Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

22/06/2017

ILHOTA EM CHAMAS I
Os políticos não tomam jeito, mesmo. Gostam de entreter analfabetos, ignorantes e desinformados, o qual chamam de povo, eleitores, cidadãos, enquanto desfrutam e distribuem benesses entre os seus e financiadores. Os políticos e seus amigos que usufruem do poder de plantão, repudiam os esclarecidos, os que fiscalizam, os que cobram, os que desmascaram, a imprensa livre, investigativa ou a que não dobra por medo e migalhas. Isto não me referi somente aqui, mas o Brasil que está nas manchetes das páginas de política, faz inveja às páginas policiais. Veja mais esta.

ILHOTA EM CHAMAS II
O prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, PMDB, que agora virou pensador, escreveu na noite do dia 13, terça-feira da semana passada, na sua rede social: “costumo falar que nenhum prefeito gosta de enterrar tubo, porque a população não vê e eles ficam enterrados, penso diferente, sei que é uma necessidade e que por exemplo a muitos anos os moradores da rua Luiz Leal, reivindicavam à referida obra, que começou com a tubulação nova, retirada da curva e macadamização de toda a via, além das vias do Baú Baixo que ainda faltam, sabemos que o défice em saneamento básico em Ilhota é muito grande e aos poucos vamos zerar esta necessidade”. E publicou a foto do serviço realizado lá na rua Luiz Leal e que a republico acima.  Mas, agora, caros leitores e leitoras, vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

ILHOTA EM CHAMAS III
Primeiro: o prefeito Erico vendeu uma coisa, mas na verdade o que moveu a fazer a obra foi bem outra. Não foi exatamente o povo, a população, mas um fato, um acidente e bem localizado. As fotos estão aí, abaixo. Um caminhão com 30 mil quilos de carnes, de um amigo e poderoso da rua, tombou naquela curva poucos dias antes. Incômodo antigo. Queixa antiga; até o estrago no caminhão e na carga. Uma conversinha de pé-de-ouvido entre poucos, resolveu tudo em questão de minutos. Rápido como uma flecha. Então Erico não ouviu o povo, está apenas usando o povo como escape. Viu apenas que vale a pena, neste caso, enterrar tubos, e dos grandes. O povo...

ILHOTA EM CHAMAS IV
Segundo: é preciso ver onde termina a Rua Luiz Leal e onde foram feitas estas obras de canalização e “desentortamento” da rua. Não custa nada o Ministério Público conferir na Lei que criou a Rua, as medidas da extensão dela. Outra: foi retirada a curva da rua para proteger os caminhões, diz Erico? Hum! Onde está a Lei de doação do terreno de particular naquela curva para o município e assim de propriedade dela, o Município de Ilhota torná-la “mais reta”?

ILHOTA EM CHAMAS V
Terceiro: o prefeito Érico de Oliveira escreve que está aproveitando para macadamizar as partes sem calçamento da via principal do Baú Baixo onde está a Rua Luiz Leal. Faz isso, só para aliviar o peso da consciência. Excelente! É dever. É manutenção. Ao mesmo tempo, disfarça e embrulha tudo num mesmo pacote: o que fez para um, distribui para todos. Não é favor algum como insinua. Entretanto, as partes da Estrada Geral que possuem recém-calçamento, estão se tornando um lodaçal (ou poeirento) só, como mostrei, com fotos, na coluna de duas sextas-feiras passadas. Quarto:  o prefeito escreve que “o défice em saneamento básico em Ilhota é muito grande e aos poucos vamos zerar essa necessidade”.

ILHOTA EM CHAMAS VI
Como é que é? O déficit em saneamento básico em Ilhota é muito grande? Que se saiba, ele é quase total. Ou o prefeito está mal informado ou desconhece do assunto. Ou se conhece e foi informado, está brincando com coisa muito séria. Quantos metros há enterrados (e que o povo não vê), ou à mostra (que o povo vê), de tubulação para a coleta de esgoto na cidade da Moda Íntima? Zero! Quantos litros são tratados de esgoto em Ilhota? Zero! Recolhimento de lixo está no improviso. Tratamento e distribuição de água sob batalha judicial. E a canalização das águas fluviais, algumas misturadas com esgotos residenciais, industriais e comerciais, sob dúvidas. 

ILHOTA EM CHAMAS VII
Então de que déficit o prefeito Érico está escrevendo na sua rede social e tentando-se promover? “Aos poucos vamos zerar essa necessidade”? Como assim? Onde estão os projetos, incluindo os dos esgotos? Quem os aprovou? Como e quando foram discutidos? Onde está o dinheiro? Onde estão as licitações? Onde estão os prazos? Não se está falando apenas escoamento pluvial? E mesmo assim. Resumindo: de básico, falta ainda muita coisa como a coleta, destinação e conscientização de lixo orgânico e reciclável; coleta, tratamento, reservação e distribuição de água tratada, além do esgoto. Até mesmo, a produção de água é vista e tratada, no emaranhado de jogos para se criar mais um local público de empregos com o dinheiro do povo aos cabos e amigos dos políticos e dos partidos no poder de plantão e não para atender uma necessidade. De avançado, só mesmos os loteamentos que demandam esses serviços (coleta e tratamento de esgoto, escoamento das águas das chuvas, coleta de lixo orgânico e reciclável e água tratada) e que a prefeitura de Ilhota não os estruturam na sua sustentabilidade.

