Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

22/12/2015

Arquivo/CV

PÉ NA COVA I

Quem conhece e assiste o ótimo seriado da Globo (onde Marília Pêra era exuberante na personagem); onde o clima de decadência existencial (liderado pelo próprio autor Miguel Falabella na personagem que interpreta par de Marília) domina o contexto, tudo isso se contextualiza também aqui. No seriado se maquia o defunto, e o morto é o júbilo da sobrevivência da trama familiar. Aqui se maquiava o negócio fingindo-se ser tudo legal – mas sonegando - e os mortos, os pagadores de impostos municipais, extorquidos numa hora imprópria, eram fonte de renda e enriquecimento ilícito dos poucos envolvidos. A conclusão não é minha, não. Mas do Tribunal de Contas do Estado, naquilo que a Câmara escondeu, sob a batuta de Antônio Carlos Dalsochio, PT e cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi. Tudo – como sempre - para abafar o caso e daquilo que a prefeitura comandada por Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa alegou nada saber. Parece o Luiz Inácio Lula da Silva e a Dilma Vana Rousseff. Escola e alunos são da mesa cepa e partido. Vamos, então, ao episódio gasparense do “pé na cova”.

 

PÉ NA COVA II

O PT, a administração longeva de Zuchi e Mariluci, o secretário de Transportes e Obras, Lovídio Carlos Bertoldi (inventor da Say Muller quando no Samae para o lixo e outras necessidades fedidas), bem como seus parceiros para todas as obras e desafios contra a lei, reclamam, acusam e se sentem perseguidos. Apontam adversários (que não existem – talvez a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, mas unicamente pela sua coragem e combatividade); à imprensa (à exceção talvez seja a Rádio Comunitária Vila Nova – limitada no alcance - que desnuda, mas não persegue, ou quem sabe esta coluna, que põe o dedo na ferida, como este artigo. Dos demais escritos, falados e televisionados, com diria um narrador, nadica de nada); o Ministério Público (que só alega e enquadra por provas e inquéritos para o contraditório e ampla defesa); o Tribunal de Contas (o qual julga com viés de fiscalização o que administrativamente se desenquadra, mas não pode reverter fatos diante de grosseiros erros); e da Justiça – que apenas é provocada não pode contrariar às provas carreadas aos autos, as quais, quase sempre contrariam a norma e só por causa disso, condena-se (ou o PT, o prefeito e outros dos seus se acham isentos, imunes e impunes?).

 

PÉ NA COVA III

Posou há três semanas na Câmara de Vereadores de Gaspar uma correspondência que veio do Tribunal de Contas do Estado. Cópia de uma mesma que foi dar ao prefeito Zuchi, seu chefe de gabinete Doraci Vanz e ao Ministério Público daqui. Todos os vereadores em silêncio. Normal. Zuchi e os envolvidos, também. Normal. A imprensa – e a prova de que ela “persegue” o poder de plantão, não conseguiu, até agora, neste tempo todo, enxergar um só tópico de quase uma dezena na correspondência para ser notícia aos gasparenses. Esperei para não ser o único, mais uma vez. Como estamos na fase de desenterrar coisas macabras, vamos a mais uma delas, mesmo na semana do Natal. Ossos do ofício. E contra os políticos e os poderosos de plantão. Todavia, a favor da cidade, dos cidadãos e cidadãs pagadores de pesados impostos e eleitores, a notícia é auspiciosa. Ela mostra que há punição contra o poder instalado, contra os políticos e empresários mancomunados ou usados pelo poder. Afinal, o que mostra essa correspondência do TCE? As mazelas da administração do PT, de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa. Trata de punições, multas, contesta a Câmara e abre caminho para Zuchi sujar ainda mais ainda a sua ficha (conforme o que orienta a Lei da Ficha Limpa), e ser condenado pela Justiça numa Ação Civil Pública (que será objeto de um novo comentário aqui). Ela é patrocinada mais uma vez pelo Ministério Público, aquele que cuida da Moralidade Pública. Já está rolando na Jurisdição.

 

PÉ NA COVA IV

Não tem jeito. É uma atrás da outra. Se o PT e Zuchi reclamam deste jeito de todos, fazem isso sem razão. Jogam. Na verdade, estão apenas colhendo o que plantaram. Lembram-se das irregularidades nos nossos cemitérios municipais que foram denunciadas aqui, que percorreram a Câmara e lá, o PT, mesmo em minoria, tentou abafar com pressão e ardis? Aliás, foi esse o caso que acabou fazendo o então procurador-geral do município, Mário Wilson da Cruz Mesquita, desistir de ser petista (era fervoroso, até demais e seu fui vítima deste fervor cego) e procurador. Pois é. O Tribunal de Contas acabou de provar que tudo o que a administração petista de Zuchi alegava certo e normal, na verdade, como sempre se denunciou, estava errado. E condenou o prefeito Pedro Celso Zuchi a pagar R$ 24.151,05 de multa pelas irregularidades nos cemitérios municipais. É algo simbólico diante das atrocidades e do que está por vir. É pouco? Sim, em relação ao que se relata e o que quer o Ministério Público numa outra ação que já está na Justiça. Essa causa a maior apreensão entre os petistas, devido às provas, fundamentações e punições pedidas, incluindo a indisponibilização dos bens dos envolvidos.

 

PÉ NA COVA V

O TCE analisou os contratos SAF 65/2006 e o SAF 28/2012. Foi prudente. O relatório DLC 686/2014 é uma reanálise do despacho singular 526/2014. Ou seja, houve cuidados especiais com este caso específico pelo TCE. Tudo para que nada o prefeito possa reclamar de que houve apressamento, superficialidade, imparcialidade, perseguição política, mal-entendido, sua ladainha de sempre para a imprensa, discursos, entrevistas e palanques aos analfabetos, ignorantes, desinformados, preguiçosos pela verdade, dependentes, aliados e fanáticos. Zuchi possui 30 dias para pagar as multas. Já avisou aos que cercam que vai recorrer ou enrolar. Uma cópia de tudo isso foi parar na promotoria da Moralidade Pública, de Chimelly Louise de Resenes Marcon. Ela deverá apensá-la na Ação que já move contra o prefeito, empresas, empresários e o município sobre este mesmo assunto. O PT de Antônio Carlos Dalsochio queria como morto esse assunto. Agora quem está com o pé na cova são os envolvidos, segundo o TCE, o MP do TCE e o MP que cuida da Moralidade Pública.

 

PÉ NA COVA VI

O que houve para a condenação? Cobrança em duplicidade dos serviços funerários (reserva de carneira, uso da capela mortuária, sepultamento, remoção...) por parte da Say Muller Serviços, de Arnaldo Muller, ou que se confundia com a Arnaldo Muller ME, uma empresa prestadora de serviços. Ela, ou elas, cobravam dos parentes dos mortos e recebiam da prefeitura para fazer o mesmo serviço, pois assim determinava um contrato vencido por licitação. O irregular estava às claras. Nenhum cuidado. A prefeitura sabia. Os gestores públicos sabiam de tudo. Fingiam. Eram coniventes. A cidade sabia e parte dela se indignava, mas não tinha respostas contra o errado que beneficiava poucos. Indefensável, inclusive na malandra defesa dos políticos para a possível alegação de má-fé das empresas e empresários. Todos coniventes, disfarçados, diziam agiam sob o manto da lei aos que questionavam. Era uma prática, que vinha muito antes da assinatura do contrato. Aliás, o esclarecedor e corajoso depoimento de Mário Wilson da Cruz Mesquita (ex-procurador-geral do município) e do advogado Danilo Visconti derrubou todas as falsas alegações dos representantes do prefeito e do município. Um balde de água fria na trama entre e para poucos, mas que penalizavam principalmente os cidadãos mais pobres, na hora da dor, do inesperado e o esfolavam. Vergonha.

 

PÉ NA COVA VII

Tudo orquestrado. A Comissão de Inquérito Administrativo 01/2012, foi montada para nada apurar. Optou pela prescrição dos fatos. Como assim, se a prescrição se dá ao fato gerador ou continuado por cinco anos? Alegou-se, de forma ingênua, como se as autoridades fossem desprovidas de massa cinzenta, de que os Boletins de Ocorrência denunciando os fatos ficaram restritos à Delegacia de Polícia. A prefeitura fechou os olhos e ouvidos. Alegou-se não ter conhecimento de nada, a não ser por intermédio da mídia (as raras denúncias nas rádios ou comentários fundamentados nesta coluna). Ou seja, souberam e nada fizeram para apurar, punir, interromper. Apostaram no esquecimento, no ajeitamento, na intimidação. Tudo combinado. A ladainha como mantra está nos depoimentos do secretário Soly Waldrick Antunes Filho (o secretário quebra-galho de plantão de Zuchi e da administração petista desde 2000), do administrativo Peterson Correia, do secretário Michael Maicon Zimmermann (agora de saída) e do chefe de gabinete, Doraci Vanz. Hilário.

 

PÉ NA COVA VIII

Tudo feito para enganar. Alegou-se erro. Desqualificaram-se documentos. Os aditivos feitos ao arrepio e sem clareza para confundir tudo. Tira hora daqui. Altera vencimento lá. Aumenta hora em outro momento. Um jogo. Quer mais? Tem muito mais. O coveiro encarregado, um comissionado, isto mesmo, um comissionado pago pela prefeitura, Luiz Ordival de Souza, era também uma microempresa (Expansão Serviços) que se encaixava na trama prefeitura, Arnaldo Muller microempresa e Say Muller. Ele é culpado? Talvez. Quando a prefeitura alega que ele é uma pessoa simples, assume para si a consciência do que estava fazendo e era proibido. Quando mais explica, vai se enrolando essa gente. E por que é uma trama e fundo pode ter até sonegação fiscal? Porque a prefeitura teve tempo e oportunidade para se redimir, denunciando e cobrando danos morais no Inquérito 01/2012 dos envolvidos: Say Muller, Expansão e Arnaldo Muller ME. Preferiu, entretanto, colocar panos quentes, acobertar e correr o risco de ser penalizada, como acontece agora. É isso que conclui o relatório do TCE. Ingenuidade e erros, zero. A falta de fiscalização, iniciativa e correção pareceram aos auditores propositais.

 

PÉ NA COVA IX

O relatório do TCE não deixa nenhuma dúvida quanto a isso: “A responsabilidade do sr. Pedro Celso Zuchi, reside justamente, na hipótese de que seria razoável considerar que o mesmo poderia ter agido de forma diversa da que foi adotada, pois quedou-se omisso na adoção de providências para fazer cessar a prática, bem como responsabilizar judicialmente as referidas empresas, principalmente a Say Muller Serviços Ltda.”, que chegou a utilizar a capela mortuária como seu escritório fosse para essas armações ilimitadas (Arnaldo disse que a sala era um depósito; alegou que o escritório ficava na Amaro Muller, mas as diligências apontaram que oficialmente tinha como sendo na Rua Fernando Krauss). Mais, sem qualquer autorização pública, para exploração de espaço público, era permitido a propaganda da DLCor na casa mortuária. E assim era a balburdia deste serviço, feito de donos e gente propositadamente omissa. O relatório também foi parar nos órgãos de fiscalização e arrecadação municipal, estadual e federal para ver se não há sonegação embutida nestas manobras todas. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Nas votações daquele monte de projetos do PT e do prefeito Pedro Celso Zuchi, deve-se destacar que o PMDB atuou em bloco (três vereadores) e pensando como um possível sucessor do PT e Zuchi. O vereador Jaime Kirchner ficou contido, mas remoendo as votações.

 

O voto de Ivete Mafra Hammes, licenciada para tratamento de saúde, não fez falta à da bancada do PMDB. Charles Roberto Petry, ex-PV e hoje no DEM, alinhou-se com o PMDB e PSDB de Andreia Symone Zimmermann Nagel.

 

O que aconteceu nos bastidores daquela sessão será motivo de outros comentários mais detalhados. Afinal, esta coluna é para ser lida e não preenchida com assuntos disfarces...

 

Quem desafinou feio e contra um possível governo em “chapa própria” ou mais provavelmente em parceria com o PMDB e PP foi o presidente do PSD, Marcelo de Souza Brick.

 

Ele disse aos seus eleitores que não participaram da sessão, mas o cobraram pelos votos dados a favor do PT e Zuchi, que no caso da votação da Reforma Administrativa ele se enganou na hora de votar. Se errou, não serve como prefeito, vai errar também. Se não errou, enganou mais uma vez. O mais provável. Tudo para se ajustar ao acordo que fez com o PT, Zuchi, Dalsochio, Amarildo e o Melato para dar a presidência da casa a Giovano Borges.

 

Esta Reforma Administrativa não economiza nada, como alardeia o poder na prefeitura. Engana. Apenas aparelha, aumenta o número de cabos eleitorais do PT, PDT, PR, PRB, PCdoB e outros, exatamente contra o PSD. Pior: foi extinta a secretaria de Agricultura, criada pelo médico veterinário Renato Beduschi, PMDB. Zuchi comemorou. Já os agricultores...

 

Nas redes, Brick conseguiu a unanimidade, mas contra. E por falta de argumentos para seus atos e votos, ficou exposto. A quem culpará agora?

 

Reproduzo aqui um comentário de um leitor feito no sábado na coluna na internet, a mais acessada, sobre esse assunto. “Se Marcelo tivesse errado o voto não teria ficado de cabeça baixa o tempo todo. Votou errado porque quis. Votou contra a cidade, contra os seus eleitores e os contribuintes”.

 

“Aliado ao PT tem votado errado desde do início do seu mandato, em troca de favores para si e para os seus. Se vendeu. Trocou sua liberdade de escolha por favores pessoais. Se tivesse posicionamento, postura, integridade, assumiria seus erros. Teria usado a tribuna para defender, criticar ou apoiar, mas não fez. Saiu da sessão mudo. Não abriu a boca. Um verdadeiro fracassado”.

 

“Mas isso vai lhe custar caro. Na terça-feira será a Eleição da mesa diretora da Câmara onde será cumprido o acordo que ele tem com o PT. É o velho e desgastado discurso da renovação, rendido e aliado ao que tem de pior na política de Gaspar”.

 

“De tudo isso me resta dizer: Brick é a renovação do PT. Pode ser candidato ou vice! Estará na íntegra representando seus interesses e seu posicionamento”. Volto. Estou de alma lavada. Brick estava incomodado com as minhas observações. Ele e os seus vêm me cobrando insistentemente no particular e em público. Suas atitudes políticas são incovenientes, contraditórias e não inspiram confiança. E faz tempo. Mais percebem esta constante incoerência. Nem disfarce há. Acorda, Gaspar!

 

Hoje é a última sessão do ano na Câmara. Serão 30 dias de férias somados a outros 15 no meio do ano. Entende-se agora a razão pela qual quando Marcelo de Souza Brick, como relator desta matéria, teve tudo para acabar com isso e dar férias aos políticos como um trabalhador qualquer e não o fez.

 

Quem mais faltou às sessões? Uma hora em São Paulo, outra em Brasília ou em Florianópolis e agora na Alemanha. Mas na hora de dar o voto ao PT e Zuchi, ele estava lá de corpo e alma. O Giovano Borges já estava livre fazia tempo. Um servia a Deus, e outro ao diabo...

 

E para encerrar. Se fracassar na carreira política, o vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, já se ensaia como relações públicas e intermediador de anúncios em repartições públicas e políticos. Sucesso.

 

A carreira de analista político do “gasparense Frank Underwood” foi interrompida, na semana passada. Fingia ser sério e queria desmoralizar esta coluna. Era falso e foi denunciado ao Facebook que o retirou do ar “por violar os padrões da comunidade Facebook”. Muitos possuem opinião, mas quase ninguém é capaz de dar a cara para ser batida e o contraditório. Não é fácil diante dos interesses que estão em jogo e numa cidade com domínio de famílias e grupos.

 

Trocando de assunto: e a Ponte do Vale, que o prefeito jurou entregar no ano passado, prometeu recomeçá-la neste ano e pelo jeito nem para a campanha do ano que vem estará pronta? Das alças para o povo da Margem Esquerda, todos esqueceram.

 

O secretário de Transporte e Obras, Lovídio Carlos Bertoldi, e um dos que se ensaia candidato do PT a prefeito, não gosta de ouvir observações ou críticas. É impositivo. Em um vídeo que bomba na internet, ele manda Paulo Filippus, do Movimento Brasil Livre, ficar quieto na Câmara durante as votações daquele monte de projetos arrumados para serem votados sem discussões com a comunidade, em sessões extraordinárias.

 

Não é a primeira vez que Lovídio tem esta atitude em público. O PT dialético é assim. Conversa só na época de eleições para iludir. Depois, é na base do sarrafo, da humilhação, constrangimento e vingança.

 

Recentemente, Lovídio tentou o mesmo na enrolação do povo das Casinhas de Plástico, lá na BR-470, carente de tudo depois que perderam lares e lembranças na catástrofe ambiental severa de novembro de 2008. O vídeo daquele evento, entretanto, mostra que ele baixou a crista logo ao perceber que não tinha razão. E por quê? Porque ali estavam eleitores humildes, necessitados, dependentes que já tinham sido ludibriados e poderiam ser mais uma vez usados eleitoralmente. Acorda, Gaspar!

 

Hoje é dia de sessão morna na Câmara de Gaspar. É para a eleição da presidência para o ano que vem, último da atual legislatura e ano de eleições municipais. No ano passado esta mesma sessão foi quente, quentíssima.

 

Rendeu discurso forte, vídeo que bombou na internet, traições e o desnudamento das pessoas que não honraram as calças e os acordos que davam à presidência à Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM. O PT de Amarildo não perdeu tempo: está processando-a por injúria por ter falado a verdade na tribuna. O PT só acredita na sua verdade.

 

Tudo porque ela se negou a se ajoelhar para o PT de Pedro Celso Zuchi, do seu cunhado Antonio Carlos Dalsochio, do presidente do partido José Amarildo Rampelotti e dar os cargos para José Hilário Melato, PP, que então fez o serviço para o PT e abocanhou mais uma vez a presidência da casa.

 

Se prevalecer o acordo vai dar Giovano Borges, o que trabalhou a legislatura inteira para o PT. Se houver traição vai dar Luiz Carlos Spengler Filho, PP, sob o comando de Melato e com os votos do PMDB e PT.

 

A única disputa que ainda não está resolvida é a vice-presidência. A lógica manda para o cargo Hamilton Graf, PT, mas Ciro André Quintino, PMDB, está em campanha. Então...

 

Aos leitores e leitoras. Antes do final do ano haverá outra coluna. Férias? Só para os políticos... A nova coluna já tem tema escolhido e texto finalizado. É uma coluna de conteúdo. Acorda, Gaspar!

 

 

Edição 1730

Comentários

Ana Amélia que não é Lemos
27/12/2015 13:47
Sr. Herculano:

Lendo Josias de Souza (às 09:40Hs.), ele diz:
"a rapidez com que o PT suspendeu a filiação do líder preso Delcídio Amaral em contraste com o tratamento de 'guerreiro do povo brasileiro' João Vaccari Neto".

O PT expulsou Delcídio "muito rápido", não achas?
É que a moral do PT tem uma peculiaridade; é preciso ter gravação do sujeito combinando crimes para que ele seja considerado bandido.
Se existirem somente documentos ou testemunhas, o bandido é considerado um guerreiro do povo.


Paty Farias
27/12/2015 13:21

Olá, Herculano;

O Globo conta que José Carlos Bumlai e Fernando Baiano "vão ficar cara a cara em acareação na Polícia Federal.

A acareação será no inicio de janeiro, mas a data é mantida em sigilo".

Dedução óbvia é que o sigiloso não é LuLLa.
Nesta altura os "adevogado" estão codificando as piscadas. Algo + ou - assim:
Quando um meliante olhar para o outro e der uma piscada é pra dizer que o LuLLa estava em viagem ao exterior; duas piscadas é pra dizer que não conheciam LuLLa na época citada e piscar os dois olhos simultaneamente é pra dizer a LuLLa que nunca esteve com os dois.


Mariazinha Beata
27/12/2015 12:50
Seu Herculano:

"Os Ovos que a Galinha Vai Por".

Além de vaca ela é galinha?
Deus me acuda, que PuTaria rasgada ...

Bye, bye!
Herculano
27/12/2015 12:47
PENSAR FORA DA CAIXA, editorial do jornal Folha de São Paulo

Dá aflição só de ver o abismo que separa o que é preciso fazer pela educação brasileira daquilo que está sendo feito na prática. O país precisa de uma revolução na área, mas nem consegue fazer uma reforma decente.

A última trapalhada foi com relação ao currículo nacional proposto pelo Ministério da Educação. A versão preliminar é cheia de problemas.

Por mais que se proponham inovações, no fundo, falta o básico: dar aulas de verdade, que usem o tempo disponível para explicar o conteúdo definido e sua utilidade.

Propor exercícios sobre o que for ensinado.

Corrigir os erros cometidos e explicar por que são erros.

Vale a pena também olhar para exemplos que deram certo, como o município cearense de Sobral, que em oito anos melhorou muito o seu ensino.

Entre as medidas adotadas por lá estão a prioridade para a alfabetização na idade certa, com currículo bem definido.

Além disso, há a produção de material didático próprio, com treinamento para os professores. E avaliação externa, com bônus em dinheiro para os mestres que tiverem bom desempenho.

Outro elemento do sucesso é dar liberdade para diretores e professores escolherem os meios de alcançar as metas traçadas.

Há muitos preconceitos e tabus a serem vencidos, como o que barra a ideia de cobrar mensalidade do aluno rico que vai para a universidade pública.

Isso poderia ajudar a equilibrar os gastos entre os estudantes do ensino superior e os da educação básica.

Para romper o baixo nível do ensino no país, é preciso pensar fora da caixa,
Herculano
27/12/2015 12:45
O JOGO DO PAPAGAIO, por Gustavo Franco, economista, ex-presidente do Banco Central, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 1

O País anda às voltas com ilegalidades de responsabilidade da presidente da República e que têm sido lisonjeiramente designadas como "pedaladas". Parece que estamos tratando de uma manifestação de criatividade inofensiva, necessária, inclusive, para a continuidade das ações de governo, e não de uma agressão à legislação em vigor que interferiu relevantemente no processo eleitoral.

Aqui não vamos entrar no debate, que nem deveria existir, sobre se devemos "aliviar" a presidente das consequências da lei, mas adicionar mais um tema aos já identificados no famoso acórdão do TCU recomendando a rejeição das contas do governo federal em 2014.

O assunto aqui é muito sério, pois diz respeito ao relacionamento entre o Tesouro e o Banco Central, regulado pelo Artigo 164 da Constituição.

Para que o leitor entenda bem a natureza do problema, proponho uma introdução ao assunto através de um joguinho simples de cara ou coroa, que funciona da seguinte maneira:

- se der cara o leitor me paga R$ 10,00

- se der coroa, eu entrego 10 balas de hortelã.

Agora vamos jogar 200 vezes e perguntar a quem sabe fazer contas qual será a expectativa de resultado ao final. A resposta será que, de acordo com a lei das probabilidades, o leitor deverá terminar com 1.000 balas de hortelã, e este que lhes escreve com R$ 1.000,00 em dinheiro.

Como o preço da bala de hortelã é de R$ 1,00, e não há trapaça nesse tópico, o leitor estará certo ao concluir que o "jogo" não passa de um expediente para mascarar a venda de balas de hortelã. Algo como uma promoção.

Tenha-se claro, não há nenhuma proibição legal em vender balas através de sorteios e descontos.

Muito bem, agora vamos imaginar uma variação mais elaborada do mesmo jogo, pelo qual, em vez de cara ou coroa, vamos brincar de taxa de câmbio, e vamos colocar R$ 1 milhão na parada.

Vamos considerar períodos de uma semana ao cabo de cada qual uma parte deve à outra, em reais, a variação do câmbio no período multiplicada por R$ 1 milhão.

O esquema de pagamentos é simples: se o câmbio for para cima, ou seja, se o real desvalorizar, este cronista recebe seu ganho em dinheiro, e se, por exemplo, subir 10% na semana, eu recebo R$ 100 mil.

Mas se o câmbio for na outra direção, ou seja, quando valorizar (ou apreciar), eu transfiro ao leitor um papagaio no valor equivalente à perda, em cada rodada perdida.

Se formos repetir esse jogo 200 vezes, como no caso das balas de hortelã, e novamente estimar o resultado provável, vamos enfrentar cálculos de probabilidades que podem ficar bem complexos. Para simplificar a conta, vamos imaginar que metade das vezes o câmbio subirá 10% e nas outras haverá 10% de queda.

Nessa hipótese, depois de 200 rodadas, a expectativa é que este cronista vá acumular R$ 10 milhões, enquanto que o leitor terá em seu poder papagaios meus no valor dos mesmos R$ 10 milhões, dívida firme, boa e classificada só um pontinho abaixo do grau de investimento.
Herculano
27/12/2015 12:45
O JOGO DO PAPAGAIO, por Gustavo Franco, economista, ex-presidente do Banco Central, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 2

O leitor estará certo em concluir, tal como no caso das balas de hortelã, que este segundo jogo não passa de um expediente para mascarar o fato de que o cronista está tomando dinheiro emprestado do leitor.

Só vale lembrar que este jogo do papagaio talvez não seja tão legítimo quanto o que simula uma venda de balas, dependendo de quem joga. Mais especificamente, se os jogadores forem órgãos públicos, os problemas podem ser imensos, como a seguir se demonstra:

O leitor, nesses exemplos, é o Banco Central (BCB) e o cronista é o Tesouro Nacional (TN), essa é a chave para o problema.

O relacionamento entre BCB e TN passou a ser regido pela Lei 11.803/08 que determina que o resultado (lucro ou prejuízo) do BCB é apurado semestralmente e:

- se positivo, é pago em dinheiro, direto na conta do Tesouro no BCB, até 10 dias depois do balanço aprovado, a cada semestre;

- se negativo, pode ser pago em títulos do Tesouro "adequados para os fins da política monetária com características definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda" (Art. 5), no mesmo prazo.

Pois bem, desde o início de 2008, os resultados semestrais do BCB oscilaram bastante, como é de se esperar, em vista do tamanho das reservas internacionais. O resultado teve seu menor valor em 2009/I (menos R$ 94,7 bilhões) e seu valor máximo em 2008/II (R$ 181,6 bilhões). De janeiro de 2008 até julho de 2015, os resultados positivos acumulados somaram R$ 570 bilhões, e os negativos, R$ 305,4 bilhões. Com isso, é de se imaginar, como no exemplo do jogo do papagaio, que o BCB tenha creditado o positivo, em dinheiro, na conta do Tesouro e recebido o negativo em títulos.

Na posição de 31/07/2015, o BCB tinha R$ 1,1 trilhão em títulos em sua carteira e R$ 812 bilhões no caixa do Tesouro. É muito dinheiro em caixa, e os técnicos, com certo despudor e muita imprecisão, referem-se a esses valores como um "colchão de liquidez" necessário para a rolagem da dívida pública, e que agora cogitam gastar para liquidar as "pedaladas", e outros que tais.

Entretanto, se o leitor lembra da conclusão sobre o jogo do papagaio, segundo a qual o brinquedo podia ser visto como uma forma indireta de o leitor (BCB) emprestar dinheiro para o cronista (TN), temos aqui um problema, pois o Artigo 164 (§1) da nossa Constituição diz que "é vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional".

Será que estamos diante de uma inconstitucionalidade? Ou seria apenas mais uma "pedalada"?

Dos R$ 570 bilhões de resultado acumulado nos semestres de resultado positivo desde 2008, R$ 437 bilhões resultaram do que a Lei 11.803/08 chamou de "equalização cambial", ou seja, dos efeitos do câmbio sobre as reservas internacionais. Não há movimentação de caixa aqui, pois é mera "marcação a mercado" das reservas, mas o BCB, assim mesmo, estranhamente, é obrigado a pagar o TN em dinheiro, quando o real desvaloriza, e receber em títulos no caso oposto, exatamente como descrito no jogo do papagaio.

Não deve haver um pingo de dúvida que a sistemática da Lei 11.803/08 para a apuração e transferência de resultado do BCB tem o mesmo efeito de um empréstimo, embora um bom advogado possa sempre dizer que não há contrato de empréstimo, apenas um mecanismo, ainda que matreiro e questionável, de apuração de resultado.

Este é o retrato desses tempos loucos que estamos vivendo: a coisa tem o efeito de uma inconstitucionalidade, parece uma inconstitucionalidade, mas o relativismo moral e o ativismo jurídico logo aparecem em companhia do medo das consequências. No caso em tela, a dúvida sobe de patamar, pois se formos adotar uma postura permissiva e aceitar interpretações reducionistas sobre o alcance do Artigo 164 (§1º) acima transcrito, tudo o que se pensou de bom sobre a separação entre o BCB e o TN depois de 1998 estava errado. Teríamos desistido de uma das melhores passagens da Constituição exclusivamente pelo medo de punir quem a violou.
Herculano
27/12/2015 12:40
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA
Herculano
27/12/2015 12:40
FALA SÉRIO!, por Suely Caldas, para o jornal O Estado de S. Paulo

A reforma da Previdência virou panaceia, de repente, o santo remédio para curar os males causados pela "nova matriz econômica", conter a expansão dos gastos públicos, atuar no ajuste fiscal, retomar o crescimento econômico e abater a inflação e o desemprego. E mais: recuperar a credibilidade perdida e convencer investidores a apostarem no Brasil. Mais ainda: o capitão-chefe da reforma é justamente um dos pais da "nova matriz econômica", que prometia gerar crescimento com expansão, e não freio, dos gastos públicos e com aumento do consumo, e não com investimentos.

O ministro Nelson Barbosa agora parece excomungar e rejeitar o que acreditava ser a solução de sucesso para a economia brasileira (a tal "nova matriz"), que ele e o ex-ministro Guido Mantega inventaram e anunciaram com orgulho: finalmente, surgiam ideias novas para se contraporem às teses neoliberais até então aplicadas à economia brasileira. Na verdade, não passava de uma adaptação grosseira e grotesca das ideias de John Maynard Keynes, a qual afundou o Brasil em recessão, inflação, desemprego, cofres públicos vazios, universidades e escolas públicas sucateadas, caos na saúde, hospitais fechando e médicos em greve e se negando a atender doentes, como acontece hoje no Rio de Janeiro.

Nos últimos dias os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) prometeram para o início de 2016 propostas de reformas previdenciária e trabalhista. Mais urgente pelo poder de impactar o Orçamento, as mudanças na Previdência terão por base induzir o trabalhador a retardar o pedido de aposentadoria, o que o fator previdenciário já fazia e que o governo tratou de enfraquecer com a fórmula 85/95 (soma de idade mínima e tempo de contribuição para obter o benefício).

Simão propõe elevar a idade mínima de acesso, mas não define a idade nem esclarece se haverá ou não combinação com o tempo de contribuição ao INSS. Wagner diz que o governo "trabalha com quatro cenários", mas não revela quais. A falta de detalhes da proposta indica: 1) não há consenso no governo; 2) o conteúdo ainda é vago, não há nenhuma proposta firme; e 3) anunciar a reforma se destina a acalmar o mercado financeiro e investidores que reagiram mal à escolha de Barbosa.

Há mais de 30 anos todos os governantes que tivemos sabiam ser urgente mudar as regras das duas previdências: a pública e a do INSS. Sabiam, também, ser difícil de aprová-las, por se tratar de emenda à Constituição, que exige 3/5 de votos do Congresso. Em 1988 o pagamento de benefícios do INSS equivalia a 2,5% do PIB; em 2015, vai a 7,5% e o governo projeta fechar o ano com déficit de R$ 88,9 bilhões. Em 2014, o rombo da previdência pública foi de R$ 66,9 bilhões e as duas juntas podem levar nada menos que R$ 200 bilhões em 2016. Também nestes 30 anos aumentou a longevidade do brasileiro e, se em 2000 ele vivia em média 69,8 anos, hoje vive 75,5 anos. Portanto, recebe o benefício por mais tempo. Esses números provam o conteúdo explosivo do problema e a urgência de mudaras regras.

O ex-presidente FHC conseguiu criar o fator previdenciário, Lula mudou quase nada e Dilma, nada mesmo. E por quê? A resistência e a pressão das centrais sindicais, dos movimentos sociais e do Parlamento têm falado mais alto e derrotado qualquer iniciativa de mudara Previdência. Dos partidos políticos, o mais resistente tem sido o PT, justo o que diz agora que vai tocar a reforma. Há pouco mais de dois meses e por pressão política dos sindicatos, Dilma Rousseff cedeu e introduziu a regra 85/95, acatando proposta das centrais sindicais. Desde então, só mudou o ministro da Fazenda, e o que assumiu sempre se alinhou ao ideário do PT de expandir e não conter o gasto público. A presidente Dilma também. Agora, que tal ideário fracassou e frustrou esperanças de milhões de famílias que hoje enfrentam o sofrimento do desemprego, como convencer que desta vez o governo fala sério? Em ano eleitoral? Com a CUT por perto? E o Congresso hostil ao governo? Fala sério
Herculano
27/12/2015 12:35
A CULPA É PORTUGAL?, por Samuel Pessoa, para o jornal de S. Paulo

Praticando o esporte predileto do petismo nos últimos tempos, culpar outros pelos seus erros, na semana passada, em conferência em Madri, Lula afirmou que o atraso educacional brasileiro é culpa dos colonizadores.

Essa prática de culpar os outros tem capítulos recentes, como as afirmações do ator Paulo Betti e do professor Luiz Gonzaga Belluzzo, este em recente entrevista ao jornal "Valor", de que a crise de nossa economia é de responsabilidade da oposição!

Nosso ex-presidente não é o primeiro a culpar os colonizadores por nossas mazelas. Há um fundo de verdade. Portugal e os países de língua portuguesa, inclusive o Brasil, sempre apresentaram atraso educacional: pouca educação para seu nível de PIB per capita.

Evidentemente somos em grande parte portugueses e, como tal, carregamos, para o bem e para o mal, as características dessa cultura que nos constitui e nos forma enquanto civilização. Criticar Portugal é nos criticar.

No entanto, parece-me que a crítica do ex-presidente se aplica às políticas de Portugal para a então colônia: Portugal não criou cursos superiores por aqui.

A Independência completará 200 anos daqui a sete anos. Houve tempo de sobra para repararmos nosso atraso educacional.

No século 19, demoramos muito para resolver o problema do trabalho escravo e da lei de terras. Ambos foram muito mal resolvidos. A lei de terras consolidou a estrutura latifundiária, e a abolição não atacou a dificuldade dos antigos escravos de se inserir no mercado de trabalho livre. As elites importaram trabalhadores da Europa adaptados às novas instituições.

No século 20, aceitamos passar por transição demográfica, entre 1930 e 1980, investindo muito pouco em educação. Nos anos 1950, quando construíamos Brasília e vivíamos os dourados anos JK, a população crescia 3% ao ano, o setor público gastava 1% do PIB em educação fundamental e 6 de cada 10 crianças de 7 a 14 anos estavam fora da escola.

Exercício de história contrafactual que fiz com o professor da Universidade da Califórnia William Summerhill e com meu colega da FGV Edmilson Varejão sugere que, se tivéssemos gasto 4% do PIB em educação fundamental de 1930 a 1980, nosso PIB per capita seria, em 1980, o dobro do observado, após considerar os impactos da educação sobre a produtividade, a demografia e o investimento em capital físico.

Os economistas, principalmente os da esquerda, sempre tiveram dificuldade em reconhecer o papel da educação para o desenvolvimento econômico. Nosso economista maior, Celso Furtado, ao longo de quatro décadas de vida produtiva e 30 obras, nunca percebeu a importância da educação para o desenvolvimento.

O fato de os tigres asiáticos desenvolverem os melhores sistemas de educação fundamental que se conhece não foi considerado pelos economistas brasileiros como importante para explicar o sucesso econômico dessas sociedades.

A exceção foram alguns economistas liberais -Eugênio Gudin e Carlos Langoni, por exemplo-, que sempre enfatizaram a importância do atraso educacional para explicar nosso subdesenvolvimento e nossa elevada desigualdade de renda.

Há alguns anos Lula chegou a afirmar que a América Latina não poderia culpar os Estados Unidos pelo seu subdesenvolvimento. Parecia que a esquerda tinha atingido a maioridade. Foi sonho de uma noite de verão.
Herculano
27/12/2015 12:30
MAMÃE NOEL CUMPRIU AS PROMESSAS, por Guilherme Fiuza, para a revista Época

Dilma Rousseff calou os críticos. Derrotou de forma épica o exército de pessimistas que não acreditavam em sua promessa. Quando ela surgiu como candidata a presidente, meia dúzia de anos atrás, a promessa era clara: se eleita, essa mulher iria arruinar o Brasil. Aí está: promessa realizada em tempo recorde.

Dilma deu ao Brasil o Natal dos seus sonhos - e não pensem que foi fácil para os brasileiros construir as condições para chegar até aqui. Tudo começou com uma aposta ousada: assinar embaixo de um projeto parasitário de poder, testado e aprovado com o mensalão, votando numa criatura que lutava publicamente para completar suas próprias frases - ou seja, escalada para ser a laranja da sucção. Aí veio a manobra de suprema coragem: o país foi às urnas estoicamente, sem medo de ser infeliz, e reelegeu o bagaço da laranja. Quem falou que esse povo é acomodado?

Qualquer historiador está desafiado a apontar outro período da história do Brasil que reúna mais coerência do que os últimos 13 anos. Mas nada se compara ao que se passou neste 2015 que se despede já deixando saudade. O ano começou com aquele jeitinho de que não ia chegar ao fim, com uma posse presidencial em clima de velório e a reeleita toda borrada de petrolão. A Lava Jato, sempre tentando dificultar o cumprimento da promessa presidencial, jogou na cara dos brasileiros que os operadores do maior escândalo da República roubavam da Petrobras para dar ao PT, e assim sustentar o poder de Lula e sua laranja com o mais alto valor da democracia companheira: o dinheiro sujo.

