Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

21/08/2017

VEREADOR PAPAGAIO


Depois sou eu o crítico. O proprietário e editor do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, bem registrou na edição de sexta-feira na sua coluna Chumbo, uma das promessas do suplente de vereador, Joaquim Araldi, PRB, da região da Figueira, e que acabou de assumir na Câmara por um mês: “lutar contra as enchentes em Gaspar”, como se isso fosse possível.

Podemos até mitiga-la; podemos agir preventivamente, inclusive com legislação e fiscalização; podemos pressionar o poder público por ações protetivas ao patrimônio e à integridade dos cidadãos... (e não liberar sem estudos técnicos específicos áreas de riscos como querem alguns vereadores). Agora, lutar contra a natureza? Aí, já é outra coisa que nem na política partidária (e religiosa) é possível. O comentário e a charge montagem e publicada na coluna sobre o assunto já são suficientes e auto-explicativas. Não vou continuar no ato de espezinhar sobre o óbvio e o fato do suplente não ter assunto – entre milhares - mais concreto para prometer aos seus eleitores.

Mas, continuo em algo que bem reflete à fraca representatividade para grandes, complexos e difíceis problemas e soluções comunitárias, legislativas ou da gestão administrativa de Gaspar.

Se um vereador, representante do povo, num ambiente de cobras, não sabe se expressar, não sabe ele também, na minha avaliação, agir, como contrapor ou defender estruturadamente o seu ponto de vista a favor das suas ideias e dos eleitores que representa?
E na Câmara de Gaspar, basta assistir uma sessão para constatar que a coisa é crítica em alguns casos, apesar da renovação excepcional ocorrida lá. Não vou nominar ninguém, apenas para não gerar desconforto neste instante, mas há gente que nem ler sabe ou que não é capaz de construir um simples agradecimento, fazer uma saudação, sem ler o que alguém escreveu para ele (e ainda pronuncia ou lê errado).

E não falo da oratória, um dom, que nem eu possuo. Mas, falar, conversar, explicar com clareza e simplicidade é o mínimo que se espera de quem possui a representação pública, à liderança e à necessidade do convencimento.

Incrível.

Mas, há gente na Câmara de Gaspar que começa uma frase e não termina; não liga uma com a outra; não conclui, não tem pensamento e lógica. E olha que estamos em agosto, apesar das férias de janeiro e julho, além de ser apenas uma sessão por semana para se ter a prática e o traquejo ou perder a inibição (o que existe em qualquer um, inclusive os mais esclarecidos em qualquer assunto).

Teve gente na última sessão, por exemplo, e isso é recorrente, o que bem demonstra a falta de esclarecimento e assessoria, que “agradeceu a concessão da palavra ao presidente”, quando apresentou, o que neste caso, é obrigação do vereador, por imposição do rito e regimento interno, e não uma concessão do presidente, o relatório-parecer de um projeto de lei.

E mais. Há vereador que se orgulha, e manda fazer press release, de ter discursado na Câmara de Blumenau. Ele não sabe, ou finge não saber, que foi motivo de piada por lá, quando fez isso. Para alguns, o silêncio vale ouro e ainda não se descobriu o valor desse gesto. Não é à toa que a Câmara fez um curso de oratória para os seus, recentemente. Mas, quem deveria estar lá, não estava. Então...

Volto.

Aí se imagina quem faz e por se faz os pareceres das relatorias dos projetos, muitos deles, técnicos, embaraçosos até e inclusive para entendidos em leis; esperteza do Executivo. São todos embrulhados não pelos assessores, mas por interesses de outrem (Executivo, partidos, terceiros...).

Em uma única pergunta, eu provaria a qualquer um (e não teria o sentido da humilhação), que muitos daqueles pareceres, sofisticados, lidos, e às vezes incompreensíveis pela má leitura, não refletem o mínimo do entendimento do vereador na matéria de quem o lê e se diz autor daquilo. Beira ao ridículo e até ao crime.

Encerro

E eu não perguntaria nenhuma questão de entendimento do que ele leu (o que seria no mínimo plausível, afinal, em tese, ele estaria dando um parecer sobre a matéria mesmo que dela não tenha entendimento técnico e precise de ajuda técnica para embasá-la – eu sempre usei dessa ajuda e não é demérito para as minhas decisões e certezas), mas o significado de uma única palavra lida, entre tantas que proferiu no parecer.

Juro: o vereador leitor, além de não saber pronunciá-la, não sabe o seu significado. E no dicionário teria dificuldade em procurar no lugar certo. Acorda, Gaspar!

OS MEUS LEITORES


Na noite do dia 15, o Roberto Sombrio, do Distrito do Belchior, apareceu na área de comentários da coluna “Olhando a Maré”, a mais acessada do portal Cruzeiro do Vale para dizer: “sempre que critico as lambanças da prefeitura de Gaspar, principalmente na gestão do PT, cobravam para que eu me inscrevesse em um partido e concorresse a um cargo. Primeiro, não sou ladrão; segundo, não minto; terceiro, sou inteligente; logo, não preciso ser político”.

Vinte e quatro horas depois, o empresário Amadeu Paulo Mitterstein, do mesmo Distrito, que já foi vereador e continua ativo no diretório do PSDB daqui, passa-me um whattsapp: “desculpe-me, mas gostaria de questionar o Sr. Roberto Sombrio. Eu lamento que ele alega que todo político é ladrão. Eu gostaria que ele me esclareça onde e quanto, eu Amadeu roubei, pois já fui vereador por dois mandatos, candidato a vice-prefeito e sou filiado a partido político desde os anos 1990”.

Volto. Os dois têm razão, ao seu modo.

Político, hoje, possui um rótulo e faz muito pouco para desmanchar esse rótulo. Parece até proposital. Basta olhar o que acontece ao nosso redor. E não precisamos ir a Brasília ou Florianópolis. Basta ver bem aqui, em Gaspar e Ilhota. É só pegar o baú dos meus comentários. É só pegar os inquéritos abertos e principalmente, as Ações Civis Públicas que rolam na Comarca de origem no Ministério Público.

E Amadeu não é nenhum ingênuo, nas conversas que já tive com ele, reconhece, que há políticos cacos, cacos de políticos e políticos, como como Amadeu, os quais ainda acreditam que a política é um meio modificador da sociedade para melhorá-la.

E é esse rótulo do político caco, da gang, das tetas, do jogo, da organização criminosa, que afasta e contamina, injustamente, gente diferenciada como Amadeu, e até usada para esconder os maus políticos. Se Gaspar tivesse mais Amadeus, certamente o mundo político, Gaspar, seria outra, bem como o rótulo que se cola nos políticos de hoje. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


“O Brasil transformou a garantia fundamental do Habeas Corpus, na avacalhação geral do “Habeas Corruptus”, por Mário Sabino, de O Antagonista. É dele também: “Revogar a prisão de condenados em segunda instância, para livrar político bandido, é condenar a honestidade à prisão perpétua”.

Poesia. A falta de transparência da comunicação da Câmara de Gaspar – que susbtitui a propaganda deliberada - é assustadora. É assustador porque há uma obrigação judicial e ela é desdenhada a todo momento. Tudo tem truque. Está lá, mas achar... Navegar no seu site é algo para entendidos, quase rackers.

O site é uma peça de propaganda dos vereadores, essencialmente. Isto, sim é simples de acessar. Na hora, na cara. Agora a comunicação virtual da Câmara de Gaspar é muito mais. Veja o que apareceu no Instagram dela. “Ainda que chova, ainda que doa. Ainda que a distância corroa as horas do dia e caia a noite sem estrelas, o mundo brilha um pouquinho mais a cada vez que você sorri” (do chileno Pablo Neruda).

Não tem jeito. O vereador Ciro André Quintino, PMDB, informa que levou ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o presidente da Associação dos Moradores do Loteamento das Casinhas de Plástico, que quer um terreno para a Associação.

Dois fatos. Este terreno, em tese, é do município, já existe, pois há uma emissão de posse, tanto que lá, além do loteamento sem infraestrutura, está construída uma escola e se arrasta por anos pela prefeitura, a construção de um simples postinho de saúde. Que terreno a prefeitura vai doar? O destinado à área verde?

A saúde pública de Gaspar está “mudando”. Muda gente, faz-se comissões, mas tudo continua como antes. A fila de crianças para exames diminuiu segundo um press release divulgado recentemente; como mostrei aqui, a fila terminou num lugar e começou noutro.

Agora, a queixa desse tipo de disfarce se abate sobre os exames pedidos pelos médicos nos postinhos. O paciente não leva mais para casa e sai por aí à procura de um lugar ou laboratório para fazê-lo, e retornar com o resultado ao médico no postinho.

O pedido de exame fica no próprio postinho, que se encarrega de marcá-lo numa espécie de regulação. Entretanto, na verdade, descobriu-se que tudo fica parado ou quem tem padrinho político, pode ter chance de levar vantagem. O caso foi parar na Câmara, na voz de Cícero Giovane Amaro, PSD.

Só depois dessa queixa que o pessoal da prefeitura começou a se coçar. E sabe a razão disso, onde uma boa ideia, transforma-se num problema? É que falta dinheiro público para os tais exames (mas não faltam milhões para o buraco do Hospital, que segundo o próprio Cícero, parece ser uma esponja a absorver recursos bons de outras áreas, não só da Saúde; já está raspando o taxo como informei anteriormente, mas de Obras e a de Esportes, por exemplo).

O líder do governo, Francisco Hostins Júnior, advogado, ex-secretário de Saúde do PT, e membro da comissão que se criou para dar um jeito nessa UTI em que está metida – por teimosia, erro e incapacidade - a Saúde Pública do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, alega que o governo Federal manda R$43 mil por mês para os exames, gasta-se R$63 mil, mas precisa algo em torno de R$80 mil por mês para colocar tudo em ordem.

Pode ser. Mas, ele como ex-secretário de Saúde sabe que a conta não é bem assim. Numa época de crise econômica, quando as pessoas estão com menos dinheiro, sem emprego e sem planos de saúde, elas correm para o serviço público. E isso, é o que o governo de Kleber não entendeu até agora, muito menos que a cidade é dormitório de Blumenau e Brusque.

Com muito menos dinheiro, os postinhos, policlínica e farmácia atende muito mais gente e eleitoras dos vereadores, do que os milhões que é obrigado a colocar no Hospital, cheio de problemas, com donos e claros interesses e enclaves corporativos.

A cada dia uma novidade para prolongar o problema. Agora, anunciou-se a contratação de um expert, Vilson Santin, que diz ter passado por muitos locais e dado conta do recado, inclusive o Hospital Santa Isabel, de 2005 a 2014, onde a instituição deficitária, passou ser superavitária.

Santin corre o sério risco de fechar o que dizem ser um currículo exemplar, se for co0nduzido por manhas do corpo clínico, vícios administrativos insuperáveis e a insuperável incapacidade de gestão dos políticos de Gaspar para o óbvio e o respeito aos técnicos das suas áreas de conhecimento.

Estão contratando mais um salvador da pátria, mas vão queimá-lo como já fizeram com outros administradores do Hospital de Gaspar. E por que? Porque o Hospital na pindaíba só dá prejuízo para a comunidade e agora com a intervenção, de forma obrigatória, a prefeitura que se sustenta dos pesados impostos dos gasparenses. Mas, tem gente lucrando com isso. E faz tempo.

