23/05/2016
MORRE FRANCISCO HOSTINS I
Não vou aqui e agora me juntar aos que apenas choram no adeus do ex-professor, ex-vereador, ex-secretário de educação e ex-prefeito de Gaspar, Francisco Hostins. Mas aos que lamentam e de quem tentou fazer diferente na política e gestão pública locais. Nem vou escrever sobre a sua religiosidade e do seu justo apego à família com todos os valores tradicionais. Também não abordarei sobre o seu vai-e-vem como político sem apego partidário. Tudo isso, já foi ressaltado em vida – e principalmente nos discursos e comentários de saudade nas homenagens póstumas - por tantas testemunhas bem mais credenciadas do que eu sobre os feitos dos seus 82 anos de vida. Nada a reparar nesta trajetória. Apenas elogios e aplausos. Repetição não é comigo, apesar de que no anúncio da morte dele, repeti o artigo que escrevi na tarde anterior, na sexta pela manhã na coluna da internet. Num misto de preguiça e mesmice.
MORRE FRANCISCO HOSTINS II
Voltemos. Também não escreverei sobre o que testemunhei de muito perto e se escondeu até agora sobre as muitas horas cruciais da sua troca de partido quando se filiou a algo incerto e longe da comunidade daqui, o PDC; ou quando ele fez aliança com deputado Francisco Mastella e Vilmar de Oliveira Schürmann, duas criaturas bem diferente do modo de ser de Hostins, ou de outros que habitariam este “mundo novo”, estranho e que conflitava com o seu pacato olhar sobre a comunidade, os amigos e os adversários de sempre; não detalharei sobre quando houve a sua quase substituição como candidato a prefeito por Vilmar Guilherme Spengler, o Petiço; também não escreverei sobre o arco que foi da euforia até a quase desistência de tudo em plena busca de votos (que drama!); nem sobre o acordo decisivo e vitorioso com a parte esquecida da cidade, o Belchior, ou sobre o desassossego permanente de Hostins em se submeter à uma equipe profissional para recuperar metodicamente a cidade aos gasparenses.
MORRE FRANCISCO HOSTINS III
Olho e releio o meu diário. Então decido que também não abordarei a decepção que ele teve com parte desta mesma equipe profissional e alienígena ao modo político de governar, ou sobre o rompimento com Vilmar Schürmann e à retomada de Hostins na “aliança de interesses” com o PMDB de Osvaldo Schneider, partido que lhe colocou para sempre num plano político secundário após a vitória de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, também já falecido. O PMDB e o PT, num vai-e-vem de interesses mataram o ícone administrador público Francisco Hostins criado por Mastelal e Schürmann muito antes dele deixar esta vida terrena na sexta-feira. Ora, se ele era tão bom, por quê fizeram dele apenas cabo eleitoral, ou deram empregos para os familiares como reciprocidade de sua importância? Porque a política de Gaspar, em qualquer partido, tem donos e fila. E Hostins nunca esteve nela. Era apenas útil. E pagou por um dia romper esta escrita.
MORRE FRANCISCO HOSTINS IV
Então, vou escrever sobre a outra morte. A melhor homenagem. A que deveria servir como exemplo aos que vivem e aspiram ser prefeitos de Gaspar, entretanto, nem sabem bem o porquê o fazem. O partido PDC, a campanha com Mastella e o próprio Hostins candidato, sabiam. Os eleitores também. Francisco Hostins era fruto de um projeto coletivo – aqui coletivo não significa todos, mas um grupo. Gaspar, vivia a mesmice, estava em grave crise administrativa, escassos recursos públicos disponíveis, mas mesmo assim havia, a disputa política cerrada, ferrenha. Tudo pelo nada. Francisco Hostins era um nome querido, popular, mas não era “viável” no esquemão político de então. Havia uma fila. Havia - como hoje -, donos de partidos, do poder e conchavos de bastidores não apenas aqui. Como hoje, tudo vinha embrulhado. Hostins nem fama de administrador possuía, a fraqueza que todos apontavam como disfarce para descarta-lo antecipadamente. Era apenas um homem bom, justo, religioso e até certo ponto, culto. Um bom puxador de votos para os outros. E é aí que começava a dificuldade de Hostins e de uma ingênua parte da população, a qual ainda acha que a política deveria ser diferente. A política que vale é aquela que é feita e tomada por espertos e gente sem cidadania, bondade e equilíbrio entre a realidade e o humanitário.