Mas o Brasil não aceita provocações dos pessimistas de plantão, e ficou firme: quem ia para as ruas era golpista e quem impedia as investigações de baterem no palácio era patriota. Com tantos heróis nacionais no STF do companheiro Lewandowski e na Procuradoria-Geral do companheiro Janot, o impeachment acabou na mão de um vilão. Coube a Eduardo Cunha o ato mais claro de desafio à quadrilha do bem, mas felizmente o país tem instituições sólidas garantindo os supremos parasitas - e foi só dar um rabo de arraia no Congresso Nacional para mostrar, de uma vez por todas, que Ruy Barbosa já era e hoje somos todos devotos de Hugo Chávez.

Mas era preciso algo mais para que a promessa de Mamãe Noel de fato se concretizasse ?" e veio O grand finale: após a confirmação da perda do grau de investimento, com o país conquistando enfim, a duras penas, o seu tão batalhado selo de caloteiro, Dilma mandou o monstro neoliberal Joaquim Levy passear. Em seu lugar, consagrou mais um menudo das pedaladas, um discípulo legítimo de Guido Mantega, o mais famoso clown da economia nacional. Com a ascensão de Nelson Barbosa à cabine de comando, o mercado pôs em chamas os ativos e a moeda nacional, porque se trata de um bando de pessimistas reacionários que não suportam ver uma mulher no poder. Muito menos uma mulher sapiens.

E foi assim que Dilma Rousseff, superando os cenários e projeções mais radicais que se pudessem conceber, acabou com o Brasil. Deixará na história uma sequência impressionante com um Natal de estagnação e dois de recessão ?" na melhor das hipóteses, porque ninguém ainda ousou afirmar que em 2017 a nau parará de afundar. Como disse Ricardo Noblat, o objetivo de Dilma é que os brasileiros possam buscar o pré-sal pessoalmente.

Mamãe Noel cumpriu sua promessa. Fuzilou a meta fiscal e a meta de inflação com a eficiência de um destacamento do Estado Islâmico que invade a França e faz Paris virar geleia. Essas catedrais da civilização ocidental não resistem a um punhado de companheiros decididos a derrubar as firulas capitalistas e nivelar tudo por baixo. O desemprego voltou e vai crescer mais, em nome da igualdade: todos ficarão democraticamente mais pobres. Mas nem tudo vai abaixo. O custo de vida subirá aos céus, num ritmo ainda mais firme que o atual, e por uma boa causa: os brasileiros precisam pagar o monumento de pixulecos que garantiu a Santa Ceia petista no Planalto. Não existe rabanada grátis.

Um Feliz Natal a todos os súditos de Mamãe Noel. Vocês estão fazendo história. Mas, se mudarem de ideia no próspero Ano-Novo, não tem problema: agora que a promessa já foi cumprida, podem mandar a senhora Rousseff para casa.
Herculano
27/12/2015 09:40
ANO DE 2015 ABUSA DA PACIÊNCIA DOS BRASILEIROS, por Josias de Souza

Excluindo as outras 52.352 coisas deploráveis ocorridas em 2015, denuncio os seguintes crimes cometidos contra a paciência dos brasileiros durante o ano velho:

A reviravolta que despertou no eleitorado o desejo de submeter Dilma a um exame de DNA logo depois da reeleição;
a mania do governo de chamar a clientela de contribuinte antes de tentar arrancar-lhe na marra uma nova CPMF;
a inflação de 10,8%, acompanhada de recessão e desemprego, sobretudo porque todos sabem que o caos econômico era evitável;
a saudade do tempo em que dar uma pedalada era apenas acionar os pedais de uma bicicleta;
a Dilma apresentando-se sempre como vítima de alguém;
o Eduardo Cunha no papel de abre-alas da oposição; a sofreguidão com que Dilma vai atrás do Renan Calheiros, corteja o Renan Calheiros, entrega a viabilidade do seu governo à conveniência do Renan Calheiros;
a Dilma tratando o Eduardo Cunha como cachorro louco sem explicar por que mantinha um afilhado dele na vice-presidência da Caixa e tentava ser seu amigo antes da deflagração do impeachment;
o PT chamando de "golpe" um processo de impeachment previsto na Constituição e disciplinado pelo STF;
a evolução do presidencialismo de coalizão para a sua forma mais pura, que é a vigarice;
o neo-aliado Fernando Collor xingando Rodrigo Janot de "filho da puta" na tribuna do Senado por ter revelado que ele continua sendo Fernando Collor;
a Lava Jato comprovando diariamente que a democracia brasileira é um projeto político que saiu pelo ladrão;
a evidência de que, não contentes em existir, os corruptos passaram a existir em grande número;
a desilusão que se abateu sobre o asfalto depois que os manifestantes se deram conta de que o poder de fazer barulho na rua pode ser poder nenhum;
a desfaçatez com que o petismo se vangloria de ter aparelhado a Polícia Federal e prestigiado o Ministério Público, abstendo-se de mencionar que providenciou também a matéria-prima para os escândalos que o cercam;
o TSE transformado pelo PT em lavanderia de pixulecos;
o Lula repetindo que 'não sabia';
a Dilma declarando que não confia em delator que faz delação com base numa lei sancionada por Dilma;
a comprovação de que a elite empresarial brasileira pilhava a Petrobras ao mesmo tempo em que enchia as colunas sociais, publicava artigos e aconselhava ministros;
a rapidez com que o PT suspendeu a filiação do líder preso Delcídio Amaral em contraste com o tratamento de "guerreiro do povo brasileiro" dispensado a personagens como o tesoureiro encarcerado João Vaccari Neto;
o talento insuspeitado do Eduardo Cunha como vendedor de carne enlatada para a África;
a transformação do Conselho de Ética da Câmara numa sucursal da Casa da Mãe Joana;
a desenvoltura com que quatro dezenas de parlamentares enrolados no escândalo da Petrobras trafegam pelos corredores do Congresso como se nada tivesse sido descoberto sobre eles;
o silêncio perturbador da banda muda do Congresso Nacional; a Dilma apelidando de reforma ministerial mais uma troca de cúmplices;
a perspectiva de indulto da pena imposta no julgamento do mensalão a José Dirceu, que aguarda na cadeia por uma nova condenação no petrolão;
a nota oficial em que o PSDB se disse "surpreso" com a condenação de Eduardo Azeredo no processo sobre o mensalão tucano de Minas Gerais;
o filho do Lula embolsando R$ 2,5 milhões por "consultoria" copiada da internet;
os 62 milhões de metros cúbicos de lama despejados pela Samarco no meio ambiente; a conversão do Aedes aegypti em hospedeiro do vírus zika;
o desejo que Dilma desperta nas pessoas de viver no Brasil que ela descreve em seus discursos, seja ele onde for.
Herculano
27/12/2015 07:38
MOVIMENTOS SOCIAIS QUEREM "PASSEATA DOS 100 MIL" CONTRA O IMPEACHMENT DE DILMA EM BRASÍLIA

Conteúdo da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Vai ter marcha
A Frente Brasil Popular, que reúne dezenas de movimentos sociais, fará encontro no dia 18 de janeiro em São Paulo para definir o cronograma de manifestações de 2016. Uma marcha contra o impeachment de Dilma Rousseff deve ocorrer em Brasília no início do ano.

Planos ousados
"Temos obrigação de colocar pelo menos 100 mil pessoas na Esplanada", afirma Raimundo Bonfim, coordenador geral da CMP (Central de Movimentos Populares). Segundo ele, o objetivo é pressionar os deputados a barrar o processo.

Volto: nem os organizadores, nem a Folha de S. Paulo informam que tudo isto será custeado (arregimentação, deslocamento, hospedagem, alimentação...) pelo próprio governo Dilma, dos pesados impostos que faltam para a saúde pública, educação, segurança, obras essenciais. É a defesa de mais desemprego, mais inflação, mais corrupção... Então
Herculano
27/12/2015 07:03
A PAROLAGEM DE CABRAL A PEZÃO, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em janeiro de 2007, poucos dias depois de ter assumido o governo do Rio de Janeiro, o doutor Sérgio Cabral visitou o hospital Albert Schweitzer e atacou sua antecessora, Rosinha Garotinho. Bateu duro: a situação da saúde no Estado seria de "calamidade pública".

Passaram-se nove anos ao longo dos quais Cabral reelegeu-se e emplacou o governador Luiz Fernando Pezão para sucedê-lo. Há meses ele governa um inédito colapso da rede pública de saúde do Rio. Se a situação do hospital Albert Schweitzer era ruim em 2007, piorou em 2015. Não só a dele, mas a de diversos hospitais, fechados por falta de equipamentos e de salários, com R$ 1,4 bilhão de dívidas com fornecedores. Essa situação foi cozinhada em banho-maria, como se houvesse uma espera pelo agravamento do problema.

A doutora Dilma, que cuida da própria saúde no Sírio Libanês de São Paulo, foi ao Rio para inaugurar o Museu do Amanhã, mas cancelou uma nova viagem durante a qual visitaria obras da Olimpíada em Deodoro. Evitou as vaias que viriam do contencioso do anteontem.

O colapso do sistema de saúde do Rio retrata a capacidade de seu governo de viver na fantasia do amanhã. Até aí, trata-se de uma marquetagem velha. Pezão inovou a maneira de tratar essa questão investindo-se de poderes de mestre escola para ensinar que "o Estado não fabrica recursos".

Grande novidade, como se os contribuintes estivessem precisando de aulas. O Estado não fabrica recursos, mas os governadores fabricam despesas e, precisamente por gastar o que não arrecada, levou à breca parte da rede hospitalar do Estado, matando gente. Quem fabrica recursos é a patuleia quando paga seus impostos. A ela, Pezão deu uma aula de contabilidade de caloteiro.

Se um cidadão der essa mesma resposta depois de fartar-se no restaurante Quadrucci, na padaria Rio Lisboa ou na delicatessen Talho Capixaba, casas de pasto frequentadas por Pezão, acabará lavando pratos.

A doutora Dilma está com seu mandato ameaçado por ter dado suas pedaladas. Pezão foi muito além. Atrasou pagamentos de salários e de fornecedores, à espera de alguém que lhe produza recursos. No Rio, como ele informa, não os produz, mas Brasília, gerindo o dinheiro dos impostos arrecadados em outros Estados poderá produzi-los. Fará isso por diversos motivos, entre os quais o interesse de adocicar o apetite do PMDB do Rio de Janeiro, afastando-o do deputado Eduardo Cunha, aliado de Pezão até bem pouco tempo.
Herculano
27/12/2015 06:55
FORA DA FRIGIDEIRA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Joaquim Levy aportou em Nova Orleans. Saiu da frigideira de Brasília para comer sanduíche de mexilhão na Conti Street, no coração do bairro francês da cidade.

Parece ter feito melhor negócio que seu sucessor Nelson Barbosa, que assumiu o Ministério da Fazenda anunciando que não mudaria a política de seu antecessor, frito por querer fazer coisas que a doutora Dilma não queria.

PLACAR TSE

Quem tem experiência na leitura de horóscopos de ministros do Tribunal Superior Eleitoral acredita que em condições normais de temperatura e pressão, os mandatos de Dilma Rousseff e de Michel Temer resistirão ao pedido de impugnação do resultado eleitoral de 2014.

Mesmo levando em conta que o ministro Gilmar Mendes assumirá a presidência do tribunal, arrisca-se um placar de 4 a 3 em beneficio da dupla. A decisão poderá vir em maio.

Como sempre acontece com previsões desse tipo, ela vem acompanha de uma ressalva: "Isso, sem rua."

PRECAVIDO

O pecuarista (falido) José Carlos Bumlai revelou à Polícia Federal que seu amigo Lula nunca lhe deu o número de seu celular.

É provável que Nosso Guia esteja no pequeno grupo de pessoas que não usam esse tipo de aparelho.

AVISO AMIGO

Uma estatística revelada pelo professor Mauro Osório, da UFRJ:

"Em 2014 o gasto público per capita para o conjunto das atividades vinculadas ao Legislativo e ao Judiciário no Estado do Rio foi em torno de 70% maior do que as despesas verificadas nos Estados de São Paulo e Minas Gerais."

DESEJO PARA 2016

Já que a doutora Dilma e o governador Pezão quebram a cabeça para produzir recursos, uma curiosidade de fim de ano poderia ajudá-los a planejar 2016.

O presidente do Estados Unidos e sua família pagam pela lavagem a seco de suas roupas e pelas refeições que fazem na Casa Branca. (Banquetes ou almoços de trabalho não contam, mas qualquer sanduíche ou saladinha corresponde a um paganini.) Pasta de dente, artigos de perfumaria e as horas extras da criadagem para eventos privados também devem ser reembolsados.

A lavanderia da Casa Branca cuida de toalhas, lençóis e roupas de baixo. Salvo para Marion Obama, a mãe de Michelle, que leva para a máquina sua lingerie, pois não quer dar intimidade aos outros.

Todos os presidentes reclamam quando recebem a conta.

MANHA DIPLOMÁTICA

O governo israelense está aborrecido porque desde agosto o Itamaraty não concedeu o agrément ao seu novo embaixador em Brasília, Dani Dayan.

É comum que um governo demonstre mal estar com a indicação de um embaixador que por qualquer motivo não lhe faça o gosto. Uma coisa não se deve fazer: anunciar a designação de um embaixador antes que o governo do país para onde ele irá tenha concordado em recebê-lo.

O primeiro ministro Binyamin Netanyahu já foi chanceler e sabe disso. Quando ele resolveu anunciar a designação de Dayan pelo Twitter, sabia a descortesia que estava cometendo.

A etiqueta da doutora Dilma é de terceira. Ela já deixou 28 embaixadores numa fila de meses à espera do dia em que os receberia para a entrega de credenciais. No caso de Dayan, a etiqueta de Netanyahu foi de quinta.

MEM?"RIAS DO CÁRCERE

Bom malandro não estrila e preso não reclama. Esse pacto de silêncio está distraindo a sensibilidade da magistratura e do Ministério Público no tratamento das condições carcerárias dos presos das operações Lava Jato e congêneres.

Nada do que está acontecendo a esse plantel de presos de andar de cima pode ser comparado ao que sucede aos do andar de baixo, que vivem em masmorras medievais. Mesmo assim, já se registraram casos de constrangimento de prisioneiros obrigados a limpar celas defecadas e urinadas. Isso e mais revistas arbitrárias no meio da madrugada ou a destruição de objetos pessoais de detentos.

Inebriados pelo poder que exercem e pela popularidade de que desfrutam, os carcereiros acreditam que esses episódios da rotina da cana ficarão esquecidos. Enganam-se. A memória dos presos é eterna e na primeira oportunidade surgirão detalhes constrangedores para magistrados e procuradores.

Dirão que essas coisas aconteciam fora de suas alçadas. Tudo bem, mas não poderão dizer que nunca souberam o que sucedia.
Herculano
27/12/2015 06:43
COLUNA INÉDITA

Amanhã, segunda-feira, é dia de coluna inédita. A última do ano e só para os internautas que fazem dela líder de acessos
Herculano
27/12/2015 06:41
OS OVOS QUE A GALINHA VAI POR, por Carlos Brickmann

Há uma famosa maldição que poucas vezes deixou de realizar-se: a de que o país que encontra um tesouro se torna seu escravo e condena-se à irrelevância. A Espanha levou tanta prata da América que se transformou no país mais rico do mundo. Mas, de potência internacional, cujo rei ocupava também o trono do Santo Império Romano, virou saco de pancadas da Holanda e da Inglaterra, e só séculos mais tarde, após a morte do ditador Francisco Franco, voltou a crescer. Portugal, cujos navios descobriram o mundo, ficou sufocado com o ouro brasileiro. Hoje, a maldição tem o nome de Doença Holandesa, Dutch Disease. A alta do preço do gás levou tantos dólares à Holanda que ficou mais fácil importar do que pesquisar, produzir e competir. Empregos e indústria sofreram juntos.

Pior do que se amarrar a um tesouro de verdade é escravizar-se a uma perspectiva de tesouro. Foi o que ocorreu no Brasil com o pré-sal: antes que as novas reservas fossem exploradas, já se distribuíam aos escolhidos os lucros que delas viriam. Contaram com o ovo, digamos, na parte interna da galinha.

Vem daí a crise da saúde no Rio: com base em cálculos inflados pela participação em lucros ainda não realizados, a obter com a venda do petróleo ainda não extraído, apareceram orçamentos frágeis. Bastou que a Arábia Saudita baixasse o preço do petróleo para que o Rio ficasse sem dinheiro para a saúde, para o funcionalismo, para carregar a pesada máquina pública. Enquanto isso, há quem defenda pedaladas fiscais e contabilidade criativa.

O doente é apenas um detalhe.

A VIDA...

Como virou moda dizer, pedalada fiscal todo mundo já deu. Pode ser verdade; e explica boa parte dos problemas do país. Quando o orçamento é driblado, o país se torna dependente de acontecimentos continuamente favoráveis. Uma falha - a queda do preço do petróleo, a redução no preço do minério de ferro, um novo foco de roubalheira na área estatal - e a bicicleta tomba, ferindo os cidadãos.

...COMO ELA É

Final da história: raspando o fundo dos cofres públicos, o Rio conseguiu R$ 297 milhões, que segundo o governador Pezão serão suficientes até o dia 15 de janeiro. E daí em diante? O Governo Federal criou um comitê de crise.

Pelo jeito, é melhor não ficar doente, nem dar à luz, a partir de 15 de janeiro. Pois ataduras, lençóis, leitos, remédios, equipamentos básicos continuam faltando.
Herculano
27/12/2015 06:40
COMPLEMENTANDO, por Carlos Brickmann

Como na clássica marchinha "Cachaça" ("você pensa que cachaça é água"), de Marinósio Trigueiros Filho e Mirabeau, podem faltar arroz, feijão e pão, mas não pode faltar "a danada da cachaça". No Rio, mostra o jornalista Cláudio Tognolli, cirúrgico ao apontar o problema, as grávidas estão alojadas no chão do corredor do hospital, não há como atender novos pacientes, nem comprar remédios básicos.

Mas em setembro o Governo fluminense dobrou a verba para o desfile das escolas de samba no Carnaval de 2016. Além do patrocínio de ditadores africanos a quem os homenageia, há também o dobro de dinheiro público - dinheiro de quem gosta ou não de Carnaval. Que, para ir à avenida, ainda paga o ingresso.

TUDO EXPLICADO

O senador Acir Gurcacz, do PDT de Roraima, relator da Comissão Mista do Congresso que analisa o relatório do Tribunal de Contas da União sobre as contas da presidente Dilma, quer derrubar o parecer técnico (que as rejeitou) e aprová-las. Diz Gurcacz que as irregularidades (segundo o TCU, R$ 59 bilhões) foram cometidas não só pela presidente, mas também por 14 governadores, logo é melhor aprová-las. Ou seja, os 13 governadores que cumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal não passam de umas bestas quadradas, onde já se viu fazer o que é certo?

Mas Gurcacz tem seus motivos: responde a mais de 200 ações na Justiça, até mesmo por estelionato. Já pagou R$ 209 mil em dinheiro público por ônibus usados que, no mercado, saem por R$ 12 mil. Para ele, o que é irregular?

VISÃO DE FUTURO

Um respeitado economista, Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica (Governo Lula) e presidente do Insper, acha que o país se preocupa com o problema errado: quem tem de cuidar da economia é o Governo, não apenas o ministro da Fazenda. Como não é isso que está ocorrendo, ele teme, no futuro, sentir saudades de 2015.

Lembrando "Apocalypse Now", o horror! O horror!

OS MAIS IGUAIS

O governador de Goiás, Marconi Perillo, PSDB, declarou-se orgulhoso por ter tido a coragem de propor a mudança das normas de aposentadoria do funcionalismo público em Goiás. Não tem sentido, disse o governador, em entrevista no dia 30 de novembro, um funcionário se aposentar com 45 ou 50 anos de idade, e receber a aposentadoria por 40 anos ou mais. "Quem paga isso é o povo".

Perillo só abre uma exceção para a rígida defesa da austeridade: sua esposa, Valéria Perillo, que há pouco se aposentou, com pouco mais de 50 anos de idade. "Ela trabalha desde os 16 anos", explicou. "Tinha os requisitos para se aposentar e entrou com o pedido. Isso é muito natural". Mais natural se ela tivesse trabalhado o tempo todo. Mas, há quase 30 anos, só acompanhou o marido.
Herculano
27/12/2015 06:29
CINCO ANOS DE CRIAÇÃO DESTRUTIVA, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

"Hotéis para cachorro têm fila de espera", dizia o título de uma página desta Folha do fim de 2011. Não havia lugar para deixar o cão no Réveillon. Na foto da reportagem, um pequeno pug tomava banho em um ofurô aromatizado com pétalas.

Havia pouco assunto no dezembro do primeiro ano de Dilma Rousseff. As manchetes de então mal renderiam notas no pé da primeira página dos jornais deste desgracento 2015.

O Brasil crescera 7,5% em 2010 e deveria crescer "apenas" 3,5% em 2011 (neste 2015, vai encolher mais de 3,5%). A empresa oficial de promoção de Nova York anunciava que o brasileiro era o turista que mais gastava na cidade, o dobro da média, tendo ultrapassado britânicos, australianos e canadenses.

As controvérsias maiores, algo caídas, eram a Lei da Palmada e um conflito entre CNJ e Supremo. A gente estava preocupada mesmo era em gastar.

O governo estava feliz feito pinto no lixo. Saíra a notícia de que a economia estava para ser a sexta maior do mundo, ultrapassando a do Reino Unido. Em 2015, chutavam governo e FMI, o Brasil passaria a França. Em 10 ou 20 anos, o Brasil teria "padrão de vida europeu".

O PIB brasileiro desceu para o 10º lugar, por aí (a conta é imprecisa). Nossa pobreza relativa é quase a mesma, pois nosso PIB per capita ainda anda pela casa do 75º lugar.

O PIB parecia grandão porque um dólar custava R$ 1,82 no final de 2011, maluquice irrealista que ajudava a quebrar a indústria. Era o dólar da Bolsa Miami, que não poderia durar, dados o deficit externo e a inflação crescentes. Quando viesse a depreciação, e viria, o PIB do Brasil em dólares cairia.

O PIBão era delírio de grandeza, o mais inofensivo, como descobriríamos a partir de 2012.

No fim de 2011, Dilma Rousseff estava incomodada com o que então se julgava PIBinho e já pedia "medidas de estímulo". Contivera-se durante 2011, a contragosto: fazendo superavit fiscal de 3%, para surpresa do "mercado".

Para variar, a gente se queixava de que a despesa do governo ainda aumentava mais que o PIB; de que a contenção de gastos do governo era torta, por exemplo feita à base de um "grande" corte de investimentos (8%! Neste ano será de 40%).

Eram necessários "planos de longo prazo, que não temos" (bidu). No curto prazo, era preciso "juro menor, o que será possível se o governo não inflacionar a economia com medidas desesperadas de estímulo ao crédito e de aumento de gasto". Foi o que Dilma fez, a partir de 2012. Até então, era bem tratada.

Dizia-se que a popular presidente tinha feito fama na classe média também por causa da "faxina", a demissão de meia dúzia de ministros com jeito de corruptos, embora a lambança fosse culpa de Dilma, que nomeara essa gente em acordo com Lula.

Elogiava-se o estilo das roupas dela, a presidente que conduzia o país para o alto do pódio dos PIBs mundiais, dizia o colunismo de moda.

No início do ano, os economistas do governo estimavam que o país cresceria a 6% ao ano sob Dilma, que lá pelo meio do ano "garantia" ao menos 4,5%. Muita gente graúda dizia que a presidente era "responsável", mas enganada por economistas desenvolvimentistas malvados.

Que em 2020 a gente possa rir do nosso pessimismo de 2015.
Sidnei Luis Reinert
27/12/2015 06:29
O QUE A TV NÃO MOSTRA VOCÊ VÊ AQUI.!!!

E AGORA BRASIL VAMOS REAGIR OU NÃO ???
O vídeo esta circulando até na mídia internacionalmente e mídia do Brasil não mostrou nada;

Bandeira comunista hasteada no PALHAÇO DO PLANALTO ao lado da bandeira do Brasil.

https://www.facebook.com/binho.sonbra/videos/933502510031144/?fref=nf
Herculano
27/12/2015 06:23
IMPEACHMENT: PROVA DO CRIME ESTÁ EM NOTA DO BB, por Cláudio Humberto na coluna que ele publicou hoje nos jornais brasileiros

Demonstrações contábeis do Banco do Brasil do primeiro trimestre de 2015 contêm as provas das "pedaladas fiscais" no novo mandato de Dilma. O Tesouro, que deveria repassar ao BB os bilhões que bancam o Bolsa Família, reteve o dinheiro. Isso forçou o BB a bancar sozinho o programa social do governo: no 4º balanço de 2014 a dívida era de R$ 10,9 bilhões, e passou para R$ 12,7 bilhões em 31 de março de 2015.

Pedalada de R$ 3 bilhões

Apenas com o Banco do Brasil, graças a um único programa, as pedaladas fiscais no ano de 2015 foram de mais de R$ 3 bilhões.

Rodapé

Consta em uma nota de rodapé da demonstração contábil do BB, nas fls. 87 e 88, a confissão do crime de responsabilidade praticado.

Alongamento de crédito

Segundo o BB, os bilhões que faltavam da demonstração contábil eram referentes às "operações de alongamento de crédito rural"

Plano safra

O valor devido pelo Tesouro Nacional ao BB por equalização da taxa de juros pelo Plano Safra alcança a cifra de R$ 13,4 bilhões.

BOLSA FAMÍLIA SUPERAR R$ 180 BILHÕES EM 10 ANOS

O Bolsa Família já superou a marca de R$ 180 bilhões gastos desde seu início em 2004 sem integrar políticas para reduzir a dependência dos beneficiários. Apesar de defender o programa que garantiu a sua reeleição, a falta do mesmo empenho da presidente Dilma na redução de gastos do governo deu força à proposta de corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família para 2016 e destruiu nossa credibilidade no exterior.

Torneira aberta

O governo manteve ritmo alucinante de gastos nos últimos dois anos e já distribuiu mais de R$ 25,3 bilhões pelo Bolsa Família desde janeiro.

Previsão otimista

No orçamento enviado ao Congresso, o governo Dilma disse que teria R$ 28,8 bilhões para torrar com o programa sem contrapartida alguma.

Perrengue

Apesar de ter mais famílias atendidas, o Bolsa Família terá, em 2014, o pior aumento de gastos desde a sua criação: 1,9% em relação a 2013.

Máquina de boquinhas

Na pressa para acomodar aliados na estrutura pública, o governo petista criou, entre outras 41 estatais e subsidiárias, a Empresa Brasileira de Legado Esportivo. Foi instalada em 2010 e sepultada no ano seguinte, mas custou R$ 4,65 milhões aos cofres públicos.

Futurologia furada I

Sem notícias boas, o governo recorreu à "futurologia" e previu inflação de 4,8% para 2017. Em 2014, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) dava como certa inflação de 7,5% em 2015. Errou feio: será de 11%.

Futurologia furada II

No mesmo discurso, Barbosa mostrou todo o seu conhecimento técnico ao prever crescimento de 1% da economia este ano. O último boletim Focus do Banco Central prevê quedas de 3,7% (2015) e 2,8% (2016).

É crime

O presidente que atentar contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público ou dos Poderes dos Estados estará cometendo crime de responsabilidade previsto na Constituição.

Corda bamba

O garotão Leonardo Picciani (PMDB-RJ) encerra o ano na liderança da bancada peemedebista na Câmara, mas confidencia a aliados que teme ser destituído novamente em janeiro.

Governo perdulário

O senador Antonio Reguffe (PDT-DF) votará contra o relatório de Acir Gurgacz (PDT-PR) que pede aprovação das pedaladas de Dilma. "Um governo não pode gastar mais do que arrecada", pondera Reguffe.

Dúvida no ar

"O modus operandi da Câmara foi colocado em xeque", assegura o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), a respeito da decisão do Supremo que alterou o rito do impeachment de Dilma.

Fogo amigo

Michel Temer vem tentando convencer peemedebistas da Câmara e do Senado que a disputa interna do partido beneficia exclusivamente o PT, que "teme perder espaço na eleição municipal, em 2016".

Pensando bem?

? mentir, enganar ou simplesmente ignorar a lei não é "estratégia de comunicação".
Herculano
27/12/2015 06:10
A PRINCIPAL FOTO DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO É A PRAIA DE BALNEÁRIO CAMBORIU. O TÍTULO? "O SOL É PARA POUCOS"

Texto de Felipe Bachtold. Em uma faixa litorânea de cinco quilômetros entre uma movimentada rodovia e áreas de preservação, construtoras erguem uma fileira de arranha-céus. No térreo, a disputa é por um lugar ao sol: os edifícios criaram zonas de sombra na areia da praia.

Imune à crise, Balneário Camboriú, praia no litoral norte de Santa Catarina, deve dominar em breve a lista de detentores dos maiores prédios da América do Sul. Diferentemente de outras partes do mundo, os edifícios mais altos do país não serão comerciais, pois servirão de residência para veranistas.

Três empreiteiras locais disputam o título de responsável pelo maior arranha-céu. Hoje, a marca está com o Millenium Palace, de 45 andares. Com a ajuda de uma antena, ele chega aos 177 m e ultrapassa o edifício paulistano Mirante do Vale (170 m).

Dois empreendimentos em construção vão passar dos 240 m: o Yachthouse (74 andares) e o Infinity Coast (66). As construtoras analisam a viabilidade de projetos com mais de 80 andares e alegam que as Megaconstruções são feitas por necessidade de mercado. A regra é evitar apartamentos sem vista para o mar. Com a escassez de terrenos, a saída seria construir, no máximo, duas unidades por pavimento.

CELEBRIDADES

"Para viabilizar a obra, [os prédios] precisam de estrutura compatível com os preços dos terrenos, que são caros. É uma das áreas mais valorizadas do país", diz Altevir Baron, diretor da construtora FG Empreendimentos, que tem a atriz americana Sharon Stone como garota-propaganda.

Com 128 mil habitantes, Balneário Camboriú atrai aposentados e endinheirados. Segundo as construtoras, um dos públicos-alvo são milionários do agronegócio do Centro-Oeste e do Sul.

A região também chama a atenção de celebridades, como o cantor Luan Santana e o jogador Neymar, que compraram imóveis por lá. Os empreendimentos seguem a linha "condomínio-clube" e têm unidades que custam por volta de R$ 3 milhões.

ZONA DE SOMBRA

Os empresários dizem buscar tecnologia fora do país, já que o Brasil não tem expertise em edificações desse porte. São feitos testes em túneis de vento na Inglaterra, e os elevadores importados podem funcionar em alturas superiores a 150 m.

O estilo das construções, que varia de colunas gregas a dezenas de andares envidraçados, gera comparações com Dubai, nos Emirados Árabes, que hoje tem o maior edifício do mundo, com 828 m.

Mas também desperta críticas. A mais visível delas é a zona de sombra que as construções projetam na praia a partir do meio da tarde. Há também os paredões dos prédios, que transformam ruas em corredores de ventania. "Ninguém gosta de ficar em uma rua sem luz do dia. Querem fazer [de Camboriú] a Mônaco brasileira, mas veja bem: isso não é um elogio", diz o professor de arquitetura Carlos Barbosa, da Universidade do Vale do Itajaí.

Barbosa diz que as torres não se destacam na paisagem, já que são construídas umas próximas às outras e em ruas estreitas. Procurada, a prefeitura não confirma as alturas projetadas dos arranha-céus em construção e ressalta que vários ainda estão sob análise. Afirma, porém, que vem tomando medidas para evitar o adensamento urbano, outro questionamento frequente à ambição das construtoras.

O município tem cobrado das incorporadoras a criação de garagens públicas nos prédios. A construção de edifícios mais altos também exige taxas que podem passar de R$ 50 mil por apartamento. "É preciso equilibrar estrutura urbana, qualidade de vida e atratividade para quem vier investir", diz Alcino Pasqualotto, diretor-geral da construtora Pasqualotto.
Mariazinha Beata
26/12/2015 20:02
Seu Herculano;

Lei de Responsabilidade Fiscal: proibido ter ELBA,
resto pode tudo.

Bye, bye!
Belchior do Meio
26/12/2015 19:59
Sr. Herculano:

Sobre, Lei de Responsabilidade Fiscal-às 15:25hs.

Segundo a raça petralha, foi a "herança maldita" de FHC. Da para entender. Sem a LRF a consolidação hegemônica da raça petralha já estaria concluída e o país teria, de fato, se tornado uma república socialista, com todo o ônus que isso representa.
Obrigado FHC, por ter pensado no nosso futuro.

Fora raça petralha.
Herculano
26/12/2015 15:57
O OCASO DE UM PROJETO HEGEM?"NICO?, por José Augusto Guilhon Albuquerque e Elizabeth Balbachevsky, professores da USP, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Desde a transição para o segundo mandato de Dilma Rousseff, quando os impasses insanáveis na constituição do novo ministério se tornaram públicos, o único consenso é de que a Presidência está travada, como de resto todo o sistema político e a própria sociedade. Apenas a economia corre solta, seguindo sua própria dinâmica morro abaixo.

A cada diagnóstico corresponde uma solução, criando um círculo vicioso, já que as soluções realimentam o problema. Mas a paralisia a que todos se referem não pode ser enfrentada sem ter clareza sobre a natureza da crise que atinge toda a sociedade.

A paralisia política tem uma explicação bem simples. É que os políticos bem-sucedidos não são aqueles despossuídos de ambição, mas aqueles que percebem, nas aspirações de seus representados, uma oportunidade para realizar suas próprias ambições. Quando essa oportunidade não está clara, a ambição pessoal conduz ao imobilismo.

Todos os atores políticos relevantes (a elite política, lideranças empresariais e sindicais, etc.) perceberam de longe as oportunidades que a crise abriu para avançar ou preservar seus interesses, pois a segunda presidência Dilma começou a cair na noite da reeleição. A angústia expressa nas atitudes da presidente reeleita deixou claro que o preço pago para reelegê-la não permitiria mais fechar a conta: na manhã seguinte, Dilma acordaria inadimplente.

Não teria autonomia para nomear o ministério que quisesse nem para compor o ministério que não queria (isto é, o que Lula conseguiu lhe impor parcialmente). Não haveria mais milagre dos pães para turbinar os programas faraônicos, nem para satisfazer a voracidade dos "aliados", nem para compensar a ambição dos empreiteiros, a frustração do PT e a ansiedade de Lula, que se tornara incapaz de controlar, ao mesmo tempo, o governo, o PT e o eleitorado.

Todos os protagonistas, longe de tentar harmonizar suas ambições com as aspirações populares ?" muito claras em todas as pesquisas de opinião ?", optaram pelo oportunismo. O resultado foi um jogo de vetos mútuos em que todos os interesses tiveram de se limitar ao mínimo denominador comum: ganhar todo o tempo possível até 2018.

Isso explica, entre outras coisas, o fracasso do ajuste fiscal, inviabilizado pela ação conjunta de Lula, do PT, de partidos "aliados", da oposição e de parte considerável do empresariado. Além do medo da classe política de dar um cheque em branco a um governo que perdera toda a credibilidade, prevaleceu o temor de reinjetar sangue bom em governo ruim.

Essa paralisia, entretanto, não se confunde com a crise, que a precede. A crise da presidência petista não tem origem na "maldição" de nosso sistema eleitoral, que obriga o presidente, se quiser governar, a formar uma coalizão, mas, sim, na pretensão hegemônica do PT, que o leva a renegar a legitimidade das demais forças políticas.
Herculano
26/12/2015 15:56
O OCASO DE UM PROJETO HEGEM?"NICO?, por José Augusto Guilhon Albuquerque e Elizabeth Balbachevsky, professores da USP, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Lula e o PT nunca se apoiaram em alianças com um mínimo de convergência política, mas, sim, num consórcio de partidos que, para fazerem parte, precisam se comportar como legendas de aluguel. Esse tipo de consórcio tem custos, que tendem a aumentar o preço a pagar pelo apoio e diminuir a lealdade ao governo, tornando o consorciamento da base aliada tanto mais frágil quanto mais se amplia.

O cerne do problema consiste numa crise que, embora inevitável, ninguém tem pressa de enfrentar. O que implica que ela se prolongará indefinidamente enquanto não encontrar seu limite, que ninguém pode prever qual seja. Enquanto não atingir esse limite e enquanto nenhum ator com poder de decisão perceber que a superação da crise tem prioridade sobre seus interesses de curto prazo, o povo brasileiro continuará entregue à própria sorte. Essa é a única justificativa política aceitável para o risco institucional de afastar o principal núcleo de resistência a qualquer correção de rumo do método petista de governar e de conduzir a economia. O povo brasileiro não deve pagar pelos desmandos de Dilma Rousseff.

É preciso ter claro que o risco que corremos vai muito além da momentânea paralisia do Estado e da sociedade, e decorre da vigência de projetos de hegemonia de vários atores políticos e sociais em curso há mais de uma década. Todos objetivam criar inimigos e aguçar o antagonismo entre duas classes de brasileiros: os cidadãos, que têm o monopólio da legitimidade, estabelecem as regras e sancionam os resultados em benefício próprio, e os súditos, destituídos de legitimidade e poder de decisão, mas que pagam todos os custos.

Movidos por interesses diversos, movimentos sociais, sindicatos, algumas profissões, alguns setores da economia, alguns partidos políticos, algumas religiões e organizações ativistas são protagonistas desses projetos e deles se beneficiam, sob o manto protetor do PT e de seus dois governantes. Os demais, se não se calam, são traidores ou golpistas.

Essa diversidade de interesses não sobrevive isoladamente, mas se entrelaça num projeto claro de demolição do sistema democrático. Lula atacou uma a uma as instituições de governo. Tratou os parlamentares de "300 picaretas", ofendeu o Judiciário e ora paralisou, ora desmoralizou os órgãos de controle de contas e toda a administração federal. Esses projetos foram bem-sucedidos em minar as instituições, abrindo caminho para que a crise da Presidência contaminasse todo o sistema político. Seus efeitos se entranharam profundamente na sociedade, que hoje tende a aceitar essa aberração protofascista como ordem natural das coisas.