Mais. Em artigo publicado na coluna de sexta-feira, mostrei que se não houver dinheiro para equilibrar as contas de um passado nebuloso e mal administrado do Hospital, não haverá saneamento financeiro. Um hospital não é um local de lucros, mas não de exageradas displicências como em Gaspar.

O líder do PMDB na Câmara é Francisco Solano Anhaia. Pegou gosto na política como cabo eleitoral de José Hilário Melato, PP. Foi militante fervoroso do PT. Agora, diz que está arrependido.

“Nós não podemos eleger Lula, presidente. Nós não precisamos de ditadura”. A ex-companheira de partido e luta, a ex-vice-prefeita, a vereadora, Mariluce Deschamps Rosa, PT, que antes fez um discurso contra o “golpista” Michel Temer, PMDB, ouviu. Mas, está inconformada. Aliás, quanto mais ela defende PT, Lula (Dilma, providencialmente escondeu) e Décio Neri de Lima, o dono do PT daqui, mais exposta fica não só com Anhaia, mas com Franciele Daiane Back, PSDB.

Giovânia de Sá, é a deputada Federal da vereadora adolescente, Franciele Daiane Back, PSDB.

Depois sou eu, o implicante. Na sexta-feira a coluna trouxe um comentário sob o título “A esmola santifica o doador”. Um chororô danado. Mostrei como os políticos preferem às migalhas permanente, às soluções. Na mesma sexta-feira, na imprensa era possível ler isso envolvendo os mesmos personagens do grupo de políticos do PMDB de Gaspar.

“O deputado Federal e o chefe de gabinete Jerry Comper, representando o deputado Estadual Aldo Schneider, estiveram participando da entrega de um Raio X para o Hospital Dom Bosco de Rio dos Cedros. O valor do equipamento é de R$ 200 mil e trata-se de recursos de emenda parlamentar do Deputado Peninha em reivindicação conjunta com o Deputado Aldo”. O Hospital de Gaspar, ganhou “kits”. Acorda, Gaspar!

Hoje a cobra vai fumar no PP e talvez selar o seu destino em Santa Catarina. Há uma disputa, não muito bem clara, pela presidência do partido: deputado Federal Esperidião Amim Helou Filho e o deputado estadual e presidente da Assembleia, Silvio Devereck.

E qual a razão da briga? O PSD quer Silvio para atrelar desde logo o PP ao projeto do ex-presidente Gelson Merísio, PSD, para ser cabeça de chapa nunca candidatura a governador no ano que vem. Amim, não quer esse atrelamento automático. Ameaça até sair do partido. Difícil vai ir para algum lugar sem causar danos.

 

Edição 1815

Comentários

Herculano
22/08/2017 19:52
DILMA E A ELETROBRAS: IMODESTA NA INCOMPETÊNCIA, NA ARROGÂNCIA E NA IGNORÂNCIA. SEM SURPRESAS, NÉ? por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

"depois da farra da compra de votos, o governo ilegítimo anuncia meta irreal e quer vender o patrimônio do povo brasileiro para cumpri-la"

Quase R$ 9 bilhões em um dia. Isso foi o que ganhou a Eletrobras, em valor de mercado, com anúncio feito pelo governo de que pretende vender o controle acionário da empresa, embora pense num mecanismo que lhe garanta manter o controle estratégico da holding. Mais mercado, menos Estado. Não é que essa ideia funciona? Agora começa, como afirmei nesta manhã, a guerrilha cultural. Não adianta negar o óbvio: o amor ao estatismo é parte da nossa cultura, e essa memória é antiga se quisermos voltar no tempo.

Não tardou para que as vozes das trevas se levantassem, não? Dilma Rousseff, aquela ex-presidente que quebrou o setor elétrico com uma determinação como nunca se viu, no Twitter, com uma irresponsabilidade assombrosa para quem foi presidente da República, escreveu: "Vender a Eletrobras é abrir mão da segurança energética. Como ocorreu em 2001, no governo FHC, significa deixar o País sujeito a apagões".

De todas as coisas estúpidas que poderiam ser ditas por esta senhora, essa é certamente a maior. A verdade está rigorosamente no contrário. O "apagão" só aconteceu porque faltava iniciativa privada no setor, e o Estado não tinha condições de investir. Casaram-se uma bolha de crescimento da economia em 2000 (4.1%) ?" e, pois, de consumo de energia ?" com falta de chuvas, e a vaca foi para o leito seco do Rio. Vieram o apagão de 2001 e a eleição de Lula em 2002. No ano do apagão, o crescimento despencou para 1,39%.

Assim, foi a falta de investimento que conduziu o país à crise, este mesmo que tende a se multiplicar. E foi além: "O resultado é um só: o consumidor vai pagar uma conta de luz estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido".

Por que a privatização conduziria à elevação de preço quando todas as regras da economia apontam para o contrário? Ora, dirá Dilma, é que o investidor vai querer o retorno daquilo que investiu. Certo! Bem, querendo o dito-cujo, então investimento haverá; sendo isso verdade, e é, por que haveria, então, risco de apagão. Eis a cabeça de Dilma. Há as pessoas que pensam em círculos, correndo eternamente atrás do próprio rabo conceitual. E há as que raciocinam em espiral ?" no caso, para baixo. E essa é Dilma Rousseff.

Estamos diante de uma manifestação grosseiramente política, que não guarda qualquer intimidade com a verdade dos fatos. A privatização da Eletrobras só será possível porque o governo Temer reestruturou um setor que Dilma havia quebrado com a sua política irresponsável de redução das tarifas e com a renovação antecipada das concessões. O curioso é lembrar que esta senhora só se tornou figura de proa do governo Lula porque conservada a fama de especialista na área de energia e petróleo.

Nem diga!

Deixou o poder pela porta dos fundos, com a Petrobras, que agora se recupera, na lona e o setor elétrico numa crise inédita de financiamento.

Dilma deveria ser uma pouco mais modesta na ignorância, na incompetência e na arrogância.
Herculano
22/08/2017 19:46
SEM FORO, COLLOR TALVEZ DIVIDISSE CELA COM CUNHA, por Josias de Souza

Denunciado por corrupção em 20 de agosto de 2015, o senador Fernando Collor foi convertido em réu nesta terça-feira pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. Entre a formalização da denúncia e sua aceitação passaram-se dois anos e dois dias. Na ponta do lapis: a Suprema Corte levou 732 dias para atestar a consistência das acusações contra o senador. A sentença final não virá antes da abertura das urnas de 2018.

Denunciado no mesmo dia, Eduardo Cunha não teve a mesma sorte de Collor. Ex-presidente da Câmara, teve o mandato de deputado cassado em 12 setembro de 2016. No mês seguinte, foi recolhido a uma cela de Curitiba por ordem de Sergio Moro. Em 30 de março de 2016, Cunha já amargava sua primeira condenação. O juiz da Lava Jato sentenciou-o a 15 anos e 4 meses de cadeia.

Hoje, o presidiário Eduardo Cunha está na fila da delação premiada. E Fernando Collor continua usufruindo de todas as facilidades que o contribuinte é capaz de pagar a um senador da República. Não fosse pelo escuro do foro privilegiado do Supremo, Collor talvez já estivesse dividindo uma cela com Cunha, em Curitiba. Em vez disso, o senador sonha com um futuro igual ao do seu conterrâneo Renan Calheiros (PMDB-AL).

Acusado de pagar com propinas de uma empreiteira a pensão de uma filha nascida de relação extraconjugal, Renan virou réu em dezembro do ano passado. Passaram-se nove anos entre o início da investigação e a apreciação da denúncia. Houve prescrição de parte dos crimes. Sabe Deus quando Renan será julgado.

Na Lava Jato, a contabilidade da primeira instância registra 157 condenações. Juntas, somam 1.563 anos, 7 meses e 5 dias. No Supremo Tribunal Federal, não há vestígio de sentença. Repetindo: ninguém foi condenado. Não é sem motivo que os políticos entregam a alma para permanecer no paraíso da Suprema Corte.
Herculano
22/08/2017 19:44
TODO MUNDO QUE EU GOSTO É NAZISTA, por Ana Paula Henkel, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, no jornal O Estado de S. Paulo

Com mais uma semana de conflitos raciais nos EUA e a narrativa Rússia-Trump perdendo força, pelo menos nesse momento, a máquina de propaganda do Partido Democrata, antigamente chamada de imprensa, agora aposta, lamentavelmente, todas as fichas na carta que se joga na mesa quando todas as outras parecem falhar: a carta do nazismo.

O nazismo é o mal absoluto, sem meios tons, a soma de tudo de mais repugnante e assustador que a história já produziu. O nacional-socialismo é preconceito, racismo, intolerância e brutalidade em seu estado mais bárbaro, selvagem e desumano. As imagens dos campos de concentração, dos corpos de milhões de inocentes empilhados ou jogados em covas coletivas, são lembranças que nunca podem ser apagadas das nossas memórias e de todos os defensores da paz e dos direitos humanos.

Para combater o nazismo com a força e a eficiência necessárias, é fundamental não banalizar o uso do termo, esvaziando seu significado e distorcendo suas características. Se todo mundo que você não gosta é nazista, em pouco tempo ninguém é. Tudo que os neonazistas da vida real mais querem é ser confundidos com participantes de outros movimentos pacíficos e democráticos que pouco ou nada têm a ver com eles, dando a impressão de que são muito mais fortes, numerosos e aceitos do que realmente são.

Depois da Segunda Guerra Mundial, praticamente todos os presidentes Republicanos dos EUA foram chamados de "nazistas". Até um herói de guerra como John McCain ou um missionário mórmon como Mitt Romney eram constantemente acusados de nazistas pelo crime inafiançável de concorrer democraticamente contra Barack Obama.

Ao sugerir que os eleitores do Partido Republicano ou membros do Tea Party são fascistas ou nazistas, parte da imprensa faz com que os menos de 10 mil membros da Klu Klux Klan e dos grupos neonazistas do país se tornem muito mais difíceis de serem identificados, isolados e responsabilizados por seus atos e crimes. Usar o termo "fascista" ou "nazista" para designar qualquer um que não reze cinco vezes ao dia ajoelhado em direção a uma foto de Barack Obama é criminalizar ao menos metade da população que construiu o país mais livre da história da humanidade.

Os defensores do movimento "antifascista" americano, ou "antifa", usam a carta do nazismo atualmente como desculpa para tudo: depredação de patrimônio público e privado, destruição de estátuas, queima de bandeiras americanas, lançamento de coquetéis Molotov e garrafas com urina na polícia, cerceamento da liberdade de expressão e violência física contra qualquer um que não seja de esquerda (ou "anarquista", o eufemismo da moda).

Ao promover confrontos nas ruas contra neonazistas, outra face da mesma moeda autoritária, os "antifas" aproveitam para tentar destruir tudo que seja tipicamente americano, incluindo a democracia, a liberdade, as leis e a ordem pública. Nada de bom sairá disso.

A única saída para combater a intolerância é pela democracia. É cada vez mais difícil distinguir um "antifa" dos fascistas originais, como os camisas negras de Mussolini ou os camisas marrons de Hitler, ao menos para um observador não comprometido com um dos lados. A máquina de propaganda continua a se referir a eles como "justiceiros sociais", "manifestantes anti-racismo" ou "contra discriminação", mas em tempos de redes sociais a tarefa de esconder a verdade do público já não é tão simples.