MORRE FRANCISCO HOSTINS V
A população eleitora de Gaspar da época entendeu dois fatos essenciais da proposta de Francisco Hostins. Eles foram determinantes para que Hostins fosse ao mesmo tempo zebra e vencedor no final da década de 1980. A primeira foi sobre à necessidade de renovar e romper com o “status quo”, onde o quadro sucessório tinha donos nos partidos e havia uma fila neles para se seguir adiante, como está colocada hoje. Hostins saiu do seu partido, que era governo com Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler, e se lançou candidato por outro desconhecido e sem estrutura, o PDC. A segunda percepção da população é de que Hostins transmitia segurança exatamente pelos valores que defendia e praticava na sala de aula, na igreja e na família, na comunidade, não no ambiente político. Hostins não enganava. Hostins não mentia. Mais do que isso: Hostins reconhecia as suas limitações para tirar a cidade do caos onde ela estava metida. E para a solução, dizia claramente que iria trabalhar com técnicos de reconhecida capacidade, todos da comunidade, na emergência que estava posta. Venceu as eleições. Cumpriu, até se decepcionar com alguns auxiliares. E aí errou. Ao invés de promover a limpeza, desconfiou de todos. Como a casa estava em ordem, foi cooptado e “seduzido” pelo velho esquema político. Se alinhou como o PMDB que prometeu valorizar o exemplo de administração, mas não cumpriu. E entregue ao velho esquema partidário de Gaspar para governar, dominar e fazer política, Francisco Hostins, nunca mais encontrou o lugar de destaque que merecia. Foi usado apenas para buscar votos.
MORRE FRANCISCO HOSTINS VI
Para finalizar. O ex-professor, o ex-vereador, o ex-secretário de Educação, o ex-prefeito Francisco Hostins, do ex-PDC, foi um exemplo. Ele teve coragem essencial duas vezes. Na primeira Hostins rompeu a fila imposta aos novos e limpos políticos pelos donos dos partidos. A segunda, quando voltou a acreditar nos velhos lobos que dominam os cenários partidários, administrativo e políticos na comunidade. E aí ficaram distintas duas lições. Francisco Hostins consolidou o exemplo de que, ter uma equipe qualificada, identificada com ou reconhecida pela comunidade, com um comandante comprometido com resultados, pode ser um fator de sucesso numa campanha eleitoral municipal. E naquela campanha, Hostins sem internet, sem redes sociais, com alcance de rádio limitadíssimo, foi exemplo de como a comunicação clara era capaz de emocionar uma maioria fora e dentro do seu próprio partido. Francisco Hostins foi um exemplo de que valores éticos e morais faziam diferença numa campanha eleitoral. Francisco Hostins foi um exemplo de como o grande esquemão político não aceita ou aposta em gente competente, decente e com valores, mas o usa extensivamente para seus objetivos. Depois, descarta-o e ainda manda flores, faz discurso emocionantes e até exibe lágrimas. Acorda, Gaspar!
HOSPITAL I
A prefeitura do PT de Gaspar está sucateando a saúde pública. E logo um partido que se diz popular, preocupado com o social... Ela, de forma disfarçada e sob o silêncio da imprensa, da dita oposição, está fechando o CAR. A Policlínica não cumpriu a promessa de que aberta iria atender a população com toda a ampla gama de especialidades. Nem o horário estendido se confirmou. O primeiro passo foi a intervenção no Hospital de Gaspar, filantrópico e de gestão privada. Esta esperta intervenção orquestrada pelo PT, de forma esperta, malandra e cínica, só aconteceu depois que os empresários recuperaram fisicamente o prédio, e sob severo boicote e crítica permanente do PT. Para intervir depois de que tudo estava pronto, a prefeitura e o PT de Gaspar alegaram falsamente para analfabetos, ignorantes e desinformados de que no Hospital havia roubo das verbas públicas municipais. Passados dois anos, nada levantaram, nada provaram e agora, fazem do hospital um escape das obrigações com a saúde pública nos seus postos, CAR e Policlínica.
