Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

23/05/2016

MORRE FRANCISCO HOSTINS I
Não vou aqui e agora me juntar aos que apenas choram no adeus do ex-professor, ex-vereador, ex-secretário de educação e ex-prefeito de Gaspar, Francisco Hostins. Mas aos que lamentam e de quem tentou fazer diferente na política e gestão pública locais. Nem vou escrever sobre a sua religiosidade e do seu justo apego à família com todos os valores tradicionais. Também não abordarei sobre o seu vai-e-vem como político sem apego partidário. Tudo isso, já foi ressaltado em vida – e principalmente nos discursos e comentários de saudade nas homenagens póstumas - por tantas testemunhas bem mais credenciadas do que eu sobre os feitos dos seus 82 anos de vida. Nada a reparar nesta trajetória. Apenas elogios e aplausos. Repetição não é comigo, apesar de que no anúncio da morte dele, repeti o artigo que escrevi na tarde anterior, na sexta pela manhã na coluna da internet. Num misto de preguiça e mesmice.

MORRE FRANCISCO HOSTINS II
Voltemos. Também não escreverei sobre o que testemunhei de muito perto e se escondeu até agora sobre as muitas horas cruciais da sua troca de partido quando se filiou a algo incerto e longe da comunidade daqui, o PDC; ou quando ele fez aliança com deputado Francisco Mastella e Vilmar de Oliveira Schürmann, duas criaturas bem diferente do modo de ser de Hostins, ou de outros que habitariam este “mundo novo”, estranho e que conflitava com o seu pacato olhar sobre a comunidade, os amigos e os adversários de sempre; não detalharei sobre  quando houve a sua quase substituição como candidato a prefeito por Vilmar Guilherme Spengler, o Petiço; também não escreverei sobre o arco que foi da euforia até a quase desistência de tudo em plena busca de votos (que drama!); nem sobre o acordo decisivo e vitorioso com a parte esquecida da cidade, o Belchior, ou sobre o desassossego permanente de Hostins em se submeter à uma equipe profissional para recuperar metodicamente a cidade aos gasparenses.

MORRE FRANCISCO HOSTINS III
Olho e releio o meu diário. Então decido que também não abordarei a decepção que ele teve com parte desta mesma equipe profissional e alienígena ao modo político de governar, ou sobre o rompimento com Vilmar Schürmann e à retomada de Hostins na “aliança de interesses” com o PMDB de Osvaldo Schneider, partido que lhe colocou para sempre num plano político secundário após a vitória de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, também já falecido. O PMDB e o PT, num vai-e-vem de interesses mataram o ícone administrador público Francisco Hostins criado por Mastelal e Schürmann muito antes dele deixar esta vida terrena na sexta-feira. Ora, se ele era tão bom, por quê fizeram dele apenas cabo eleitoral, ou deram empregos para os familiares como reciprocidade de sua importância? Porque a política de Gaspar, em qualquer partido, tem donos e fila. E Hostins nunca esteve nela. Era apenas útil. E pagou por um dia romper esta escrita.

MORRE FRANCISCO HOSTINS IV
Então, vou escrever sobre a outra morte. A melhor homenagem. A que deveria servir como exemplo aos que vivem e aspiram ser prefeitos de Gaspar, entretanto, nem sabem bem o porquê o fazem. O partido PDC, a campanha com Mastella e o próprio Hostins candidato, sabiam. Os eleitores também. Francisco Hostins era fruto de um projeto coletivo – aqui coletivo não significa todos, mas um grupo. Gaspar, vivia a mesmice, estava em grave crise administrativa, escassos recursos públicos disponíveis, mas mesmo assim havia, a disputa política cerrada, ferrenha. Tudo pelo nada. Francisco Hostins era um nome querido, popular, mas não era “viável” no esquemão político de então. Havia uma fila. Havia - como hoje -, donos de partidos, do poder e conchavos de bastidores não apenas aqui. Como hoje, tudo vinha embrulhado. Hostins nem fama de administrador possuía, a fraqueza que todos apontavam como disfarce para descarta-lo antecipadamente. Era apenas um homem bom, justo, religioso e até certo ponto, culto. Um bom puxador de votos para os outros. E é aí que começava a dificuldade de Hostins e de uma ingênua parte da população, a qual ainda acha que a política deveria ser diferente. A política que vale é aquela que é feita e tomada por espertos e gente sem cidadania, bondade e equilíbrio entre a realidade e o humanitário.

MORRE FRANCISCO HOSTINS V
A população eleitora de Gaspar da época entendeu dois fatos essenciais da proposta de Francisco Hostins. Eles foram determinantes para que Hostins fosse ao mesmo tempo zebra e vencedor no final da década de 1980. A primeira foi sobre à necessidade de renovar e romper com o “status quo”, onde o quadro sucessório tinha donos nos partidos e havia uma fila neles para se seguir adiante, como está colocada hoje. Hostins saiu do seu partido, que era governo com Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler, e se lançou candidato por outro desconhecido e sem estrutura, o PDC. A segunda percepção da população é de que Hostins transmitia segurança exatamente pelos valores que defendia e praticava na sala de aula, na igreja e na família, na comunidade, não no ambiente político. Hostins não enganava. Hostins não mentia. Mais do que isso: Hostins reconhecia as suas limitações para tirar a cidade do caos onde ela estava metida. E para a solução, dizia claramente que iria trabalhar com técnicos de reconhecida capacidade, todos da comunidade, na emergência que estava posta. Venceu as eleições. Cumpriu, até se decepcionar com alguns auxiliares. E aí errou. Ao invés de promover a limpeza, desconfiou de todos. Como a casa estava em ordem, foi cooptado e “seduzido” pelo velho esquema político. Se alinhou como o PMDB que prometeu valorizar o exemplo de administração, mas não cumpriu. E entregue ao velho esquema partidário de Gaspar para governar, dominar e fazer política, Francisco Hostins, nunca mais encontrou o lugar de destaque que merecia. Foi usado apenas para buscar votos.

MORRE FRANCISCO HOSTINS VI
Para finalizar. O ex-professor, o ex-vereador, o ex-secretário de Educação, o ex-prefeito Francisco Hostins, do ex-PDC, foi um exemplo. Ele teve coragem essencial duas vezes. Na primeira Hostins rompeu a fila imposta aos novos e limpos políticos pelos donos dos partidos. A segunda, quando voltou a acreditar nos velhos lobos que dominam os cenários partidários, administrativo e políticos na comunidade. E aí ficaram distintas duas lições. Francisco Hostins consolidou o exemplo de que, ter uma equipe qualificada, identificada com ou reconhecida pela comunidade, com um comandante comprometido com resultados, pode ser um fator de sucesso numa campanha eleitoral municipal. E naquela campanha, Hostins sem internet, sem redes sociais, com alcance de rádio limitadíssimo, foi exemplo de como a comunicação clara era capaz de emocionar uma maioria fora e dentro do seu próprio partido. Francisco Hostins foi um exemplo de que valores éticos e morais faziam diferença numa campanha eleitoral. Francisco Hostins foi um exemplo de como o grande esquemão político não aceita ou aposta em gente competente, decente e com valores, mas o usa extensivamente para seus objetivos. Depois, descarta-o e ainda manda flores, faz discurso emocionantes e até exibe lágrimas. Acorda, Gaspar!

HOSPITAL I
A prefeitura do PT de Gaspar está sucateando a saúde pública. E logo um partido que se diz popular, preocupado com o social... Ela, de forma disfarçada e sob o silêncio da imprensa, da dita oposição, está fechando o CAR. A Policlínica não cumpriu a promessa de que aberta iria atender a população com toda a ampla gama de especialidades. Nem o horário estendido se confirmou. O primeiro passo foi a intervenção no Hospital de Gaspar, filantrópico e de gestão privada. Esta esperta intervenção orquestrada pelo PT, de forma esperta, malandra e cínica, só aconteceu depois que os empresários recuperaram fisicamente o prédio, e sob severo boicote e crítica permanente do PT. Para intervir depois de que tudo estava pronto, a prefeitura e o PT de Gaspar alegaram falsamente para analfabetos, ignorantes e desinformados de que no Hospital havia roubo das verbas públicas municipais. Passados dois anos, nada levantaram, nada provaram e agora, fazem do hospital um escape das obrigações com a saúde pública nos seus postos, CAR e Policlínica.

HOSPITAL II
Qual é a jogada da prefeitura do PT de Gaspar? Com a falta de dinheiro que ela insiste em propagar de que não falta, está reduzindo o atendimento no CAR e na Policlínica para os mais pobres, doentes e desassistidos. No CAR e na Policlínica, a prefeitura está obrigada a contratar profissionais que não consegue ou economiza. No Hospital, esta obrigação é do Hospital que apesar está sob a sua intervenção, não é dela. Ou seja, a prefeitura fica livre de qualquer cobrança judicial apesar do nexo que pode ser provado. Mais. A prefeitura faz dívidas. Elas ficam com o Hospital e não com o poder público, incluindo as dívidas com os funcionários, como o Fundo de Garantia que não está depositando. Vergonhoso é o que se faz: o silêncio da comunidade, dos conselheiros, dos políticos e dos vereadores. O PT, o PCdoB, PDT, PR, PRB agradecem. Acorda, Gaspar!


O VICE DO PSDB I
Foi mais fácil o PSDB de Gaspar aceitar a professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel nos seus quadros vinda do DEM e torná-la uma pré-candidata à prefeito em outubro do que lhe dar uma vice. Enquanto a pré-candidatura deslancha, as vezes até e surpreendente de forma apartidária como na foto acima da semana passada, nos bastidores a candidata e os presidente do PSDB, Renato Nicoletti e do DEM, Luiz Nagel, lidam com um impasse: a escolha do vice de Andreia. Vários nomes vão e voltam, mas não ganham corpo porque pensam na complementariedade dele para o projeto e o governo, se ela ganhar. Entretanto, com a definição de Marcelo Brick de Souza, PSD, de ser candidato com o seu ex-companheiro de partido, Giovânio Borges, agora no PSB, a decisão no PSDB e DEM começa a ganhar contornos de finalização. Ontem a noite, este assunto foi o que mais circulou numa costela de fogo de chão feita para comemorar o aniversário de Luiz Nagel.

O VICE DO PSDB II
O nome do peemedebista histórico, ex-secretário de Agricultura aqui e em Blumenau, e hoje filiado no DEM, Renato Beduschi, é o preferido de todos. Entretanto Renato Beduschi tem avisado que não quer mais se envolver no dia a dia, e como vice, segundo ele, iria se envolver na administração. Hoje, revela, Renato prefere participar da campanha a favor de Andreia. A simples opção de Renato em apoiar Andreia deixa o PMDB em polvorosa. O PT também se sente atingido. Renato transmite confiança e respeitabilidade à chapa, além de ser muito próximo ao senador tucano, Dalírio Beber, desde a administração peemedebista do gasparense de Renato de Mello Vianna, em Blumenau. Outros nomes transitam para vice de Andreia como o ex-vereador Claudionor de Souza, o ex-secretário de Saúde na época de Francisco Hostins, Luiz Buzzi Sobrinho e o ex-vereador e empresário, Amadeu Mitterstein, todos do PSDB. Pelo DEM surgem na lista alternativa, o empresário Julinho Zimmermann, o ex-tucano histórico, e ex vereador Luiz Roberto Schmitt (Bebeto), o radialista Volney Henriques, o suplente de vereador e professor, Charles Roberto Petry, além do consultor Roberto Tognoli.

TRAPICHE

O site da Câmara de Vereadores de Gaspar, pela terceira semana seguida continua escondendo as resoluções da mesa diretora. É flagrante a afronta à decisão judicial que mandou a Câmara deixar o site mais transparente e acessível. Detalhe: as resoluções já estavam nele e o atual presidente, Giovânio Borges, PSB, sumiu com elas.

As resoluções são decisões do presidente e que agora é pré-candidato a prefeito de Gaspar. Ele as toma com os vereadores José Amarildo Rampelotti, PT e vice-presidente da mesa, com Ciro André Quintino, PMDB e José Hilário Melato, PP. E Melato sabe que ele foi obrigado judicialmente.

Ao comandar a Câmara e deixá-la menos transparente para os gasparense, e para isso desafiando inclusive ordem judicial, Giovânio Borges mostra o que pensa sobre este assunto para a prefeitura de Gaspar, quando e se for eleito. Vai esconder o que é público. Tudo a ver para quem se apresenta como candidato alternativo do PT e trouxe até o Partido Comunista para a sua chapa.