Trump pode ser criticado por suas declarações iniciais de forma racional e construtiva, evidentemente, mas não foi o que se viu. O presidente foi acusado de ser complacente ou até simpatizante de neonazistas por ter, durante os confrontos de Charlottesville, condenado a violência dos "dois lados". Na TV ouvimos que Trump não apenas apoiava o movimento neonazista, mas que era um deles. É uma acusação grave demais.

A filha do presidente, Ivanka, se converteu ao judaísmo para casar com Jared Kushner, o genro cada vez mais influente e visto como estopim da demissão de Steve Bannon na semana passada. Os netos do presidente, filhos de Jared e Ivanka, são judeus. Trump é apoiado pelo primeiro-ministro israelense e rezou no Muro das Lamentações em Jerusalém em maio deste ano. Se Trump é nazista, já não se fazem nazistas como antigamente.

Nós brasileiros conhecemos bem os grupos que agem como "antifas", os auto-denominados Black Blocs, desde as manifestações de 2013. O grupo de mascarados arruaceiros vestidos de preto foi recebido nas páginas de jornal com a mesma simpatia na época. O apoio só se encerrou depois da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão na cabeça em 2014. Se são estes os guerreiros "antifascistas", o mundo precisa urgentemente de alternativas.

A parte mais visível dos movimentos "antifa" hoje é a que tem como agenda a derrubada de estátuas, lembrando os "justiceiros sociais" do ISIS e os talibãs. Alguns políticos do partido Republicano chegaram a dizer "vão acabar querendo derrubar estátuas de George Washington e Thomas Jefferson", ambos donos de escravos. Como não se pode subestimar a estupidez humana, alguns ativistas começaram a pedir a retirada das estátuas destes que são dois dos mais importantes americanos de todos os tempos. Até uma estátua de Abraham Lincoln foi vandalizada.

A desculpa oferecida pelos justiceiros sociais para derrubar estátuas é proteger os negros das duras lembranças da escravidão. Em resposta, o eterno astro da NBA e membro do Dream Team de 1996, Charles Barkley, declarou sem meias palavras que nunca se preocupou com estátuas e que as prioridades da comunidade negra americana são outras.

Num recado direto aos ativistas de porrete ou teclado na mão, disse: "não vou perder meu tempo pensando se quero derrubar estátuas pelo país ou não, pra mim elas nunca foram importantes, e se você perguntar à maioria das pessoas negras, elas te dirão que nunca pensaram nessas estúpidas estátuas um dia sequer na vida. Vou gastar meu tempo me preocupando em fazer coisas boas para a minha comunidade, para o mundo. O que nós negros precisamos fazer é concentrar em conseguir boa educação e parar de matarmos uns aos outros nas ruas. Precisamos encontrar caminhos para mais oportunidades econômicas para a comunidade negra. Esses são pontos importantes na vida e onde gastarei meu tempo."

A "violência do bem" é apenas a nova face do mal e, como Barkley deixou claro, não representa a comunidade negra americana. Os justiceiros sociais, das ruas ou das redações, dizem defender os negros, mas deveriam conversar mais com eles para entender melhor suas prioridades.
Herculano
22/08/2017 18:41
FUNARO X JOESLEY

Conteúdo de O Antagonista. Na delação fechada ontem, Lúcio Funaro nega a versão de que o dinheiro pago por Joesley Batista a sua família teria servido para comprar seu silêncio.

Ele diz que os repasses eram referentes a um saldo de propina que tinha com o empresário por sua atuação no FI-FGTS.

Para os procuradores, porém, ao manter os pagamentos, Joesley garantiu que Funaro ficaria tranquilo? e de bico fechado.

Lúcio Funaro, na delação fechada ontem, descreve a atuação de Joesley Batista como uma espécie de líder da quadrilha que atuava na Caixa e nos fundos de pensão.

Segundo o corretor, as demandas por linhas de crédito partiam do empresário e eram atendidas pelos políticos, como Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima.

Para a PGR, porém, a liderança empresarial estaria submetida ao comando político do PMDB da Câmara. Os procuradores sabem que colocar Joesley como chefe da quadrilha pode levar ao questionamento do seu acordo de colaboração.
Miguel José Teixeira
22/08/2017 17:27
Senhores,

Na mídia:

Porco 'com cara de macaco' vira celebridade em Cuba

Huuummm. . .será que é a reencarnação do ícone do retrocesso latinoamericano, idolatrado pelos PeTralhas???
Sidnei Luis Reinert
22/08/2017 17:16
Você é endividado ou caloteiro? É suspeito...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Enquanto o noticiário dá destaque para uma luta, salutar para a construção da democracia, entre o Ministério Público Federal e um ministro do Supremo Tribunal Federal... Enquanto o mesmo noticiário enfatiza o programa de privatização de 58 empresas estatais para arrecadar muitos bilhões... Enquanto os políticos preparam uma reformas de araque..., os brasileiros ficam sabendo de uma fato econômico assustador para quem não é rentista ou político, mas sim um mero trabalhador ou ilustre desempregado: a altíssima inadimplência.
Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas constatou que o Brasil tem 59,4 milhões de inadimplentes com o cpf negativado na praça. Os endividados apontam o falta de emprego e a queda de renda como motivos para não pagar em dia as contas ou os débitos. Desde janeiro deste ano, cresceu em 1 milhão de pessoas o número de endividados ou caloteiros. O SPC constatou que a dívida média em atraso do brasileiro é de R$ 2.980,00. São 56% de mulheres contra 44% de homens. Nove em cada dez entrevistados (93%) são das classes C, D e E.

As contas que mais estão em atraso, mesmo sem ter gerado negativação do CPF, são as de juros mais elevados, como cartão de loja (84% entre os que têm essa conta), empréstimo em banco ou financeira (74%), cartão de crédito (74%), cheque especial (72%) e crediário (67%). O mais apavorante e gerador de tensão social é que de cada dez consumidores com contas em atraso, cinco (48%) não acreditam que vão conseguir pagar nem ao menos uma parte de suas pendências nos próximos três meses. Cenário de terror econômico em um País no qual as pessoas de baixa renda comprar comida parcelada e, no fim das contas, não conseguem pagar a fatura do cartão.

O que tal brasileiro endividado ou "caloteiro" pensa dos altos salários dos barões do serviço público? Melhor nem perguntar... Mas, certamente, a resposta será dada nas urnas eletrônicas, mesmo que elas sejam totalmente inseguras e fraudáveis, sem transparência sobre a contagem do voto, porque ele não impresso para conferência... Logo mais, passam o Distritão, o fundo bilionário para financiar campanhas e tudo continua numa boa...

Vendo o caos sob uma ótica otimista, ainda bem que o presidente, os governadores, os senadores, os deputados, os ministros do supremo, a cúpula do judiciário e do Ministério Público não figuram entre os quase 60 milhões de inadimplentes...

Entendeu por que, sem uma profunda mudança estrutural do Estado-Ladrão brasileiro, a situação só vai piorar?


Gilmar Mendes está sob suspeição? Você que não paga conta em dia, também...
Herculano
22/08/2017 12:45
JORNALISMO MANCO DA RBS

A reportagem de hoje da nova NSC (sucessora da RBS SC), no Jornal do Almoço, sobre a grave crise na segurança (mas há outros setores), mostrou o que sempre escrevi, e que sempre se torceu o nariz: o jornalismo de negócio da RBS TV e que distanciou a sociedade dos seus problemas. Sugou e foi embora. Descaracterizou a cultura, quis impor uma alienígena e deixou marcas danosas.

O que a NSC faz, é apenas ratificar o que sempre escrevi sobre este escândalo. E a NSC não possui muito escolha se quiser sobreviver e se restabelecer na credibilidade como veículo de informação e comunicação.

As redes sociais desmancham o que os veículos de comunicações formais negociam com os governos e os poderosos de plantão para esconder, mitificar e criminosamente se estabelecer na ausência, apesar de um ente da comunidade.

Quando o estado, fraco, acobertado pela imprensa, negocia no escurinho com os bandidos para eles baixarem a "bola", é porque o cidadão perdeu o valor para ele, a não ser no voto e no pagamento de pesados impostos mal usados pelo poder público.
Miguel José Teixeira
22/08/2017 11:02
Senhores,

Da série ""Confio nas pessoas que acreditam no capitalismo, no valor do trabalho e na força das empresas privadas para geração de riqueza" (Luciano Hang/Havan):

- Dezoito das 151 empresas federais devem onerar o erário em nada menos de R$ 18,4 bilhões. . .

Quando ocorre vazamento em casa, o gasto sobe e exige medidas corretivas. Conserta-se o defeito, ou se troca a peça antiga por uma moderna, mais econômica. A lógica que rege a vida doméstica é desconhecida dos administradores que lidam com o dinheiro público. A observação vem a propósito de estatais que não andam com as próprias pernas. Precisam, por isso, de repasses do Tesouro Nacional para bancar a ineficiência.

Dezoito das 151 empresas federais devem onerar o erário em nada menos de R$ 18,4 bilhões. Ao contrário do que se faz em casa, não se tapa o ralo por onde escorrem os recursos arrecadados do cidadão. Ao contrário. Aprofunda-se o rombo. O orçamento deste ano é 22,5% superior ao desembolsado em 2016. Vale lembrar que o salto equivale praticamente aos R$ 20 bilhões da proposta de ampliação da meta fiscal prevista pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017.

Pior: a política de pessoal das companhias vai na contramão da do governo e da do bom senso. Enquanto o Estado abre programas de demissão voluntária (PDVs) para enxugar o quadro de 523.087 funcionários das estatais, as deficitárias engordam a folha de pagamento. Segundo a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, de janeiro a julho, o quadro passou de 62.767 empregados para 63,2 mil ?" acréscimo de 524 nomes.

O buraco não é novo, nem nasceu do acaso. Em 2009 ?" oito anos atrás ?", o prejuízo total das 18 empresas chegou a R$ 179 milhões. Em 2013, o deficit decuplicou. Atingiu a inaceitável cifra de R$ 1,8 bilhão. Agora, metade do tempo depois, multiplicou-se por 10. Bateu nos R$ 18,4 bilhões. Pergunta-se: por que não se tomam medidas para reverter a situação? O governo, obrigado a cortar gastos da educação, da saúde, da segurança, da pesquisa e tecnologia, não só mantém o ralo, mas também lhe alarga a circunferência.

Passou da hora de conjugar os verbos privatizar, fundir e fechar. A administração petista demonizou a privatização. Negou-se a olhar os benefícios que a prática, levada avante por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990, trouxe ao país e à população. Vale o exemplo das telecomunicações. Com a saída do Estado, os brasileiros, que pagavam ágio para ter uma linha telefônica, contam com serviço de qualidade.

O Partido dos Trabalhadores (PT), por 13 anos no poder, em vez de continuar o processo de saneamento das estatais, recuou. Criou mais sete empresas, que se revelaram ineficientes em seus objetivos, mas serviram a interesses partidários dissociados das necessidades da população. Sem olhar para essa realidade, será insuficiente o sacrifício da sociedade ao ser privada de serviços essenciais para tapar rombos da incompetência e da politicagem. Em bom português: seca-se gelo.

