentido de autossuficiência divina do juiz.

Pior: em breve, o Tribunal Regional Federal da Quarta Região se verá na posição do Asno de Buridan, de que já falei aqui, entre a água e a alfafa. Se bebe, morre de fome; se come, de sede. Explico. Aos três desembargadores, caberá uma decisão insólita. Ou confirmam a condenação do petista e, assim, coonestam uma decisão que o próprio Moro diz não estar de acordo com a denúncia, ou o absolvem, embora tudo indique que o tal tríplex seja um subproduto mixo do desassombro com que o lulopetismo misturou o público e o privado.

Relembro a questão para quem não está ligando o paradoxo à coisa. Moro aceitou, em setembro do ano passado, a denúncia contra Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. Segundo o Ministério Público, o imóvel era pagamento de propina decorrente de três contratos que consórcios integrados pela OAS mantinham com a Petrobras. Assim, restaria aos procuradores a tarefa de apresentar as provas de que eram os tais contratos a origem daquele bem.

A condenação veio. Mas as coisas se complicaram. Se o MPF não apresentou as provas de que o imóvel pertence a Lula, e não as apresentou!, tampouco conseguiu evidenciar a relação entre aquelas obras em particular e o dito-cujo. Nota à margem: na esmagadora maioria das acusações de corrupção passiva feitas pelo sr. Rodrigo Janot, não aparece a contrapartida oferecida pelo político; o caixa dois vira sinônimo de propina, o que é cantilena para excitar a indignação de incautos. Volto a Lula.

O juiz deixou de lado a denúncia que ele próprio aceitara e condenou o petista pelo conjunto da obra. Levou em conta, por exemplo, o depoimento de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, segundo quem havia uma "conta corrente" da propina, da qual se deduziu o valor do tríplex. Alguma evidência de que tal coisa tenha existido? Além da delação, nada!

Mais: o juiz aceitou como prova de culpa o fato de Lula ter sido o responsável pela nomeação dos diretores mafiosos que tomaram conta da Petrobras. Fato. Ocorre que, se aí houve dolo, isso é matéria de outro processo: a questão está sendo apurada no inquérito-mãe, que corre no STF. Moro, em suma, criou a versão dissertativa do PowerPoint de Deltan Dallagnol e sequestrou uma decisão que cabe ao Supremo.

Indagado, nos embargos de declaração, a respeito da ausência de nexo, na sentença, entre o apartamento e os contratos, o juiz respondeu de forma surpreendente e insólita: "Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente". E a acusação feita pelo MPF? Se um juiz acha que um réu deve ser condenado por algo distinto do que está na denúncia que ele próprio aceitou, é forçoso que isso seja feito em outro processo.

Sei que o que vou escrever a seguir não é de fácil compreensão, mas eu sempre aposto alto no leitor. Para a, vou chamar assim, "civilização brasileira", é irrelevante saber se Lula vai ou não ser punido. O que constrói um país, para o bem ou para o mal, são os métodos, os meios, com que se vai fazer uma coisa ou outra.

A volta do petista ao poder seria um desastre para o país. Hoje, um de seus cabos eleitorais involuntários, dadas a sentença e a resposta aos embargos de declaração, é Moro. Ele empurrou para o TRF-4 uma escolha sem saída virtuosa: ou confirma uma condenação sem provas e alheia à denúncia, o que seria um desastre, ou absolve o chefão petista, outro desastre.

A Justiça não é um território a ser disputado entre santos e demônios. Escolham o humano e suas precariedades, meus caros, e vocês encontrarão tudo, até o divino, como escreveu o imperador Adriano ?"ao menos aquele recriado por Marguerite Yourcenar.
Herculano
21/07/2017 07:26
SAMAE INUNDADO

Ontem, a equipe externa do Samae saiu para fazer serviço particular ao presidente no imóvel que possui na rua Lagoa Vermelha. Tudo documentado.
Herculano
21/07/2017 07:24
LULA: SUA CONDENAÇÃO E A FÁBRICA DE NARRATIVAS PETISTAS, por Rodrigo Augusto Prando, sociólogo, no jornal O Estado de S. Paulo

Fez, ontem, exatamente uma semana que Lula foi condenado - pelo Juiz Federal Sérgio Moro - a nove anos e seis meses por crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, no caso específico do apartamento triplex. Em reação à condenação, as ruas, como bem sabemos, não foram tomadas pelo "povo" com o objetivo de defender Lula da "injustiça" cometida pela Justiça e, particularmente, pelo perseguidor Moro. No limite, os que reagiram ?" Lula e seus advogados, principalmente ?" seguiram o roteiro traçado desde o momento em que houve a condução coercitiva de Lula, ou seja, colocaram para funcionar a fábrica de narrativas petistas.

As hostes petistas haviam prometido tomar as ruas objetivando denunciar a perseguição política de seu líder maior, bem como apresentar a autointitulada "alma mais honesta do Brasil" como vítima de ardil diabólico, conjugando: Justiça, mídia golpista, grupos financeiros, inimigos do povo, etc. O que vimos? Nada! Foram e serão palavras jogadas ao vento.

Em recente pesquisa de opinião, a maioria considerável dos respondentes afirmaram entender como justa a condenação de Lula. Não havendo ocupação das ruas, os petistas reuniram-se, junto de Lula e seus defensores, em ambiente fechado, com público selecionado e a imprensa, que pode escutar, mas não questionar.