“A cultura sem amparo”. É o que revelou a manchete do portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e de maior credibilidade: “após premiações em Timbó, o grupo de dança de Gaspar prepara pedágio para suas apresentações para mostrar a sua arte e levar o nome da cidade fora daqui”.

Leitor observa. E faz com uma precisão cirúrgica. “Após 12 anos de mandato petista, o Projeto de Lei que rege a Previdência dos funcionários municipais foi enviada para Câmara em ‘regime de urgência’”. Pergunta ele: “porque somente agora no apagar das luzes?” E a pergunta essencial: por que mais uma vez em regime de urgência? Se era tão bom, porque esperou-se tanto tempo? Outra. As leis permitem criar despesas em ano eleitoral onde o governante passa para outro cumpri-la? Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não foi esta a alegação para a recriação do Instituto em 2008? Espertos.

Eu responderia: por provocação e irresponsabilidade absolutas para com a sociedade. Em primeiro lugar está os compromissos com os seus. É a mesma irresponsabilidade que corre nas veias do PT, PCdoB, PDT e que quebrou o Brasil e agora alimenta as sérias dificuldades para o PT vencer as eleições de outubro aqui, seja com que parceiro arrume.

Contudo, o leitor desta coluna é mais certeiro do que eu na observação que mandou e publicou na área de comentários nesta semana: “lógico que é para favorecer os companheiros em final de carreira e com salários gordos, pois já estão cientes que vão perder as eleições e a maioria vai pedir aposentadoria para não precisar encarar o novo prefeito”.

Volto. Alguém tem alguma dúvida? Criminoso mesmo é o silêncio dos políticos que se dizem de oposição. Eles não são capazes de desnudar mais esta sacanagem, ou então estão com medo de enfrentar a realidade e o PT. A prefeitura está quebrada, certo? Então de onde ela vai buscar dinheiro para mais esta obrigação que não beneficia a população, mas sim um punhado de privilegiados?  Sim um punhado, pois a maioria dos servidores municipais não será atingida, abrangida e protegida. Não há cristo que possa provar isto. Nem Lindenberg Farias como fez naquele autoflagelo nas sessões do Senado que levaram Dilma Vana Rousseff ao impeachment. Só os de maiores salários terão privilégios. Repito: privilégios.

Respondo: o dinheiro para esta insanidade, viagem, irresponsabilidade virá do posto de saúde que não funciona por falta de gestão e recursos, que não tem médico, enfermeira, vacina; da escola que não tem professor, merendeira, segurança, livros, pátios para prática esportiva, educador de artes, danças, músicas etc. A lista não para aí. É longa. Muito longa.

Para esta previdência para os poucos amigos do rei e de altos vencimentos – e não só do PT, diga-se desde já, pois PMDB, PSD, PP e PSB já estão seduzidos e indicando os seus para as boquinhas -, haverá uma superestrutura para empregar amigos, comer dinheiro dos contribuintes, dos pagadores de pesados impostos, e fazer a farra com o poder de plantão naquilo que já não deu certo aqui, não dá certo na maioria dos outros municípios. E por quê? Porque aposentadoria é algo de longo prazo, sério, com cálculos atuariais e os políticos são bichos movidos para resultados de curto prazo para si e os seus. É isso mesmo.

Gaspar já teve algo semelhante. O ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, PMDB, e já falecido, “convenceu” o Instituto de previdência dos servidores – feito de presidente, Conselho e Conselheiros – como não conseguia dinheiro no mercado e o que conseguia tinha juros altos devido aos riscos de não receber o principal de volta - a emprestar o capital do Instituto para a prefeitura. Sabe o que aconteceu, com a complacência dos administradores que nunca foram punidos? Tudo virou pó de mico.

Ou seja, o PT de Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Doraci Vanz, Antônio Carlos Dalsochio, Mariluci Deschamps Rosa, Lovídio Carlos Bertoldi quer repetir o que já não deu certo. Quer arrumar emprego. Quer armar mais uma greve por ano quando ele estiver fora do poder. A primeira será sempre quando os servidores reclamarão de que seus vencimentos não foram ajustados. A segunda, de que a prefeitura não depositou no Instituto a sua parte para sustentar a farra dos gordos vencimentos dos seus companheiros.

E olha só que cabideiro de emprego será este “Instituto”. Só o “press release” da prefeitura de Gaspar gastou metade dele para fazer troça com o povo que vai pagar tudo isso. “Com a proposta o Instituto será administrado por uma Unidade Gestora Única, responsável pelo gerenciamento e pela operacionalização dos benefícios de aposentadoria e pensão. A Unidade Gestora deverá ser composta pelo Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Conselho Fiscal”.

“O Conselho de Administração será composto por nove membros, sendo três conselheiros e respectivos suplentes, indicados pelo prefeito, dois servidores ativos e um servidor inativo ou pensionista”.

“A Diretoria Executiva será composta pelo Diretor-Presidente, pelo Diretor Administrativo e Financeiro e pelo Diretor de Previdência.  Neste caso seus ocupantes serão de livre nomeação e exoneração do prefeito, um dos quais dentre servidores efetivos, ativo ou inativo. Já o Conselho Fiscal, órgão consultivo e fiscalizador será composto por três membros titulares e três suplentes, sendo um indicado pelo prefeito e dois eleitos por um mandato de dois anos”. Resumindo: farra com diretores para todos os lados. E olha que nela não estão os funcionários burocráticos para tocar o Instituto

E o que o leitor da coluna destacou no comentário que enviou? “Outro detalhe do projeto de lei que chama atenção é a parte administrativa do Instituto de Previdência que cria o cargo de Diretor Presidente a um custo R$ 10.373,45 mensais, cargo este comissionado”.

E arremata o leitor acordado: “Mais uma vez a previdência do municipal será uma moeda de troca, uma ferramenta política. É momento dos funcionários de carreira acordarem e do Sindicato fazer algo. Os candidatos a prefeito também têm que se manifestar pois senão terão uma verdadeira bomba relógio pela frente. Previdência para funcionários públicos sim, mas de forma responsável”.

A RBS – agora que está trocando de mãos e seus repórteres não precisam mais de GPS para chegar à redação de seus veículos - descobriu Gaspar. Percebeu que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, tem uma cara-de-pau daquelas. Há quase um ano, ele jurou no estúdio da TV em Blumenau que tinha R$6 milhões para começar e acabar as obras de infraestrutura do loteamento das casinhas de plástico, ali na BR 470, entre o Sertão Verde e o Belchior Baixo.

A RBS, com a agenda debaixo do braço, gravação no ponto, foi cobrá-lo da promessa que fez aos gasparenses. Zuchi não teve dúvidas de colocar a culpa em todos, menos nele. E com a maior cara de pau, foi gravar a nova promessa lá no loteamento, em meio a toda precariedade que criou e não conserta. Ninguém de lá, enquanto esteve, para as cenas do vídeo, cobrou-o e por isso, ele se sentiu à vontade. A nova promessa é para setembro, ou seja, mais uma vez, como das outras anteriores, às vésperas de mais uma eleição.

Vergonha. Para os políticos, os pobres, fracos, sem teto – que ficaram depois do desastre severo natural de novembro de 2008 – são instrumentos úteis a cada eleição. Os políticos oferecem esperanças a quem já está despedaçado, mas cobram – de várias formas incluindo a mentira e o constrangimento - reciprocidade nas urnas. Um jogo criminoso e que dura anos. Em tempo.

O secretário de Obras, candidato a prefeito pelo PT, Lovídio Carlos Bertoldi, passou por lá com o staff no fim do ano passado fazendo o mesmo tipo de promessa aos moradores de lá. Levou uma encoxada. Tentou confrontar. Mas, logo lembraram que era candidato, como mostra a gravação que circulou nas redes sociais. Virou gatinho. Assumiu a culpa. Mas, não resolveu. Acorda, Gaspar!

A outra da RBS. Descobriu que em Gaspar não tem policial civil para fazer o serviço deles no mínimo recomendável. É preciso fechar a Delegacia para se trabalhar ou atender fora dela em diligências e investigações. Num mesmo período, a população dobrou e o número de policiais civis em Gaspar diminuiu pela metade. Aritmética possível aos políticos e ao seu mundo de fantasias, discursos...

Esta é a política de segurança oferecida pelo governador Raimundo Colombo, PSD, que continua sendo o prefeito de Lages. Colombo conseguiu aumentar em quase 150% as despesas do estado de Santa Catarina, principalmente na área de remuneração, a tal ponto de expandir absurdamente o endividamento do estado, mas não conseguiu contratar policiais para a segurança dos gasparenses, dos moradores do Vale do Itajaí e da maioria dos municípios catarinenses, pagadores de pesados impostos. Tudo sem o devido retorno. Ai, ai, ai. 

 

Edição 1751

 

Comentários

Herculano
26/05/2016 12:42
VAGALUMES NO TEMPORAL, por Carlos Brickmann

Só há hoje uma certeza: quem disser que entende a crise está mal informado. Há linhas identificáveis de ação e de pensamento, há luzes sobre correntes políticas, mas sempre oscilantes diante da tempestade. Fatores estranhos à política interferem na análise: delações premiadas, o juiz Sérgio Moro, opiniões militares como a do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que reagiu duramente às declarações petistas sobre a necessidade de controlar e bolivarianizar o pensamento dos quartéis.

Aparentemente, Michel Temer tentou montar um núcleo duro, fiel a ele e bom nas negociações com os políticos, que daria suporte a um grupo técnico de peso e livre de suspeitas, responsável por tocar o Governo. E, como o pedágio é inevitável, há aqueles de sempre rodando no entorno.

Lindo desenho - mas vem Sérgio Machado, presidente da Transpetro por 12 anos, relacionadíssimo, e solta uma gravação detonando Romero Jucá, um dos políticos mais próximos a Temer. Mais: há comentários de que Machado teria também gravado Renan Calheiros e José Sarney. Renan joga sozinho; mas Sarney é o cacique dos caciques do PMDB. A qualquer instante, portanto, a situação pode mudar - ou não: e se Machado estiver jogando ao lado de um deles, e pelo menos uma das duas gravações não exista, seja só uma manobra na luta pelo poder?

Ou seja, as notícias não mudam. Mas há novidades sempre.

É ELE DE NOVO!

Preste atenção em José Serra. Como ministro das Relações Exteriores, sem verba, vem criando fatos políticos, a partir do pito que deu nos bolivarianos que queriam palpitar na política brasileira. Seu sonho é ser candidato à Presidência; e trabalha para isso.

Renan Calheiros também quer e parece agir discretamente na oposição a Temer. É bom de manobra, mas depende de um velho aliado. Se Sérgio Machado o gravou e resolver entregá-lo, muda tudo. Há quem diga que Gim Argello também o gravou.

EM SILÊNCIO, POR ENQUANTO

É bom prestar atenção também em Paulo Skaf, presidente da Fiesp, amigo de fé de Michel Temer e cacique do PMDB paulista. Skaf quer ser governador. Mas é amigo há anos do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Skaf pode sentir a vontade de treinar no comício dos outros e sair forte para o Governo, em 2018. Impossível não é, e se Temer estiver bem avaliado suas chances serão boas. A máquina eleitoral já existe, a própria Fiesp, e ao longo dos anos Skaf aprendeu a comandá-la com precisão. Na Fiesp, nem há mais oposição: todos caminham com ele.
Herculano
26/05/2016 12:41
COMENTÁRIO, por Carlos Brickmann

A informação é de que Sérgio Machado procurou três de seus mais velhos e fiéis companheiros e padrinhos para forçar conversas em que eles discutiriam seus planos para o futuro e ele as gravaria, em busca de vantagens pessoais, entregando à Polícia os amigos que lhe deram poder e riqueza.

Que caráter!

FALTA EXPLICAR

De Sérgio Machado, na conversa (que serviu de delação premiada) com Romero Jucá: "O Aécio, rapaz ... O Aécio não tem condição, a gente sabe disso. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB..."

A opinião pública talvez gostasse de ser mais bem informada. E como garante Machado, ele, que participou de campanha do PSDB, conhece. Que tal contar?

OS SÁBIOS

O curioso é que todos esses políticos que esquecem que o gravador existe conviveram com gente mais esperta. Tancredo Neves, por exemplo, dizia que telefone só servia para marcar encontro, e no lugar errado. Certa vez, quando preparava a candidatura à Presidência, Tancredo explicou: "Sei como as coisas funcionam. Já fui ministro da Justiça".

Verdade: tinha sido ministro da Justiça em 1954, quando gravar telefones era complicadíssimo. Mas era possível. E ele nunca se esqueceu de evitar riscos.

