Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

23/10/2017

UM GOVERNO SEM PALAVRA?


Quando o prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e seu vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, servidor municipal, concederam no primeiro semestre a reposição da inflação aos funcionários públicos municipais, fizeram uma barganha e uma promessa para evitar debate, degaste e até greve no início do mandato: não dariam reajustes ao subsídio do item Alimentação, sem antes saber em Outubro, se a folha de pagamento tivesse chegado ao índice de 48% do Orçamento. Maior que 48%, vetado; menor do que 48%, reposição. Era prudencial. Era justo para quem estava chegando e não tinha domínio da máquina e do Orçamento. Ganharam tempo e o voto de confiança do Sindicato e dos servidores.

Fizeram papel de bobos quem acreditou no governo de Gaspar e negociou em nome dos servidores?

Agora chegou a hora da onça beber água. Chegou o momento de honrar a palavra afiançada pelo governo de Kleber e Luiz Carlos com os servidores. E Kleber mandou o prefeito de verdade, o seu secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PMDB, Carlos Roberto Pereira e o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, para informar ao Sintraspug e à comissão de servidores que nada será reajustado; que a palavra dele, não vale nada. Mesmo que o tal índice das despesas com a folha está em 47% e tantos, ou seja, não chegou aos tais mágicos 48% este ano. Ai, ai, ai!

O índice é confirmado pelos próprios interlocutores do prefeito e principalmente pelas planilhas disponíveis, as mesmas que foram usadas para criar uma despesa de mais de R$600 mil por ano com tetas para comissionados e gratificações em cargos de confiança na tal Reforma Administrativa e vejam só, que teve até voto da suposta oposição, incluindo o PT.

O governo Kleber está brincando com fogo. Ter ou não ter dinheiro é irrelevante neste caso, e Kleber provou isso na Reforma Administrativa com a montanha de dinheiro adicional que precisará para suportá-la.

Ter ou não ter palavra ao acordado passou a ser relevante no governo de Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Bornhausen. Jogá-la fora, passou a ser uma perigosa rotina e se acentuou neste mês de Outubro. E pior, encontra guarida na própria liderança provisória do governo na Câmara: “desconheço esse acordo, mas vou levar a reivindicação ao governo”, salientou na última sessão da Câmara, Francisco Solano Anhaia e que está no lugar de Francisco Hostins Júnior.

Para lembrar. Em duas ocasiões a palavra empenhada de Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Bornhausen começou a ser artigo desprezível em Gaspar e logo num ambiente onde ela é fundamental para mínima a sustentabilidade política do governo.

Primeiro foi a humilhação imposta à vereadora tucana Franciele Daiane Back: ou ela voltava atrás no acordo que fez com outros da situação para com a dita oposição no projeto de emenda à Lei Orgânica do Município, a qual impedia vereador de ser comissionado. Ao dar o passo atrás na marra, ela livrava a cara dos vereadores Francisco Hostins Júnior (líder do governo) e Ciro André Quintino (presidente da Casa), ambos do PMDB, e que estavam no mesmo barco. Se não fizesse isso, seria a senha para se romper um outro acordo: o de Kleber com ela (e não com o PSDB) para ser presidente da Câmara no ano que vem.

Aberta a porteira, criada a exceção e se estabelecendo na malandragem, o segundo caso veio logo em seguida na substituição da vereadora Mariluci Deschamps Rosa, PT, indicada como representante da Câmara numa comissão da secretaria de Educação, por Francisco Solano Anhaia, PMDB e que tinha sido fruto de um acordo da presidência, mesa, lideranças do próprio PMDB e governo na Câmara com Mariluci. Neste último caso, feriu-se até a autonomia do Legislativo. E a Câmara e Ciro baixaram a crista, enfiaram a viola no saco, como reconheceu o próprio Ciro, se não fez teatro para justificar o que não tinha autonomia para propor e executar.

Antes de encerrar este comentário. O prefeito Kleber acerta, por outro lado, quando quer trocar o subsídio da Alimentação por tickets. Espertos, os servidores e o Sindicato querem o atual sistema, pois sabem que isso na Justiça dá incorporação salarial e aumento real nas aposentadorias infladas.

Em qualquer lugar sério e competitivo, só há tickets Alimentação ou Refeição, os quais, inclusive diminui a incidência de tributos e favorece quem os concede sem prejudicar quem os que recebem no valor real. Que tal trocar, numa palavra de valor e na legislação duradoura, o reajuste que não recebem há três anos pelos tickets?

Nesta segunda-feira há mais uma rodada de “negociações”. Vão negociar a palavra dada? Ou os representantes e os que mandam no governo de Kleber vão brincar e dizer aos seus interlocutores de que o prefeito (e eles, seus asseclas) não têm palavra? Acorda, Gaspar!

ARENA MULTIPROBLEMÁTICA OU POLÍTICOS SEM NOÇÃO?


A hora da verdade. Por vingança e para atender a amigos (financiadores, eleitores, influenciadores de ocasião), o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT desapropriou por R$500 mil, ou segundo algumas contas, a R$0,86 o metro quadrado, a melhor parte da Fazenda Juçara, Na Margem Esquerda, inviabilizando-a na sua finalidade, para o empresário Gerardt Fritzche. Tudo para transformá-la na Arena Multiuso. O Superior Tribunal de Justiça acaba de dizer ao dono e à prefeitura que este não é o preço.

Estava na cara, como estão outras neste sentido. Irresponsabilidade, vingança rasteira e quem paga toda essa aventura politiqueira? Os cidadãos com os seus pesados impostos ou com a frustração.

Este é mais um exemplo mal-acabado de como uma boa ideia em Gaspar, foi mal concebida por políticos, porque o essencial, para eles, era o de ferir publicamente um suposto adversário e neste caso, um empresário. Com isso, vai-se ao ralo a ideia e ela se sucumbe, por erros e vingança, aos desígnios da realidade e assim prejudica a população, a cidade, além gerar continuadas disputas entre poderes divergentes, interesses políticos ou até ideológicos.

Nenhum município vizinho a Gaspar possui o privilégio desta área. Na região central de Gaspar, não há um local com ligação à BR 470 para deslocamento com o Médio Vale, Litoral, aeroporto e BR 101, ou com os bairros do município e ligação rápida para Brusque, como a Arena Multiuso projetada para ser uma área de lazer, convergência comunitária e de grandes eventos de negócios, turismo e promoção.

O PT, o irresponsável, armou a arapuca. Torce para que nada dê certo e assim terá alguém para culpar; terá palanques e discursos. Se der certo, com sacrifício e trabalho dos outros e que não foi capaz, quer os louros. O PMDB e PP, preguiçosos, ou incapazes, ou mesquinhos para não dar os louros, apontam para o culpado PT. E pode com isso, perder o diferencial de sustentabilidade para eventos regionais, lazer e até saúde (quadras, ciclovias, pistas de caminhadas) num parque aberto parcialmente a todos.

Ao invés de arrumar culpados, estabelecendo-se em conflitos, todos – do PT ao PMDB e PP - deveriam ir à luta pela cidade, os gasparenses e esta área diferencial, “construindo” projetos exequíveis, os quais possam ser enquadrados em vários Ministérios (Cidades, Turismo, Indústria e Comércio etc), além do governo do estado e assim mitigar o justo custo da desapropriação daquelas terras, bem como a implantação de uma infraestrutura mínima para que possa comportar uma verdadeira Arena Multiuso modelo, funcional e auto-sustentável economicamente.

O verdadeiro governo mede-se pela sua capacidade de superação. Não foi o que aconteceu com o PT e Pedro Celso Zuchi neste caso. Talvez, seja a outra face da mesma moeda o governo de Kleber Edson Wan Dall, do PMDB e PP. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Trânsito congestionado. Fui instigado durante a semana por vários líderes, curiosos e interessados. Todos com opiniões divergentes. Mas, sinceramente, eu não tenho nenhuma opinião sobre o assunto. Ele é essencialmente técnico, antes de ser polêmico. Muito polêmico, aliás, no impacto. E como sempre dei valor ao técnico, abominando às emoções para este tipo de assunto, vou esperar os resultados e prestar a atenção nas carpideiras. Elas não choram à toa.

E meu conforto tem uma razão de ser: o projeto para a mudança no trânsito de Gaspar possui um responsável que é reconhecido no que faz: Alexandre Gevaerd. Ele é da cota do PT de Décio Neri de Lima e que manda no PT daqui de Pedro CelzoZuchi, no acerto de Kleber Edson Wan Dall e o PMDB para diminuir a oposição. Só faltava Gevaerd errar exatamente aqui em Gaspar, depois de acertar em Blumenau e Brusque.

O certo é que foi dada a largada. E Gaspar vai mudar o seu trânsito para valer no Natal. Tudo por uma suposta mobilidade e fluidez com mais organização, numa cidade improvisada por décadas e que fica bem no meio do caminho de tudo (litoral, Blumenau, Brusque, BR-470, BR-101) e mal serve os seus habitantes, como já ressaltei aqui várias vezes. Gaspar vai ser muito diferente do que se conhece há anos. Vou opinar, se opinar, mas no resultado. Sempre foi assim.

Agora, o problema não é exatamente este: o da mudança no trânsito. O problema é o impacto e capacidade do governo de suportar o tranco. Uma mudança como a que se projeta exige uma administração com personalidade, capaz de suportar às pressões paroquiais, dos donos da cidade e que a atrasam. E Gaspar é feita de muitas paróquias. E neste quesito, o atual governo liderado por Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é um desastre.

Exagero meu? O que aconteceu com a Saúde quando a secretária Dilene Jahn dos Santos, uma técnica, queria peitar o sistema viciado, a corporação médica, os servidores, um hospital mal administrado e sem donos? Como não tinha padrinho político como Gevaerd tem, teve ela que botar a viola no saco e sumir da cidade. Kleber e Luiz Carlos não suportaram a pressão e a trocaram por uma solução meia-sola e caseira, para que os escondidos de sempre dessem as cartas. E como está a saúde pública de Gaspar? Pior do que com Dilene. Está na UTI. Desastre! Um caos para os doentes e pobres! Mas servindo a quem se serve dela e não é de hoje. Entenderam?

Com a mudança no trânsito vai acontecer a mesma coisa. Nos primeiros dias, os acostumados ao velho não vão querer se desacostumar. Os donos da cidade, vão pressionar por aquilo que entende ser o certo e seus privilégios, inclusive o de mandar e interferir sem aparecer, se expor. Os políticos cada um em romaria irão ao gabinete do prefeito defender coisitas e de cada um, não da cidade. Os veículos de comunicação ajudarão os amigos de sempre.

Eu continuo exagerando? Pois com o advento da ponte do Vale, foi um parto tirar os caminhões de longo curso da ponte Hercílio Deecke. Todo dia tinha desculpas esfarrapadas, incluindo a falta de sinalização. Não tinha era fiscalização, vontade de mudar. Houve até dono de posto que berrou. E por que? Porque deixaria de vender uns poucos litros de diesel, para poucos passantes por aqui, apesar do diesel dele ser o mais caro entre todos na região. É assim que Gaspar se atrasa.

E já tem gente querendo fazer uma audiência pública para discutir e inserir privilégios de alguns na mudança do trânsito. A pergunta é: Kleber vai aguentar o tranco? Já se sabe que não vai ser fácil! Tanto que para quem Kleber mostrou por primeiro o plano? Segundo ele próprio informa, para os empresários. Hum! Para a imprensa, será amanhã. E depois ele reclama! E para finalizar. Quem mesmo vai orientar, educar e fiscalizar essa mudança, fator essencial de sucesso da ideia? A Ditran com um superintendente que despreza os questionamentos e dois guardinhas por turno, se nenhum pegar licença ou houver outro imprevisto? Acorda, Gaspar!

Quem dá mais? A Gestão Compartilhada ou Orçamento Participativo em Gaspar? Um é a cara do outro. Os dois enganam da mesma forma. Os dois fazem politicagem. E o PMDB-PP com a Gestão Compartilhada sofre o questionamento do PT, o dono do ex-Orçamento Participativo. E está incomodado de números, poucas realizações e vantagens.

O PT destinava merrecas ao seu Orçamento Participativo. Fazia pouco, pois alegava problemas de todos os tipos e burocracia. O PMDB-PP promete muito, tem pouco e faz menos ainda. E as críticas já começaram. Disputa de egos, propaganda enganosa, faltam recursos e planejamento. Quem perde de verdade? Os contribuintes, os cidadãos.

Enquanto os grandes problemas só agravam, o governo de Gaspar planta flores, sem projeto e manutenção e embala “Baile de Debutantes” fake. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1824

Comentários

Herculano
24/10/2017 15:00
AMANHÃ, QUARTA-FEIRA, É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA. ELA JÁ ESTÁ PRONTA. ALERTA: NÃO ESCREVEREI SOBRE AS MUDANÇAS NO TRÂNSITO DE GASPAR. JÁ ESCREVI. LEIA ACIMA.