O discurso, portanto, de Lula foi para uma plateia de convertidos que, obviamente, traziam à tona gritos de apoio ao "Lula guerreiro do povo brasileiro" (só lembrando que, com Dirceu, os mesmos dizeres foram proferidos e, depois, esquecidos?).

O roteiro, como afirmei, foi aquele já traçado anteriormente: Lula é um perseguido, vítima de complô entre uma Justiça ?" personificada na maléfica figura de Moro ?" as elites e mídia golpistas. Tudo, sempre, muito genérico, sem aprofundamento e, por isso, ganha coração e mentes de militantes.

Na conduta apaixonada e não racional do militante, prevalece a divisão do mundo assentada no maniqueísmo, do embate do bem (Lula, petistas e aliados) contra o mal (todos os que discordam dos "bons").

A lógica de politizar o julgamento e a condenação apresentou-se como a única possível à defesa de Lula, pois, ao que tudo indica, a tão propalada "inexistência de provas" não passa de retórica vazia. Mas, não nos enganemos, pois Lula está, sim, no jogo. Aliás, está, direta ou indiretamente, disputando todas as eleições desde 1989: perdeu três, ganhou duas e fez a sucessora duas vezes.

Entre os juristas e cientistas políticos e a imprensa especializada, há a discussão e projeção de cenários de Lula candidato ou não em 2018. Tudo, neste caso, vai depender da relação das dimensões tempo-espaço: o ritmo da Justiça (no julgamento em segunda instância) e o espaço propícios às manobras jurídicas, como, por exemplo, uma possível liminar monocrática de um Ministro do STF, que colocaria Lula na disputa mesmo que sua condenação fosse referendada no TRF-4.

O PT tem sido, no cenário político, um bom construtor de narrativas. Criou a "herança maldita" para marcar a gestão de FHC; criou a Dilma como "gestora eficiente"; formulou, em 2014, o embate eleitoral do "nós (bons ?" petistas) contra eles (os não petistas); deu origem, ainda, ao discurso do "golpe contra Dilma"; e, agora, do "Lula como vítima de injustiça".

Muito já se preocupam com a intenções de votos de Lula para a corrida de 2018, contudo, ao que parece esse percentual Lula e o PT sempre tiveram e o maior problema é conquistar votos que estão no centro, votos que podem acompanhar os petistas ou ir para os que se opõem aos petistas.

Na eleição de Lula, em 2002, houve, por parte de Duda Mendonça, a construção do "Lulinha paz e amor" e essa estratégia se mostrou acertada: a rejeição de Lula foi amainada, bem como a manutenção do tripé macroeconômico de FHC deu confiança aos atores políticos, sociais e do mercado.

Ulteriormente, Lula escolheu Dilma, uma figura afeita à burocracia e sem traquejo político, bem como neófita em disputas eleitorais.

Aqui, no caso, não estava mais a serviço do partido Duda Mendonça, mas, sim, João Santana.

Fizeram esforço hercúleo e, na primeira eleição de Dilma, conseguiram eleger o "poste", uma figura sem carisma e que nos foi apresentada como uma "gestora eficiente", como alguém sem muito gosto pela política, mas "competente" e realizadora.

O resultado todos conhecemos: depois da primeira eleição foi reeleita e acusada de "estelionato eleitoral", teve o poder de direito e nunca, no segundo mandato, o poder de fato. Seu impeachment foi a derradeira ação política de uma gestão que jogou o país na crise e na incerteza, até os dias que correm.

Desta forma, cabe, agora, uma reflexão: nesta fábrica de narrativas que o PT se tornou, muitas delas alcançaram êxito, todavia, o discurso de "golpe contra democracia" (no caso do impeachment) e de "perseguição de Lula, uma vítima" (no que tange à condenação) parecem não ter a mesma efetividade de outrora.

Talvez essas narrativas não tenham a mesma eficiência pelo simples fato de que nem Duda Mendonça e nem João Santana estarem, hoje, à disposição do departamento de marketing dessa famigerada fábrica. Ambos, em maior ou menor grau, estão encrencados com a Justiça, corroborando que as campanhas petistas foram milionárias e ao arrepio da lei, como já demonstrou a Operação Lava Jato.

Na ausência dos famosos marqueteiros, parece que a crise chegou, também, ao PT e, com isso, terceirizaram a confecção de novas narrativas. Uma delas, um exemplo claro de pós-verdade, que vi ontem, nas redes sociais, vinha com a seguinte pergunta: "Você votaria em um condenado" ?" abaixo da pergunta as imagens de Tiradentes, Gandhi, Mandela e, pasmem, de um Lula sorridente.

Como diria um professor meu amigo, o ridículo não encontra parada. Para além da desonestidade intelectual dessa peça de propaganda, já vislumbro que as próximas narrativas só serão interessantes aos já convertidos, aos petistas e aliados.

Lula poderá disputar e ganhar em 2018?

Até pode, mas tendo a duvidar por dois motivos: 1) tivemos, apenas, uma condenação e Lula responde a outros quatro processos, isto é, na lógica jurídica sua complicação é evidente e crescente e 2) na esfera e na lógica política Lula já não é o mito dos tempos de antanho e as narrativas petistas fazem sucesso com os já convertidos e crentes na inocência de Lula e na retidão do PT e estes não são capazes de sozinhos, ganhar uma eleição majoritária. Em 2018, a confronto talvez seja não do "nós" contra "eles", mas da simples, singela mesmo, lógica das coisas: da coerência entre o discurso e prática e do total abandono da lógica e razão.