UM NOME É UM NOME

A ação que atingiu Taiguara, sobrinho da primeira esposa de Lula, chamou-se Operação Janus. Envolve empreiteira brasileira, obras em Angola, dinheiro que saía oficialmente do Brasil mas ficava por aqui mesmo, e a firminha sem tradição nem condições técnicas que pegava a obra para que outra a fizesse, dividindo o pixuleco.

Janus era o deus romano com duas caras, uma olhando para a frente, outra para trás. Bela inspiração.

É NOIS!

Cinco horas de tiroteio na Favela da Rocinha, bandidos disputando o ponto e ignorando a presença do Bope. Dúvida: se a favela estava oficialmente pacificada, por que tanto tiro?
Sidnei Luis Reinert
26/05/2016 11:55
Diferença entre justo e correto

Piadinha, de fundo moral canalha, que circula na internet, estabelecendo uma diferença de interpretação cínica entre os conceitos de justo e correto:

Coincidentemente, dois juízes encontram-se no estacionamento de um MOTEL.

Constrangidos, reparam que cada um estava com a mulher do outro.

Após alguns instantes silentes com a "saia justa", mas mantendo a compostura própria de magistrados, em tom solene e respeitoso, um diz ao outro:

- Nobre colega, inobstante este fortuito imprevisível, sugiro que desconsideremos o ocorrido, crendo eu que o CORRETO seria que a minha mulher venha comigo, no meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência no seu...

Ao que o outro magistrado respondeu, também com uma brilhante interpretação de julgador a favor da causa própria:

- Concordo plenamente, nobre colega, que isso seria o CORRETO, sim... No entanto, não seria JUSTO, levando-se em consideração que vocês estão saindo e nós estamos entrando no Motel...

Reza a lenda que, tempos depois, deforma justa e correta, após longo processo de conciliação, cada um ficou com a mulher do outro, e todos viveram felizes para sempre, como nos melhores contos de fadas do judiciário brasileiro...
Herculano
26/05/2016 11:16
No TWITTER

Você pode encontrar outras opiniões próprias, impróprias, emprestadas e "retuitadas" em @olhandoamare

Experimente
Herculano
26/05/2016 10:34
OS ENCURRALADOS, por Miriam Leitão, para O Globo

O caso do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostra que a porta para a delação premiada está se estreitando e que já bateu um "salve-se quem puder" dentro do grupo dos envolvidos na Lava-Jato. Machado, em desespero para ter material para entregar, pegou seu celular e saiu gravando os amigos. Os suspeitos estão com medo e sabem que não basta confirmar o que foi dito antes.

Machado é o segundo caso de gravação. O primeiro foi o do assessor de Delcídio gravando o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante para aumentar os fatos que Delcídio apresentaria. Esse desespero que está tomando conta de envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras mostra o oposto do que eles dizem nas conversas: a Lava-Jato é hoje uma operação tão forte que o sistema de corrupção política está sendo encurralado. A última divulgação foi da conversa de Machado com o ex-presidente José Sarney, em que ele diz que pode ajudá-lo desde que seja "sem advogados" E por ajuda, entenda-se evitar que o caso dele fosse tratado pelo temido juiz Sérgio Moro.

O índio e parlamentar Mário Juruna gravava conversas para ter provas das promessas que lhe faziam os desmemoriados políticos. Não teve sucesso, porque mesmo diante do áudio os promitentes não cumpriam o que haviam dito. No caso de Sérgio Machado, a técnica deu certo. Sua delação foi homologada pelo ministro Teori Zavascki.

Nas conversas que estão sendo reveladas pelo repórter Rubens Valente do jornal "Folha de S. Paulo" os políticos envolvidos vão dando sinais de que estão entrando em desespero. O senador Renan Calheiros quer evitar que presos possam fazer delação premiada e não gosta da nova interpretação do STF sobre antecipação para segunda instância do conceito de transitado em julgado.

O instituto da delação premiada, que vigora em vários países, ganhou musculatura e importância durante a Operação Lava-Jato. Incomoda porque está sendo eficaz. Por isso, o sonho de quem se sente ameaçado é tentar limitá-la. Na visão já expressa por suspeitos, os delatores falam porque estão presos. Chega a ser quase uma confissão de que há o que falar. Na verdade, alguns dos envolvidos decidiram colaborar mesmo após serem soltos. Limitar o uso, apesar de a delação premiada estar provando seu valor, só interessa mesmo a quem tem o que esconder.

A decisão do STF corrige um velho defeito da lei brasileira que só considerava transitado em julgado, para efeito de cumprimento da pena, a decisão da última instância. Disso se aproveitaram os criminosos com mais poder aquisitivo. Foi assim que o assassino confesso Pimenta Neves ficou tanto tempo solto apesar de ter sua sentença confirmada em segunda instância. Esse novo entendimento do STF, que permite a prisão após o julgamento pela segunda instância, é mais um avanço da lei que o país fica devendo à Lava-Jato. Prova de que está certa é o que diz Sérgio Machado na conversa com o senador Romero Jucá: "Objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez vai todo mundo delatar"

A ideia de Romero Jucá, expressa na conversa com Machado, não faz justiça à sua fama de um político inteligente. Ele argumenta que com a troca de governo seria possível acabar "com essa sangria" através de um pacto articulado politicamente envolvendo os ministros do Supremo. Essa operação abafa de dimensões federais é simplesmente inexequível. Se fosse possível, o governo Dilma, tão ameaçado pela Operação, a teria feito. Dilma, segundo Delcídio Amaral, nomeou um ministro para o STJ para votar em favor de alguns réus da Lava-Jato. O ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que ocupou brevemente o posto, ameaçou a Polícia Federal, mas não conseguiu ir além da ameaça. Quando Machado sugeriu uma reunião com Jucá, Renan e Sarney para discutir o assunto, Jucá diz: "não pode" E explica que poderia ser mal interpretado. Ele sabe que nem poderia fazer uma reunião para conspirar contra a operação, mas sonhava com um pacto com STF. Delírio.

Sérgio Machado montou uma armadilha para seus amigos do PMDB. Com isso, mostrou que está acuado a ponto de traí-los para comprometê-los e assim reduzir a própria pena. O desespero dos corruptos é mais uma prova de que a Lava Jato está mudando o país.
Herculano
26/05/2016 10:33
HOJE É FERIADO PARA ALGUNS MORTAIS TRABALHADORES QUE AINDA NÃO PERDERAM O EMPREGO. AMANHÃ FERIADÃO PARA A MAIORIA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS GARANTIDOS COM CRISE OU SEM CRISE NOS NOSSOS BOLSOS QUE SUSTENTAM ESTA MÁQUINA PÚBLICA TOCADA POR POLÍTICOS IRRESPONSÁVEIS E...
Herculano
26/05/2016 10:31
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ

Ela está sendo feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, o de maior credibilidade.
Herculano
26/05/2016 10:28
REPÚBLICA DE BANDIDOS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Ninguém melhor do que a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, para expressar o sentimento de frustração que atinge em cheio os brasileiros: "Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós acreditou no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 (o mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora constata-se que o escárnio venceu o cinismo". Nessa síntese está toda a trajetória dos embusteiros petistas que, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, prometeram fazer uma revolução ética e social no Brasil e agora, pilhados em escabrosos casos de corrupção, caçoam da Justiça e da própria democracia.

O mais recente episódio dessa saga indecente, ao qual Cármen Lúcia aludia, envolveu ninguém menos que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Em conluio com o banqueiro André Esteves, o petista foi flagrado tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, que ameaçava contar o que sabia sobre a participação de ambos no petrolão.

As palavras de Delcídio, capturadas em áudio gravado por um filho de Cerveró, são prova indisputável da naturalidade com que políticos e empresários se entregaram a atividades criminosas no ambiente de promiscuidade favorecido pelo governo do PT. Como se tratasse de uma situação trivial - a conversa termina com Delcídio mandando um "abraço na sua mãe" -, um senador da República oferece dinheiro e uma rota de fuga para que o delator que pode comprometê-lo e a seu financiador suma do País. Os detalhes são dignos de um arranjo da Máfia e desde já integram a antologia do que de mais repugnante a política brasileira já produziu.

Delcídio garantiu a seus interlocutores que tinha condições de influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos em posições institucionais destacadas para que os objetivos da quadrilha fossem alcançados. O senador traficou influência. Mas o fato é que, hoje, as ramas corruptas que brotam do sistema implantado pelo PT se insinuam por toda a árvore institucional ?" com raras e honrosas exceções, entre elas o Supremo, que vem demonstrando notável independência.

Exemplo do contágio é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão sendo investigados pela Lava Jato. A nenhum dos dois ocorreu renunciar a seus cargos para que não sofressem a tentação de usar seu poder para interferir no processo, como já ficou claro no caso de Cunha. Renan, desta vez, tentou manobrar para que fosse secreta a votação do Senado que decidiria sobre a manutenção da prisão de Delcídio, na presunção de que assim os pares do petista o livrariam, criando uma blindagem para os demais senadores ?" a começar por ele próprio. Temerosos da opinião pública, os senadores decidiram votar às claras e manter Delcídio preso.

Enquanto isso, o PT, com rapidez inaudita, procurou desvincular-se de Delcídio, dizendo que o partido "não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade", já que o senador, segundo a direção petista, agiu apenas em favor de si próprio. Se Delcídio tivesse cometido seus crimes para abastecer os cofres do PT, seria mais um dos "guerreiros do povo brasileiro", como os membros da cúpula do partido que foram condenados no mensalão e no petrolão.

O PT e o governo não enganam ninguém ao tentar jogar Delcídio aos leões. O senador era um dos principais quadros do partido, era líder do governo no Senado e um dos parlamentares mais próximos da presidente Dilma Rousseff e de Lula. Sua prisão expõe a putrefação da política proporcionada pelo modo petista de governar.

Também ninguém melhor do que a ministra Cármen Lúcia, que resumiu a frustração dos brasileiros de bem, para traçar o limite de desfaçatez e advertir a canalha que se adonou da coisa pública sobre as consequências de seus crimes: "O crime não vencerá a Justiça" e os "navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades" não passarão "a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção". É um chamamento para que os brasileiros honestos não aceitem mais passivamente as imposturas dos ferrabrases que criaram as condições para que se erigisse aqui uma desavergonhada república de bandidos.
Herculano
26/05/2016 10:04
ISTO NÃO LEMBRA GASPAR? ISTO NA VERDADE É BRASIL. É O MUNDO DOS POLÍTICOS DE QUALQUER PARTIDO QUE DETESTAM A IMPRENSA LIVRE E POVO INFORMADO

Está na coluna de Ancelmo Góis, no jornal O Globo de hoje.

MINISTRA CARMEM LÚCIA DÁ GARGALHADAS COM TRANSCRIÇÃO DO GRAPO DE SÉRIO MACHADO (o homem do PMDB na roubalheira da Petrobrás)

Antes de enfrentar 924 km de estrada para visitar o pai, em Espinhosa, Minas Gerais, a ministra Carmem Lúcia, ontem deu umas boas gargalhadas ao ler a transcrição do grampo onde Sérgio Machado diz que nunca viu um "Supremo tão merda" e "com essa mulher vai ser pior ainda".

"Essa mulher" é a ministra Carmem, que assume a presidência do STF em setembro e não vai facilitar a vida do PL (Partido da Lava Jato).

Em Gaspar, o PT, o poder de plantão foram implacáveis com juízes, promotores públicos e até com esta coluna quando se desnudou, com provas, o que se estava torto perante a norma, a legislação, o direito coletivo. Então...
Herculano
26/05/2016 08:34
O PMDB É CUMPLICE E PARCEIRO DO PT

É isto que revelam as gravações de Machado. PT e PMDB trabalhavam juntos para tirar Dilma Vana Rousseff, fazer um grande conchavo com o Supremo, desmoralizar as delações, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, soltar empresários corruptos e pagadores de propinas para os políticos e partidos, e passar a régua em tudo, para começar a esbornia de um novo zero. Tudo entre os mesmo. Tudo entre paredes. Tudo contra os nossos pesados impostos. Tudo usando a tal estabilidade e a proteção dos pobres.

Vergonhoso. O PMDB, fica claro, que deu o golpe e por uma determinação constitucional, ter o vice, ficou no poder, na manobra que não deu certo para o PT, PCdoB, PDT, PSD, PTB, PR, PRB...
Herculano
26/05/2016 08:28
DESESPERO PETISTA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 1

É patética a tentativa de petistas e cúmplices de transformar as conversas gravadas pelo ex-senador Sérgio Machado em provas de que o impeachment da presidente Dilma é parte de um complô para acabar com a Operação Lava-Jato.