Fonte: Correio Braziliense, hoje, Coluna 'Visão do Correio"
Herculano
22/08/2017 10:26
A PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS E A "LA MALA EDUCACIóN INSPIRADA NA LAVA JATO: UMA GUERRA CULTURAL, por Reinaldo Azevedo

O governo anunciou nesta segunda, por intermédio do Ministério das Minas e Energia, que pretende privatizar a Eletrobras. Ou, vá lá, para pôr as coisas nos seus justos termos, quer vender a maior parte das ações sob controle estatal, mas a União continuaria acionista da companhia, mantendo poder de veto na administração. Haverá percalços técnicos a enfrentar, sim, mas as dificuldades políticas m serão, acreditem, os mais relevantes.

A Eletrobras é uma holding gigantesca, que atua na geração, transmissão e distribuição de energia. Sob seu guarda-chuva estão verdadeiros ícones do estatismo elétrico, como Furnas, Chesf e Eletronorte. A holding já é de capital aberto, sob controle público: a União detém 40,99% das ações da empresa; o BNDES, 18,72%, e fundos federais, outros 3,42%. Não está claro ainda quantas ações o governo pretende vender. Nos bastidores, a expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.

Depois do ciclo de privatizações que incluiu Vale do Rio Doce (1997) e Telebras (1998), nunca houve nada de porte semelhante. Parece que o governo está mesmo determinado a levar a coisa adiante. A intenção de vender a estatal foi comunicada em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Começa agora uma longa jornada, e o governo sabe disso. Será preciso enfrentar o cipoal da legislação e, não se enganem, a arena mais renhida dos debates será mesmo a política. Estudos feitos pelo Ministério das Minas e Energia sustentam que, nos últimos 15 anos, ineficiências acumuladas acabaram custando aos cofres públicos a bagatela de R$ 250 bilhões. Ou por outra: longe de o estatismo proteger o país e o interesse dos brasileiros, o que faz é lhes sangrar os cofres.

Abro este meu texto tratando das questões políticas. Vamos ver. A informação sobre a possibilidade de privatização da Eletrobras veio a público nesta segunda à tarde. Fiquem de olho no noticiário. Nesta terça, as esquerdas já lançarão as suas palavras de ordem contra a proposta, a começar daquele que diz fazer uma caravana no Nordeste: Luiz Inácio Lula da Silva.

Bem, meus caros, convenham: depois do petrolão, os brasucas deveriam estar a torcer para que a União se livrasse de todas essas estrovengas que lhes custam tão caro também em sentido histórico, não é? O mal não está apenas na deseconomia, na baixa qualidade de serviços, na falta de investimentos. As estatais são os entes, por excelência, do aparelhamento do Estado pelos partidos políticos. Mais do que a administração direta, é sobre elas que recai a ambição de chefetes partidários. Querem um exemplo eloquente? Se um partido político queria realmente poder, escolheria comandar o Ministério das Minas e Energia ou a Petrobras?

Infelizmente, dado o caráter que tomou a Lava Jato, quem passa por um franco processo de demonização não são as empresas estatais, mas as empresas privadas ?" estas, sim, tomadas como valhacoutos de bandidos e malfeitores, que teriam corrompido a essência supostamente benigna das empresas públicas. A Petrobras, por exemplo, figura nas investigações como vítima e, saibam, atua nos processos judiciais como auxiliar da acusação.

Ainda que se possa, vá lá, condescender com a ideia de que a empresa foi, sim, vítima de uma súcia de malfeitores, é preciso que se constate também que isso remete à ideia de que, não fossem os desvios ?" e, portanto, bastaria corrigi-los ?", as estatais poderiam ser um exemplo de governança.

Não disponho de uma pesquisa ?" e, até onde sei, ela não existe. Mas temo, sim, que os brasileiros amem as estatais hoje ainda mais do que ontem. E isso será mel na sopa para a conversa mole das esquerdas. É bom que todos saibamos que terá início uma verdadeira, vamos dizer, guerra cultural. Mais uma. E podem se preparar: essas coisas mexem com elementos de absoluta irracionalidade.

Abro espaço para o exemplo pessoal. Em 1996, de mudança de Brasília para São Paulo, comprei um telefone fixo numa daquelas bolsas de telefone ao custo nada imodesto, então, de US$ 7 mil ?" sim, pagava-se em moeda nativa, mas o valor era definido em dólares. Em 1998, havia 20 milhões de linhas fixas instaladas no país. Em 2001, em razão da privatização, o número encostava em 50 milhões. Aí veio a revolução do celular. Eram pouco mais de 8 milhões em 2000; hoje, há, atenção, 280 milhões de aparelhos móveis no país. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, em outubro, haverá um smartphone para cada brasileiro. Em abril, eles já eram 198 milhões.

Por que destaco esses números gigantescos? O PT ganhou com um discurso contra as privatizações. Na eleição de 2014, vocês devem se lembrar, Dilma Rousseff ainda acusou o adversário de segundo turno, o tucano Aécio Neves, de querer privatizar, ora vejam, a Petrobras. Aposto o mindinho que Lula dirá algo assim nesta terça: "Eles não sabem governar e então querem vender o patrimônio dos brasileiros".

A repulsa ao estatismo é que deveria ser a boa educação política derivada da Lava Jato. Infelizmente, noto, aqui e ali, uma espécie de recrudescimento do nacionalismo bocó. Os procuradores da operação são professores exemplares na disciplina do ódio à política e aos políticos. Mas todos eles, na prática, são entusiastas do Estado forte.

Vem árdua batalha pela frente. Que o governo Temer não recue e faça a coisa certa. Se não for ele, quem o fará?
Miguel José Teixeira
22/08/2017 10:08
Senhores,

Quanto a asneira do maldito PeTralha Vicente Cândido, afirmando ontem "que o valor do fundão de R$3,6 bi, retirados dos cofres públicos para custear campanhas eleitorais, está em sintonia com grandes democracias", vale registro que, porém, não está em sintonia com a situação calamitosa em que se encontra a Nação, graças aos 13 anos da quadrilha 13 no poder!

Vamos fazer a verdadeira reforma: NÃO REELEJA!!!
Herculano
22/08/2017 08:27
"PROGRESSISMO" INCOERENTE: A INTOLERÂNCIA DOS QUE CLAMAM POR "TOLERÂNCIA", por Rodrigo Constantino, do Instituto Liberal

Como o risco de soar repetitivo, vou uma vez mais falar sobre a intolerância dos "tolerantes". Faço isso por um motivo bem simples: a "marcha das minorias", o "império dos oprimidos", a "revolução das vítimas" e a "ditadura do politicamente correto" são variações sobre o mesmo tema, e o mais relevante hoje para quem se preocupa com as liberdades individuais.

Quem ainda não se deu conta do risco que corremos com essa turma não entendeu muito da era moderna. Os movimentos das "minorias" se julgam detentores de uma causa tão nobre, contra inimigos tão terríveis, preconceituosos e malignos, que nada pode ficar entre seus desejos e suas ações. Não há limites na hora de atacar um "inimigo", alguém que ousa desviar da cartilha politicamente correta.

Vou dar um exemplo bem pessoal para ilustrar o ponto. Minha filha adolescente compartilhou uma imagem que está circulando bastante pelas redes sociais, uma foto de Leandra Leal em que a atriz faz a campanha do "Criança Esperança" da Globo e depois aparece fazendo campanha pelo aborto.

A incoerência em si de pregar esperança para crianças matando a mais básica de todas - nascer - já seria um tanto impressionante. Mas meu foco será outra incoerência: aquela da intolerância dos "progressistas" que clamam sempre por mais tolerância e diversidade. A causa feminista é tão poderosa e influente na juventude que não é mais tolerado ser contra suas principais bandeiras.

Uma menina foi no perfil da minha filha e escreveu a ordem categórica, cheia de "tolerância": "apaga logo isso". Teve quase vinte curtidas em pouco tempo, ou seja, um grupo unido colocando pressão contra a minha filha. A atriz, alegam, "tem direito de ter opinião" sobre o aborto. Mas minha filha, pelo visto, não tem direito de ter opinião contrária, nem mesmo no perfil particular dela.

Já tive muitas experiências parecidas, inclusive com libertários. Quando usava o meu perfil para emitir as minhas próprias opiniões sobre certos comportamentos que julgo indecentes ou bizarros, era alvo de vários desses "progressistas" e libertários, que me atacavam e afirmavam que eu não era um liberal. Um liberal, pela ótica deles, deve ser um libertino ou alguém sem opinião sobre tais coisas. Fique caladinho, em nome da liberdade individual!

É como vemos nos "antifascistas" da Antifa, queimando faixas de "liberdade de expressão" em nome do combate aos intolerantes. Na era moderna, dominada pelo politicamente correto, você pode falar o que quiser, desde que concorde com a patota. Nunca os "fracos" tiveram tanto poder! A patrulha das "minorias" faz os inquisidores de Torquemada parecerem garotos inocentes. Essas "almas bondosas" não se incomodam de jogar na fogueira o primeiro que desviar uma vírgula de seus dogmas.

Reparem que debates não são mais necessários, argumentos não são mais desejáveis, e uma troca civilizada virou coisa do passado. Essa turma sabe que está do "lado certo", que só pode discordar dela gente muito ruim, preconceituosa, racista, xenófoba, machista, e que por isso mesmo é preciso calar esses boçais, interromper sua fala no grito, na violência, intimidar todo aquele que tiver alguma opinião diferente, independente.

Mas como filha de peixe, peixinho é, a minha filha não se intimidou, e manteve a postagem. Em muitos casos o Foicebook faz o trabalho da patrulha politicamente correta e retira à força pontos de vista divergentes. Em vários outros, as pessoas voluntariamente cedem à pressão, param de comentar, com medo da reação, do ostracismo, dos ataques. Nem todos aguentam o rojão.

Só que foram mexer com uma Constantino, casca grossa, acostumada a ver o pai sendo demonizado dia sim, outro também, por todos esses que juram falar em nome da tolerância e que estão dispostos a me calar na marra. Acharam que a intimidação surtiria efeito. Não foi dessa vez. E papai está muito orgulhoso da filhinha?
Herculano
22/08/2017 08:07
'FUNDÃO' É SOMA DE ALEMANHA, MÉXICO E EUA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O relator da reforma política, Vicente Cândido (PT-SP), contou lorota ao afirmar ontem que o valor do "fundão" de R$3,6 bilhões retirados dos cofres públicos para custear campanhas eleitorais, "está em sintonia" com "grandes democracias". Não é verdade. Os R$3,6 bi que ele imagina tungar do Tesouro Nacional é mais dinheiro que a soma do custo das eleições na Alemanha, no México e nos Estados Unidos.

A MAIS CARA DO MUNDO
O "fundão" deve retirar dos cofres públicos R$11,2 bilhões a cada quatro anos. Nenhuma eleição no mundo custa tanto dinheiro.

SEM DINHEIRO PÚBLICO
Os EUA têm a eleição mais cara: US$2,5 bilhões (R$7,9 bilhões) para eleger o presidente. Mas nenhum centavo sai dos cofres públicos.

NA ALEMANHA
A eleição na Alemanha custa 450 milhões de euros (R$1,6 bilhão) por cada um dos quatro anos da legislatura. Só um terço é dinheiro público.