Aguardemos.
Herculano
21/07/2017 07:19
A VELHA MISTURA DE LULA: POLÍCIA COM POLÍTICA

Conteúdo de O Antagonista. Lula, na Paulista, não surpreendeu: misturou seu caso de polícia com política:

"A condenação não foi para mim, como pessoa, foi para o projeto que criamos. Condenaram todas as pessoas pobres deste país."
Herculano
21/07/2017 07:14
ALTA NOS COMBUSTÍVEIS É EFEITO DO ENFRAQUECIMENTO POLÍTICO DE TEMER

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Análise de Bruno Boghossian. A demora na recuperação da atividade econômica também não ajudou, mas a decisão do governo de aumentar tributos sobre combustíveis é principalmente um efeito da crise política.

Nos dois meses desde que foram reveladas as delações da JBS, Michel Temer gastou boa parte de sua força no Congresso para simplesmente sobreviver. Restou pouco capital político para convencer os parlamentares a aprovar medidas que aumentariam as receitas e equilibrariam as contas do governo.

Enfraquecido, o presidente viu congressistas praticamente inviabilizarem uma arrecadação estimada em R$ 18 bilhões neste ano ?"mais que suficiente para cobrir o valor que entrará nos cofres públicos com o pesado aumento de tributos sobre combustíveis.

Faltou poder ao governo para convencer um parlamentar do PMDB, partido do presidente, a manter o texto do programa de renegociação de dívidas tributárias, o Refis.

Ignorando o Planalto, o relator Newton Cardoso Jr. (MG) mudou as regras para beneficiar devedores e reduziu a previsão de receitas de R$ 13,3 bilhões para pouco mais de R$ 400 milhões.

O presidente também ficou sem força para empurrar pelo Congresso a medida que previa o fim da desoneração da folha de pagamento de cerca de 50 setores. Queria arrecadar R$ 4,8 bilhões neste ano, mas os parlamentares decidiram fazer o governo esperar até 2018.

Temer e seus ministros se vangloriavam de ter um apoio massivo no Congresso. Elaboraram uma agenda de reformas fiscais duras, desenhada a partir da esperada fidelidade dessa base aliada. A turbulência provocada pelas acusações de corrupção contra o presidente mudou as expectativas do Planalto.

Nas últimas semanas, quando o governo contava centavos para fechar as contas, nem passou pela cabeça dos ministros de Temer buscar medidas que dependessem do Congresso.

A decisão de aumentar tributos sobre combustíveis foi a solução: feita por decreto, não precisa de aval dos parlamentares.

O presidente ainda parece acumular força suficiente para sobreviver à votação no plenário da Câmara da denúncia por corrupção apresentada contra ele, mas o custo é alto. Inclui R$ 1 bilhão em emendas liberadas neste momento de contas apertadas.

Preocupado em se salvar, Temer gasta quase todo o poder político que ainda detém. Sobra pouco para tocar a agenda do "presidente reformista" que almejava ser.
Herculano
20/07/2017 17:35
O NOVO INTERROGATóRIO DE LULA

Conteúdo de O Antagonista. O juiz Sergio Moro vai interrogar Lula no processo sobre a propina da Odebrecht em 13 de setembro, às duas da tarde.

Até lá, segundo os petistas, o Amigo que embolsou 35 milhões de reais da empreiteira já terá morrido de fome.

Lula será interrogado por Moro em 13 de setembro.
Os melhores depoimentos, porém, serão prestados antes disso.

Marcelo Odebrecht, que depositou propina para Lula na conta Amigo, vai falar no dia 4, e António Palocci, operador de Lula na conta Italiano, vai falar no dia 6.

Para economizar dinheiro, o juiz Sergio Moro quer que o novo interrogatório de Lula seja realizado por videoconferência:

"Considerando o havido no interrogatório de Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal 5046512-94.2016.4.04.7000, que acabou envolvendo gastos necessários, mas indesejáveis de recursos públicos com medidas de segurança, diga a Defesa respectiva, em cinco dias, se tem objeções à realização de novo interrogatório do acusado em questão por videoconferência com a Justiça Federal de São Paulo".

Considerando o resultado desastroso de seu primeiro interrogatório, é provável que Lula aceite a oferta de Moro.
Herculano
20/07/2017 17:30
O DEM NÃO É UM PARTIDO LIBERAL, E COMO PROVA, RODRIGO MAIA JÁ QUER MAIS IMPOSTO, por Rodrigo Constantino

Falar em ideologia na política brasileira é até complicado. Existem inúmeras siglas, mas nenhum partido, com base programática sólida. À exceção, talvez, dos partidos de extrema-esquerda, como PT e PSOL, que defendem abertamente o socialismo. O restante é um saco de gatos - ou melhor, de ratos ?" de olho apenas no poder, nos cargos públicos, nos privilégios.

Mas o DEM, que já foi PFL, é o partido mais associado ao liberalismo. Há, de fato, alguns poucos nomes ali realmente alinhados ao pensamento mais liberal. Mas como presidente do Conselho do Instituto Liberal, representante de certa forma do liberalismo, portanto, devo dizer que dispenso a associação. Não queremos em alguém como Rodrigo Maia a representação política de nossas ideias.

A começar pelo fato de que liberal algum defenderia a inevitabilidade do aumento de impostos num país como o Brasil, como fez Maia, ao declarar que subir impostos é a "única alternativa". Não! Mil vezes não! A única alternativa é reduzir os gastos públicos, o tamanho do estado, o escopo do governo, cortando privilégios dos funcionários públicos, verbas de ONGs, ministérios, e fazendo uma reforma previdenciária para valer.