Não seria preciso tanto maquiavelismo, pois a própria presidente afastada e seu criador, Lula, estavam empenhados nesse objetivo. Os dois estão sendo investigados por obstrução da Justiça, ela, por denúncias de que tentou interferir nas investigações a favor de empreiteiros presos.

E há gravações em que Lula diz em alto e bom som que era o único capaz de pôr os "meninos" da Polícia Federal e do Ministério Público "nos devidos lugares" Tanto que o presidente do Senado, Renan Calheiros, chega a sugerir na conversa gravada por Machado que a solução seria nomear Lula para o Ministério, para neutralizar Dilma, que já estava politicamente inviabilizada.

Não seria preciso, portanto, ser tão maquiavélico, bastando apoiar o governo Dilma com Lula de primeiro-ministro. E por que não foi possível essa manobra? Por que os dois foram apanhados com a boca na botija, tentando obstruir a Justiça.

O que as conversas gravadas revelam é que todo o mundo político está mobilizado para, de uma maneira ou de outra, tentar controlar o juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público.

A proposta de Renan de aprovar uma lei restringindo a delação premiada aos acusados que estiverem soltos foi materializada pelo deputado petista Wadih Damous, muito próximo de Lula.

O Supremo, por óbvio, virou o alvo preferencial dos ataques, aproveitando citações laterais, ou de bravatas como as do ex-senador Delcídio do Amaral.

Tanto Romero Jucá quanto Renan se referiram de maneira genérica a "ministros do Supremo", enquanto Delcídio citou nomes, e acabou preso.
Herculano
26/05/2016 08:27
DESESPERO PETISTA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 2

O fato é que o Supremo, com 8 dos seus 11 ministros nomeados ou por Lula ou por Dilma, tem sido a garantia institucional do processo de impeachment, o que o torna um alvo dos petistas relutantes, que precisam desmoralizá-lo para dar ares de verdade à conspiração que inventaram para justificar a perda do poder central.

Diante desse quadro distorcido por interesses partidários, acabou se mostrando providencial a interferência do ministro Luís Roberto Barroso- criticado por mim na ocasião - no rito aprovado pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Embora considere que o regimento interno da Câmara lhe dava o direito de definir como a comissão do impeachment deveria funcionar, hoje entendo que, ao impor rito mais restrito, com base no processo de 1992, o STF protegeu-se da acusação, que certamente viria, de que colaborou com Cunha para impor um rito desfavorável a Dilma no julgamento na Câmara.

Teori Zavascki, por exemplo, é volta e meia acusado por petistas de ter deixado Eduardo Cunha agir livremente até que o impeachment fosse aprovado na Câmara, para só depois apeá-lo do poder.

O que Zavascki fez, no entanto, foi esperar, até onde o bom senso permitiu, que a Câmara tomasse uma atitude, para que o STF não fosse acusado de interferência em outro Poder.

É o mesmo Zavascki a quem Romero Jucá admite não ter acesso, por ser "muito fechado" Então o juiz que estaria envolvido no "golpe" é o mesmo a quem não se tem acesso?

Tudo não passa de uma desesperada tentativa de retroceder um processo que não tem mais volta, pois a presidente afastada, além dos crimes de responsabilidade específicos pelos quais está sendo julgada por uma interpretação legal restritiva, que lhe é favorável, imposta pelo próprio STFe pelo procurador-geral da República, tem muitos outros crimes a serem investigados, cometidos no seu primeiro mandato.

Diversos delatores já revelaram a ação de seus ministros e assessores em busca de dinheiro desviado da Petrobras para financiamento de sua campanha.

Há indicações "muito claras" nos autos do processo que trata da compra da refinaria de Pasadena de que ela tinha perfeito conhecimento do que estava acontecendo, como presidente do Conselho da estatal.

A coisa é tão sem pé nem cabeça que, ao mesmo tempo em que descobrem "provas" do golpe, revela-se que, na véspera da votação do impeachment, emissário do futuro presidente teve conversas com procuradores de Curitiba para garantir inteiro apoio à Lava-Jato.

Se Temer estava chegando ao governo numa conspirata para controlar as investigações, por que faria um acordo com os investigadores dias antes de assumir?
Herculano
26/05/2016 08:23
FERIDOS, CACIQUES DO PMDB ESTÃO ATEMORIZADOS, por Josias de Souza

Caíram todas as fichas do PMDB. A conversão de Sérgio Machado de operador do partido em colaborador da Lava Jato revelou a alguns cardeais que ainda se imaginavam acima das leis que a festa acabou.

Aos poucos, desaparece aquele Brasil que oferecia às eminências políticas a segurança de que nenhum ilícito justificaria a incivilidade de uma reprimenda pública. No seu lugar, surge um país que ensina a Sarney, Renan e Jucá que nem tudo termina num grande acordão.

Acometido de 'morofobia', Sérgio Machado foi de cacique em cacique para avisar que estava prestes a suar o dedo. "Esse cara, esse Janot que é mau caráter, ele disse, está tentando seduzir meus advogados, de eu falar", disse para Sarney.

"O Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês", declarou para Renan. "Então, o que ele quer fazer? [?] Ele quer me desvincular de vocês, [?] e me jogar para o Moro. E aí ele acha que o Moro vai me mandar prender. Aí quebra a resistência. E aí fodeu."

"Eu estou muito preocupado", afirmou Machado na conversa com Jucá. "O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho."

Ouviram-se juras de proteção a Machado. "Sem meter advogado no meio", orientou Sarney. Um pacto para "estancar a sangria", definiu Jucá. "Tem que ser conversa de Estado-Maior", pediu o ex-presidente da Transpetro.

Homologado nesta quarta-feira (25) pelo ministro Teori Zavascki, do STF, o acordo de delação premiada que Sérgio Machado celebrou com o Ministério Público Federal é uma evidência de que malograram as tentativas de acordão. Afora os depoimentos já prestados pelo novo delator, a turma da Lava Jato manuseia gravações que somam quase sete horas de conversa.

Feridos pela traição, os caciques do PMDB estão atemorizados. O pânico tem razão de ser. Eles sabem o que fizeram nos verões passados. E acabam de descobrir que já não é tão fácil celebrar conchavos com pedaços do Judiciário, para triturar investigações.

A caciquia do PMDB ainda não conseguiu concretizar o desejo de aprovar alterações às leis que regulam os acordos de leniência e as delações premiadas. Enquanto ainda têm mandato, Renan e Jucá deveriam perseguir um objetivo mais modesto ?"um tributo a Sérgio Machado. Assim como há ruas batizadas de Voluntários da Pátria, a dupla poderia sugerir a inauguração de outras que se chamassem Traidores da Pátria.
Herculano
26/05/2016 08:21
SETE APOSTAS DE SERRA, por Mathias Spektor, professor de relações internacionais, no jornal Folha de S. Paulo.

O governo interino promete chacoalhar a política de comércio exterior herdada do PT.

Trata-se de aposta ambiciosa, pois há pouco tempo para negociar e reverter décadas de uma política equivocada, cujo efeito mais direto foi deixar o país e seus cidadãos mais pobres. Mas há bons motivos para ter alguma esperança, pois tudo o que o governo precisa fazer é mostrar espírito propositivo e sede por criar comércio novo.

Há sete áreas específicas em que dá para fazer muito em pouco tempo e com o apoio dos principais grupos de interesse envolvidos.

1) Dobrar a aposta com a União Europeia. Ainda com Dilma, os europeus fizeram uma oferta ruim à qual o Brasil respondeu com outra proposta ruim. Serra pode subir a ambição do acordo. Em vez de oferecer 80% do universo tarifário, oferecemos 90% e pomos na mesa temas espinhosos como meio ambiente e direitos trabalhistas.

2) Realizar um "exercício de escopo" com os Estados Unidos. No prazo de 180 dias, Brasília e Washington publicariam um relatório listando as áreas em que é possível avançar na agenda comercial bilateral. Há muito espaço para avançar com os americanos. E nada seria mais eficaz para tirar os europeus da pachorra.

3) Dilma iniciou conversas com México para um acordo de livre comércio muito benéfico para a indústria brasileira. Bastaria a Serra sinalizar compromisso com a boa empreitada.

4) Atacar a burocracia alfandegária. Para o setor privado, ela atrapalha mais que tributação, financiamento ou logística. Bastaria a Serra antecipar a implementação do Acordo de Facilitação do Comércio da OMC (Organização Mundial do Comércio) e apoiar programas inovadores como o Portal Único de Comércio Exterior e o Operador Econômico Autorizado.

5) Discutir a adesão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Não se trata de entrar para o clube dos ricos, mas de forçar a conversa pública sobre o assunto. Da última vez que a proposta foi posta sobre a mesa, o Itamaraty optou por mata-la em silêncio.

6) Aderir ao TISA. Este acordo regula serviços, que representam 65% do valor agregado de nossa indústria, 40% das exportações de manufaturados e mais da metade da riqueza brasileira. Como barateia custos, torna a indústria mais competitiva, recuperando um setor muito punido no governo Dilma.

7) Assinar o Acordo sobre Compras Governamentais da OMC. Ele impõe transparência às licitações públicas, dá segurança jurídica às novas concessões, reduz o custo do governo e tem cláusula de reciprocidade que abre mercados a nossas empreiteiras em crise. O melhor sinal de que o combate à corrupção está no centro da agenda nacional.
Herculano
26/05/2016 08:17
ALÉM DA ODEBRECHT, ENGEVIX ATUOU EM ANGOLA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Além da Odebrecht, a construtora Engevix, cujos controladores e executivos também foram presos na Lava Jato, participou das obras de ampliação da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. A Operação Janus, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, investiga a participação do ex-presidente Lula e do sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos na negociata do financiamento dessa obra pelo BNDES.

DELAÇÃO AMPLA
Dono da Engevix, José Antunes Sobrinho está preso desde setembro. Ele delatou Renan Calheiros, Erenice Guerra e Dilma, a "honesta".

TRAFICANDO INFLUÊNCIA
Nota do MPF informou que a Janus investiga se Lula fez tráfico internacional de influência e se recebeu vantagens indevidas.

CLIENTE ÚNICO
A empresa de Taiguara, sobrinho de Lula, teve a Odebrecht como único cliente, recebendo o equivalente a US$4 milhões (R$14 milhões).

SEMPRE OS MESMOS
A gigante francesa Alstom, velha conhecida brasileira no escândalo do Metrô de São Paulo, foi fornecedora de geradores na obra angolana.

REPATRIAÇÃO DE RECURSOS DE BRASILEIROS É PÍFIA
Há cada vez mais suspeição sobre a lei, pela qual o governo Dilma se empenhou, para repatriação só este ano de até R$ 400 bilhões ilegais de brasileiros no exterior. Os defensores da lei 13.254 dizem que há lá fora US$ 650 bilhões de origem lícita de brasileiros e que estes teriam interesse "patriótico" de repatriar entre R$ 370 bilhões e R$ 400 bilhões somente em 2016. Convém o País esperar sentado, para não cansar.

MUITO ESTRANHO
Prospera a suspeita de que a lei foi criada para atender a grupo restrito de pessoas ou de empresas ligadas aos governos do PT.

OLHA S?" O AUTOR
Detalhe que levanta suspeita contra a lei de repatriação de recursos é a autoria do projeto original: o ex-senador Delcídio do Amaral, ex-PT.

VAI QUE COLA
Cauteloso, o novo governo acredita na repatriação de no máximo R$35 bilhões, este ano. Mas na Fazenda poucos acreditam nesses números.

PARECEU COISA COMBINADA
As gravações de conversas de Sérgio Machado com Romero Jucá, Sarney e sobretudo com Renan Calheiros excitaram viúvas e viúvos de Dilma, mas ficaram parecendo combinadas. "Não são tão inocentes assim", ironizou um ministro de tribunal superior, ontem, em Brasília.

N?" EM PINGO D'ÁGUA
A principal afirmação de Renan Calheiros, na conversa gravada por Sérgio Machado, sobre alterar a lei da delação premiada, serviu apenas para divulgar projeto nesse sentido de um deputado petista.

LÍDER DO GOVERNO
Romero Jucá (PMDB-RR) mantém a reputação de ser o "líder que todo governo sonha". Mas ele nega a possibilidade de assumir a Liderança do Governo no Senado. Foi líder dos governos FHC, Lula e até Dilma.