MÉXICO
O ciclo eleitoral no México, em 2015, custou US$558 milhões (R$1,7 bi), segundo o jornal El Universal, tudo pago com dinheiro público.

PMDB DEVE PUNIR 'TRAIÇÃO' DO PARTIDO EM SERGIPE
A direção nacional do PMDB garante que não vai deixar barato a "pulada de cerca" do partido em Sergipe, onde dirigentes locais, com o governador Jackson Barreto à frente, bajularam Lula mais que o próprio PT, na visita eleitoral do petista condenado por corrupção. Em Sergipe, num primeiro momento, poderá haver intervenção na executiva estadual. Mas, antes, o PMDB decidiu concluir o processo disciplinar que pode resultar na expulsão de Kátia Abreu e Roberto Requião.

PODEMOS CAIR FORA
Paparicado, Lula retribuiu chamando Jackson Barreto de "companheiro fiel". "Temos uma história juntos", afagou o governador.

APARATO DE SEGURANÇA
Jackson Barreto colocou a proteção a Lula um aparato de segurança que os sergipanos gostariam muito de ver nas ruas.

TRAIR E COÇAR...
...é só começar: a próxima "pulada de cerca" será em Alagoas, com os Renans, pai e filho, ciceroneando o petista condenado por corrupção.

PREPARE O SEU BOLSO
Pelo projeto de reforma política, que pode ser votado nesta terça (22), os R$ 3,6 bilhões do "fundão" serão distribuídos a cada dois anos entre os partidos políticos. Ou seja, R$ 7,2 bilhões por legislatura.

PODE SER MAIOR (E PIOR)
O relator petista Vicente alega candidamente que o "fundão" não custará R$3,6 bilhões e sim 0,5% da receita corrente líquida, dinheiro dos impostos. O valor que pode chegar aos R$4 bilhões em 2018.

GRANA É O QUE IMPORTA
Dos 17.288 sindicatos existentes no Brasil (e outras lojas sindicais de ganhar dinheiro), 2.038 não informam como são eleitos seus dirigentes, segundo o Ministério do Trabalho. Quase 12%. Mas estão ávidos pela parte que lhes cabem no rateio dos R$3 bilhões do imposto sindical.

QUANTO CUSTA DEPUTADO
Cada deputado da Câmara Legislativa do DF custa R$3 milhões ao ano. Isso inclui salário, cota parlamentar e verba de gabinete. São 35,4% a mais que deputado federal e 53% a mais que senador.

REAÇÃO DURA
Um vídeo em espanhol, que circula no Whatsapp e redes sociais, pede que autoridades europeias enterrem terroristas como indigentes, e em local secreto. E revogue a autorização de residência de suas famílias.

PASSANDO A SACOLINHA
Indiciado por superfaturamento na obra do Estádio Mané Garrincha e acusado de outros rolos, o ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT) organiza jantar de arrecadação para pagar seu advogado criminalista. E, claro, lançar sua candidatura em 2018 a deputado ou senador.

VÃO PASSAR
Devem ser aprovadas esta semana no plenário da Câmara as duas medidas provisórias que trancam a pauta dos deputados; uma trata do novo Refis e a outra parcela as dívidas previdenciárias de estados.

VETOS PRESIDENCIAIS
Sessão conjunta da Câmara e do Senado nesta terça analisa 16 vetos presidenciais, incluindo o que barrou a interdição de grandes empresas envolvidas na prática de infração sanitária. Incluindo os frigoríficos...

PENSANDO BEM...
...o relator petista da reforma política teria apoio popular se equivalesse o sistema que planeja à China, onde corrupção dá em pena de morte.
Herculano
22/08/2017 08:03
A NOVA TOMADA DE TRÊS PINOS, por Bernardo Melo Franco, no jornal Folha de S. Paulo

Os feirantes da reforma política querem vender uma nova jabuticaba. Para driblar as críticas ao distritão, um sistema eleitoral adotado em apenas quatro países, decidiram apostar num modelo que não existe em país nenhum.

A gambiarra está sendo chamada de semidistritão, ou distritão misto. Foi inventada há poucos dias e pode ser aprovada nesta terça-feira. A ideia ganhou força na Câmara, embora poucos deputados sejam capazes de explicar do que se trata.

O semidistritão seria uma espécie de tomada de três pinos eleitoral. Uma solução tupiniquim, de autoria desconhecida, que ajudará seus poucos criadores a se dar bem às custas da maioria. Nos dois casos, ninguém se lembrou de consultar os usuários.

A proposta é combinar dois sistemas antagônicos: o distritão, que ignora os partidos, e o voto em lista, que desconsidera o perfil de cada candidato. O voto na legenda ajudaria a turbinar o desempenho individual de cada político.

A fórmula é exótica, mas ajudou a atrair partidos que resistiam a abandonar o sistema proporcional. Com a adesão de novas siglas, como o PDT, é possível que o novo modelo seja aprovado pelo plenário nesta terça.

O semidistritão contraria um dos principais argumentos usados por quem deseja mudar as regras do jogo: o de que nem todos os candidatos mais votados garantem uma cadeira na Câmara. Essa distorção continuaria a existir, já que os partidos com mais votos de legenda teriam direito a uma bancada maior.

A jabuticaba ainda produziria outros efeitos colaterais, como o fim da fidelidade partidária. Se o candidato for o único dono da cadeira que ocupa, não fará mais sentido proibir o troca-troca de legenda.

Por outro lado, o semidistritão cumpriria o principal objetivo dos inventores do distritão de raiz. Desde o início, o que eles querem é ajudar os atuais deputados a se reeleger, garantindo mais quatro anos de foro privilegiado.
Herculano
22/08/2017 08:01
SUSPEIÇÃO DE GILMAR É TOGA JUSTA PARA CÁRMEM, po Josias de Souza

O pedido de suspeição da Procuradoria-Geral da República contra Gilmar Mendes deixou Cármen Lúcia numa toga justa. Se enviar a peça ao arquivo, a presidente do Supremo Tribunal Federal fará tempestade num copo de veneno, atraindo para si as críticas dirigidas ao colega. Por sorte, a doutora encontra no regimento interno da Suprema Corte o melhor antídoto. Basta transferir a decisão para o colegiado.

Reza o regimento que, admitida a suspeição, Cármen Lúcia precisa ouvir Gilmar. Que repisará a tese segundo a qual o fato de ter sido padrinho de casamento de Beatriz Barata não o impede de livrar da cadeia o pai dela, Jacob Barata Filho. O noivo é sobrinho de Guiomar Mendes, mulher de Gilmar. Mas isso tampouco é motivo para que o ministro se declare impedido de atuar no caso. O pai do noivo, irmão de Guiomar e, por conseguinte, cunhado de Gilmar, é sócio de Jacob, o preso libertado. Mas e daí?

Por muito menos o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, declarou-se suspeito para julgar um habeas corpus ajuizado no Supremo pela defesa de Lula. Fachin tomou distância do processo sob a alegação de que era padrinho de casamento da filha de um dos advogados signatários da petição.

Em casos como o de Gilmar, o regimento do Supremo prevê que Cármen Lúcia pode ouvir testemunhas. Se achar desnecessário, a ministra poderá submeter a encrenca ao plenário. Parece trivial. Mas isso é algo que jamais aconteceu no Supremo. A transparência é a regra no serviço público. Porém, o regimento do tribunal prevê que são secretas as sessões para o julgamento de pedidos de suspeição contra seus ministros. Lastimável!

A petição do procurador-geral Rodrigo Janot no caso Barata não é a primeira investida contra Gilmar. O chefe do Ministério Público já havia colocado em dúvida a isenção do ministro no julgamento do habeas corpos que libertou o empresário Eike Batista. Juntos, os dois pedidos oferecem aos dez colegas de Gilmar a oportunidade para informar ao país de que matéria prima é feita o excelso pretório ?"se de corporativismo ou de interesse público.
Herculano
22/08/2017 07:59
DEPOIS DE SER QUEBRADA POR DILMA VANA ROUSSEFF, PT, POÇO DE CORRUPÇÃO, CONSTRUIR COM ISSO PREJUÍZOS E UMA DÍVIDA BILIONÁRIA QUE TERÃO QUE SER PAGAS POR NóS, GOVERNO PROPõE DA ELETROBRÁS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Nicola Pamplona, da sucursal do Rio de Janeiro e Júlio Wiziak, da sucursal de Brasília. O MME (Ministério de Minas e Energia) informou nesta segunda (21) que vai propor ao PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) a venda de ações da União na Eletrobras, "a exemplo com o que já foi feito com Embraer e Vale".

O governo não informou quantas ações pretende vender, limitando-se a falar em "democratização" da empresa na Bolsa.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse à Folha que a ideia é emitir novas ações no mercado de forma que a participação atual do governo na empresa seja diluída. A União ficaria com uma única ação, que garantiria poder de veto em decisões estratégicas ("golden share").

A União detém diretamente 40,99% das ações da empresa. O BNDES, 18,72%, e fundos federais, outros 3,42%.

A expectativa é arrecadar entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, que ajudariam a conter o deficit nas contas públicas em 2018. Hoje, o valor de mercado é de R$ 20 bilhões.

A avaliação é que as ações podem se valorizar com a perspectiva de privatização e com a mudança no sistema de cotas de venda de energia a preços baixos, instituído em 2013, e eliminada pelo novo marco do setor elétrico que será levado ao Congresso.

Após o anúncio do plano, o valor dos papéis da empresa negociados em Nova York chegou a subir 22% no "after market" (negociação após o fechamento do pregão).

O MME argumentou que a venda da fatia da União "trará maior competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, sem as amarras impostas à estatal".

A decisão, afirmou o ministério, foi adotada após "profundo diagnóstico sobre o processo em curso de recuperação da empresa".

A Eletrobras vem implementando um plano de corte de custos para reduzir o endividamento, que era de R$ 23,4 bilhões no segundo trimestre.

"Não há espaço para elevação de tarifas. Não é mais possível transferir os problemas para a população. A saída está em buscar recursos no mercado de capitais", defendeu o ministério.

Também em nota, a Eletrobras anunciou a seus investidores que o governo proporá a "desestatização" da empresa, mas esclarece que a operação depende de autorizações governamentais, avaliação de autorizações legais e regulatórias e do modelo.

A EMPRESA

Por meio de seis subsidiárias, a Eletrobras tem um parque gerador de 46,9 mil MW, o equivalente a 32% da capacidade de geração de energia do Brasil, e 70 mil quilômetros de linhas de transmissão (47% da malha nacional).

Participa ainda da usina de Itaipu e de 178 projetos de geração e transmissão em parceria com outras empresas.

O presidente da Associação dos Empregados da Eletrobras, Emanuel Mendes Torres, disse ser contra à venda das ações da União.

"Vamos iniciar amanhã [hoje] um processo de convencimento do Congresso e da sociedade de que isso é ruim para o país."
Roberto Sombrio
21/08/2017 23:46
Oi, Herculano.

Não vou me alongar.