Isso torna ainda mais incontornável o dever político de afastar do Poder Executivo o consórcio de interesses espúrios engendrado em torno do PT, de Lula e Dilma Rousseff. Mas esse dever político envolve o dever moral correspondente de participar da coalizão que irá restaurar a dignidade do Estado brasileiro. Se líderes tucanos pretendem tirar proveito do impeachment, e depois fugir à responsabilidade, é bom pensarem duas vezes, pois pagarão muito caro por mais este oportunismo.
Herculano
26/12/2015 15:25
GOLPE CONTRA SENSANTEZ, editorial do jornal Correio Braziliense

É sábio e antigo o dito popular de que dinheiro não aceita desaforo. Gastar mais do que se tem é caminhar para o atoleiro das dívidas, embaralhar o presente e comprometer o futuro. Se isso vale para as famílias, mais ainda deve ser lembrado quando se trata de dinheiro público. A condição de gestor de verbas públicas não dá a ninguém o direito de administrar de modo inconsequente o que foi retirado da sociedade em forma de tributos.

Engana-se, portanto, quem pensa que só prejudica o país, o estado ou o município o gestor que se vale de sua posição para desviar para o próprio bolso recursos do erário. A gestão temerosa e inepta das contas públicas, ou apenas subordinada ao interesse eleitoral, produz efeito tão ou mais danoso que a corrupção.

Não é por outra razão que respeitados especialistas em administração pública consideram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor há 15 anos e sete meses, uma das mais importantes conquistas da história recente da sociedade brasileira. Ela não tem o charme do plano que livrou o país da hiperinflação, mas é passo fundamental para tirar o Brasil da condição de republiqueta de bananas, em que o governante pode tudo, inclusive gastar o que o país não tem, desde que isso lhe garanta aplausos e votos.

A LRF veio para impor limites. Proíbe, por exemplo, que se comprometam receitas improváveis ou inexistentes com despesas que se tornarão obrigatórias por longos anos, como as de pessoal permanente. Esse era um dos compromissos frequentemente assumidos em fim de mandato, para que o gestor ficasse com a glória, e o sucessor, com a conta para pagar. Essa e outras espertezas se tornaram, pela lei, crime de responsabilidade a serem apontados pelos tribunais de conta.

Foi cumprindo esse papel que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades envolvendo quantias expressivas (R$ 57 bilhões no total) nas contas do ano eleitoral de 2014 da presidente Dilma Rousseff. Por unanimidade, o tribunal reprovou as contas, recusando-se a aceitar truque usado para maquiar um enorme deficit primário, que consistia em adiantamentos pelos bancos oficiais e pela administração do FGTS, da quitação de benefícios de programas sociais, como o Bolsa Família. Como o Tesouro não quitou os adiantamentos, o TCU os considerou como empréstimos dos bancos a seu controlador estatal, prática vedada pela LRF.

Se isso é suficiente para justificar o processo de impeachment da presidente é outra história, até porque se trata de contas relativas ao mandato passado. O que se trata, agora, é da posição que o Senado Federal vai tomar em relação ao parecer do TCU pela reprovação das contas. Fazer de conta que nada aconteceu será desmoralizar o TCU, rasgar a Lei de Responsabilidade de Fiscal e jogar no lixo os avanços que ela introduziu na administração pública do país. Aprová-las com ressalvas é lançar mão de velho truque que políticos costumam usar para esconder a covardia ou a inconfessada conveniência de não enfrentar o problema.

É nesse contexto que deve ser analisado o inaceitável voto do relator da matéria na Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Acir Gurgaz (PDT-RO), que, desconhecendo o parecer do TCU, quer a aprovação das contas de 2014, com pedaladas e tudo mais. É espécie de indulto de Natal à presidente e a todos os administradores públicos que maltrataram e continuarão maltratando o dinheiro público.
Herculano
26/12/2015 15:14
A RECONSTRUÇÃO DA ARGENTINA, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Os argentinos começarão 2016 com uma série de aumentos de preços de vários serviços. O reajuste escolar está previsto para 25%. Os saltos da inflação e do dólar podem corroer mais rapidamente a lua de mel do novo presidente Mauricio Macri. Ele não tem responsabilidade por estes aumentos, porém a conjuntura tende a piorar muito antes de melhorar.

É difícil para qualquer governante fazer o ajuste de uma economia tão desorganizada como está a da Argentina. No caso, foi obra de anos de erros da administração de Cristina Kirchner. O governo peronista somou intervencionismo voluntarista, tarifas reprimidas, câmbio artificial, inflação alta, recessão, esgotamento de reservas, manipulação de indicadores, isolamento internacional, queda de competitividade da indústria.

Há vários paralelos com o Brasil, mas nós não temos todos os problemas que os vizinhos têm. Um dado importante da diferença é o fato de o Brasil possuir um volume considerável de reservas cambiais. O presidente Mauricio Macri tem que fazer ao mesmo tempo a correção do câmbio, a suspensão de medidas de restrição de compra de dólar, a administração das reservas escassas e a negociação com os credores da dívida externa.

Tudo ficaria mais fácil se a Argentina tivesse reservas. Mas, sem elas, como sustentar a eliminação dos entraves à compra dos dólares? Pode não haver moeda americana para comprar, mas se o governo não mantiver a liberalização do câmbio estará descumprindo uma promessa da campanha. As medidas de liberalização do câmbio já provocaram uma alta forte do dólar.

A decisão de suspender o imposto sobre exportações de produtos agrícolas ajuda a médio prazo a recompor as reservas, ainda que num primeiro momento reduza a arrecadação. Esse imposto, as "retenciones", provocou uma sucessão de efeitos colaterais.

Um governo quando começa a corrigir um problema criando outro, entra em um círculo vicioso que leva a mais distorção. A ex-presidente Cristina Kirchner tentou reter a produção no país para, com isso, diminuir a pressão interna nos preços. A inflação não caiu e, em compensação, com menos dólar entrando ficou maior o desequilíbrio cambial. Isso levou o governo a adotar as medidas de restrição à compra de moeda estrangeira pelos importadores. Houve, então, ruídos com os parceiros comerciais e prejuízo à produção local que dependia de produtos importados. Tudo acabou elevando a inflação que se queria controlar num primeiro momento. Essa foi a dinâmica dos ajustes que desajustam, método que a Argentina de Cristina Kirchner adotou.

Agora, toda a correção levará a mais inflação. Hoje, ela está acima de 25%. Tende a subir muito pela alta do dólar, reajuste das tarifas, e suspensão das medidas que limitavam a liberdade de pesquisa do instituto estatístico do país. O governo, que prometeu corrigir os problemas, começará por agravar tudo em um primeiro momento.

Macri terá que deixar claro o quanto o desconforto dos argentinos é produzido pelo governo peronista que deixou a Casa Rosada. Isso sempre fica claro para o eleitor no começo, mas depois começam as cobranças. O problema é que pôr a casa em ordem depois de tanta desordem é muito difícil. As notícias ruins vão se suceder.

Um problema crônico da Argentina ?" e também do Brasil ?" é a perda da competitividade da indústria, principalmente do setor têxtil e de brinquedos. É justamente a indústria que está resistindo às medidas anunciadas por Macri de suspensão de barreiras comerciais. A desvalorização pode ser uma barreira natural, mas será muito mais difícil aumentar estruturalmente a competitividade da indústria.

As contas públicas estão desorganizadas e o governo terá que, no meio de um ambiente recessivo, e de retirada dos impostos sobre exportação de commodities agrícolas, aumentar a arrecadação. Macri terá um ano difícil pela frente no trabalho de começar a corrigir as distorções acumuladas pelo governo que derrotou. Ao longo do esforço pode se dar conta que foi mais fácil vencer uma presidente desgastada, do que superar as armadilhas que ela deixou. Quanto ao peronismo, já se organiza para ser oposição e passar a acusar o governo pela crise na qual o próprio partido jogou o país.
Mariazinha Beata
26/12/2015 13:32
Seu Herculano;

Singer para mim continua sendo somente marca de máquina de costura.

Bye, bye!
Paty Farias
26/12/2015 13:29
Oi, Herculano;

Postado às 06:10Hs.

Como sempre, 9dedos usando intelectuais apaniguados e meia boca para validar sua máscara ideológica, que na mais clara realidade esconde a cara de um ladrão.
Anônimo disse:
26/12/2015 12:51
Herculano, a Dilma e o Lulla defendendo Chico Buarque ká, ká ká...
Quero ver a Dilma e o Lulla defender o PT.
Hercculano
26/12/2015 10:42
DESCONTRUINDO AS MISTIFICAÇÕES DE UM INTELECTUAL PETISTA EM COLUNA DE JORNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

André Singer acusa a "mídia", onde ele já foi chefão, de conspirar contra o PT. É mesmo? Então cobro que ele conte as conspirações de que já participou. Além de provar que está errado

Estou mais ou menos de férias, como sabem. Por três semanas, deixarei de publicar minha coluna na Folha, "Os Pingos nos Is" só voltam ao ar no dia 11, na Jovem Pan, e esta coluna está em ritmo mais lento. Mas, a exemplo do que faço desde 2006, sempre que acho necessário, volto a esta, como se dizia antigamente, tribuna!

André Singer, colunista da Folha e ex-porta-voz de Lula, escreve neste sábado um artigo de uma desonestidade intelectual como raramente vi [ pode ser lido abaixo, "Seletividade", às 6.20]. A coisa é particularmente séria no que diz respeito ao pensamento porque Singer é professor de sociologia da USP. Pertence àquele grupo seleto de pessoas que é pago pelo estado para pensar com independência. Esquerdista que é, Singer certamente está entre aqueles que acham que o ente público que lhe garante o salário não é "neutro". Aí ele se dá o direito de enfiar o pé na jaca.

O professor escreve um artigo para tentar demonstrar que a imprensa protege os escândalos tucanos e superdimensiona os petistas, alimentando a falácia de que existe uma conspiração na "mídia" - ele emprega essa palavra - contra o seu partido. André - eu o trato pelo prenome para distingui-lo de outro Singer, o Paul, seu pai, também membro do partido - sabe que isso é mentira. Talvez eu deixasse passar em branco se outro escrevesse as mesmas bobagens. Não ele. E, antes de desmontar suas falácias, explico por quê.

André foi secretário de Redação da Folha. À época em que exerceu essa função, estava logo abaixo do diretor de redação. Como se brinca, era o cara que mandava soltar e prender no jornal. E todos sabem que ele exerceu seu cargo com bastante altanaria. Sua irmã, Suzana Singer, anos depois, ocupou o mesmo cargo. Mais tarde, tornou-se ombudsman - é aquela senhora que me chamou de cachorro quando fui convidado para ser colunista no jornal. Ela não reconhecia em mim a isenção e a serenidade para exercer tal ofício. Não sei se entenderam a graça da coisa.
Herculano
26/12/2015 10:41
DESCONTRUINDO AS MISTIFICAÇÕES DE UM INTELECTUAL PETISTA EM COLUNA DE JORNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

Muito bem! Se a mídia conspira contra o PT, a família Singer deve ter larga experiência nessa conspiração, já que dois de seus membros exerceram cargos de comando no principal jornal do país. Pergunto:
- alguma vez foram convocados pelo patrão para distorcer a notícia?;
- alguma vez receberam a orientação para perseguir petistas e proteger tucanos?;
- alguma vez tiveram de omitir uma notícia favorável ao PT?;
- alguma vez tiveram de inventar uma notícia contrária ao PT?;
- alguma vez foram forçados a carregar nas tintas contra o petismo?;
- alguma vez foram forçados a minimizar malfeitos tucanos?;
- alguma vez passaram a seus subordinados essa orientação?

Como, estou certo, ambos responderiam "não" a cada uma dessas indagações, pergunto: de quem exatamente André está a falar? Qual é a mídia que distorce? Ou será que esse é um defeito de caráter que atinge outros chefes de redação, mas que jamais afetaria a pureza e a independência de um Singer?

Na Folha, fui editor adjunto de política e coordenador de política da Sucursal de Brasília. Vai ver tenho cara de bobo, e ninguém me chama para conspirar por isso. André e Suzana certamente não participaram de conspiratas por excesso de caráter - devem ter deixado isso para os outros. E eu não participei por falta de esperteza: ninguém me queria para organizar tramoias.

Truque antigo
André recorre a um velho truque da esquerda, que remonta aos escritos de Lênin sobre imprensa.

Segundo aquele tarado homicida, ela era necessariamente reacionária porque não controlada pela classe operária - ou, no paradigma leninista, pelos bolcheviques. Lênin, ao menos, tinha a honestidade de dizer que imprensa ruim era toda aquela que não fosse partidária - do seu partido. André omite essa pretensão.

Escreve o articulista:

O pagamento de R$ 60 milhões por parte da Alstom, como indenização por uso de propina no mandato do pessedebista Mário Covas em São Paulo (Folha, 22/12), a revelação de que a dobradinha Nestor Cerveró-Delcídio do Amaral remonta ao tempo em que ambos serviam ao governo Fernando Henrique Cardoso (Folha, 18/12) e a condenação do ex-presidente tucano Eduardo Azeredo a 20 anos de prisão (Folha, 17/12), por esquema análogo ao que levou José Dirceu à cadeia em 2012 (condenado à metade do tempo), confirmam que há dois pesos e duas medidas no tratamento que a mídia dá aos principais partidos brasileiros.

Enquanto o PT aparece, diuturnamente, como o mais corrupto da história nacional, o PSDB, quando apanhado, merece manchetes, chamadas e registros relativamente discretos. O primeiro transita na área do megaescândalo, ao passo que o segundo ocupa a dimensão da notícia comum.
Herculano
26/12/2015 10:39
DESCONTRUINDO AS MISTIFICAÇÕES DE UM INTELECTUAL PETISTA EM COLUNA DE JORNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 3

Vamos lá:
1: O caso Alstom mereceu e merece atenção enorme do jornalismo. A única coisa que foi abordada com discrição pela imprensa foi o papel ativo que teve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, nesse episódio, atuando em dobradinha com um deputado petista e com o comando do Cade para tentar implicar o governo de São Paulo na tramoia. Cardozo teve de admitir que enviou, imaginem vocês!, um papel apócrifo ao Cade. A atuação foi de tal sorte exótica que despertou a atenção até da moribunda Comissão de Ética Pública.

2: É claro que houve corrupção em outros períodos da história. A questão é saber quando os corruptos estão num empreendimento pessoal, ou mesmo grupal, e quando atendem a um projeto de poder. Se André tem a informação de que a sujeira serviu ao PSDB, ao governo Covas ou a outros, que, então, diga.

3: Afirmar que "que a dobradinha Nestor Cerveró-Delcídio do Amaral remonta ao tempo em que ambos serviam ao governo Fernando Henrique Cardoso" chega a ser asqueroso. Ambos eram funcionários da Petrobras. De que maneira o PSDB ou o governo FHC se beneficiaram das sem-vergonhices da dupla? André quer fazer de conta que alhos e bugalhos são a mesma coisa.

4: Quem disse que se dá pouco destaque ao caso Azeredo? É uma mentira verificável pelos fatos. Singer deveria observar, por exemplo, que a condenação do ex-governador de Minas, ainda em primeira instância, é maior do que a de qualquer político do mensalão.
Herculano
26/12/2015 10:38
DESCONTRUINDO AS MISTIFICAÇÕES DE UM INTELECTUAL PETISTA EM COLUNA DE JORNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 4

O militante petista André não está obrigado a fazer a distinção que vem agora, mas o professor está - se pretende encarar os seus alunos com um mínimo de verdade: o que se chamou de "mensalão mineiro", mesmo na versão mais extrema, consistiu no uso da máquina pública para fazer caixa de campanha. Tendo acontecido como se diz, a prática é criminosa e tem de ser punida.

Mensalão e petrolão são outra coisa. Trata-se de máquinas de assalto ao estado, de que o crime eleitoral é apenas a sua expressão menos maligna. De resto, Azeredo perdeu a reeleição. O mensalão e o petrolão constituíram formas de criar uma República paralela na vigência dos governos Lula e Dilma.

Por que André distorce tão miseravelmente a verdade?

Ora, o objetivo é empurrar a imprensa não para a neutralidade, mas para a compensação. Ao acusar o jornalismo - majoritariamente petista e de esquerda, diga-se - de perseguir o PT, André pretende incitar as franjas do partido nas redações a cobrar "isenção", que consistiria, então, em praticar equilibrismo, de sorte que PT e PSDB tivessem um mesmo número de "notícias negativas" no terreno moral. Como se o país tivesse assistido em qualquer tempo a coisas como mensalão, petrolão e eletrolão.

O ápice da empulhação teórica está aqui:
Isso não alivia a situação do PT, o qual, como antigo defensor da ética, tinha compromisso de não envolver-se com métodos ilícitos de financiamento. No entanto, o destaque desequilibrado distorce o jogo político, gerando falsa percepção de excepcionalidade do Partido dos Trabalhadores. A salvaguarda do PSDB pelos meios de comunicação reforça a tese de que o objetivo é destruir a real opção popular e não regenerar a República.

Pela ordem:
1: Notem que André não se refere ao PT como "ex-defensor da ética", mas como "antigo", no sentido mesmo do anterioridade, quiçá do pioneirismo? Santo Deus!

2: André restringe aos crimes do PT aos de financiamento de campanha. É mentira!

3: Mas, ora vejam, o pioneiro da ética, agora, só não quer um tratamento excepcional: o partido exige ser tratado como um corrupto semelhante aos outros.

4: Observem que, na pena de André, só existe uma "real opção popular": o PT! E a imprensa, na qual a família Singer saber ser chefe, estaria interessada em destruir tal opção. É mesmo? O que André, o chefe, fez em favor de tal intuito?
Herculano
26/12/2015 10:37
DESCONTRUINDO AS MISTIFICAÇÕES DE UM INTELECTUAL PETISTA EM COLUNA DE JORNAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 5

Mais adiante, avança:
Se a mídia quisesse, de fato, equilibrar o marcador, aproveitaria o gancho para mostrar que juízes, procuradores e policiais, vistos em conjunto, têm sido parciais. Enquanto a máquina investigatória avança de maneira implacável sobre o PT, o PSDB fica protegido por investigações que andam a passo bem lento. Aposto que se uma vinheta do tipo "e o metrô de São Paulo?" aparecesse todo dia na imprensa, em poucas semanas teríamos importantes novidades.

Desconstrua-se:
1: André, o ex-jornalista que ainda não conquistou a devida independência para ser um intelectual, não está interessado nem em jornalismo nem em Justiça: ele quer é "equilibrar o marcador". A imprensa só seria isenta no dia em que o noticiário negativo sobre PT e PSDB fosse o mesmo, independentemente dos crimes cometidos por um e por outro.

2: O colunista também quer que se abandone a notícia em nome de uma abordagem puramente ideológica e persecutória: cobra que se demonstre a parcialidade dos investigadores. Bem, ele poderia ter usado o seu texto para elencar nomes e fatos, por exemplo. O que ele próprio não faz seria um dever indeclinável do jornalismo. E que se destaque: ele ainda pode fazê-lo. As redes sociais estão aí.

3: Prático, André chega a sugerir uma campanha: "E o metrô de São Paulo?".

No fecho patético de seu artigo, dispara:
Hipótese plausível é que os investigadores poupem o PSDB exatamente porque sabem que não contariam com a simpatia da mídia se apertassem o cerco aos tucanos. Conforme deixa claro o juiz Sergio Moro no artigo de 2004 sobre a "mãos limpas" na Itália, a aliança com a imprensa é crucial para o sucesso desse tipo de empreitada. Trata-se de um sistema justiça-imprensa, que aqui tem agido de modo gritantemente seletivo.

Dou de barato que os Singers, quando chefes de redação, jamais foram chamados para uma conspiração. Ou a teriam denunciado, não? Por que, então, outros desempenhariam tal papel?

Segundo André, o "sistema justiça-imprensa" tem agido no Brasil de modo "gritantemente seletivo". É? A gente percebe isso pelos efeitos? Mesmo com tanta conspiração, o PT caminha, caso Dilma se segure, para 16 anos no poder. Se dele for apeado, terá sido apenas e exclusivamente por sua obra e por suas escolhas.

O militante André Singer tem o direito de falar a asneira que quiser lá nos domínios do partido e para consumo de sua economia interna. Aquele que escreve na Folha é mais do que o militante - até porque, nesse quesito, há outros mais qualificados e graduados do que ele. O autor do artigo é também um professor de sociologia de uma universidade pública. As duas condições lhe cassam a faculdade de mentir.

A propósito: André foi secretário de Redação da Folha entre 1987 e 1988. Ele procurava "equilibrar o marcador" da cobertura entre as lambanças do governo Sarney e as da oposição, inclusive as do PT?

Sossegue, rapaz! Assim que você e sua turma forem levados pelo eleitorado para a oposição, a imprensa continuará a ser mais crítica com o governo - com o governo de turno. Porque essa é a natureza do jogo, pouco importando quem esteja no poder. Ao menos tem de ser assim com a imprensa séria, aquela que incomoda o PT. Aquela de que André não gosta mais.

Petista, desde que o PT existe, André sempre foi. Mas ele já soube se comportar como um jornalista. Infelizmente, na academia, ele não conseguiu ainda perceber a dimensão de um professor, repetindo o erro grotesco de outros que se comportam, na universidade, como esbirros de um partido.

Se André quer ser apenas um prosélito, deveria cair na militância pra valer e se candidatar a um cargo no partido.
Herculano
26/12/2015 08:17
da série como os políticos (e os interesses pessoais de descomprometidos com o futuro) estragam as nossas cidades, mas sempre com o nosso criminoso silêncio e a nossa conivência. Gaspar é diferente?

É BOM, MAS É RUIM, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Há no Rio um restaurante simples, mas com comida fantástica, um dos programas mais agradáveis de se fazer na cidade. Cariocas da zona sul desconhecem ou ignoram porque fica na Barra da Tijuca. Para os cariocas da zona sul a Barra não é o Rio.

Meus pais estão na cidade para as festas de fim de ano e hoje, enquanto você lê esta coluna, devo estar a caminho do Bar do Cícero, esse achado na Ilha da Gigoia, na Lagoa da Tijuca, no começo da Barra.

Todos que eu arrasto saem maravilhado com os pasteizinhos de camarão, de lagosta e de siri, as moquecas e peixes grelhados, cervejas geladíssimas, caipirinhas saborosas e preços que não provocam azia.

O caminho feito de barquinho (R$ 4) mostra casas luxuosas entre moradias simples, uma vista espetacular da pedra da Gávea, espaços de festas, clubes náuticos, tudo banhado pela luz do sol que reflete na água e deixa tudo com jeitão de paraíso.

Seria maravilhoso, não fosse um detalhe: as águas fétidas. Cocô para todo lado. Então, sempre me vejo avisando de antemão que o passeio é bom, mas tem esse porém. Percebi que ao me deparar com certas situações me baixa o santo do Tom Jobim e lá estou repetindo que tal coisa é boa, mas é uma merda.

Essa região fazia parte do compromisso de despoluição assumido pelo governo estadual, assim como o Complexo Lagunar de Jacarepaguá, a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Baía da Guanabara. Você sabe o que aconteceu.

As pessoas continuam morando à beira do cocô, praticando esportes no meio do cocô, passeando de barco sobre o cocô. Porque a maioria das coisas no Rio de Janeiro ou é abandonada ou feita nas coxas.

Viver no Rio é resumidamente isso, bom, mas uma merda. E eu me vejo o tempo todo me desculpando pelas cagadas que transformaram a cidade nesse caos paradisíaco.

Queria muito acreditar que um evento como a Olimpíada deixará legado maior do que uma região revitalizada, um novo museu, complexos esportivos. De que adianta tudo isso se o básico não é resolvido?

Os hospitais estaduais colapsam, e o governo, o mesmo que disse que limparia as águas da cidade, diz que a culpa é da desaceleração da economia. Mas, veja só, no ano de grana curta o mesmo governo aumentou de 613 para 689 o número de cargos comissionados, onerando a folha de pagamento em R$ 324 mil, segundo reportagem do RJTV.

Na mesma semana, o Museu do Amanhã abre as portas e a imagem que fica da inauguração é que um dos maiores problemas do brasileiro é a educação ?"ou a falta dela.

Passando pela favela da Rocinha, meu pai, que não vinha ao Rio fazia 35 anos, diz que cresceu, mas continua igual. Conto que a área ganhou complexo esportivo, passarela desenhada por Niemeyer, unidade pacificadora. Bom, não é mesmo?

Bom, mas continua com o "valão" de esgoto numa das vias principais, que deságua todinho na praia de São Conrado. Deve ser inaugurado um teleférico. Quem precisa de esgoto quando se ganha um teleférico?

E assim a gente segue, entre um museu moderno aqui, uma estação nova de metrô acolá, hospitais falidos, praias que fedem, povo mal educado, pobres de um lado do túnel, ricos do outro, cervejas geladas, corridas na orla, pôres do sol, enquanto o evento esportivo mais importante do mundo bate a nossa porta.

Vai ser bom? Vai. Mas as coisas aqui vão continuar uma merda.
Herculano
26/12/2015 06:33
O CAPITÃO DO MATO VATICINA: "DILMA É VÍTIMA DA TURMA DA ESCULHAMBAÇÃO DO PMDB"

Conteúdo do 247, o canal de comunicação do PT, sustentado por publicidade estatal. Ministro nos governos dos ex-presidentes Lula [PT]e Itamar Franco [PMDB], o cearense Ciro Gomes[ que por conveniência vive trocando de partido e hoje no PDT] comparou a situação atual como sendo 'igual aos 10 anos anteriores a 1964' e 'quase igual a 1964', período em que aconteceu golpe militar no Brasil; Ciro avalia que Dilma é vítima de uma conjuntura política que a colocou na condição de refém 'da turma da esculhambação' do PMDB, mas alerta que ela pode acabar pagando o preço por "erros que vêm sendo cometidos desde o governo Fernando Henrique[PSDB], como no caso da corrupção na Petrobras"; ele também disse não poder afirmar que Lula é honesto, "porque na vida pública, não basta não roubar. Eu acho que ele não rouba. Mas tem a outra parte da tarefa, que é não deixar roubar. E para isso ele não está nem aí"; sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha [PMDB], Ciro disse que "vamos assistir ele ser preso"

Em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, no Canal Brasil, Ciro Gomes rechaça a postura do vice-presidente Michel Temer (PMDB), a quem atribuiu um "mimimi" sua carta enviada à presidente lamentando não ter protagonismo no cenário político. E diz que Dilma paga o preço de ter o PMDB como forte aliado.

"Falei com o presidente Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e com a presidente Dilma que é uma imprudência colocar este PMDB na linha de sucessão do Brasil. Você tem hoje essa esquizofrenia no governo Dilma. A Dilma faz um discurso moralista, essa é a formação dela, de pequena burguesa, que advoga a decência, e ela é intransigentemente correta, porém recebeu um governo todo misturado, e uma turma que é do ramo da esculhambação".

O ex-governador cearense diz que é preciso o povo saber que o PMDB assumiria o Planalto em caso de Dilma cair.

"O povo precisa saber que em caso de impeachment, quem assume é Michel Temer. Os problemas não mudarão. Michel Temer é íntimo parceiro do Eduardo Cunha, este que está escandalizando o país, que constrangeu o Brasil inteiro, com projeção no exterior, com dinheiro na Suíça, acusado de formação de quadrilha, de ser ladrão de milhões do dinheiro público, e que manipula o parlamento ao seu gosto e prazer. Então repito: esse impeachment é inepto. Só há uma razão que se pode utilizar para o impeachment. O impeachment só pode acontecer se houver crime de responsabilidade dolosamente praticado pelo presidente da República. Nem o mais picareta dos nossos adversários diz que a Dilma é ladra".

Apesar de, por ora, não acreditar no impeachment, Ciro Gomes alerta que Dilma precisa tomar novos rumos e se preocupar com a voz das ruas. "Ela precisar mudar muito. Se o povo brasileiro sair para a rua em multidões corroborando a tese de impeachment, ela cai. Agora, o povo precisar não se deixar manipular, para que a ruptura da democracia não acabe sendo um prêmio amargo por uma pseudovitória de se vingar da Dilma."

Sobre Lula, Ciro diz que não pode afirmar sua inocência diante dos escândalos de corrupção envolvendo o PT. "Eu não diria isso. Porque na vida pública, não basta não roubar. Eu acho que ele não rouba. Mas tem a outra parte da tarefa, que é não deixar roubar. E para isso ele não está nem aí".

O ex-ministro afirma com veemência que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não vai se safar da cassação do mandato. "O brasileiro vai assistir ele indo para a cadeia. É só termos um pouco de paciência. As instituições brasileiras estão funcionando e eu acho que nós assistiremos (e isso não vai demorar). Não pelo parlamento, porque infelizmente a maioria é corrupta".
Herculano
26/12/2015 06:22
O LEÃO S?" RUGE PARA BAIXO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S. Paulo

A Receita Federal investiga o Instituto Lula, informou a Folha na terça (22). "A investigação nasceu a partir de dados da inteligência da Receita, que colabora com a Operação Lava Jato", explica a reportagem. De fato, sem uma operação do Ministério Público, o Leão jamais investigaria uma "pessoa especial". O Leão foi domesticado: na nossa república de compadres, ele só ruge para baixo.

A minuta de uma Lei Orgânica do Fisco, que concede autonomia técnica aos auditores fiscais, dorme desde 2010 numa gaveta empoeirada da Advocacia-Geral da União. O temido Leão é um bichinho de estimação do ministro da Fazenda, que nomeia o secretário da Receita e controla as indicações dos superintendentes regionais e dos chefes de unidade. A centralização de poder nos cargos de comando funciona como couraça protetora dos indivíduos de "sangue azul".

"Tudo começou com FHC". No caso da Receita, o álibi clássico do PT contém um grão de verdade. Pela Portaria SRF 782, de 1997, o governo colocou uma coleira no Leão, inventando a figura do "acesso imotivado". O nome é deliberadamente enganoso: o acesso torna-se "imotivado" apenas por não contar com autorização prévia de um chefe de unidade. O auditor que ousar seguir pistas laterais surgidas numa investigação autorizada sujeita-se a punições administrativas.

A alegação de que a figura do "acesso imotivado" protege o contribuinte de perseguições é falsa e cínica. Falsa, pois todo acesso de dados fiscais por auditor da Receita deixa um rastro eletrônico que identifica seu autor, permitindo responsabilizá-lo. Cínica, pois tem como pressuposto que os chefes, detentores de cargos de confiança, são guardiões incorruptíveis dos princípios republicanos. Na prática, a espada de Dâmocles do "acesso imotivado" assegura à cúpula da Receita a prerrogativa discricionária de determinar quem será e quem não será investigado. O rugido do Leão depende da voz de comando do domador, que é o governo.

Na Receita, tudo que FHC começou, o lulopetismo radicalizou. A Portaria RFB 2.344, de 2011, consolidou as punições associadas ao "acesso imotivado". Além disso, no ano anterior, o governo criou uma lista de "pessoas politicamente expostas", cujos dados fiscais só podem ser acessados mediante aviso ao próprio secretário da Receita. A lista de fidalgos abrange os detentores de cargos eletivos do Executivo e do Legislativo, ministros e dirigente de empresas estatais, ocupantes de altos cargos de livre nomeação, a cúpula do Judiciário, governadores, prefeitos e presidentes de partidos políticos. "Essas pessoas têm uma situação que, caso haja um acesso indevido, estarão protegidas", anunciou na ocasião o ministro Guido Mantega, oficializando a divisão dos brasileiros em cidadãos de primeira e segunda classe.

A "lista de Mantega" nasceu de um pretexto esperto. Na campanha eleitoral de 2010, como parte da guerra suja petista, os dados fiscais de José Serra e de seus familiares foram acessados indevidamente. O detalhe é que o acesso não partiu de um auditor fiscal, mas de uma servidora do Serpro, provavelmente cumprindo missão partidária. Assim, escudado na alegação de proteger um rival político, o governo adicionou uma focinheira ao Leão, impedindo-o de rugir para cima. Na época, casualmente, a Petrobras sofria o assalto das forças da coalizão PT-PMDB, em aliança com as grandes empreiteiras.

O Leão amestrado está submetido a rígido controle alimentar. Nos últimos anos, a remuneração dos auditores fiscais desceu uma ladeira íngreme, situando-se hoje atrás dos salários dos funcionários de 26 fiscos estaduais. Al Capone foi pego por sonegação fiscal, o menor de seus crimes. Nossos Capones, porém, têm pouco a temer pelo lado da Receita. São amigos do rei e da rainha, pessoas especiais, "politicamente expostas". No Natal, eles brindaram a isso.
Herculano
26/12/2015 06:17
INDULTO NATALINO PARA DIRCEU SERIA UM ESCÁRNIO, por Josias de Souza

A defesa de José Dirceu informa que requisitará a concessão de indulto natalino para o seu cliente, nos termos do decreto que Dilma Rousseff fez publicar no Diário Oficial desta quinta-feira. O eventual perdão do Estado a Dirceu será um escárnio, um tapa na cara do brasileiro que molha a camisa para encher a geladeira e sonha com um país em que o crime pare de compensar.

Condenado no mensalão, Diceu cumpria prisão domiciliar quando o juiz Sérgio Moro mandou que fosse reencarcerado por conta das evidências do seu envolvimento no petrolão. Denunciado, virou réu novamente. Ainda preso, pode ser condenado a qualquer momento. A Procuradoria já requereu ao STF o cancelamento do benefício da cana domiciliar, para que Dirceu volte ao regime fechado no mensalão.

Assim como o pedido de recrudescimento da pena, a requisição do indulto irá à mesa do ministro Luís Roberto Barroso, do STF. Cabe a ele decidir o que merece o grão-petista - mais cadeia ou perdão?

No último mês de setembro, ao anunciar que o ex-todo-poderoso do petismo estava numa lista de denunciados da Operação Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol preocupou-se em distinguir dois Dirceus, o mito e o real.

"José Dirceu foi um importante líder político brasileiro. Ele representou por muito tempo os ideais de muitos'', afirmou Deltan. Entretanto, é preciso verificar "se ele praticou fatos que são crimes em um contexto determinado. E os fatos e as evidências nos dizem que sim." O juiz Sérgio Moro já reacomodou Dirceu no banco dos réus.

A primeira prisão de Dirceu, nos idos de 1968, quando ele ainda defendia "ideais", ocorreu num sítio em Ibiúna (SP), durante o célebre congresso estudantil. Reuniram-se 800 estudantes. Elegeriam o presidente da UNE. Dirceu concorreria. Surpreendidos pela polícia, foram em cana. Ficharam-se todos. Liberou-se a maioria.

Oito líderes foram levados ao Forte Itaipu, em Santos. Beneficiados por habeas corpus, quatro saíram. O resto ficou no xilindró. Entre eles, Dirceu. Foram libertados em 7 de setembro de 1969, junto com um grupo de políticos, trocados pelo embaixador americano Charles Elbrick.

O Dirceu mitológico foi para Cuba. Recebeu-o próprio Fidel Castro. Abrigou-se na "casa dos 28?, ninho de treinamento de guerrilha. Entrou no Brasil em 1971, como integrante do Molipo (Movimento de Libertação Popular). Voltou a Cuba no mesmo ano, fez plástica no rosto com médicos chineses. Em 1975, retornou ao Brasil.

Viveu clandestinamente em Cruzeiro do Oeste (PR), sob falsa identidade, na pele de dono de alfaiataria. Casou-se com uma dona de butique, teve um filho. Só emergiu depois da anistia, com o rosto reconstituído por nova plástica cubana. Elegeu-se deputado estadual e federal. Apossou-se da máquina do PT. Ajudou a fazer de Lula presidente. Virou um poderoso chefe da Casa Civil.

Hoje, 69 anos, o Dirceu do petrolão, um reincidente do mensalão, cumpre trajetória menos épica. Empurrou aquele Dirceu de Ibiúna para uma espécie de clandestinidade eterna. Conspurcou os fins para apropriou-se dos meios. Não há cirurgia plástica capaz de reconstituir-lhe a face. Abandonou os ideais. Queria reformar não o Brasil, mas sua mansão de Vinhedo (SP). Com dinheiro sujo.

Como perdoar Dirceu pelo que lhe resta de pena no mensalão depois de saber que ele já reincidia no crime de corrupção antes mesmo do término do célebre julgamento? O Brasil demorou demais para começar a punir pessoas acima de um certo nível de renda e de poder. Não deve agora se apressar em perdoar. A misericórdia, quando é excessiva, também corrompe.
Herculano
26/12/2015 06:10
SELETIVIDADE, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S.Paulo.

O pagamento de R$ 60 milhões por parte da Alstom, como indenização por uso de propina no mandato do pessedebista Mário Covas em São Paulo (Folha, 22/12), a revelação de que a dobradinha Nestor Cerveró-Delcídio do Amaral remonta ao tempo em que ambos serviam ao governo Fernando Henrique Cardoso (Folha, 18/12) e a condenação do ex-presidente tucano Eduardo Azeredo a 20 anos de prisão (Folha, 17/12), por esquema análogo ao que levou José Dirceu à cadeia em 2012 (condenado à metade do tempo), confirmam que há dois pesos e duas medidas no tratamento que a mídia dá aos principais partidos brasileiros.

Enquanto o PT aparece, diuturnamente, como o mais corrupto da história nacional, o PSDB, quando apanhado, merece manchetes, chamadas e registros relativamente discretos. O primeiro transita na área do megaescândalo, ao passo que o segundo ocupa a dimensão da notícia comum.

Isso não alivia a situação do PT, o qual, como antigo defensor da ética, tinha compromisso de não envolver-se com métodos ilícitos de financiamento. No entanto, o destaque desequilibrado distorce o jogo político, gerando falsa percepção de excepcionalidade do Partido dos Trabalhadores. A salvaguarda do PSDB pelos meios de comunicação reforça a tese de que o objetivo é destruir a real opção popular e não regenerar a República.

Note-se que o acordo feito pela Alstom não inclui os processos "sobre o Metrô, a CPTM e as acusações de que a multinacional francesa fez parte de um cartel que agia em licitações de compra de trens", diz este jornal. Os 60 milhões de reais ressarcidos dizem respeito só ao "contrato de fornecimento de duas subestações de energia". Será que o montante completo dos desvios, caso computado, não chegaria a proporções petrolíferas?