HOSPITAL II
Qual é a jogada da prefeitura do PT de Gaspar? Com a falta de dinheiro que ela insiste em propagar de que não falta, está reduzindo o atendimento no CAR e na Policlínica para os mais pobres, doentes e desassistidos. No CAR e na Policlínica, a prefeitura está obrigada a contratar profissionais que não consegue ou economiza. No Hospital, esta obrigação é do Hospital que apesar está sob a sua intervenção, não é dela. Ou seja, a prefeitura fica livre de qualquer cobrança judicial apesar do nexo que pode ser provado. Mais. A prefeitura faz dívidas. Elas ficam com o Hospital e não com o poder público, incluindo as dívidas com os funcionários, como o Fundo de Garantia que não está depositando. Vergonhoso é o que se faz: o silêncio da comunidade, dos conselheiros, dos políticos e dos vereadores. O PT, o PCdoB, PDT, PR, PRB agradecem. Acorda, Gaspar!
O VICE DO PSDB I
Foi mais fácil o PSDB de Gaspar aceitar a professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel nos seus quadros vinda do DEM e torná-la uma pré-candidata à prefeito em outubro do que lhe dar uma vice. Enquanto a pré-candidatura deslancha, as vezes até e surpreendente de forma apartidária como na foto acima da semana passada, nos bastidores a candidata e os presidente do PSDB, Renato Nicoletti e do DEM, Luiz Nagel, lidam com um impasse: a escolha do vice de Andreia. Vários nomes vão e voltam, mas não ganham corpo porque pensam na complementariedade dele para o projeto e o governo, se ela ganhar. Entretanto, com a definição de Marcelo Brick de Souza, PSD, de ser candidato com o seu ex-companheiro de partido, Giovânio Borges, agora no PSB, a decisão no PSDB e DEM começa a ganhar contornos de finalização. Ontem a noite, este assunto foi o que mais circulou numa costela de fogo de chão feita para comemorar o aniversário de Luiz Nagel.
O VICE DO PSDB IIO nome do peemedebista histórico, ex-secretário de Agricultura aqui e em Blumenau, e hoje filiado no DEM, Renato Beduschi, é o preferido de todos. Entretanto Renato Beduschi tem avisado que não quer mais se envolver no dia a dia, e como vice, segundo ele, iria se envolver na administração. Hoje, revela, Renato prefere participar da campanha a favor de Andreia. A simples opção de Renato em apoiar Andreia deixa o PMDB em polvorosa. O PT também se sente atingido. Renato transmite confiança e respeitabilidade à chapa, além de ser muito próximo ao senador tucano, Dalírio Beber, desde a administração peemedebista do gasparense de Renato de Mello Vianna, em Blumenau. Outros nomes transitam para vice de Andreia como o ex-vereador Claudionor de Souza, o ex-secretário de Saúde na época de Francisco Hostins, Luiz Buzzi Sobrinho e o ex-vereador e empresário, Amadeu Mitterstein, todos do PSDB. Pelo DEM surgem na lista alternativa, o empresário Julinho Zimmermann, o ex-tucano histórico, e ex vereador Luiz Roberto Schmitt (Bebeto), o radialista Volney Henriques, o suplente de vereador e professor, Charles Roberto Petry, além do consultor Roberto Tognoli.
O site da Câmara de Vereadores de Gaspar, pela terceira semana seguida continua escondendo as resoluções da mesa diretora. É flagrante a afronta à decisão judicial que mandou a Câmara deixar o site mais transparente e acessível. Detalhe: as resoluções já estavam nele e o atual presidente, Giovânio Borges, PSB, sumiu com elas.
As resoluções são decisões do presidente e que agora é pré-candidato a prefeito de Gaspar. Ele as toma com os vereadores José Amarildo Rampelotti, PT e vice-presidente da mesa, com Ciro André Quintino, PMDB e José Hilário Melato, PP. E Melato sabe que ele foi obrigado judicialmente.
Ao comandar a Câmara e deixá-la menos transparente para os gasparense, e para isso desafiando inclusive ordem judicial, Giovânio Borges mostra o que pensa sobre este assunto para a prefeitura de Gaspar, quando e se for eleito. Vai esconder o que é público. Tudo a ver para quem se apresenta como candidato alternativo do PT e trouxe até o Partido Comunista para a sua chapa.
“A cultura sem amparo”. É o que revelou a manchete do portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e de maior credibilidade: “após premiações em Timbó, o grupo de dança de Gaspar prepara pedágio para suas apresentações para mostrar a sua arte e levar o nome da cidade fora daqui”.