FIM DA VERGONHA
Diplomatas, que são pagos para passar vergonha, relatam o alívio após Michel Temer receber credenciais de embaixadores estrangeiros. Dilma desprezava esse ritual obrigatório nas relações diplomáticas: ela deixou embaixadores de 30 países esperando quase um ano pela cerimônia.

FUNCIONOU
O Movimento Pró-impeachment, formado por partidos de oposição a Dilma, decidiu declarar vitória do abaixo-assinado com 2,2 milhões de assinaturas no site Change.org pedindo o afastamento da petista.

NÃO AGRADOU
E aquela turma do filme "Aquarius", que, obediente ao script da Ancine, que lhes proporcionou R$ 2,9 milhões pela Lei Rouanet, posou para fotos em Cannes segurando cartazes contra o "golpe"? Não levou um único prêmio, coisa rara de acontecer em participações brasileiras.

CASO DE POLÍCIA
A Polícia Federal já está com imagens do tumulto que impediu a reunião da CPI Funai/Incra, nesta semana, em Porto Alegre. Ao menos 20 baderneiros já foram identificados pela PF e devem ser intimados.

FILME DE TERROR
Durante sessão do Congresso que aprovou o ajuste fiscal do governo Temer, deputadas da oposição gritavam em um dos púlpitos laterais do plenário. Lembrava cena de filme de terror, ironizam governistas.

PENSANDO BEM...
...malandro é Lula que, flagrado em áudio falando mal até do próprio partido e da própria cria (Dilma), não fala mal do grampo dos outros.
Herculano
26/05/2016 08:10
COMÊ-LOS-EI, por José Henrique Mariante, para o jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer usa uma mesóclise para dizer que irá consertar os erros de seu governo, "quase solenemente", para que sociedade e Congresso entendam que o momento é grave. E troca a norma culta por um tapa na mesa para lembrar que já foi secretário de Segurança Pública em São Paulo, "tratava com bandidos", sabe o que fazer.

Extremos do governo interino se evidenciam nas duas passagens. De um lado, Temer é o moderador que irá trabalhar para que Legislativo e Executivo tirem o país do atoleiro. É o presidente que entregou seu futuro nas mãos de Henrique Meirelles e emplacou a revisão da meta fiscal em seu primeiro grande teste no Congresso na última madrugada. Mercado e gente comum, que não consegue fechar as contas no final do mês, torcem desesperadamente por ele.

Do outro, Temer é o presidente que ainda depende de uma maioria de dois terços no Senado para se manter no cargo, congrega ao seu redor alvos da Lava Jato e atura com dificuldade um sem número de manifestações. Apoiadores profissionais mas também a nova oposição torcem para que esse Temer, o político tradicional, prevaleça. Ele é a esperança de uma mudança legal (ou não) no ritmo da Lava Jato e um adversário bem mais fácil de malhar nas ruas.

Temer, pelo menos neste começo, vem se esforçando em conciliar esses seus extremos. Corrigiu equívocos de ministros, voltou atrás no rebaixamento da Cultura e se livrou rapidamente de Romero Jucá. Decorou a cartilha de Meirelles e não esconde a disposição de aumentar o espaço no governo de seu artilheiro. Empurra a discussão da Previdência para a frente, encara sereno as reações ao teto de gastos públicos.

A ver se terá estômago para engolir outros tantos sapos. Não bastassem os vizinhos de ocasião em Alto de Pinheiros, tudo indica que as demonstrações de política explícita que surgem dos grampos de Sérgio Machado produzirão uma enorme quantidade deles.
Herculano
25/05/2016 20:39
OS POLÍTICOS NÃO ESTÃO PREOCUPADOS COM O BRASIL,A INFLAÇÃO, O DESASTRE ECON?"MICO, O DESEMPREGO, A FALTA DE ATENDIMENTO E REMÉDIOS NOS HOSPITAIS E POSTOS DE SAÚDE PÚBLICO, DE EDUCAÇÃO PÚBLICA, DE SEGURANÇA, ONFRAS MÍNIMAS... MAS QUE A POLÍCIA FEDERAL NÃO ARRUME PROVAS, DE QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO OS DENUNCIE E QUE A JUSTIÇA, PRINCIPALMENTE O JUIZ SÉRGIO MORO, JULGUE.

VERGONHA
Herculano
25/05/2016 19:49
O RETRATO DO BRASIL. ESSE PESSOAL É O QUE NOS REPRESENTA. TODOS COM VOTOS OBTIDOS EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS

O senador Telmário Motta, PDT de Roraima, se destacou no Senado por fazer a trinca com o PT e PCdoB, na defesa incondicional, radical e até doentia, por falta de argumentos fáticos e de direito, de Dilma Vana Rousseff, PT, contra o impeachment.

Ontem, com a revelação das gravações do senador Romero Juca, PMDB, da mesma Roraima, Telmário do puro PDT, pediu que o Conselho de Ética do Senado conhecesse e punisse a conduta de Jucá. Fez certo. Nenhum reparo. Precisa-se de limpeza. Hoje Telmário pediu, a cassação de Jucá. E Telmário está certo, se a lama que o cobre, e se alarga sobre a sua família, não fosse menor do que envolve Jucá, Gleisi Hoffmann, PT....

Este é um mundo muito próprio. Mas, afinal, que mundo é este? De políticos, de bandidos ou de um mundo bandido que nos engana. No início ele nos seduz e leva apenas os nossos votos. Depois... Bom depois levam tudo, a começar pelos nossos pesados impostos para que tudo e todos continue no poder? Eles não se envergonham. Nós...

Então leia esta notícia, que já está velha e reflita sobre lama, lama, lama. O conteúdo é da revista Veja. O texto de Laryssa Borges, da sucursal de Brasília

Jucá dá o troco em desafeto: 'Ele deveria entregar a mulher, que é procurada pela polícia'

Instantes depois de anunciar que se licenciará do Ministério do Planejamento, o peemedebista Romero Jucá alfinetou seu desafeto político, o também senador Telmário Mota (PDT-RR), e disse que o parlamentar, em vez de pedir sua cassação no Conselho de Ética, deveria se preocupar em entregar a esposa à Polícia Federal.

A Justiça em Roraima decretou a prisão da ex-deputada estadual Suzete Macedo de Oliveira, esposa de Telmário e já condenada a quase sete anos de prisão. Ela foi penalizada no esquema conhecido como escândalo dos gafanhotos, que consistia em utilizar funcionários fantasmas para liberar a folha de pagamento do estado e embolsar o dinheiro dos salários dos servidores fictícios.

"O PDT pode entrar com o que quiser [no Conselho de Ética]. O senador Telmário Mota deve entregar a mulher dele, que é procurada pela polícia", disse Jucá. [Ela acabou sendo presa, levada pelo próprio Telmário, e horas depois saiu à base de um habeas corpus, numa intricada argumentação jurídica, coisa própria de políticos influentes nos estados].
Sidnei Luis Reinert
25/05/2016 17:08
Problema do BNDES

A equipe econômica terá imensa dificuldade em resolver o problema jurídico da dívida aparentemente impagável de meio trilhão de reais do BNDES com o Tesouro Nacional.

Um consenso entre juristas é que antecipar recursos do banco de fomento pode representar uma "pedalada fiscal às avessas".

Em vez de empurrar um gasto para o futuro, antecipa-se uma receita para o presente com os recursos no BNDES.

E tem outra bomba: como ficam aqueles R$ 706 bilhões que o BNDES "emprestou" para financiar obras de empreiteiras amigas em países com governos amigos do Foro de São Paulo e adjacências?

http://www.alertatotal.net/
Fernando Silveira
25/05/2016 14:36
Herculano,

Sempre muito preciso em suas colocações.

Gostaria de ressaltar pois estava na Administração do hospital no período que aconteceu a intervenção, aonde naquele momento a prefeitura repassar apenas R$217.000,00 (aproximadamente e por medida judicial), hoje repassam os R$ 275.000,00, que pleiteamos na época, mesmo assim não estão dando conta.

Cadê as CND, que era a prioridade? Ou será que a estratégica é devolver o hospital sem condições de contratualizações?

E o aumento da cirurgias eletivas?

Não estou questionando a empresa contrata, pois sei os esforços que estão fazendo para manter o hospital aberto.

Será que o problema era administrativo ou político?
Herculano
25/05/2016 12:43
ILHOTA EM CHAMAS

Onde foi parar a Balsa de Ilhota?
Herculano
25/05/2016 12:35
EX-AUXILIAR DE ZUCHI PERDE TODOS OS RECURSOS PARA CONTINUAR PREFEITO DE BRUSQUE

Paulo Roberto Eccel, PT, ex- procurador geral de Gaspar no primeiro governo de Pedro Celso Zuchi, PT (2000/2004), pois Zuchi já está no terceiro, definitivamente não é mais prefeito de Brusque. Tentou de tudo nestes quase dois anos. Agora, a Justiça Eleitoral, o TSE, de Brasília, mandou eleger um novo prefeito também, de forma indireta para os brusquenses.

Paulo Eccel, que já foi deputado estadual, gastou na prefeitura de Brusque mais em propaganda do que devia e vejam só, em ano eleitoral. E olha que ele é advogado, ou seja, conhece bem a interpretação das leis.

E quem defendeu os brusquenses? O advogado gasparense Mário Wilson da Cruz Mesquita, que também já foi procurador municipal no segundo mandato de Pedro Celso Zuchi. O doutor Mesquita, que era um dos mais ferrenhos petistas, deixou o partido por decepção. Hoje Zuchi, o PT e os seus tem verdadeiro pavor do doutor Mesquita se interessar por os desatinos daqui.

Por enquanto, ele não se interessou. Uma pena! Acorda, Gaspar!
Herculano
25/05/2016 12:21
A REPÚBLICA DOS MOSQUITOS, por Carlos Andreazza, editor-executivo da Editora Record, no jornal Folha de S. Paulo

O PT pode nunca mais eleger um presidente da República. Enquanto, porém, o Brasil não enfrentar - e diminuir - o tamanho do Estado, outros governos petistas virão. Aí está o associado Michel Temer -escolhido a dedo por Lula- para não me deixar mentir.

Vejamos Romero Jucá. Não é do PT, por certo. Mas, falseada aqui, disfarçada ali, não terá a mesma mentalidade, a mesma compreensão companheira do que seja a máquina pública -e, sobretudo, para o que serve, para quem?

O Estado à disposição, a serviço. Há milhares de dilmas - e dilmos (sacrifico o texto, mas não desafio a leitura feminista)- à espera de uma chance. É como a dengue. No Brasil, tende-se à água parada e ao estatismo.

A dengue é vocação nacional. O estatismo é vocação nacional. O petismo idem, muito anterior ao nascimento do PT, a durar para muito além de sua derrocada.

Não falo de política, mas de cultura. A administração pública é péssima, obesa, ineficiente e corrupta - não há novidade nesse retrato, fotografia da represa monumental em que um partido como o dos Trabalhadores deita fartamente seus ovinhos.

Um governo pode ser maior ou menor entrave ao desenvolvimento do país, mas nunca será solução. A tendência brasileira, no entanto, é a de combater os problemas causados pelo Estado pedindo mais Estado; a febre por meio da qual, a cada crise, entregamos a quem nos afana mais poder para nos afanar. Isso é doença. É também o paraíso cultural do petismo, milhões de poças em que se incuba o Aedes rousseff.

Complementar e coerente, bem brasileira também é a pedalada segundo a qual a esquerda, uma vez no poder, deixa de ser esquerda. O pendor petista nacional manifesta-se sobretudo aí, nessa facilidade malandra e irresistível.

Funciona assim: o partido chega à Presidência da República, abre o caixão que é seu programa, seu projeto, bota-o para rodar, toma o Estado e o alarga, molda, aparelha, sistematiza, enriquece aos seus e a si, investe em permanecer até ser o próprio Estado.

Expõe, portanto, seu caráter, que é o caráter próprio da esquerda no poder, e então, ato contínuo, irrompe a narrativa influente - que se pode chamar de PSOL, o PT de ontem, o possível PT de amanhã, a dengue de sempre - de que aquilo seria traição às bandeiras históricas do socialismo. Lava-se a égua linda e eternamente assim, enquanto se busca a pureza da ideologia.

Tem-se aí o Brasil, a sina, a doença: picado eternamente em berço esplêndido. Um país estatista e petista. Logo, um país de gerentes e profetas. O encontro entre a menor dos primeiros e o maior dos segundos resultou na malária por meio da qual, propagandeando haver avançado 50 anos, o Brasil terá regredido 20.