Se a mídia quisesse, de fato, equilibrar o marcador, aproveitaria o gancho para mostrar que juízes, procuradores e policiais, vistos em conjunto, têm sido parciais. Enquanto a máquina investigatória avança de maneira implacável sobre o PT, o PSDB fica protegido por investigações que andam a passo bem lento. Aposto que se uma vinheta do tipo "e o metrô de São Paulo?" aparecesse todo dia na imprensa, em poucas semanas teríamos importantes novidades.

O problema, contudo, pode ser mais grave. Hipótese plausível é que os investigadores poupem o PSDB exatamente porque sabem que não contariam com a simpatia da mídia se apertassem o cerco aos tucanos. Conforme deixa claro o juiz Sergio Moro no artigo de 2004 sobre a "mãos limpas" na Itália, a aliança com a imprensa é crucial para o sucesso desse tipo de empreitada. Trata-se de um sistema justiça-imprensa, que aqui tem agido de modo gritantemente seletivo.
Herculano
26/12/2015 06:04
CONAB NOMEIA ADVOGADO DE EMPRESAS SUSPEITAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

O deputado Irajá de Abreu (PSD-TO), filho da ministra Kátia Abreu (Agricultura), indicou Igo Nascimento para a diretoria da Cia Nacional de Abastecimento (Conab), que, por sua vez, nomeou Carlos Lara Maia à diretoria de Operações e Abastecimento. Carlos advogou para as empresas Raiz Transporte e Transporte Rodoviário 1500, denunciadas pelo Ministério Público por crimes contra a administração pública.

Minha mamãe

Os servidores de carreira da Conab estão revoltados com os privilégios do deputado que é filho da ministra, e vem dando as cartas na Conab.

Muito suspeito

Carlos Lara Maia era corretor de Bolsa de Mercadorias e advogado de defesa das duas empresas investigadas pelo Ministério Público.

Castigo de mãe

Kátia Abreu pode não controlar órgãos subordinados, como a Conab, mas monitora o comportamento parlamentar do filho.

Garoto obediente

A ministra Kátia Abreu até telefonou ao filho na derrubada do veto ao reajuste do Judiciário, ordenando que apoiasse o governo.

Petistas apostam em José Serra contra a crise

Nem mesmo os petistas acreditam no partido como a solução para a crise política. Sigmaringa Seixas, advogado que só não foi ministro do Supremo Tribunal Federal porque não quis, revelou ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sua preocupação com os rumos do Brasil. Na conversa, segredou a receita para o sucesso: "José Serra (PSDB-SP) é o único caminho para sair da crise". "Sig" é velho amigo de Serra.

Retificando

Dias atrás, durante uma discussão com Serra, Lindberhg contou a história de Sigmaringa, e ainda bajulou o paulista: "Concordo com ele!".

Incomodados

Serra e Lindbergh andam insatisfeitos. Serra quer ser presidente, mas Aécio Neves não deixa, e o petista não se dá com Dilma.

Mesma língua

Senadores do PSDB e PT, Serra e Lindbergh concordam: a economia está ladeira abaixo e o governo não sabe tirar o País do buraco.

Discurso afinado

O governista e relator do Orçamento 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), usou a incomum expressão 'exercício de futurologia' na terça-feira (22). Curiosamente, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, usou o mesmo termo algumas horas depois.

Ministro pavão

Subiu à cabeça do ministro Nelson Barbosa (Fazenda) o fracasso da política econômica que levou o País ao buraco. Funcionários do Planalto só se referem a ele por um significativo apelido: "Pavão".

Lista de chamada

De uma bancada com 46 parlamentares na Câmara, apenas dois deputados cariocas registraram 100% de presença em sessão plenária em 2015: Sóstenes Cavalcante (PSD) e Glauber Braga (Rede).

Delírio

O senador Humberto Costa (PT-PE) adotou o discurso de Dilma sobre a meta fiscal: "Trabalhar com meta mais modesta pode surpreender, porque podemos aumentar a meta". O governo não tem meta alguma.

Solução para a crise

"O Parlamento tem capacidade de resolver os problemas numa velocidade maior e aperfeiçoaria o regime político", diz Danilo Fortes (PSB-CE), sobre a ideia de implantar o Parlamentarismo no Brasil.

Contra-ataque

Aliados de Eduardo Cunha estão convencidos que o recurso contra a votação do parecer no Conselho de Ética será aceito na CCJ. "É direito conceder vistas ao novo parecer", diz Carlos Marun (PMDB-MS).

Beira do abismo

"Um governo que sorri para o abismo e joga com a falta de inteligência não tem chance de prosperar", afirma o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), sobre o discurso do governo em relação ao impeachment.

Bancada ausente

A bancada do Distrito Federal, com oito deputados federais, não teve sequer um parlamentar com 100% de presença em sessões plenárias. O detalhe é que a Câmara fica em Brasília, onde os oito moram.

Pensando bem?

?"exercício de futurologia" deve ser a expressão do ano, em 2016.
Herculano
26/12/2015 05:54
VEM AI COLUNA INÉDITA

Aos internautas que, mesmo de férias, continuam a dar à coluna a liderança de acessos, vem ai mais uma coluna inédita. De férias, só os políticos. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/12/2015 05:49
INOVAÇÃO EM RISCO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Torna-se cada vez mais difícil exagerar nas avaliações negativas a respeito dos danos provocados pela crise econômica. Os efeitos adversos não apenas se fazem sentir no presente, sobretudo na forma de inflação e desemprego, mas também comprometem o futuro, do que dá prova a retração do investimento em inovação.

Como parte das ações voltadas ao ajuste das contas públicas, o governo editou no início de outubro a medida provisória 694, que na prática acaba com a chamada Lei do Bem ?"que permitia às empresas deduzir do Imposto de Renda os dispêndios em pesquisa e desenvolvimento no país.

A medida provisória ainda não foi votada pelo Congresso Nacional, mas suas consequências já foram mensuradas por um levantamento realizado pelo Departamento de Competitividade da Fiesp.

Consultando 75 empresas, o estudo aponta que 60% delas pretendem demitir pesquisadores, com uma redução potencial de 12.600 postos de trabalho. Além disso, 74% das companhias afirmam que haverá redução ou cancelamento de projetos e 17% estudam transferir atividades para o exterior. Calcula-se que R$ 2,8 bilhões deixarão de ser investidos em 2016.

A crise econômica piora o que já era ruim. O Brasil nunca foi o campeão em incentivos para a inovação. Em 2012, eles representaram 0,02% do PIB; em termos proporcionais, EUA e China alocam o triplo, enquanto a França destina fatia mais de dez vezes maior.

Quando se leva em conta o investimento total em inovação, incluindo institutos de pesquisa, universidades e empresas, a posição brasileira não melhora. Mesmo no auge da gastança pública, de 2011 a 2014, o país não conseguiu superar 1,2% do PIB, marca inferior ao padrão mundial.

Ainda mais grave, a falta de recursos não resume o problema; o Brasil carece de acompanhamento dos resultados das políticas de incentivo e de efetiva integração para que da pesquisa decorram aplicações práticas no setor produtivo. Há uma extensa agenda de melhoria institucional para que essas práticas atinjam a escala necessária.

A revolução da tecnologia da informação reforça cada vez mais o papel da inovação para a prosperidade econômica. O Brasil, porém, permanece dependente de setores tradicionais. Se o país quiser sair da estagnação, precisará se acoplar aos elementos mais dinâmicos do capitalismo mundial.

Esse passo decisivo será dado apenas com abertura para o comércio internacional, maior integração nas cadeias produtivas globais e, acima de tudo, mudança de mentalidade nas universidades públicas, no mais das vezes reféns de corporações retrógradas e distantes de uma cultura aberta ao novo.
Herculano
26/12/2015 05:43
O CONTUMAZ ENGANAR DO PT COM FACTOIDES PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, DEPENDENTES E FANÁTICOS, INCLUSIVE NA MÍDIA. TUDO PARA ENCOBRIR SEUS ERROS E JUSTIFICAR A INÉRCIA, O APARELHAMENTO E A INCAPACIDADE PARA MUDAR.

ESTÁ NO PAINEL DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO: PLANALTO MANTERÁ ESTRATÉGIA DE PINTAR CUNHA COMO "VILÃO" DO IMPEACHMENT MESMO SE ELE CAIR

Unidos para sempre O Planalto e o PT pretendem continuar rivalizando sobre o impeachment com Eduardo Cunha, ainda que o peemedebista seja apeado da presidência da Câmara no ano que vem.

Para auxiliares de Dilma Rousseff, ter transformado o deputado em vilão da narrativa vem dando resultado. A ideia é enfatizar que o pedido nasceu como fruto de um "pecado original" e que, contaminado desde o princípio, não tem legitimidade mesmo que Cunha já não esteja à frente do processo formalmente.

Vacina
A tropa de Cunha já prepara o discurso para que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), puxe para si a decisão de anular ou não o processo do peemedebista no Conselho de Ética ?" em alternativa a deixar o recurso correr na Comissão de Constituição e Justiça.

Congestionado
A ideia é argumentar que, antes da publicação do acórdão do Supremo sobre o formato da escolha do comando das comissões na Câmara, a CCJ não poderá deliberar sobre o tema. Assim, Maranhão teria legitimidade para decidir sozinho.
Herculano
26/12/2015 05:36
RENATO VIANNA GANHA NOS VOTOS

Não foi o gasparense Renato de Mello Vianna, ex-prefeito de Blumenau e deputado Federal, que há muito não se testa no eleitorado, mas o jovem candidato cantor ontem no The Voice Brasil, da Rede Globo.
Mariazinha Beata
25/12/2015 19:45
Digite 13, delete; o petê será cassado pela Lava-Jato, mas já se extinguiu sozinho.

Bye, bye!
Herculano
25/12/2015 16:48
da série ao terrorismo, tudo é simples, permitido, eficaz no medo, criatividade e no resultado

MEMBRO DO ESTADO ISLÂMICO PROPÕE ATENTADO COM PÁSSARO-BOMBA, por Diogo Bercito

Fuçando na internet, o site Vocativ descobriu no sábado (12) uma proposta inusitada circulada entre militantes da organização terrorista Estado Islâmico - treinar pássaros e transformá-los em aves-bomba. Escrevem os autores da reportagem.

A princípio parecia uma tentativa de trolagem, mas é um plano detalhado (e criativo, apesar de repulsivo) sobre como atingir a campanha aérea da coalizão liderada pelos EUA no Iraque. O manual oferece sugestões sobre que pássaros e explosivos funcionariam melhor, e como contrabandeá-los a uma zona de guerra.

O plano, divulgado pelo aplicativo Telegram, basicamente consiste de amarrar uma bomba leve - como aquela que supostamente derrubou um avião russo no deserto do Sinai - a uma ave e treiná-la para voar em direção a uma aeronave. Entre as espécies indicadas para a missão, os militantes sugerem um falcão peregrino ou um abutre. O critério é o peso e a altura de voo.

Como escreve o Vocativ, o plano pode parecer a princípio não muito convencional, mas a ideia de recrutar animais para a guerra não é nova.

Militantes em Gaza já amarraram bombas em burros, por exemplo, e os EUA experimentaram o uso de explosivos em morcegos e pombos durante a Segunda Guerra Mundial.

O jornal americano "Washington Post", comentando essa notícia, também lembra dos relatos de que terroristas do Estado Islâmico estivessem usando galinhas-bomba em suas ações no Iraque. A informação nunca foi confirmada, mas provavelmente arrepiou defensores dos direitos dos animais ao redor do mundo.

O "Washington Post" também nos recorda de que os pássaros-bomba foram tema da comédia britânica "Quatro Leões" (2010). E, mesmo na ficção, a ideia já parecia bastante ruim.
Erva Daninha
25/12/2015 13:39
Olá, Herculano;

Jornal O Estado de São Paulo, por Sônia Racy, o que disse Túlio Dek à ela sobre o pisódio com o Chico Merda.

"Chico é um ídolo para mim.
Só não entendo como um dos maiores ícones do Brasil continua apoiando cegamente o PT.
Minha indignação foi com o cidadão e não com o artista".

Petê é bandido desde criancinha.
Está do DNA, malandro!
Digite 13, delete
25/12/2015 13:29
Oi, Herculano;

"Desde 2011, a proporção de jovens (16 a 34 anos) na sigla caiu de 25,7% do total da militância para 19,2%. Foi a maior redução entre as cinco siglas com mais filiados (as outras quatro são PMDB, PP, PSDB e PDT), segundo dados da Justiça Eleitoral.


De acordo com o historiador Lincoln Secco,'antes, a motivação para se filiar ao PT era um ato de rebeldia. Agora, passa por uma expectativa de carreira, de obter um cargo'.


E de se transformar em corrupto, como se sabe".
Do jornalista Políbio.

Novos horizontes estão aparecendo.
A juventude está fugindo da esquerdalha e do petê, que representa o pior atraso em termos de políticos. Serão varridos para o lixo da História.

Faça como eu, digite 13, delete!
Herculano
25/12/2015 11:36
da série: quando o juiz está a serviço de uma ideologia, ele muda a lei, para interpretá-la APENAS à sua causa e de seus companheiros. Quando uma nação não pode mais confiar na Justiça, é porque estamos à beira da podridão e desprotegidos daquilo que nos iguala nas obrigações, direitos e deveres

UM VÍDEO DESMONTA A VIGARICE PROTOGANIZADA POR BARROSO PARA BARRAR O IMPEACHMENT, por Augusto Nunes, de Veja.

Sempre caprichando na pose de quem recitava de fraldas artigos e incisos da Constituição, o ministro Luís Roberto Barroso resolveu mostrar, na sessão em que o Supremo Tribunal Federal embaralhou o processo de impeachment, que usa as horas livres do recesso para decorar normas que regulamentam as atividades dos demais Poderes. Conseguiu apenas confirmar que, para impedir o desmoronamento da argumentação mambembe, é capaz de sonegar informações essenciais e mentir publicamente.

- Alguém poderia imaginar que o Regimento Interno da Câmara pudesse prever alguma hipótese de votação secreta legítima - concede o doutor em tudo na abertura do vídeo. - Eu vou ao Regimento Interno da Câmara dos Deputados e quando vejo os dispositivos que tratam da formação de comissões, permanentes ou temporárias, nenhum deles menciona a possibilidade de votação secreta.

- Vossa Excelência me permite? - ouve-se o cerimonioso aparte de Teori Zavascki.

- Pois não - autoriza o professor de impeachment.

- Salvo engano meu, há um dispositivo, sim, do Regimento Interno, artigo 188, inciso III - prossegue Teori. - Diz que a votação por escrutínio secreto far-se-á para eleição do presidente e demais membros da Mesa Diretora, do presidente e vice-presidente de comissões permanentes e temporárias, dos membros da Câmara que irão compor a comissão representativa?

Teori faz uma pausa para virar a página. Barroso, que acompanha a leitura que está terminando, tenta interrompê-la:

- Sim, mas olha aqui?

- ? e dos cidadãos que irão integrar o Conselho? - continua Teori.

As sobrancelhas simetricamente arqueadas e os cílios enfileirados realçam o sobressalto de Barroso com a aproximação do perigo. Então, confisca a palavra e recomeça a leitura do inciso III, cuja íntegra aparece na no vídeo do Portal Vox que escancara a pilantragem togada: para esconder a fraude, o juiz esperto amputa as quatro palavras finais do texto: E NAS DEMAIS ELEIÇÕES.

Animado com a rendição balbuciada pelo confuso Teori, Barroso declama outra falácia:

- Considero portanto que o voto secreto foi instituído por uma deliberação unipessoal e discricionária do presidente da Câmara no meio do jogo.

Conversa fiada. O Brasil decente é que considera uma infâmia o que Barroso fez para ganhar o jogo. O trecho do Regimento Interno foi guilhotinado por uma deliberação pessoal e discricionária de um servidor público que é pago pelo povo para defender a lei. Coisa de vigarista.
Adilson Luis Schmitt
25/12/2015 11:15
FALTA DE VERGONHA NA "CARA"

Esta cambada que roubou o nosso País, não desiste mesmo Com a maior cara de pau e no apagar das luzes de 2015, editam um decreto para beneficiar bandidos do MENSALÃO, PETROLÃO, BNDES entre outros. Depois quando diem que o BRASIL não é sério, os aloprados ficam bravos. Cadeia neles e que devolvam o dinheiro surrupiado do povo brasileiro!!!!

Indulto de Natal

Dirceu vai pedir à Justiça perdão de pena do mensalão. Advogado defende que ex-ministro se encaixa nos critérios definidos pelo decreto assinado por Dilma

Por: Estadão Conteúdo

A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no processo do mensalão e preso preventivamente há cinco meses na Operação Lava Jato, vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a concessão do indulto de Natal a ele.

Na quinta-feira, como tradicionalmente ocorre todos os anos, a presidente Dilma Rousseff publicou no Diário Oficial da União um decreto concedendo indulto natalino e comutação de penas. A liberação precisa obedecer a vários critérios, como tempo da condenação do preso, prazo de pena já cumprido, se o crime é considerado de "grave ameaça ou violência a pessoa", entre outros critérios. Previsto na Constituição, o benefício é uma atribuição exclusiva a ser concedida pelo presidente da República.

O advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende Dirceu, disse que o ex-ministro se encaixa nos pré-requisitos do decreto assinado pela presidente para ficar livre de cumprir o restante da pena sem qualquer tipo de restrição.

A defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, outro condenado pelo STF no mensalão, também esperava a edição do decreto de indulto para avaliar se vai requerer a concessão do benefício. O criminalista Marcelo Bessa, que defende o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR), disse que está em férias e só no seu retorno vai avaliar se o seu cliente pode ser beneficiado.Os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), João Paulo Cunha (PT) e Pedro Corrêa (PP), também condenados no mensalão, poderiam se encaixar nas regras do indulto, cujo texto é igual ao editado no ano passado por Dilma. A reportagem não localizou seus advogados.

Em março deste ano, o ex-presidente do PT José Genoino conseguiu ter a sua pena extinta com base no decreto de 2014. Em agosto, antes de ser preso na Lava Jato, Dirceu cumpria pena em regime aberto pela sua condenação de sete anos e 11 meses no processo do mensalão. Ele fora detido pelo escândalo anterior em novembro de 2013.

A defesa do ex-ministro pretende alegar que Dirceu se incluiu nas regras previstas no decreto para receber o perdão da pena.

" Entendo que ele tem direito e vou requerer no momento oportuno" disse o advogado José Luís de Oliveira Lima.

O ex-ministro, contudo, pode não garantir direito ao benefício por causa dos desdobramentos da Lava Jato. No mês seguinte à sua prisão, Dirceu virou réu após o Ministério Público Federal tê-lo denunciado à Justiça Federal de Curitiba (PR). Em outubro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a suspensão do direito de Dirceu de cumprir a pena em regime domiciliar pelo mensalão e que voltasse ao regime fechado.

Se Dirceu for condenado pela Lava Jato, o ex-ministro corre o risco de ser questionado uma eventual concessão de indulto.

Regras

Pelo texto do decreto publicado na quinta-feira, poderá se enquadrar "um condenado a pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou por multa, e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena que, até 25 de dezembro de 2015, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes". A pessoa poderá ter direito a perdão da pena mesmo se a condenada responder a outro processo criminal.
Herculano
25/12/2015 09:55
DUAS CORRENTES, por Ruy Castro, para o jornal Folha de S. Paulo

Em outubro de 1918, a uma média de mil por dia, as pessoas começaram a cair mortas nas ruas do Rio. Era a "Gripe Espanhola", a epidemia que chegara nos navios vindos da Europa, dizimando famílias, grupos, multidões. Os médicos não sabiam o que fazer. Os mortos eram atirados nas caçambas das carroças e enterrados em valas comuns. Até que os médicos, carroceiros e coveiros começaram a morrer também. Parecia o fim. De repente, no 15º dia, assim como surgiu, a gripe foi embora. A população adquirira anticorpos. Aos poucos, as pessoas saíram de casa e a cidade voltou à vida.

Quatro meses depois, o Carnaval de 1919 foi o maior que o Rio conheceu até então ?"o Carnaval da ressurreição, em que era obrigatório brincar porque talvez não houvesse outro. Ao som de orquestras, mulheres de boca pintada e umbigo à mostra dançavam em carros abertos, abraçadas a rapazes de quepe e calça branca, e flertavam com os outros homens na calçada. O Rio enlouquecera. Nelson Rodrigues, então criança, depois descreveria aqueles umbigos como a vingança da cidade contra a "Espanhola".

Corta para 2015. Diante deste deprimente Natal ?"comércio às moscas, inflação, demissões, desemprego, pedaladas, corrupção, mentiras, projetos abandonados, encolhimento da economia, fuga dos investimentos, alta do dólar, calotes no crédito, rebaixamento internacional, real na pior e outras mazelas, além de tragédias como a zika, a chikungunya, a morte do rio Doce e os incêndios na Chapada Diamantina, na Amazônia e no Museu da Língua Portuguesa- , as pessoas estão se dividindo em duas correntes.

Para muitas, o Carnaval de 2016 será fabuloso - pelo medo de que, nessa disparada rumo ao buraco,logo não haja mais Brasil ou Carnaval.

Para outras, o Carnaval de rua para valer é o que começará em março.
Herculano
25/12/2015 09:52
COLHEITA, por Ari Cunha para o jornal Correio Braziliense

Chico Buarque, como a maioria dos compositores de sua geração, assumiu posicionamento político contundente contra o regime militar implantado a partir de 1964 no país. Por essa postura, pagou seu preço, com perseguição, censura e saída do país, para fugir de repressão ou coisa pior. Como todo cidadão brasileiro tem direito de defender essa ou aquela tese, apoiando ou criticando quem quer que seja. Nas composições escondia nas letras, com duplo sentido, o que tinha que ser dito. Cantava a liberdade enquanto o país reprimia palpites e impressões.

Ocorre que, como figura pública, o que ele pensa tem repercussão e alcance maiores do que das pessoas comuns. Se ele acha que deve abertamente apoiar o governo petista, é problema dele. Só que, dada a conjuntura atual, em que a polícia e a maioria da opinião pública estão no encalce das figuras de proa do lulopetismo, defendê-los exige, além de boa dose de ousadia e de muita lábia, disposição diuturna para contradizer manifestações contrárias de toda ordem.

O que ocorreu com o compositor, na madrugada de terça-feira, em frente a um restaurante no Leblon, na Zona Sul do Rio, foi a repetição de outros entreveros entre populares e pessoas que publicamente têm saído em defesa do atual governo. As hostilidades contra políticos desse partido têm sido tônica em diversos lugares, restaurantes, aeroportos e outras áreas de grande frequência de pessoas. Acontece com atores, músicos, empresários e com os próprios políticos.

Não foi a primeira e, com certeza, não terminará por aí. É importante lembrar que a semente dessa ojeriza contra o PT e petistas ilustres foi devidamente plantada por Lula, seu partido e seguido à risca pela atual presidente. Como diz um trecho da música Apesar de você, do próprio Chico: "Você que inventou este estado / E inventou de inventar/ Toda a escuridão/ Você que inventou o pecado/ Esqueceu-se de inventar / O perdão" . Chico, como outros ilustres brasileiros, infelizmente e por tempo indefinido, terão ainda de colher os frutos da cizânia que foi lançada em solo fértil por um partido que acreditou que podia tudo contra todos, o tempo todo.
Herculano
25/12/2015 09:49
A PATRULHA

Enviados, como se fossem ingênuos defensores do bem, resolveram me cercar, para convencer de que todos os partidos de Gaspar devem se "unir" para derrotar o roto e mal das pernas, o PT de Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa, Antônio Carlos Dalsóchio, Doraci Vans, Lovídio Carlos Bertoldi, José Amarildo Rampelotti...

Todos unidos, desde que o candidato na cabeça seja o PMDB de Kleber Edson Wan Dall. Outro, de outro partido? Não.

Alternativa? Sim! Um empresário qualquer (os poucos nomes que se citam nem filiados estão ou possuem identificação com qualquer partido da chapona), sem votos e que não deseja participar de uma corrida com muitos donos e pouca gente disposta a colocar a mão na massa.

Nos longos telefonemas, as mesmas ladainhas, orquestrada e que não suportam qualquer perguntas óbvias sobre mudanças, planos de governo, futuro e governabilidade. É a cidade procurando o mesmo que não deu certo deste antes e depois que Francisco Hostins, PDC, deixou a prefeitura. Acorda, Gaspar!
Herculano
25/12/2015 09:24
GOVERNO DE UMA NOTA S?", editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O desavisado que ouvisse o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, fazendo o balanço do governo de Dilma Rousseff em 2015, na terça-feira passada, poderia até acreditar que ele falava de uma gestão muito bem-sucedida, com muitas realizações. Mas o principal feito de Dilma no primeiro ano de seu segundo mandato, celebrado pelo ministro com incontida felicidade, não foi a aprovação de alguma reforma estrutural importante, nem a realização das obras de infraestrutura tão necessárias ao País, tampouco a melhoria da saúde e da educação, muito menos a superação da terrível crise econômica. Ele festejou unicamente o fato de que o rolo compressor do Planalto conseguiu, ao menos por enquanto, dificultar o andamento do processo de impeachment.

Nisso, de fato, Dilma teve premiado seu descomunal esforço ?" afinal, a presidente não fez mais nada em 2015 a não ser pensar, "diuturna e noturnamente", segundo uma de suas inesquecíveis expressões, em como se safar do impeachment. E não se diga que ela foi obrigada a isso porque a oposição não a deixou governar e tudo fez para apeá-la do poder, conforme alegam os petistas.

Quem trouxe o tema do impeachment para o coração do Planalto, em primeiro lugar, foi a própria Dilma ?" que no começo do ano levou a sério a campanha de grupos radicais que defendiam seu afastamento, pleito que naquele momento não tinha nenhum apoio dos partidos de oposição. Em março, quando crescia a hostilidade popular à presidente, capitaneada por esses grupos, Dilma, em vez de colocar água na fervura, chamou a imprensa para citar a palavra maldita ?" impeachment ?" numa tentativa de desqualificar os protestos, totalmente legítimos. Foi a petista, portanto, quem deu corpo à discussão sobre seu afastamento, especialmente quando ela viu nos manifestantes a intenção de promover uma "ruptura democrática".

Desde então, Dilma só pensa nisso e só trabalha em função disso. É tão grande o ímpeto da presidente em defender seu mandato dessa ameaça ?" que, no início do ano, somente ela enxergava ?" que um observador mais maldoso poderia concluir que se trata de estratégia deliberada. Afinal, sem ter o que mostrar como governante, incompetente para resolver os problemas básicos da administração e incapaz de dar um rumo a seu desgoverno, Dilma escolheu encarnar a vítima de "forças golpistas". Em vez de ser presidente, função para a qual ela não tem o menor traquejo, a petista quer ser vista como uma espécie de mártir da democracia ?" papel para o qual ela julga ser talhada, graças a seu passado de presa política no regime militar.

Com esse script na ponta da língua, Dilma aproveita todo evento público para dizer que foi eleita por 54 milhões de votos e que vai "enfrentar todos aqueles que acham que o melhor jeito para chegar à Presidência da República é atropelar a democracia", como declarou no dia 22 passado em mais uma cerimônia de entrega de casas do Minha Casa, Minha Vida. Seus ministros e os principais dirigentes petistas também martelam essa mensagem a todo momento. Até no programa obrigatório A Voz do Brasil, que o governo deveria usar exclusivamente para falar de suas realizações, o tema do impeachment é pauta diária.

Não surpreende, assim, que o ministro Jaques Wagner, ao fazer um resumo do que foi o ano de 2015 para Dilma, tenha praticamente se limitado a falar das vitórias do Planalto em relação ao impeachment. Para Wagner, esse assunto foi o "elemento desagregador", mas o governo deu a volta por cima ?" e agora, jactou-se, "é só botar para votar na Câmara dos Deputados que a gente enterra". Wagner festejou o "renascimento do governo" e disse que Dilma daqui em diante terá "liberdade para poder atuar".

Nem é preciso lembrar que, quando teve "liberdade para atuar", no primeiro mandato, Dilma criou as condições para a maior recessão da história recente do País. Em cinco anos, a petista demonstrou ser competente apenas para, por ora, escapar do impeachment, à base de surrentos conchavos que abastardam a Presidência, o Congresso e a própria democracia.
Herculano
25/12/2015 09:21
PREFERÊNCIAS NACIONAIS, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

Como predileções da nacionalidade e da identidade cultural, futebol, música e política sempre andam juntos no Brasil, se integram e se complementam para expressar o momento do país

O futebol, a música e a política sempre andam juntos no Brasil. Como preferências da nacionalidade e da identidade cultural, se integram e se complementam para expressar o momento do país.

A conquista da Copa de 1958 não só nos livrou do complexo de vira-latas rodrigueano como deu solidez política ao otimismo visionário de JK, enquanto o samba-canção melancólico dava lugar à bossa nova leve, elegante e moderna.

Nos anos Collor, uma das piores seleções de todos os tempos foi eliminada nas oitavas justamente pela Argentina, vivíamos o confisco do Plano Collor, a inflação explodindo e o domínio absoluto do sertanejo mais vulgar. Deu no que deu.

Em 1970, a melhor seleção de todos os tempos foi tricampeã no México, o governo Médici era campeão de repressão e tirania, mas a economia bombava, e a MPB de Chico, Gil e Caetano vivia momentos de glória e fazia história.

A seleção de 1982, de Zico, Sócrates e Falcão, uma das melhores de todos os tempos, representou a vibração da campanha das Diretas Já e os estertores da ditadura, enquanto o rock explodia no Brasil com Lulu Santos, Lobão, Blitz e Paralamas. Assim como a campanha das Diretas, a seleção empolgou e fez bonito, mas acabou derrotada.

A vitória em 2002, com o espetacular time de Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, celebrava a passagem de Fernando Henrique para Lula em paz e democracia, movida a esperança de novas conquistas, com o samba vivendo grande momento e nossos ritmos se misturando à eletrônica e ganhando o mundo.

O 7 x 1 na "Copa das Copas" já prenunciava um ano turbulento para o governo Dilma, com o ambiente político degradado por uma campanha selvagem e um estelionato eleitoral que derrubou a popularidade e a credibilidade da presidente. Enquanto o furacão da Lava-Jato devastava o mundo político, a música brasileira vivia um dos piores anos da sua história.

O que está pior hoje? O campeonato brasileiro, a CBF ou a seleção de Dunga? O governo Dilma, a Câmara de Cunha ou o Senado de Renan? O pagode romântico, o sertanejo universitário ou o funk popozudo?

Desejar um feliz ano novo pode parecer ironia, mas é sincero.
Herculano
25/12/2015 09:18
FEIOS, SUJOS E MALVADOS, por Hélio Schwartsman, para ojornal Folha de S. Paulo

Gregorio Duvivier queixou-se em sua coluna da falta de representatividade do Congresso. Para ele, o Legislativo está longe de representar a população. Faltam mulheres, negros e homossexuais e sobram homens, brancos e empresários. A principal razão disso, diz o ator, é o alto custo embutido na eleição de um deputado, que estaria na casa dos R$ 6 milhões.

Concordo com a conclusão de Duvivier, de que o alto custo das campanhas é um problema grave para as democracias, mas tenho algumas observações quanto aos arrazoados utilizados para chegar a ela. Para começar, o argumento é muito forte. Se o aplicarmos à Presidência, o paradoxo fica evidente. Dilma é mulher, branca, e tem alta escolaridade. Ora, a maioria da população brasileira não se encaixa nessas características, mas nem por isso dizemos que a presidente não representa a nação.

O conceito de democracia representativa não implica que as instituições devam refletir a demografia do país como um espelho, mas apenas que os cidadãos escolhem livremente seus representantes. Quando vai às urnas, em geral o eleitor não vai com o objetivo de eleger alguém que seja parecido consigo, mas sim um candidato que, a seu ver, defenderá seus interesses e os do país. Como ele faz essa escolha é um vespeiro no qual não pretendo mexer hoje.

O curioso aqui é que, apesar disso tudo, a Câmara é mais "representativa" da população do que a Presidência. As razões para isso são matemáticas. Quando eu voto para presidente e meu candidato ganha, estou "representado" (nesse sentido mais fraco que é diferente do de "espelhar"), mas os sufrágios dados a quem perdeu viram fumaça. Na Câmara isso não ocorre, já que a maior parte dos votos válidos é aproveitada, contribuindo para eleger alguém. Aí, minorias encontram alguma expressão.

Renans, Cunhas e Dilmas não surgem por abiogênese. Estão onde estão porque a população os escolhe.
Herculano
25/12/2015 08:11
POEMA DE NATAL, por Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Herculano
25/12/2015 08:09
ESTE NATAL, por Carlos Drummond de Andrade, em 1966

- Este Natal anda muito perigoso - concluiu João Brandão, ao ver dois PM travarem pelos braços o robusto Papai Noel, que tentava fugir, e o conduzirem a trancos e barrancos para o Distrito. Se até Papai Noel é considerado fora-da-lei, que não acontecerá com a gente?

Logo lhe explicaram que aquele era um falso velhinho, conspurcador das vestes amáveis. Em vez de dar presentes, tomava­os das lojas onde a multidão se comprime, e os vendedores, afobados com a clientela, não podem prestar atenção a tais manobras. Fora apanhado em flagrante, ao furtar um rádio transistor, e teria de despir a fantasia.

- De qualquer maneira, este Natal é fogo - voltou a ponderar Brandão, pois se os ladrões se disfarçam em Papai Noel, que garantia tem a gente diante de um bispo, de um almirante, de um astronauta? Pode ser de verdade, pode ser de mentira; acabou-se a confiança no próximo.

De resto, é isso mesmo que o jornal recomenda: "Nesta época do Natal, o melhor é desconfiar sempre".Talvez do próprio Menino Jesus, que, na sua inocência cerâmica, se for de tamanho natural, poderá esconder não sei que mecanismo pérfido, pronto a subtrair tua carteira ou teu anel, na hora em que te curvares sobre o presépio para beijar o divino infante.

O gerente de uma loja de brinquedos queixou-se a João que o movimento está fraco, menos por falta de dinheiro que por medo de punguistas e vigaristas. Alertados pela imprensa, os cautelosos preferem não se arriscar a duas eventualidades: serem furtados ou serem suspeitados como afanadores, pois o vende­dor precisa desconfiar do comprador: se ele, por exemplo, já traz um pacote, toda cautela é pouca. Vai ver, o pacote tem fundo falso, e destina-se a recolher objetos ao alcance da mão rápida.

O punguista é a delicadeza em pessoa, adverte-nos a polícia. Assim, temos de desconfiar de todo desconhecido que se mostre cortês; se ele levar a requintes sua gentileza, o melhor é chamar o Cosme e depois verificar, na delegacia, se se trata de embaixador aposentado, da era de Ataulfo de Paiva e D. Laurinda Santos Lobo, ou de reles lalau.

Triste é desconfiar da saborosa moça que deseja experimentar um vestido, experimenta, e sai com ele sem pagar, deixando o antigo, ou nem esse. Acontece ?" informa um detetive, que nos inocula a suspeita prévia em desfavor de todas as moças agradáveis do Rio de Janeiro. O Natal de pé atrás, que nos ensina o desamor.

E mais. Não aceite o oferecimento do sujeito sentado no ônibus, que pretende guardar sobre os joelhos o seu embrulho.

Quem use botas, seja ou não Papai Noel, olho nele: é esconderijo de objetos surrupiados. Sua carteira, meu caro senhor, deve ser presa a um alfinete de fralda, no bolso mais íntimo do paletó; e se, ainda assim, sentir-se ameaçado pelo vizinho de olhar suspeito, cerre o bolso com fita durex e passe uma tela de arame fino e eletrificado em redor do peito. Enterrar o dinheiro no fundo do quintal não adianta, primeiro porque não há quintal, e, se houvesse, dos terraços dos edifícios em redor, munidos de binóculos, ladrões implacáveis sorririam da pobre astúcia.

Eis os conselhos que nos dão pelo Natal, para que o atravessemos a salvo. Francamente, o melhor seria suprimir o Natal e, com ele, os especialistas em furto natalino. Ou - idéia de João Brandão, o sempre inventivo ?" comemorá-lo em épocas incertas, sem aviso prévio, no maior silêncio, em grupos pequenos de parentes, amigos e amores, unidos na paz e na confiança de Deus.
Herculano
25/12/2015 08:04
CANTO DE NATAL, por Manuel Bandeira

O nosso menino

Nasceu em Belém.

Nasceu tão-somente

Para querer bem.


Nasceu sobre as palhas

O nosso menino.

Mas a mãe sabia

Que ele era divino.


Vem para sofrer

A morte na cruz,

O nosso menino.

Seu nome é Jesus.


Por nós ele aceita

O humano destino:

Louvemos a glória

De Jesus menino.
Herculano
25/12/2015 08:02
POEMA DE NATAL, por Fernando Pessoa

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Herculano
25/12/2015 07:58
CONTO DE NATAL, por Rubem Braga

Parte 1

Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada, andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

- Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

- Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

- Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

- Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!

- Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca, o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.

- Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.
Herculano
25/12/2015 07:58
CONTO DE NATAL, por Rubem Braga

Parte 2

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de "seu" Anacleto.

- Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.

- Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

- Oh, graças a Deus...

Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.

- Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

- Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.

No dia seguinte de manhã, o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de "siá" Tomásia, mas "siá" Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.

- Eu de lá ouvi os gritos. ?" Natal desgraçado!

- Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

- Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:

- Eh, mulher, então "vâmo" botar o nome de Jesus Cristo!

A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:

- Eh, pai, vem vê...

- Uai! Péra aí...

O menino Jesus Cristo estava morto.
Herculano
25/12/2015 07:49
COLUNA INÉDITA

Haverá coluna inédita. O colunista não está de férias. Nem o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e o mais atualizado. Então... Aguardem!
Herculano
25/12/2015 07:42
ATÉ LÍDER DE GOVERNO TRAI O PLANALTO NAS VOTAÇÕES, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Nem o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), tem obediência cega à presidente Dilma. É quem mais apoiou projetos de interesse do governo, 99% das vezes, mas deu duas puladas de cerca. O líder do PT, Sibá Machado (AC), foi governista 98% das votações, mas traiu Dilma três vezes. "Na solidão da cabine indevassável" ?" disse certa vez o velho Tancredo Neves ?" "dá uma vontade louca de trair..."