ILHOTA EM CHAMAS VIII
De hilário, depois desta nova jogada de comunicação onde o povo é um escudo para ações entre poucos, só a queixa que o prefeito Érico filosofou e plantou na sua rede social. Fotografado pelas costas andando solitariamente por um caminho malcuidado (como a maioria das estradas municipais), escreveu para justificar a estranha imagem postada: “Com coragem todo dia, dou as costas ao fracasso e sigo o meu caminho, sabendo que cada passo que dou não traz uma vitória minha, mas uma vitória de todos”. Resumindo e concluindo: não foi isso exatamente o que se viu na Rua Luiz Leal.

OS FANTASMAS DE LUIZ ALVES I
Quem é o secretário de Obras, de Ilhota? Viland Bork, PMDB, ex-prefeito de Luiz Alves. É uma área sensível, muito sensível. O que está acontecendo? Viland está sendo investigado porque como prefeito de Luiz Alves, empregou ou não conseguiu controlar o emprego de fantasmas na prefeitura, numa prefeitura muito pequena, onde tudo pode ser controlada a partir dos olhos, e as planilhas não tem mais que uma página para se verificar dados, números e disfunções. Veja esta reportagem no jornal Diarinho, de Itajaí. Sintomática. É por isso, que os políticos não toleram a imprensa livre, investigativa, e as vezes, a Polícia que faz os inquéritos, o Ministério Público que denuncia e até o judiciário quando não lhes favorece no julgamento.

OS FANTASMAS DE LUIZ ALVES II

“Israel Fernando da Costa, 45 anos, e Suzane de Oliveira da Costa, 32, foram presos preventivamente hoje pela polícia Civil de Navegantes. Eles são acusados de desviarem mais de R$ 228 mil de recursos públicos na prefeitura de Luiz Alves, onde trampavam como servidores, através de fraude no sistema. Os desvios teriam ocorrido nos últimos cinco anos envolvendo o cadastro de dois funcionários fantasmas. O rombo pode ser ainda maior. A polícia ainda aguarda o recebimento de novos extratos bancários.
O casal vai responder pelos crimes de peculato e de inserção de dados falsos em sistema de informações. De acordo com o delegado Rodrigo Coronha, responsável pelo inquérito, Israel é servidor concursado há cinco anos. Ele chefiava o setor de Recursos Humanos e também trabalhava na tesouraria. Já a mulher era contratada e trampou na tesouraria entre 2013 e 2015, chegando a atuar no setor de imprensa. O contrato dela não foi renovado após o término. Por ser funcionário de carreira, Israel é alvo de um processo administrativo e tá afastado das funções”.

 

TRAPICHE

Coisa de cartas marcadas? Ontem, quarta-feira, foi dia 21. O que apareceu no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair - e ontem, coo de costume, ele foi publicado no início da tarde?

Credenciamento 04/2017 para interessados em prestar serviço de restaurantes através de veículos do tipo “food truck”. E que hora começou o credenciamento? A partir das 8h de ontem.

Também começou ontem e vai até o dia 30 de junho, o credenciamento para serviços de restaurante e fornecimento de alimentos para quem quiser participar do III Festival Gastronômico da Tilápia nos dias sete, oito e nove de julho na Arena Multiuso.

Os comentários de ontem no paço municipal de Gaspar foi a barbeiragem da secretaria de Educação, chefia de gabinete, do secretário de Assistência Social, do próprio prefeito e seus assessores de comunicação no caso da professora Círia Cristina Amaro da Rocha. Mas, pelo jeito, o aprendizado foi zero. Então virá mais. Sabe quem é culpado: as pessoas que possuem sentimento e humanidade, e a imprensa desalmada. Os acessos da coluna bateram recordes. E nas salas, o conteúdo da coluna circulou impresso e repetido nas redes sociais. Acorda, Gaspar!

Samae inundado I. Ainda sobre as notas deste mesmo título na coluna Olhando a Maré, de ontem (agora ela não tem dia e hora para serem publicadas aqui no portal Cruzeiro do Vale), os funcionários do Samae e vereadores, Rui Carlos Deschamps, PT, e Cícero Giovane Amaro, PSD, se mostraram preocupados com o colapso eventual do Rio Itajaí Açú ser quase o único fornecedor de água para Gaspar.

Samae inundado II. O tema surgiu após aprovação, às pressas, amadoramente e até irresponsavelmente, pela Câmara, do Plano de Saneamento Básico, para unicamente se candidatar a recursos federais.

Samae inundado III. A princípio está claro que não se criou alternativas para uma eventual colapso e catástrofe. Também na fala de ambos, e principalmente de Rui que diz conhecer um levantamento neste sentido, não há mananciais alternativos no município que possam dar conta das exigências de abastecimento de hoje e do futuro.

Samae inundado IV. E concluo que não haverá alternativas, se não se investir tempo e recursos estudos, prevenção e interligações de redes, mais do que é hoje, à uma preocupação sensata de ambos e que conhecem o assunto por lidarem com ele.

Remédios: Só no dia três de julho a prefeitura de Gaspar vai fazer o pregão para registro de preços para futuras aquisições de medicamentos para dispensação gratuita na farmácia básica do Município.