DEPOIS DA APRESENTAÇÃO DE HOJE FEITA NO PAÇO MUNICIPAL, ELA CONTINUOU TÃO ATUAL QUANDO EU A ESCREVI NA QUINTA-FEIRA PASSADA E A PUBLIQUEI NA SEGUNDA-FEIRA. ACORDA, GASPAR!
Herculano
24/10/2017 14:55
da série: isso ainda vai longe

DEUSES DA SENZALA ENVIARAM ROSA AOS ARCAICOS, por Josias de Souza

Vivo, Drummond diria que há "uma Rosa no caminho". Em verdade, são duas rosas em uma. O acaso atravessou na trilha de Michel Temer rumo ao arcaico Rosa Maria Weber Candiota da Rosa. Na loteria togada em que se converteu o Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, como é conhecida, foi uma espécie de bilhete premiado escolhido pelos deuses da senzala. Para desassossego da Casa Grande ruralista, a ministra construiu sua carreira de magistrada na Justiça trabalhista.

Antes de chegar ao Supremo, a gaúcha Rosa foi juíza do Trabalho (1981 a 1991), passou pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (1991 a 2006) e envergou a toga de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (2006 a 2011). Sorteada relatora da ação contra a portaria de Temer que dificultou o combate ao trabalho escravo, Rosa concedeu a única liminar que orna com a sua biografia. Suspendeu os efeitos do despautério até que o plenário da Suprema Corte se pronuncie. O resultado seria outro se o relator sorteado fosse, digamos, Gilmar Mendes.

Rosa escreveu em seu despacho que as novas regras configuram "um quadro de aparente retrocesso." Como de hábito, a ministra foi elegante no vernáculo. Mais elegante do que os atores da pantomima merecem. Um presidente que persegue a própria impunidade desdenhando da punição de exploradores da miséria alheia é criminoso. Ruralista que constrói simultaneamente uma economia de fantasia para si e uma sociedade mais desigual ao redor é serial killer de direitos. Nos dois casos, os personagens são péssimos exemplos para as crianças.

A liminar de Rosa espargiu boas fragrâncias nos porões apodrecidos do fisiologismo. É uma oportunidade para que o pescoço de Temer e o bolso dos ruralistas percebam que não podem continuar se encontrando do mesmo jeito.
Herculano
24/10/2017 14:06
LIMINAR DE MINISTRA DO STF SUSPENDE PORTARIA QUE MUDA REGRAS DE COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Breno Pires, Isadora Peron e Rafael Moraes Moura, da sucursal de Brasília. A ministra Rosa Weber, do Tribunal Federal (STF), concedeu uma liminar para suspender os efeitos da portaria do Ministério do Trabalho que flexibiliza as regras de combate ao trabalho escravo. A decisão deve passar por referendo do plenário. Weber é relatora da ação de autoria da Rede Sustentabilidade, que pede que tal portaria, publicada no dia 16 de outubro, seja declarada inconstitucional.

Segundo a ministra, a portaria "atenua fortemente o alcance das políticas de repressão, de prevenção e de reparação às vítimas do trabalho em condições análogas à de escravo". Ela justificou a liminar afirmando que há "elevado risco de comprometimento dos resultados alcançados durante anos de desenvolvimento de políticas públicas de combate à odiosa prática de sujeitar trabalhadores à condição análoga à de escravo".

A portaria, de acordo com a ministra, "tem como provável efeito prático a ampliação do lapso temporal durante o qual ainda persistirá aberta no Brasil a chaga do trabalho escravo".

Rosa Weber afirma que a portaria restringe indevidamente o conceito de "redução à condição análoga a escravo" e, desta forma, "vulnera princípios basilares da Constituição, sonega proteção adequada e suficiente a direitos fundamentais nela assegurados e promove desalinho em relação a compromissos internacionais de caráter supralegal assumidos pelo Brasil e que moldaram o conteúdo desses direitos".

Segundo ela, as definições conceituais da portaria sobre o tema do trabalho escravo são bastante restritivas e "não se coadunam com o que exigem o ordenamento jurídico pátrio, os instrumentos internacionais celebrados pelo Brasil e a jurisprudência dos tribunais sobre a matéria".

"Lista suja". A ministra Rosa Weber criticou também as mudanças em relação à "lista suja do trabalho escravo".

"Nessa linha de argumentação, a exigência de ato prévio do Ministro do Trabalho para inclusão do empregador na "lista suja" do trabalho escravo, bem como para a divulgação dessa lista, como prescrevem o art. 3º, § 3º, e o art. 4º, § 1º, da Portaria nº 1.129/2017, são medidas administrativas que limitam e enfraquecem as ações de fiscalização, ao contrário de promoverem a diligência necessária para a adequada e efetiva fiscalização. Ainda constituem medidas que condicionam a eficácia de uma decisão administrativa a uma vontade individual de Ministro de Estado, que tem notório viés político. Lógica que inverte a postura técnica pela postura política em matéria de conteúdo técnicojurídico", disse a ministra.

"Outro aparente retrocesso verificado na Portaria consiste na regra do parágrafo único do art. 5º, quando prescreve: 'As decisões administrativas irrecorríveis de procedência do auto de infração, ou conjunto de autos de infração, anteriores à data de publicação desta Portaria valerão para o Cadastro após análise de adequação da hipótese aos conceitos ora estabelecidos.' Verifica-se com essa regra a configuração de uma situação de anistia aos empregadores, ao se exigir que a análise da ilicitude do ato seja feita à luz de um novo quadro normativo, de uma nova hipótese fática. Tal regra afirma a impunidade dos ilícitos passados", disse.

Em outro ponto da decisão, Rosa Weber ressalva que nem todas violações de direistos trabalhistas são trabalho escravo. "Se, no entanto, a afronta aos direitos assegurados pela legislação regente do trabalho é intensa e persistente, se atinge níveis gritantes e se submetidos os trabalhadores a trabalhos forçados, jornadas exaustivas ou a condições degradantes, com a privação de sua liberdade e de sua dignidade, resulta configurada, mesmo na ausência de coação direta contra a liberdade de ir e vir, hipótese de sujeição de trabalhadores a tratamento análogo ao de escravos, nos moldes do art. 149 do Código Penal, com a redação que lhe foi conferida pela Lei nº 10.803/2003", disse.

A ministra pediu informações do Ministério do Trabalho, da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República sobre o tema. A procuradoria-geral, Raquel Dodge, já se manifestou, perante o Ministério do Trabalho, pedindo a revogação.
Marcia Cristina
24/10/2017 11:45
Engraçado como essa imprensa comprada não escreveu uma linha sobre a assembleia dos servidores que lotou a camara de vereadores no final da tarde de ontem. Me admira um jornal como o cruzeiro que se diz independente não publicar uma foto ou escrever algo sobre o assunto. Uma vergonha.
Independente de partido que esteja governando o municipio é dever da imprensa séria e imparcial informar o que está acontecendo.
O que ficou decidido ontem na assembleia é muito importante para todos os municipes, pois foi deliberado que dia 31/10 haverá uma paralisação de todos os servidores e isso inclui a educação, ou seja, as creches não terão expediente e isso fará diferença na cidade.
Espero que a impressa que diz imparcial corra atrás da informação e passe para a comunidade.
Herculano
24/10/2017 10:45
LULA É UM MICHEL PHELPS DA CARA DE PAU

Conteúdo de O Antagonista. Lula consegue bater toda semana, no mínimo, o próprio recorde mundial e olímpico de desfaçatez. Vejam o que ele disse sobre Joesley Batista em Ipatinga, agora há pouco:

"A gente não quer que esse país se desenvolva pro senhor Joesley ficar milionário, mas para o povo viver melhor."

Foram exatamente os governos petistas e sua política de "estímulo aos campeões nacionais" - a rigor, transferência do dinheiro da população para gente como Eike Batista, via BNDES?" que permitiram a Joesley e Wesley serem o que são hoje.

"FRACASSO"

"Fracasso da viagem de Bolsonaro aos EUA".

É a chamada de um comentário publicado na Folha de S. Paulo por Mark Weisbrot, diretor de um centro de pesquisas em Washington.

A desonestidade intelectual dos partidários da ORCRIM mostra por que Jair Bolsonaro pode vencer em 2018.

Leia um trecho do artigo:

"É apenas porque o politizado Judiciário brasileiro -com muita ajuda da mídia - pode impedir o líder mais popular do país de ser candidato. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, hoje tem 35% das intenções de voto segundo as pesquisas, enquanto Bolsonaro é o distante segundo colocado, com 16%.

Um juiz que já deu mostras reiteradas de sua hostilidade em relação a Lula o condenou em julho por ter supostamente aceitado um apartamento como propina de uma grande construtora.

Contudo, nem Lula nem sua mulher jamais se hospedaram no apartamento ou assinaram qualquer documento que assinalasse serem donos dele. A evidência da suposta propina foi dada por um executivo que teve sua sentença reduzida de 16 para 2 anos de prisão em troca de seu depoimento.

A democracia brasileira sofreu um golpe devastador quando Dilma foi submetida ao impeachment e afastada de seu cargo por algo que um procurador federal concluiu que nem mesmo foi um crime.

A condenação de Lula deixou ainda mais claro que a corrupta elite tradicional brasileira está disposta a sacrificar o Estado de Direito e a democracia eleitoral para retomar o poder das mãos do PT, a quem ela nunca aceitou como membro de seu clube. Mas será que a elite vai conseguir se safar ilesa?

E ela está disposta a correr o risco de que o preço a pagar seja a humilhação e vergonha internacionais que os americanos estão sofrendo sob a Presidência de Trump?"
Herculano
24/10/2017 10:38
"EDUCAÇÃO SEXUAL" É ARMADILHA COMUNISTA: O CASO DA ESCOLA EM OKLAHOMA, por Rodrigo Constantini, no jornal Gazeta do Povo, Curitiba PR

O mesmo fenômeno observado no Brasil, da "educação" transformada em um antro de baixaria, pode ser também constatado nos Estados Unidos, mostrando que a coisa não é coincidência, e sim algo deliberado. A extrema-esquerda ocupou as salas de aula e vem transformando o ensino numa máquina de doutrinação ideológica e de destruição de valores morais. A "educação sexual" é o principal instrumento.

Um caso recente - mais um - gerou revolta nos pais. Ocorreu numa middle school de Oklahoma. Crianças com 12 anos tiveram que responder questões sexuais constrangedoras, e a mãe de uma delas postou em seu Facebook o formulário:

O que é sexo? "Quando qualquer parte do seu corpo [?] entra em contato com as zonas íntimas de outra pessoa para prazer sexual". As crianças aprendem, então, que existem quatro tipos de sexo: masturbação mútua, sexo oral, sexo vaginal e sexo anal. Lembrando: alunos de 12 anos!

A mãe ficou indignada: "Minha filha de 12 anos ainda desenha em livros de colorir". Ela desabafou: "Numa sala onde há meninos e meninas, com instrutores homens que não são professores". Sua revolta foi ampliada pelo fato de que a escola nada disse sobre isso, não avisou aos pais que seus filhos aprenderiam sobre masturbação mútua ou sexo anal.

Agora: você pode até ser um "progressista" moderninho, prafrentex, que acha que 12 anos já está de bom tamanho para aprender sobre sexo anal e masturbação mútua, em salas mistas. Mas só se você for muito autoritário para querer impor essa "formação" a todos, aos filhos dos outros!

Isso por acaso é função do estado? Isso é missão de professores? Ou cabe aos pais preparar seus próprios filhos na hora que julgarem adequada? Fica claro que a postura liberal não é transformar a sala de aula num experimento pervertido de Kinsey, e que quem defende isso só é "liberal" no sentido americano, ou seja, esquerdista.

A sexualização cada vez mais precoce e o hedonismo irresponsável são duas metas evidentes dos comunistas pós-modernos, esgarçando assim o tecido social, destruindo a infância e minando o poder da família e da religião, para afundar de vez com os valores morais "burgueses". E quem ousar criticar isso será logo acusado de "reacionário", "moralista", "carola" ou "fascista" defensor da censura.

Quem acha bonitinho esse tipo de "educação social" não só não é um liberal de verdade, como não passa de um inocente útil da extrema-esquerda, por não ter se dado conta ainda de qual a sua estratégia na era moderna. Não é em Lenin que vão encontrar respostas; é em Gramsci e na Escola de Frankfurt.
Herculano
24/10/2017 10:30
O PROJETO MAIA, por Carlos Andreazza, no jornal O Globo

Rodrigo Maia só é presidente da Câmara, reeleito em fevereiro deste ano, como produto de mais um golpe na Constituição (parágrafo 4º do artigo 57) e de um bico no regimento interno (artigo 5º) da Casa que comanda. Os textos são expressos: numa mesma legislatura, num período de quatro anos, ninguém pode ocupar o mesmo cargo, na Mesa Diretora da Câmara, duas vezes seguidas.

Devedor de Michel Temer para que lá chegasse, Maia concluiu o mandato de Eduardo Cunha ?" e lhe herdou os limites. Tinha conhecimento disso ao se projetar como candidato a tampão. Só se reelegeu porque o Supremo ?" essa corte estranha, que toma prerrogativas constitucionais do Legislativo quando não pode, mas que faz corpo mole quando um Poder distorce a leitura da Carta Magna de que deveria ser guardião ?" deixou passar.

E aí está: Maia, empoderado por manobra ilegal, muito à vontade para confessar ter extrapolado a função protocolar de presidente da Câmara (de modo a derrubar a primeira denúncia contra Temer) somente para exibir sua força ?" e isso com a intenção de ameaçar o presidente da República. Ou terá querido dar recado diferente ao dizer ?" em resposta ao advogado Eduardo Carnelós ?" que, depois de tudo o que fizera por Temer, aquilo de que se julgava vítima não era aceitável e que, a partir de então, cumpriria exclusivamente seu papel institucional? Oi? Que "tudo" é esse? O que fez Maia ?" por Temer ?" para além do que estritamente lhe cabia? Sabe-se agora que pretende ser apenas o presidente da Câmara acerca da segunda denúncia contra Temer. Ok. Mas: será essa doravante uma condição estável, ou algo pode fazer com que mude e possa novamente, aqui ou acolá, dar uma força ao presidente ou a qualquer outro enrolado?