Esse papo de que o problema não é tanto o tamanho do estado, mas sua eficiência, e que o importante não é a carga tributária, mas seu uso, é papo de esquerdista que quer, no fundo, manter o gigantismo estatal. Digo com toda a clareza: não há país no mundo hoje em que um legítimo liberal poderia pregar mais impostos. Todos possuem um governo inchado demais para o gosto liberal. Até a Suíça!

No Brasil, então, só pode ser piada alguém se dizer liberal e defender depois aumento de impostos. O estado arrecada mais de 35% do PIB, gasta mais de 40% do PIB, e praticamente tudo a fundo perdido. Temos caos na segurança, escolas públicas que são verdadeiros antros de doutrinação e produção de analfabetos funcionais, hospitais que matam milhares em filas de espera, transporte caótico etc. Só mesmo um maluco pode defender mais impostos num quadro desses.

Merval Pereira, em sua coluna de hoje, fala do "renascimento" do DEM, aquele que Lula queria exterminar, e conclui, depois de reconhecer que tudo isso acaba sendo puro jogo de poder:

E mais uma vez serão as questões regionais que reunirão os dissidentes do PSB mais ligados ao liberalismo econômico ao DEM, que ressurge no quadro político nacional. O senador Agripino Maia, que surgiu como presidente de conciliação quando da dissidência de Kassab, defendia sempre a idéia de que o DEM é o único partido liberal deste país.

Maia vê hoje o partido reforçado em suas convicções, que já classificou de "um partido moderno", em vez de "partido de direita". A união com o PSB vem de longa data, quando o partido socialista chegou a imaginar uma união com o PSD de Kassab, principalmente pela força em São Paulo, onde hoje Marcio França é vice do governador Geraldo Alckmin e poderá assumir o governo caso o governador saia para disputar a presidência da República pelo PSDB.

[?]

O Democratas espera assumir o papel de um grande partido liberal, próximo especialmente da classe média, trabalhando questões que afetam seu dia a dia, como meio ambiente, altos impostos, desemprego e insegurança pública. A refundação programática do partido, numa posição que classificam de "centro humanista e reformador", já se desenhava desde uma reunião da Internacional Democrática de Centro (IDC) realizada no Rio, em 2005.

A IDC se contrapõe à Internacional Socialista, que reúne os partidos de esquerda e sociais-democratas no mundo. O que os Democratas defendem é que está na hora de uma verdadeira experiência liberal, com uma reforma do pacto federativo para diminuir o tamanho do Estado para conseguir também uma redução de impostos.

Essa seria boa plataforma para uma eventual gestão de Rodrigo Maia na presidência da República, que traria revigorada a possibilidade de aprovar as reformas estruturais que o governo Temer já não tem fôlego político para liderar.

De centro, vá lá; mas liberal? Não! Não nego que uma eventual gestão Maia seria bem menos pior do que o lulopetismo, como aliás o próprio governo Temer já é. O PT é socialista, repito, e destruiu o Brasil. Não é fácil ser pior do que isso. Mas daí a colocar tais figuras como representantes do liberalismo vai uma longa distância. Nós liberais continuamos em busca de representantes legítimos, não de gente que finge ser liberal, mas prega mais impostos como algo inevitável. A busca continua?
Herculano
20/07/2017 17:21
A "GRANDE MÍDIA" É UM GRANDE CHA DAS CINCO COM A MESMA VISÃO DE MUNDO: DE ESQUERDA, por Marcelo Faria, presidente do Instituto Liberal de São Paulo

Há algo profundamente ridículo na "grande mídia" brasileira: com raríssimas exceções, debates e matérias onde se "ouve o outro lado" simplesmente inexistem.

Nos programas que "formam opinião", tudo o que temos é um grande chá das cinco com a mesma visão de mundo - de esquerda - discordando apenas do nível de intromissão que o estado e o politicamente correto devem ter na vida dos brasileiros, se muito alto ou "apenas" alto.

Nos EUA, mesmo a CNN é capaz de levar um conservador ou liberal (lá, chamados de libertários) ao ar, de tempos em tempos, nem que a intenção seja ridicularizá-lo (o que, geralmente, não funciona).

Por aqui, isso é coisa de outro mundo. Na CNN tupiniquim, a Rede-Globo-PSOL que infelizmente domina a mídia, tudo aquilo que não é de esquerda vira extrema-direita, ultraconservador, radical e/ou qualquer-coisa-fóbico, assim, sem direito sequer a ter seu lado ouvido. Da GloboNews ao Jornal Nacional, temos um desfile de políticos da Rede se tornando comentaristas políticos, "especialistas" que (literalmente) militam no PSOL e jornalistas tão "imparciais" que chegam a chamar de extremista não o ditador socialista que mata o povo de fome, mas aqueles que o combatem.

Aí os jornais e revistas perdem audiência todos os meses e a mídia gasta horas e horas falando sobre as "fake news" que "dominam as redes sociais", cujo "antídoto", claro, é assistir mais horas de Rede Globo e ler mais a Folha de São Paulo.

Eles ainda não entenderam que, ao se aproximarem cada vez mais da militância feroz e barulhenta, aquela que diz representar parcelas da sociedade mas não representa nada além de si mesma, se distanciam cada vez mais da ampla maioria das pessoas mais preocupadas com coisas muito "conservadoras" para os nobres militantes do Leblon-Ipanema e da Vila Madelena-Pinheiros: trabalhar, pagar as contas, criar os filhos e ter uma boa vida.