Ilhota em chamas IX. Está marcado para o dia seis de julho, as duas horas da tarde, o leilão de bens inservíveis pelo maior lance e pertencentes ao município de Ilhota. A prefeitura não está nele. Se desfazendo.

Ilhota em chamas X. Dois presentes para os empresários. Foi aprovado a doação de R$88.500,00 para a Associação Comercial e Industrial de Ilhota – ACIIL. E virou lei o endurecimento nas exigências para aquelas feiras itinerantes que concorrem deslealmente com o comércio local.

 

Edição 1806

Comentários

Maria
23/06/2017 09:25
OS FANTASMAS DE LUIZ ALVES

Bom dia Herculano. Já se falava semana passada aqui em Ilhota sobre a cidade de Luiz Alves, que está passando por uma mudança interessante na administração da prefeitura com esse novo prefeito. Após 16 anos na prefeitura de Luiz Alves, 8 como vice prefeito e mais 8 como prefeito, o Viland Borck deve ter motivos para se preocupar. Além desses funcionários fantasmas, parece que tinha muito mais coisas erradas, vamos dar tempo ao tempo para ver se aprece mais alguma. É triste porque é mais um tipo de político que mostra a cara da política desse Brasil. Para quem tinha equivocadamente aqui em Ilhota esse ex-prefeito de Luiz Alves como modelo!!! Eis que aí está o bom gestor!?
jussara da silva
23/06/2017 07:53
Quem ganha é o Capitão Gancho.


1. De volta a Terra do Nunca. Peter Pan tem razao. Nunca estão, nunca podem, nunca resolvem e nunca vão se entender. Tanto é verdade que "o time de confiança" que entrou para revolucionar a saúde de Gaspar se desmanchou. A coisa toda virou um campo de guerra. As três "bem unidas" agora estão apontando suas armas umas para as outras. O resultado disto é o caos instalado na saúde. Pra quem ainda não sabe uma das diretoras está fazendo a maior campanha para tirar a secretária do seu posto. E parece que seu plano sujo vai dar certo. A secretária está com a corda no pescoço, com os dias contados. E tudo indica que esta fulana, que fala para os 4 cantos que a secretária está "sobrando", vai continuar firme e forte destruindo tudo aonde passa. Quem diria que uma das mulheres de confiança da secretária a trairia até este ponto? As hipoteses são muitas, mas a verdade nua e crua é que a diretora espertalhona é do PT e está metida na secretaria da saúde para implodir a atual administraçao. O prefeito e seus homens de confiança precisam urgentemente tomar conta da situação e investigar esta cidadã, que está fazendo pouco caso da saúde municipal, está trabalhando para derrubar a comandante com intrigas e relaxamento. Quase todo mundo sabe na policlínica, nos postos de saúde e na própria prefeitura. Que vergonha. Nesta história podre o herói não é o Peter Pan é o Capitão Gancho

Herculano
22/06/2017 18:57
ILHOTA EM CHAMAS

O EX-PREFEITO DE ILHOTA, DANIEL CHRISTIAN BOSI, PSD, FOI PRESO HOJE NA OPERAÇÃO "TERRA PROMETIDA" DEFLAGRADA PELO GAECO E QUE APURA IRREGULARIDADES NA APROVAÇÃO E EXECUÇÃO DE LOTEAMENTOS EM CIDADES DA REGIÃO.

Este assunto sempre foi abordado unicamente aqui nesta coluna e é origem do título, repetitivo. E sofria descrédito e ,intimidação do poder de plantão. Assessores do ex-prefeito, inclusive que residem em Gaspar, estão preocupados, pelo envolvimento direto e indireto com o caso

A operação de hoje é decorrente dos pagamentos de propina oferecidos e pagos aos servidores públicos investigados. Eles recebiam lotes das empresas empresas beneficiadas pelo esquema criminoso.

Ilhota de Capital da Moda íntima, virou íntima de loteamentos e loteadores que se multiplicara, ao arrepio da legislação, e que muitos deles, o atual governo de Érico de Oliveira, PMDB, tenta regularizá-los, com audiências marotas.

Este assunto está a cargo do vice prefeito, Joel José Soares, PP, que acumula o cargo de secretário de Planejamento, mas que é um empresário do ramo imobiliário, ou seja, está administrando interesses públicos e particulares ao mesmo tempo.
Herculano
22/06/2017 18:11
STF FORMA MAIORIA PARA MANTER FACHIN COMO RELATOR JBS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Rafael Moraes Moura, Breno Pires e Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 22, para manter o ministro Edson Fachin como relator da delação da JBS. O julgamento foi suspenso com 7 x 0, a favor da entendimento que cabe ao relator homologar delações. A sessão foi interrompida e será retomada na quarta-feira.

Nesta quarta-feira (21), os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes votaram no sentido que cabe ao relator homologar acordos de colaboração premiada. Os ministros também votaram para manter Fachin como relator da delação do Grupo J&F, holding que inclui a JBS.

O julgamento foi retomado nesta quinta-feira, quando os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, acompanharam o voto de Fachin. A sessão plenária ainda não terminou.

"Se o acordo for homologado, já passa a haver direito, já passa a haver eficácia. Não é apenas na sentença que poderá haver eficácia, mas já no momento da homologação", disse Toffoli.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, "o Estado tem que ser leal e cumprir sua palavra, tanto quanto o colaborador, e o Estado só pode invocar a cláusula do contrato não cumprido se o colaborador não entregar aquilo a que se comprometeu".