Na República dos mosquitos, às vezes tocada pelos morcegos, não se defende outro interesse que não o patrimonialista. Não se pode privatizar a Petrobras, mas tudo tem dono -a propriedade defendida. Ou haverá outra forma de ler a disputa grampeada para saber quem, entre golpistas e golpistas, melhor consegue obstruir a Justiça?

Natural, pois, que a natimorta anexação do Ministério da Cultura ao da Educação tenha merecido tal relevo, tamanha grita. Nunca duvidei do recuo. É tudo muito simbólico, de rara clareza -procure saber: nada tem mais posse no Brasil do que a cultura.

Este é um país de profetas, gerentes, artistas -e sacaneados. Pois golpe mesmo é que o trabalhador, reserva de poder progressista, estimulado ao consumo enlouquecido, e que anteontem parcelara em 70 vezes a TV de última geração (para não ver filme nacional), hoje não tenha dinheiro para carne de segunda.

Este país é imensidão de água parada. E eles sempre voltam. Nunca se foram. Os mosquitos.
Miguel José Teixeira
25/05/2016 10:42
Senhores,

Após a leitura da "Opinião" do Correio Braziliense, hoje ?" 25/05 ?" abaixo transcrita e intitulada "Cegueira no Norte", podemos concluir que o Projeto de Lei ?" PL 5358/2016, de autoria do Deputado Eduardo Bolsonaro - PSC/SP, que "altera a redação da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 e da Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, para criminalizar a apologia ao comunismo."
+ em: PL 5358/2016
https://tercalivre.com/2016/05/23/eduardo-bolsonaro-apresenta-projeto-de-lei-que-criminaliza-o-comunismo/
surgiu em ótima hora. Eis o texto:

Uma semana de visita à Coreia do Sul e à Zona Desmilitarizada (DMZ), na fronteira com a Coreia do Norte, foi o bastante para concluir que o mundo se omite ante abusos cometidos pelo regime de Kim Jong-un. Pude conversar com desertores e escutar relatos sobre atrocidades e violações contra os direitos humanos. Execuções sumárias de cidadãos e autoridades, lavagem cerebral, estupros, cerceamento absoluto de liberdades individuais, corrupção, agressões a mulheres. Apesar da vasta lista de horrores, a imensa maioria dos norte-coreanos não tem a mínima noção de como Pyongyang usurpa suas próprias vidas.

Simplesmente por não conhecerem nada além de sua rotina e por acreditarem que o comunismo lhes provê o básico.

No país mais fechado do planeta, a internet não passa de utopia. Para reverter a cegueira dominante no Norte, organizações não governamentais enviam mensagens esporádicas a cidadãos e a soldados, por meio de balões. Pelo menos 30 mil norte-coreanos tiveram um vislumbre da realidade e decidiram fugir para o Sul. Tornaram-se portadores de informações sobre os desmandos de Kim. Há quem diga que a repetição da "grande fome" da década de 1990 seria o único meio capaz de deflagrar um levante contra Pyongyang e levar o regime ao colapso. Ativistas de direitos humanos apontam que a "iluminação" de estratos do Exército norte-coreano é premissa fundamental para retirar da escuridão cerca de 24,9 milhões de pessoas.

Qualquer esforço para a derrocada da dinastia Kim e do sistema comunista precisa do respaldo e do comprometimento do Ocidente. Pyongyang tem violado convenções e resoluções da ONU, de forma reiterada e sistemática. A comunidade internacional precisa repensar estratégias para enviar à Coreia do Norte propaganda contra o próprio regime. Revelar aos norte-coreanos as vantagens da democracia, das liberdades fundamentais, do Estado de direito e da economia de livre mercado pode ser fundamental para ganhar mentes e corações.

A população ao norte da DMZ precisa ter a exata noção de que vive sob uma tirania sanguinária e está tolhida de qualquer possibilidade de progresso. É preciso que o mundo derrube o muro da ignorância e conceda aos norte-coreanos o direito de reger o seu próprio destino. Tal esforço depende do comprometimento da China, aliado histórico de Pyongyang.

Herculano
25/05/2016 08:11
TEMER VIROU PROBLEMA, por Elio Gaspari, para o jornal Folha de S. Paulo

Temer pareceu uma solução e tornou-se um problema porque depois da revelação do conteúdo da escandalosa conversa do senador Romero Jucá com o ex-colega Sérgio Machado, cobriu-o com os seguintes adjetivos: "competente", dotado de "imensa capacidade política" e "excepcional" formulador de medidas econômicas.

Segundo Temer, o ministro "solicitou" seu afastamento. Tudo bem, fez isso depois de se aconselhar com Elvis Presley, que está vivo. Sua ausência estaria relacionada com "informações divulgadas pela imprensa". Falso. O repórter Rubens Valente não divulgou apenas informações, transcreveu áudios e colocou-os na rede. Jucá tentou embaralhar a discussão e foi prontamente desmentido pela própria voz.

Temer nomeou Jucá para o Ministério do Planejamento sabendo quem ele era. O doutor celebrizou-se comemorando de mãos dadas com o notável Eduardo Cunha o fugaz rompimento do PMDB com o governo.

É impossível acreditar no que o governo disse na segunda-feira, mas é plausível supor que Temer e Jucá, homem de "imensa capacidade política", compartilhem visões da crise. O senador foi repetidamente apresentado como um dos cinco grandes conselheiros do vice-presidente, integrante do seu "Estado-maior".

Em sua conversa com Machado, Jucá produziu um retrato perfeito e acabado da oligarquia política ferida pela Lava Jato: "Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria".

Pergunte-se, o que quer "essa porra"? "Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura."

Desde que aderiu à fritura de Dilma Rousseff, Temer deu diversos sinais de antipatia objetiva e simpatia retórica pela Lava Jato. Pena.

Um trecho da fala de Jucá é significativo e preocupante:

"Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar."

Jucá teve seu momento de vivandeira.

Os "caras" garantem a ordem no cumprimento da Constituição e não precisavam conversar com o doutor para reiterar esse compromisso. É bom que monitorem o MST e aquilo que Lula chamou de "o exército" de João Pedro Stédile. Contudo, salta aos olhos que para Jucá era conveniente misturar a manutenção da ordem com uma trama política escandalosa em relação à qual os militares nada podem fazer, pois a Lava Jato é assunto do Judiciário.

Felizmente Machado era um grampo ambulante. Ele chocou o país com a conversa e haverá de chocá-lo muito mais revelando o que sabe do PSDB, do PMDB e da Transpetro, que presidiu por dez anos, abençoado por Lula e pelo PT.

A primeira quinzena do atual governo pode ser malvadamente comparada à lua de mel de Marcello Mastroianni com Claudia Cardinale no filme "Il Bell'Antonio".

A ideia de que o atual governo possa aumentar impostos, mexer em leis trabalhistas e alterar os prazos para as aposentadorias de quem já está no mercado de trabalho é uma perigosa ilusão.

Se Temer tivesse formado o ministério de notáveis prometido pelo seu departamento de efeitos especiais, talvez isso tivesse sido possível. Jucá, um investigado pela Lava Jato, deixou o ministério e no seu lugar, interinamente, ficou um cidadão investigado pela Operação Zelotes.
Herculano
25/05/2016 08:07
TEMER PASSA EM PRIMEIRO TESTE NO CONGRESSO, QUE APROVA NOVA META FISCAL, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Em sua estreia na oposição, PT deixa claro que nem quer saber o que está sendo votado: ele seus satélites são contra. O nome disso é sabotagem

O presidente Michel Temer venceu o primeiro embate no Congresso. Depois de mais de 16 horas, por votação simbólica, Câmara e Senado aprovaram, em sessão conjunta, o projeto de lei que muda a meta fiscal de 2016: de um superávit de R$ 24 bilhões, que era a primeira previsão feita pelo governo Dilma, passou-se para um déficit de R$ 170,5 bilhões. Entre uma ponta e outra, uma ligeira diferença de R$ 194,5 bilhões. Eis a alardeada competência do petismo.

A própria Dilma já havia encaminhado uma revisão da meta, fixando-a num déficit de R$ 96 bilhões. Foi a estreia do novo bloco governista contra o novo bloco oposicionista, liderado pelo PT e que conta com o apoio do PCdoB, PDT e PSOL. É a maior projeção de déficit desde 1997. O governo diz pretender que esse seja o fundo do poço. O objetivo, assegura, é fazer um déficit menor.

A sessão só foi tão demorada porque foi preciso analisar os vetos presidenciais que travavam a pauta. E, claro!, o PT e seus aliados recorreram a todas as estratégias possíveis de obstrução. Não fosse a habilidade de Renan Calheiros no trato com o Regimento, não teria sido possível a votação.

E era o que os "companheiros" queriam, sabotadores natos que são. Caso o governo não tivesse conseguido mudar a meta até o dia 30, ficaria virtualmente paralisado porque estaria obrigado a cumprir um superávit, imaginem vocês, de R$ 24 bilhões. Sem a autorização do Congresso, praticamente não poderia fazer mais desembolso nenhum.

E era o que PT, PCdoB e seus agregados queriam, ora essa! Imaginem que graça: o próprio governo Dilma já tinha feito um arregaço na sua previsão inicial: entre o superávit de R$ 24 bilhões e o déficit de R$ 96,7 bilhões, há uma escandalosa diferença de R$ 120,7 bilhões? Isso é que é um governo que planeja, não é mesmo?

O primeiro embate demonstrou que os partidos de oposição ao governo Temer não pretendem nem mesmo examinar as questões em votação para saber se são boas ou ruins para o país. A ideia é mesmo fazer oposição sistemática e combater todas as inciativas do Palácio ou da nova base aliada, alinda que sejam positivas para o povo brasileiro.

Os petistas acham que o povo precisa ser respeitado apenas quando está sendo governado pelo? PT! Alguma novidade? É da natureza do partido apostar no quanto pior, melhor.

A aprovação da nova meta, na sequência da apresentação de um pacote de medidas considerado sensato, deve tranquilizar o mercado e dar algum suspiro ao presidente Michel Temer para pensar os passos seguintes.

Os embates, doravante, serão sempre demorados, é bom que o presidente saiba. Por isso mesmo, é necessário que ele vá à TV o quanto antes - e, claro!, o PT vai bater algumas panelas - para explicar com o máximo didatismo a situação fiscal do país.

Como se viu, é possível vencer a gritaria e fazer o certo para o país.
Herculano
25/05/2016 08:02
COM A VOTAÇÃO DO CONGRESSO ENCERRADA NA MADRUGADA, MAS UMA VEZ OS JORNAIS AMANHECERAM VELHOS, NAS NOTÍCIAS E NOS COMENTÁRIOS. VIROU TORINA
Marcos
25/05/2016 07:58
Bem coisa de governo petista, fazem as leis nos bastidores sem a participação dos interessados.

Se demorou 2 anos para ser elaborado porque não chamaram o sindicato para acompanhar ?

Será que o Sr. Jovino participou ?

Abram os olhos, pois é a lei ser sancionada que o prefeito vai indicar um companheiro para a teta de Diretor Presidente da Previdência, quem não quer receber R$ 10.373,45 mensais para cuidar do dinheiro dos servidores, vai ter briga de foice entre os companheiros.

Outra coisa, enquanto o governo federal quer mudar os fundos de previdência, retirando os cargos comissionados e colocando gente capacitada no lugar, o município que colocar no comando um cargo comissionado.
Herculano
25/05/2016 07:56
O SILÊNCIO DE TEMER, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Em discurso para as câmeras de TV, o presidente interino deu um tapa na mesa, citou cinco vezes a palavra "moralidade" e disse que já "tratou" com bandidos. Ficou devendo uma explicação sobre o grampo de Romero Jucá, que durou apenas 12 dias em seu ministério.

Na véspera, sem transmissão ao vivo, Michel Temer cobriu o aliado de palavras elogiosas. Em nota, exaltou "o trabalho competente e a dedicação" de Jucá. Enalteceu sua "excepcional formulação", seu "correto diagnóstico" da crise e "sua imensa capacidade política". Parecia um discurso de entrega de medalha, mas era o anúncio da demissão do auxiliar.

Jucá caiu por causa da gravação, revelada pelo repórter Rubens Valente, em que discutia um "pacto" para "estancar a sangria" causada pela Lava Jato. Temer não opinou sobre a conversa. Dois de seus ministros saíram em defesa do peemedebista.

O chanceler José Serra disse que Jucá teve um "excelente desempenho como ministro", apesar da breve passagem pelo cargo. "O que espero é que ele resolva os problemas que o levaram a pedir licença e volte. É meu sincero desejo", afirmou. O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também lamentou a saída: "A equipe perde, espero que temporariamente, um dos seus grandes players".