Noto, à margem, que o motivo do conflito foi a publicação, no site da Câmara, de vídeos com a delação de Lúcio Funaro. Material que a assessoria de Edson Fachin, diante do imbróglio, formalmente comunicou estar sob sigilo, mas que continuaria disponível, no mesmo lugar, como se não consistisse numa afronta a uma determinação do Judiciário. Mesmo, porém, que não houvesse sigilo: nada obrigava a Câmara a dar publicidade aos vídeos. Se o fez, a responsabilidade é de seu presidente ?"e é natural que se leia no fato, na semana em que a Casa trata da denúncia contra Temer, um gesto autoritário para efeito político.

Sei que o homem é querido por gente influente, fonte farta para o jornalismo de fofoca e interlocutor privilegiado do mercado financeiro. Aécio Neves também o era. E isso serve de alerta a Maia. Para que não se deslumbre; não se tenha em conta desproporcional. Leio, por exemplo, que sua gestão à frente da Câmara é considerada excelente, embora ninguém saiba explicar por que nem tampouco declinar por quem.

A valoração sobre um bom comando da Casa ?" num juízo honesto intelectualmente ?" deveria decorrer da percepção de que há uma agenda positiva para o país se desenvolvendo ali. Mas isso há? Qual é a agenda atual da Câmara para o Brasil? Qual é a diretriz de Maia para a Câmara? Que perfil tem a instituição hoje que a difira daquela dirigida por Cunha?

O esforço para o estabelecimento do teto de gastos públicos remonta ao final de 2016, na vigência ainda do mandato-tampão, antes de algum arrivista difundir a ideia de que Maia presidir o país seria a solução. E de lá pra cá? Ele foi reeleito em fevereiro ?" e temos já oito meses em que esteve diariamente nas manchetes não para o debate sobre as reformas (nesse período, só a trabalhista prosperou), mas em futricas relativas à sua relação com Temer, derivadas do surto de grandeza segundo o qual, "CEO do Brasil", pode polarizar com o presidente da República.

É tudo muito cafona e pequeno. Há, contudo, método no projeto de se manter em evidência seja como for, ascendendo artificialmente ?" Parlamento como escada ?" enquanto a Câmara vai paralisada. O plano é óbvio. Maia pode ser instrumento a interesses vários, daí porque inflados os seus dotes, mas ainda é?" e tem consciência de que é ?" deputado federal de apertados 53 mil votos, cuja eleição à presidência da Câmara se deu no vácuo oportunista de uma das maiores crises da história da Casa e em cuja gestão se aprovou, sob a anarquia do que se chamou de reforma política, o sonho maior do petismo: o financiamento público de campanhas eleitorais.

Ele pode até dar corda para que se especule a respeito, mas sabe que não tem densidade ?" voto ?" para ser governador. Nem senador. Sabe também que a superfície sobre a qual tenta encorpar o DEM é frágil e que, se bem-sucedido, garantirá, no máximo, a vaga de vice na chapa presidencial do PSDB.

Com seu investimento em aparecer, Maia quer apenas se reeleger, mas com votação expressiva, entre as maiores do Estado do Rio de Janeiro, e depois ser reeleito presidente da Câmara. Afinal, também ele tem motivos para não arriscar eleitoralmente em 2018 ?" ou não está citado nas delações da Odebrecht que podem lhe valer uma denúncia a qualquer momento?

Como qualquer outro, quer - precisa - manter o foro especial. Não está onde está por suas qualidades distintivas, mas por ser representativo.
Herculano
24/10/2017 10:29
O PARTIDO DA LAVA JATO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Metamorfose começou a se manifestar quando alguns procuradores que integram a operação começaram a falar em 'saneamento' da política

Aos poucos, a Lava Jato, que caminha para seu quarto ano, vai deixando de ser uma operação contra um esquema de corrupção em estatais e organismos de governo para se transformar em partido político. Essa metamorfose começou a se manifestar quando alguns procuradores que integram a operação começaram a falar em "saneamento" da política como seu principal objetivo. Ou seja, ao se atribuírem uma tarefa que claramente extrapola o escopo de seu trabalho, imiscuindo-se em seara que, numa democracia, é exclusiva dos eleitores e de seus representantes no Legislativo, esses procuradores acabaram por se comportar como militantes de um partido ?" e, como tal, passaram a tratar todos os críticos de sua "plataforma" como adversários políticos.

Em recente entrevista ao Estado, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, deixou clara, de vez, essa disposição. Segundo Dallagnol, a Lava Jato não revelou apenas a corrupção de um político ou de um grupo, "mas de grande parte da classe política". Por essa razão, "o objetivo da operação é colocar essas pessoas poderosas debaixo da lei". Mas, segundo o procurador, "há um problema: elas fazem as leis". Ou seja, a julgar pelo que diz o coordenador da Lava Jato, a operação só será considerada bem-sucedida se varrer do Congresso "grande parte da classe política", gente que, em sua visão, faz leis exclusivamente para se proteger da Justiça.

Para atingir esse objetivo, prossegue o procurador Dallagnol, não basta simplesmente levar aos tribunais os políticos que a Lava Jato considera corruptos, pois "apenas punições não resolvem". É preciso, segundo ele, "avançar para reformas anticorrupção no sistema político, no sistema de Justiça e em outras áreas", razão pela qual a Lava Jato, a título de se proteger dos atuais políticos, que seriam seus inimigos, considera essencial eleger representantes "que tenham um compromisso claro com a causa anticorrupção".

O nome disso é política partidária. Em lugar de se preocupar com a obtenção de provas para sustentar as muitas acusações feitas contra políticos, alguns integrantes da Lava Jato parecem mais empenhados em construir a imagem de que a operação veio para salvar o Brasil e que ela se transformou em "patrimônio nacional", conforme as palavras do procurador Dallagnol. Tornou-se assim, segundo essa visão, não apenas inatacável, mas também única intérprete autorizada dos anseios nacionais.

O problema é que a sociedade dificilmente concordará com isso. "É impossível prever o que acontecerá porque depende de um fator que ninguém controla: como a sociedade vai se comportar no futuro", reconhece Dallagnol, admitindo que os eleitores eventualmente podem discordar da "plataforma política" da Lava Jato. Se os parlamentares eleitos pelo voto direto ?" legítimos representantes dos cidadãos ?" decidirem que algumas das leis e reformas propostas pelo partido da Lava Jato não servem para o País, isso não significa uma vitória da corrupção nem uma derrota da operação, e sim uma rejeição ao que poderia ser desde uma ideia qualquer até uma agressão ao Estado de Direito. Foi o que aconteceu quando o Congresso se recusou a aprovar o pacote de medidas anticorrupção proposto pelos procuradores da Lava Jato e que incluíam barbaridades como a aceitação de provas obtidas ilicitamente, restrições ao habeas corpus e fim dos prazos de prescrição.

A Lava Jato alcançou grande sucesso ?" e mudou a percepção de que tudo o que envolve gente poderosa acaba em pizza ?" quando se limitou a investigar a trama de relações promíscuas instalada na máquina do Estado desde que o PT chegou ao poder. De forma inteligente e sofisticada, a operação mostrou do que é capaz uma ação bem coordenada entre Polícia Federal e Ministério Público, obtendo evidências suficientes para condenar gente muito graúda a vários anos de prisão e o ressarcimento de bilhões de reais aos cofres públicos.

Limitando-se a punir quem deve ser punido, a Lava Jato presta inestimável serviço ao País. Quando se comportam como candidatos em campanha, seus integrantes se arriscam a perder credibilidade.
Herculano
24/10/2017 10:27
ARGENTINA À FRENTE DO BRASIL NA RECONSTRUÇÃO, editorial do jornal O Globo

Vitória de Macri em eleições legislativas contra kirchnerismo e peronistas comprova a viabilidade nas urnas de uma plataforma de reformas liberais

Brasil e Argentina, por diversas circunstâncias históricas de formação, costumam cumprir ciclos semelhantes na política. É o que mostram as fases de autoritarismo e distensão. Assim como os surtos de populismo.

Se os brasileiros tiveram Getulio Vargas, os argentinos contaram com Juan Domingo Perón ?" para azar da Argentina, um caudilho que se enraizou de forma bem mais profunda no país do que o varguismo no Brasil.

A coincidência mais recente, e ainda em fase de desdobramentos, é o esgotamento, aqui e lá, de projetos populistas, conduzidos pelo casal Kirchner ?" Néstor e Cristina ?", e pela dupla Lula e Dilma. Com algumas características peculiares a depender do lado da fronteira, ambas as experiências, como foi previsto, resultaram em euforia no povo e em alta popularidade dos governantes, no início, com um desastroso desfecho em meio à inflação alta, à recessão e ao desemprego.

Também os dois países buscam emergir dos escombros, e, como fica claro no resultados das eleições legislativas realizadas domingo, a Argentina está à frente do Brasil neste aspecto.

É inegável que o fato de, no país vizinho, Cristina Kirchner ter sido sucedida por Maurício Macri, com um projeto oposto ao do kirchnerismo, facilita a transição para a estabilidade. Diferente do Brasil, em que Michel Temer, eleito pelos mesmos votos dados a Dilma Roussef, a quem sucedeu de forma legal, recebe graves acusações de corrupção, e, para se salvar, precisa barganhar apoio no Congresso pela via do fisiologismo.

O Mudemos, de Macri, de centro-direita, ganhou dos nacionais-populistas do kirchnerismo no domingo, batendo o próprio peronismo. Derrotou o populismo nas cinco principais províncias argentinas. Das 23 províncias, ganhou em 13. Mesmo que não tenha obtido controle do Congresso, ganhou força para tocar reformas ?" outra similaridade com o Brasil, a necessidade de mudanças estruturais nas áreas fiscal e trabalhista, por exemplo.

A maior vitória política ocorreu no distrito de Buenos Aires, base de 40% do eleitorado nacional, e no qual o candidato de Mudemos ao Senado, Esteban Bullrich, ultrapassou os 40% dos votos, bem à frente de Cristina K, com pouco mais de 37%, segundo boletins divulgados na manhã de ontem. A ex-presidente, com este resultado, ganha assento no Senado, mas carrega a marca da derrota política.

Outra vantagem argentina em relação ao Brasil é que as vitórias de Macri nas eleições presidenciais e no domingo fortalecem junto ao povo uma proposta liberal de governo. Prova que é possível apoio eleitoral a uma plataforma de ajuste. O momento político argentino mostra, porém, que é necessário um líder político que tome a responsabilidade de dizer a verdade para o eleitorado e convencê-lo.
Herculano
24/10/2017 10:26
BATTISTI E SEUS FANTASMAS, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

Em São Paulo, debate sobre Mãos Limpas e Lava Jato; em Brasília, o que fazer com Cesare Battisti

Vamos convir que o governo e a sociedade italianos têm razão: Cesare Battisti não é nenhum herói como Garibaldi e não tem a aura de um Che Guevara, apesar de posar com a gravura do revolucionário cubano "casualmente" ao fundo. Nos governos do PT, aqui no Brasil, ele foi tratado como um réu político. Em qualquer governo, lá na Itália, ele é considerado um criminoso comum, um assassino frio de ao menos quatro cidadãos.

Discretamente, os italianos ponderam que vivem uma democracia e, mesmo condenado à prisão perpétua, Battisti dificilmente morreria no cárcere caso extraditado. Seus companheiros já foram soltos, integrados à vida normal e há quem esteja muito bem de vida. Na Itália, a prisão perpétua só vale na teoria, assim como as penas no Brasil são reduzidas para 1/6. Sérgio Cabral já está condenado a 72 anos. Quanto vai cumprir?

A história de Battisti no Brasil é tortuosa. Ele chegou fugido, clandestinamente. Foi preso e iniciou-se um longo debate. Os pareceres técnicos e jurídicos do Itamaraty e do Ministério da Justiça eram favoráveis à extradição, mas o então ministro Tarso Genro, que é da área jurídica, preferiu o viés ideológico e liderou o processo de mantê-lo no Brasil.


O assunto foi parar no Supremo, que julgou a favor da extradição de Battisti, mas delegou para o presidente Lula a decisão de despachá-lo ou não para a Itália, sob argumento de que era questão de Estado. No último dia do mandato, Lula manteve condenado italiano em solo brasileiro.

As opiniões dividiram-se e isso só se intensificou quando a Itália prendeu, analisou e devolveu para o Brasil o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que, condenado no mensalão, fugiu com um documento em nome do irmão morto havia anos. À época, pareceu uma gentileza diplomática, um tapa com luvas de pelica da Itália no Brasil.

Na verdade, foi uma decisão muito pragmática dos dois lados: imagine se a Itália mantivesse lá, livre, leve e solto, um condenado por crime de colarinho-branco com sobrenome italiano? Os demais iriam fazer fila para escapar por terra, mar e ar, a começar dos dois ex-ministros petistas Antonio Palocci e Guido Mantega. Nenhum deles, claro, com dificuldades financeiras para sobreviver na Europa.