Barroso afirmou que é possível oferecer um benefício de delação premiada a um delator mais brando do que está previsto na legislação. Tal comentário pode ser visto com um argumento no sentido de que não há ilegalidade em conceder o perdão judicial completo a delatores como os do grupo JBS.

"Tudo isso se insere num contexto em que a legislação penal vem flexibilizando o dogma da indisponibilidade da ação penal com a previsão penal da suspensão condicional do processo e mesmo da transação penal", disse Barroso.

Além de manter Fachin como relator e manter a homologação que ele fez, Barroso e Fux ainda fizeram questão de deixar claro que não é possível alterar o acordo mesmo na sentença, exceto se houver descumprimento do acordo pelo delator.

Fundamentos. A ministra Rosa Weber também acompanhou o voto do relator, Edson Fachin, negando o pedido que havia sido feito pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, que queria sorteio de um novo relator para a delação da JBS, e estabelecendo que cabe ao juiz que recebe a proposta de colaboração premiada fazer a homologação, e, não ao plenário. "Endosso os fundamentos lúcidos e serenos do ministro Fachin", disse Rosa Weber.

"Cabe ao relator, em decisão monocrática, a homologação do acordo de colaboração premiada. Reafirmo a competência do colegiado para avaliar quando, da sentença, o cumprimento dos termos e a eficácia do acordo", disse a ministra.

O ministro Luiz Fux, por sua vez, defendeu a tese que, depois de homologada, a colaboração premiada somente terá a sua eficácia posteriormente julgada.

"Uma vez homologada, no momento do julgamento somente a eficácia da colaboração poderá ser analisada. Entendo que isso deve ficar bem claro para que no futuro não venha a se arguir a invalidade de delações premiadas", ressaltou Fux.
Herculano
22/06/2017 18:05
GILMAR MENDES DEIXA PLENÁRIO APóS DISCUSSÃO COM BARROSO. BARROSO REAGIU IRRITADO QUANDO GILMAR O ACUSOU DE NÃO RESPEITAR POSIÇÕES DIVERGENTES

Conteúdo do jornal O Globo. Texto de André de Soua e Carolina Brígido, da sucursal de Brasília. Pouco antes de a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quinta-feira ser interrompida para um intervalo, o clima azedou entre os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que têm posições diferentes sobre as regras das delações premiadas. Barroso chegou a dizer que quem não concordasse não poderia assumir a atitude de "ir embora". Minutos depois, Gilmar foi visto deixando o tribunal. Ele não voltou com os demais ministros quando a sessão foi retomada, após o intervalo, mas chegou logo depois.

Barroso não costuma discutir com os colegas em sessões no plenário. Gilmar, por sua vez, já se desentendeu em algumas ocasiões com outros ministros.

Em resposta para Gilmar Mendes sobre delação da JBS
Barroso, que votou com a maioria pela manutenção da forma como as colaborações são feitas, reagiu irritado quando Gilmar o acusou de não respeitar posições divergentes.

- Essa é a opinião de Vossa Excelência. Deixe os outros votarem - exaltou-se Gilmar.

- Sim, mas tá todo mundo votando - respondeu Barroso.

- Claro. E respeite o voto dos outros - reagiu Gilmar.

- Claro, vou plenamente respeitar os votos dos outros. Estou ouvindo Vossa Excelência. Inclusive foi Vossa Excelência que ontem suscitou: a questão não é só essa, temos outras considerações. E em consideração à de Vossa Excelência, eu trouxe a minha. Agora não pode: acho que vou perder e vou embora. Não! Estamos discutindo - devolveu Barroso.

Antes da discussão, Barroso argumentou que provas trazidas na delação, mesmo que anuladas, não devem ser capazes de contaminar a colaboração.

- Os temas de legalidade têm que ser enfrentados neste momento. Para dar um exemplo real: se num caso concreto o Supremo venha a declarar ilegítima, por qualquer razão, uma gravação ambiental, que no entanto foi levada em conta no momento da celebração do acordo, eu acho que a eventual invalidação da gravação ambiental não contamina a colaboração premiada se o procurador-geral tiver proposto o acordo e o relator tiver homologado. Portanto, eu acho que nós tiraremos a segurança jurídica do instituto da colaboração premiada se não definirmos isso, e não diremos qual é o papel do relator. Portanto, eu acho que é muito importante essa discussão - disse Barroso.

Ele alertou para a possibilidade de o julgamento abrir caminho para a anulação da delação mais à frente, mesmo que o delator tenha cumprido o acordo. Barroso disse isso após um comentário de Gilmar sobre gravações ambientais feitas pelos delatores da JBS sem conhecimento dos interlocutores. Entre os gravados está o presidente Michel Temer, que agora é investigado no STF por corrupção, obstrução de justiça e organização criminosa.

