23/10/2017
Quando o prefeito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e seu vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, servidor municipal, concederam no primeiro semestre a reposição da inflação aos funcionários públicos municipais, fizeram uma barganha e uma promessa para evitar debate, degaste e até greve no início do mandato: não dariam reajustes ao subsídio do item Alimentação, sem antes saber em Outubro, se a folha de pagamento tivesse chegado ao índice de 48% do Orçamento. Maior que 48%, vetado; menor do que 48%, reposição. Era prudencial. Era justo para quem estava chegando e não tinha domínio da máquina e do Orçamento. Ganharam tempo e o voto de confiança do Sindicato e dos servidores.
Fizeram papel de bobos quem acreditou no governo de Gaspar e negociou em nome dos servidores?
Agora chegou a hora da onça beber água. Chegou o momento de honrar a palavra afiançada pelo governo de Kleber e Luiz Carlos com os servidores. E Kleber mandou o prefeito de verdade, o seu secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PMDB, Carlos Roberto Pereira e o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, para informar ao Sintraspug e à comissão de servidores que nada será reajustado; que a palavra dele, não vale nada. Mesmo que o tal índice das despesas com a folha está em 47% e tantos, ou seja, não chegou aos tais mágicos 48% este ano. Ai, ai, ai!
O índice é confirmado pelos próprios interlocutores do prefeito e principalmente pelas planilhas disponíveis, as mesmas que foram usadas para criar uma despesa de mais de R$600 mil por ano com tetas para comissionados e gratificações em cargos de confiança na tal Reforma Administrativa e vejam só, que teve até voto da suposta oposição, incluindo o PT.
O governo Kleber está brincando com fogo. Ter ou não ter dinheiro é irrelevante neste caso, e Kleber provou isso na Reforma Administrativa com a montanha de dinheiro adicional que precisará para suportá-la.
Ter ou não ter palavra ao acordado passou a ser relevante no governo de Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Bornhausen. Jogá-la fora, passou a ser uma perigosa rotina e se acentuou neste mês de Outubro. E pior, encontra guarida na própria liderança provisória do governo na Câmara: “desconheço esse acordo, mas vou levar a reivindicação ao governo”, salientou na última sessão da Câmara, Francisco Solano Anhaia e que está no lugar de Francisco Hostins Júnior.
Para lembrar. Em duas ocasiões a palavra empenhada de Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Bornhausen começou a ser artigo desprezível em Gaspar e logo num ambiente onde ela é fundamental para mínima a sustentabilidade política do governo.
Primeiro foi a humilhação imposta à vereadora tucana Franciele Daiane Back: ou ela voltava atrás no acordo que fez com outros da situação para com a dita oposição no projeto de emenda à Lei Orgânica do Município, a qual impedia vereador de ser comissionado. Ao dar o passo atrás na marra, ela livrava a cara dos vereadores Francisco Hostins Júnior (líder do governo) e Ciro André Quintino (presidente da Casa), ambos do PMDB, e que estavam no mesmo barco. Se não fizesse isso, seria a senha para se romper um outro acordo: o de Kleber com ela (e não com o PSDB) para ser presidente da Câmara no ano que vem.
Aberta a porteira, criada a exceção e se estabelecendo na malandragem, o segundo caso veio logo em seguida na substituição da vereadora Mariluci Deschamps Rosa, PT, indicada como representante da Câmara numa comissão da secretaria de Educação, por Francisco Solano Anhaia, PMDB e que tinha sido fruto de um acordo da presidência, mesa, lideranças do próprio PMDB e governo na Câmara com Mariluci. Neste último caso, feriu-se até a autonomia do Legislativo. E a Câmara e Ciro baixaram a crista, enfiaram a viola no saco, como reconheceu o próprio Ciro, se não fez teatro para justificar o que não tinha autonomia para propor e executar.
Antes de encerrar este comentário. O prefeito Kleber acerta, por outro lado, quando quer trocar o subsídio da Alimentação por tickets. Espertos, os servidores e o Sindicato querem o atual sistema, pois sabem que isso na Justiça dá incorporação salarial e aumento real nas aposentadorias infladas.