Como a decisão de Lula não prescreve, o governo, a diplomacia e a justiça italianas esperaram calmamente. Com Dilma Rousseff, as chances eram zero, já que ela foi presa por resistir à ditadura e prefere a "versão romântica" de Battisti. Mas, com a posse do professor de Direito Constitucional Michel Temer, as negociações recomeçaram. Já se manifestaram a favor da extradição os ministros da Justiça, do Itamaraty e do entorno de Temer no Planalto. Mas a questão depende também do Supremo.

Hoje, enquanto os magistrados italianos Piercamillo Davigo e Gherardo Colombo participam do Fórum Estadão Mãos Limpas e Lava Jato, em São Paulo, os cinco integrantes da Primeira Turma do STF julgam, em Brasília, um habeas corpus contra a extradição de Battisti. Davigo e Colombo são dois dos principais personagens da Operação Mãos Limpas na Itália e discutirão com o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol os pontos em comum nas duas fantásticas operações contra a corrupção e o futuro da Lava Jato.

E, na Primeira Turma, como o ministro Luís Roberto Barroso foi advogado de Battisti, é provável que se declare impedido e haja risco de empate, dois a dois, e Battisti vá parar no plenário carregando seus quatro fantasmas. E é assim, com debates e divergências e aprendendo com experiências anteriores, que nós, brasileiros, vamos vivendo e aprendendo. Dê o que dê no caso Battisti, o debate sobre ideologia e leis é fascinante. Como será também no Forum Estadão.
Herculano
24/10/2017 10:24
O TELEMARKETING ELOUQUECEU DE VEZ, por Maria Inês Dolci, para o jornal Folha de S. Paulo

Oito ligações para a mesma pessoa, no mesmo dia, de telefones com números ou DDDs diferentes, para vender um determinado produto ou serviço parecem um absurdo até para o Brasil, em que o telemarketing não obedece às noções mais elementares de respeito ao consumidor.

Pois isso já aconteceu comigo e com pessoas próximas, que têm recebido chamadas telefônicas durante o dia, à noite ou também em finais de semana.

Nós bloqueamos números no smartphone, mas eles continuam tentando por meio de novas ligações do mesmo DDD ou de outros Estados.

A impressão é que os call centers têm sistemas que simulam números e que discam em cascata para cumprir as metas de seus colaboradores. Para o consumidor, é uma tortura que se repete quase diariamente.

No passado, ironizávamos a chamada "fidelização", o cerco ao cliente para vender de qualquer jeito. Pois era muito mais suave do que se verifica agora.

As empresas terceirizadas que vendem para operadoras de telecomunicações e bancos não respeitam o consumidor e tentam nos empurrar pacotes de TV por assinatura, contratos de telefonia e produtos bancários com uma sem-cerimônia que nos irrita e até assusta.

É também evidente que a atual e longa recessão econômica brasileira apimentou essa relação, transformando-a em uma espécie de "vale-tudo comercial".

Em lugar de bordoadas e pontapés, esse marketing apela para assédio comercial, viola as mais comezinhas normas de civilidade e provoca repúdio a determinadas marcas famosas.

Para se defender, recomenda-se que você instale aplicativos para bloquear chamadas de telefones e SMS desconhecidos ou cadastrados em uma lista especial.

Também é possível bloquear chamadas de telemarketing mediante cadastro nos Procons de vários Estados, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas.

Uma lei federal poderia tornar obrigatório esse serviço em todos os Estados, para ser executado pelos Procons, unificando as legislações já existentes.

Além disso, deveria ser criado um ranking de empresas que mais geram reclamação por abusos no telemarketing, para exposição em meios de comunicação e redes sociais.

O consumidor também pode se precaver não atendendo ligações de números desconhecidos.

Empresas de vendas usam sistemas que discam para milhares de telefones.

Quando alguém atende, aumenta a probabilidade de que o número do seu telefone seja incluído em uma lista de telemarketing. Ou seja, que passe então a receber mais ligações de televendas.

Um lembrete às empresas que se utilizam desse expediente de marketing destrutivo (muito pior do que o agressivo): os brasileiros estão mais conscientes de seus direitos e não toleram mais corrupção, desrespeito e invasão de privacidade.

O Código de Defesa do Consumidor, uma das melhores legislações de consumo do mundo, está em vigor desde 1991, portanto já há uma geração que viveu integralmente sobre a proteção do CDC.

Espero que o Ministério Público, órgãos de defesa do consumidor e autoridades em geral dediquem especial atenção a este absurdo assédio comercial.

Chega de invadir nossos lares com ligações indesejadas!

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BLITZ DE VENDAS

Táticas usadas pelo telemarketing agressivo

Robô-secretário
"Alô, têm alguém aí?" Algumas empresas fazem a ligação com robô. Quando o usuário aguarda na linha, a ligação é transferida para um atendente. Se não há ninguém disponível, a ligação cai

Escapada rápida
Alguns atendentes desligam o telefone antes que o cliente possa dizer "gostaria que você parasse de me ligar", como uma forma de se prevenir de provas contra a empresa

Celebridades
Michel Teló e Luan Santana vendem planos de celular. Francisco Cuoco oferece um plano funerário, e Moacyr Franco já foi garoto-propaganda de suplementos nutricionais. Parece uma ligação espontânea, mas é uma gravação

A praga do fixo
Recebeu uma ligação indesejada no celular? Basta bloquear o número. Por isso, as centrais de telemarketing preferem ligar no fixo, já que, nesse meio, nem todos sabem como bloquear números indesejados (Vivo e Oi disponibilizam esse serviço)

Insistência é chave
Se o operador não consegue vender o produto ou falar com o cliente almejado, muitos sistemas de telemarketing são programados para continuar insistindo, e alguns chegam a ligar mais de uma vez por dia

O cliente ideal
As centrais de telemarketing e empresas têm bancos de dados para selecionar clientes com o perfil adequado. Aposentados, idosos e quem tem dinheiro sobrando no banco são alvos atraentes
Herculano
24/10/2017 10:17
ESTRANHO SILÊNCIO DA IMPRENSA DE GASPAR SOBRE A REUNIÃO DE ONTEM ENTRE SINDICATO, SERVIDORES E OS REPRESENTANTES DA PREFEITURA. E DEPOIS AFIRMAM QUAL A RAZÃO DA AUDIÊNCIA DESTA COLUNA E O PORQUÊ DAS REDES SOCIAIS FAZEREM O SERVIÇO QUE SERIA DOS JORNALISTAS E RADIALISTAS. Acorda, Gaspar!
Kleber X Adilson
24/10/2017 08:47
Para retificar na época do prefeito Adilson não existia a lei 3444/2012.
Pedra Liana
24/10/2017 07:57
Ao Adilson X Kleber

A diferença entre eles, é uma só, o Adilson sempre trabalhou desde de muito jovem, já Kleber sempre mamou nas telas do Poder.
Herculano
24/10/2017 07:50
UM PAÍS ONDE ALEXANDRE FROTA É MODELO CONSERVADOR MERECE ESTUDO, por João pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, no jornal Folha de S. Paulo

É uma triste verdade: Henry David Thoreau (1817-1862) é cada vez mais o meu herói. A verdade é triste porque nunca fui um libertário. Mas o contexto determina o meu texto: como lidar com o fanatismo e a imbecilidade que esquerda e direita vomitam todos os dias?

Pela fuga. Pelo isolamento. Pela vida no bosque, onde os animais são mais civilizados do que a espécie humana em geral.

Nesta semana, em duas revistas diferentes ("The Economist" e "The Spectator"), contemplei o estado a que chegaram as universidades anglo-saxônicas, tomadas de assalto por meninos semiletrados que gostam de censurar as opiniões que consideram ofensivas.

O problema é que essas crianças têm uma saúde mental assaz frágil. Resultado: tudo é ofensivo para elas. Até a chuva que cai, imagino eu. Um mundo de silêncio seria o ideal - o silêncio de um cemitério, embora a palavra "cemitério", pela sua evocação da morte, possa ser um insulto desnecessário para quem acredita na eternidade da juventude. As minhas desculpas antecipadas.

A "The Economist", mais otimista, diz que o mundo não está perdido: nas universidades, sempre houve batalhas ideológicas contra ideias polêmicas. Certo. Mas a mesma revista informa que 20% dos estudantes universitários defendem a violência contra palestrantes controversos.

Mais: em Yale, 42% dos estudantes (e 71% dos estudantes conservadores) preferem não emitir opinião sobre política, raça, religião ou gênero.

Só a Universidade de Chicago se salva do dilúvio. Por quê? Porque decidiu aprovar uma declaração onde se recusa a proteger os estudantes de ideias ou opiniões que os mesmos considerem ofensivas. Para Chicago, não é permitido cancelar palestras ou criar "espaços seguros" para que as crianças se sintam, enfim, seguras.

Sem surpresa, não há praticamente incidentes na Universidade de Chicago, prova definitiva de que a covardia das universidades é a razão primeira para haver problemas.

Na "The Spectator", a escritora Lionel Shriver, uma progressista "old school", relembra outros números: 38% dos britânicos e 70% dos alemães defendem que o governo deve proibir discursos ofensivos para as minorias. A típica receita autoritária: por favor, Estado, exerce a tua censura para que eu não conviva com aquilo de que não gosto.

O Estado agradece - e cresce em autoridade e poder. Um clássico.

Tudo isso são loucuras esquerdistas? Seriam, sim, se uma certa direita não fosse igual.

Nas últimas semanas, tenho acompanhado as polêmicas "artísticas" brasileiras. Confesso que rio. Muito e alto. Um país onde Alexandre Frota é uma referência ideológica "conservadora" deveria ser caso de estudo internacional.

Mas uma parte da direita brasileira também tem o seu interesse. Deixemos a questão da "pedofilia" para psiquiatras: não é preciso ter lido Freud para perceber que aqueles que veem "pedofilia" quando uma criança toca no braço de um artista pelado em pleno museu estão a falar mais dos seus fantasmas do que da realidade propriamente dita.

O que me impressionou foi ver essa direita a pedir mais Estado, mais intervenção do Estado, mais censura do Estado ?"e não, como seria de esperar, mais responsabilidade individual, ou familiar, na forma como se educam os menores.

Se isso é a direita, eu prefiro a esquerda. Entre a cópia e o original, eu sempre preferi o original.

Corrijo: eu não prefiro ninguém. Só o bosque, embora os meus amigos aconselhem prudência. Longe da civilização, eu não duraria 24 horas.

Talvez eles tenham razão. E eu, suspirando por ar limpo e alguma companhia, sinto uma estranha admiração pelos pensadores utópicos do século 19.

Com uma diferença: imagino uma comunidade de adultos, e não de autômatos, onde as pessoas discutem livremente; usam as palavras sem medo das patrulhas; educam os filhos sem mendigar o chicote do Estado; e até, Deus me livre, flertam com mulheres (ou homens) sem temerem acusações de machismo, assédio ou violência psicológica.

Seria uma espécie de reserva natural, digamos, onde se entra e de onde se sai voluntariamente ?"e longe desse berçário onde esquerdas e direitas gritam e fazem birra na mesma linguagem infantil.

Com sorte, as patrulhas acabariam por se destruir mutuamente - e nós, os sobreviventes, poderíamos sair da reserva e fazer o que mais interessa: começar de novo.
Herculano
24/10/2017 07:46
GOVERNO ARTICULA VOTAÇÃO PARA EVITAR 'VIÉS DE BAIXA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governo endurece o jogo, na reta final, para somar ao menos 264 votos favoráveis a Michel Temer na votação da segunda denúncia, nesta quarta (25). Um voto a menos dos 263 obtidos na rejeição à 1ª denúncia poderia significar um "viés de baixa" no apoio ao governo. E uma votação maior ajudará na articulação para aprovar a reforma da Previdência. A oposição precisa de 342 votos para afastar Temer.

OTIMISMO
O líder do governo, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), acha que Temer terá de 260 a 270 votos, mais que na primeira votação.

PSDB DIVIDIDO
No PSDB, nesta quarta-feira, os 21x20 votos pró-Temer na primeira denúncia devem ceder lugar ao placar de 24x20 contra o presidente.

PRB FECHADO
O PRB, que na primeira registrou votos contra Temer, desta vez está fechado com o Planalto, a exemplo do PR de Valdemar Costa Neto.

ARTICULAÇÃO
O presidente Temer se reuniu no Palácio da Alvorada, nesta segunda, com ministros e deputados para conferir voto a voto.

PLANO DE SAÚDE: PROJETO CRIA CILADA CONTRA IDOSOS
O projeto da nova Lei dos Planos de Saúde abre caminho para um inescrupuloso aumento de preços para todas as idades. A pretexto de "proteger" a exploração do cliente cuja mensalidade aumenta mais de 100% quando completa 59 anos, o projeto limita esse reajuste a seis vezes àquele pago por cliente de 18 anos. Assim, os Planos ganham o "direito" aumentar a mensalidade dos 18 anos para explorar os idosos.

OUSADIA CRIMINOSA
Ousados, os planos de saúde tentam convencer os deputados a alterar o Estatuto do Idoso para abrir caminho à exploração sem limites.

LOBBY CONTRA IDOSOS
O artigo 15 do Estatuto do Idoso, que os lobistas querem abolir, proíbe os planos de saúde de cobrar valores diferenciados em razão da idade.

