Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

24/07/2021

Poder é assim I

De última hora e mais uma vez, mudei o tema desta coluna. O que se fez na última sessão ordinária da Câmara de vereadores mostra como a intolerância, a arrogância, a prepotência e a ganância pelo poder dominam a política e os poderosos de plantão em Gaspar. Um requerimento do gabinete do vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, cujo saudoso pai por ser um ícone na educação pública por aqui chegou a ser prefeito, impediu que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, ficasse exposto naquilo que falhou e ainda insiste em proteger: o desatino verbal do seu secretário municipal de Educação, um curioso na área, vindo de Blumenau, por indicação do deputado da bancada evangélica pentecostal, Ismael dos Santos, PSD. A vaga do maior Orçamento do Município era do PSD de Gaspar. Mas, o jornalista Emerson Antunes, aparentado do deputado foi o nomeado.

Poder é assim II

Seria votada naquela sessão a Moção de autoria do vereador de primeiro mandato, Amauri Bornhausen, PDT. Coincidentemente ele é da Bancada do Amém, a que reúne 11 dos 13 vereadores (MDB, PSD, PP, PDT e PSDB) para os votos caixão e que devido a isso, transformou a atual Câmara num puxadinho incondicional do Executivo. A Moção pede o afastamento do secretário Emerson por ele ter feito declarações depreciativas, desdenhosas, insultuosas... Mal comparou o ensino privado e com o público. Infeliz, usou o quase centenário (87 anos) Colégio Estadual Honório Miranda como parâmetro e exemplo de supostas diferenças. Ora se há defeitos, Emerson primeiro precisaria se penitenciar, cuidar e corrigir dos seus na esfera municipal. O Ideb de 2017, e exclusivo da administração de Kleber, mostra que o ensino municipal está preparando mal os seus para o mundo competitivo. Já escrevi sobre isto inúmeras vezes no blog mais acessado, o www.olhandoamare.com.br .E o sobrenome disso é a agora vereadora, a então educadora e ex-secretária de educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, que também está passando o pano neste assunto para Kleber.

Poder é assim III

Para levar ao esquecimento, para não dar o braço a torcer, para continuar empregando quem não possui capacidade nem de se expressar porque exatamente não conhece do assunto, o governo Kleber e Marcelo usou os vereadores para barrar a Moção. Adiaram a sua votação para o dia 17 de agosto. E por que? Para além “ganhar” tempo, humilhar o vereador e fazê-lo desistir. E se ele não fizer isso, Kleber e seus “çábios” já avisaram ao vereador e aos comissionados indicados por ele na máquina de empregar da prefeitura de que estarão demitidos. Resultado: Amauri, um funcionário público, articulado, ex-aluno do Honório, cadeirante, com histórico de doença coronária na família, no dia seguinte foi parar no Hospital devido ao estresse estabelecido na sessão da noite anterior. E teve que passar por procedimentos cirúrgicos em Blumenau. O adiamento da Moção foi aprovada só com o voto contrário de Amauri.

Poder é assim IV

“Não sou contra o governo [Kleber e Marcelo]. Já dei provas de lealdade. Agora, não posso admitir que um secretário de Educação venha dizer publicamente que uma criança que estuda em escola pública tem vergonha disso, quando na mesma calçada, cruza com uma criança de escola particular. Ele não serve para ser nosso secretário de Educação”, justificou Amauri que se recupera da intervenção para a colocação de stends (uma espécie de molas) no sistema coronariano. O curioso é que o dono do PDT em Gaspar, ex-vereador, que perdeu para Amauri nos votos, e hoje é titular do Procon, Roberto Procópio de Souza, está bem quieto nesta história toda. Ele quando vereador, já foi o mais feroz e articulado opositor do governo Kleber. Trocou de lado. E perdeu votos. Assim como Junior Hostins. Avisados pelas urnas foram, depois que enterraram no tapetão, a CPI da drenagem da Rua Frei Solano. Mas continuam flertando com o perigo. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Na mesma sessão de terça-feira da Câmara, a professora do Honório Miranda, Lindair Maria Lanz Favero, graduada em Ciências Sociais e professora de Sociologia no colégio, ocupou a Tribuna Livre. Uma lição. A Bancada do Amém, calada, engoliu. O blog www.olhandoamare.com.br reproduziu a fala.

Mas, antes porém, o presidente da Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, teve dois gestos. Primeiro foi convencido pelos assessores da Casa deixar a professora ocupar a Tribuna. Flertou o tempo todo com a censura prévia. Segundo, inconformado, ainda fez um sermão antes dela ocupar a Tribuna.

O senador Jorginho Mello, PL, chegou com um ano de atraso para visitar o engenheiro, o professor universitário, ex-vereador e ex-secretário de planejamento de Gaspar, Rodrigo Boeing Althoff, PL. Ele foi candidato a prefeito. O encontro foi no escritório de Rodrigo, na Margem Esquerda. E poderá ser tarde.

Carnaval. O suplente de vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, teve derrubado o seu requerimento que pedia a presença do ex-vice-prefeito e hoje secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Queria explicacões dos defeitos técnicos e do suposto superfaturamento do trechinho dois do Anel de Contorno. Ele será aberto ao tráfego neste sábado.

O líder do governo, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, experimentado com o caso da CPI da drenagem da Rua Frei Solano quando ainda comandava o Samae, orientou a derrubada do requerimento. “Já tem documentação suficiente para ser analisada”, disse ele, referindo-se as que chegaram ao titular da vaga, Dionísio Luiz Bertoldi, PT. E só chegaram porque precisou se socorrer da Justiça para tê-las.

Esta obra, na verdade vai passar pela prova de fogo com a sua abertura ao tráfego e que inexplicavelmente foi adiada por mais de um mês. Ou o governo vai ficar exposto, ou engenheiros, empreiteiros concorrentes e políticos de oposição vão ter que engolir o que previam contra os métodos construtivos.

Outra cena de poder absoluto na Câmara. O presidente Francisco Solano Anhaia, MDB, não permitiu no plenário à presença do professor Jader (Correa), PDT, candidato a vereador com 247 votos em outubro do ano passado. Questões sanitárias, alegou contra orientação dos assessores e contra a imagem da sessão solene recente onde se encheu o plenário bem além da conta. Acorda, Gaspar!

 

 

Edição 2012

Comentários

Herculano
24/07/2021 14:42
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