Revigorado, Jucá voltou ao Senado e chamou os críticos de "atrasados", "irresponsáveis" e "babacas". "O presidente Michel Temer pediu que eu continuasse no ministério", acrescentou. O relato foi seguido por um novo silêncio presidencial.

*

O ministro Gilmar Mendes vai assumir a presidência da Segunda Turma do STF, responsável pelas ações da Lava Jato. No último dia 26, ele votou a favor da libertação do empreiteiro Marcelo Odebrecht. Há duas semanas, paralisou o inquérito contra o senador Aécio Neves. Nesta terça (24) perguntaram a ele se o senador Romero Jucá tentou obstruir as investigações. "Não vi isso", respondeu.
Herculano
25/05/2016 07:51
MINISTROS 'MUY AMIGOS' COMPLICAM GOVERNO TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A crise de Romero Jucá fez o presidente Michel Temer pagar o preço de acolher políticos citados e/ou investigados. A ficha caiu tardiamente, e ontem, temeroso, mandou conferir a situação de Henrique Alves. Era ministro do Turismo de Dilma, já com o foro privilegiado que o protegia do juiz Sérgio Moro, mas se demitiu com o objetivo de se credenciar junto a Temer e ganhar a recondução ao cargo. E ao foro privilegiado.

BOMBAS-RELOGIO
Há dois pedidos de inquérito contra Henrique Alves, inclusive pela tentativa de interferir em tribunais de contas pela empreiteira OAS.

CONVITES EDUCADOS
Temer chamou amigos "complicados" porque estavam perto em seus piores momentos, mas eles ajudariam mais declinando do convite.

AJUDA PROVIDENCIAL
Delatado por Léo Pinheiro (OAS), o ministro Geddel Lima (Governo) abomina a discrição. Até participou de coletiva no "day after" da crise.

PAPAGAIOS DE PIRATA
A presença dos ministros Geddel e Dyogo Oliveira (Planejamento), na coletiva, serviu só para lembrar que eles também são investigados.

EMBAIXADORES ESTRANGEIROS SERÃO BEM TRATADOS
O presidente Michel Temer ordenou uma "repaginada" nas cerimônias de recebimento das credenciais de embaixadores que chegam a Brasília para representar seus países. Dilma Rousseff os tratava mal, demorando meses para receber credenciais, deixando-os num limbo, sem poderem exercer suas atividades. As mudanças começam nesta quarta-feira (25): Temer receberá as credenciais de seis embaixadores.

OS PRIMEIROS
Os primeiros a conhecerem o jeito brasileiro de receber bem serão os embaixadores do Paquistão, Grécia, Congo, Namíbia, Iraque e Croácia.

COMO DEVE SER
Os embaixadores serão recebidos com direito a rampa do Planalto, Dragões da Independência e até conversa privada com o presidente.

TRAUMA DIPLOMÁTICO
De forma grosseira, certa vez Dilma se recusou a receber credenciais do embaixador da Indonésia, que fuzilou um traficante brasileiro.

CAMISAS VERMELHAS
Políticos do PMDB estão irritados com o "corredor polonês" criado no Senado sem que o seu presidente, Renan Calheiros, nada tenha feito para poupar o presidente Michel Temer de insultos de petistas cuja atitude lembrou "camisas negras" da Itália fascista de Benito Mussolini

SÚBITA VIGILÂNCIA
Quem se frustrou com os escassos elogios de Joaquim Barbosa (ex-STF) à Lava Jato ou críticas aos ladrões que roubaram a Petrobras, ele agora ressurge, vigilante, nas críticas ao governo Michel Temer.

COMPLICOU
Na cúpula tucana, diz-se que a denúncia do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado põe em xeque a viabilidade da candidatura de Aécio Neves a presidente, em 2018. José Serra não se queixa.

PIROU MUITO
O deputado Tiririca (PR-SP) anda arrependido do slogan "pior que está não fica", em sua campanha de 2010, entre os governos Lula e Dilma. Ele jogou a toalha: "Não fazia ideia de que poderia ficar ainda pior".

BRASIL EMPOBRECIDO
Casal que estuda em Nova York ouviu vendedores da loja Macy's, ontem, queixando-se da crise brasileira. O casal os informou dessa herança da era Dilma: gastos de brasileiros no exterior caíram 35%.

PERTO DE ZERO
Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Dilma Rousseff não tem condições de retornar à Presidência. "Sem saída jurídica e política, a chance de ela voltar é perto de zero", afirma.

CASSANDO CUNHA
O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acha que os partidos têm interesse em resolver o caso Eduardo Cunha. Ele tem uma sugestão: "Temos que arrumar uma maneira para cassá-lo imediatamente".

POUCO INTELECTUAL
A CNI discute a lentidão do sistema de proteção à propriedade industrial. Hoje, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) demora em média 11 anos para examinar um pedido de patente.

PENSANDO BEM...
...Michel Temer deveria tomar emprestada a frase do deputado Tiririca para o slogan do seu governo: "pior do que estava não ficará".
Herculano
25/05/2016 07:43
TEMER PREVALECEU EM MADRUGADA DE FLASHBACKS, por Josias de Souza

Se você conseguir visualizar o governo como um filme, poderá entender melhor o que aconteceu no plenário do Congresso na madrugada desta quarta-feira. Exibiu-se o mesmo filme pela terceira vez. A diferença é que os mocinhos trocaram de papel com os bandidos. E vice-versa. Houve, de resto, um ajuste no enredo. Proposto pelo interino Michel Temer, o rombo no Orçamento de 2016, de R$ 170,5 bilhões, é maior do que os buracos que Dilma Rousseff, a afastada, havia apurado em 2014 e 2015.

Temer prevaleceu com a providencial ajuda de Renan Calheiros, com quem conversara no início da noite de terça-feira. Já meio entediado de dirigir a mesma cena pela terceira vez, Renan reagiu com frieza no instante em que parlamentares do PT e do PCdoB, a nova oposição, se queixaram do rolo compressor imposto por uma maioria que agora inclui os ex-oposicionistas PSDB, DEM e PPS. "A minha posição é difícil, porque a maioria e a minoria trocam de posição e eu tenho que usar as mesmas regras regimentais", disse Renan.

A sessão foi permeada de flashbacks. "Não posso agir diferentemente da maneira que agi por acasião da redução da meta fiscal de 2014, logo depois da eleição, e da redução da meta de 2015", afirmou Renan. "Vou fazer o que o regimento manda, pela terceira vez. Já estou me especializando nisso." A ex-oposição, que antes hostilizava Renan, festejou o modo como ele pilotou o trator, sua especialidade.

Emperrada pela análise de um monturo de 24 vetos presidenciais, a sessão durou mais de 16 horas.

Começou por volta de 11h30 da terça-feira. E terminou às 3h44 da madrugada desta quarta. No final, a proposta de revisão da meta fiscal feita pela gestão Temer foi aprovada em votação simbólica. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), esgoelou-se pedindo a Renan uma verificação nominal do quórum no Senado. Mas Renan havia desligado o microfone do plenário. E fingiu não notar.

A maioria pró-Temer já havia sido esboçada na votação de um requerimento em que o PMDB requisitara a Renan a interrupção dos debates. A vontade do plenário foi aferida visualmente. Mas o PT exigiu que Renan realizasse entre os deputados presentes uma contagem nominal. Manifestaram-se a favor do ritmo de toque de caixa 287 deputados. Contra, apenas 14.

Renan se absteve de repetir a verificação do quórum também no Senado. Ficou entendido que a tropa parlamentar de Dilma esfarelou-se. Apenas PT, PCdoB e o nanico PTdoB pegaram em lanças contra o projeto de Temer. Até o PDT, que votara contra o afastamento de Dilma, aprovou o déficit de R$ 170,5 bilhões.

No filme desta madrugada, partidos como PP, PR, PSD, PTB e congêneres, que haviam traído Dilma na votação do pedido de impeachment, postaram-se novamente ao lado de Temer. Foi dando que o presidente interino recebeu o apoio dessas legendas. Exatamente como fizera Dilma.

Por mal dos pecados, nesse universo, as operações de compra e venda de lealdades deixaram de ser vistas pelo ângulo da moralidade ou da imoralidade. Tornaram-se dados de um fenômeno que se repete.

Resta agora saber qual será o preço do voto no balcão da fisiologia no instante em que Temer enviar ao Congresso o teto anual de despesas, que pressupõe o corte de verbas destinadas a áreas como saúde e educação. Como se comportará a bancada dinheirista diante de um projeto de reforma da Previdência ou de uma proposta de recriação da CPMF?

Se o afastamento de Dilma ensinou alguma coisa foi que o miolo fisiológico do Congresso só merece confiança até certo ponto. O ponto de interrogação.
Herculano
25/05/2016 07:37
SEM MEIAS PALAVRAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

O governo de Michel Temer (PMDB) anunciou nesta terça (24) a diretriz central de seu programa econômico: estabelecer um limite legal para o aumento do gasto público.

Mais que um plano de enfrentamento da crise, trata-se de um projeto de redução paulatina do tamanho do Estado ?"uma bem-vinda proposta de reverter a tendência de quase 30 anos de alta constante de dispêndios e tributos.

Pretende-se que o aumento dos gastos num certo ano não supere a taxa de inflação do ano anterior. Isto é, a despesa seria congelada em termos reais; diminuiria em relação ao PIB com a volta do crescimento econômico.

Se implementado, o plano poderá mudar radicalmente, e para melhor, o trato das contas públicas. Na mesma proporção de sua ambição, porém, surgirão empecilhos no Congresso, onde medidas concretas precisarão ser aprovadas ?"uma tarefa ainda mais árdua pelo fato de tal programa não ter passado pelo debate eleitoral.

Eis a dificuldade: para o teto funcionar, é necessário conter aumentos ora automáticos de certas despesas, como saúde e educação. Hoje, por força de lei, a verba mínima destinada a essas áreas cresce de acordo com o aumento da receita.

A despesa previdenciária, por sua vez, expande-se à revelia do governante, conforme se amplia o número de beneficiários. Eleva-se, ademais, devido ao reajuste dos benefícios pela inflação e quando há aumento real do salário mínimo, que é o piso da Previdência.

Se não houver mudanças nesses mecanismos, o crescimento de tais desembolsos logo inviabilizará os demais gastos públicos ?"que estarão limitados pelo teto.

A questão, portanto, envolve uma grande mudança constitucional, com a revisão do Estado de bem-estar social no Brasil.

A fim de não prejudicar serviços essenciais, o governo precisará remanejar verbas, rever iniciativas obsoletas e ganhar eficiência.

Dada a atual diferença entre receita e despesa, o plano não eliminará de imediato o deficit primário. As contas federais devem permanecer no vermelho pelo menos até o próximo governo, a depender de receitas extraordinárias ou de aumentos de impostos.

Por implicar efeitos práticos a médio prazo, a contribuição do programa econômico de Temer para a atenuação da crise depende da aprovação de sua essência: um teto seja viável e crível.

Ainda que se espere outro pacote para enfrentar os problemas de produtividade da economia, o gasto é central; a força do programa ora anunciado deriva apenas da expectativa de que a despesa federal estará sob controle nos próximos anos. Meias medidas representarão apenas meio caminho andado para o fracasso.
Herculano
25/05/2016 07:24
NOVO GOVERNO MOSTRA QUE TEM MAIORIA NO CONGRESSO, APROVA MUDANÇA DA META FISCAL E AUTORIZA DEFICIT DE ATÉ R$ 170,5 BILHÕES NUMA SESSÃO DE 16 HORAS

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo)O Congresso Nacional aprovou, na madrugada desta quarta-feira (25), a alteração da meta fiscal do governo para este ano, medida considerada como o primeiro grande teste do apoio ao presidente interino Michel Temer no Legislativo.

O governo Temer havia pedido autorização do Congresso para mudar a meta e ampliar o rombo previsto nas contas públicas. Assim ele poderá fechar o ano com um deficit (diferença entre a arrecadação e os gastos) de R$ 170,5 bilhões. Anteriormente, a presidente afastada Dilma Rousseff havia proposto um deficit de R$ 96 bilhões.

A longa e conturbada sessão durou mais de 16 horas, e foi encerrada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pouco antes das 4h desta quarta.

Grande parte da sessão, no entanto, foi destinada à votação de 24 vetos presidenciais, dos quais um foi rejeitado integralmente e dois tiveram trechos também derrubados. A votação da meta fiscal começou por volta das 1h15 e durou cerca de três horas.