COMO PINTO NO LIXO
Não por acaso, as empresas não têm reclamado das novidades até agora conhecidas no projeto da nova lei dos Planos de Saúde.

FALA, SÍLVIO
Do alto de seus 86 anos, o apresentador Sílvio Santos foi simples e preciso para definir a situação do ex-presidente Lula. "Se ele não rezar e não orar, ele pode se ferrar. Pode tirar umas férias aí de nove anos".

TRILHÃO É POUCO
As receitas do governo federal ultrapassaram os R$2 trilhões em 2017. Menos de 60% do previsto e não deve chegar nem perto dos R$2,8 trilhões registrados no ano passado.

EM 'MANUTENÇÃO'
A FAB não dá detalhes sobre os jatinhos e jatões que transportam o presidente e seus ministros. Mas admite que o Airbus que Lula comprou por US$57 milhões só está "disponível" 80% do tempo.

CENTRAL DE GRAMPOS
O governo de Alagoas tem ignorado o esforço do Ministério Público Federal para evitar um novo vexame como o de 2000, quando o Brasil foi condenado a pagar multa a vítimas de grampos ilegais.

PRIORIDADES NA CÂMARA
A Câmara aprovou projeto dando prazo de três meses para que as concessionárias de energia mudem postes de lugar, caso a localização prejudique o consumidor, que, para variar, ainda paga a conta.

NÚMEROS DEFASADOS
O secretário de Comunicação de Sergipe lamentou que Henry Clay, da OAB-SE, use números defasados. Sales Neto diz que em 2016 Sergipe foi o Estado que mais reduziu a criminalidade no Nordeste, 4º no País.

VOU DE TÁXI
Um táxi, de Curitiba, chamou atenção e gerou piadas entre turistas que passavam pelo Congresso, ontem. "Deve ter acabado o dinheiro para pagar jatinho da Polícia Federal", brincou um deles.

CRISE PROVOCA CALOTE
Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp mostram o impacto da crise na inadimplência. Se o calote caiu no caso dos consumidores, o nível de inadimplência de pessoas jurídicas dobrou nos últimos três anos.

PENSANDO BEM...
...Sérgio Cabral em presídio federal é o encontro da rima com a solução.
Herculano
24/10/2017 07:41
VOCÊ DARIA UMA BONECA DE PRESENTE DE ANIVERSÁRIO PARA FILHO DE AMIGOS? por Vera Iaconelli, psicanalista, no jornal Folha de S. Paulo


Vamos a um exercício que pode revelar algumas coisas insuspeitas sobre nós. Você foi convidado para o aniversário de quatro anos do filho de amigos e está às voltas com a escolha do presente. A pergunta que não quer calar: Você lhe daria uma boneca?

É claro que concordamos que os homens devem cuidar igualmente dos filhos e dividir as tarefas com as mulheres e afirmamos isso com convicção até para uma eventual sogra ou cunhado ultra machistas. Salvo as seitas retroalimentadas pelo algoritmo do Facebook ou o despudor, dificilmente alguém defenderia em público uma divisão de tarefas não igualitária entre homens e mulheres.

Minha resposta à pergunta acima? Você, eu não sei, mas eu, provavelmente, não levaria. Ainda que eu esteja cansada de saber que as crianças de quatro anos adoram brincar de boneca e casinha, sejam meninas ou meninos, eu não levaria. Por quê? Pela preguiça de causar uma comoção, que incrementaria a fama de inconveniente que pesa sobre psicanalistas.

A patrulha sobre a brincadeira dos meninos permanece cerrada e ainda nos inibe em gestos tão irrefletidos que se tonam corriqueiros. Embora tenhamos a saudável tendência de apontar para os constrangimentos a que estão submetidas as meninas, ignorar as inibições a que estão sujeitos os meninos não nos ajudará a diminuir as desigualdades de gênero. O clichê "homem que é homem não chora" já foi criticado o suficiente, mas não deixa de ter efeitos nefastos. O toque afetuoso, tão comum e elogiado entre meninas, é substituído por lutas e safanões entre meninos. Diante da tristeza, os rapazes são orientados a partir para a ação com o intuito de pensar em outra coisa.

Pensando fora da bolha formada por meia dúzia de escolas progressistas concentradas na zona oeste da capital, que por sinal sofrem de outros tantos preconceitos, veremos que a chegada de um menino vestido de fada ou rainha na escola pode ser um caso de polícia, enquanto que a roupa de cowboy em uma menina passa desapercebida. A comoção revela nossa inabilidade em lidar com nossas fantasias sobre a masculinidade.

O primeiro estudo meta-analítico sobre depressão pós-parto em homens publicado no "The Journal of American Medical Association" (James F. Paulson e Sharnail D. Bazemore, Jama, 2010) revela que os sintomas apresentados são muito próprios do universo cultural masculino e, portanto, difíceis de identificar. Enquanto as mulheres que se deprimem depois do nascimento do filho, de forma geral, costumam apresentar um quadro de tristeza, irritabilidade e ensimesmamento, nos homens os sintomas se deslocam para o uso excessivo de medicamentos e drogas, mudanças bruscas na rotina, aumento do risco de acidentes e outras formas de atuação que buscam driblar uma tristeza, com a qual estão pouco habituados a lidar.

Não temos como saber de antemão como cada sujeito vai lidar com a parentalidade, que é considerada uma crise maturativa, benigna, mas psicologicamente tão arriscada quanto a crise da adolescência. Sabemos, porém, que estamos todos condenados a lidar com os momentos críticos de nossas vidas usando os recursos psíquicos que desenvolvemos até então. Que condições estamos oferecendo para que os meninos desenvolvam esses recursos?
Herculano
24/10/2017 07:31
'ELEITORADO SE SENTIU TRAÍDO', AFIRMA LULA, O TRAIDOR, por Josias de Souza

Em entrevista ao diário espanhol El Mundo, Lula falou sobre os erros de Dilma na gestão da economia. O maior deles "foi exagerar na política de desonerações das grandes empresas." O outro foi ter anunciado depois das eleições de 2014 um ajuste fiscal que não ornava com os compromissos que assumira em campanha. Numa primeira versão da entrevista, o jornal havia anotado que Lula dissera que "Dilma traiu o eleitorado". Incomodado com a reprodução da frase no Brasil, Lula esclareceu que dissera algo diferente: "O eleitorado que a elegeu em 2014 se sentiu traído." O jornal espanhol fez a correção no seu site.

Corroborada pelo áudio da entrevista, a emenda de Lula conseguiu piorar o soneto. Antes de saber que o entrevistado esclarecera que o eleitorado é que é meio imbecil e "se sentiu traído", gravei um comentário defendendo Dilma das críticas do seu criador à forma como conduzira a economia. Nele, afirmei que, a essa altura, a maior empulhação que Lula pode cometer contra a inteligência alheia é atribuir a Dilma a responsabilidade pelos desacertos do país. Dilma foi o efeito, não a causa.

Se o eleitorado se sentiu traído, quem o traiu foi Lula. Numa época em que ostentava popularidade acima dos 80%, Lula vendeu uma incompetente como administradora impecável. Essa gerentona de mostruário afundou o país já no primeiro mandato. Fez isso ao criar uma nova matriz econômica, voluntarista e intervencionista. Cavou um pouco mais fundo ao pedalar o Orçamento para se manter no poder. E Lula dobrou a aposta, reelegendo o descalabro em 2014.

Presidente, Lula governou firmando alianças partidárias tóxicas financiadas à base de mensalões e petrolões. Chamou a rendição à oligarquia empresarial de amadurecimento político. Ao eleger e reeleger uma incapaz como se fosse uma supergerente, Lula produziu uma espécie de conto do vigário no qual a maioria do eleitorado caiu. Tenta reeditar o estelionato ao atribuir todas as culpas a Dilma. Lula sabe que o verdadeiro culpado está escondido no seu espelho.
Herculano
24/10/2017 07:27
LULA E O POPULISMO, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

A entrevista que Luiz Inácio Lula da Silva deu ao jornal espanhol "El Mundo" não nos faz vislumbrar uma campanha eleitoral muito auspiciosa em 2018.

Nem tudo, porém, são más notícias. É positivo o fato de Lula admitir que o governo Dilma Rousseff cometeu erros. O maior deles, segundo o petista, foi ter "exagerado" nas desonerações dadas a empresas. Tal reconhecimento me pareceu um avanço, porque ainda vejo petistas que defendem a política econômica de Dilma, atribuindo o desastre ocorrido sob sua gestão só a fatores externos.

Lula, entretanto, se trai ao afirmar que o segundo maior erro de Dilma foi ter tentado, em 2015, promover o ajuste fiscal, contrariando tudo o que afirmara na campanha de 2014. O problema de Dilma não foi propor o ajuste (eu diria até que foi um de seus raros acertos), mas sim ter prometido o que ela sabia que não poderia entregar. Nesse particular, Lula errou junto com Dilma, pois ele também tinha conhecimento da encrenca fiscal e isso não o impediu de participar ativamente da campanha.

O que me preocupa, contudo, não é tanto o passado, mas o futuro. É especialmente inquietante que o petista tenha falado em "referendo revogatório" das medidas aprovadas por Michel Temer. A atual gestão é um horror. É impopular, fisiológica e patologicamente conservadora. Ainda assim, teve o mérito de começar a pôr ordem na barafunda econômica legada por Dilma. É justamente isso que o ex-presidente ameaça reverter.

A situação é estranha, pois, se Lula vencesse com esse discurso, ou cometeria estelionato eleitoral, como Dilma, ou cumpriria suas promessas, mas aí dificilmente conseguiria governar. Outra possibilidade é ele próprio achar que terá a candidatura cassada, hipótese em que flertes com o populismo se tornam mais compreensíveis, ainda que não justificáveis. Em qualquer caso, não teríamos, de novo, uma campanha eleitoral honesta, o que pode ser desastroso
Herculano
24/10/2017 07:25
MARÉ VERMELHA: NA TURMA OU NO PLENO DO STF, PLACAR PODE SER FAVORÁVEL A TERRORISTA ITALIANO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Pois é, pois é? Escrevi ontem dois posts apontando o risco que corre o Tribunal Superior Eleitoral a partir de fevereiro do ano que vem, quando passa a ser presidido por Luiz Fux. Em agosto, ele transfere o bastão para Rosa Weber, num tribunal que contará com as presenças de Roberto Barroso e Edson Fachin. Risco por quê? Ora, por óbvio, não me agradam a heterodoxias do trio - ou do quarteto. Houve quem dissesse que estou pegando no pé dos doutores. Eu não. Aprontam tais e tantas no STF que posso esperar o pior no TSE.

Nesta terça, Luiz Fux, ministro do Supremo, quer dar um truque no Regimento Interno do Supremo e levar para a Primeira Turma a decisão sobre o habeas corpus preventivo que ele concedeu ao terrorista italiano Cesare Battisti, que o presidente Michel Temer pretende extraditar. Segundo decisão tomada pelo STF em 2009, o refúgio ao valente era, sim, ilegal, mas a extradição seria um ato soberano do presidente. E Lula decidiu, rasgando o tratado firmado coma Itália, que o homem deveria ficar no Brasil.

Barroso, membro da Primeira Turma, está impedido de votar porque foi advogado de Battisti. Fux parece estar com a posição definida, e não vejo Rosa a contrariar aquela que seria a opinião de Barroso. Marco Aurélio votou contra a extradição há sete anos. Assim, sobra Alexandre de Moraes como eventual voto contrário a Battisti, mas ignoro o que fará o ministro. Apenas presumo. Tenho poucas razões para duvidar de que, segundo a Primeira Turma, o italiano permaneceria por aqui.

Ocorre que a decisão tem de ser do pleno, segundo dispõe o Artigo 6º do Regimento Interno do Supremo, que diz com todas as letras:

"Também compete ao Plenário:
I ?" processar e julgar originariamente:
a) o habeas corpus, quando for coator ou paciente o Presidente da República, a Câmara, o Senado, o próprio Tribunal ou qualquer de seus Ministros etc."

Fux pretende que seja a Primeira Turma a decidir se ela mesma dá a palavra final ou se remete o caso ao conjunto dos ministros. Não existe tal dispositivo no Artigo 6º. Logo, o pleno do tribunal tem de votar. Mas atenção! Mesmo assim, o cenário é favorável a Battisti. Explico por quê. Em novembro de 2009, o Supremo tomou a decisão em duas etapas:

- a primeira: por cinco a quatro, autorizou a extradição e pediu que se exercesse o Tratado entre os dois países. Assim votaram os ministros Cezar Peluso (relator), Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto e Ellen Gracie. Só Mendes e Lewandowski seguem na Corte. Colocaram-se contra a extradição Joaquim Barbosa, Eros Grau, Cármen Lúcia e Marco Aurélio. Os dois últimos permanecem na Casa.

?" a segunda etapa: mesmo com a extradição autorizada, a quem caberia a decisão? Eis que Ayres Brito mudou de trincheira e aderiu ao quarteto contrário a extradição. E Lula bateu o martelo no último dia de seu mantado. Battisti ficou.

Quem vota desta feita? O único suspeito óbvio é Barroso. Mas Toffoli e Celso de Mello podem achar que remanescem as razões que os impediram de votar. Se acontecer, apenas oito ministros participarão. E será grande a chance de um 5 a 3 em favor de Battisti, a saber: Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Marco Aurélio e Carmen Lúcia. No polo oposto, podem ficar Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Ainda que Celso e Toffoli votassem, ter-se-ia a possibilidade de um cinco a cinco. E Battisti ficaria no Brasil.