No caso do comentário que fiz sobre políticos Amadeu Mitterstein, que faz algum tempo, já foi vereador por dois mandatos, sentiu-se ofendido (pelo que li na coluna). Talvez se tivesse feito algo por Gaspar nada lhe afetaria. A cidade mudou desde sua passagem pela Câmara? Ser político no Brasil, não é permitido ser verdadeiramente a favor de sua cidade, estado ou país e sim a favor dos partidos que o abrigam. A política em qualquer parte do mundo sabemos é um jogo de interesses, mas no Brasil é uma vergonha a ponto de; se nos aprofundarmos veremos que a escravidão não acabou.

Mas se eu for me alongar poderia fazer o povo de Gaspar saber quanto tem de interesse o ex-vereador pela cidade, quando foi feita a obra de alargamento e pavimentação da Rua Vidal Flávio Dias onde o mesmo tem propriedade.
Roberto Sombrio
21/08/2017 22:02
Oi, Herculano.

Tenho duas ótimas sugestões ao suplente de vereador, Joaquim Araldi, PRB.

Uma seria aterrar o Rio Itajaí-Açú, mas como a obra seria onerosa e demorada, talvez a melhor e mais rápida, seria fechar as torneiras nas nascentes.

O suplente de vereador acordou ontem. O povo de Gaspar luta contra as enchentes desde a fundação da cidade. Era para a cidade ser no Belchior e talvez não fosse necessário lutar, mas alguém queria navegar, seja no rio ou fora dele e deu no que deu.
Herculano
21/08/2017 12:00
GASTOS "JUDICIAIS" COM TRATAMENTO MÉDICO SOBEM 1.300% EM 7 ANOS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fábio Fabrini e Lígia Formenti, da sucursal de Brasíulia. As despesas do Ministério da Saúde para cumprir decisões judiciais de compra de medicamentos e insumos para tratamentos médicos aumentaram 1.300% em sete anos, saindo de R$ 70 milhões em 2008 para R$ 1 bilhão em 2015. O orçamento tem sido afetado principalmente por remédios de alto custo, em alguns casos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que significa que não podem ser vendidos no Brasil e distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As conclusões são de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que apresenta um panorama da chamada judicialização da saúde no País ?" quando o cidadão, não atendido pela saúde pública, busca apoio nos tribunais. O trabalho mostra que, de um total de R$ 2,7 bilhões gastos entre 2010 e 2015 pela pasta, por ordem de juízes, 54% correspondem à compra de apenas três medicamentos, demandados para o cuidado de pacientes com doenças raras. Trata-se do Naglazyme e do Elaprase, para o tratamento de mucopolissacaridoses (MPS), as enfermidades degenerativas; além do Soliris, usado contra a hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) e a síndrome hemolítico urémico atípico (SHUa).

O Soliris, embora aceito nos Estados Unidos, não tinha registro na Anvisa até março deste ano. A compra desses remédios para um único paciente pode chegar a R$ 1 milhão por ano ?" cada dose custa R$ 21 mil.

Só que a vida do gerente administrativo Ricardo Ferreira de Souza, de 34 anos, mudou depois que ele começou a utilizar o medicamento Soliris. Diagnosticado com HPN ?" uma mutação genética que destrói os glóbulos vermelhos do sangue ?" em 2009, Souza tinha uma rotina de internações e transfusões de sangue até 2014, quando conseguiu o remédio após entrar na Justiça.

"Nem sei quantas vezes fiquei internado. Os médicos falavam que a única solução era a medicação. Entrei na Justiça em 2012 e adquiri o remédio em 2014. Isso mudou tanto a minha vida quanto da minha família. A gente voltou a ter esperança, porque eu só estava esperando a hora de partir, só esperava o pior." O gerente conta ainda que, neste ano, houve um atraso na entrega do remédio e ele acabou internado por uma semana. "Fiquei debilitado."

Estados. Outra conclusão da auditoria é que o fenômeno tem atingido mais os cofres dos Estados que os da União. Os governos estaduais apresentam bem menos fôlego para bancar essas despesas, que não são previstas nos repasses obrigatórios do governo federal. Em 2013 e 2014, por exemplo, as Secretarias de Saúde de São Paulo, Minas e Santa Catarina gastaram, juntas, R$ 1,5 bilhão, ante R$ 1,1 bilhão do ministério. O grosso dos recursos (80%) foi para a compra de medicamentos.

Em São Paulo, 10% do total das despesas com judicialização em 2014 foi com produtos sem registro da Anvisa. Quase um quinto dos gastos foi para a compra de remédios que já constavam na lista do Sistema Único de Saúde.

Perfil. O TCU ainda traçou um perfil dos processos. As ações são predominantemente individuais e têm taxa de sucesso alta. Os juízes, em geral, concedem antecipação de tutela aos autores sem pedir informações prévias às Secretarias de Saúde. A maioria das ordens é dada sem tomar como base normativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou o sistema criado pelo órgão para orientar magistrados. No Summit Saúde Brasil 2017, organizado pelo Estado na semana passada, o CNJ apresentou a ideia de criar um banco de 52 pareceres para orientar o Judiciário.

As causas envolvem geralmente valores acima de 40 salários mínimos. A maior parte é ajuizada por advogados, seguidos de perto por defensores públicos, aos quais recorrem cidadãos mais pobres. Atualmente, há milhares de processos suspensos, aguardando deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF), que interrompeu julgamento para discutir em que situações o Estado tem o dever de fornecer o tratamento demandado. A Corte entendeu que as questões suscitadas em algumas ações têm repercussão geral, ou seja, a decisão a ser adotada vinculará todas as instâncias inferiores.

A auditoria do TCU identificou que, embora os gastos para atender ações judiciais tenha aumentado de forma expressiva, não houve, por parte do Ministério da Saúde, a criação de um controle administrativo para acompanhar as despesas. O problema também foi identificado em secretarias de Saúde selecionadas para fazer a análise.

O TCU observou, por exemplo, a ausência de rotinas de coleta, processamento e análise de dados que permitam dimensionar a judicialização. Auditores destacaram ainda a ausência de mecanismos para detecção de fraudes e duplicidade de pagamentos.

Ação. Diante dos resultados, o TCU recomendou ao Ministério da Saúde, por meio de acórdão aprovado na quarta-feira, a adoção de mecanismos que melhorem o acompanhamento dos dados, racionalizem compras e evitem duplicidade de pedidos. Além disso, sugeriu a criação de uma coordenação para centralizar todas as informações relativas aos processos judiciais.

O Tribunal ainda sugere que o ministério passe a adotar de forma mais ampla o recurso da licença compulsória, que permite ao País comprar ou produzir versão genérica de medicamentos protegidos por patente. E recomendou que os Conselhos de Medicina fiscalizem prescrições.

Em entrevista ao Estado, o ministro Ricardo Barros disse que a pasta já está colocando em prática "todas as medidas" recomendadas pelo TCU. "Parece até que viram as minhas palestras
Herculano
21/08/2017 11:55
PICARETAS DE ESQUERDA E DE DIREITA MENTEM QUE O GOVERNO CORTOU O VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO EM 2018. É IMPRESSIONANTE, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, teve de gravar um vídeo negando que o governo vá reduzir o valor do salário mínimo. É do balacobaco.

A delinquência intelectual que toma conta do debate público no Brasil, perdido entre os extremismos estéreis do oportunismo, chega a ser assombrosa. Por que extremismo estéril? Porque a retórica exacerbada nasce do nada. Pior: polos ideologicamente opostos se juntam, com alguma frequência, na farsa, na mentira, na falsa notícia. Querem ver?

Qual é a fórmula, em exercício, de correção do salário mínimo, que contou com o apoio das esquerdas e, a rigor, da quase unanimidade das correntes de pensamento do país? 1: corrige-se o valor levando-se em conta a inflação acumulada dos 12 meses anteriores ao do reajuste; no caso, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor); 2) a título de ganho real, aplica-se a taxa de crescimento da economia registrada dois anos antes.

E se, em vez de crescimento, tiver havido recessão? Aí não acontece nada. Vale dizer: se a economia se expande, o mínimo tem valorização real; se ela encolhe, ele não diminui, sendo corrigido apenas pela inflação.

E assim será até 2019, segundo dispõe a Lei 13.152, de 2015, que atualizou a 12.382, de 2011, de redação semelhante. Destaque-se de novo: se a economia cresce, o mínimo se torna, vamos dizer, sócio desse crescimento; se houver, no entanto, recessão, os 48 milhões de salários mínimos pagos no país não serão rebaixados. Terão a correção da inflação apenas.

Muito bem! O governo é obrigado a apresentar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano seguinte até o dia 15 de abril do ano em curso, e o Congresso só pode entrar em recesso, em julho, depois de aprová-la. Que fique claro: a LDO traz apenas uma estimativa de valores. Até porque ela é pautada, em muitos aspectos, pelo comportamento da inflação, que pode ser presumida, sim, mas nunca dada como absolutamente certa.

Ora, quando o governo projetou o mínimo de 2018, o fez com base na expectativa que se tinha, então, do INPC: previu-se que passaria dos atuais R$ 937 para R$ 979. Alguns Estados contam com leis locais que elevam esse valor. Nesse caso, estimava-se um INPC de 4,48%. Muito bem! O governo não decidiu, à diferença do que afirmam vigaristas de esquerda e de direita, reduzir o salário mínimo. É que, tudo indica, o INPC ficará em 3,41%, bem abaixo do que se supunha. Isso se confirmando, o mínimo passará para R$ 969.

Assim, é mentirosa a notícia de que o governo decidiu baixar o valor do salário mínimo do ano que vem. Até porque esse valor, insista-se, ainda não existe.

A queda da inflação a um ritmo superior ao esperado não teve impacto apenas no salário mínimo, é bom que a gente se lembre, não? O governo teve de rever a meta de déficit fiscal deste ano e do próximo em razão disso. Ora, há impostos que também obedecem à correção inflacionária. Quando o governo estimou, em 2016, as receitas de 2017, previa uma inflação de 5,4%. Ela está agora em 3,28%. Isso significa R$ 19 bilhões a menos de arrecadação neste ano e estimados R$ 23 bilhões a menos no ano que vem.

Vigaristas não gostam de matemática. Preferem discursos ocos e gritaria. Essa conversa de que o governo libera verbas para políticos, mas corta o salário mínimo dos trabalhadores é demagogia vagabunda. Os recursos das emendas são um percentual fixo do Orçamento e são de execução obrigatória. O salário mínimo que será pago no ano que vem não tem nada a ver com isso e depende do resultado da economia de 2016 ?" quando houve um encolhimento de 3,16%, e não haverá, pois, ganho real ?" e da inflação de 2017.

Não caia na conversa de demagogos
Herculano
21/08/2017 11:48
NÚMERO DE SINDICATOS NO PAÍS JÁ PASSA DE 17 MIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O número de sindicatos no Brasil passou dos 17,2 mil este ano, no governo Michel Temer. Em setembro de 2015, antes do impeachment de Dilma, o total já era impressionante: 15,9 mil entidades. Quando Lula foi reeleito, o Brasil virou campeão no número de sindicatos, com mais de 90% do total mundial. Foi autorizada a criação de 9.382 sindicatos em 2006, mais da metade dos 17.289 de hoje.

MAIS POR VIR
O Ministério do Trabalho confirmou terem sido autorizadas as criações de 112 novos sindicatos, de um total de 391 solicitações só este ano.

MAIS SINDICATOS QUE PROFISSõES
São 11.867 sindicatos de trabalhadores, 5.408 de empregadores, sem contar federações, centrais, associações, conselhos de classe etc.