- A "Folha de S.Paulo" sustenta que a gravação foi previamente combinada com o Ministério Público e que houve treinamento. Mas há esta questão. Vamos dizer que se prove esse fato a posteriori... - afirmou Gilmar.
- O colaborador premiado não tem culpa, ele seguiu a autoridade pública - reagiu Barroso, que depois complementou:- Todos sabemos o caminho que isso vai tomar, e portanto já estou me posicionado antes. Sou contra o que se quer fazer aqui lá na frente. Então eu não quero que se faça lá na frente. Já estou dizendo agora que não aceito.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal já votou por manter a relatoria da delação da JBS com Edson Fachin. O plenário analisa o pedido de revisão de pontos do acordo de colaboração firmado pelos executivos da empresa, entre eles Joesley Batista, que acusou o presidente Michel Temer de ser destinatário final de propina e dar aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha na cadeia.
Herculano
22/06/2017 12:50
O MARTELO DE MORRO

Conteúdo de O Antagonista. O juiz Sergio Moro já está pronto para sentenciar Lula.

Os autos do processo do triplex chegaram ao seu gabinete ontem à tarde, segundo a Veja.

Agora só falta bater o martelo.
Herculano
22/06/2017 12:34
ILHOTA EM CHAMAS

Há quanto tempo, e só aqui, você sabe que esse negócio de loteamentos em Ilhota, é algo sem transparência?

Uma gravação na campanha eleitoral, desnudou quem é quem nesse negócio. Esta gravação está no Ministério Público e ela não é parte desta investigação de hoje.

Quando esse material chegar a esta investigação, a coisa vai piorar, muito mais do que já está.
Herculano
22/06/2017 12:19
ILHOTA EM CHAMAS

A terra da moda íntima, de uma hora para a outra virou a terra dos loteamentos. Esta coluna vinha advertindo e monitorando. E os políticos e empresários associados a políticos desafiando. Olha o que aconteceu hoje. O texto é do Diarinho, de Itajaí.

Os donos da G.Laffitte, Gelson G.Laffitte e Gilson G.Laffitte Neto, o vereador Antonio Paulo da Silva Neto, o Piteco, e o ex-vereador Carlos Alexandre Martins, o Xande, foram presos na operação "Terra prometida" do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrada na manhã de hoje em Camboriú. Integrantes da força-tarefa estão cumprindo sete mandados de prisão e 25 mandados de busca e apreensão em casas, escritórios particulares e órgãos públicos, nos municípios de Camboriú, Balneário Camboriú, Bombinhas, Ilhota, Itapema e Tijucas.

A investigação começou em 2015 e indica que vereadores de Camboriú estariam recebendo vantagens indevidas para fazerem alterações no plano diretor municipal para beneficiar empresários ligados ao ramo de loteamentos imobiliários. Aproximadamente 60 pessoas são investigadas. Estão sendo apurados crimes de concussão, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e outros.

A reportagem do DIARINHO tentou falar com a empresa G.Laffitte na manhã de hoje, mas ninguém atendeu ao telefone.
Herculano
22/06/2017 12:02
PLANALTO ATUA PARA IMPEDIR QUE JBS 'VAZE' DO PAÍS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Sem poder contar com o Ministério Público Federal, o Planalto decidiu utilizar os instrumentos de que dispõe para não deixar barato os crimes confessos dos donos da JBS. A ordem é impedir que o grupo "vaze" do Brasil, como se suspeita, ou que dê calote em bancos públicos como BNDES. O governo monitora o que a Advocacia Geral da União (AGU) definiu como "desfazimento de bens" da turma de Joesley Batista.

ORDEM DO PRESIDENTE
A ordem de Michel Temer, antes de viajar à Rússia, foi acionar os órgãos de controle do governo para não deixar Joesley & cia impunes.

CAPITALIZAÇÃO
A J&F/JBS tenta levantar R$6 bilhões com a venda de ativos. Oferece ao mercado 19% da Vigor Alimentos e duas subsidiárias estrangeiras.

LIVRANDO-SE DOS ANÉIS
As subsidiárias da J&F/JBS à venda são a Moy Park, sediada da Irlanda do Norte, e a americana Five Rivers Cattle Feeding.

BLOQUEIO DE BENS
A AGU já pediu ao TCU o bloqueio de bens dos donos da J&F/JBS no valor de R$850 milhões, para ressarcir prejuízos do BNDES.

REGUFFE LIDERA DISPARADO PARA O GOVERNO DO DF
O senador Antonio Reguffe lidera com folga todos os cenários para o governo do DF, em 2018, segundo levantamento do Paraná Pesquisa para o portal Diário do Poder. Se a eleição fosse hoje, ele teria 25,1%, contra 16,9% de Cristovam Buarque (PPS), 9,8% de Chico Vigilante (PT), 7,8 % de Rodrigo Rollemberg (PSB), 7,1% de Paulo Octávio (PP), 3,8% de Izalci Lucas (PSDB), 3,8% de Rogério Rosso (PSD), 2,1% de Joe Valle e 1,2% do ex-presidente da OAB-DF Ibaneis Rocha.

CENÁRIO
Se Reguffe e Cristovam não disputarem o governo, Chico Vigilante lideraria com 15,5%, seguido de Rollemberg com 11,9%.

DÚVIDA GRANDE
Com Reguffe na disputa, 22,5% ainda não sabem em quem votar. Sem Reguffe, a soma dos que não sabem chega a 26%.

AVALIAÇÃO
No DF, o governador Rollemberg é aprovado por 20,6% e reprovado por 76,4%. O levantamento do Paraná Pesquisa ouviu 1.516 eleitores.