Parecer da AGU defende o óbvio: que a extradição é legal e que a decisão cabe ao pleno do Supremo.

Nota: não estou a fazer uma previsão, mas apenas analisando tendência. Vai que baixe o bom senso em Fachin e Rosa? Mas não tenho muitas razões para acreditar nisso, não é? Levam aquele jeitão de que vão fechar com o valente Fux, aquele que queria manter afastado e em prisão domiciliar um senador que nem ainda é réu, mas que concede habeas corpus preventivo a um anjo dos direitos humanos como Battisti.

Ah, sim: se o STF mantém a posição de que extraditar é um ato soberano do presidente, e isso não está em debate, Temer poderia, em tese, extraditar Battisti independentemente do que dissesse o tribunal, mas é evidente que não o fará se a maioria dos ministros votar em favor do terrorista.

PS: O ministro Marco Aurélio é presidente da Primeira Turma. Deveria, de saída, tomar a decisão de levar a questão para o pleno e ponto final. E a decisão seria tomada na quarta. O ministro andou se insurgindo, corretamente, contra a heterodoxias de alguns de seus pares. Que o faça de novo.
Herculano
24/10/2017 07:19
da série: o que os políticos fazem com o nosso dinheiro dos pesados imposto que falta na Saúde, Educação, Segurança, Obras; servidores que não servem ao povo, ao estado, mas ao ócio e à malandragem. Você acha que esse quadro é de Brasília? Olhe ao seu redor!

PROLIFERAÇÃO DE CARGOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A tabela de salários dos servidores do Executivo federal, listando as múltiplas situações funcionais existentes na máquina brasiliense, compõe hoje um calhamaço de 623 páginas - eram já copiosas 82 em 1998, quando o documento começou a ser divulgado.

De lá para cá, não aumentou somente o quadro de pessoal, atualmente de 635 mil civis; o que deu à publicação suas dimensões de Velho Testamento foi uma gestão caótica da força de trabalho.

Sob pressões corporativas, proliferaram novas categorias para acomodar o funcionalismo, em especial durante as administrações petistas. Contavam-se, no início da década passada, cerca de 30 carreiras e cem diferentes cargos. Estes foram triplicados; aquelas se tornaram difíceis de distinguir.

Há, ou deveria haver, sentido gerencial em tais classificações. A carreira de policial federal, por exemplo, inclui cargos como os de delegado, agente e escrivão. Cada um deles demanda habilidades específicas, a serem aprimoradas com treinamento e experiência.

Salvo casos pontuais, não faria sentido remanejar tais profissionais para outras funções no Executivo, tampouco substituí-los por servidores de formação diversa.

Não se pergunte, entretanto, por que um hospital público, o das Forças Armadas, dispõe de três carreiras exclusivas ?"uma delas, ao menos, é a de médico?" e de seu próprio plano de cargos.

Situações como essa atendem à conveniência das corporações, não à condução das políticas de Estado. Os servidores se agrupam em compartimentos estanques, para melhor negociar salários e vantagens peculiares; ao governo resta gerir uma burocracia engessada.

Conforme o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério do Planejamento, Augusto Chiba, o número de carreiras e cargos poderia ser reduzido a um décimo do atual.

Trata-se de constatação um tanto tardia ?"desde seu início, o governo Michel Temer (PMDB) ensaia uma reforma administrativa, até aqui limitada a medidas que mal avançam além do cosmético.

Prometeu-se em agosto uma revisão das estruturas salariais das carreiras, mas nem sequer se enviou tal proposta ao Congresso. É pouco, de todo modo: o crescimento do quadro de pessoal da União deveria ser estancado até que se procedesse a uma ampla reorganização de suas categorias.
Alguém me disse
24/10/2017 07:07
Mais de 350 pessoas se fizeram presentes na assembleia dos servidores públicos de Gaspar ontem, e o nosso prefeito de fato Roberto Pereira, desafia os servidores em redes sociais,dizendo que vai cortar todos os privilégios dos funcionários , engraçado acabaram de criar funções gratificadas para apadrinhar politiqueiros, é muito mais vários comissionados que só vem buscar altíssimos salários,e não sabem nem o que estao fazendo no local de serviços, que vergonha essa administração
Kleber X Adilson
24/10/2017 06:47
Qual a diferença entre o prefeito Kleber e o ex.prefeito Adilson Schmitt?Nenhuma ambos descumprem a lei.Atualmente o atual prefeito por desconhecimento ou por teimosia descumpre a lei 3444/2012.Ministério Público nele.
Otto Marconi Neto
23/10/2017 21:32
Sr. Herculano

Por favor corrija meu comentário anterior:
Saudades do Odir Barni, quando foi presidente do Sintraspug e que não se vendia, lutava pelos interesses da classe.
Erva Doce
23/10/2017 20:27
Oi, Herculano;

"UM GOVERNO SEM PALAVRA?"
"desconheço esse acordo ..."

Esta resposta é típica de político. Veja só;

O Sr. Irineu é o mais novo serviçal do Sr. Moacir Barbieri. Para o aniversário da filha, pediu ao patrão as dependências da área externa de sua casa para fazer a reunião festiva.
Como todo político é pavão, se prontificou a doar o chopp. No dia da festa o chopp não "compareceu"
e, questionado, o Sr. Moacir respondeu:
"desconheço que falei".
Resposta típica de político.
Pequeno Polegar
23/10/2017 20:17
Otto Marconi Neto, vai que a PresidentA é prima da DilmA?
Violeiro de Codó
23/10/2017 19:40
Sr. Herculano:

Da série perguntar não ofende:
Quando o filho é um político incompetente pode o pai morrer de desgosto?
Otto Marconi Neto
23/10/2017 19:39
Herculano

Saudades do tempo do Odir Barni, que se vendia em troca de função gratificada. Vergonha deste sindicato aparelhado, que ajoelha aos do poder. Propõem meio dia de paralisação, essa equipe de negociação o que tem a dizer?
Servidores, vamos esquecer posições políticas e vamos a luta.
Senhora presidente, desta forma a senhora não nos representa. Só teatro.
A condução da Assembléia de hoje foi uma vergonha.
Mariazinha Beata
23/10/2017 19:33
Seu Herculano;

Se há a patota do contra quanto a mudança no trânsito da cidade e os donos não querem o progresso, porque não deixa a turma do glomérulo (turma do atraso), ficarem brincando no país das maravilhas deles e constrói-se um viaduto por cima de Gaspar. Blumenau agradece!
Bye, bye!
Herculano
23/10/2017 16:09
TREMEI! FUX, BARROSO, ROSA E FACHIN VÃO TER A CHANCE DE TESTAR AS SUAS FEITIÇARIAS NO TSE, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Não deixa de ter a sua graça trágica que Luiz Fux vá comandar o tribunal durante boa parte do ano eleitoral; que passe o bastão depois para Rosa Weber e que Roberto Barroso e Edson Fachin integrem o TSE numa quadra tão complicada da vida nacional (leia post abaixo).

Fux foi o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade que acabou resultando na proibição da doação de empresas privadas a campanhas. A decisão veio à esteira da histeria provocada pela Lava Jato. Como adverti tantas vezes aqui, escolher esse caminho correspondia a jogar fora a água suja junto com a criancinha. Mas quê... De pouco adiantou. Fux produziu uma peça verdadeiramente condoreira contra essa modalidade de financiamento de campanha e, infelizmente, arrastou o voto de sete outros ministros: Barroso, Dias Toffoli, Rosa, Cármen Lúcia, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa, que ainda integrava o tribunal. Fizeram a coisa certa, nesse caso, Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello.

E por que eu me opunha com tanta determinação a que se proibissem as doações de pessoas jurídicas? Ora, em razão de uma questão elementar: é evidente que isso implicará um aumento do caixa dois nas campanhas. Dinheiro não cai do céu. Nesse caso, pode vir do inferno. E vem. O narcotráfico lida com grana viva e sem registro. Já participava marginalmente do processo eleitoral. Agora, vai entrar para valer. Tantas vezes chamei a atenção para a questão. Mas foi inútil.

Na sexta-feira, o UOL publicou uma entrevista com Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que está preso no presídio de segurança máxima de Mossoró. Está condenado a 48 anos e amarga cadeia há 21. Segundo a Polícia, é um dos chefões do Comando Vermelho, que travou, não faz tempo, uma guerra suja com o PCC, cujo epicentro está em São Paulo. Marcinho diz com todas as letras: o narcotráfico já financia campanhas eleitorais. Imaginem o que vai acontecer a partir deste ano. O bandido, claro, faz essa declaração ao defender a legalização das drogas, hipótese em que acabaria o tráfico e, pois, as ilegalidades a ele associadas. Nesse particular, o ministro Barroso já deixou claro que concorda com ele. É outra tese muito influente entre os inocentes, os energúmenos e os interessados, como Marcinho VP. Já escrevi muito a respeito neste blog e não me estenderei sobre isso agora para não perder o foco.

Fux, que vai comandar o TSE, estará à frente do tribunal ao qual caberá cuidar das sanções às transgressões eleitorais que seu voto certamente contribuiu para multiplicar a níveis escandalosos. Depois, o ente passa para as mãos de Rosa Weber, que aderiu à tese. E, bem?, é preciso lembrar, o regente dessa ópera bufa se chama Roberto Barroso. Poucos se lembram: aquela Ação Direta de Inconstitucionalidade que chegou ao Supremo era de sua autoria, quando ainda atuava como advogado. A ação foi impetrada pela OAB Nacional, e o agora ministro foi o defensor na causa. Já no tribunal, com o desassombro que lhe é muito peculiar, não hesitou em dizer "sim" ao próprio texto.

A quantas heterodoxias vai se entregar o TSE sob os cuidados desses valentes? Não sei. Mas sabemos bem do que tem sido capaz essa gente no tribunal constitucional. Fachin fez-se relator do caso JBS sabendo que este nada tinha a ver com o chamado "petrolão". Foi escolhido a dedo, e contra a lei, por Rodrigo Janot, o que acabou sendo endossado por Cármen Lúcia. Mesmo assim, não teve pejo em homologar um acordo de delação com Joesley Batista e sua trupe que entrará para a história, ele sim, como um dos maiores escândalos de que se teve notícia na corte.

Rosa, Barroso e Fachin, o trio do barulho que resolveu aplicar a sua própria Constituição, não a que temos, inventando uma punição para parlamentares que não está prevista em lugar nenhum - o afastamento, de ofício, com recolhimento domiciliar - vai se encontrar no tribunal que cuida da espinhosa questão eleitoral, pedra de toque da democracia. E olhem que só não será o quarteto a aterrorizar o processo porque Fachin substituirá Fux, já que, dos sete membros do TSE, são apenas três os membros oriundos do Supremo. Dois vêm do STJ, e o outro par é escolhido pela Presidência da República entre juristas.

Para encerrar: os quatro estiveram juntos, de novo, na mais estupefaciente das votações jamais perpetradas do STF: aquela que entendeu que na Lei da Ficha Limpa poderia ser aplicada retroativamente, inclusive sobre a coisa julgada, o que é uma aberração. As eleições de 2018 se afiguram, desde já tensas, com elevado potencial de conflitos. Sem as doações privadas, podem se multiplicar brutalmente as denúncias de irregularidades. E, se isso não acontecer, é porque estará em curso um pacto entre os praticantes de ilícitos eleitorais, com o tribunal, que só atua quando é acionado, fazendo de conta que nada vê.
Herculano
23/10/2017 12:30
O PT ENSAIA ADMITIR QUE O SEU GOVERNO FOI UM DESASTRE E COMEÇA APONTAR PARA CULPADOS ÚTEIS PARA SE SALVAREM TODOS. LULA DIZ QUE DILMA TRAIU SEUS ELEITORES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cátia Seabra. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo", que a ex-presidente Dilma Rousseff "traiu seu eleitorado" ao promover o ajuste fiscal porque tinha prometido manter as despesas nas eleições de 2014.

Segundo ele, esse foi o segundo erro da presidente. O maior, afirmou, foi a política de desoneração às empresas. "Começamos a perder credibilidade. O ano de 2015 foi muito semelhante ao de 1999, quando FHC teve uma popularidade de 8% e o Brasil quebrou três vezes. Mas o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou. Nós tivemos o Eduardo Cunha."

Na entrevista, publicada neste domingo (22), Lula diz ter certeza de que, assim como ele, Dilma pensa que ele deveria ter concorrido em seu lugar nas eleições de 2014.

Ao responder se estava arrependido por não ter disputado, Lula disse que não porque foi leal a Dilma. "Ela tinha direito de ser reeleita. Mas eu pensei nisso muitas vezes e eu sei que Dilma também. O que acontece é que eu não sou o tipo de pessoa que se arrepende"

Ao ser questionado sobre a hipótese de não concorrer, Lula disse que espera disputar a Presidência, mas que "ninguém é imprescindível". "Existem milhares de Lulas."

O ex-presidente falou ainda sobre o ex-ministro Antonio Palocci, que negocia acordo de delação premiada com a Lava Jato e afirmou, em depoimento ao juiz Sergio Moro, que Lula avalizou um "pacto de sangue" com a Odebrecht por supostas propinas ao PT.