Não adianta fazer congressos, "debates", palestras e eventos sobre o "combate às fake news", imprensa brasileira. YOU'RE FAKE NEWS.
Herculano
20/07/2017 17:09
ESTE É O PARTIDO DOS POBRES, DOS TRABALHADORES. E JÁ AVISOU AOS ADVERSÁRIOS QUE NÃO FALTARÁ DINHEIRO PARA ELEGER LULA, DESMORALIZAR A LAVA JATO OU FAZER CAMPANHA PARA UM POSTE SE LULA FOR IMPEDIDO. OU SEJA, COMPRARÁ O ELEITORADO: R$ 415 MILHÕES

Conteúdo de O Antagonista. O PT terá 415 milhões de reais em recursos públicos para gastar na campanha de Lula, caso ele não seja impedido de se candidatar.

Serão 415 milhões de reais para atacar a Lava Jato.

Marina, por outro lado, receberá apenas 8 milhões de reais do fundo eleitoral.

Jair Bolsonaro, se sair pelo PSDC, terá menos ainda: 5 milhões de reais.

Ele disse ao Valor:

"Os caras estão vendo o que é melhor para eles, e não para a sociedade".
Herculano
20/07/2017 17:00
MENOS BUROCRACIA PARA TODOS. ISTO SE VOCÊ EXERCER A CIDADANIA E MUDAR OS VELHOS HÁBITOS DOS BUROCRATAS E REPARTIÇÕES DOS óRGÃOS DO GOVERNO FEDERAL. E GASPAR E ILHOTA QUANDO SE MEXERÃO PARA APOSENTAREM OS CARIMBADORES DE PLANTÃO?

Desde o dia 18/7/2017, dia da publicação no Diário Oficial da União, nenhum órgão público pode exigir mais dos cidadãos:

1 - Autenticação em cópia de documentos

2 - Reconhecimento de firma em documentos

3 - Cópia de um comprovante que esteja na base de dados de outro órgão de governo.

Esse último é o mais inovador. Passou a valer o princípio da Boa Fé do cidadão.

Assim, se um órgão exige, por exemplo, o comprovante da última votação, que está na base do TSE, uma certidão de quitação de tributos, que está na base da Receita Federal, ou cópia da Habilitação para dirigir, que está na base do DENATRAN e o cidadão não tem disponível no momento ele não precisa mais se deslocar até aqueles órgãos para obter esses documentos.

Basta fazer uma declaração de próprio punho no local e entregar que está valendo.

veja abaixo, a íntegra do dispositivo legal.

DECRETO Nº 9.094, DE 17 DE JULHO DE 2017

Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos produzidos no País e institui a Carta de Serviços ao Usuário.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea "a", da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal observarão as seguintes diretrizes nas relações entre si e com os usuários dos serviços públicos:

I - presunção de boa-fé;

II-- compartilhamento de informações, nos termos da lei;

III - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade;

IV - racionalização de métodos e procedimentos de controle;

V - eliminação de formalidades e exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco envolvido;

VI - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e procedimentos de atendimento aos usuários dos serviços públicos e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;

VII - utilização de linguagem clara, que evite o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e

VIII- articulação com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os outros Poderes para a integração, racionalização, disponibilização e simplificação de serviços públicos.

Parágrafo único. Usuários dos serviços públicos são as pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, diretamente atendidas por serviço público.

CAPÍTULO I

DA RACIONALIZAÇÃO DE EXIGÊNCIAS E DA TROCA DE INFORMAÇÕES

Art. 2º Salvo disposição legal em contrário, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que necessitarem de documentos comprobatórios da regularidade da situação de usuários dos serviços públicos, de atestados, de certidões ou de outros documentos comprobatórios que constem em base de dados oficial da administração pública federal deverão obtê-los diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de dados, nos termos do Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016, e não poderão exigi-los dos usuários dos serviços públicos.

Art. 3º Na hipótese dos documentos a que se refere o art. 2º conterem informações sigilosas sobre os usuários dos serviços públicos, o fornecimento pelo órgão ou pela entidade responsável pela base de dados oficial fica condicionado à autorização expressa do usuário, exceto nas situações previstas em lei.

Parágrafo único. Quando não for possível a obtenção dos documentos a que a que se refere o art. 2º diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de dados oficial, a comprovação necessária poderá ser feita por meio de declaração escrita e assinada pelo usuário dos serviços públicos, que, na hipótese de declaração falsa, ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis.

Art. 4º Os órgãos e as entidades responsáveis por bases de dados oficiais da administração pública federal prestarão orientações aos órgãos e às entidades públicos interessados para o acesso às informações constantes das bases de dados, observadas as disposições legais aplicáveis.

Art. 5º No atendimento aos usuários dos serviços públicos, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal observarão as seguintes práticas:

I - gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania, nos termos da Lei nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996;

II - padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, guias e outros documentos congêneres; e

III - vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos serviços de protocolo, exceto quando o órgão ou a entidade for manifestamente incompetente.

§ 1º Na hipótese referida no inciso III do caput, os serviços de protocolo deverão prover as informações e as orientações necessárias para que o interessado possa dar andamento ao requerimento.

§ 2º Após a protocolização de requerimento, caso o agente público verifique que o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal é incompetente para o exame ou a decisão da matéria, deverá providenciar a remessa imediata do requerimento ao órgão ou à entidade do Poder Executivo federal competente.

§ 3º Quando a remessa referida no § 2º não for possível, o interessado deverá ser comunicado imediatamente do fato para adoção das providências necessárias.