Ex-blocão

O líder do maior bloco da Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), à frente de 79 deputados do PP, PTB, PSC, PHS, apoiou Dilma 77% das vezes.

Lá e cá

O governista Rogério Rosso (PSD-DF), líder de 75 no segundo maior bloco (PR, PSD, PROS), votou trinta vezes contra Dilma.

Soldado de Dilma

O líder do bloco PMDB/PEN, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), seguiu o governo 85% das vezes. Mas traiu Dilma em 23 votações.

Olha a oposição

É da oposição o líder que mais votou contra o Planalto: Carlos Sampaio (PSDB-SP), 121 vezes. Mas apoiou o Planalto em 27% das votações.

CRIME: DILMA NÃO PAGOU O BNDES DESDE 2010

Um dos mais graves crimes de responsabilidade cometidos por Dilma é a falta de repasses da União ao BNDES, desde 2010, para pagar despesas relativas à subvenção econômica de equalização de taxa de juros no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Ou seja, o governo Dilma inventou um programa para financiar empresas amigas e não pagou o banco oficial que realizava os financiamentos.

Dinheiro de graça

O PSI oferece linha de crédito do BNDES para a compra e a exportação de bens de capital e investimentos em pesquisa e inovação.

Assim é fácil

Em 2012, quando o saldo devido pela União era de R$ 6,7 bilhões, Dilma editou portaria prorrogando por 24 meses o prazo para pagar.

Dívida bilionária

Em junho de 2014, o saldo a pagar com a equalização da taxa de juros montaria a R$ 19,6 bilhões, se não fosse postergado o pagamento.

Inimigo comum

A reunião de Michel Temer com o PMDB do Rio, dias atrás, teve poucos tópicos sobre Dilma Rousseff e muitos sobre Renan Calheiros, o presidente do Senado que é inimigo de todos os presentes.

Segunda classe

Eduardo Cunha não subiu o tom contra a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o impeachment, mas lamentou reservadamente com aliados: "Transformaram a Câmara em um poder de segunda classe".

Democracia do sim

Pela regra do STF, dos 513 deputados, prevalecerá a vontade de 9 líderes, que escolhem os nomes da comissão do impeachment. "Só podemos dizer sim", lamenta Domingos Sávio (PSDB-MG).

Retaliação

O governo ameaça não liberar emendas parlamentares, que deveriam ser obrigatórias, de deputados que votaram contra a redução da meta fiscal. Quem passa o recado são os ministros da articulação política.

Desarmonia entre os poderes

Circula na Câmara, entre oposição e até entre aliados, que o Supremo Tribunal Federal estava com raiva de Eduardo Cunha. "Resolveu legislar", critica um aliado do presidente da Câmara.

Bolo e guaraná

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) completa neste Natal um mês de xilindró. O líder do governo Dilma no Senado foi preso pela Polícia Federal após tentar melar as investigações da Operação Lava Jato.

Tropa em ação

Aliado de Eduardo Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS) acusa a tropa de choque de Dilma de atuar para atrasar a votação do processo no Conselho de Ética. "A tropa do governo não respeita o regimento", diz.

É o mínimo

Derrotado para a liderança tucana na Câmara, o deputado Jutahy Junior (BA) acredita que o partido precisa se unificar no impeachment. "Nossa obrigação é votar, em peso, pelo impeachment", diz.

Pensando bem...

...apoio político na Esplanada é como uma revoada de pássaros em filmes de terror: se muitos voarem para um só lado, problemas à vista.
Herculano
25/12/2015 07:14
O BISPO DOS POBRES, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S.Paulo

A ausência de brasileiros na lista de vencedores do Prêmio Nobel costuma ser apontada como um dos sintomas do nosso atraso. Muitos governos colaboraram para isso ao deixar de investir em pesquisa e educação pública.

Outros preferiram sabotar diretamente os candidatos daqui. Foi o que aconteceu com dom Helder Câmara, indicado ao Nobel da Paz nos anos 70, durante a ditadura militar.

Na semana passada, um relatório divulgado pela Comissão da Verdade de Pernambuco mostrou como o regime se mobilizou para impedir que o bispo fosse premiado. Os generais não perdoavam sua luta pelos direitos humanos, contra a tortura e a favor dos mais pobres.

A comissão localizou documentos secretos do Itamaraty sobre a campanha contra dom Helder no exterior. Telegrama de 1971 do embaixador Jayme de Souza Gomes, representante do Brasil em Oslo, comprova a existência de um "programa de ação contra a candidatura do arcebispo de Recife e Olinda".

Uma das táticas da ditadura foi ameaçar empresários escandinavos, avisando que a premiação de dom Helder poderia "por em risco os capitais estrangeiros" no país.

No front doméstico, a perseguição era mais bruta. Em 1969, a repressão torturou e matou o padre Antonio Henrique Pereira Neto, auxiliar próximo do bispo. A imprensa foi proibida de noticiar o crime, que comoveu milhares de fiéis.

A censura impedia publicações sobre dom Helder, a não ser para criticá-lo. O escritor Nelson Rodrigues, defensor do regime, costumava chamá-lo de "ex-católico" e "arcebispo vermelho". "Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista", reclamava o sacerdote.

Há oito meses, o Vaticano autorizou a abertura do processo de beatificação e canonização de dom Helder. O bispo não ganhou o Nobel, mas pode virar santo.
Herculano
25/12/2015 07:09
A FALSA ONDA CONSERVADORA, por Vlademir Safatle, professor de filosofia no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Uma afirmação que é atualmente tratada como evidência clara como o sol refere-se à hipótese de vivermos no turbilhão de uma onda conservadora. O caráter pretensamente evidente de tal afirmação serve-se de uma série de eventos esparsos, como a composição atual do Congresso Nacional, o sucesso de uma telenovela evangélica, as manifestações de rua no começo do ano a favor do impeachment, a grande venda de livros ensinando a encontrar comunistas na escola de seu filho, a cruzada contra as teorias de gênero, entre outros fenômenos. Para coroar o processo nacional, teríamos o curso do mundo caminhando ao passo de partidos racistas e protofascistas com recordes de votação e discursos xenófobos cada vez mais institucionalizados.

No entanto, há de se perguntar se tal evidência de uma onda conservadora é real ou fruto involuntário de uma leitura cômoda de nossa situação atual. Notem que quem diz "onda" está a falar de um acúmulo maior de força, de uma conquista irresistível de "corações e mentes". Mas seria interessante se perguntar se o fenômeno que vemos hoje é realmente uma onda conservadora ou simplesmente a decomposição radical do que poderíamos chamar de "campo das esquerdas". Uma decomposição que não foi fruto de complôs internacionais e de recrudescência do ódio, mas de impasses e erros próprios. Como política é um jogo de forças, decomposta uma das forças, a outra toma todo o espaço.

O Brasil sempre foi um país com uma grande parcela de sua população claramente identificada ao pensamento conservador. Se necessário, tal população ia às ruas e mobilizava milhares de pessoas em nome de Deus, da família e da propriedade. Eles votaram em Jânio Quadros mais de uma vez, em Paulo Maluf, afirmaram que, se Collor perdesse a eleição, o apartamento que você tem seria dividido no melhor estilo Dr. Jivago. Décadas atrás, livros de Paulo Francis, Roberto Campos e José Guilherme Merquior inundavam livrarias. Contrariamente ao que acreditam alguns, seus argumentos eram, muitas vezes, tão rasteiros e caninos quanto os que ouvimos atualmente. Nada disto mudou muito, só perdeu seu contraponto.
Herculano
25/12/2015 07:08
A FALSA ONDA CONSERVADORA, por Vlademir Safatle, professor de filosofia no jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Diria que o que mudou foi a necessidade atual de uma narrativa que justifique nossa paralisia. A ideia de uma "onda conservadora" é boa para alguns porque ela nos faz agir a partir do medo do que pode vir. Quem tem medo não discute muito, simplesmente aferra-se à situação atual, por mais que ela seja ruim. Assim, a hipótese da onda conservadora nos reconcilia com nossa própria paralisia e incapacidade de criar alternativas, de discutir novos modelos de organização política e fazer a autocrítica honesta de nossos erros e dos modelos que foram implementados na última década. O chamado "campo das esquerdas" está preso atualmente entre a defesa de cadáveres e a fragmentação impressionante de seu discurso devido ao desinteresse em construir uma perspectiva de implicação geral. Quando ela consegue sair deste duplo impasse, como vimos na Espanha com a votação impressionante do Podemos nas eleições do último domingo, ninguém mais vê onda conservadora alguma.

Um dos argumentos aparentemente mais fortes dessa chamada onda conservadora é a composição atual do Congresso. Como se um Congresso fruto de campanhas milionárias e leis eleitorais casuísticas fosse a "representação" da população brasileira. Décadas de dificuldade em criticar a democracia representativa dão nisso. Mas há ainda uma distorção suplementar que faz desse Congresso atual uma mera aberração. A última eleição teve uma candidata com 20% de votos e, no fundo, sem partido, já que Marina Silva foi alçada à disputa sem um grupo de candidatos de uma agremiação que lhe fosse própria.

Vejam que onda conservadora bisonha. Digamos que teríamos eleições gerais hoje. Segundo pesquisas, Aécio Neves teria 26%, Lula 20%, Marina 19%, Ciro Gomes 6%, Bolsonaro 4%, Luciana Genro, entre 2 e 3%, e qualquer candidato do PMDB entre 1 e 2%, além de 14% de indecisos. Até segunda ordem, Lula, Marina, Ciro Gomes e Luciana não fazem parte de onda conservadora alguma e somam muito mais do que os outros candidatos juntos. Se houvesse eleições para o Congresso, e aceitando que há uma tendência do voto de presidente influenciar os demais votos, o Congresso que sairia dessas eleições seria muito diferente e melhor do que a camarilha que temos atualmente. Acrescente-se a isto o fato de que boa parte dos 60 deputados indiciados seriam pegos pela lei da Ficha Limpa em alguns meses e que leis contra financiamento empresarial de campanha foram aprovadas.

Mas, bem, mesmo assim há de se reconhecer que falar em onda conservadora é a melhor coisa que podemos fazer quando não sabemos o que fazer ou quando temos medo de fazer qualquer coisa.
Herculano
25/12/2015 06:55
S?" O PET E DILMA NÃO ENXERGAM, O QUE OS BRASILEIROS TÊM CERTEZA. MUNDO VÊ BARBOSA NA FAZENDA COM DESCONFIANÇA. "POMBA NO LUGAR DE FALCÃO"

Conteúdo do Brasilianismo. Texto de Daniel Buarque. "O falcão deu lugar a uma pomba.'' A mudança no Ministério da Fazenda foi recebida com desconfiança pelo resto do mundo, que vê a tendência a um perfil menos austero e mais relaxado, um perigo para a economia nacional.

Entre as análises sobre a nomeação de Nelson Barbosa para o lugar de Joaquim Levy no controle das finanças do país, o tom geral foi de preocupação e de ecos da frieza com que o mercado recebeu o novo ministro. Enquanto Barbosa falava com investidores e jornalistas estrangeiros a fim de tentar acalmar os ânimos do resto do mundo, a bolsa brasileira caía e os jornais internacionais preparavam reportagens e análises externando a preocupação com o possível descontrole das contas do governo, agora nas mãos de um economista com mais forte ligação com uma política econômica de esquerda, mais distante da austeridade.

O grande diferencial de Nelson Barbosa, segundo a rede de economia Bloomberg, é que ele tem afinidade ideológica com o governo. Com a nomeação dele, o Brasil deixa de lado a falsa austeridade para assumir uma postura econômica diferente da defendida por Levy.

"Apesar de não ser populista, Barbosa tem uma visão acadêmica alinhada à esquerda suave, e agradou à esquerda do Partido dos Trabalhadores ao ter o papel de pomba do orçamento, em contraposição ao falcão Levy'', diz.

"Pouco tempo atrás, o Brasil era a melhor aposta da região. O país tinha uma economia que crescia, melhorava a situação dos pobres a atraía capital estrangeiro. Quando a sorte mudou, em vez de buscar reformas, o governo brasileiro respondeu com um jogo político de esconder o prêmio: Levy foi enviado ao exterior como o superministro que poderia salvar a economia brasileira, enquanto rivais palacianos no Brasil forçavam para salvar o Brasil de Levy.''

O "New York Times'' disse que Barbosa está "enfrentando uma pressão extraordinária para estabelecer sua credibilidade''. Por isso, ele passou os dois primeiros dias no novo cargo tentando convencer investidores estrangeiros "que pretende manter a disciplina fiscal praticada por seu antecessor'', diz.

O site mexicano de economia "El Financiero'' disse que Barbosa foi recebido com frieza, pois os mercados duvidam da sua capacidade de cumprir as promessas de frear o déficit fiscal do país.

"A reação negativa se deve a temores de que Barbosa será menos dedicado de que seu antecessor na condução do Brasil de volta ao superávit primário'', diz, ecoando o jornal de economia "Financial Times''.

O jornal francês "Le Monde'' disse que o Brasil vai entrar sob a equação perigosa do novo ministro. O jornal francês destacou que Barbosa é um ex-colaborador do ex-ministro Guido Mantega e que tem tendências keynesianas, o que é visto como um relaxamento orçamentário.

Já o "Le Point'' diz que os mercados deram as costas a Barbosa enquanto ele tentava assegurar os investidores de que o Brasil faria esforços fiscais com ele na Fazenda. "Os mercados não apreciam Barbosa por ele ser menos rigoroso de que seu antecessor em termos de política de orçamento e por ser mais próximo do governo de esquerda de Dilma Rousseff'', diz.

Segundo o jornal francês "Le Figaro'', a nomeação de Barbosa para a Fazenda é um novo episódio na crise do Brasil e é um presságio de mudança na política econômica.
Herculano
25/12/2015 06:50
BOM DIA. FELIZ NATAL COM A FAMÍLIA E OS AMIGOS. OBRIGADO PELOS ACESSOS
Almir ILHOTA
24/12/2015 18:27
Aos leitores, eleitores, amigos e até aos inimigos que posso ter, venho através desta desejar a todos um grande, feliz e maravilhoso natal, lembrando sempre que o que expomos aqui nesta coluna é sempre o que ouvimos nos mais diversos cantos de nosso município, dando voz aqueles que se calam, pelos mais diversos motivos, mas lembrando sempre que a verdade prevalecerá e vos libertará.
Sidnei Luis Reinert
24/12/2015 16:22
Chico Buarque é uma m... tão santo como a Anta que desgoverna e surrupia o Brasil


Chico Buarque assumindo que roubava carros.
Esse crápula falando sorridente, feliz, e sem remorso nenhum dos crimes que cometeu.
Ele ainda tem a ousadia de falar que roubar carros era algo normal, que fazia isso por diversão.
Esses Comunistas são pessoas doentes.

https://www.facebook.com/1609703905978632/videos/1654480818167607/
Herculano
24/12/2015 15:45
UMA ESQUERDA NEOLIBERAL, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Tem uma teoria, tipo conspiratória, que diz o seguinte: governantes de esquerda são mais adequados para fazer reformas ortodoxas, daquelas que mexem com direitos trabalhistas e sociais (Previdência, pensões, abonos etc.). A lógica, suposta, afirma que só um líder esquerdista tem moral para sustentar a necessidade de tais reformas junto aos sindicatos e movimentos sociais.

Se isso for verdade, então o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reúne as condições políticas para encaminhar as reformas que está prometendo apresentar no começo de 2016. Seu antecessor, o neoliberal e ortodoxo Joaquim Levy, teria esse pecado de origem. Por isso, tudo o que ele propôs foi rejeitado de cara pela ala esquerda do governo Dilma.

Por essa suposta lógica ainda, Barbosa também tem condições de realizar o mesmíssimo ajuste fiscal tentado por Levy. De novo, uma questão de confiança. Os sindicatos e movimentos sociais haverão de entender que Barbosa é de casa.

De modo que caímos neste paradoxo: Dilma tirou o neoliberal Levy e colocou o desenvolvimentista Barbosa para fazer exatamente a política ortodoxa que derrubou o primeiro.

Pode?

Costuma-se apresentar como exemplo prático dessa teoria o primeiro governo Lula. E quer saber? Lula foi de fato muito ortodoxo na política econômica. Fez um forte superávit primário (Levy era secretário do Tesouro), deu autonomia para o Banco Central subir juros e até iniciou uma reforma na Previdência do funcionalismo público.

Também se costuma citar o governo de Felipe Gonzáles na Espanha pós-franquista. Do Partido Socialista Operário, Gonzáles desenvolveu um programa que colocou seu país na rota do moderno capitalismo europeu.

Se estivéssemos na Europa, poderíamos até colocar Fernando Henrique Cardoso como outro exemplo.

Vindo da esquerda social-democrata, FHC promoveu um espetacular conjunto de reformas, com amplas privatizações, austeridade nas contas públicas, abertura comercial e mudanças microeconômicas também na direção de um capitalismo moderno.
Herculano
24/12/2015 15:44
UMA ESQUERDA NEOLIBERAL, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Ocorre que, por aqui, a maior parte da esquerda não acompanhou esse movimento de FHC e permaneceu com as velhas ideias populistas e estatizantes. Lula assumiu essa esquerda ?" e se elegeu atacando o neoliberalismo do "sociólogo das elites". Para governar com a mesma política econômica que atacava.

Mas, reparem, só no primeiro mandato. Tão logo sentiu-se seguro, Lula jogou fora a herança ortodoxa e lançou as bases da chamada "nova matriz" que seria largamente aplicada no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Essa a diferença entre Lula, de um lado, e Gonzáles e FHC de outro. Estes dois últimos efetivamente mudaram seu modo de ver a sociedade e a economia. Convenceram-se da superioridade prática do capitalismo e da iniciativa privada para construir riqueza. Entenderam que o Estado pode agir em favor da igualdade social, mas no limite do orçamento equilibrado. Ou seja, que distribuir benefícios torrando dinheiro público, e aumentando a dívida, termina por gerar a inflação que come a renda dos mais pobres.

A partir daí, foram dois excepcionais líderes que convenceram os eleitores e os políticos da necessidade e da oportunidade das reformas. Sempre pela via democrática.

Lula foi ortodoxo por necessidade. Quando se elegeu, debaixo de enorme desconfiança, o ambiente econômico se deteriorou. A contragosto, engoliu a política econômica sugerida por Antônio Palocci para se sustentar no governo.

Com a ajuda de uma extraordinária bonança global, Lula decolou. Quase ganhou uma estátua no FMI. Era o líder de esquerda mais moderno, com a política social do Fome Zero e a ortodoxia econômica.

Inebriado, e reeleito, Lula resolveu então fazer as coisas de seu jeito. E tinha uma verdadeira esquerdista a seu lado. Como ministra, Dilma Rousseff ajudou Lula a enterrar a ortodoxia de Palocci e iniciar a "nova matriz" ?" o Estado comanda a economia, distribui dinheiro para os pobres e concede crédito barato para os empresários escolhidos. Distribui vantagens e recursos para os sindicatos e movimentos sociais, enquanto abre os cofres para que os partidos se financiem com dinheiro das estatais e obras públicas. De certo modo, o modelo compra todo mundo.

Tudo isso para dizer o seguinte. Dilma chamou Levy na abertura de seu segundo mandato por necessidade. Estava na cara que a economia naufragava e começava a afundar suas bases políticas. Mas a presidente nunca admitiu que isso acontecia por causa de sua política econômica. E nunca pretendeu mudá-la.

Levy era para dar uma rápida satisfação ao mercado, não para fazer algo. Por isso, as iniciativas do ministro neoliberal eram sabotadas por ela mesma e seu pessoal à esquerda.

Como pode imaginar que o mercado compraria essa manobra?

Ou seja, Dilma agora voltou às origens. Não colocou um esquerdista para fazer uma política ortodoxa. Colocou Barbosa para reaplicar a nova/velha matriz, enquanto diz outra coisa. Não vai rolar.
Herculano
24/12/2015 15:38
SUPREMO VAI JULGAR SE PEC DOS CART?"RIOS É CONSTITUCIONAL, por Vera Magalhães, de Veja.

O ministro do STF Dias Toffoli recebeu um recurso contra a chamada PEC dos Cartórios. Com isso, a corte irá se pronunciar se a matéria, que ainda em tramitação no Congresso, é ou não constitucional.

A PEC, na prática, permite que pessoas que não foram aprovadas em concurso público, mas que hoje comandam cartórios, sigam em seus cargos.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, dos 13.785 cartórios do país, 4.576 são ocupados por interinos não concursados que seriam beneficiados pela PEC.

Ao receber o recurso e permitir sua tramitação no STF, Toffoli sinaliza que a ocupação de cartórios sem concurso fere a Constituição.

"Não obstante toda a clareza do texto constitucional quanto à obrigatoriedade do concurso público para acesso à delegação das serventias extrajudiciais, e bem assim, a clarividência do concurso público como cláusula integralizadora dos princípios da isonomia e da impessoalidade, posições ademais largamente expostas nas decisões desta Corte, encontra-se em trâmite proposta de emenda à Constituição Federal voltada à regularização de situação jurídica de interinos nas serventias extrajudiciais respectivas.

A tramitação de PEC com essa natureza parece revelar o intuito de esvaziar o entendimento desta Corte há muito sedimentado, como largamente já demonstrado nesta decisão, o que, em alguma medida, atinge ainda, a cláusula pétrea de separação dos Poderes", diz a decisão.
Herculano
24/12/2015 15:11
ENTRE ELES E POR ELES. DILMA ASSINA DECRETO QUE PODE PERDOAR PENAS DE DIRCEU, DELÚBIO E JEFFERSON

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão. Texto de Márcio Falcão, da sucursal de Brasília. Um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff, chamado de indulto natalino, publicado nesta quinta-feira (24), pode beneficiar condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no mensalão, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), os ex-deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), o delator do esquema Roberto Jefferson e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Pelas regras do indulto, o beneficiado fica livre de cumprir o restante da pena e de outras medidas judiciais, como se apresentar à Justiça periodicamente.

O indulto está previsto na Constituição e é tradicionalmente concedido pelo presidente da República no Natal e leva em consideração critérios que são pré-estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ligado ao Ministério da Justiça.

Entre as regras para o perdão estão cumprimento da pena em regime aberto, condenações menores que oito anos, não reincidentes e se reincidentes, desde que tenham cumprido um quarto da pena.

No caso do mensalão, os políticos, que estão presos desde novembro de 2013, poderão ser beneficiados, segundo advogados, porque tiveram penas inferiores a oito anos, estão em regime aberto e já cumpriram cada um mais de dois anos de pena.

A concessão do benefício não é automática. Os advogados de cada um dos condenados terão que requerer o indulto à Justiça. No mensalão, o ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator da execução das penas do caso, vai analisar se os requisitos estão preenchidos.

CONDENADOS

O ex-ministro José Dirceu foi condenado no mensalão a 7 anos e 11 meses de prisão e cumpria prisão domiciliar quando acabou preso novamente a pedido da Justiça do Paraná por suposta participação no esquema de desvios de recursos da Petrobras. O petista ainda não foi condenado neste caso, que aguarda sentença do juiz Sergio Moro, portanto, não é considerado reincidente.

O ex-deputado José Genoíno (PT-SP) e o ex-tesoureiro do ex-PL (atual PR) Jacinto Lamas, condenados no esquema, já receberam o benefício do Supremo, tendo penas extintas, e, atualmente, são considerados homens livres.

A maioria dos condenados no mensalão, esquema de desvio de recursos públicos para compra de apoio político no Congresso no início do governo Lula, está fora da cadeia.

Continuam presos em regime fechado o operador do esquema, o publicitário Marcos Valério de Souza, seu ex-sócio Ramon Hollerbach e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Entre os políticos, só continuam presos Dirceu e o deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que são acusados de envolvimento com o petrolão. Corrêa já foi condenado a 20 anos e sete meses de reclusão pelo juiz Sergio Moro.
Algoz sem partido
24/12/2015 13:37
Herculano,

O Pereirão, para não dizer o gostozão, é arrogante e sempre sr colocou acima do bem, do bom e do mal. Não tem diferença do PT em nada é só colocar a caneta na mão dele Klebe

Parabéns pela sua coluna isenta e que mostra o q d3ve ser mostrado,doa quem doer. Gregos e troianos k se danem.
Pernilongo Irritante
24/12/2015 13:36
Será que Chico Buarque é um merda?

Resta saber se a merda aceita Chico Buarque.
Herculano
24/12/2015 13:13
O PRESIDENTE DO PMDB DE GASPAR, ROBERTO PEREIRA, TEM CERTEZA DE QUE EU NÃO SEI QUAL A DIFERENÇA ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO. EU NÃO ME ATREVERIA A DAR LIÇÕES AO ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA SOBRE A DIFERENÇA ENTRE UMA INICIAL E A SENTENÇA NUM PROCESSO. ENTÃO AOS INCAUTOS, O MILITANTE ROBERTO PEREIRA CONSTRAGE QUEM POSSUI OPINIÃO DIFERENTE OU DIVULGA AS MINHAS, AS QUAIS ESCLARECEM O JOGO DO PARTIDO DE ROBERTO PEREIRA.

Parte 1

No dia 22, às 7.28 da manhã, fiz um comentário com o seguinte título: "O PMDB DE GASPAR CONTRA ANDREIA". E ele começava assim: "O PMDB é autor do projeto de unir todos os partidos contra o PT".

O comentário pode ser lido abaixo e na íntegra, para que não se perca o tempo em reproduzi-lo outra vez. Afinal, a vida segue.

O internauta, Márcio Sansão - que não conheço -, dono de uma conta no Facebook - mídia social que não possuo por não ter tempo para a administração e para não concorrer com a liderança de acessos no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado, o mais atualizado e de maior credibilidade -, por sua livre vontade, resolveu republicar o comentário na sua página.

Para que? O presidente do PMDB de Gaspar entrou com os dois pés: não exatamente contra o conteúdo em si, mas contra a propagação da minha opinião.
Agora, Carlos Roberto Pereira é censor, mas se acha plural, democrático, ético...

Veja o que ele escreveu ao Márcio:

"Lamentável essa sua publicação [ a do Márcio, não a minha, apesar de eu ser originalmente o autor dela. Errado está o que reproduz, não o que faz], o Herculano é um cara que confunde informação com opinião! Que ele é contra o PMDB já sabemos faz tempo e que bom q seja assim, estaria preocupado se ele nos fosse favorável! E respeito isso! [que estabelece a medida e o autoflagelo é o próprio presidente do PMDB de Gaspar]. Agora 90% das informações que ele traz ai não são verdadeiras! [ para ele sim, mas para a cidade, parece que não]. Mas de qualquer forma, provavelmente vc não me conhece saberia que tenho amizade e um enorme carinho pelo PSDB e por seus integrantes soh para citar alguns Ademir Serafim, Claudionor Souza, Renato Luiz Nicoletti, Betinho, Pedrinho Pintor, Franciele Back, Sérgio Almeida, Helinho, Amadeu Mitterstein! [ está confundindo: amizade e a realidade política eleitoral. Usa uma pretensa amizade para impor alinhamento automático ao seu projeto político]. Então antes de replicar estas bobagens [ mais contérios, abaixo] q não acrescentam nada para Gaspar, pergunte para essa pessoas sobre mim e o Kleber Wan Dall e verás que não há fundamento no post! Feliz Natal, abc"
Herculano
24/12/2015 13:11
O PRESIDENTE DO PMDB DE GASPAR, ROBERTO PEREIRA, TEM CERTEZA DE QUE EU NÃO SEI QUAL A DIFERENÇA ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO. EU NÃO ME ATREVERIA A DAR LIÇÕES AO ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA SOBRE A DIFERENÇA ENTRE UMA INICIAL E A SENTENÇA NUM PROCESSO. ENTÃO AOS INCAUTOS, O MILITANTE ROBERTO PEREIRA CONSTRAGE QUEM POSSUI OPINIÃO DIFERENTE OU DIVULGA AS MINHAS, AS QUAIS ESCLARECEM O JOGO DO PARTIDO DE ROBERTO PEREIRA

Parte 2

"Lamentável?", impõe-se logo no início do post Roberto Pereira, o eleitor, o presidente de partido, o coordenador de campanha, como se dono fosse do Márcio, o internauta, cobrando o seu silêncio para tudo que não for aprovado pelo PMDB ou por ele.

Pergunto. Como assim? Cadê a liberdade de expressão consagrada na Constituição do dr. Ulisses Guimarães, do MDB de boa cepa?.

Aprendizado e exemplos democráticos zeros. Mas, este é o presidente do PMDB de Gaspar. Troca os nomes, mas não as atitudes. O ex-prefeito Adilson Luiz Schmidt, ex-PMDB, nas postagens que fez combatendo a ironia dos seus 700 votos do grupo dos Pereiras, parece ter eterna razão neste assunto.

O Dr. Pereira é reincidente. E contumaz. Quem mesmo fechou uma rádio em Gaspar na última campanha eleitoral e impediu à publicação de uma pesquisa nas últimas horas de campanha? Pior. E fez isto através de outros para ter o nome do PMDB e as suas mãos limpas deste serviço duvidoso.

Então é um censor da rara imprensa livre e não sabe lidar com ela. Faz tempo. Está na sua raiz, ou então é um cumpridor de ordens da velha tirania de donos de Gaspar. Nem mais, nem menos. Jovem, mas velhos nas práticas, inclusive nas práticas das liberdades democráticas.
Herculano
24/12/2015 13:10
PRESIDENTE DO PMDB DE GASPAR, ROBERTO PEREIRA, TEM CERTEZA DE QUE EU NÃO SEI QUAL A DIFERENÇA ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO. EU NÃO ME ATREVERIA A DAR LIÇÕES AO ADVOGADO CARLOS ROBERTO PEREIRA SOBRE A DIFERENÇA ENTRE UMA INICIAL E A SENTENÇA NUM PROCESSO. ENTÃO AOS INCAUTOS, O MILITANTE ROBERTO PEREIRA CONSTRANGE QUEM POSSUI OPINIÃO DIFERENTE OU DIVULGA AS MINHAS, AS QUAIS ESCLARECEM O JOGO DO PARTIDO DE ROBERTO PEREIRA

Parte 3

"O Herculano é um cara que confunde informação com opinião", escreveu. Ou ele não me conhece, e desde já o desculpo, ou faz de propósito e ai precisa saber mais.

Quando Carlos Roberto Pereira nasceu eu já tinha fama na imprensa que investigava (e era tempo de ditadura militar, de duro aprendizado). Mais. quando ele nasceu, na distensão, eu já tinha habilidade do outro lado do balcão para dizer ao poderosos de que a imprensa não era um problema, mas uma entidade que devia ser respeitada, esclarecida e convencida por fatos concretos, atitudes reais, e não apenas por argumentos, palavras, compadrios e ações comerciais. Pesquise mais.

Se eu não sei o que é informação e opinião (a qual exerço muito mais hoje em dia do que informar), não sou eu quem vou esclarecer ao advogado Carlos Roberto Pereira, a diferença entre uma inicial que narra uma versão, o contraditório que narra a outra versão, e a sentença de um juiz que julga dos dois relatórios, esclarecendo à contenda.
O presidente do PMDB de Gaspar é parte interessada. Ele não entende (na verdade não quer e não pode entender pela paixão que lhe move em busca do resultado para seu candidato),que há vida fora do seu mundo que desaba. E se desaba, ele precisa encontrar culpados externos para si e seu grupo que não possui plano B, flexibilidade, capacidade de diálogo.

Cego, o presidente do PMDB vê a imprensa que não comprou, amansou ou amendrotou, como inimiga. Falta-lhe atitude, capacidade de convencimento, diálogo e argumentos. Há outros interesses que contraditam os seus sonhos. Ele os nega e não os admite. Como lhe falta argumento, só lhe resta, como restou: primeiro me desqualificar; segundo intimidar quem reproduz o que eu escrevo. Vergonhoso.

A verdade é uma só. O PMDB achava que não haveria disputa além do PT. Hoje há. E não se preparou para este quadro. Tinha o PSDB como morto e seu, sem qualquer negociação. Como o jogo mudou, está desesperado. E pensa que sou um dos culpados pela infantilidade que perpetrou.

Outra. Se 90% do que eu opino, ou informo é sem procedência, qual a razão de tanta preocupação do PMDB e principalmente do teleguiado presidente Roberto Pereira? Quem mesmo inventou esta chapa de jovens, com, mais uma vez o sapo e a cobra juntos, para dizer que é novo e que estão unidos?

Ora se são bobagens, qual a razão da preocupação e principalmente do constrangimento e intimidação agora com terceiros? Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
24/12/2015 11:29
Assista ao inflamado discurso do líder do Partido Liberal-Democrata da Rússia, Vladimir Zhirinovisky, feito no Duma (Parlamento da Federação Russa). Uma aula de história imperdível dada por uma testemunha ocular que narra, com precisão de detalhes, a falha colossal do Comunismo na Rússia, a carnificina cometida durante o "terror vermelho" e as amargas sequelas deixadas no povo russo sob os regimes de Lênin e Stalin ?" os maiores mentecaptos e assassinos da história.

https://www.youtube.com/watch?v=nbVsIiOis1Y&feature=youtu.be
Sidnei Luis Reinert
24/12/2015 11:04

Boicotem os produtos que financiam políticos corruptos

Líder do PMDB é sócio de dono de cervejaria ITAIPAVA que financiou campanha de Dilma
A família Picciani e Walter Faria, da Itaipava, têm juntos pedreira comprada de um morto e avaliada em R$ 70 milhões

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/12/lider-do-pmdb-e-socio-de-dono-de-cervejaria-que-financiou-campanha-de-dilma.html
Herculano
24/12/2015 07:53
PENITÊNCIA ÉTICA

Por um erro de edição, o texto abaixo, "Vale apena ouvir de novo?" com compilação de frases,foi publicado sem o autor. Ele é de Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo
Herculano
24/12/2015 07:49
VALE A PENA OUVIR DE NOVO?

O ano foi duro, mas deixa grandes frases para a crônica política. A seguir, uma seleção do que ouvimos de pior e melhor em 2015. *

"Eu tô saudando a mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil." Dilma Rousseff, presidente.

"Não quero ir para a suíte de luxo do Titanic." Romero Jucá, senador, recusando ser líder do governo.

"Tinha que ter uma renúncia com grandeza." Fernando Henrique, ex-presidente, pedindo para Dilma sair.

"Também acho que ele poderia ter renunciado quando comprou a reeleição." Cláudio Lembo, ex-governador de São Paulo, em resposta a FHC.

"Eles querem é que o governo esteja frágil, porque é a forma de eles achacarem mais." Cid Gomes, ex-ministro da Educação, chamando "300 ou 400" deputados de ladrões.

"Desses ativos, administrados e geridos pelo truste, eu sou usufrutuário em vida." Eduardo Cunha, deputado, sobre seu dinheiro na Suíça.

"É um psicopata, um doente, um cínico." Jarbas Vasconcelos, deputado, descrevendo Eduardo Cunha.

"Posso não entender de esporte, mas entendo de gente." George Hilton, pastor da Universal e ministro do Esporte, no discurso de posse.

"Dizem por aí que você é muito namoradeira." José Serra, senador, abordando Kátia Abreu, ministra.

"Você é um homem deselegante, descortês, arrogante e prepotente. É por isso que nunca chegará à Presidência." Kátia Abreu, antes de despejar uma taça de vinho em Serra.

"Nós, políticos, não somos homens santos. Eu não vim de Marte." Eduardo Paes, prefeito do Rio, dizendo o que todos nós já sabíamos.
Herculano
24/12/2015 07:43
MAS, AFINAL DE CONTAS, CHICO BUARQUE É OU NÃO É UM MERDA? por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

Este texto vai responder a questão lembrando a obra de seu pai. Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre, também se pronuncia. Atenção! Quem primeiro chama o interlocutor de "merda" é o cantor; pior: fidalgo desde sempre, o filho de Sérgio Buarque exige credenciais de quem fala com ele. O pai diria que o comportamento de seu rebento é a cloaca moral do "homem cordial" de "Raízes do Brasil"

Essa gente não quer mesmo que eu tire férias, né? Eita ano que não termina! E que não vai terminar. Só em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff. Que virá! Vamos seguir. Será que Chico Buarque é um merda? Eu vou responder neste texto. Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre, se pronuncia num vídeo.

Está a maior onda na Internet por causa de um pequeno bate-boca - muito menos grave do que gritaram os coelhinhos do Bambi - entre Chico Buarque, acompanhado de alguns amigos bêbados, e um grupo de rapazes que decidiu lhe fazer algumas cobranças políticas. Creio que todo mundo saiba já do que falo.

Será que Chico Buarque é um merda?

Em primeiro lugar, todos sabem, e o arquivo está aí, não endosso que pessoas sejam abordadas em restaurantes, bares ou lojas em razão de sua posição política ?" a menos que seja uma manifestação de simpatia, como vive acontecendo comigo, o que me deixa muito feliz. Mais de uma vez, já escrevi aqui e disse na rádio Jovem Pan que quem pretende cassar o direito de o adversário se manifestar é o PT.

Em segundo lugar, o tal "merda" que tanto barulho fez precisa ser devidamente qualificado. Chico trata seus interlocutores com evidente menoscabo e, num dado momento, a exemplo de alguns outros pinguços que estão com ele, manda ver: "Você é um merda!" Ao que o outro responde: "Eu queria ouvir da sua boca: 'Você é um merda' E quem apoia o PT o que é que é?" E Chico responde: "Um petista!". E ouve: "É um merda!".

Embora eu insista que esse tipo de abordagem, ainda que na rua, não me agrada, não há agressividade na fala dos rapazes, mas indignação com as opiniões políticas de um sujeito que usa a fama conquistada na música para fazer política. Logo, se ele colhe reações políticas de seu discurso - não consta que seus interlocutores estivessem ali para contestar os seus trinados -, isso está absolutamente dentro do aceitável, desde que as coisas sejam ditas e expressas de modo civilizado.
Herculano
24/12/2015 07:43
MAS, AFINAL DE CONTAS, CHICO BUARQUE É OU NÃO É UM MERDA? por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

E civilizada, convenham, a conversa estava, até que Chico rompe o padrão para, segundo indica o vídeo, chamar o outro de "merda". Sim, ele o fez primeiro.