RESTO DO MUNDO
A África do Sul e Estados Unidos têm cerca de 190 sindicatos; Reino Unido, 168, Dinamarca, 164 e a Argentina, apenas 91.

VIROU NEGóCIO
Os sindicatos brasileiros tiraram compulsoriamente de trabalhadores e empregadores brasileiros mais de R$ 3,5 bilhões, apenas em 2016.

TRABALHADORES MAIS POBRES PAGARÃO POR CAMPANHA
A conta do fundão eleitoral de R$ 3,6 bilhões, costurado por políticos no Congresso para bancar as campanhas do ano que vem, será paga pelos trabalhadores mais pobres. O valor estipulado para o fundo público de campanha é exatamente o mesmo que será "economizado" com o corte no valor do salário mínimo previsto para 2018 na Lei de Diretrizes Orçamentárias e anunciado semana passada pelo governo.

NÃO SÃO Só R$ 0,20
O governo reduziu o valor do salário mínimo de 2018 de R$ 979 para R$ 969. Esses R$ 10 a menos serão a garantia de campanhas ricas.

ERA MELHOR
Em vez de fundo eleitoral, os R$ 3,6 bilhões poderiam ser usados pelo governo para construir 65 hospitais bem equipados para a população.

ÚNICO CONSENSO
Após a proibição da doação empresarial, o fundão com dinheiro público é o único ponto de consenso no Congresso sobre a reforma política.

ELEITOR DESQUALIFICADO
Teve gente que passou o fim de semana deletando declarações de apoio de Cândido Vaccarezza, nas eleições municipais de 2016. Em São Paulo, ele pediu votos para Celso Russomano (PR).

IMOBILIÁRIA BRASIL
O governo federal é uma das maiores imobiliárias do País, com 2.659 imóveis. O Ministério das Relações Exteriores tem 983, até pelas embaixadas e os consulados, mundo afora.

SEM DEMAGOGIA
Relator do projeto que prevê a demissão de servidores incompetentes, o senador Lasier Martins (PSD-RS) parece ter predileção pelas corporações que, claro, são contra. Deveria dar ouvidos à população.

ASSIM NÃO DÁ
A empresa pública Terracap, do governo do DF, ficou muito fragilizada, porque teve de bancar os R$2 bilhões do custo de construção do estádio Mané Garrincha. Hoje a Terracap vende patrimônio para pagar despesas, inclusive a folha salarial mais de R$300 milhões este ano.

DEBATE DE MOSCAS
A Câmara dos Deputados agendou sessões de debates, as chamadas não deliberativas, para esta segunda às 14h e sexta às 9h. Como quem falta às sessões não tem o salário cortado, não há com quem debater.

PROMESSA É DÍVIDA
A caravana de Lula, o réu e condenado na Lava Jato, pelo Nordeste pretende visitar 23 cidades entre a Bahia e o Maranhão, até 5 de setembro. Ele aposta que a "pressão popular" o livrará da cadeia.

VAI DEMORAR
O chefe da Casa Civil do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), Sérgio Sampaio, avalia que somente após uns três governos "muito austeros" o Distrito Federal poderá equilibrar suas contas.

FARRA NA CAPITAL
Mais bem pagos do País, os 24 deputados distritais (DF) custam R$ 73,2 milhões ao ano. O valor supera os R$ 71,4 milhões gastos pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que tem 40 deputados.

NóS TAMBÉM
Após deixar o PT para se filiar ao Avante, Vacarezza desabafou: "Estamos revoltados com a política...". Imagine o povo, excelência.
Herculano
21/08/2017 11:44
LULA SE TORNOU UM MALUF DE ESQUERDA, por Leão Serva, no jornal Folha de S. Paulo

A foto é expressiva: duas cabeças brancas dominam completamente o quadro em cujo fundo se vê o povo disciplinado, a maior parte com uniforme vermelho. De tão perto, a imagem do ex-presidente é uma metáfora da condição petista: Lula perde cabelos, como seus comícios se tornam cada vez mais ruços.

Em seu discurso, Lula ataca um adversário mais novo (o prefeito João Doria): "Ele saiu do nada"; "Eu queria que ele governasse São Paulo, só isso. Primeiro ele vai ter que comprovar que ele pode fazer. Uma coisa é gerir quitanda, outra coisa é gerir uma cidade", disse, conforme o relato da Folha. O discurso do líder trabalhador envelheceu, mais ainda do que a passagem dos anos. O ex-presidente se transformou em um Paulo Maluf do PT, usando os mesmos argumentos que décadas atrás seu então adversário figadal lançava contra ele.

Para esconder a inversão de sinal, Lula cria um simulacro de si mesmo. A caravana pelo Nordeste é uma remontagem daquela que se seguiu à derrota para Fernando Collor, em 1989, quando saiu da depressão em um ônibus pelo interior do país aplainando o longo caminho para o Planalto. Em 1991, assisti sua passagem por Xapuri, no Acre, onde até eleitores de Collor queriam tocar a grande figura que visitava a cidade. O jovem Lula provocava devoção semelhante às imagens de santos.

Hoje a realidade é inversa: visita a Bahia, governada pelo PT, de braços com seu atual oligarca. A seu lado não está o sindicalista Jacques Wagner mas o coronel que ocupa o lugar que antes foi de Antonio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, chamado "Cabeça Branca" em jingles apaixonados. Não é só a cor dos cabelos, até a roupa branca o líder petista pegou do antecessor no posto de "dono da Bahia".

O resto da caravana vai ser igual: Lula vai percorrer os Estados do Nordeste brasileiro de braços dados com novas e velhos oligarquias regionais, até chegar ao paroxismo de visitar o Maranhão com apoio do novo governador, do PCdoB, e da família Sarney, fora do governo estadual mas sempre com um pé no poder.

Por essa estranha aliança de interesses senis, o discurso de classe dos anos 1980 já não fica bem: Lula agora fala mal de São Paulo, insuflando uma disputa regional que, se radicalizada, pode vir a fazer muito mal ao Brasil. Se o "nacionalismo é o último reduto dos canalhas", o regionalismo deve ser um reduto dos velhacos.

Há outras semelhanças entre Maluf e o Lula de hoje: perseguidos por acusações de corrupção ambos repetem negativas semelhantes; como Saturnos, dominam seus partidos castrando ou engolindo as lideranças independentes; depois de exibições de grande popularidade, ambos têm agora que fugir dos fantasmas dos "postes" que criaram (Celso Pitta e Dilma Rousseff); depois do fracasso dos epígonos, os dois se tornaram campeões das pesquisas antecipadas mas têm de enfrentar o teto imposto pelas taxas de rejeição (no caso de Maluf, as várias derrotas serviram para mostrar como os resultados de pesquisas antes da hora são ilusórios).

A aliança recente entre os dois, eternizada em fotos de quando abençoaram a candidatura de Fernando Haddad, só torna mais patente a coincidência dos espíritos. Lula mexe com a memória do folclore político brasileiro quando ataca alguém por inexperiente. Só falta repetir o slogan de Maluf: "Foi Lula que fez". Ou como outro político mais antigo: "...Mas o Lula faz!
Miguel José Teixeira
21/08/2017 11:42
Senhores,

Diante da matéria jornalística abaixo, volto a replicar a frase do empresário Luciano Hang, proprietário da Havan:

"Confio nas pessoas que acreditam no capitalismo, no valor do trabalho, na força das empresas privadas para geração de riqueza."

Licitações que beiram o absurdo, por Juliana Cipriani, hoje, no Correio Braziliense:

De flores a cadeiras de luxo, passando por vinhos e cervejas de alto padrão e camas king size, editais de compras lançados por todos os poderes mostram o descaso com o contribuinte

Uma licitação na Bahia para contratar professores de corrida e caminhada para juízes e servidores ?" que acabou suspensa na última semana por escandalizar o Brasil ?" chamou a atenção para uma prática que tem sido recorrente no serviço público do país. Trata-se de comprar itens sem a devida comprovação da necessidade e relação com os serviços prestados à população. Em plena crise econômica, multiplicam-se no país licitações para adquirir produtos questionáveis, como flores e arranjos decorativos, vinhos, cervejas, camarões, sofás e até camas e cadeiras de luxo para servir a quem deveria trabalhar para o povo.

Na Bahia, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspendeu o processo para contratar os instrutores que auxiliariam os magistrados no treinamento para uma competição de atletismo. A ajuda fitness custaria até R$ 196 mil por ano. Também neste mês, o governo do Rio de Janeiro, que está devendo salários a servidores por causa da crise financeira, abriu concorrência para contratar uma empresa que forneça jatinhos para conduzir o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) em viagens oficiais. O desembolso previsto é de R$ 2,5 milhões por ano. O jato pedido deve ter banheiro privativo, poltronas giratórias e altura mínima da cabine de 1,65m.


O Congresso pretende gastar R$ 1 milhão com camas, colchões, sofás e cadeiras para os parlamentares. Este mês, o Senado abriu licitação para comprar R$ 920.479,05 em cadeiras e modulares para a Casa. Os custos de cada item variam de R$ 980 a R$ 1,9 mil. Já a Câmara dos Deputados lançou pregão eletrônico em julho para comprar 48 conjuntos de cama box de casal "queen size" a um preço estimado de R$ 1.311,33 e outras 12 camas boxes "king size" por mais R$ 1.462 cada um. O custo total das aquisições para "assegurar a habitabilidade dos imóveis funcionais da Câmara dos Deputados" é estimado em R$ 80.487,84.

Também com mobiliário, o Tribunal de Justiça do Paraná pretende gastar R$ 4,7 milhões. O valor é para comprar poltronas, cadeiras e sofás para o Judiciário do estado. Só no primeiro lote, que tem custo estimado de R$ 2,7 milhões, são pedidas 1,6 mil poltronas giratórias a um custo de R$ 1 mil cada. O item mais caro do pedido é a cadeira giratória tipo presidente, que custa R$ 3.656,90 a unidade. Serão compradas 180 delas.

Recentemente, a Câmara Municipal de Belo Horizonte também gastou dinheiro com cadeiras novas. Para igualar o conforto dos vereadores ao dos senadores, a Casa comprou poltronas de R$ 4,7 mil cada. As 50 unidades foram entregues em julho, a um custo de R$ 171 mil, e se somaram a uma reforma de R$ 1,2 milhão feita no plenário, agora revestido de mármore branco e vidros espelhados, entre outros luxos. Na Assembleia Legislativa de São Paulo, uma tentativa semelhante acabou barrada com a mudança de gestão. Em abril, a Alesp cancelou uma licitação de R$ 1,54 milhão para a compra de 920 cadeiras giratórias de luxo. No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) licitou iPhones e celulares para seus integrantes. Também foram pedidos iPads e celulares funcionais, ao custo de R$ 2 milhões.
Tantas variedades de compras podem representar desvio de finalidade da administração pública, segundo especialistas no assunto. O presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, Fabrício Motta, explica que a principal questão a ser verificada é se existe interesse público. "É claro que a contratação deve ser voltada a atender às finalidades públicas", disse.