Art. 6º As exigências necessárias para o requerimento serão feitas desde logo e de uma só vez ao interessado, justificando-se exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente.

Art. 7º Não será exigida prova de fato já comprovado pela apresentação de documento ou informação válida.

Art.8º Para complementar informações ou solicitar esclarecimentos, a comunicação entre o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal e o interessado poderá ser feita por qualquer meio, preferencialmente eletrônico.

Art. 9º Exceto se existir dúvida fundada quanto à autenticidade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do Poder Executivo federal.

Art. 10. A apresentação de documentos por usuários dos serviços públicos poderá ser feita por meio de cópia autenticada, dispensada nova conferência com o documento original.

§ 1º A autenticação de cópia de documentos poderá ser feita, por meio de cotejo da cópia com o documento original, pelo servidor público a quem o documento deva ser apresentado.

§ 2º Constatada, a qualquer tempo, a falsificação de firma ou de cópia de documento público ou particular, o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal considerará não satisfeita a exigência documental respectiva e, no prazo de até cinco dias, dará conhecimento do fato à autoridade competente para adoção das providências administrativas, civis e penais cabíveis.

CAPÍTULO II

DA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO

Art. 11. Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que prestam atendimento aos usuários dos serviços públicos, direta ou indiretamente, deverão elaborar e divulgar Carta de Serviços ao Usuário, no âmbito de sua esfera de competência.

§ 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar aos usuários dos serviços prestados pelo órgão ou pela entidade do Poder Executivo federal as formas de acesso a esses serviços e os compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público.

§ 2º Da Carta de Serviços ao Usuário, deverão constar informações claras e precisas sobre cada um dos serviços prestados, especialmente as relativas:

I - ao serviço oferecido;

II - aos requisitos e aos documentos necessários para acessar o serviço;

III - às etapas para processamento do serviço;

IV - ao prazo para a prestação do serviço;

V - à forma de prestação do serviço;

VI - à forma de comunicação com o solicitante do serviço; e

VII - aos locais e às formas de acessar o serviço.

§ 3º Além das informações referidas no § 2º, a Carta de Serviços ao Usuário deverá, para detalhar o padrão de qualidade do atendimento, estabelecer:

I - os usuários que farão jus à prioridade no atendimento;

II - o tempo de espera para o atendimento;

III - o prazo para a realização dos serviços;

IV - os mecanismos de comunicação com os usuários;

V - os procedimentos para receber, atender, gerir e responder às sugestões e reclamações;

VI - as etapas, presentes e futuras, esperadas para a realização dos serviços, incluídas a estimativas de prazos;

VII - os mecanismos para a consulta pelos usuários acerca das etapas, cumpridas e pendentes, para a realização do serviço solicitado;

VIII - o tratamento a ser dispensado aos usuários quando do atendimento;

IX - os elementos básicos para o sistema de sinalização visual das unidades de atendimento;

X - as condições mínimas a serem observadas pelas unidades de atendimento, em especial no que se refere à acessibilidade, à limpeza e ao conforto;

XI - os procedimentos para atendimento quando o sistema informatizado se encontrar indisponível; e

XII - outras informações julgadas de interesse dos usuários.

CAPÍTULO III

DA RACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS

Art. 12. A edição e a alteração das normas relativas ao atendimento dos usuários dos serviços públicos observarão os princípios da eficiência e da economicidade e considerarão os efeitos práticos tanto para a administração pública federal quanto para os usuários.

CAPÍTULO IV

DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO

Art. 13. Os usuários dos serviços públicos poderão apresentar Solicitação de Simplificação, por meio de formulário próprio denominado Simplifique!, aos órgãos e às entidades do Poder Executivo federal, quando a prestação de serviço público não observar o disposto neste Decreto.

§ 1º A Solicitação de Simplificação deverá ser apresentada, preferencialmente, por meio eletrônico, em canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

§ 2º Sempre que recebida por meio físico, os órgãos e as entidades deverão digitalizar a Solicitação de Simplificação e promover a sua inserção no canal a que se refere o § 1º.

Art. 14. Do formulário Simplifique! deverá constar:

I - a identificação do solicitante;

II - a especificação do serviço objeto da simplificação;

III - o nome do órgão ou da entidade perante o qual o serviço foi solicitado;

IV - a descrição dos atos ou fatos; e

V - facultativamente, a proposta de melhoria.

Art. 15. Ato conjunto dos Ministros de Estado da Transparência e Controladoria-Geral da União e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão disciplinará o procedimento aplicável à Solicitação de Simplificação.

CAPÍTULO V

DAS SANÇÕES PELO DESCUMPRIMENTO

Art. 16. O servidor público ou o militar que descumprir o disposto neste Decreto estará sujeito às penalidades previstas, respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980.

Parágrafo único. Os usuários dos serviços públicos que tiverem os direitos garantidos neste Decreto desrespeitados poderão representar ao Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

Art. 17. Cabe ao Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União e aos órgãos integrantes do sistema de controle interno do Poder Executivo federal zelar pelo cumprimento do disposto neste Decreto e adotar as providências para a responsabilização dos servidores públicos e dos militares, e de seus superiores hierárquicos, que praticarem atos em desacordo com suas disposições.