VIVA O POVO BRASILEIRO
O clima de tensão entre políticos é um prato cheio para a criatividade do brasileiro. O site Wimoveis, de venda de imóveis, tem tríplex anunciado assim: "Compre sem medo, não é do amigo do Lula".

CONFIANÇA EM MORO
Levantamento da Paraná Pesquisas revelou que 71,4% dos brasileiros acreditam na condenação do ex-presidente Lula, no caso do tríplex, e 61,1% negam que o juiz Sérgio Moro persiga o petista.

SENTENÇA SAI LOGO
Sérgio Moro decide sem demora, após as alegações finais. Sua sentença sobre Lula deve sair até a próxima semana. Mas ninguém se surpreenderá se o fizer até esta sexta-feira (23).

UNE S/A
A União Nacional dos Estudantes (UNE), que ficou em constrangedor silêncio nos escândalos dos governos Lula e Dilma, após receber mais de R$40 milhões, segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), embolsou mais de R$ 10,45 milhões via Lei Rouanet e via Pronatec.

SINAIS DO PODER
O procurador Deltan Dallangnol almoçou ontem no restaurante Don Durica, em Brasília, com 12 colegas. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro Zé Dirceu, comeu sozinho em uma mesa próxima.

ORGULHO DE BRASÍLIA
Levantamento do Paraná Pesquisa avaliou como o brasiliense se sente em relação à cidade, muitas vezes associada aos escândalos políticos: indagados se têm "mais orgulho ou mais vergonha de ser Brasiliense", 60,8% disseram sentir mais orgulho. Os envergonhados somam 33,5%.

SUSPEITA EM MOSCOU
Observadores atentos ficaram com a impressão de que, em alguns compromissos de Michel Temer em Moscou, como no Teatro Bolshoi, o anfitrião Vladimir Putin foi substituído por um dos seus sósias.

PREJUÍZO CIENTÍFICO
O Brasil só vai inaugurar sua nova estação na Antártica em 2018, após a antiga pegar fogo em 2012. Isso garante a posse da área, segundo acordos internacionais. Mas a base Comandante Ferraz permanecerá vazia: com a pindaíba, não há previsão de envio de pesquisadores.

PENSANDO BEM...
...parece conversa de anteontem o debate no STF sobre delação, após tudo que os acordos possibilitam à Operação Lava Jato.
Herculano
22/06/2017 11:58
da série: vai dar errado mais uma vez. Tivemos um candidato a presidência que se vitimizou como operário para conseguir o seu intento. Deu no que deu. O Brasil quebrou. Agora outro vitimiza e diz se discriminado pela sua cor da sua pele. Quem vai então apostar?

ESTOU MAIS PARA NÃO SER, DIZ JOAQUIM BARBOSA SOBRE SAIR CANDIDATO, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

Joaquim Barbosa ainda não foi convencido a sair candidato à Presidência da República. "A verdade é que eu resisto", diz o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). "Estou mais para não ser."

BARBOSA LÁ
Barbosa já foi procurado por lideranças de partidos como Rede, PSB e até o PT. Nesta semana, se reuniu com artistas como Marisa Monte, Lázaro Ramos, Fernanda Torres, Fernanda Lima, Caetano Veloso e Thiago Lacerda, que o convidaram para um encontro e tentaram convencê-lo a mudar de ideia.

FORTUNA
Barbosa afirma que "o maior obstáculo à ideia sou eu mesmo". Ele diz que preza "muito a liberdade". E que, desde que saiu do STF, há três anos, "gozo dessa liberdade na sua plenitude, com independência total para fazer e falar o que bem entendo. Isso não tem preço".

FASE ATUAL
Entre as ponderações que Barbosa fez aos artistas está o fato de que não tem "dinheiro nem ninguém atrás de mim com recursos" para fazer frente a uma campanha. Em um determinado momento, o ex-ministro questionou: "Será que o Brasil está preparado para ter um presidente negro?".

FUTURO
Duas estrelas da Rede, partido de Marina Silva, foram à reunião em que se discutiu eventual candidatura de Barbosa: o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, e o deputado Alessandro Molon, do Rio
Herculano
22/06/2017 11:52
PARTIDOS SE UNEM POR FUNDO PÚBLICO DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA:R$ 3,5 BI, por Josias de Souza

O Congresso deve aprovar antes do final de julho um pacote eleitoral que inclui a criação de um fundo de financiamento de campanhas com verbas do Tesouro Nacional. Coisa de R$ 3,5 bilhões para as eleições de 2018. Reunidos nesta quarta-feira, dirigentes de sete partidos políticos concordaram com a providência. São eles: PMDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD. Juntas, as siglas reúnem infantaria suficiente para aprovar a novidade.

Decidiu-se incluir no embrulho eleitoral uma proposta de emenda à Constituição que já foi aprovada no Senado e aguarda votação na Câmara. Prevê o fim das coligações nas eleições proporcionais. E institui a chamada cláusula de barreira, que condiciona o acesso ao tempo de tevê e à verba do Fundo Partidário ao desempenho dos partidos nas urnas.
Herculano
22/06/2017 11:50
PSDB, AÉCIO, PRESIDENTE E PRESIDIÁRIOS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo,

Sozinho, o PSDB não tem peso para salvar a reforma da Previdência, a mais importante da coalizão liberal. Não tem como derrubar o governo, mesmo na hipótese remota em que decida fazê-lo. Sozinho o PSDB ficou, note-se o fracasso na articulação para substituir Michel Temer. Além de sozinho, está para variar sobre um muro rachado, dividido.