Leitor observa. E faz com uma precisão cirúrgica. “Após 12 anos de mandato petista, o Projeto de Lei que rege a Previdência dos funcionários municipais foi enviada para Câmara em ‘regime de urgência’”. Pergunta ele: “porque somente agora no apagar das luzes?” E a pergunta essencial: por que mais uma vez em regime de urgência? Se era tão bom, porque esperou-se tanto tempo? Outra. As leis permitem criar despesas em ano eleitoral onde o governante passa para outro cumpri-la? Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não foi esta a alegação para a recriação do Instituto em 2008? Espertos.
Eu responderia: por provocação e irresponsabilidade absolutas para com a sociedade. Em primeiro lugar está os compromissos com os seus. É a mesma irresponsabilidade que corre nas veias do PT, PCdoB, PDT e que quebrou o Brasil e agora alimenta as sérias dificuldades para o PT vencer as eleições de outubro aqui, seja com que parceiro arrume.
Contudo, o leitor desta coluna é mais certeiro do que eu na observação que mandou e publicou na área de comentários nesta semana: “lógico que é para favorecer os companheiros em final de carreira e com salários gordos, pois já estão cientes que vão perder as eleições e a maioria vai pedir aposentadoria para não precisar encarar o novo prefeito”.
Volto. Alguém tem alguma dúvida? Criminoso mesmo é o silêncio dos políticos que se dizem de oposição. Eles não são capazes de desnudar mais esta sacanagem, ou então estão com medo de enfrentar a realidade e o PT. A prefeitura está quebrada, certo? Então de onde ela vai buscar dinheiro para mais esta obrigação que não beneficia a população, mas sim um punhado de privilegiados? Sim um punhado, pois a maioria dos servidores municipais não será atingida, abrangida e protegida. Não há cristo que possa provar isto. Nem Lindenberg Farias como fez naquele autoflagelo nas sessões do Senado que levaram Dilma Vana Rousseff ao impeachment. Só os de maiores salários terão privilégios. Repito: privilégios.
Respondo: o dinheiro para esta insanidade, viagem, irresponsabilidade virá do posto de saúde que não funciona por falta de gestão e recursos, que não tem médico, enfermeira, vacina; da escola que não tem professor, merendeira, segurança, livros, pátios para prática esportiva, educador de artes, danças, músicas etc. A lista não para aí. É longa. Muito longa.
Para esta previdência para os poucos amigos do rei e de altos vencimentos – e não só do PT, diga-se desde já, pois PMDB, PSD, PP e PSB já estão seduzidos e indicando os seus para as boquinhas -, haverá uma superestrutura para empregar amigos, comer dinheiro dos contribuintes, dos pagadores de pesados impostos, e fazer a farra com o poder de plantão naquilo que já não deu certo aqui, não dá certo na maioria dos outros municípios. E por quê? Porque aposentadoria é algo de longo prazo, sério, com cálculos atuariais e os políticos são bichos movidos para resultados de curto prazo para si e os seus. É isso mesmo.
Gaspar já teve algo semelhante. O ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, PMDB, e já falecido, “convenceu” o Instituto de previdência dos servidores – feito de presidente, Conselho e Conselheiros – como não conseguia dinheiro no mercado e o que conseguia tinha juros altos devido aos riscos de não receber o principal de volta - a emprestar o capital do Instituto para a prefeitura. Sabe o que aconteceu, com a complacência dos administradores que nunca foram punidos? Tudo virou pó de mico.
Ou seja, o PT de Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Doraci Vanz, Antônio Carlos Dalsochio, Mariluci Deschamps Rosa, Lovídio Carlos Bertoldi quer repetir o que já não deu certo. Quer arrumar emprego. Quer armar mais uma greve por ano quando ele estiver fora do poder. A primeira será sempre quando os servidores reclamarão de que seus vencimentos não foram ajustados. A segunda, de que a prefeitura não depositou no Instituto a sua parte para sustentar a farra dos gordos vencimentos dos seus companheiros.
E olha só que cabideiro de emprego será este “Instituto”. Só o “press release” da prefeitura de Gaspar gastou metade dele para fazer troça com o povo que vai pagar tudo isso. “Com a proposta o Instituto será administrado por uma Unidade Gestora Única, responsável pelo gerenciamento e pela operacionalização dos benefícios de aposentadoria e pensão. A Unidade Gestora deverá ser composta pelo Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal”.