CAPÍTULO VI

DA DIVULGAÇÃO AOS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Art. 18. A Carta de Serviços ao Usuário, a forma de acesso, as orientações de uso e as informações do formulário Simplifique! deverão ser objeto de permanente divulgação aos usuários dos serviços públicos, e mantidos visíveis e acessíveis ao público:

I - nos locais de atendimento;

II - nos portais institucionais e de prestação de serviços na internet; e

III - no Portal de Serviços do Governo federal, disponível em www.servicos.gov.br.

Art. 19. As informações do formulário Simplifique!, de que trata o art. 14, serão divulgadas no painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos prestados a que se refere o inciso V do caput do art. 3º do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016.

CAPÍTULO VII

DA AVALIAÇÃO E DA MELHORIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Art. 20. Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal deverão utilizar ferramenta de pesquisa de satisfação dos usuários dos seus serviços, constante do Portal de Serviços do Governo federal, e do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal, e utilizar os dados como subsídio relevante para reorientar e ajustar a prestação dos serviços.

§ 1º Os canais de ouvidoria e as pesquisas de satisfação objetivam assegurar a efetiva participação dos usuários dos serviços públicos na avaliação e identificar lacunas e deficiências na prestação dos serviços.

§ 2º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal deverão dar ampla divulgação aos resultados das pesquisas de satisfação.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES TRANSIT?"RIAS

Art. 21. O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União terá prazo de cento e oitenta dias, contado da data de publicação deste Decreto, para disponibilizar os meios de acesso à Solicitação de Simplificação e ao Simplifique!.

Art. 22. Os Ministros de Estado da Transparência e Controladoria-Geral da União e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão poderão expedir normas complementares ao disposto neste Decreto.

Art. 23. O Decreto nº 8.936, de 2016, passa vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 3º ..................................................................

.......................................................................................

V - ...........................................................................

........................................................................................

b) tempo médio de atendimento;

c) grau de satisfação dos usuários; e

d) número de Solicitações de Simplificação relativas ao serviço." (NR)

Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogados:

I - o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009; e

II - o Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

Brasília, 17 de julho de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMER
Dyogo Henrique de Oliveira
Wagner Campos Rosário
Herculano
20/07/2017 16:41
VENDA LEGALIZADA E CONTROLADA DE MACONHA PARA CONSUMO.URUGUAI TORNA-SE "LABORATóRIO" PARA AMÉRICA LATINA. ESTA É UMA DISCUSSÃO QUE PRECISA CHEGAR LOGO AO BRASIL PARA POSSIVELMENTE ENFRAQUECER OS CARTÉIS E A CORRUPÇÃO NESSE NEGóCIO CRIMINOSO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. As regras sob certo aspecto "cortam o barato". Os usuários têm de se registrar em um órgão do governo. As máquinas scaneiam as digitais do comprador a cada compra feita e as cotas são limitadas para prevenir excessos. Mas com a entrada em vigor na quarta-feira da lei na sua íntegra liberando a maconha, basta uma simples ida à farmácia para se abastecer.

Enquanto alguns Estados americanos legalizam a maconha e governos no hemisfério reavaliam sua luta contra as drogas, o Uruguai dá um passo à frente importante. É o primeiro país no mundo a legalizar totalmente a produção e a venda da maconha para uso recreativo.

"A grande responsabilidade do Uruguai é mostrar ao mundo que este sistema de liberdade, mas com regras, funciona melhor do que a proibição", disse Eduardo Blasina, fundador do Museu da Maconha de Montevidéu.

A entrada em vigor da lei ocorre no momento em que eleitores, legisladores e tribunais em todas as Américas se inclinam cada vez mais no sentido de uma regulamentação da droga e o fim da sua proibição. Os defensores da mudança no pequeno país latino-americano, onde a taxa de crimes é baixa, o padrão de vida é alto e cuja política é estável, é agora o laboratório ideal para se saber como será o futuro da política no caso das drogas.

"Isso decorre de um movimento crescente de líderes latino-americanos na busca de alternativas para a guerra contra as drogas", afirmou Hannah Hetzer, analista da Drug Policy Alliance, que defende a descriminalização. "Muito importante neste caso é um debate sobre a necessidade de alternativas, e a liberação pelo Uruguai é uma proposta concreta de uma política concreta".

Mas a lei causou polêmica entre muitos uruguaios. A parte mais controvertida dela - a criação de um sistema de controle pelo Estado da produção e venda da maconha - levou anos para ser solucionada. A venda de maconha nas farmácias teve início na quarta-feira.

Autoridades do governo temiam que liberar a produção e venda da maconha, como em Amsterdã, transformaria o Uruguai num pária para os países vizinhos cautelosos quanto a uma liberação da droga. Assim elas criaram um sistema de registro oneroso, procurando eliminar a possibilidade de vender o país como meca turística para viciados. De acordo com a lei, somente cidadãos uruguaios e residentes permanentes podem comprar ou plantar maconha.

O governo também limitou a quantidade por semana de maconha que uma pessoa pode comprar. E para fazer frente aos traficantes, estabeleceu um preço mais baixo do que os oferecidos no mercado negro, cobrando cerca de US$ 13 por 10 gramas, suficientes para 15 baseados. A lei também proíbe propaganda e deve utilizar uma porcentagem da receita gerada com a venda no pagamento de tratamentos contra a dependência e em campanhas públicas alertando para os riscos do uso da droga.

"São medidas que visam ajudar os usuários, mas não incentivam os que não consomem drogas", disse Alejandro Antalich, vice-presidente do Centro de Farmácias do Uruguai", entidade que representa o setor. "Se funcionar como planejado, outros países podeam adotar o sistema como modelo."