Em qualquer lugar sério e competitivo, só há tickets Alimentação ou Refeição, os quais, inclusive diminui a incidência de tributos e favorece quem os concede sem prejudicar quem os que recebem no valor real. Que tal trocar, numa palavra de valor e na legislação duradoura, o reajuste que não recebem há três anos pelos tickets?
Nesta segunda-feira há mais uma rodada de “negociações”. Vão negociar a palavra dada? Ou os representantes e os que mandam no governo de Kleber vão brincar e dizer aos seus interlocutores de que o prefeito (e eles, seus asseclas) não têm palavra? Acorda, Gaspar!
A hora da verdade. Por vingança e para atender a amigos (financiadores, eleitores, influenciadores de ocasião), o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT desapropriou por R$500 mil, ou segundo algumas contas, a R$0,86 o metro quadrado, a melhor parte da Fazenda Juçara, Na Margem Esquerda, inviabilizando-a na sua finalidade, para o empresário Gerardt Fritzche. Tudo para transformá-la na Arena Multiuso. O Superior Tribunal de Justiça acaba de dizer ao dono e à prefeitura que este não é o preço.
Estava na cara, como estão outras neste sentido. Irresponsabilidade, vingança rasteira e quem paga toda essa aventura politiqueira? Os cidadãos com os seus pesados impostos ou com a frustração.
Este é mais um exemplo mal-acabado de como uma boa ideia em Gaspar, foi mal concebida por políticos, porque o essencial, para eles, era o de ferir publicamente um suposto adversário e neste caso, um empresário. Com isso, vai-se ao ralo a ideia e ela se sucumbe, por erros e vingança, aos desígnios da realidade e assim prejudica a população, a cidade, além gerar continuadas disputas entre poderes divergentes, interesses políticos ou até ideológicos.
Nenhum município vizinho a Gaspar possui o privilégio desta área. Na região central de Gaspar, não há um local com ligação à BR 470 para deslocamento com o Médio Vale, Litoral, aeroporto e BR 101, ou com os bairros do município e ligação rápida para Brusque, como a Arena Multiuso projetada para ser uma área de lazer, convergência comunitária e de grandes eventos de negócios, turismo e promoção.
O PT, o irresponsável, armou a arapuca. Torce para que nada dê certo e assim terá alguém para culpar; terá palanques e discursos. Se der certo, com sacrifício e trabalho dos outros e que não foi capaz, quer os louros. O PMDB e PP, preguiçosos, ou incapazes, ou mesquinhos para não dar os louros, apontam para o culpado PT. E pode com isso, perder o diferencial de sustentabilidade para eventos regionais, lazer e até saúde (quadras, ciclovias, pistas de caminhadas) num parque aberto parcialmente a todos.
Ao invés de arrumar culpados, estabelecendo-se em conflitos, todos – do PT ao PMDB e PP - deveriam ir à luta pela cidade, os gasparenses e esta área diferencial, “construindo” projetos exequíveis, os quais possam ser enquadrados em vários Ministérios (Cidades, Turismo, Indústria e Comércio etc), além do governo do estado e assim mitigar o justo custo da desapropriação daquelas terras, bem como a implantação de uma infraestrutura mínima para que possa comportar uma verdadeira Arena Multiuso modelo, funcional e auto-sustentável economicamente.
O verdadeiro governo mede-se pela sua capacidade de superação. Não foi o que aconteceu com o PT e Pedro Celso Zuchi neste caso. Talvez, seja a outra face da mesma moeda o governo de Kleber Edson Wan Dall, do PMDB e PP. Acorda, Gaspar!
Trânsito congestionado. Fui instigado durante a semana por vários líderes, curiosos e interessados. Todos com opiniões divergentes. Mas, sinceramente, eu não tenho nenhuma opinião sobre o assunto. Ele é essencialmente técnico, antes de ser polêmico. Muito polêmico, aliás, no impacto. E como sempre dei valor ao técnico, abominando às emoções para este tipo de assunto, vou esperar os resultados e prestar a atenção nas carpideiras. Elas não choram à toa.
E meu conforto tem uma razão de ser: o projeto para a mudança no trânsito de Gaspar possui um responsável que é reconhecido no que faz: Alexandre Gevaerd. Ele é da cota do PT de Décio Neri de Lima e que manda no PT daqui de Pedro CelzoZuchi, no acerto de Kleber Edson Wan Dall e o PMDB para diminuir a oposição. Só faltava Gevaerd errar exatamente aqui em Gaspar, depois de acertar em Blumenau e Brusque.