O filhinho de papai
Em terceiro lugar, destaque-se a arrogância do fidalgo, que começou a vida sendo incensado porque, afinal, era filho de Sérgio Buarque de Holanda, o autor, entre outros, do clássico "Raízes do Brasil". É nesse livro que Buarque de Holanda, o pai, explica Buarque de Holanda, o filho.

Segundo Sérgio, um dos traços mais característicos da formação do Brasil é o chamado "homem cordial", aquele que não distingue o espaço público do espaço privado; que usa da condição alcançada ou herdada na esfera privada para impor a sua vontade no espaço pública, de sorte que a lei do compadrio se sobrepõe às instituições.

Vejam lá com que sem-cerimônia Chico exige credenciais de seus interlocutores. Diz um dos jovens, aludindo ao fato de que o cantor, de fato, passa a maior parte do tempo em Paris: "Meu pai também está em Paris. É gostoso Paris, né?" E Chico, com a empáfia do patronato descrito por seu pai: "Rapaz, engraçado, eu não tou te reconhecendo!" Aí diz o outro: "Você é famoso! Eu não sou!" Indagado, o interlocutor revela seu sobrenome, e o Chico do Sérgio o repete, com esgar de desprezo. O filho de Sérgio Buarque exige credenciais de quem fala com ele. O pai diria que o comportamento de seu rebento é a cloaca moral do "homem cordial" de "Raízes do Brasil"

E quer saber a quais "nomes de família" ele dá a graça de suas bobagens. Sai perguntando a cada um. Um barbudo, visivelmente alterado pela consciência etílica, quer saber de "onde" é um dos que conversam com ele. Ao ouvir um "não interessa", o pançudo grita: "Interessa! De onde cê é?"

Há outras coisas até divertidas no vídeo. Quando um dos rapazes lembra que Chico mora a maior parte do tempo em Paris, o que é fato, ele diz, em tom de acusação, que o outro é leitor da Veja. Digamos que seja. Chico certamente gosta da imprensa de nariz marrom que incensa tudo o que ele produz e escreve, preste ou não.
Herculano
24/12/2015 07:41
MAS, AFINAL DE CONTAS, CHICO BUARQUE É OU NÃO É UM MERDA? por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 3

Nota: ele já fez músicas de alta qualidade, sim. Seus livros, no entanto, são um lixo subliterário, e ele só parou de ganhar Jabutis em penca depois que apontei a patuscada que fazia dele um vencedor que nem precisa disputar. Ele me atacou num artigo. Demonstrei por que seus livros são ruins. Ele enfiou o rabo entre as pernas. Fidalgo! Será que Chico é um merda?

Irresponsável
Chico Buarque, incensado pela imprensa também por suas ignorâncias, é um homem notavelmente autoritário. Sai por aí, se preciso, a espalhar as mentiras mais asquerosas em nome da ideologia. E, como se nota, não gosta de ser cobrado. Escrevi aqui, no dia 16 de setembro, um http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/as-mentiras-asquerosas-de-stedile-e-chico-buarque/ sobre um vídeo que ele gravou com João Pedro Stedile, o chefão do MST, em que ambos sustentam haver um plano de privatização da Petrobras.

Fatos:
- Inexiste plano para privatizar a Petrobras - infelizmente!;
- o projeto a que se referem apenas permite que, caso a Petrobras não possa ser sócia de campos de exploração do pré-sal, abra mão dessa primazia;
- o projeto é vital para o pré-sal porque, pela lei atual, se a Petrobras não puder arcar com os 30% que lhe cabe na sociedade, nada se faz.

Mas Stedile e Chico mentem a respeito com o desassombro de que só o esquerdismo e a má-fé são capazes. Será que Chico é um merda?

Trono da empulhação
Chico Buarque quer defender as causas mais estúpidas, violentas e antipopulares, mas acha um absurdo que possa ser cobrado por isso - o que é repetido bovinamente por boa parte da imprensa. Vejam as barbaridades praticadas nas escolas públicas de São Paulo. Por mais que se possa censurar a Secretaria de Educação por não ter sabido expor direito as vantagens da reestruturação, esta era e é necessária. É mentira, pra começo de conversa, que haverá "fechamento" de escolas.

Não obstante, um grupo de 18 ignorantes disfarçados de artistas, liderados por Chico Buarque, produziu um vídeo hediondo, com uma letra idiota, sobre uma causa estúpida. E tudo em defesa das invasões. O autor da enormidade é um tal Dani Black, capaz de escrever barbaridades como:
"A vida deu os muitos anos de estrutura do humano
À procura do que Deus não respondeu
(?)
Ninguém tira o trono do estudar".

Procurem no arquivo deste blog. Tenho um "IPI" infalível. O que é o IPI? Índice de Picaretagem Intelectual. Sei que estou diante de um picareta sempre que ele transforma verbo em substantivo, um processo que a gramática chama de "derivação imprópria". Basta que alguém diga algo como "o estudar", "o brincar", "o fazer", "o reivindicar", e eu logo me desinteresso e olho para o vazio. É que não suporto "o empulhar".

Sem contar que Dani Black - quem é esse, caramba!? - acha que a busca de Deus nada produziu de positivo para a cultura, talvez nem a "Suma Teológica"? E o tal Dani e os outros 17 imbecis estão certos de que falam em nome da cultura e da educação.
Herculano
24/12/2015 07:39
MAS, AFINAL DE CONTAS, CHICO BUARQUE É OU NÃO É UM MERDA? por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 4

Como prosador, Chico é uma lástima, mas ele já soube produzir boas letras, até ser derrotado por uma "mulher sem orifício" - seja lá o que isso signifique e que não possa eventualmente ser remediado com Citrato de Sildenafila, Tadalafila, chá de catuaba ou reza braba. É claro que o autor da bela música "Soneto" é capaz de reconhecer uma letra ruim - embora seu soneto tenha se atrapalhado um pouco no ritmo, com a irregularidade das tônicas: os versos ora são sáficos, ora são heroicos, ora não são nada. Mas Chico é um letrista, não um poeta, como dizem.

Prepotentes
O dado mais encantador dos nossos artistas "progressistas" é sua alastrante ignorância. Acham que podem se posicionar sobre qualquer assunto que diga respeito à sociedade, expelir regras, posicionar-se, entrar na rinha política, mas se negam a ser cobrados. Quando isso acontece, agem como Chico Buarque: "Seu merda!" Ou, pior ainda do que isso, apelam ao famoso "Sabem com quem está falando?" Ou não foi isso o que Chico Fez, mas de modo espelhado: "Quero saber com quem estou falando?"?

Todos sabem que o movimento de invasão das escolas nada tinha a ver com estudantes. Trata-se de uma inciativa liderada pelo PT - particularmente por uma de suas milícias: o MTST, comandada por Guilherme Boulos - , com um claro propósito político, partidário e ideológico. Será que Chico Buarque é um merda?

Encerro
Holiday chama de "playboys" os que abordaram Chico. É o único pequeno trecho de sua abordagem de que discordo. Nem sei se são. E se forem? Quando "playboys" se opõem à roubalheira, seja a do PT, seja de qualquer outro, acho isso positivo. Prefiro esses aos playboys e, sobretudo, "playmen" que passaram a puxar o saco do PT para ter o privilégio do Bolsa Juros, do Bolsa Subsídio, do Bolsa Desoneração, do Bolsa BNDES, do Bolsa Rico?

Chico Buarque, que jamais fez uma mísera crítica a ditaduras de esquerda, tornou-se uma das faces visíveis da justificação de um governo criminoso. Do alto de sua sapiência, diz que, se seus interlocutores acham o PT bandido, ele, Chico, acha "o PSDB bandido". Tem o direito de achar. Mas também tem o dever de apontar onde está ou esteve o banditismo. Não duvido que haja ou tenha havido bandidos no PSDB e em qualquer legenda. A questão está em definir quando a bandidagem se torna um sistema de governo.

É possível que ainda volte ao assunto. Dito isso tudo, acho que você já tem mais elementos para responder: será que Chico Buarque é um merda?

Ele deixou claro, de modo arrogante, que nem sabia com quem estava falando. Mas nós sabemos muito bem com quem estamos falando.

Ademais, o mais laureado, nem importa se justa ou injustamente, dos ditos "artistas brasileiros" deveria é se envergonhar de apelar a coisas como a Lei Rouanet para divulgar a sua obra. O subsídio ?" porque é disso que se trata ?" à obra de Chico, ora vejam, poderia virar remédio ou leitos nos hospitais do Rio ?" não na Zona Sul, onde ele solta seus trinados.

Chico, em suma, é o homem que seu pai lastimou em "Raízes do Brasil".

Será que Chico Buarque é um merda?
Herculano
24/12/2015 07:08
CÂMARA PODE DAR O TROCO NO STF CRIANDO IMPASSE, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem sido incentivado por aliados a provocar um impasse institucional, como resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de se imiscuir em assuntos do Poder Legislativo para alterar as regras e dificultar o impeachment da presidente Dilma. O impasse começaria pela recusa do plenário de referendar a comissão que vai analisar o pedido de impeachment.

Alterações no regimento

Alterar o regimento está entre as medidas que podem ser adotadas pela Câmara antes da definição da comissão do impeachment.

Constituição rasgada

"O STF rasgou a Constituição e temos o dever de usar prerrogativas de legislador", diz o líder de um dos quatro maiores partidos da Câmara.

Acordão governista

"Não podemos calar e vamos reagir. Houve uma decisão equivocada do Supremo", afirma o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

Sim à eleição secreta

O regimento alterado consagraria a votação secreta nas eleições para cargos e comissões permanentes ou especiais, na Câmara.

MINISTRO VÊ O PT "APARELHANDO" ENTIDADE DE JUÍZES

Ex-deputado federal de corajoso enfrentamento com a ditadura, o advogado e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar, Flávio Bierrenbach, desligou-se da Associação Juízes para a Democracia, entidade criada por magistrados que participaram da resistência democrática ao regime militar. Bierrenbach deixou a entidade por considerá-la partidariamente aparelhada e a serviço do governo do PT.

Enquete suspeita

A Associação Juízes para a Democracia fez uma "enquete", com prazo de 24h para resposta, que Bierrenbach considerou muito suspeita.

Tudo dominado

Essa enquete apontou, claro, que supostamente 73% dos associados defendiam que a entidade se posicionasse contra o impeachment.

Olha a 'enquete'

Como Bierrenbach, 18% não queriam a entidade se manifestando sobre o tema e que só 3% seriam favoráveis ao impeachment.

Descortesia

A atitude do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, abrindo para a imprensa a reunião com o presidente da Câmara, ontem foi considerada uma descortesia pela turma do deputado Eduardo Cunha.

Esperteza política

Certa vez, o senador ACM pediu audiência ao então presidente Itamar Franco para entregar-lhe documentos provando corrupção no governo. As provas eram até quentes, mas a atitude de Itamar, abrindo a reunião à imprensa, acabou sendo notícia mais relevante que as denúncias.

Guardião da Constituição

A interferência do STF na chapa avulsa para analisar o impeachment de Dilma irritou a Câmara. "Não há uma única palavra na Constituição que impeça a chapa avulsa", diz Carlos Marun (PMDB-MS).

Acabou o prestígio

A página oficial no Facebook de Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo Dilma preso, foi tirada do ar após a prisão do senador em 25 de novembro. Antes eram mais de 80 mil "curtidas"; hoje, são zero.

Sem chance

O relator do Orçamento 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR) foi taxativo ao sepultar a possibilidade de recuperação econômica com origem no governo: "Não há espaço no orçamento de 2016".

Operadora em ação

A ministra Kátia Abreu (Agricultura), que adora boquinhas no governo, telefonou para o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Pediu que retirasse requerimentos que convocam ministros do PT.

Golpe, não

Tentando não perder o otimismo, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) afirma que o impeachment continua em pauta, sem mudança. "A diferença é que acabou o discurso de golpe", garante.

Carta de Natal

"Papai Noel não está recebendo cartas das crianças brasileiras porque os pais não têm dinheiro para pagar o selo", ironiza o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
Herculano
24/12/2015 06:57
UM ERRO, UMA GAFE, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S.Paulo

Joaquim Levy vai passar um bom Natal. Corrigir uma gafe sempre traz alívio. Muito educado e contido, como mostrou durante todo o ano de situações estressantes ?"o inverso do antecessor, Guido Mantega, grosseiro e irritadiço?", Levy não é dado a gafes, mas cometeu uma das grandes.

Dilma Rousseff vai passar um Natal menos ruim do que poderia prever há um mês. Graças ao alívio de Levy. Seu ar eufórico dos últimos dias comprova o reconhecimento (enfim?) do erro, tão grave, de convidar Levy à gafe de aceitar uma missão para ele impossível.

Poucos estão propensos a passar um Natal distenso de verdade, ainda que por um ou dois dias, ao final do exaustivo colar de apreensões e ansiedades que o erro de Dilma e a gafe de Levy, enquanto unidos, nos induziram dia a dia. Não foram, no entanto, os únicos autores desse encadeamento gerador de pesares, mas não de iras. Aécio Neves trouxe, difundiu e incentivou o componente odiento, de esgares, de ameaças destruidoras, de passagem da política de pessoas furiosas para a fúria sem política contra pessoas.

Aécio fez o envenenamento do ambiente, mas quem disso mais soube se aproveitar, por diferença de competências para os respectivos fins, não foi Aécio. Foi Eduardo Cunha. Uma prova de que foram no mínimo paralelos, quando não enlaçados por projetos de resultados semelhantes, é que o PSDB de Aécio e Cunha encerram um ano e começam outro de volta à aliança fraterna, domesticamente íntimos, a planejarem juntos os ardis convenientes a um e ao outro.

Ainda assim, apesar de Dilma e Levy, com ou sem Dilma e Barbosa, a economia brasileira se arranjará mais depressa, até por si mesma, do que o pântano da política se deixará drenar.

Eduardo Cunha recorre à Comissão de Constituição e Justiça. Eduardo Cunha foi ao Supremo em busca de alguma brecha, senão de uma artimanha em que o presidente Ricardo Lewandowski não caiu. Eduardo Cunha tem a Mesa da Câmara preparada para anular a sessão do Conselho de Ética que autorizou o processo de sua cassação.

Tudo isso em vão, até onde se pode perceber. No Ministério Público há a convicção de que Eduardo Cunha, mesmo que se salve dos R$ 5 milhões, das contas suíças e de tudo mais, vai sucumbir com as adulterações em medidas provisórias. São negócios que fraudaram a própria legislação.
Herculano
24/12/2015 06:52
Ao Roberto Sombrio.

A sua observação não deixa de revelar o viés da sacanagem dos políticos contra nós e principalmente os mais pobres. Antes, todavia, revela um modelo de assistência pública à saúde falido - o SUS ( uma das estrelas do PT e os que defendem o centralismo do governo Federal neste assunto). Ele é combinado com o mau gerenciamento e a roubalheira explícita, mais do que isso, deliberada. Ou você acha que não temos na saúde pública outro mensalão, petrolão e outros ãos combinados e que alimentam os bolsos de muita gente e profissionais eu trabalham na para, tidos como famosos e sérios? Que isto beneficia laboratórios, indústrias de equipamentos, mas principalmente distribuidoras de medicamentos, fornecedores de serviços, equipamentos e clínicas?

Não precisamos chegar ao Rio de Janeiro, governado pelo PMDB que apoia incondicionalmente o PT por todos estes anos em que eles estão no poder. Basta olhar para a nossa Gaspar.

Ou então deixar Gaspar de lado, e olhar para as páginas dos jornais para ver os crimes e desarranjos continuados, a começar pelos Planos de Saúde. Eles botam na nossa conta - e na maior cara de pau, sem que a agência reguladora feita de companheiros, puna ou restrinja esta prática - os atendimentos de emergência nos hospitais de saúde pública. É uma conta bilionária.

Soma-se que frequentemente você vê denúncias de cirurgias, procedimentos e atendimentos nos hospitais particulares conveniados provados que não foram feitos, mas cobrados; a mesma coisa com medicamentos que são cobrados e não distribuídos, outros que são comprados aos montes e jogados fora devido a validade muito próxima, compra de equipamentos caríssimos que por anos não são montados, ou não funcionam; empreguismo, conluio entre laboratórios,hospitais, clínicas especializadas, secretarias de saúde de coisas que levam o dinheiro público, o sofrimento e a morte de pacientes.

Ou seja, é uma máquina de enganar todos. Se paga mal estimula o roubo. Se é possível desviar e roubar porque exigir pagar mais? Porque se ganha com esta miséria, dor e confusão. E entre elas, certamente estará a CPMF para se tirar mais dinheiro do povo e não retorná-lo com benefícios. Wake up, Brazil!
herculano
24/12/2015 06:30
LEWANDOWSKI CONSTRANGE CUNHA E REBATE QUEIXA SOBRE RITO

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão e Rainer Bragon, da sucursal de Brasília. Em uma atitude raríssima, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, abriu nesta quarta-feira (23) as portas de seu gabinete para que a imprensa acompanhasse a audiência pedida a ele pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para discutir a decisão da corte que suspendeu o rito do impeachment no Legislativo.

Além do constrangimento imposto a Cunha, o presidente do STF disse a ele que não há dúvidas sobre o rito determinado pelo tribunal na semana passada. A corte determinou nova votação para escolha dos membros da comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment, em votação aberta. Também rejeitou a apresentação de nomes "avulsos" para a comissão, sem a chancela dos líderes partidários.

O presidente da Câmara, acusado de se beneficiar do petrolão e com um pedido de afastamento do cargo e do mandato a ser analisado pelo próprio STF, pediu a Lewandowski celeridade na publicação do acórdão da decisão. A Casa deve entrar com embargos declaratórios, tentando esclarecer alguns pontos, como o que ocorrerá se o plenário rejeitar os integrantes da comissão indicados pelos líderes.

Lewandowski afirmou que irá dar prioridade à divulgação do acórdão, mas que isso segue um rito regimental. Disse ainda que os ministros têm até 19 de fevereiro para liberarem seus votos e que o tribunal tem até 60 dias após o julgamento, sem contar o prazo de recesso do judiciário, para publicar o acórdão.

Cunha chegou ao tribunal minutos antes das 14h e estava acompanhado de apenas dois deputados, Jovair Arantes (PTB-GO) e Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), apesar de ter chamado quase todos os líderes partidários para o encontro.

Ele foi recebido na mesa de reuniões do gabinete do presidente do Supremo. A imprensa pôde acompanhar a conversa a cerca de 5 metros de distância, na antessala do gabinete.

A atitude de Lewandowski lembra a adotada pelo então presidente Itamar Franco no início dos anos 90, que de forma surpreendente abriu as portas de seu gabinete para que a imprensa acompanhasse audiência com o então governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que supostamente lhe apresentaria uma denúncia contra seu governo.
herculano
24/12/2015 06:29
LEWANDOWSKI CONSTRANGE CUNHA E REBATE QUEIXA SOBRE RITO

Parte 2

O objetivo do presidente do STF foi demonstrar explicitamente uma extrema desconfiança em relação a Cunha e barrar qualquer tentativa de pressão do peemedebista sobre a corte, o que ministros já relataram no passado.

VOZ BAIXA

No encontro desta quarta, o presidente da Câmara, que estava em uma posição da mesa que o deixava de costas para os repórteres, foi o primeiro a falar, em tom de voz baixo. "Os votos dos ministros não nos permitiram esclarecer as dúvidas, então peço que esses esclarecimentos possam ocorrer o mais rapidamente possível", disse Cunha, em um dos momentos em que foi possível ouvir suas palavras à distância.

O peemedebista tem dito que a decisão do STF pode paralisar a Câmara já que para as outras comissões da Casa há a prática de voto secreto e candidaturas avulsas.

Lewandowski deixou claro a Cunha dois pontos: que, em seu entender, não há margem para dúvidas sobre a decisão, que trata apenas da comissão do impeachment, não de qualquer outra. E que ele não irá esclarecer dúvidas informalmente, que elas só poderão ser feitas pelo plenário do tribunal, em resposta aos embargos.

Lewandowski passou ainda a Cunha a ata da sessão e o voto do ministro Luís Roberto Barroso, que acabou sendo o voto vencedor no julgamento, e que já foi liberado pelo ministro.

"A ata da sessão reflete o mais fielmente possível o que aconteceu na sessão, além do voto do ministro Barroso. (...) Não há margem para dúvida pela minuciosidade e a forma explícita como foi decidida a questão", afirmou o presidente do Supremo, acrescentando: "Não podemos antecipar qualquer dúvida da Câmara porque não podemos responder nada hipoteticamente".

Cunha insistiu, afirmando que os esclarecimentos eram necessários porque "as dúvidas tem repercussão na Casa que podem paralisar o funcionamento da Câmara." Ele se referia ao impacto na eleição das outras comissões. Lewandowski rebateu novamente: "O voto do ministro Barroso deixa bem claro que a decisão se refere à comissão do impeachment, não se refere a outras comissões".

O encontro durou cerca de 30 minutos. Cunha afirmou ao final que a Câmara deve apresentar seus embargos no início de fevereiro, antes da publicação do acórdão. Mais uma vez, Lewandowski fez ressalvas. Disse que parte do tribunal entende que embargos antes do acórdão são incabíveis por se tratar, na visão desses ministros, de "futorologia".
Roberto Sombrio
23/12/2015 22:00
Oi, Herculano.

Agora a mídia joga no ventilador a porcaria que se encontra a saúde no estado do Rio de Janeiro. Não é um caso isolado. Logo estarão mostrando em outros estados situação semelhante.
Como o governo do Rio (estado e município) são sujos como a Dilma, estão armando contra a população. Tudo não passa de uma jogada para que o povo brasileiro aceite a aprovação da CPMF.

Esperem para ver. Os porcos que nos governam não sabem fazer nada além de montar arapucas para que consigam seus intentos. Mortes de pessoas é o prato principal do PT, é a marca registrada do bolivarianismo.
Herculano
23/12/2015 20:09
REPERCUSSÃO? MAS NÃO A ESPERADA

Para cumprir um acordo de cavalheiros que ele mesmo propôs para enfrentar o PMDB, o PT exigiu a rendição de Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM, no ano passado. Como ela se negou, o PT, se uniu ao PMDB, e os dois deram uma lição a ela. A história é pública, conhecida, tem um discurso memorável em que a vereadora enquadra todos do PT e José Hilário Melato, PP, o eleito para a vingança.

Neste ano, a história se repetiu.

O PT por intermédio de palavras, avisos e gestos de Amarildo José Rampelotti, disse que cumpriria a parte do acordo que ele PT propôs: o de dar a presidência da Câmara ao segundo vereador do PSD, Giovânio Borges (já tinha dado antes ao Marcelo de Souza Brick).

Antes, todavia, disse a quem quisesse ouvir, que o PSD deveria se ajoelhar, votar a favor dos seus projetos e dar os votos ao próprio Rampelotti para ser o vice-presidente. E o PSD deu os dois )Giovânio e Marcelo), com o de Melato, o servo do poder de plantão.

Antes que o PSD reclame, e Marcelo insista nesta bobagem para surdos,, o reproduzo o veneno que estava no próprio facebok de Marcelo, e assinado por Fernanda Patrícia da Silva.

"Parabéns porque se todo mundo já sabia que ele [Giovânio] seria presidente? Parabéns por se ajoelhar ao PT e votar tudo conforme eles queriam? Parabéns por ter "rompido o acordo" ano passado e ter dado uma rasteira na Andreia [o PSD honrou o acordo, mas está tão sujo que ao eleitor parece que traiu neste caso] que defendeu e o povo contra os mandos de desmandos do governo do PT seu mandato? Parabéns por ter feito o que o Rampelotti disse que o Giovâno e o Marcelo deveriam fazer para que o Giovâno fosse presidente da casa?".

Como se vê, Marcelo foi mal orientado. Aliás ele vive pedindo conselhos, mas não segue nenhum ou escolhe os errados. Acorda, Gaspar!




herculano
23/12/2015 19:03

da série: mais uma de um governo biruta. Os catarinenses merecem coisa melhor

SEM PESTENEJAR, por Paulo Alceu

Existe aquele ditado que cavalo dado não se vê os dentes. O governador Raimundo Colombo reafirmou que não haverá aumento de impostos em seu governo. É contra esse expediente de elevação de impostos. Mas ao ser perguntado se a CPMF for aprovada, e parte dela transferida para os estados se ele aceitaria os recursos do imposto do cheque... Pois então, ficou claro que adotará o ditado
herculano
23/12/2015 19:01
da série: mais uma de um governo biruta. Os catarinenses merecem coisa melhor

SDM PESTENEJAR, por Paulo Alceu

Existe aquele ditado que cavalo dado não se vê os dentes. O governador Raimundo Colombo reafirmou que não haverá aumento de impostos em seu governo. É contra esse expediente de elevação de impostos. Mas ao ser perguntado se a CPMF for aprovada, e parte dela transferida para os estados se ele aceitaria os recursos do imposto do cheque... Pois então, ficou claro que adotará o ditado
Herculano
23/12/2015 18:40
EM QUEDA LIVRE, A ECONOMIA FAZ A ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS FEDERAIS CAIR 17% EM NOVEMBRO. O GOVERNO, O PT E SEUS ALIADOS INSISTEM QUE A CRISE É DA OPOSIÇÃO (MANSA), DA IMPRENSA E DOS PESSIMISTAS. OS NÚMEROS SÃO MEROS DETALHES...


Conteúdo e texto de "Dinheiro Público & Cia". Sem sinal de recuperação da economia, a queda da produção da indústria e do movimento no comércio derrubou a receita tributária federal em novembro, na oitava queda mensal consecutiva.

Ao todo, foram arrecadados R$ 95,5 bilhões no mês passado, o que significa um recuo de 17,3% em relação a novembro de 2014, descontando a inflação do período. No ano, a arrecadação é de R$ 1,1 trilhão, e a perda, de 5,8%.

Considerado o período de janeiro a novembro, o montante que ingressou nos cofres públicos é o menor desde 2010.

A retração é ainda pior que a estimada para o PIB (Produto Interno Bruto, medida da produção e da renda no país), de 3,7%, segundo o centro das projeções de mercado.

Parte da explicação é que a receita do ano passado foi inflada por um programa que ofereceu vantagens a empresas para o pagamento de dívidas em atraso. A manobra, ao qual o governo Dilma Rousseff recorreu no segundo semestre de 2014, faz a queda da receita parecer pior agora.

Segundo a Receita, se descontado o efeito desse tipo de receita, a queda até novembro é de 3,5%, e o ano deve fechar com resultado semelhante ao do PIB.

É visível o impacto da recessão -muito mais aguda que o esperado no início do ano- na arrecadação de impostos, taxas e contribuições federais, cuja derrocada inviabilizou a tentativa de ajuste nas contas do Tesouro Nacional.

A piora atinge praticamente todos os principais tributos, num sinal de que a crise é generalizada entre os diferentes setores e atividades da economia.

No ano, caiu a receita com a taxação da venda de bens e serviços, como mostra o desempenho da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, -4,6%), do PIS (contribuição para o Programa de Integração Social, -4,6%) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados, -10,1%).

Salários e lucros também estão em baixa, apontam o Imposto de Renda (-4,1%) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, -14,1%). Com o aumento do desemprego, a contribuição previdenciária, incidente sobre a folha de pagamentos, caiu 6,4%.

As perspectivas para o próximo ano não são favoráveis, dada a expectativa de recuo do PIB que se aproxima dos 3%. Não por acaso, a administração petista tenta ressuscitar a CPMF, a contribuição cobrada sobre os débitos em conta corrente.
Herculano
23/12/2015 18:33
CICLISMO FISCALA PODE VIRAR A MARCA DA ERA DILMA, por Josias de Souza

Dona de uma personalidade opaca, Dilma Rousseff tornou-se uma presidente à procura de um estilo. Falta-lhe uma marca. Não por muito tempo. Se depender do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) a presidente logo ganhará uma marca que vale por uma tatuagem ?"a marca da irresponsabilidade fiscal.

Relator da prestação de contas do governo Dilma de 2014, Gurgacz sugere que a peça seja aprovada. Repetindo: o senador propõe que o Congresso jogue no lixo o parecer do Tribunal de Contas da União que recomenda a rejeição das contas de madame. De novo: o companheiro deseja que Parlamento faça vista grossa para pedaladas que espetaram R$ 57 bilhões na tesouraria de bancos públicos.

A justificativa do senador é uma primorosa: "Temos 14 Estados que, nesse ano de 2014, não cumpriram a meta fiscal. Estados governados por vários partidos. Por isso a importância de fazermos um relatório baseado na legalidade, na Constituição e não só baseado no presidente atual mas na condição de gestão dos governos.''

O que Gurgacz afirmou, com outras palavras, foi o seguinte: "Além da presidente da República, 14 governadores descumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal em 2014. A farra, por generalizada e suprapartidária, merece perdão. Há na praça 13 governadores que honraram seus compromissos, evitando aderir ao ciclismo fiscal. Fizeram papel de bobos. Merecem receber uma lição."

A bela iniciativa de gastar o dinheiro do contribuinte para remunerar auditores capazes de auxiliar o Congresso na sua nobre tarefa de fiscalizar o Executivo não sobreviverá às sucessivas desmoralizações do TCU. Com o parecer de Gurgacz, o órgão revela-se, mais do que inútil, irrelevante.

Confirmando-se o perdão a Dilma, o Congresso pode começar a pensar na transformação da sede do TCU em alguma outra coisa ?"talvez uma prisão de segurança máxima para abrigar os corruptos, única corporação que se desenvolve no setor público além dos ciclistas fiscais.
Herculano
23/12/2015 18:19
FUNCIONÁRIOS DO SUPERMERCADO ANGELONI, DE BLUMENAU, DESRESPEITAM CLIENTE E O C?"DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E SÃO DETIDOS.

Conteúdo do Informe Blumenau. Texto de Alexandre Gonçalves. Três funcionários do supermercado Angeloni da Velha foram conduzidos à Central de Polícia no último sábado, 19, sob acusação de crime contra o consumidor. Com eles foram apreendidos vários produtos com data de validade vencida e com problemas no armazenamento. Os trabalhadores pagaram fiança e foram liberados ainda no sábado.

Tudo começou quando uma consumidora, ao chegar no caixa, viu que um dos produtos que estava levando estava com data vencida. Com base na Lei Municipal 8045/2014, pediu a troca pelo mesmo produto, sem pagar por ele. A caixa não aceitou e nem o gerente. Ela ameaçou ligar para a PM, não deram bola.

A polícia chegou e constatou que a reclamação da consumidora procedia. Foram recolhidos vários produtos impróprios para o consumo, como: pizza pré-pronta, bandejas de peito de frango, macarrão, iogurte de soja, massas para torta, bolos, linguiça, molho de carne, entre outros. A quantidade variou entre uma e 19 unidades dos produtos.

alimentos vencidos

Além do gerente da loja, a chefe do setor de carnes e o chefe do setor de frios foram levados para dar explicações na delegacia. Pagaram fiança de R$ 10 mil e foram liberados.

Atualização 22/12/2015, 18h45: A Assessoria de Imprensa do supermercado Angeloni mandou e-mail onde diz "tratar-se de um caso isolado, pois os processos da empresa são seguros, que será avaliado para apurar o que aconteceu e, principalmente, para que não se repita".
Herculano
23/12/2015 18:13
A CONTA DAS PEDALADAS, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

A forma de pagar as pedaladas tem que ser a mais correta possível do ponto de vista fiscal e o governo precisa aproveitar para fazer um acerto de contas com o passado, mudando o rumo. É a melhor forma de voltar ao respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Se for com saque da conta única do Tesouro não vai aparecer na dívida. Se for com aumento de dívida tem que haver contrapartida.

É importante para o novo ministro da Fazenda encerrar o ano com essa conta quitada porque, como ele disse, não se pode levar para 2016 um problema que se arrasta desde 2014 e que tanta celeuma criou. Mas não basta isso, porque são dívidas com três bancos e um fundo públicos que surgiram do pagamento, por estas instituições, de despesa primária do governo. É preciso livrar-se do pecado original que foi a mistura entre entes estatais.

A conta única do Tesouro existe para ajudar a rolar a dívida em caso de necessidade. Sacar da conta única, uma espécie de colchão, para pagar as pedaladas faria com que tudo isso não aparecesse na contabilidade da dívida pública. É pouco transparente. Parecerá uma solução milagrosa, e este assunto tão incômodo vai desaparecer.

Para a conta única vai a arrecadação das contribuições que o governo não usou para o propósito específico. Arrecadou com a Cide, por exemplo, e não usou na melhoria de estradas? Vai para a conta única.

Os recursos ficam em títulos, rendendo. O saldo da conta só pode ser usado para o fim específico para o qual aquele dinheiro foi arrecadado. O rendimento pode ser usado para pagar dívida pública. A pedalada, entretanto, é despesa primária.

Nas outras soluções que estão sendo arquitetadas também há problemas, por isso é preciso que haja uma estratégia fiscal para pagar as pedaladas, antes que elas virem aquela poeira varrida para debaixo do tapete. O risco é entenderem a ampliação da meta de 2015 para um déficit de R$ 120 bilhões como se fosse uma anistia fiscal.

Na engenharia da solução da pedalada é preciso criar as condições para que os erros não se repitam. O que houve em relação ao BNDES foi uma farra absurda, em que o Tesouro se endividou em nome dos brasileiros para transferir dinheiro para o banco que emprestou a juros subsidiados. Por outro lado, houve também as pedaladas em que o governo deixou de pagar o que deve ao banco. As transferências para que o BNDES emprestasse chegaram a R$ 500 bilhões. Os atrasos das pedaladas, um pouco mais de R$ 20 bilhões. Se agora vai haver um acerto de contas, então deve ser com o governo se comprometendo a reduzir a farra do dinheiro barato para empresários. Sobrou recursos do Programa de Sustentação do Investimento, em torno de R$ 30 bilhões, porque há pouca segurança para investir neste momento. Então, esse montante não pode simplesmente continuar no banco, precisa voltar ao governo.

Há vários programas de bandeira meritória, como o Minha Casa, Minha Vida, e de execução duvidosa. E em todos eles houve gastança, porque esta é a natureza deste governo. Portanto agora é a hora de pagar, trancar a porta para novos gastos, e aumentar a transparência da despesa. Do contrário, continuarão os erros que arruinaram as contas públicas, e continuará a ciranda do gasto descontrolado. Isso é verdade tanto no FI-FGTS, no Plano Safra, no Minha Casa, Minha Vida. O pagamento das pedaladas não pode ser um "cala boca", tem que ser uma mudança de rumo fiscal num governo que já provou ser desnorteado. Do contrário, o buraco continuará aumentando. É preciso ficar claro que o Brasil já está num atoleiro com o déficit nominal em 9% do PIB, déficit primário por dois anos seguidos e uma dívida crescente.

A falta de um fiscalista no governo é o mesmo que ficar sem o grilo falante cutucando as consciências. No Ministério da Fazenda é preciso alguém que sempre mostre os riscos de determinadas soluções que parecem fáceis. Se todos no governo pensarem que é possível acomodar, encontrar uma forma engenhosa para resolver o problema, o país caminhará mais cedo para o descalabro.

O ministro Nelson Barbosa não é conhecido pela sua preocupação fiscal, e o ministro do Planejamento Valdir Simão nem conhecido é. Isso alimenta os temores sobre o risco de se fazer do pagamento das pedaladas uma "neopedalada".
herculano
23/12/2015 18:03
O GOVERNO REAGE, Merval Pereira, para o jornal O Globo

A presidente Dilma termina o ano com boas perspectivas de resistir no cargo, diante da demonstração de apoio que o presidente do Senado, Renan Calheiros, vem lhe dando, e da divisão da oposição, que muda de estratégia a todo instante, transmitindo à opinião pública a ideia de que está atrás apenas de retomar o poder.

O voto do relator das contas presidenciais de 2014, senador Acir Gurgacz, aprovando-as "com ressalvas",' rejeitando a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), tem valor apenas simbólico para o impeachment, já que a denúncia da oposição só foi aceita na parte referente a 2015.

Mas, mesmo assim, abre caminho para a alegação da presidente de que suas contas objeto da denúncia nem foram julgadas ainda, e de que as de 2014 estão em discussão no Congresso já com voto favorável do relator. Será preciso uma rebelião na Comissão Mista do Orçamento, e depois no Congresso, para condenar Dilma.

A avaliação do gesto de apoio pode ser feita pelo papelão a que o senador do PDT se submeteu, citando como "ressalvas" os crimes de responsabilidade de que Dilma é acusada pelo TCU: falta de aderência do cenário econômico-fiscal com o que de fato ocorria na economia; compromissos vencidos e não pagos; e restos a pagar em soma vultosa.

A oposição, em suas idas e vindas, a cada momento em que o impeachment parece mais difícil, joga suas fichas na anulação da eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas nada impede que retorne à tese inicial se os ventos melhorarem. Mas seus líderes não fazem nada para mudar as condições políticas para o impeachment; ao contrário, jogaram o vice Michel Temer ao mar na primeira análise superficial da decisão do Supremo.

Mesmo com todas as dificuldades decorrentes da crise econômica, e estando neste momento em minoria na Câmara, o governo vem conseguindo ter uma atuação política mais consistente na defesa do mandato da presidente Dilma. Não acredito que tenha sucesso ao final, mesmo que supere o impeachment, pois nada indica que a economia se recuperará nestes próximos três anos, fazendo com que a pressão política permaneça forte.

Mas, abandonando o caminho do impeachment, por considerá-lo "mais estreito" depois da decisão do STF, a oposição já dá por perdida a batalha e abre mão de tentar manter a maioria na formação da Comissão Especial da Câmara, que será eleita pelo voto aberto. E reconhece que o governo esta readquirindo poder de barganha.

Também não participa do debate em torno das decisões do Supremo, permitindo que o senador Renan Calheiros atue como se tivesse poderes de barrar liminarmente o processo.

O ex-presidente do STF Ayres Britto, que sempre defendeu a tese de que o Senado não tem essa prerrogativa, acha que nos embargos de declaração o Supremo poderá recolocar a discussão nos trilhos, ressaltando que a Constituição, em seus artigos 51 e 52, define que compete "privativamente" à Câmara "autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da República" e ao Senado, também "privativamente" processar e julgar.