Um dos principais articuladores da legalização da maconha no Uruguai foi Sebastián Sabini, deputado que apresentou o projeto em 2011. Ele é membro da Frente Ampla, coalizão de esquerda, que está no poder desde 2004. Sabini, de 36 anos, que diz ser um fumante ocasional de maconha, qualificou a lei como uma questão de justiça social. "Os que mais sofrem com as políticas referentes às drogas são os pobres. Os únicos a serem presos são os pobres", disse.

Este argumento foi repetido pelo presidente na época, José Mujica, antigo líder guerrilheiro e prisioneiro político que defendeu outras políticas também polêmicas, incluindo a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo e a descriminalização do aborto. Para Mujica, a legalização da produção e venda da maconha acabaria com a atividade dos traficantes.

"Pior do que a dependência da droga é o tráfico", disse Mujica em uma entrevista em 2014 à rede de notícias espanhola laSexta.

A lei foi implementada em etapas. Após sua aprovação, em dezembro de 2013, os usuários que se registraram em um órgão do governo foram autorizados a plantar no máximo seis pés de maconha em casa para uso pessoal. Até agora 7 mil pessoas fizeram tal registro. A lei também permitiu a criação de "clubes" de no máximo 45 pessoas autorizadas a plantar 99 pés para uso pessoal dos membros.

No caso das vendas no comércio, alguns executivos de farmácias propuseram administrar a distribuição, observando que já possuíam os mecanismos necessários para administrar a venda de medicamentos controlados. Embora não seja algo relevante no caso da venda de maconha para uso recreativo, a proposta se ajusta ao objetivo do governo de criar uma estrutura que permita, mas que não promova, o uso da droga.

Mas nem todos os farmacêuticos concordam. Juan José Rodríguez, que tem uma farmácia em Montevidéu há 17 anos, disse que a lei coloca o Uruguai num caminho perigoso. "Se você legaliza a maconha terá então de legalizar a cocaína, o ecstasy?, indagou. Desde a aprovação da lei, disse, ele sente o cheiro de maconha por todo lugar em que passa.

"Antes, as pessoas fumavam discretamente porque era algo que a sociedade desaprovava, não era permitido e elas sabiam que estavam fazendo algo ilegal. Agora fumam com a maior tranquilidade", afirmou.

É assim que deve ser, afirmou Martín Morón, trombonista do La Abuela Coca, grupo de música famoso no Uruguai, que já se registrou para produzir maconha e é um consumidor habitual. Durante sua juventude, para comprar maconha ele tinha de ir a áreas suspeitas da cidade, inseguras e impróprias. Isso mudou drasticamente, disse ele. Quando um vizinho adolescente roubou pés de maconha que ele plantara na varanda, Morón fez o que poucos plantadores de maconha poderiam fazer no passado: chamar a polícia.

"Depois de anos e anos às ocultas, não posso acreditar que agora deixei a polícia entrar em minha casa e inspecionar o que restou da minha plantação", disse, rindo.

Durante os anos em que o Uruguai começou a implementar, por etapas, sua legislação sobre a maconha, os defensores da legalização da droga aumentaram em outros países do hemisfério.

O debate começou a mudar quando ex-presidentes latino-americanos passaram a argumentar que a guerra contra as drogas liderada por Washington havia fracassado. Segundo eles, a comunidade internacional tinha de permitir que os países adotassem políticas nessa área que respondessem aos desafios de cada um deles, enfatizando o tratamento contra a dependência e reduzindo as prisões em massa. Quando alguns Estados americanos legalizaram a maconha, os presidentes latino-americanos se sentiram encorajados a discutir uma lei a respeito.

"Como explicar para um camponês colombiano de uma comunidade rural que ele será processado por plantar maconha, ao passo que um jovem empresário do Colorado vê seus negócios com maconha para uso recreativo legal em forte expansão?", disse o presidente Juan Manuel Santos em um artigo publicado no The Guardian em 2016.

Em 2013, México, Colômbia e Guatemala convocaram uma sessão especial na ONU cujo objetivo era flexibilizar os acordos internacionais sobre políticas relativas a narcóticos. Como a sessão, realizada em 2016, não avançou muito, vários países começaram a adotar medidas nessa área por conta própria.

Nos últimos anos a Colômbia autorizou a criação de um setor de maconha para fins medicinais. Em 2015, a Suprema Corte do México decidiu que os indivíduos tinham o direito de plantar maconha para uso pessoal. Projetos de lei relativos à maconha para fim medicinal foram debatidos na Argentina e na Costa Rica este ano. A Jamaica legalizou a maconha para uso científico, religioso e médico em 2015. O Canadá deverá autorizar a venda de maconha para uso recreativo em 2018.

Com o apoio à descriminalização aumentando nos EUA e na região, o governo de Barack Obama adotou um enfoque relativamente tolerante. Mas agora o governo de Donald Trump ainda precisa estabelecer uma política externa ampla com relação aos narcóticos, mas os defensores de uma legalização da droga estão cautelosos.

"Não vemos defensores da nossa causa", disse Hanna Hetzer. "Estamos muito preocupados de que todo o ímpeto envolvendo a reforma da justiça criminal e os esforços para reduzir as prisões em massa estão diminuindo."

Mas hoje as posições de Washington nesse campo parecem ter menos peso do que nunca, mesmo em países que são tradicionalmente aliados.

"Hoje, o que os EUA dizem tem muito menos importância", disse Blasina, o fundador do museu da maconha. "Não consideramos seu presidente um indivíduo sensato cuja opinião tenha algum valor"

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