Os escassos votos restantes pela reforma, como outros votos, cargos e tanto mais, serão negociados no balcão da sobrevivência de Temer. Ao que se dá apoio, então?

O PSDB no momento apenas discute como se apresentar na eleição de 2018, como zelador da cripta dos zumbis deste governo ou não, e como conduzir um enterro discreto de Aécio Neves. Não se trata de questões menores, pois o partido é considerado pelos donos do dinheiro como a esperança de governo reformista em 2019.

A conversa do pessoal da finança mudou desde a crise do grampo de Temer. Os efeitos da morte da reforma da Previdência no "mercado" teriam sido exagerados. O "foco" agora é 2018.

A acreditar nessa história, o tumulto financeiro (juros longos e dólar em alta) teria sido adiado para quando houver risco de derrota eleitoral do programa reformista.

Até lá, espera-se que o governo, qualquer governo, mantenha uma equipe econômica que cozinhe o arroz com feijão macroeconômico e aprove remendos para tapar os buracos que a falta de reformas várias deve deixar.

O PSDB não sabe como ou quando abandonar Temer. Bidu. Até com Dilma Rousseff se enrolou. Em agosto de 2015, FHC ainda pedia um "gesto de grandeza", a renúncia; parte do partido ainda pensava em deixar Dilma "sangrar". Não era o caso de Aécio, do líder na Câmara, Carlos Sampaio, e dos "cabeças pretas".

Aécio e Sampaio, ao lado de Paulinho da Força (SD) e de Eduardo Cunha, faziam arruaça, votavam a "pauta-bomba". Com alegre espírito de porco, rasgavam o programa tucano. Votaram pela derrubada do fator previdenciário e a favor de outras depredações das contas públicas, além de ajudarem a destroçar o ajuste de Joaquim Levy (com ajuda do PT).

O partido pode baixar mais, à cova moral do governo Temer. Já vai descendo com Aécio.

O ainda presidente do PSDB confessou a molecagem de começar um processo para impugnar a eleição "para encher o saco" do PT, entre outras gracinhas udenistas golpistas, de resto cínicas, pois sua campanha é acusada dos mesmos rolos imputados à chapa Dilma-Temer.

Pediu dinheiro a Joesley Batista "porque não tem mais, não tem ninguém que ajuda", confissão implícita de outros rolos, na qual não se prestou muita atenção. Ainda é articulador-mor do acordão para livrar a si e colegas da Lava jato.

Caciques do PSDB tentam dar um jeito em Aécio, sem escândalos e risco de revanche.

Quanto a Temer, não sabem se enfiam as mãos e os braços na lama, esperando sustentar o que sobrou do programa reformista e, talvez, alguma melhorazinha econômica em 2018, correndo o risco de fracasso total, de irem às urnas como cúmplices da ruína econômica e moral do governo.

Assim, pode ser que não sobreviva nem mesmo João Doria, o outsider do partido, contradição em termos e grande última esperança da coalizão dos azuis, da direita, dos liberais e do mercado.
Herculano
22/06/2017 11:47
da série: uma leitura atualizada para o PSDB de Gaspar, a vereadora adolescente que defende um partido ideal e não o real, com todas as mazelas e dificuldades, e seu orientador escondido, inclusive nos comentários que faz aqui.

TEMER TEM DE CORTAR CARGOS DE INFIÉIS. OU O: PSDB VAI PAVIMENTAR DE NOVO CAMINHO PARA O PT?, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

"Oh, parem as máquinas!", dir-se-ia ao tempo em que as máquinas tinham um peso relativo na definição da verdade muito maior do que agora. E não é que o Planalto decidiu cobrar lealdade, afinal, de quem é base do governo? Estou enganado ou, aqui e mundo afora, governos costumam, bem?, governar com aliados? O senador Hélio José (PMDB-DF), que votou contra a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais, viu a demissão de dois apadrinhados seus. É, queridos, fazer o quê? Parte da imprensa chama isso de fisiologia. Chamo de realismo.

Ou seremos do tipo que cobra reforma trabalhista, política e da Previdência, mas acha que isso tudo se consegue estalando os dedos? Não! É preciso ter maioria no Congresso. No caso das duas primeiras, são necessários 60% dos votos em cada Casa, em duas votações. Não quero ser muito contundente no argumento, mas lembro que, às vezes, em vez dos dedos, é preciso estalar o chicote.

"Ah, esse governo não tem como pressionar ninguém?" Bem, é o que se vai ver, não é mesmo?

O esquisito Hélio José vociferava ontem numa sintaxe de exceção? Dizia-se, ora vejam, chantageado pelo governo. Ah, que belezuca! Esse é o cara que, em agosto de 2016, ao defender a indicação de um ex-assessor para o cargo de superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal, disparou a seguinte pérola: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar".

Bem, se não quiser ser um banana, o senador terá de ser uma melancia mais disciplinada.

O governo também quer saber que diabos, afinal, pretendem o PSD e o PSDB de sempre. Otto Alencar (PSD-BA), que atuou firmemente contra o impeachment, disse "não" à reforma trabalhista, a exemplo de outro parlamentar da base: o tucano Eduardo Amorim (PSDB).