“O Conselho de Administração será composto por nove membros, sendo três conselheiros e respectivos suplentes, indicados pelo prefeito, dois servidores ativos e um servidor inativo ou pensionista”.
“A Diretoria Executiva será composta pelo Diretor-Presidente, pelo Diretor Administrativo e Financeiro e pelo Diretor de Previdência. Neste caso seus ocupantes serão de livre nomeação e exoneração do prefeito, um dos quais dentre servidores efetivos, ativo ou inativo. Já o Conselho Fiscal, órgão consultivo e fiscalizador será composto por três membros titulares e três suplentes, sendo um indicado pelo prefeito e dois eleitos por um mandato de dois anos”. Resumindo: farra com diretores para todos os lados. E olha que nela não estão os funcionários burocráticos para tocar o Instituto
E o que o leitor da coluna destacou no comentário que enviou? “Outro detalhe do projeto de lei que chama atenção é a parte administrativa do Instituto de Previdência que cria o cargo de Diretor Presidente a um custo R$ 10.373,45 mensais, cargo este comissionado”.
E arremata o leitor acordado: “Mais uma vez a previdência do municipal será uma moeda de troca, uma ferramenta política. É momento dos funcionários de carreira acordarem e do Sindicato fazer algo. Os candidatos a prefeito também têm que se manifestar pois senão terão uma verdadeira bomba relógio pela frente. Previdência para funcionários públicos sim, mas de forma responsável”.
A RBS – agora que está trocando de mãos e seus repórteres não precisam mais de GPS para chegar à redação de seus veículos - descobriu Gaspar. Percebeu que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, tem uma cara-de-pau daquelas. Há quase um ano, ele jurou no estúdio da TV em Blumenau que tinha R$6 milhões para começar e acabar as obras de infraestrutura do loteamento das casinhas de plástico, ali na BR 470, entre o Sertão Verde e o Belchior Baixo.
A RBS, com a agenda debaixo do braço, gravação no ponto, foi cobrá-lo da promessa que fez aos gasparenses. Zuchi não teve dúvidas de colocar a culpa em todos, menos nele. E com a maior cara de pau, foi gravar a nova promessa lá no loteamento, em meio a toda precariedade que criou e não conserta. Ninguém de lá, enquanto esteve, para as cenas do vídeo, cobrou-o e por isso, ele se sentiu à vontade. A nova promessa é para setembro, ou seja, mais uma vez, como das outras anteriores, às vésperas de mais uma eleição.
Vergonha. Para os políticos, os pobres, fracos, sem teto – que ficaram depois do desastre severo natural de novembro de 2008 – são instrumentos úteis a cada eleição. Os políticos oferecem esperanças a quem já está despedaçado, mas cobram – de várias formas incluindo a mentira e o constrangimento - reciprocidade nas urnas. Um jogo criminoso e que dura anos. Em tempo.
O secretário de Obras, candidato a prefeito pelo PT, Lovídio Carlos Bertoldi, passou por lá com o staff no fim do ano passado fazendo o mesmo tipo de promessa aos moradores de lá. Levou uma encoxada. Tentou confrontar. Mas, logo lembraram que era candidato, como mostra a gravação que circulou nas redes sociais. Virou gatinho. Assumiu a culpa. Mas, não resolveu. Acorda, Gaspar!
A outra da RBS. Descobriu que em Gaspar não tem policial civil para fazer o serviço deles no mínimo recomendável. É preciso fechar a Delegacia para se trabalhar ou atender fora dela em diligências e investigações. Num mesmo período, a população dobrou e o número de policiais civis em Gaspar diminuiu pela metade. Aritmética possível aos políticos e ao seu mundo de fantasias, discursos...
Esta é a política de segurança oferecida pelo governador Raimundo Colombo, PSD, que continua sendo o prefeito de Lages. Colombo conseguiu aumentar em quase 150% as despesas do estado de Santa Catarina, principalmente na área de remuneração, a tal ponto de expandir absurdamente o endividamento do estado, mas não conseguiu contratar policiais para a segurança dos gasparenses, dos moradores do Vale do Itajaí e da maioria dos municípios catarinenses, pagadores de pesados impostos. Tudo sem o devido retorno. Ai, ai, ai.
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