Afirmou que Palocci fez uma delação sob pressão e que a única verdade em seu depoimento foi ter reconhecido que buscava o benefício da lei.

Sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, disse que não dá nenhum apoio incondicional. "Defendo para a Venezuela o mesmo para o Brasil, que é cuidar de seus assuntos sem interferência externa."

Sobre o presidente americano, Donald Trump, que não se deve governar pelo Twitter.
Olheiro
23/10/2017 11:59
SABE POR QUE O KLEBA VAI MUDAR O TRÂNSITO NO NATAL? PORQUE A CIDADE ESTARÁ VAZIA DOS BOCUDOS E A IMPRENSA DE FÉRIAS. SO EM GASPAR A IMPRENSA PEGA FÉRIAS NO NATAL E ANO NOVO
Herculano
23/10/2017 10:36
ALIADOS AGORA ADMITEM DORIA NO GOVERNO DE SÃO PAULO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Pedro Venceslau, enviado especial a Assunção

O grupo político do prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) passou a admitir rerservamente a hipótese de o prefeito se candidatar em 2018 ao governo de São Paulo e não mais à Presidência da República. A hipótese que antes era descartada pelos correligionários mais próximos de Doria encontra apoio até do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que vê a composição entre os dois como uma forma de pavimentar de vez sua candidatura ao Palácio do Planalto no próximo ano. Até o início deste mês, Doria e seus auxiliares diretos rechaçavam com veemência essa possibilidade.

Porém, integrantes do grupo de Doria resolveram aconselhar o prefeito a buscar a composição com Alckmin ao mesmo tempo que a popularidade do prefeito começou a sofrer desgaste conforme as mais recentes pesquisas. Doria deve ainda mudar de estratégia e reduzir o número de reuniões internas para intensificar agendas públicas na capital. Até agora, Doria só trabalhava com um cenário: a disputa pela Presidência da República no ano que vem.

A solução de uma aliança entre Alckmin e Doria teria a vantagem ainda de pacificar a legenda em São Paulo e consolidaria o nome do governador internamente no PSDB. Questionado sobre esse cenário, Doria deixa uma porta aberta. "Toda solicitação que venha do governador Geraldo Alckmin vai merecer meu respeito e atenção", disse o prefeito ao Estado em entrevista publicada na semana passada.

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, Doria tem 32% de aprovação, 26% de rejeição e 40% de avaliação regular entre os paulistanos. Há quatro meses, ele tinha 41% de avaliação ótima/boa, 22% de ruim/péssima e 34% de regular.

Além da pesquisa que detectou um aumento da rejeição à gestão Doria, no entorno do prefeito a avaliação reservada é de que Alckmin tem, hoje, amplo favoritismo em uma eventual prévia, e que o desgaste de disputar o Palácio do Planalto por outro partido seria grande. A movimentação recente do governador, que disse na sexta-feira, 20, que se prepara para concorrer à Presidência em 2018, deixou claro que o debate interno agora se dará diretamente.

Faltando um ano para as eleições, o Palácio dos Bandeirantes "colocou o bloco na rua" e vai nacionalizar o discurso do governador. Já o discurso no entorno de Doria e Alckmin sobre a disputa em São Paulo converge: com a retaguarda do Palácio dos Bandeirantes, o prefeito seria o nome mais forte do PSDB na disputa. Para Alckmin, é mais fácil o eleitor aceitar que o afilhado "saia da capital para ajudar São Paulo" do que se arriscar em uma disputa nacional.

A resistência de Doria demonstrada até agora a aceitar essa possibilidade, no entanto, abriu espaço no PSDB para outros interessados em concorrer ao Bandeirantes. O senador José Serra (SP) já disse interlocutores que avalia disputar a indicação e está conversando com prefeitos do interior. Além dele, o cientista político Luiz Felipe d'Avila, o secretário estadual de Saúde, David Uip, e o secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, também manifestaram interesse no cargo.

Procurado, o prefeito afirmou que permanecerá trabalhando por São Paulo e que não iria comentar o posicionamento dos aliados.
Herculano
23/10/2017 10:35
TEMER MANDA ABIN CONTRATAR MAIS 300 ARAPONGAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Dois dias após a revista Veja acusar o governo de acionar seu serviço secreto para investigar o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer autorizou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) a contratar 300 arapongas. A Abin pedia autorização, mas só saiu quando Temer foi alvo de Joesley Batista, segundo o Planalto, o "grampeador-geral da Republica".

SETOR CARENTE
O governo avalia que necessita de ações de inteligência para impedir casos como a gravação da conversa do presidente com Joesley.

VULNERABILIDADE
Com o presidente vulnerável, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) recomendou a Temer autorizar a contratação dos novos agentes.

R$16 MIL POR MÊS
Os novos agentes terão salário inicial de R$16 mil. Ruim de serviço, o Ministério do Planejamento ainda não aprontou o edital do concurso

DISQUE-PIZZA
Temer recebeu telefone criptografado, feito na Abin, mas desistiu de usá-lo ao perceber que o número era mais manjado que disque-pizza.

GOVERNO DO DF VÊ AGÊNCIA 'APARELHADA' PELO PT
Na última semana, o governo do Distrito Federal foi forçado a negar um plano para aumentar para 48h consecutivas o racionamento de água nas cidades do estado. Mas a agência reguladora de águas do DF (Adasa) publicou dois dias depois uma resolução que confirmava a ideia. A avaliação é de que a Adasa "vazou" o plano para prejudicar o governo, que rejeita cortar a água por 2 dias seguidos.

POR QUÊ?
"Metade da Adasa está controlada por petistas", esclareceu alta fonte do Buriti sobre o vazamento do plano de racionamento de 48h.

JUSTIFICATIVA
Segundo a Adasa, a resolução não ampliou o racionamento, só autorizou a Cia. de Saneamento do DF (Caesb) a ampliar o período.

PRÉ-REQUISITO
Para dobrar o período de racionamento de água no DF, a agência reguladora precisa apresentar um novo Plano de Racionamento.

CONTANDO VOTOS ALHEIOS
A oposição acha que conseguiu reverter votos favoráveis a Temer, na votação de quarta (25), e que o governo já não terá os 263 votos da primeira votação. Mas a maior dificuldade é mesmo da oposição: somar 342 votos para acatar a denúncia da Procuradoria Geral da República.

ALô, É DA POLÍCIA?
Muito boazinha com as empresas exploradoras do serviço (e sobretudo da clientela), a Agência Nacional de Saúde (ANS) aumentou o valor das mensalidades de 8,7 milhões de vítimas dos planos individuais.

OUTRO PAPO
A Alemanha também tem Justiça do Trabalho, mas se a indústria de ações trabalhistas do Brasil responde por 93% do total de todo o planeta, as do país de Angela Merkel elas não chegam a 1% do total.

SENADORES POR CIMA
O site Ranking dos Políticos aponta três senadores entre os políticos mais bem avaliados do país: Ana Amélia (PP-RS), nº 1 no geral. Em 3º e 5º Lasier Martins (PSD-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

LUGAR ERRADO
Leigos ilustres voltam a julgar um assunto que deveria ser definido pela comunidade científica: o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na quarta o caso de restrições para homens gays de doar sangue.

MAIS OU MENOS MÉDICOS
A Comissão de Assuntos Sociais do Sendo vai analisar a "eficiência" do programa Mais Médicos nestas terça (24) e quinta (26). A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) já levou R$1,3 bilhão do Brasil.

VETOS NA PAUTA
Está marcada sessão conjunta do Congresso Nacional nesta terça-feira para analisar seis vetos presidenciais. Um dos vetos anulou pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias

PRAGMATISMO ELEITORAL
Há lógica na união PT-PMDB, observa o jornalista Carlos Brickmann. No Nordeste, Lula é o político mais popular e o PMDB tem a melhor estrutura, e mais tempo de TV. E ambos são, digamos, pragmáticos.

PENSANDO BEM...
...só no Brasil que, além da garrafa, o senador também é retornável.
Herculano
23/10/2017 10:35
EVANGÉLICOS IMPULSIONAM BOLSONARO E MARINA E DERRUBAM LULA, DIZ DATAFOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Anna Virgínia Balloussier e Eduardo Moura. Se depender do eleitorado evangélico, a zona de conforto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial vai minguar um bocado. Já a pujança eleitoral do deputado Jair Bolsonaro (PSC) e de Marina Silva (Rede) se dilata no segmento, segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de setembro.

No quadro geral, Lula tem pelo menos 35% das intenções de voto nos cenários nos quais seu nome é testado. Numa simulação em que só evangélicos iriam às urnas, ele continuaria o mais bem posicionado, mas com 29% de menções na sondagem estimulada ?"na qual são exibidos cartões com nomes dos candidatos.

O Datafolha ouviu 2.772 pessoas em 194 municípios.

Evangélicos representam a segunda maior camada religiosa do país (32%), segundo o Datafolha. Católicos, que até os anos 1980 eram 9 de cada 10 brasileiros, são maioria, mas sua presença vem encolhendo: hoje, são 52% da população. Entre eles, Lula é a opção de 40%, tanto no cenário com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) quanto naquele em que o tucano testado é o prefeito João Doria.

Nos dois casos, Bolsonaro e Marina disparam na preferência evangélica, com pelo menos 21% e 17% das intenções de voto, respectivamente ?"quando Lula está na jogada, ainda que por margem estreita, católicos preferem o deputado à ex-senadora.

E se o ex-presidente, que enfrenta problemas na Justiça que podem impedi-lo de concorrer, não se candidatar? Aí é Marina, única evangélica entre os principais pré-candidatos, quem lidera a corrida, escolhida por 27% daqueles que seguem sua fé e 21% dos guiados pelo papa Francisco.

Bolsonaro vem em segundo lugar, com 23% entre evangélicos e 16% entre católicos.

A indisposição de evangélicos com Lula também sobressaiu quando entrevistados foram indagados sobre o candidato em quem não votariam de jeito nenhum. A taxa de rejeição ao petista chega a 46% nessa fatia religiosa ?"só os que se declaram espíritas kardecistas/espiritualistas rechaçam ainda mais o ex-presidente (52%).

Levando em conta todas as filiações religiosas, essa taxa cai para 42%. Católicos são menos antipáticos a Lula: 39% o descartariam no pleito.

Com Bolsonaro o quadro se inverte: a rejeição, que no quadro geral é de 33%, cai a 27% no eleitorado evangélico. O parlamentar se declara católico (parcela na qual tem 34% de resistência), mas foi batizado nas águas do rio Jordão, em Israel, pelo pastor Everaldo, presidente de seu partido, teve o casamento com a terceira esposa celebrado por Silas Malafaia e vem buscando aproximação com esse segmento.

Evangélicos também são mais benevolentes com os nomes tucanos cotados para disputar a Presidência: o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria têm, respectivamente, 28% e 22% de taxa de rejeição, contra 33% e 25% da média católica (religião professada pelos dois).

Já a objeção a Marina é de 21% entre evangélicos como ela e dispara a 29% entre seguidores do Vaticano.

Filho de uma ex-católica convertida à Assembleia de Deus, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que não se declara candidato mas costuma ser lembrado por eleitores para o pleito de 2018, é o menos rejeitado: 21% (todos), 23% (só católicos) e 19% (evangélicos).

TOMAR PARTIDO

Evangélicos têm menos apego partidário do que católicos: 66% dizem não ter uma sigla preferida, contra 59% do maior grupo religioso do país. O favoritismo do PT é maior entre católicos (22%) do que entre evangélicos (18%). Idem com PMDB: 6% e 3%, nessa ordem. Já o PSDB angaria os mesmos 4% de predileção em ambos os segmentos.
Herculano
23/10/2017 10:34
NA ELEIÇÃO DE 18, TSE ESTARÁ SOB INFLUÊNCIA DO COMANDO IDEOLóGICO VERMELHO: ROSA, BARROSO E FACHIN, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Em reportagem publicada neste domingo, o Globo aplaude a esquerdização certa que haverá no Tribunal Superior Eleitoral, afirmando que o dito cujo "será mais rígido". Bem, o jornal, obviamente, não conhece o futuro. Está batendo palmas por princípio, considerando o que sabe a respeito dos nomes envolvidos na dança das cadeiras. Eu também não conheço. E, em vez de aplaudir a nova composição, dou uma vaia prévia. Se eu errar, me penitencio depois.

Antes que eu continue, vamos lembrar como é composto o TSE. Esse tribunal é formado, segundo dispõe o Artigo 119 da Constituição, por três ministros do STF, dois do STJ e dois juristas indicados pelo presidente da República a partir de lista tríplice aprovada pelo Supremo. Sigamos.

Em fevereiro do ano que vem, Gilmar Mendes, deixa o TSE. Em seu lugar, entra o ultra-esquerdista Roberto Barroso. Mendes é ainda presidente, e essa função passará para Luiz Fux. É o ministro que mata bolas no peito e nem se despenteia que estará no comando do tribunal até quase a reta final da eleição de outubro do ano que vem. Também Fux deixa a Casa em agosto de 2018. Sua vaga será ocupada por Edson Fachin, o outro ultra-esquerdista, estranhamente ultralibertário quando se tratou de garantir a mamata que Rodrigo Janot negociou com Joesley Batista, ora suspensa. Com a saída de Fux, a presidência do TSE cairá nas mãos, Santo Deus!, de Rosa Weber, a terceira expressão da Ala Vermelha do Supremo.