O certo é que foi dada a largada. E Gaspar vai mudar o seu trânsito para valer no Natal. Tudo por uma suposta mobilidade e fluidez com mais organização, numa cidade improvisada por décadas e que fica bem no meio do caminho de tudo (litoral, Blumenau, Brusque, BR-470, BR-101) e mal serve os seus habitantes, como já ressaltei aqui várias vezes. Gaspar vai ser muito diferente do que se conhece há anos. Vou opinar, se opinar, mas no resultado. Sempre foi assim.
Agora, o problema não é exatamente este: o da mudança no trânsito. O problema é o impacto e capacidade do governo de suportar o tranco. Uma mudança como a que se projeta exige uma administração com personalidade, capaz de suportar às pressões paroquiais, dos donos da cidade e que a atrasam. E Gaspar é feita de muitas paróquias. E neste quesito, o atual governo liderado por Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é um desastre.
Exagero meu? O que aconteceu com a Saúde quando a secretária Dilene Jahn dos Santos, uma técnica, queria peitar o sistema viciado, a corporação médica, os servidores, um hospital mal administrado e sem donos? Como não tinha padrinho político como Gevaerd tem, teve ela que botar a viola no saco e sumir da cidade. Kleber e Luiz Carlos não suportaram a pressão e a trocaram por uma solução meia-sola e caseira, para que os escondidos de sempre dessem as cartas. E como está a saúde pública de Gaspar? Pior do que com Dilene. Está na UTI. Desastre! Um caos para os doentes e pobres! Mas servindo a quem se serve dela e não é de hoje. Entenderam?
Com a mudança no trânsito vai acontecer a mesma coisa. Nos primeiros dias, os acostumados ao velho não vão querer se desacostumar. Os donos da cidade, vão pressionar por aquilo que entende ser o certo e seus privilégios, inclusive o de mandar e interferir sem aparecer, se expor. Os políticos cada um em romaria irão ao gabinete do prefeito defender coisitas e de cada um, não da cidade. Os veículos de comunicação ajudarão os amigos de sempre.
Eu continuo exagerando? Pois com o advento da ponte do Vale, foi um parto tirar os caminhões de longo curso da ponte Hercílio Deecke. Todo dia tinha desculpas esfarrapadas, incluindo a falta de sinalização. Não tinha era fiscalização, vontade de mudar. Houve até dono de posto que berrou. E por que? Porque deixaria de vender uns poucos litros de diesel, para poucos passantes por aqui, apesar do diesel dele ser o mais caro entre todos na região. É assim que Gaspar se atrasa.
E já tem gente querendo fazer uma audiência pública para discutir e inserir privilégios de alguns na mudança do trânsito. A pergunta é: Kleber vai aguentar o tranco? Já se sabe que não vai ser fácil! Tanto que para quem Kleber mostrou por primeiro o plano? Segundo ele próprio informa, para os empresários. Hum! Para a imprensa, será amanhã. E depois ele reclama! E para finalizar. Quem mesmo vai orientar, educar e fiscalizar essa mudança, fator essencial de sucesso da ideia? A Ditran com um superintendente que despreza os questionamentos e dois guardinhas por turno, se nenhum pegar licença ou houver outro imprevisto? Acorda, Gaspar!
Quem dá mais? A Gestão Compartilhada ou Orçamento Participativo em Gaspar? Um é a cara do outro. Os dois enganam da mesma forma. Os dois fazem politicagem. E o PMDB-PP com a Gestão Compartilhada sofre o questionamento do PT, o dono do ex-Orçamento Participativo. E está incomodado de números, poucas realizações e vantagens.
O PT destinava merrecas ao seu Orçamento Participativo. Fazia pouco, pois alegava problemas de todos os tipos e burocracia. O PMDB-PP promete muito, tem pouco e faz menos ainda. E as críticas já começaram. Disputa de egos, propaganda enganosa, faltam recursos e planejamento. Quem perde de verdade? Os contribuintes, os cidadãos.
Enquanto os grandes problemas só agravam, o governo de Gaspar planta flores, sem projeto e manutenção e embala “Baile de Debutantes” fake. Acorda, Gaspar!
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