Mesmo assim, em tempos de crise, segundo o advogado, essas necessidades devem ser revistas. "Você tem que escolher prioridades para alocar os poucos recursos. Qual o sentido de se manter gastos exorbitantes diante de outras demandas prioritárias, como saúde e educação?", questiona.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais, José Carlos Fernandes Junior, diz que a administração pública deve obedecer a diretrizes e metas para atender com qualidade à população. Nesse sentido, as licitações devem se prestar aos interesses coletivos. "Toda vez que se detectam situações em que se percebe o desvio de finalidade no emprego do recurso público em favor de interesses que não correspondem ao que avaliamos como em prol da coletividade, o Ministério Público atua", afirmou o promotor.
Herculano
21/08/2017 11:41
PSDB É NINHO DE VÍBORAS, NÃO MAIS DE TUCANOS, por Josias de Souza

O PSDB sempre foi uma agremiação de amigos 100% feita de inimigos. Mas o ninho já não é o mesmo. Virou um serpentário. Antes, eram tucanos trocando bicadas. Agora, são víboras que se envenenam entre si. Por mais que divergissem, os tucanos acabavam deslocando sua massa na correnteza e esperneando da mesma maneira. Na atual fase viperina, porém, a viscosidade da secreção venenosa indica que a coisa pode acabar num sinistro afogamento coletivo.

Parceiros de escândalo, Aécio Neves e Michel Temer viraram a sombra um do outro. Só na semana passada, encontraram-se três vezes. Em nota divulgada neste domingo, o diretório do PSDB paulistano escreveu que Aécio, afastado da presidência do partido, provoca "desconforto e embaraços", pois apenas Tasso Jereissati está autorizado a falar pela legenda como seu presidente interino.

Signatário da nota, o vereador Mario Covas Neto, que preside o PSDB na cidade de São Paulo, caprichou na peçonha: ''Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido'', escreveu, jogando no ventilador o autogrampo de Joesley Batista, no qual a voz de Aécio soa pedindo R$ 2 milhões ?"repassados posteriormente pela JBS em malas e mochilas.

As víboras paulistanas suspeitam que Aécio tricota com Temer para armar uma emboscada contra Tasso. Temer plugou-se no Twitter para desmentir. Disse ter conversado com Aécio sobre usinas hidrelétricas da Cemig, que a União cogita levar ao martelo. "Senadores tratam dos assuntos de interesse de seu Estado. Nada mais normal", escreveu Temer. "Teorias da conspiração são assunto de quem não tem o que fazer.''

Em outra nota, Aécio ecoou a versão de Temer sobre a Cemig. Expressou-se como se ainda estivesse no volante, não no banco do carona de uma legenda pilotada por Tasso: ''O PSDB tem responsabilidade para com a estabilidade política e a recuperação econômica do país, o que torna natural que lideranças do partido tenham conversas com o presidente e membros do governo. Estranho seria se isso não ocorresse.''

Quando tudo já parecia bem confuso, o presidente PSDB no Estado de São Paulo, Pedro Tobias, atravessou no noticiário uma nota em que diverge parcialmente de Covas Neto, o mandachuva do tucanato na capital paulista. Embora também não enxergue em Aécio autoridade para falar pelo PSDB, Tobias sustenta que "como senador eleito por Minas Gerais", ele "tem o dever de exercer na plenitude o seu mandato."

Com tanta nota voando, o deputado Domingos Sávio, que preside o PSDB de Minas Gerais, também deu asas a um texto. Nele, chamou de "lamentável oportunismo" o ataque de Covas Neto. Em vez de defender Aécio, usou o veneno do agressor como antídoto. Sávio tachou o neto de Mario Covas de figura "pouco expressiva". Realçou que ele já foi alvejado por "acusações extremamente graves." Pendurou um ponto de interrogação no pescoço do seu alvo sem esmiuçar as "acusações."

A gincana de notas torna mais densa a crise inaugurada na semana passada, com a veiculação da propaganda partidária na qual o PSDB fez uma "autocrítica" mal recebida pela banda governista do serpentário. Em 2014, quando Aécio Neves bateu na trave na vitória apertada de Dilma Rousseff, o tucanato julgava-se fadado a retornar à Presidênica da República. Os tucanos não imaginavam naquela época que seriam governo antes de 2018, com Temer no comando e a Lava Jato nos calcanhares de vidro de Aécio, Geraldo Alckmin e José Serra.

Em apuros, o serpentário revela-se capaz de quase tudo, menos de articular meia dúzia de propostas para retirar o país do buraco em que se encontra. Dividido em duas grandes alas ?"uma ávida por redescobrir o gosto pelo fisiologismo e outra receosa de perder a castidade presumida?", o PSDB parece condenado à separação. Um grupo deve ficar com o PMDB de Temer e com a má fama do Aécio. O outro, com a certidão de nascimento social-democrata e com o FHC. Que as víboras governistas só poderão visitar uma vez por mês.
Herculano
21/08/2017 11:39
A ESQUERDA, VELHA COMO É, JÁ TEM SEUS CLICHÊS COMPORTAMENTAIS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Há muito me ocupo do que seria uma tipologia da esquerda contemporânea. Calma! Um dia chegarei a tipologia da direita, aguardo apenas um pouco porque essa, pelo menos entre nós brasileiros, apenas começa a se acomodar em clichês suficientes para formar uma tipologia minimamente científica. A esquerda, velha como é, já tem seus clichês comportamentais.

Primeiro, a clássica, que deixaria a esquerda pós-moderninha, criada nos campi das universidades, em pânico. Essa esquerda confessa suas taras: que morram todos os reacionários. Corrupção é uma ferramenta válida, desde que usada para o partido e a revolução. Multiculturalismo, e sua mania de parques temáticos étnicos, é coisa de gente riquinha besta, com medo de sangue. Essa é a esquerda que, de fato, teme dizer seu nome.

Quase extinta porque sonhou em destruir o capitalismo. E ninguém tem nada para botar no lugar do capitalismo sem por em risco seu próprio capital.

Existe também a esquerda sindicalista. Essa, se retirada a metafísica social de redenção do "mundo do trabalho", é quase sempre formada de gente que adora a contribuição sindical obrigatória, nunca "trabalhou de fato", e enche as ruas com infelizes que ganham um lanche para fazer número. É bastante agressiva quando colocam em risco a sua renda paga pelos cofres públicos.

A esquerda dos "sem" e das vítimas está sempre cobrando algo da chamada "sociedade" -esse conceito vago, mas de grande utilidade retórica. Essa esquerda se alimenta do velho ressentimento humano, produzido em larga escala pelo capitalismo e seu método de produção de riqueza pela competição selvagem.

Há também a esquerda descendente dos hippies. Gente que quer mudar o mundo com a horta da varanda de sua casa e ainda acha o uso de drogas algo "questionador do sistema". Tem pouco dinheiro e se dedica a "arte e política".

Claro, a esquerda dos campi universitários é essencial. Composta de gente da classe média ou média alta, professores e alunos (os funcionários são, na sua maioria, ligados à esquerda sindical porque são mais pobres e nunca vão a congressos que discutem a desigualdade social), se constitui naquela que impacta a cultura e a opinião pública.

Gosta de tramar contra a desigualdade social comendo queijo e tomando vinho, quando não organizando festivais literários, de cinema ou teatro. Quando "prega", quase ninguém entende porque mistura jargão psicanalítico com um marxismo banhado numa jacuzzi cheia de óleos naturais para a pele e geleia "sugarless".

Não esqueçamos da esquerda de Hollywood e seus prêmios pautados por "race, class and gender", faturando milhões com super-heróis Marvel. Essa adora chorar em público.

A esquerda "sexual" é obcecada por suas idiossincrasias individuais que tentam transformar em pautas pedagógicas para crianças recém saídas do berço. Ligadas a essa, está toda a gama de pautas de gênero genéricas.

Há a esquerda dos "recursos humanos" e das palestras corporativas sobre capitalismo consciente. A mais aguada de todas, quase um marketing vagabundo. Usa expressões como "gestão do futuro" e "humanismo empresarial". Não gaste dinheiro com ela.

Também existe a esquerda da moçada que mora perto de onde trabalha e, por isso, confunde seu bairro com uma Amsterdã universal. Pode chegar suada no trabalho porque é dona do próprio negócio. São os "hackers urbanos", tem vocação para experimentalismo urbano e sonha com o Haddad como presidente dos EUA.

A multiculturalista só sobrevive quando tem muito investimento para deixar todas as culturas ali expostas num estado que agrade todo mundo que as visita.

Claro que não podemos esquecer da esquerda artística em geral, que delira com o politicamente correto e tem de si uma tal imagem de santidade política que deixaria Jesus envergonhado. Bienais de todos os tipos são seu templo.

E a "esquerda de mercado"? É a que sabe que para se vencer no mercado cultural deve-se gritar "Fora Temer!". E para não dizer que não falei de religião, existe a esquerda católica, essa mesma que domina o mercado da teologia. Amém.
Herculano
21/08/2017 11:36
O ERRO DE LULA

Conteúdo de O Antagonista. Leia aqui:

"No Sergipe, Lula diz que 'talvez' tenha cometido erros no governo".

Os erros a que ele se refere, porém, foram cometidos por Dilma Rousseff:

"Sei que não fizemos tudo, talvez tenhamos cometido erros. Se a companheira Dilma estivesse aqui, com certeza iria reconhecer que teve erros"
Herculano
21/08/2017 11:25
ATÉ QUE PONTO VALE SE ENGALFINHAR POR ESTÁTUAS E REVISAR O PASSADO, por Vinicius Mota, no jornal Folha de S. Paulo

Sociedades habitualmente reescrevem o passado conforme as vicissitudes do presente. Na Revolução Francesa, até o calendário foi subvertido na tentativa de apagar vestígios clericais e aristocráticos. A coisa não pegou e sucumbiu ao rumo ordenado quase 2.000 anos antes ?"e depois ajustado no papado de Gregório 13?" por outro rompedor, Júlio César.

No centro de São Paulo, a República rebatizou de 15 de Novembro a rua que antes era Da Imperatriz. Mais de um século depois, o elevado Costa e Silva passou a ser João Goulart.

Grupelhos na capital paulista alvejam monumentos, como o Às Bandeiras, no Ibirapuera, e a avolumada estátua de Borba Gato, na zona sul. Imitam, sem impacto comparável, a marcha de movimentos iconoclastas de inclinação identitária nos EUA.

Charlottesville seria só mais uma das páginas dessa história, não tivesse sido iluminada pela reação fascistoide e pelo desfecho homicida. Por todo o território americano, comunidades locais vinham retirando de lugares públicos estátuas e homenagens aos comandantes e aos soldados sulistas da Guerra de Secessão (1861-1865). O episódio na Virgínia apenas acelerou essa tendência.

O viés de recepção negativa das intervenções de Donald Trump deixou passar quase batido um elemento crítico não trivial desse debate. Até que ponto se deveria caminhar com as revisões do passado estimuladas pelas convicções do presente?

Os heróis da independência George Washington e Thomas Jefferson deveriam descer do pedestal por terem sido senhores de escravos? Woodrow Wilson, campeão do princípio da autodeterminação dos povos, deveria ser apagado dos memoriais por ter favorecido a segregação racial?

A questão é que peso dar ao contexto em que as escolhas ocorrem e ao balanço, sempre imperfeito, entre perdas e ganhos. É indagação que se faça aos humanos, não às estátuas a pretexto das quais se engalfinham.

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