Portanto, cada uma das Casas tem suas funções definidas como "exclusivas" pela Constituição, sendo impossível ao Senado assumir a tarefa de autorizar ou não o processo, assim como a Câmara não julga o presidente da República.

Também o advogado criminalista Cosmo Ferreira ressalta que o artigo 38 da lei 1.079 de 10 de abril de 1950 define que, no processo e no julgamento do presidente da República e dos ministros de Estado, serão subsidiários, naquilo em que lhes forem aplicáveis, "os regimentos internos da Câmara e do Senado, como o Código de Processo Penal"

No juízo de admissibilidade a cargo da Comissão, tal qual ocorre no processo criminal, Cosmo Ferreira confirma que "não há espaço para a valoração da prova" Se ela é robusta ou não, é matéria pertinente ao mérito, a ser enfrentada pelo plenário do Senado, que fará um julgamento, aí, sim, político.
herculano
23/12/2015 18:00
DESMONTE DO POPULISMO, editorial do jornal O Estado de S.Paulo

Embora o histórico recente do relacionamento entre Brasil e Argentina recomende prudência na avaliação de mudanças nas políticas comercial e de relações exteriores do governo de Buenos Aires, deve-se reconhecer que soam alentadoras para o nosso país as medidas anunciadas pelo novo presidente argentino, Mauricio Macri, e por seus principais auxiliares da área econômica. Em telefonema à presidente Dilma Rousseff pouco depois de reconhecida sua vitória eleitoral no fim de novembro, Macri disse pretender, em seu governo, dar "nova vitalidade" ao Mercosul e tornar "mais fluida e dinâmica" a relação com o Brasil. Até agora suas palavras, seus gestos e as decisões tomadas por seu governo confirmam o que disse.

Está em curso na Argentina um processo de desmontagem da estrutura econômica populista erguida pelo kirchnerismo que dominou o país por mais de 12 anos. Foi eliminado, por exemplo, o rigoroso sistema de controle administrativo das importações por meio de exigência de autorização prévia para a entrada de produtos estrangeiros no país, medida destinada a inibir as compras externas ?" para reduzir as despesas em moeda estrangeira, cada vez mais escassa ?" e proteger a produção local. O Brasil, por ser o principal fornecedor da Argentina, foi, por isso, o maior prejudicado pela política kirchnerista que, não obstante as perdas que impôs ao País, foi tolerada pelo governo Dilma Rousseff.

Em seguida, foi eliminado o controle sobre operações de câmbio, o que levou à desvalorização imediata de quase 30% do peso, que passará a flutuar como ocorre com as moedas de países integrados à economia mundial e, assim, facilitar as exportações do país. O fim do imposto sobre todas as exportações agropecuárias ?" com exceção das de soja ?" igualmente estimulará as vendas externas do país. Com a taxação das exportações, o governo anterior, chefiado por Cristina Kirchner, pretendia assegurar o abastecimento do mercado interno. Para tentar frear o impacto da desvalorização cambial sobre os preços, o governo elevou em 8 pontos porcentuais, para 38% ao ano, a taxa de juros para depósitos de curto prazo.

Como decorrência da liberação das operações de câmbio, começam a ser regularizados os pagamentos devidos pelos importadores, e que vinham sendo protelados por causa do controle que o governo exercia sobre as operações com moeda estrangeira. No governo anterior de Cristina Kirchner, a Argentina enfrentou forte escassez de divisas, razão pela qual o Banco Central (BC) argentino vinha retardando a liberação de recursos para o pagamento de importações, tornando os importadores do país inadimplentes.

Os exportadores brasileiros estão entre os que os ganham com a medida. Há pouco, o presidente do Banco Central argentino, Federico Sturzenegger, confirmou que até julho deverão estar regularizados todos os pagamentos devidos pelos importadores argentinos. Estima-se que o atraso totalize US$ 5 bilhões, dos quais 80% são devidos a empresas brasileiras.

No plano regional, a expectativa é a de que o novo governo argentino tenha uma postura mais favorável à facilitação das trocas comerciais dentro do Mercosul e de que o bloco, afinal, rompa seu isolamento e busque acordos comerciais com outros países e blocos. Há mais de 15 anos o Mercosul negocia um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE), mas a resistência do kirchnerismo à maior abertura do mercado argentino vinha emperrando as discussões.

A reunião dos presidentes dos países do Mercosul realizada há pouco em Assunção, Paraguai, decidiu, com o apoio de Macri, que é urgente a conclusão das negociações com o bloco europeu. Também decidiu solicitar reunião com o bloco dos países latino-americanos que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia, México e Costa Rica). Antes tarde do que nunca. Ao contrário dos países do Mercosul, essas nações latino-americanas não se submeteram a governos populistas e, por isso, puderam buscar a melhor forma de defender seus interesses.
Herculano
23/12/2015 16:03
O FATO E O PROCESSO, por Roberto Damatta, antropólogo

Parte 1

Na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco. Apurou-se que era tudo verdade!

Os especialistas em sexualidade dizem que quanto mais preocupação com a técnica, menos prazer.

Dito isto, vou à minha história.

O reino de Jurubeba era enorme e, talvez por isso, tivesse o gosto de acasalar opostos. Daí a adoção de um regime republicano em meio a uma semimonarquia. Para muitos foi um avanço, para outros, um passo em falso. Como conciliar ideais monárquicos com valores republicanos? Estes queriam distribuir renda pela necessidade e pelo mérito, aqueles pelo mérito e pela necessidade. O novo regime tinha afeição pela ambiguidade, sempre resolvida com muito formalismo jurídico e bate-boca.

Um dia ficaram sabendo que a mais fina realeza jurubebiana era traidora. Em público a nobreza dominante dizia ser contra Corrução, um reino inimigo, pequeno, mas forte, que fazia a fronteira esquerda com Jurubeba. Mas na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco.

Apurou-se que era tudo verdade!

Agentes secretos de Corrução infiltraram-se em Jurubeba, disseminando o roubo e a traição. Desonravam-se títulos imortais de nobreza pelas propinas que compravam um "green-card", ao passo que bilhões de pixulecos davam plena cidadania em Corrução.

Muitos nobres de Jurubeba eram canalhas, mas protegidos por velhos privilégios de casta. E como os privilégios impediam condenações drásticas, o Direito era uma matéria básica em Jurubeba. De fato, num reino onde tudo, até o real, era regulado e poderia ser criado e corrigido por lei, todos ?" de sapateiros aos sacros magistrados do Tribunal de Suplicação ?" entendiam de regimentos, constituições, códigos e regras. Mas, mesmo assim e talvez por isso mesmo, todo dia alguém era acusado de grave delito. Passado, entretanto, o susto da denúncia, as coisas voltavam ao normal e a casta dos acusados e delinquentes tornava-se a maior, a mais poderosa e a mais escandalosa do reino.
Herculano
23/12/2015 16:03
O FATO E O PROCESSO, por Roberto Damatta, antropólogo

Parte 2

Alguns diziam que, para ser uma democracia, o reino de Jurubeba tinha que mudar suas atitudes aristocráticas, mas os ladrões e traidores achavam que ser uma república com procedimentos e hábitos monarquistas era normal e até mesmo ideal. Enquanto isso, Corrução criava seus adeptos e ampliava sua lista de quinta-colunas.

Traição e ladroagem em alta escala, ao lado de um rei grosseiro e incompetente, incapaz de falar porque era mais gago do que o George da Inglaterra, culminaram com os escândalos das minas.

A vida estava dura. A cada manhã anunciava-se um novo crime; mas cada delito tinha o seu processo legal, de modo que tudo continuava na mesma. O ritual sagrado e longo neutralizava o crime e este procedimento engendrava novas acrobacias legais. Um dado juiz que se meteu a romper com essa lógica foi tido como traidor pela nobreza republicana da terra. As batalhas jurídicas imobilizaram o reino, preso por suas próprias leis e valores ?" todos legais e ilegais ao mesmo tempo.

Foi nesse contexto que, depois de instigar traições, Corrução declarou guerra e, ato contínuo, invadiu Jurubeba.

Diante da violência, o governo reagiu. Uma declaração de guerra era urgente. Mas entre a guerra (o fato) e a ação, havia o danado do processo legal que havia de ser impecável. Instalou-se um sério e denso debate sobre como seria a declaração. Depois de muito deliberar, a Suprema Corte anunciou as condições para tal rito. Ei-las:

Determinava-se a formação de uma Comissão de Guerra de mil membros para investigar se havia mesmo uma guerra. Dava-se um prazo de 30 dias para uma pré-declaração a ser avaliada pelo Real Conselho de Guerra, o qual, em terceiro lugar, teria o poder de rejeitá-la ?" o que, aliás ocorreu, com base num antigo decreto inspirado nas guerras Púnicas e bem lembrado pelo mais culto membro do Sacro Conselho Supremo, o qual só se comunicava em Latim. E, finalmente, seria preciso uma consulta popular para que todo reino manifestasse sua vontade soberana!

O procedimento estava em debate quando Jurubeba rendeu-se ao solerte inimigo. Muitos nobres, acusados de ser "reais-realistas", disseram que foi bom porque afinal Corrupção já era mesmo a potência dominante. Outros choraram de indignação. Mas poucos, muito poucos, atinaram que a pátria fora morta pelo processo.

Isso ocorreu num Natal.

PS: Qualquer semelhança desta fábula com algum grupo ou pessoas, vivas, semivivas, sonâmbulas ou mortas é mera coincidência. Feliz Natal, amados leitores que fazem o cronista.
Mariazinha Beata
23/12/2015 14:05
Seu Herculano:

"Teori Zavaski disse que PT e PMDB acabaram.
Ele conhece o teor dos depoimentos dos executivos da Andrade Gutierrez". Mônica Bergamo.

Quem acredita que ele vai tornar público?
Pra eLLes é tudo "segredo de justiça", e muito bem engavetado.

Tá bom seu Teori.
O PT e o PMDB vão acabar.
E o que vai acontecer com os parlamentares petistas e peemedebistas, vão bater carteira nas ruas?
Bye, bye!
Sidnei Luis Reinert
23/12/2015 11:54
Rui Facão disse à polícia federal que o PT banca a defesa judicial de João Vacarì Neto e tem hj 3 fontes de receita:a contribuição de militontos,campanhas de doações(?) e recursos do Fundo Partidário a qual tem direito(?) a 180 milhões.
O Fundo Partidário é dinheiro da UNIÃO, logo nós estamos pagando a conta para defender bandido QUE ROUBOU DE NOSSO PR?"PRIO DINHEIRO!
NÃO É ALGO QUE QUEREM FAZER AQUI EM GASPAR?



BRASIL UM PAÍS RICO E AVACALHADO, ENCHENDO O COFRINHO DOS CORRUPTOS!
Herculano
23/12/2015 04:48
PSDB VOLTA A SE DIVIDIR DIANTE DO IMPEACHMENT, por
Josias de Souza

Durou menos de 15 dias a suposta unificação do discurso do PSDB a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Reunidos em Brasília no dia 10 de dezembro, os seis governadores tucanos, FHC, Aécio Neves e os líderes da legenda no Congresso haviam anunciado a superação das divergências internas sobre o tema. Era lorota. No momento, os tucanos não são unânimes nem sozinhos.

As fissuras foram reabertas pelo STF, ao fixar um rito processual para o impeachment com regras que favoreceram Dilma Rousseff. O pedaço do PSDB mais próximo de Aécio Neves voltou a apostar na estratégia que prevê a anulação do mandato de Dilma pelo Tribunal Superior Eleitoral. Nesse caso, a lâmina alcançaria também o mandato do vice Michel Temer. E seria convocada nova eleição presidencial, da qual Aécio participaria.

O PSDB da Câmara avalia, porém, que é preciso esgotar as tentativas de obter o impedimento de Dilma pelo Congresso. Hipótese que levaria Temer a assumir a cadeira de presidente, para concluir o mandato. Além da grossa maioria dos 54 deputados federais tucanos, engancha-se nessa corrente o senador José Serra, candidato não declarado a ministro de um eventual governo Temer.

Espécie de porta-voz da ala que se volta para o TSE, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, diz que é preciso reconhecer que as regras estabelecidas pelo STF mudaram o jogo. Ele realça que o próprio PMDB dividiu-se: "Michel Temer perdeu força. Ganhou um protagonismo maior Renan Calheiros [presidente do Senado], que está alinhado com a Dilma." Além disso, diz Cássio, o povo "não se mostrou muito entusiasmado para ir às ruas com o propósito de derrubar a Dilma e colocar o Michel no lugar dela."

Em privado, os deputados do PSDB irritam-se com a formulação de Cunha Lima. Alegam que, com ou sem impeachment, o partido precisa levar até o fim o processo deflagrado na Câmara. Sob pena de desmoralizar-se. "A posiçao da bancada da Câmara é clara: com impeachment ou sem impeachment, vamos mostrar para a sociedade que os deputados do PSDB fizeram o possível", disse ao blog um expoente da bancada tucana.

A mesma posição é defendida pelos aliados do PSDB. "Sem excluir a agenda do TSE, nossa prioridade zero continua sendo o processo de impeachment aberto na Câmara", disse o deputado Mendonça Filho, líder do DEM, "até porque nossa luta para afastar a presidente nunca foi travada por conveniência, mas pela crença de que ela cometeu crime de responsabilidade. Assim, enquanto não for esgotato o processo de impeachment, não cabe desviar as atenções."

À distância, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, observa a conflagração brasiliense com uma ponta de satisfação. A julgar pelo que afirmam seus aliados, Alckmin torce para que Dilma permaneça no Planalto como uma presidente homorrágica até 2018, quando ele estará livre para disputar a vaga de candidato do PSDB à Presidência da República.

No Planalto, a discórdia que tumultua a oposição é vista como evidência de que o STF e o gradativo esfriamento do asfalto transformaram a energia que movia a caravana do impeachment em fumaça.
Herculano
23/12/2015 04:45
BARBOOOSA (OU O MINISTRO IRRELEVANTE), por Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo.

A ascensão e a queda de Joaquim Levy são prova eloquente de que até mesmo um ministro da Fazenda bem-intencionado e tecnicamente preparado está longe de ser suficiente para levar a cabo o ajuste requerido pela economia brasileira após anos de maus-tratos (dos quais Barbosa participou ativamente, mas deixemos isso de lado por um instante).

Se sua trajetória à frente da Fazenda teve algum propósito, foi o de demonstrar que nenhum economista sério teria como aceitar o cargo em circunstâncias semelhantes.

A verdade é que faltam condições objetivas para produzir o ajuste, que não se resume ao Orçamento do ano que vem nem às necessárias reformas fiscais (previdência e vinculações, por exemplo), mas se estende a temas como tributação, relações trabalhistas e integração comercial entre outros.

Não há, para começar, convicção por parte da presidente, um tanto pelo seu parco entendimento do problema, outro tanto por uma ideologia profundamente enraizada. Sempre noto que este não é um governo novo; trata-se da continuação de um governo que em momento algum buscou avançar na direção da reforma.

Pelo contrário, foi uma administração que, apesar de vários alertas a respeito, seguiu expandindo o gasto público ("gasto corrente é vida"), descuidou da inflação e, pior, produziu uma sequência de intervenções das mais desastradas da história do país: aumento de protecionismo, expansão desmesura- da de créditos para "campeões nacionais", controle de preços, rebaixamento forçado das tarifas de energia e, não fosse o espaço restrito, a lista poderia seguir indefinidamente.

Houvesse, porém, convicção, ainda assim faltariam as condições políticas para avançar qualquer agenda neste sentido. A base parlamentar do governo, que custa caríssimo para o país, na prática não passa de 200 deputados entre os 513, suficiente para barrar o impedimento da presidente, mas fica devendo no quesito reformas. Diga-se de passagem, aliás, essas reformas também não são particularmente queridas pelo partido do governo, o que reduz consideravelmente sua chance de aprovação.

Esse diagnóstico não é, óbvio, exclusividade minha, mas uma visão suficientemente difundida para dissuadir economistas sérios quanto à possibilidade de avançar nesses temas. Estariam, como Joaquim, apenas emprestando seu prestígio a um governo, sofrendo um risco considerável de não recebê-lo de volta no fim do período.

Restou, portanto, Barbosa, cujas traquinagens na formulação da chamada "Nova Matriz Econômica" são bem conhecidas. (A propósito, a "nova matriz" anda tão enjeitada que nem apoiadores e formuladores de primeira hora têm coragem de reconhecê-la, valentemente chamando-a agora de "tentativa de prolongar o ciclo de consumo e só")

É dele a afirmação em 2010: "A opção estratégica fundamental em apostar no crescimento ao invés de radicalizar a incerta proposta de ajuste fiscal contracionista, baseada nos cânones neoliberais, terminou sendo validada com base em resultados imediatos".

São palavras de triunfo de quem se acreditava dono da verdade, mas os resultados de hoje, recessão, inflação e desemprego, revelam sem sombra de dúvida quem tinha razão no debate.

Nelson Barbosa não tem mesmo a menor importância.
Herculano
23/12/2015 04:41
NATAL TROPICAL, por Carlos Brickmann

E eis que, num país muito longe da gelada Lapônia, Mamãe Noela assume o comando do Natal Tropical. Seu trenó voador, puxado por renans que ela sabe direitinho como domesticar, é extremamente seguro: entre um Natal e outro, os renans se mantêm treinados, voando para ir a casamentos de amigos, para visitar as bases, para transplante de pelos há muito perdidos. O peso do trenó é baixo: em vez de carga, transporta cargos, levíssimos papéis com nomeações, indicações, autorizações high-tech para fazer boas transações - documentos que, cumprida sua função de autorizar o negócio, se autodestroem em segundos. Pixuleco é coisa feia, fora do espírito de Natal, não deve e não pode deixar nem vestígios.

Confiabilíssimo, o trenó de Mamãe Noela. Pois precisa voar diuturnamente e noturnamente, enfrentando perigosos ventos estocados. Tem de ir da linha do Equador até a Terra do Fogo, no Extremo Sul da América. É lá que vive o líder de Mamãe Noela, o Grande Apreciador de Uma Boa Ideia e Supremo Cumpanhêro, um senhor gorducho de barbas brancas, sempre vestido de vermelho. Tem de ser lá, o encontro: o Supremo Cumpanhêro odeia sair da Terra do Fogo. Em outros tempos, até gostava de receber homenagens em países ricos e visitar a África com amigos de se guardar no bolso esquerdo do peito, mas sabe como é o Exterior, a história do Marin é preocupante. E na Terra do Fogo ele é o Brahma, o Número 1, Aquele que Iniciou Todas as Coisas, Pois Antes Dele Nada Existia.

Natal Tropical. Na ceia, por culpa da zelite, em vez peru só se come arroz.

TRENO EM RISCO

O problema de Mamãe Noela está na oscilação de humor de quem cuida de sua segurança. Renans como os que puxam seu trenó voador têm variações súbitas de personalidade, conforme ações de terceiros sejam mais ou menos generosas. Precisam ser comandados por quem tenha personalidade, poder e perspectivas de futuro; ou se aborrecem rapidamente.

Fora isso, há quem queira alvejá-los atirando-lhes inquéritos e acusações. Se não forem protegidos, proteger não irão.

MAL-TRAÇADAS

Ah, sim: nunca mande seus pedidos a Mamãe Noela por carta. Uma que recebeu há pouco tempo a deixou traumatizada. Temer cartas é sua superstição.

Mas os pedidos podem ser bem encaminhados por quem conheça o duende certo.
Herculano
23/12/2015 04:41
SERPENTÁRIO, por Carlos Brickmann

De Jorge Moreno em O Globo, sobre o ministro das Comunicações: "Edinho Silva reclama que é perseguido pela coluna. Grande injustiça. Não por falta de merecimento. É que não há nem tempo para isso. A crise não deixa.

Deve ser pelos mesmos motivos que Dilma não tem tempo também para recebê-lo" (http://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-moreno/post/coluna-do-moreno-1912.html)

PROSPERO ANO NOVO

Crise é para os fracos. Há gente que se dá bem. O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, recebe neste mês R$ 109.764,00. Teto salarial de R$ 33.763,00 também é para os fracos. Além do teto, Simão recebe em dezembro R$ 60.701,00 como "verba indenizatória", mais R$ 15.300,00 como conselheiro de duas seguradoras estatais, a BrasilCap e a BrasilPrev, do Banco do Brasil. São números oficiais, obtidos pelo ótimo Portal da Transparência.

Como vê o caro leitor, há um Brasil que dá certo, em que o dinheiro é farto e todos vivem felizes.

AGORA, VAI

Preocupado com dengue, zika, chikunguya, microcefalia? Pois o Governo Federal está tomando providências: o decreto nº 8.612, de 21/12/2015, institui a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o enfrentamento da dengue e dos vírus Zika e Chikunguya. Sala com ar condicionado, claro, para manter os mosquitos afastados.

O trabalho começa logo - logo que terminarem as festas. Ou não.

CRONICA DO INCÊNDIO EVITÁVEL

O professor Deonísio da Silva, brilhante filólogo, nem precisou investigar: acertou na veia ao identificar a causa do incêndio que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Seu texto vai entre aspas: é irretocável.

Incêndio do Museu: infringiram o art. 1º da Constituição que ainda não existe.

"O prédio não tinha alvará para funcionar! É mole? Deram entrada com o processo no Corpo de Bombeiros em 2004 e jamais prosseguiram para atender às exigências. É mole? O fogo é tão traiçoeiro que até a sabedoria popular cunhou o perigo de 'brincar com fogo'. Pois é... Cadê os responsáveis? Alguns dos principais estão dando entrevistas sentimentais, quase em lágrimas... Serão de vergonha? Não, o artigo 1º de Capistrano de Abreu para a Constituição - "todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara" - não está em vigor!"

O QUE O GOVERNO NÃO VÊ

Em sucessivas entrevistas, responsáveis pelo Museu da Língua Portuguesa e autoridades paulistas disseram que os prejuízos causados pelo incêndio são recuperáveis. O acervo é digital e tem cópia de segurança; o prédio tem seguro. E o bombeiro que morreu, tem cópia de segurança? O governador Geraldo Alckmin, que quer ser candidato á Presidência pelo PSDB, é médico. Nada percebeu?

Tem gente que, antes de falar, deveria pensar pelo menos uma vez - se conseguisse.
Herculano
23/12/2015 04:35
DILMA ADERIU AOS OLIGARCAS, por Elio Gasperi para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Ao assinar a Medida Provisória que facilitou as operações das grandes empresas apanhadas em roubalheiras, a doutora Dilma abandonou a posição de neutralidade antipática que mantinha em relação à Lava Jato. Ela alterou uma lei de seu próprio governo e alistou-se na artilharia dos oligarcas que, pela primeira vez na história do país, estão ameaçados por um braço do Estado.

O mimo permitirá que empreiteiras cujos diretores foram encarcerados negociem novos contratos e obras com a Viúva. No mais puro dilmês, ela disse que "devemos penalizar os CPFs (as pessoas físicas), os responsáveis pelos atos ilícitos. Não necessariamente penalização de CPFs significa a destruição dos CNPJs (as pessoas jurídicas). Aliás, acreditamos que não exige". A frase de pouco nexo escamoteia o conceito de que as roubalheiras podem ter mais a ver com malfeitorias de pessoas do que de empresas.

As roubalheiras não eram dos executivos, eram da oligarquia empresarial. Prova disso está no fato de que nenhuma empreiteira queixou-se de seus executivos.

Os defensores do abrandamento dos acordos de leniência sustentam que a Lava Jato abala negócios, desemprega trabalhadores e inibe a economia. É um argumento parecido com aquele usado pelos defensores do tráfico negreiro no século 19, mas essa é outra discussão.

Até hoje nenhuma grande empreiteira pediu desculpas à população pelas mentiras que repetiu tentando proteger-se da Lava Jato. O papa Francisco pediu desculpas pelos casos de pedofilia na Igreja. A Volkswagen desculpou-se pelas fraudes ambientais. Os oligarcas brasileiros mentiram para a população e nada.

Fulanizando os casos das três maiores empreiteiras do país:

A Odebrecht sustenta que nada fez de errado. Em outubro de 2014, Marcelo Odebrecht, disse o seguinte: "como diretor-presidente da Odebrecht S.A. venho a público manifestar minha indignação, e de toda a organização, com informações inverídicas veiculadas na imprensa, em prejuízo de nossa imagem".

Também em outubro de 2014, a Camargo Corrêa disse que não havia "qualquer procedência" nas acusações feitas pelo Tribunal de Contas da União a respeito de obras superfaturadas na refinaria Abreu e Lima. Um mês depois, a Lava Jato encarcerou seu então presidente (Dalton Avancini) e então vice (Eduardo Leite). Neste ano, ambos passaram a colaborar com o Estado e a Camargo Corrêa aceitou uma multa de R$ 700 milhões.

A Andrade Gutierrez informou, em dezembro de 2014, que "todos os contratos da empresa com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação". Seu presidente (Otavio Azevedo) vendera uma lancha a Fernando Baiano por R$ 1,5 milhão, mas tratava-se de uma operação de CPF para CPF. Em junho, Azevedo foi preso e, em novembro, a Andrade Gutierrez passou a colaborar com o Estado e aceitou uma multa de R$ 1 bilhão.

Empresas desse tamanho não brincam com dinheiro. A teoria do CPF x CNPJ da doutora é empulhação. Se a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez resolveram desembolsar R$ 1,7 bilhão, elas sabem que os delitos não foram cometidos por pessoas físicas.

A colaboração da Camargo e da Andrade é uma boa notícia. Não se pede muito, apenas que peçam desculpas por terem mentido, pois foi exatamente a arrogância e o faço-porque-posso que arruinou seus CNPJs e levou seus marqueses para a cadeia.
Herculano
23/12/2015 04:34
DILMA ADERIU AOS OLIGARCAS, por Elio Gasperi para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Ao assinar a Medida Provisória que facilitou as operações das grandes empresas apanhadas em roubalheiras, a doutora Dilma abandonou a posição de neutralidade antipática que mantinha em relação à Lava Jato. Ela alterou uma lei de seu próprio governo e alistou-se na artilharia dos oligarcas que, pela primeira vez na história do país, estão ameaçados por um braço do Estado.

O mimo permitirá que empreiteiras cujos diretores foram encarcerados negociem novos contratos e obras com a Viúva. No mais puro dilmês, ela disse que "devemos penalizar os CPFs (as pessoas físicas), os responsáveis pelos atos ilícitos. Não necessariamente penalização de CPFs significa a destruição dos CNPJs (as pessoas jurídicas). Aliás, acreditamos que não exige". A frase de pouco nexo escamoteia o conceito de que as roubalheiras podem ter mais a ver com malfeitorias de pessoas do que de empresas.

As roubalheiras não eram dos executivos, eram da oligarquia empresarial. Prova disso está no fato de que nenhuma empreiteira queixou-se de seus executivos.

Os defensores do abrandamento dos acordos de leniência sustentam que a Lava Jato abala negócios, desemprega trabalhadores e inibe a economia. É um argumento parecido com aquele usado pelos defensores do tráfico negreiro no século 19, mas essa é outra discussão.

Até hoje nenhuma grande empreiteira pediu desculpas à população pelas mentiras que repetiu tentando proteger-se da Lava Jato. O papa Francisco pediu desculpas pelos casos de pedofilia na Igreja. A Volkswagen desculpou-se pelas fraudes ambientais. Os oligarcas brasileiros mentiram para a população e nada.

Fulanizando os casos das três maiores empreiteiras do país:

A Odebrecht sustenta que nada fez de errado. Em outubro de 2014, Marcelo Odebrecht, disse o seguinte: "como diretor-presidente da Odebrecht S.A. venho a público manifestar minha indignação, e de toda a organização, com informações inverídicas veiculadas na imprensa, em prejuízo de nossa imagem".

Também em outubro de 2014, a Camargo Corrêa disse que não havia "qualquer procedência" nas acusações feitas pelo Tribunal de Contas da União a respeito de obras superfaturadas na refinaria Abreu e Lima. Um mês depois, a Lava Jato encarcerou seu então presidente (Dalton Avancini) e então vice (Eduardo Leite). Neste ano, ambos passaram a colaborar com o Estado e a Camargo Corrêa aceitou uma multa de R$ 700 milhões.

A Andrade Gutierrez informou, em dezembro de 2014, que "todos os contratos da empresa com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação". Seu presidente (Otavio Azevedo) vendera uma lancha a Fernando Baiano por R$ 1,5 milhão, mas tratava-se de uma operação de CPF para CPF. Em junho, Azevedo foi preso e, em novembro, a Andrade Gutierrez passou a colaborar com o Estado e aceitou uma multa de R$ 1 bilhão.

Empresas desse tamanho não brincam com dinheiro. A teoria do CPF x CNPJ da doutora é empulhação. Se a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez resolveram desembolsar R$ 1,7 bilhão, elas sabem que os delitos não foram cometidos por pessoas físicas.

A colaboração da Camargo e da Andrade é uma boa notícia. Não se pede muito, apenas que peçam desculpas por terem mentido, pois foi exatamente a arrogância e o faço-porque-posso que arruinou seus CNPJs e levou seus marqueses para a cadeia.
Herculano
23/12/2015 04:23
"PEDALADA" NO BB CONVERTEU DÍVIDA EM PATRIM?"NIO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Banco do Brasil ignorou ordem do Banco Central para contabilizar como dívida e não como "patrimônio líquido" R$ 8,1 bilhões que tomou emprestados ao Tesouro Nacional. O BB divulgou que havia feito a "reclassificação" contábil exibida pelo BC, mas não é o que mostra o seu Balanço Patrimonial Passivo. Manobra idêntica à do BB foi adotada nos demais bancos federais. A "pedalada" objetiva maquiar dificuldades e aumentar artificialmente a capacidade de conceder empréstimos.

Cuidando das aparências

Segundo fonte do BB, a reclassificação ordenada pelo BC foi ignorada para não reduzir o patrimônio líquido e, claro, sua carteira de crédito.

Safra verão em jogo

O Banco do Brasil dá sinais de que faz água, e não quis perder as operações de crédito da iminente safra verão.

Pedalada in natura

No Balanço Patrimonial Passivo de setembro de 2014 a setembro de 2015, os R$ 8,1 bilhões aparecem como "patrimônio líquido" do BB.

Colarinho branco

Especialistas advertem que a manobra malandra dos bancos oficiais é tipificada como crime financeiro, o famoso "crime do colarinho branco".

DILMA PARECE IGNORAR O QUE ACONTECE A SUA VOLTA

Ao afirmar ontem em Salvador que "não há nada" contra ela que justifique o impeachment, nem mesmo uma denúncia "consistente" de crime de responsabilidade, Dilma mostrou outra vez que não faz ideia do que ocorre à sua volta e até que nem sequer leu sua condenação por unanimidade no Tribunal de Contas da União (TCU). A presidente está fora da casinha ou não se importa de ser chamada de mentirosa.

A lista do TCU

Em condenação unânime, reiterada depois, o TCU listou os crimes pelos quais Dilma pode ser responsabilizada criminalmente.

Pedalada é crime

Proibidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, as chamadas "pedaladas" são apenas um dos crimes atribuídos a Dilma.

Usurpação do Legislativo

Decretos ilegais, não numerados, e atos de usurpação de prerrogativas do Legislativo, inclusive para abrir crédito, também configuram crime.

A banca do distinto

Responde a mais de 200 ações na Justiça, de fraude em empréstimo de banco público a estelionato, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), aquele que acha que o Senado deve ignorar o julgamento do Tribunal de Contas da União, que rejeitou as contas de Dilma por unanimidade.

Vale para tudo?

Eduardo Cunha pediu ao Supremo que apresse o acórdão sobre a decisão do rito do impeachment. Ele acredita que o regimento da Câmara está em risco após o tribunal alterar regras do impeachment.

Tropa a postos

Aliados de Dilma querem fazer Eduardo Cunha sangrar. Cerca de 40 deputados governistas estavam na CCJ prontos para votar contra o recurso dele, mas não registraram presença e tudo ficou para fevereiro.

Não é mais golpe?

Com organização e sincronia nunca antes presenciadas no governo Dilma, tanto ela quanto o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) usaram a mesma frase ontem: "O impeachment, em si, não é golpe."

Inimigo nada oculto

Michel Temer não deve participar do amigo oculto do Palácio do Planalto. O vice-presidente está em São Paulo e deve ficar por lá até passarem as festividades de fim de ano.

Conversa com o espelho

O discurso de Dilma, ontem, parecia tirado de livro de autoajuda ou parte de tentativa de autoconvencimento. Ela abusou de expressões como "somos capazes" e "vamos conseguir". Poucos acreditaram.

Clima de desconfiança

A interferência escancarada do Palácio do Planalto na liderança do PMDB da Câmara repercutiu em outros partidos aliados. A avaliação é que o governo começará ainda pior 2016. Aumentou a desconfiança.

Velhinho de Taubaté

"A gente pode se surpreender positivamente", prevê Humberto Costa (PT-PE) sobre os rumos da economia, em 2016. Ele conta com novas concessões de hidrelétricas e com o projeto de repatriação de recurso.

Pensando bem...

...ciclismo foi o esporte do ano na Brasília de Dilma.
Herculano
23/12/2015 04:13
PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S.PAULO DESTA QUARTA-FEIRA; RECEITA INVESTIGA DOAÇÕES DE EMPREITEIRAS AO INSTITUTO LULA

PARTE 1

Texto de David Friedlander e Cátia Seabra.A Receita Federal abriu uma ação para fiscalizar a movimentação financeira do Instituto Lula, fundado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após deixar o Palácio do Planalto.

A Folha apurou que o foco está no relacionamento da entidade com empresas que doaram recursos para manutenção do instituto, especialmente as envolvidas na Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras. Nessa categoria, aparecem empreiteiras como Odebrecht e Camargo Corrêa.

A Receita quer checar a origem dos recursos destinados ao instituto, como o dinheiro foi gasto e se essas contribuições foram declaradas, tanto pelos doadores como pelo próprio instituto.

A investigação nasceu a partir de dados da área de inteligência da Receita, que colabora com a Operação Lava Jato. Não há prazo para sua conclusão.

Embora o instituto fique em São Paulo, a fiscalização foi aberta pela Demac (Delegacia Especial de Maiores Contribuintes) do Rio de Janeiro.

Há cerca de 20 dias, o instituto foi intimado a apresentar documentos fiscais e informações contábeis.

Tinha até o fim do ano para fazer isso. Na tarde desta terça-feira (22), no entanto, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, esteve na Superintendência da Receita em São Paulo para pedir a dilatação do prazo.

À Folha, ele disse que não poderia cumprir o cronograma fixado pela Receita por causa das festas de fim de ano. Conseguiu mais 20 dias.

Essa foi a segunda vez que o presidente do Instituto Lula foi à superintendência do fisco em São Paulo para tratar do assunto. Semanas atrás, ele esteve na sede da Receita Federal para se inteirar do assunto.

Okamotto nega que a ação seja um desdobramento da Lava Jato. "É uma fiscalização normal. Querem saber se pagamos impostos direito", afirma.

Como todo processo fiscal, a averiguação no Instituto Lula é sigilosa. Por isso, a Receita não quis se manifestar.

Essa operação não tem ligação, pelo menos no primeiro momento, com a LILS Palestras e Eventos, empresa do petista para administrar as palestras para as quais é contratado.

Segundo seu estatuto, o instituto Lula, uma entidade sem fins lucrativos, tem "compromisso com o desenvolvimento nacional e a redução de desigualdades, visando o progresso socioeconômico do país".
Herculano
23/12/2015 04:04
da série: políticos de detestam leis e órgãos de fiscalização que os alcance nas suas maracutaias com o dinheiro dos pesados impostos dos eleitores

MUDANÇA NA LEI ORGÂNICA DO TCE É REAÇÃO DE DEPUTADOS À ATUAÇÃO DE AUDITORES E PROCURADORES, por, Upiara Boschi, no Bloco de Notas, para o Diário Catarinense, da RBS Florianópolis.

Os defensores do projeto que mudou a Lei Orgânica do Tribunal de Contas para limitar os poderes dos auditores e dos procuradores tem usado argumentos de similaridade com a organização dos tribunais judiciais para justificar as mudanças. Quando um desembargador se ausenta, não é substituído no pleno do Tribunal de Justiça por um juiz de segundo grau ?" como acontecia com os auditores no pleno do TCE.

O curioso é que isso nunca incomodou ninguém, nem no governo, nem na Assembleia Legislativa, até um grupo de auditores começar a pegar um pouco mais pesado em seus votos e relatórios contra autoridades quando assumiam posição de conselheiro.

O Ministério Público de Contas já era um alien na estrutura do Estado desde que foi criado pela Constituição de 1988. Nasceu com a transformação de procuradores da Fazenda junto TCE em procuradores de Contas, funcionava anexo àquela corte, tinha vinculação ao orçamento do Executivo e, nos últimos 15 anos, gozou de autonomia administrativa.

Tudo isso resultou em gambiarras salariais que acabaram resultando em punições a dirigentes do MPC pelo próprio TCE em 2013. Mesmo assim, a autonomia nunca havia incomodado ninguém até os procuradores concursados tomarem conta do órgão, este ano, e tentarem fazer dele uma instituição mais protagonista.

?" Já temos um Ministério Público de Santa Catarina, dois MPs não dá ?" resumiu um deputado
JOSÉ AURELIANO SOBRAL
22/12/2015 22:45
A vereadora Andreia com sua coerência, com sua coragem está assustando os poderosos de plantão, o PMDB achava que seria fácil derrubar o PT, colocou a COLINHA entre as pernas. O PT achava que ela não tinha carreira, está apavorado. É só enfrenta-los, sem medo, com coragem, o povo está com nojo desses partidos sanguessugas da politica, tenho certeza que a conjuntura nacional vai abalar as candidaturas desses dois partidos aqui em Gaspar, eles terão uma grande surpresa, irão ser varridos do mapa.
Roberto Sombrio
22/12/2015 21:41
Oi, Herculano.

Você virou vidente?
O que você postou na coluna de hoje.