São casos diferentes. O PSD, do ministro Gilberto Kassab (Comunicações), reproduz, desde a origem, a heterogeneidade de um PMDB, que é seu espelho bastante ampliado. O voto de Alencar, embora incômodo, não surpreendeu. Já o de Amorim?

O PSDB é hoje o partido mais confuso do país. Quando tenta ter convicção, falta-lhe coragem. Quanto tenta ter coragem, falta-lhe convicção. Pior: é uma legenda que trata Michel Temer como metáfora. O que quero dizer com isso? A ala que quer o rompimento com o governo, mas não com as reformas (podem rir!), reúne os tais "jovens" e conta com o apoio do senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino da legenda. Muito bem! Romper por quê? "Ah, por causa das denúncias?" É mesmo? Isso significa, por exemplo, a expulsão do senador Aécio Neves (MG), presidente da legenda até anteontem, sem nem lhe dar nem o direito de se defender?

Porque, vamos convir, é disto mesmo que se trata: se o PSDB não pode conviver com Temer por causa das acusações que há contra o presidente, como vai conviver com Aécio? Com a devida vênia, não é a coragem que move o tucanato que quer bater em revoada. É a covardia. Já lembrei aqui: os emplumados jogaram seu ex-comandante na boca do sapo; o PT elegeu a senadora ré Gleisi Hoffmann (PR) presidente da sigla.

Não! Eu não acho que o PT seja um exemplo a ser seguido.

Mas eu acho que o PSDB, com esse comportamento, também não é.

Essa história de que rompe com o governo, mas não com as reformas, é conversa pra tucano dormir. Até porque o tal Amorim votou, sim, contra o governo, mas o fez votando contra a reforma.

Acho lamentáveis e absurdamente equivocadas determinadas posições e opiniões, incluindo as de Fernando Henrique Cardoso, por quem tenho enorme respeito político e intelectual. Defender, no entanto, a renúncia do presidente Michel Temer e a antecipação de eleições, a esta altura do jogo, é uma dessas coisas que nem erradas conseguem ser. Tanto é que, desde logo, o tucano tem um companheiro e tanto de luta: ninguém menos do que Lula. É precisamente o que pedem o PT e os demais grupamentos de esquerda.

PSDB em crise de identidade não é exatamente uma novidade. A despeito dos enormes serviços prestados pela sigla ao país, e eu os reconheço, deve-se também a esse descasamento permanente entre convicção e coragem, com as exceções de sempre, a hegemonia que o PT conquistou e manteve por largo tempo na política.

Só há um papel decente a desempenhar na atual quadra da vida política do país ?" caso, obviamente, a pessoa não seja uma militante de esquerda, interessada em fazer avançar a agenda do conflito social, que, na cabeça intelectualmente pervertida dos vermelhos, conduz ao progresso. E esse papel compreende quais ações? Apoio às reformas. Repúdio a golpismos. Defesa intransigente do Estado democrático e de direito, o que compreende a exigência de que órgãos de investigação se comportem nos limites da lei.

Ficar boquejando contra o governo, a esta altura, mistura, com a devida vênia, em doses iguais, oportunismo e burrice. Por oportunistas, querem se livrar de qualquer ônus de ser governo. Por burros, pavimentam, mais uma vez, o caminho para as esquerdas.
Herculano
22/06/2017 11:38
UNIÃO CONTRA A DELAÇÃO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

O que o impeachment separou só a Lava Jato é capaz de unir. Depois de um divórcio litigioso, PMDB e PT voltaram a se entender em ao menos uma coisa. Os dois partidos querem impor um freio às delações premiadas.

O alvo da vez é o acordo de Joesley Batista, o empresário que entregou Michel Temer em troca de perdão judicial. Desde que foi gravado nos porões do Jaburu, o presidente faz de tudo para desqualificar o acusador.

Antes da indiscrição, o dono da JBS era um amigo generoso, que financiava campanhas e emprestava o jatinho para viagens particulares. Agora foi reduzido a um "bandido notório", cuja palavra não merece crédito. Parece ingratidão, mas é só desespero para salvar o mandato.

Nesta quarta, Temer ganhou um apoio inesperado. O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini, engrossou o coro contra o acordo da Procuradoria com Joesley. O deputado afirmou que as delações da JBS "devem ser revistas". Ele alegou que o empresário precisa sofrer uma "penalização" pelos "prejuízos causados ao país".

O petista defendeu uma tese simpática: Joesley cometeu tantos crimes que merecia pegar ao menos uma prisão domiciliar. O problema é que os políticos não se movem pelo senso de justiça do cidadão comum. Eles criticam as delações porque querem se livrar de seus efeitos.

O líder do PT defendeu a "revisão" dos acordos no mesmo dia em que o Supremo começou a julgar o tema. O debate é vital para o futuro da Lava Jato. Se a corte melar o trato da JBS, abrirá uma brecha à anulação de dezenas de outros depoimentos.

O ministro Gilmar Mendes, sempre ele, fez ataques à investigação. Ele acusou a Procuradoria de tentar "reescrever a lei" para facilitar punições. Coube ao decano Celso de Mello lembrar que as delações têm sido "excepcionalmente eficazes" no combate a crimes de corrupção.

Quando a sessão foi interrompida, o placar era favorável à manutenção dos acordos: 2 a 0

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