Assim, meus caros, vai se instalar um comando vermelho ideológico no TSE a partir de agosto do ano que vem. Considerando o que o trio andou aprontando no tribunal constitucional, é grande a chance de se multiplicarem as heterodoxias no tribunal eleitoral. Também haverá troca dos representantes do STJ. Em agosto, Jorge Mussi ocupa a cadeira que hoje está com Herman Benjamin, e, em setembro, Og Fernandes fica com a de Napoleão Nunes Maia. Permanecem os dois representantes dos juristas: Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira.

Não disponho de elementos suficientes para fazer prognósticos sobre a atuação de Mussi e Fernandes, os dois futuros integrantes oriundos do STJ, mas tenho uma penca de elementos para afirmar que são maus augúrios o comando de Fux (tarefa assumida depois por Rosa) e o ingresso de Barroso e Fachin. Por quê? Por tudo o que já fizeram e por aquilo que está por vir na seara eleitoral.

Fosse Fux um adepto do paganismo, e houvesse um Deus de peruca chamado Oportunidade, a este o doutor renderia as suas homenagens. Na votação do TSE que definiu se a chapa que elegeu Dilma-Temer seria ou não cassada, o doutor deu um voto tonitruante em favor da punição. Se tal posição fosse saísse vitoriosa, isso implicaria a deposição do presidente - e imaginem o caos que sobreviria. E Fux o fez mesmo admitindo que, do ponto de vista técnico, era um voto errado.

O doutor exagerou na retórica mixuruca. Perguntou: "Será que eu, como magistrado que vai julgar uma causa agora, com esse conjunto, vou me sentir confortável usando um instrumento processual para não encarar a realidade?" Traduzo: a lei impedia que os depoimentos de diretores da Odebrecht fossem levados em conta no processo porque vieram a público depois do ajuizamento das ações. O que ele chama "instrumento processual" é, na verdade, a regra do jogo. Sim, Fux estava anunciando ter consciência de que estava dando um voto contra as regras do estado de direito. Mas anunciou para quem quisesse ouvir que votaria pela cassação "como brasileiro que amo este país, que é o berço dos nossos filhos e netos, em nome da ética e da moralidade". Demagogia barata. Ou cara, a depender do ponto de vista.

Entenderam? O doutor acha que a legalidade pode ir às favas em nome da? ética e da moralidade. Se levasse a sério tal discurso, já seria ruim. Mas há muito a dizer a esse respeito. Só para constar: até duas semanas antes, ele era o mais entusiasmado defensor da tese contrária, isto é, da não-cassação. Rosa, convenham, continuará a ser uma esfinge sem segredos. E eu jamais serei imprudente o bastante para não esperar o pior de Fachin e Barroso. Estão entre os entusiastas do trabalho de Rodrigo Janot, que levou a Procuradoria Geral da República à miséria em matéria de Estado de Direito e o Brasil à beira do abismo. Barroso e Fux, diga-se, são os dois grandes entusiastas da proibição da doação de empresas a campanhas. As consequências óbvias, e ainda voltarei a esse tema, serão o aumento do caixa dois e da influência do crime organizado, especialmente do narcotráfico, na disputa.

À frente do TSE, vamos ver que resposta dará o comando ideológico vermelho.

O TSE A PARTIR DE FEVEREIRO DE 2018
- Luiz Fux (presidente)
- Rosa Weber
- Roberto Barroso
- Herman Benjamin
- Napoleão Nunes Maia
- Admar Gonzaga
- Tarcísio Vieira

A PARTIR DE AGOSTO DE 2018
- Rosa Weber (presidente)
- Roberto Barroso
- Edson Fachin
- Jorge Mussi
- Napoleão Nunes Maia
- Admar Gonzaga
- Tarcísio Vieira

A PARTIR DE SETEMBRO (DURANTE A ELEIÇÃO)
- Rosa Weber (presidente)
- Roberto Barroso
- Edson Fachin
- Jorge Mussi
- Og Fernandes
- Admar Gonzaga
- Tarcísio Vieira
Herculano
23/10/2017 10:33
BASE ALIADA DE TEMER SAIRÁ ENFRAQUECIDA APóS SEGUNDA DENÚNCIA, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

A Câmara deve barrar a segunda denúncia da PGR contra Michel Temer nesta quarta (25).

A votação representará politicamente o fim de um ciclo sem precedentes. Em menos de três meses, os deputados terão barrado duas acusações criminais contra o presidente.

Gravado em uma conversa espúria com um dos empresários mais ricos e influentes do país, Temer quase renunciou. Segurou-se no cargo pela falta de alternativas de poder e sobretudo por causa das fragilidades na delação da JBS, que já eram evidentes naquele mês de maio.

Ele contou ainda com a benevolência do TSE, que, em meio à crise do episódio de Joesley Batista, ignorou as provas de abuso de poder econômico da chapa Dilma-Temer, vencedora na disputa de 2014.

Cinco meses após ser revelada, a colaboração da JBS caiu em descrédito. Joesley e seu parceiro de gravações, Ricardo Saud, estão na cadeia.

Portanto, Temer deveria transformar o resultado de quarta em uma virada política de seu mandato, com as duas denúncias da PGR derrotadas e seu algoz atrás das grades.

O presidente, porém, corre risco de sair ainda mais fraco e com uma fatura alta para quitar com sua base parlamentar de apoio. Sobreviveu, é fato, mas sob alto custo político.

Até agora, aliados do Planalto calculam que o placar na Câmara tende a ficar abaixo dos 263 votos obtidos para segurar a primeira denúncia. Há quem aposte em perda de ao menos 25 deputados. Uma queda considerável, levando em conta, por exemplo, a necessidade de 308 dos 513 para aprovar emenda constitucional, mecanismo utilizado para a reforma da Previdência.

Temer tem de reagir caso queira, passada a página da JBS, acelerar uma agenda de votações no Congresso. Se não o fizer, terá arranhada a pecha de reformista que tenta emplacar. Deixará como único legado de gestão, no fim de 2018, a impopularidade recorde e os escândalos graves em que se meteu no cargo.
Herculano
23/10/2017 10:33
TEMER REJEITA IDEIA DE TROCAR MINISTROS PALACIANOS, por Josias de Souza

Michel Temer discute em privado os planos para a continuidade do seu governo após o provável sepultamento na Câmara da denúncia que o acusa de integrar organização criminosa e obstruir a Justiça. O presidente foi aconselhado a iniciar pelo Palácio do Planalto uma reformulação de sua equipe ministerial. Reagiu à sugestão com frieza. Depois, comentou com outro interlocutor: "Acha que tenho condições de mandar embora meus amigos da vida inteira?"

Temer referia-se aos ministros palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Ambos foram acusados de integrar a organização criminosa estrelada pelo presidente. Mas nada parece abalar o prestígio de que desfrutam. Eles compõem, ao lado do tucano Antonio Imbassahy, ministro responsável pela coordenação política do governo, o seleto grupo de auxiliares com liberdade para virar a maçaneta da porta da sala do presidente.

A sugestão para que Temer reformulasse os quadros do Planalto teve inspiração mais operacional do que ética. Avalia-se que a equipe perdeu a funcionalidade. Imbassahy deveria gerenciar o balcão da fisiologia. Mas se indispôs com o grosso da clientela parlamentar do governo. Deputados de partidos do centrão ?"PP, PR, PSD e assemelhados?" desligaram o coordenador político de Temer da tomada. Muitos abriram negociações paralelas com Padilha. Mas a maioria não sossega enquando não entrega as demandas diretamente a Temer.

Deve-se sobretudo ao escudo do foro privilegiado a apreensão de Temer com os "amigos" Moreira e Padilha. Afastados do ministério, os dois desceriam do Supremo Tribunal Federal para a primeira instância do Judiciário. Ficariam em situação análoga à do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso preventivamente no presídio brasiliense da Papuda. Os defensores da tese de que o Planalto precisa de caras novas não compram integralmente a desculpa de Temer, pois os amigos não precisariam ser enviados ao olho da rua. Bastaria transferi-los para outros ministérios, deslocando-os da vitrine do Planalto para os fundões do governo.

Travado longe dos refletores, o debate sobre os quadros do Planalto vem acompanhado de uma pregação em favor da reforma de toda a equipe ministerial. Excluindo-se Padilha e Moreira, que ainda não manifestaram a intenção de pedir votos em 2018, há na Esplanada algo como 17 ministros que cultivam o plano de disputar mandatos eletivos no ano que vem. A conta inclui Henrique Meirelles (Fazenda), que ensaia uma candidatura presidencial.

Temer não ignora que terá que realizar uma reforma ministerial. Mas vinha planejando as trocas para daqui a seis meses, já que o prazo legal para os candidatos deixarem seus cargos no Executivo é o início de abril. Haverá, no entanto, um pressão para que o presidente antecipe o calendário. O movimento deixa o PSDB em situação constrangedora. O partido entrou no governo meio envergonhado. Beliscou quatro ministérios. Um pedaço do tucanato passou a defender o desembarque. Mas o partido foi ficando. Agora, corre o risco de ser colocado para fora da Esplanada aos empurrões.
Herculano
23/10/2017 10:32
JESUS TRANSEXUAL QUALQUER UM FAZ. QUE TAL UMA PEÇA DE MAOMÉ TRANSEXUAL? por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

O mundo em rede mostra sua cara: uma epidemia de histeria. Não posso deixar de achar engraçado grupos culturais à esquerda ficarem histéricos com a também histeria de grupos "defensores" dos bons costumes, provavelmente mais à direita, acerca de algumas manifestações artísticas nos últimos tempos no Brasil.

Ouvir alguém à esquerda falar em "defesa da liberdade de expressão" na arte só pode ser má fé ou falha de memória depois da invenção do politicamente correto. O que há de "novo" nesse debate histérico acerca de nudez, "Jesus transexual", e "Queermuseu" é o fato de que, agora, quem se levanta contra a liberdade de expressão são grupos à direita do espectro político.

A direita aprendeu a usar o Ministério Público pra suas manifestações de autoritarismo. A esquerda tem espancado a liberdade de expressão há anos com suas intervenções em nome de um mundo melhor. Não tem nenhuma moral pra reclamar da "nova censura" praticada pela direita, depois dela, esquerda, ter exercido tanto sua "velha censura" politicamente correta.

Os eventos iluminam muitos aspectos, para além do que dominou o debate na maior parte do tempo: a censura moralista x a arte "libertária". Para quem olhar pra nossa época com as lentes do ridículo, vivemos num mundo rico em fenômenos antropológicos.

Com a história do pelado do MAM, logo passamos a debater o comportamento dos pais: seria a mãe a "culpada" da história? Caberia a suspensão por tempo limitado do seu poder familiar? Entregaríamos a criança ao "lindo" Estado? O que é esse "lindo" Estado? Burocratas teóricos babando pra exercer seu poder moral sobre os cidadãos indefesos.

Com relação aos pais, suspeito que nunca caminharam sobre a Terra adultos menos capazes de lidar com crianças. Ao mesmo tempo em que educam seus filhos para um mundo irreal em que nunca haveria guerras, ódios (bastando aprender a abraçar árvores nas escolas e a ver no "outro" sempre gente legal disposta ao "diálogo"), entram em pânico com tudo, filmando cada centímetro de ar respirado pelo filho.

Projetam neste infeliz a pessoa evoluída que eles, os pais, acreditam que são no fundo das suas almas. Consultam especialistas e a internet pra saber o que significa cada ruído emitido pela criança.

Fôssemos nós, sapiens contemporâneos, no alto paleolítico, os neandertais teriam levado a melhor.

Não é à toa que grande parte dos mais jovens dizem não querer ter filhos. Estamos, passo a passo, assumindo nossa incapacidade para cuidar dos mais jovens, apesar da histeria toda e da falação sobre crianças.

Aliás, essa falação é indício já da nossa decisão silenciosa: se as crianças nos cansam tanto, melhor não tê-las.

Outro detalhe "colateral" desses fatos é o horror que causa a manifestação do "povo" sempre que aparece. Os inteligentinhos, em seu mundinho feito de pessoas bacanas como eles, detestam o moralismo barato do povo comum.

A maioria das pessoas não entendem a razão de um cara adulto ficar pelado em público. E, quando alguém vai tentar explicar, se enrola todo em conceitos superabstratos que se afastam do português dos mortais.

Aliás, ficar pelado em público é coisa ultrapassada mesmo. Só choca quem quer fazer tipo. Erotismo não é, mesmo. Erotismo tem mais a ver com o corpo coberto do que nu. Os idiotas ocidentais se esqueceram disso.

Toda vez que "o povo" fala, ficamos chocados com sua moral "tacanha". O povo acha que criança não deve ver gente pelada, que Jesus é homem mesmo, e coisas afins.

Sobre o "Jesus transexual", teria uma coisinha a acrescentar. Lembro-me que, na época do massacre na Charlie Hebdo, muitos inteligentinhos, que agora ficaram horrorizados com os cristãos que gritaram contra seu herói ser representado por um transexual, afirmarem que devíamos respeitar os sentimentos dos muçulmanos.

Pois então. Que tal montarem uma peça com um Maomé transexual? Teriam eles coragem de fazer isso? Como reagiria a comunidade islâmica brasileira e a mundial?

Minha aposta é que não teriam coragem. O traço marcante do inteligentinho é a "coragem de salão"

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