"Quem conhece e assiste o ótimo seriado da Globo (onde Marília Pêra era exuberante na personagem); onde o clima de decadência existencial (liderado pelo próprio autor Miguel Falabella na personagem que interpreta par de Marília) domina o contexto, tudo isso se contextualiza também aqui. No seriado se maquia o defunto, e o morto é o júbilo da sobrevivência da trama familiar".

O texto acima cabe bem para a eleição da Câmara de Vereadores de Gaspar hoje a tarde. É realmente um "Pé na Cova".

Falando em pé na cova, tenho a impressão que o PT daqui comandado pelo "inteligente" de Itajaí não sabe interpretar o que o governo federal expõe. O dinheiro liberado para a ponte, não seria para a ponte de Ilhota. A Ponte do Vale já recebeu o valor combinado e conforme todos sabemos, o que falta seria a contrapartida da prefeitura. Vendam o carro do Zuchi que ele recebeu do SAMAE, retirando o direito de famílias gasparenses de terem água em suas casas. Cancelem as viagens infrutíferas do prefeito à Brasília, diminuam o salário do prefeito e secretários e apadrinhados, diminuam os gastos com água mineral, cafezinho e ar condicionado, como faz o povo, que toma na cabeça todos os dias desse governo irresponsável e sobrará dinheiro para a ponte.
Herculano
22/12/2015 21:14
FALTA DE QUORUM APROXIMA DEPUTADOS DA VIRTUDE, por
Josias de Souza

Hoje, na Câmara dos Deputados, ou o sujeito é aliado de Eduardo Cunha ou é decente. Aceitas essas premissas, dá para ser otimista, vá lá, pelo menos até o início de fevereiro, e ver o lado bom da situação, mesmo que seja preciso procurar um pouco. Por exemplo: o país vive um período tão desqualificado da sua história que já é possível reconhecer: a falta de quórum é o mais próximo que os deputados federais conseguiram chegar da virtude.

Nesta terça-feira, a milícia parlamentar pró-Cunha sofreu um revés na Comissão de Constituição e Justiça. O grupo não conseguiu votar um recurso que anularia a votação em que o Conselho de Ética da Câmara decidiu dar continuidade ao processo que pode levar a cassação do mandato de Cunha. Deve-se o fracasso da manobra à falta de quórum. Exigia-se a presença de pelo menos 34 deputados. Apenas 13 deram as caras no painel eletrônico.

A Câmara sairá em recesso nesta quarta-feira. Só retomará suas atividades em 2 de fevereiro de 2016. Ou seja: nos próximos 42 dias, período em que os deputados farão o favor ao país de não dar expediente no Parlamento, você poderá acompanhar normalmente o noticiário sem o menor risco de ser abalroado por uma notícia sobre a penúltima manobra executada pelos milicianos de Eduardo Cunha.

Pode não ser muita coisa. Mas no Brasil impudente que está aí, é preciso aproveitar ao máximo os pequenos alívios que a conjuntura é capaz de proporcionar para suportar melhor as aflições ?"o vírus Zika, a inflação, a recessão, o desemprego? Pense: com casa cheia na Comissão de Constituição e Justiça seria pior.
Herculano
22/12/2015 21:11
A DÚVIDA CONTINUA, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Ministro promete reformas, mas falta de confiança no governo continua. O ministro Nelson Barbosa disse o que o mercado queria ouvir e mesmo assim a desconfiança permaneceu. Este é o primeiro desafio: vencer a dúvida dos investidores sobre o compromisso dele com o que fala e sobre a capacidade do governo de tornar realidade o que está prometendo. Em parte porque tudo o que ele promete depende de um Congresso convulsionado.

Barbosa disse que vai perseguir a meta de superávit primário que foi estabelecida pelo Congresso. Sem descontos, portanto. Ele sempre defendeu que uma série de despesas não entrasse na conta para se calcular o superávit, o que torna o número um engano. Ele perdeu a briga no Congresso, e disse que assim será feito.

- O principal gasto primário da União é a Previdência, por isso o governo enviará ao Congresso no começo do ano uma nova reforma focando na questão da idade mínima -, me disse o ministro.

A mesma afirmação ele fez na teleconferência com o mercado ontem, ao meio dia. Repetiu desde que foi escolhido que o país precisa de reformas para reduzir a despesa obrigatória, e que este é o caminho pelo qual pode avançar o ajuste fiscal daqui para a frente.

Mas para fazer reformas é preciso convicção do governante e isto não tem. Tanto não tem que a presidente Dilma está indo para o sexto ano de mandato e não fez reformas. Quando ela fala, como fez ontem na reunião do Mercosul, continua defendendo uma visão delirante do que está se passando na economia. Para reformas, é preciso também que o partido do governo apoie o projeto do governo. Não há este apoio. Pelo contrário, o PT acha que essa agenda é conservadora e neo-liberal. Terceiro, é preciso que o governante tenha capacidade de articular a sua base de apoio, e se a presidente conseguir essa articulação será para salvar a própria pele e não para defender reformas impopulares.

O ministro Nelson Barbosa tem várias tarefas pela frente. Todas difíceis. Uma delas é urgente. Terá que pagar R$ 57 bilhões de pedaladas, para ficar em dia com o TCU e enfraquecer o argumento pró-impeachment. Todas as opções que Nelson Barbosa analisou neste fim de semana têm problemas. Uma das ideias é emitir títulos da dívida, aumentar o endividamento, para pagar os débitos com o FGTS, Banco do Brasil, BNDES e Caixa. Outra é sacar da conta única do Tesouro, mas para isso será preciso uma ação coordenada com o Banco Central.

- É preciso esterilizar isso para não ampliar a base monetária -, disse.

A terceira hipótese em estudo não resolve todos os problemas, apenas o do BNDES, porque é a antecipação de pagamento do banco ao Tesouro. Os contratos com o BNDES, explicou o ministro, admitem o pagamento antecipado.

Depois de passar o fim de semana em reuniões com as equipes dos dois ministérios, Nelson Barbosa disse que seu programa será pagar as dívidas com os bancos públicos ("pedaladas") até o fim de 2015, e em 2016 trabalhar para reequilibrar as contas públicas e retomar investimento. Isso é fácil de dizer e difícil de executar.

Como reequilibrar as contas públicas que estão com um déficit nominal de 9% do PIB e que fecha há dois anos com déficit primário? Mesmo no bom cenário, atingir a meta de 0,5% do PIB de superávit primário dependerá de medidas aprovadas no Congresso, entre elas a detestada CPMF que terá que estar sancionada até maio ou junho para ser recolhida a partir de setembro.

O equilíbrio de curto prazo e o ajuste de médio e longo prazos dependerão de um Congresso que passará os próximos meses envolvido com o debate sobre impeachment da presidente Dilma. O ano de 2016 será, além de tudo, um período eleitoral em que os prefeitos das bases onde os deputados são eleitos estarão sendo escolhidos. Tudo parece excessivamente difícil.

E se tudo fosse possível, ainda assim as dúvidas permaneceriam porque o governo que fez o desajuste, e que permanece convencido de que está certo, não fará o ajuste. Ontem, em Assunção, o pior momento da presidente Dilma nem foi o de chamar o povo paraguaio de uruguaio, mas o de voltar a dizer que seu governo manteve o crescimento e o emprego e que só pela demora do crescimento mundial, e pela queda das commodities, é que está em crise. Quem não tem bom diagnóstico não terá a receita para enfrentar a doença.
Mariazinha Beata
22/12/2015 20:25
Seu Herculano;

Veja só o que o Colombo arrumou pra nós:

"Fitch rebaixou nesta terça-feira as notas de crédito de vários estados e cidades brasileiras.

Os estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná e os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, perderam o selo de bons pagadores. Saíram de "BBB-" para "BB+".
O Antagonista.

REBAIXAMENTO: Yes, we are junk!
Isso que dizer que junk = lixo = Dilma

Santa Catarina foi prejudicado pelo câncer da federação brasileira, comandada pelos quadrilheiros bolivarianos/comunistas PT.

#forabandidos
Bye, bye!
JULIANO SILVEIRA
22/12/2015 20:07
PARABÉNS ANDREIA POR HONRAR O ACORDO COM O PT PARA VOTAR NO GIOVANO

Andreia nessa semana demonstrou para q veio, primeiro defendendo interesses obscuros ao fazer emendas em projeotos de Lei!

Agora, honra o ACORDO com o PT e vota no Giovano para presidente da Câmara!

Essa é a sua ética?
Belchior do Meio
22/12/2015 20:07
Sr. Herculano:

"Diz o C?"DIGO DE ÉTICA DO PMDB:

CAPÍTULO IV
SEÇÃO I
DAS INFRAÇÕES ÉTICAS DOS FILIADOS

Art. 10. Constituem infrações éticas dos filiados do PMDB:

I ?" a violação de qualquer dos deveres partidários;
II ?" improbidade administrativa praticada na gestão da coisa pública;
III ?" conduta pessoal indecorosa;
IV ?" notória e ostensiva hostilidade à legenda e atitudes desrespeitosas a dirigentes e lideranças partidárias;
V ?" incompatibilidade manifesta com os postulados e a orientação política do Partido;
VI ?" promover filiações em bloco que objetivem o predomínio de pessoas ou grupos estranhos ou sem afinidade com o Partido.
VII ?" desobediência às deliberações regularmente tomadas em questões consideradas fundamentais, inclusive pela bancada a que pertencer o ocupante de cargo legislativo e também os titulares de cargos executivos;
VIII ?" atentado contra o livre exercício do direito de voto, a normalidade das eleições, ou o direito de filiação partidária;
IX ?" improbidade no exercício de mandato parlamentar ou executivo, bem como no de órgão partidário ou de função administrativa;

Renan, Paes, Picciani e Sérgio Cabral quebraram, pelo menos, 6 artigos do Código de Ética do PMDB."
Do site Gente Decente.

Deveriam ser expulsos, se levarem o Quixná debaixo do sovaco, não fará falta alguma aqui nos
"Belchiores".
Paty Farias
22/12/2015 19:55
Oi, Herculano;

Do blog do Políbio
(vou colocar os créditos antes para não pagar mico).

"O cantor e compositor Chico Buarque de Holanda foi hostilizado fortemente ontem a noite, ao sair de um restaurante no Leblon, no Rio de Janeiro, onde jantou acompanhado do cineasta Cacá Diegues.


O músico foi cercado por uma turma de jovens que iniciaram as críticas contra o artista. Dentre os patriotas brasileiros estavam o filho do empresário paulista Alvaro Garnero e o rapper Tulio Dek, ex-namorado da atriz Cleo Pires.


O que Chico Buarque ouviu é o que outros líderes do PT e seus aliados escutam diariamente:


- Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido".

Parabéns aos jovens patriotas brasileiros.
Como vítima de um país governado pelo pt, eu agradeço a manifestação.
Esculachar petista é questão de cidadania.

Herculano, alguém já colocou estes comentários, mas acho tão lindo, desculpa o plágio.
Belchior do Meio
22/12/2015 19:21
Sr. Herculano:

Os dois velhotes vendidos da Câmara devem ir à praia salgar o saco para não feder mais do que fede.
Belchiordo Meio
22/12/2015 19:18
Sr. Herculano:

Bem Feito pra Gaspar, temos um chapeiro presidente, me lembra um presidente chão de fábrica.
Herculano
22/12/2015 16:10
GIOVÃNIO BORGES, PSD, É O NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR

A eleição foi agora a tarde. José Amarildo Rampelotti, PT, foi escolhido o vice-presidente (quato votos do PT dois do PSD e do PP de José Hilário Melato). Ciro André Quintino, PMDB primeiro secretário e José Hilário Melato segundo secretário
Pernilongo Irritante
22/12/2015 14:04
Manchete de ontem.
"Dilma dá posse aos ministros do planejamento e da fazenda".

Acho que o correto seria:
"Dilma dá poço aos ministros do planejamento e da fazenda".
Carlos Alberto Beiler
22/12/2015 11:31
Adilson,

Lembro-me do tempo em que o senhor foi prefeito a Sec. de Agricultura estava abandonada, não se limpava valas, nao se tinha tratores pra nós agricultores. E ficou um tempão sem secretário, não me diga que não.

Quanto ao lixo, concordo.
ADILSON LUIS SCHMITT
22/12/2015 08:20
O LIXO E SEUS LIXEIROS.

Diz o cancioneiro que "ando devagar porque já tive pressa". A minha pressa e a minha formação pessoal, política e de cidadão já me fazem irritar e não aceitar cretinices engendradas nas alcovas do poder. Pérolas de fim de ano de 2.015 brotaram na fábrica de mazelas e desrespeito das coisas públicas.

A Agricultura foi rebaixada, com a conivência dos legisladores de plantão após período de incompetência administrativa de secretário nomeado, pelas combinações partidárias. O fim da Secretaria Municipal de Agricultura só poderia de se dar com a combinação da má vontade com o agricultor, do alcaide e secretariado por um candidato derrotado a vereador.

Mas o pacote de final de ano não se resumiu a esta aberração. Prosseguiu com o envio pela central do desrespeito das coisas ditas públicas e de interesse do cidadão. Sabendo da fraqueza dos legisladores aproveitou-se o mandatário mor e seus aconselhadores para mandar novas pérolas para aprovação.

O lixo e suas diversas fases e efeitos foram compilados num chamado processo concessionário. Tudo pronto, combinado, dirigido e mais uma vez sem consulta popular e ao arrepio da legislação maior. Mas por que tamanha certeza na aprovação? Legislativo dividido onde maioria se torna e vira minoria, onde a esperteza e o desrespeito predominam. Comunidade que não separa seus lixos. Que procura confundir-se a si mesmo. Não investem na educação, reciclagem e aproveitamento. Acomoda-se em destinar ao lixão e pagar tarifas cada vez mais caras e reajustadas acima de qualquer índice.

Conceder pura e simplesmente é melhor. Não dá trabalho, o poder se vê livre das polêmicas ambientais e a vida continua. Que se danem o ambiente e as novas tecnologias de destinação dos lixos. É mais cômodo conceder a qualquer preço do que procurar novas formas de coleta, reciclagem e uso econômico.

Um mau projeto de concessão pode ser ainda piorado pela inclusão de "jabutis". E esta concessão não passou incólume. Filigranas usuais de maus intencionados e com interesses a defender são manobras para desviar a atenção e lograr a aprovação da "entregação" aos escolhidos. Reduzir prazos e dividir o processo de solução dos lixos, só servem para aumentar os riscos e o encarecer da atividade.

Que nossos mortos e seus jazigos não se moldem por este modelo interesseiro e careiro de concessão. Se não morrer ficará pela hora da morte.

Adilson Luis Schmitt
Ex-Prefeito de Gaspar
Herculano
22/12/2015 07:43
AGORA VAI!, por Rodrigo Constantino, economista e presidente do Instituto Liberal, no jornal O Globo

Parte 1

Hoje temos a simbiose de Lula com a Odebrecht, que transferiu milhões para sua conta. Mas Lula é Lula, o pai dos pobres

Sou o presidente da ONG Petistas Arrependidos e Traídos Organizados pelo Socialismo (PATOS), e antes de mais nada é preciso celebrar: com Nelson Barbosa na Fazenda começa, de fato, o segundo mandato da presidenta Dilma. Até então, o foco era o "ajuste fiscal". É verdade que ele nem ocorreu, que os gastos do governo continuaram aumentando, que Joaquim Levy virou apenas um garoto-propaganda da volta da CPMF. Mas o que importa é o simbolismo, a narrativa.

Os economistas liberais defendem contas públicas equilibradas, mas a austeridade é recessiva. O que o país precisa é de um choque de "desenvolvimentismo", de uma "nova matriz macroeconômica". Sim, foram essas receitas da Unicamp que nos trouxeram à situação atual. Mas eis nosso mantra: quando uma teoria fracassa cem vezes, aí é que devemos aplicá-la uma vez mais, pois é a hora do milagre!

Basta perguntar ao nosso guru, Dr. Belluzzo. Ele só entende mais de futebol do que de economia, como se pode verificar no Palmeiras. Belluzzo foi um dos grandes mestres de Dilma, que seguiu seu receituário à risca. Como não deu certo, conforme os liberais alertaram, só nos resta colocar a culpa... nos liberais, no mercado, na crise internacional, no Darth Vader. E dobrar a dose do veneno, claro.

Nós, os PATOS, estávamos lá naquela manifestação chapa-branca a favor de Dilma, mas contra a política econômica de... Dilma. Agora que o bode expiatório foi sacrificado, estamos preocupados por não ter mais em quem colocar a culpa. O ministro Jaques Wagner disse que a política sempre foi de Dilma, e sabemos disso. Mas a presença de Levy ao menos servia para blindar a "presidenta". Agora, ou vai ou racha. E se rachar de vez? Bem, sempre existirá o tal "neoliberalismo" para levar a culpa...
Herculano
22/12/2015 07:42
AGORA VAI!, por Rodrigo Constantino, economista e presidente do Instituto Liberal, no jornal O Globo

Parte 2

Eis as previsões de um economista liberal: a inflação vai continuar acima de 10% ao ano e não vai voltar para a meta nem em 2018; o desemprego vai aumentar bastante; a atividade econômica, que já vai cair mais de 3% este ano, terá tombo similar ano que vem; o dólar poderá chegar a R$ 5,00 em breve, quiçá a R$ 6,00; o Brasil, quebrado, vai voltar a bater na porta do FMI em busca de dinheiro; o brasileiro terá que cortar a carne do cardápio; Disney, nem pensar! Ou seja, 2015 ainda vai deixar saudades.

Pode ser que as previsões desse Pessimildo se confirmem. Afinal, ele estava certo quando disse que o Brasil mergulharia numa estagflação, e disse isso ainda em 2010, quando todos estavam eufóricos com o país. Mas, se isso acontecer, não será culpa das medidas inflacionistas, e sim do mercado, que se recusa a aceitar nossa ideologia, preferindo coisas obsoletas como matemática e lógica. Os PATOS não precisam de calculadora, pois possuem os dogmas.

Do ponto de vista político, os PATOS rejeitam a tentativa de golpe da oposição. Sim, sabemos que o impeachment está previsto na Constituição, e que o PT sempre o defendeu contra os outros presidentes. Mas os outros são os outros. "O governo parece até uma quadrilha. Todo dia tem uma pessoa ligada ao presidente envolvida em alguma falcatrua", disse Lula quando FHC era presidente. Hoje tudo mudou. Não vemos mais escândalos envolvendo o governo. Não nós, os PATOS, pois fechamos os olhos.

Lula, na ocasião, disse sobre FHC: "Ele perdeu o senso de responsabilidade e não poderia participar de uma conversa tentando criar condições para favorecer uma empresa". Isso foi quando o então presidente autorizou que usassem seu nome para convencer uma empresa a participar de um leilão de privatização, para aumentar a concorrência e o valor de venda do ativo, beneficiando o país. Hoje temos a simbiose de Lula com a Odebrecht, que transferiu milhões para sua conta. Mas Lula é Lula, o pai dos pobres.

O melhor amigo dos petistas hoje é Renan Calheiros. Mas Cunha é o demônio em pessoa. Eis nossa ética: defendemos os "corruptos do bem", que estão do nosso lado. Dilma ganhou o apoio do grande artista e intelectual Tico Santa Cruz também, mostrando como ainda tem ícones culturais do seu lado, além do decadente Chico Buarque. Os PATOS se sentem traídos por alguns malfeitos petistas, mas o importante é manter a chama ideológica acesa e renovada.

Se nada der certo, ainda teremos a REDE e o PSOL. O partido de Marina Silva já abrigou o socialista Ranfolfe Rodrigues, e deve receber Paulo Paim, aquele senador que critica o PT por ser pouco de esquerda. A marca registrada dos PATOS é a insistência. Se o PT naufragar, a gente vai de PT novamente, ainda que com nova embalagem. É socialismo ou morte. Agora vai!
Herculano
22/12/2015 07:40
NO MELHOR ESTILO PETISTA, editoria do jornal O Estado de S. Paulo

"Podem ficar tranquilos que, com o tempo necessário, vamos resolver todos os problemas." Se dependesse apenas do industrioso e deslumbrado otimismo do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, os brasileiros já poderiam começar a se preparar para a comemoração de uma nova e auspiciosa era de prosperidade como nunca antes vista na história deste país. Ainda em seu gabinete no Ministério do Planejamento, Barbosa recebeu o Estado com exclusividade, no sábado, para garantir que vai "aperfeiçoar a política econômica" e promover uma "retomada mais rápida do crescimento da economia". Tudo isso com "estabilidade fiscal" e "controle da dívida pública".

Tomadas pelo valor de face, essas declarações em nada distinguem o novo ministro de seu antecessor Joaquim Levy. É o caso, então, de perguntar: por que a troca? A primeira resposta Barbosa ofereceu claramente agora que se sentou na cadeira que há muito cobiçava: assimilou muito bem o ensinamento do mestre Lula de que, quando se abre a boca para falar, é preciso saber bem o que as pessoas querem ouvir. Barbosa, não nos esqueçamos, orgulha-se de ser quadro fiel do PT. E demonstra a habilidade retórica que nunca foi o forte de seu antecessor.

Pelo menos até agora, o ministro diz apenas o que soa bem aos ouvidos de quem lhe cobra definições. Para o mercado, mirando o futuro, ressaltou enfaticamente a importância do ajuste fiscal para colocar em ordem as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores numa economia fortemente dependente dos desígnios governamentais. Para quem ainda cultiva o fetiche de ser de "esquerda" ?" ou seja, a obstinada militância petista e as organizações sociais dependentes do poder central ?", preferiu falar do passado: apresentou-se com a credencial de ter participado "do período dos governos do PT em que houve crescimento da renda per capita de todos os segmentos, sendo que a dos mais pobres foi a que cresceu mais". Esse é o estilo lulopetista do novo ministro da Fazenda.

Ao nomear Joaquim Levy, um ano atrás, com a missão precípua de botar em ordem as arrombadas contas do governo, Dilma Rousseff tinha consciência da falência da política econômica sustentada pela gastança para promover o crescimento da economia via aumento do consumo. Essa "nova matriz econômica" fora concebida ainda no governo Lula, quando havia dinheiro sobrando para gastar graças à combinação de um mercado internacional generoso com os fornecedores de matéria-prima com uma política fiscal ainda minimamente fiel aos fundamentos do indispensável equilíbrio. Já no início do segundo mandato de Dilma o reajuste fiscal era a prioridade número um, porque era preciso colocar o pé no freio da gastança.

Mas como colocar isso na cabeça de quem entende que o governo tudo pode e, portanto, basta ter vontade política para custear todas as justas reivindicações populares? Foi aí que Dilma, já complicada na área política por suas próprias lambanças, passou a ser fortemente pressionada por seu criador, que não perdia ocasião para gritar: "Fora Levy".

Levy não deu conta do recado e agora temos Barbosa. Ele é um "desenvolvimentista" ?" seja lá o que isso quer dizer ?" que, aparentemente, tem um olhar retrospectivamente crítico sobre a tal "nova matriz econômica" de que um dia se orgulhou tanto. Pelo menos, recusa-se a ressuscitar a expressão: "Não gosto de debater política econômica com base em rótulo, estereótipo ou caricatura. A diferença entre governo e economia é que estamos aqui para resolver problemas, não para provar ou refutar teses. É importante interpretar o passado, mas mais importante ainda é aprender com os erros e com os acertos do passado". Se for uma autocrítica sincera, ótimo!

Mas, se está muito claro o que deve ser feito para, conforme garante o novo ministro, "construir a estabilidade e a recuperação do crescimento", cabe outra pergunta: por que isso não foi feito até agora? Em recente encontro com Dilma, Lula teria dito à pupila: "Você precisa liberar o crédito, fazer a roda da economia girar e dar notícia boa". Parece fácil, pelo menos para Lula. É aí que reside o perigo.
Herculano
22/12/2015 07:36
SEM RAZÃO PARA CONFIAR EM NELSON BARBOSA, por Ricardo Noblat, de O Globo

Um ministro da Fazenda capaz de deixar felizes com a sua escolha a presidente Dilma, o ex-presidente Lula e o PT jamais ganhará a confiança de banqueiros e empresários. A não ser que Dilma, Lula e o PT renunciassem publicamente às ideias econômicas responsáveis pela crise que empurrou o país ladeira a baixo.

Foi por isso que a Bolsa de Valores caiu e o dólar subiu com o anúncio feito na última sexta-feira do nome de Nelson Barbosa para o lugar de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. A Bolsa voltou a cair e o dólar subiu outra vez enquanto Barbosa, ontem, tomava posse do seu novo cargo. Para completar, ele cometeu uma frase que aumentou a desconfiança geral:

- A direção da política econômica será a mesma.

Ora, se será a mesma porque Levy saiu e ele entrou?

Levy não saiu por motivos particulares, embora os estivesse de sobra. Saiu porque não conseguiu fazer o que pretendia ?" o ajuste fiscal do tamanho necessário para pôr as contas públicas em ordem, domar a inflação e resgatar a confiança dos investidores.

Não conseguiu fazer porque acabou sabotado dentro do governo, inclusive pelo próprio Barbosa que pensa diferente dele e que ambicionava seu lugar.

Há mais de três meses que Lula cobrava de Dilma a demissão de Levy. Chegou ao ponto de decretar que o prazo de validade dele expirara. Foi seguido pelo PT, docilmente, e pelos demais partidos de esquerda. Por fim, Lula venceu a parada.

A vitória foi saudada assim pelo líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE):

- Eu defendo que a Fazenda tem que liberar empréstimos para os estados. Vários estados estão precisando. Aumentar um pouquinho [a dívida], não tem problema não. Eles têm margem de endividamento. Se reaquece a economia estadual, reaquece a nacional também. Não pode mais ficar esse casulo de segurar, segurar. Já segurou demais.

Menos ajuste fiscal e mais crédito para o consumo. Menos mercado e mais Estado. Assim deverá ser.
Herculano
22/12/2015 07:32
A ONIPOTÊNCIA DO SONHO, por Hélio Schwartsmann para o jornal Folha de S. Paulo

A indicação de Nelson Barbosa para substituir Joaquim Levy na Fazenda tem o inegável mérito de reduzir um pouco o nível de surrealismo da política brasileira.

Dilma Rousseff, afinal, fora eleita prometendo preservar os ganhos sociais da era petista e invocando o fantasma do corte de benefícios que viria caso seus adversários triunfassem. Uma de suas primeiras providências pós-eleitorais, contudo, foi convocar Levy, o "neoliberal", para tentar implementar um forte ajuste que, evidentemente, incluía a redução dos chamados direitos do trabalhador ?"aquilo que não ocorreria em sua gestão nem que a vaca tossisse.

O ruminante tossiu e depois se engasgou. Os planos de ajuste de Levy foram sabotados pela própria Dilma e seu partido, que não lidam muito bem com imperativos de realidade, pela base aliada, que não resiste ao hábito de criar dificuldades para vender facilidades, e também pela oposição, que acha mais importante fazer o PT sangrar do que evitar o agravamento do desastre econômico.

Impossível não evocar passagens do manifesto surrealista de André Breton: "o surrealismo repousa sobre a crença (...) na onipotência do sonho"; "a atitude realista (...) é feita de mediocridade, ódio e insípida presunção"; "os procedimentos lógicos, em nossos dias, só se aplicam à resolução de problemas secundários".

A assunção de Barbosa, um "desenvolvimentista" que integrou a equipe econômica do primeiro mandato de Dilma, ao menos recoloca as narrativas em seus devidos lugares. Com ele no comando, ficará mais difícil atribuir os efeitos da crise às intervenções de matriz ortodoxa que Levy não conseguiu promover. O PT será mais claramente chamado a responder pelas políticas que adotou.

O risco, se a situação se agravar, é que poderá ficar interessante para o partido sacrificar Dilma no altar do impeachment e posar como vítima de um golpe das elites. Breton e os surrealistas ainda podem ressurgir.
Herculano
22/12/2015 07:28
O PMDB DE GASPAR CONTRA ANDREIA

O PMDB é autor do projeto de unir todos os partidos contra o PT.

Na verdade, não é tão contra assim como se supõe e se vende para os desinformados, desligados e jovens.

É que nos bastidores, apesar dos desmentidos formais feitos, inclusive aqui,os deputados federais Décio Neri de Lima (dono do PT de Gaspar) e Rogério Peninha Mendonça (o interlocutor do PMDB de Gaspar) negociam para que tudo seja uma passagem de poder e não uma verdadeira disputa de ideias e projetos, caso mesmo o PT venha perder fôlego na corrida municipal do ano que vem.

Volto. O PP de José Hilário Melato e João Alberto Pizollatti Júnior já anunciou o vice da chapa do PMDB: o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú.

Sobrou Marcelo de Souza Brick, PSD, de Fernando Neves, Giovânio Borges, de Jean Jackson Kuhlmann, de Ismael dos Santos, de Raimundo Colombo.

Desgastado pelas atitudes ambíguas, algumas delas relatadas na coluna acima, Marcelo já negocia desembarcar na chapa do PMDB (ele já cogitou formar par com o PSDB, mas na cabeça...). A agora no PMDB a questão é saber qual secretaria ele teria e os cargos nesta nova chapona.

Resolvida a questão do PP e PSDB, sobrou o recem "rebelde" PSDB. O PMDB já o tinha no papo com migalhas (como fez ao tempo de Sérgio Luiz de Almeida, o vice de Ivete Mafra Hammes) antes da chegada da vereadora e professora Andreia Symone Zimermann Nagel, vinda do DEM.

O PMDB colocou o bloco na rua para atrair o PSDB, inclusive sem a participação da Andreaia. Como não deu pelo convencimento, interlocutores e diálogo, o presidente Carlos Roberto Pereira, escalou o mesmo time que desmoralizou o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, que no PMDB, encarnou a mesma tragédia de unir todos os diferentes num mesmo barco.

Resultado? Tornou-se ingovernável. Qual foi a consequência? A prefeitura voltou ao PT e Zuchi. Então estão certos Décio e Peninha, tudo será uma passagem, ganhe o PT ou o PMDB, a qualquer tempo. Será sempre um vai-e-vem entre os mesmos.

O PMDB de Gaspar quer repetir a história, mas antes precisa tirar da frente quem possui mínimas chances de muda-la. Faz isso, não porque sabe que o PT não está forte, mas porque sabe que PMDB, PP e PSD ainda estão fracos, não decolaram e estão receosos desse futuro de passagem de poder.

Roberto adverte Andreia: vai ficar só e isolada.
Talvez. É do risco. É do jogo jogado. E se este vaticínio for verdadeiro, qual é o medo que PMDB, PP e PSD possuem de alguém que vai ficar só e isolado, que não vai incomodar uma aliança tão poderosa mas com cheiro de ranço e do mesmo? Acorda, Gaspar!
Herculano
22/12/2015 06:58
DELCÍDIO CONFESSA QUE É UM CONTADOR DE LOROTAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Por meio dos advogados, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) chama de "delirante e fantasioso" o conteúdo da gravação em que ele insinua influência sobre políticos e magistrados, e de "blefes e bazófias" o que afirmou na conversa com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o levou à prisão no dia 25 passado. Ele também inocenta o banqueiro André Esteves, solto neste sábado (19).

Senador admite 'blefe'

A referência a Esteves, diz a defesa de Delcídio, "foi um blefe" para dar à família Ceveró a ideia de que poderia obter "consolo" ou "vantagem".

Livrando o auxiliar

Delcídio também procurou inocentar seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, afirmando que ele sempre agiu sob sua ordem e confiança.

Confiança do advogado

O criminalista Kakay disse ter feito forte prova da inocência de Esteves e confia que a Justiça nem sequer receberá a denúncia contra ele.

Domínio público

Delcídio lembra que cópia do acordo de delação de Ceveró, apreendida com investigados, já havia sido publicado em revistas semanais.

PMDB PR?"-IMPEACHMENT AMEAÇA RECRIAR O PARTIDO

Ataques ao vice Michel Temer, pelo PMDB do Rio e senadores ligados ao Planalto, provocam a reação de parlamentares do partido favoráveis ao impeachment de Dilma. Parte segue a liderança de Eduardo Cunha (RJ) e ameaça recriar o PMDB sem adesistas, na convenção de março, rompendo com o PT. Eles deram várias provas de força, impondo ao governo derrotas como a eleição da comissão do impeachment.

Guerra de guerrilha

O clima do PMDB pró-impeachment é o de promover uma espécie de "guerra de guerrilha" contra os que aderiram ao governo.

Terra arrasada

"Do jeito que vai, terá que recomeçar tudo do zero", avisa o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). "Terá que se recriar a política no Brasil."

Pisando em ovos

Do tipo conciliador, o vice Michel Temer pede cautela aos insatisfeitos. Para ele, as brigas internas prejudicam mais o PMDB que o governo.

#ForaDilma

Levantamento do Paraná Pesquisas, entre os dias 10 e 14, mostra que 62,4% dos paranaenses defendem o impeachment de Dilma e que 71,4% não acham isso "golpe". E 84,4% desaprovam o governo petista.

#ForaCunha

O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas aponta também que 82,7% dos 1.520 entrevistados querem o afastamento do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara.

Dois lados da moeda

Acusando o Ministério Público de perseguição, Eduardo Cunha diz que Renan Calheiros responde a seis inquéritos. Cunha, a três. "Sabe-se tudo sobre os meus inquéritos e quase nada sobre os do Renan", diz.

Garantia

Ao contrário de Rodrigo Janot, o salvador do mandato de Dilma, o Palácio do Planalto defende a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara ?" a melhor maneira de impedir o impeachment.

Baxíssimo nível

Agentes do governo escalados para trabalhar nas Olimpíadas do Rio não vão contar com sinal de Wi-Fi. Nem nas áreas onde haverá jogos, tampouco nas bases operacionais. Inclui aí a equipe de segurança.

Pedido de liberdade

O advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Delcídio Amaral, pediu ao STF a revogação da prisão ou sua substituição por medidas cautelares, como afastamento do exercício do mandato de senador.

Projeto de poder

O ministro Gilberto Kassab assedia Jerônimo Goergen (PP-RS) para se filiar ao PSD. Ele recusou o convite. Na janela de transferência, Kassab quer transformar sua bancada na segunda maior da Câmara.

Ouvidos moucos

Fiel escudeiro de Leonardo Picciani, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) reconhece a dificuldade do garotão de ouvir a bancada: "Ele precisa respeitar a vontade da maioria".

Pensando bem...

...Dilma trocou Joaquim Levy, economista respeitado, por um ciclista no Ministério da Fazenda: Nelson Barbosa é especialista em "pedaladas".
Herculano
22/12/2015 06:50
O MENSALÃO TUCANO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A Justiça de Minas Gerais condenou o ex-governador Eduardo Azeredo a 20 anos e 10 meses de prisão. De acordo com a sentença da juíza Melissa Pinheiro Costa Lage, o tucano desviou dinheiro público para financiar sua campanha frustrada à reeleição, em 1998.

O esquema envolveu três estatais mineiras, que fecharam contratos de fachada para repassar verba de publicidade a políticos. Em valores atualizados, o rombo foi de R$ 10 milhões. O caso ficou conhecido como mensalão tucano porque serviu como laboratório para o mensalão do PT. Os dois escândalos tiveram o mesmo operador: o publicitário Marcos Valério, da SMP&B.

Azeredo não é um tucano qualquer. Chegou a ser presidente nacional do PSDB, cargo hoje ocupado pelo senador Aécio Neves. Estava no Senado quando a Procuradoria-Geral de República o denunciou ao Supremo Tribunal Federal, em 2007. Dois anos depois, a corte decidiu transformá-lo em réu.

O mensalão mineiro virou um símbolo da morosidade judicial. O caso se arrastou no STF até 2014, quando Azeredo renunciou ao mandato de deputado para escapar da punição. Sob protestos do então ministro Joaquim Barbosa, que acusou o tucano de "debochar" da Justiça, o processo voltou à primeira instância.

Na semana passada, Azeredo foi finalmente condenado por peculato e lavagem de dinheiro, mais de 17 anos depois dos desvios. Graças à manobra para fugir do STF, ele poderá recorrer em liberdade até que o caso volte a ser analisado pela corte.

Desde que perdeu a eleição presidencial para o PT, o senador Aécio repete que não foi derrotado por um partido, e sim "por uma organização criminosa". Apesar do prontuário de alguns petistas influentes, talvez seja a hora de virar o disco. Na sentença do mensalão tucano, a juíza Costa Lage afirma que seu aliado Azeredo também integrou "uma organização criminosa complexa", montada para assaltar os cofres mineiros
Herculano
21/12/2015 19:34
NO MERCOSUL, DILMA VENDEU UM BRASIL DE FÁBULA, por
Josias de Souza

Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira, no Paraguai, de uma reunião da cúpula do Mercosul. Ao discursar, disse o seguinte: "Estou certa de que a reorganização do quadro fiscal no Brasil logo trará resultados positivos, junto com o fim da crise política que tem afetado o meu segundo mandato desde o seu início." Ai, ai, ai?

Reorganização do quadro fiscal? Ora, isso é obra por fazer. Fim da crise política? Falta combinar com os russos e com a turma da Lava Jato.

Dilma disse também: "Nós estamos determinados a reduzir a inflação, consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentar a confiança na economia e garantir a retomada sólida e duradoura do crescimento com distribuição de renda. Ai, ai, ai. Esses não eram os objetivos de 2015?

A presidente foi mais longe: "Juntamente com uma política fiscal de consolidação, estamos desenvolvendo também um novo ciclo que será marcado por maior estímulo às exportações, ao forte investimento em infraestrutura e energia." Ai, ai, ai?

Reduzir a inflação? Consolidar a estabilidade e a confiança? Retomar o crescimento? Ora, com a inflação em alta, não há estabilidade nem confiança. Muito menos crescimento. Novo ciclo? Investimentos? O que há, por ora, é a velha crise que, por resistente, conspira contra os investimentos.

O discurso de Dilma desperta uma curiosidade: onde se localiza esse Brasil róseo que a presidente vendeu no encontro do Mercosul? Açoitados pela recessão, pela carestia e pelo desemprego, os brasileiros certamente preferirão morar no país de fábula do discurso da presidente a continuar residindo no Brasil real, que a oradora preside com rara ineficiência.

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