Além desses vetos presidenciais, a sessão foi marcada pelas tentativas da oposição de obstruir a votação. Os parlamentares oposicionistas, além de atacarem o ex-ministro do Planejamento, também pediram, diversas vezes, que a mudança da meta fosse votada na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Renan Calheiros precisou intervir para evitar que a sessão se arrastasse ainda mais.

Caso a medida não fosse aprovada até o fim deste mês, o governo teria que cortar despesas e poderia ficar sem dinheiro para programas federais, já que teria que seguir a meta atualmente prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de fechar o ano com uma economia de R$ 24 bilhões.

Numa sinalização da importância do tema, Temer foi pessoalmente entregar a proposta da nova meta ao presidente do Senado Renan, Calheiros (PMDB-AL), na segunda-feira (23).

Em reunião com líderes partidários na semana passada, Temer chegou a afirmar que, sem a aprovação da proposta, "quem estará cometendo pedalada sou eu", disse, em referência às pedaladas fiscais, objeto da denúncia de impeachment contra Dilma.

Em pronunciamento na manhã desta terça (24), Temer pediu que os parlamentares que "se esforcem" para aprovar a medida e disse que ela iria "ajudar a tirar o país da crise".

"No dia de hoje [terça] temos uma votação de uma matéria importante para o governo, que é a ampliação da meta [fiscal]", disse Temer.

A sessão do Congresso desta terça-feira foi aberta às 11h30 pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Antes de votar a meta, os deputados e senadores tiveram que analisar 24 vetos presidenciais que trancavam a pauta e impediam a análise de novos projetos.

Parlamentares de oposição ao governo interino também questionaram o fato de a meta ter sido aprovada sem passar por votação na CMO (Comissão Mista de Orçamento).

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também questionou que, como o texto foi enviado por Temer ao Congresso no dia anterior, não houve tempo para que os parlamentares apresentassem emendas ao projeto.
Mário Pera
24/05/2016 19:30
SOBRE CRIAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE GASPAR.

GRANDE IRONIA - NA MESMA SEMANA DA MORTE DO EX-PREFEITO FRANCISCO HOSTINS

Parte 1

As considerações aqui não têm fins políticos, nem enseja predisposição a enaltecer quem agora já não está mais entre os mortais.

Apenas confere uma oportuna lembrança que na semana que entra em discussão um projeto de lei do Executivo propondo recriação do Sistema de Previdência dos Servidores Municipais - Gaspar perdeu um de seus ex-prefeitos, talvez o que encarnou a mais visionária administração nas quase três décadas de seus inicio (1989), meses depois da promulgação da atual Constituição Federal.

E foi a mesma Constituição que abriu espaço para que municípios instituíssem seus fundos de previdências. E Gaspar o fez. Me parece que no fim de 1990, início de 1991. O PRESER.

Servidores públicos de Gaspar que quisessem homenagear o seu Francisco Hostins - com algo verdadeiramente diferente de tudo que os demais fizeram - deveriam levantar uma placa ou abrir uma faixa com a inscrição OBRIGADO PELO PRESER.

Acho que 50% dos servidores atuais nem sabem o que é esta sigla. Simples. Plano de Previdência dos Servidores Municipais de Gaspar (PRESER). E foi era um dos poucos instituidos em SC e no Brasil. E funcionou, enquanto deixaram, direitinho.

Muitos servidores se beneficiaram do sistema, tanto para receber suas aposentadorias, quanto para garantir assistência médica. E a retidão com que a administração Francisco Hostins / Mario Polaco (1989-1992) conduziu este sistema propiciou alavancá-lo em poucos anos. Já que os repasses devidos pelo municipio eram feitos religiosamente e os descontos feitos nas folhas salariais dos servidores igualmente.

Em 1993 -quando assumi o cargo de vereador o PRESER possuia um fundo financeiro em valores atuais de 4,2 milhões de reais (eram na época = US 1,2 milhões de dólares. Parece pouco, mais considerando que o PRESER fora criado no máximo 2 anos antes já era um bom volume. E se tivesse mantido a mesma arrecadação anual verificada nos primeiros dois anos, hoje já seriam mais de R$ 30 milhões. Sem contar correções e juros. E claro já alguma parte usada para quitar benefícios. Também tem que considerar que o quadro aumentou, ampliaria a receita mensal. E se poderia projetar um saldo de ativos superiores a 100 milhões de reais.
Mário Pera
24/05/2016 19:29
SOBRE CRIAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE GASPAR.

GRANDE IRONIA - NA MESMA SEMANA DA MORTE DO EX-PREFEITO FRANCISCO HOSTINS

Parte 2

Assim que assumimos o cargo de vereador o prefeito à epoca resolveu usar os recursos para comprar máquinas e caminhões. Aquela administração já não repassava mais os valores devidos pela prefeitura e nem o que era deduzido da folha dos servidores (flagrante apropriação indébita). Este ato por si só figuraria crime. Mas a cada denuncia e pedido de informações na Câmara, a prefeitura recolhia atrasados, desfigurando a ilegalidade. Mas nós vereadores não aprovamos o uso do dinheiro do PRESER - fomos metralhado pelo prefeito, secretários e seus correligionários, com alegação de que o municipio não tinha maquinário porque os vereadores foram contra o empréstimo do PRESER. O tal emprestimo simplesmente era o uso total do fundo existente.

Bem passou a administração 1993-1996 (Luiz Fernando Poli) e o PRESER se manteve.

Ironicamente na administração 1997-2000 (Bernardo Spengler) - os mesmos que haviam votado contra e feito movimentos pra não ser liberado os recursos resolveram fazer o mesmo projeto de Poli (incoerência), e usar todo o dinheiro do PRESER para comprar máquinas e caminhões.

Foi necessário um mandado de segurança impetrado por mim e o ex-vereador Jair Mannrich - à época do PP - para barrar a pretensão. E se conseguiu.

Mas passados os anos - administrações seguintes a 2000 - não sei mais o que se sucedeu.

Fato é que lideres hoje destacados do PT, por exemplo, à época nem se importaram com o PRESER. Ninguém mexeu uma palha. Faço justiça aqui ao servidor Rui Deschamps que era integrante do conselho que se pusera contra e a professora Lurinha Junkes que ficou firme conosco na luta na Justiça para garantir a sobrevida do PRESER. E olha que nem eu nem o vereador Jair Mannrich éramos servidores municipais, mas tínhamos a responsabilidade de fazer manter-se aquele belo projeto criado na administração de Francisco Hostins.

É isso que tem transformado o Brasil neste atraso. Projetos bons, devidos, são abandonados pelos sucessores, sem o menor pudor. Deixado de manter um sistema que bem gerido e sem desvio garantiria as aposentadorias e pensões dos servidores municipais.

Então se faz aqui o registro. Tem muita coisa boa feita em administrações anteriores, sem demagogia e sem retóricas.

Que os servidores municipais questionem os líderes de outra, hoje ocupando cargos importantes, que estiveram na administraçao de Gaspar nestes quase 16 anos o que fizeram em relação a isso.

Francisco Hostins em torno de 2 anos fez um plano exemplar. Os seus sucessores nos 23 anos seguintes dragaram o PRESER e ná tiveram vontade e competência para resgatá-lo.

Está ai um ato de prefeito estadista.

Reservo-me no direito de discordar de algumas ações do ex-prefeito Francisco Hostins, nada que desabone sua conduta politica, afinal discordar é da democracia.

Pelo PRESER e outras ações e conduta - já táo mencionadas por tantos - o ex-prefeito Francisco Hostins pode descansar em paz, com dever cumprido
Everaldo
24/05/2016 17:48
Boa tarde povo Gasparense.

Herculano, o desmascarador de políticos. Parabéns pela coragem. Os políticos tremem, estamos vivenciando um dos piores momentos políticos, que estão sem credibilidade perante a população. É muito bom ter alguém que mostre para o povo como funciona nos bastidores as negociações.
Miguel José Teixeira
24/05/2016 13:35
Senhores,

Jucá sob encomenda.

Relembrando: a Lava-Jato investiga o PeTrolão,que iniciou-se na era PeTralha, que tinha como PresidenTe o tal luladassilva, que tinha como um de seus ministros o Jucá. O PGR já afirmou que sem a participação do PresidenTe, o PeTrolão não funcionaria. Então fica a PergunTa: quem seria o PRINCIPAL BENEFICIADO pelo estancamento da Lava-Jato??? Respostas para o Congresso Nacional, por favor!
Herculano
24/05/2016 13:05
A DESATIVAÇÃO DO HOMEM-BOMBA INSTALADO NO MINISTÉRIO AVISA QUE TEMER OUVIU A VOZ DAS RUAS: PRESIDENTE QUE PROTEGEM CULPADOS TERÃO O MESMO FIM DE LULA E DILMA, por Augusto Nunes, de Veja

O novo governo começaria a agonizar nesta segunda-feira se Jucá fosse dormir ministro

O balanço da primeira semana de governo informa que o presidente Michel Temer acertou na escolha da equipe econômica, na mudança de rota da política externa e na recriação do Ministério da Cultura, que confiscou das carpideiras do PT o cadáver indispensável. Removido o pretexto para a choradeira, o coro dos cantores federais teve de contentar-se com a lengalenga que finge enxergar um "golpe parlamentar" no impeachment de Dilma Rousseff. Os acertos compensaram amplamente os erros de avaliação política. Dois deles: a ausência de mulheres no ministério e a nomeação de um prontuário ambulante para o posto de líder do governo na Câmara.

Esse saldo assegurado, repita-se, pelos trabalhos de parto do plano econômico reclamado pela crise devastadora e pelo enterro da diplomacia da canalhice estaria reduzido a pó se Romero Jucá fosse dormir ainda ministro. Não porque a turma do quanto pior, melhor conseguiria fôlego para mais algumas horas de gritaria. Esses são um bando de derrotados sem horizontes (e, daqui a pouco, sem emprego nem mesada). O que o afastamento de Jucá impediu foi a reação justificadamente colérica de milhões de brasileiros exaustos de ladroagem, cinismo e sem-vergonhice.

O Brasil decente aprendeu que não pode haver bandido de estimação e que todo corrupto merece cadeia, sejam quais forem o tamanho da conta bancária, o estado civil ou opção sexual. O que já se sabia do senador por Roraima era suficiente para fazer de sua presença no coração do poder uma aposta de altíssimo risco. As conversas telefônicas divulgadas pela Folha confirmaram que Temer teve a seu lado, durante 10 dias, um homem-bomba com teor explosivo capaz de explodir o governo recém-nascido.

O comportamento do presidente no bota-fora de Jucá demarcou outra fronteira que o separa de Dilma e Lula. Em episódios semelhantes, o padrinho e a afilhada sempre tentaram varrer para baixo do tapete a sujeira produzida por bandidos companheiros. Hoje estão todos juntos no mesmo lixão.

O despejo de Jucá eliminou o perigo real e imediato. É preciso agora remover as muitas minas terrestres que continuam espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. Pelo visto, Temer ouviu a voz das ruas. E compreendeu que, no Brasil redesenhado pela Lava Jato, não há esperança de salvação para governantes que protetores de delinquentes. Quem não enxergar tal evidência terá o mesmo fim de Dilma e Lula.
Herculano
24/05/2016 12:53
RENAN E SARNEY TEMEM GRAVAÇÕES DE MACHADO por Josias de Souza

A notícia de que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado negocia com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada fez nascer em Renan Calheiros e José Sarney, os dois principais caciques do PMDB, um novo tipo de medo. Ambos passaram a sofrer de "mimfobia". Têm medo de si mesmos.

A exemplo do que sucedeu com Romero Jucá, o correligionário Machado gravou com um aparelho de celular conversas que manteve com Renan e Sarney. Os dois entregam-se a um exercício de memória para recordar o que disseram. O medo das próprias palavras os segue como uma sombra. Às vezes se confunde com ela.
Herculano
24/05/2016 12:47
GOVERNO DE TEMER SUGERE ACABAR COM "POUPANÇA" DO PRÉ-SAL INVENTADA PELO PT E POR ELE, ALÉM DE LIMITAR GASTOS PÚBLICOS A MOEDA DE TROCA IRRESPONSÁVEL DOS POLÍTICOS COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). O presidente interino, Michel Temer, sugeriu nesta terça-feira (24) uma emenda à Constituição para limitar os gastos públicos e acabar com o Fundo Soberano, espécie de poupança criada para usar em períodos de crise.

Outras medidas sugeridas foram o pagamento antecipado de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a União e a discussão sobre a Petrobras ter, obrigatoriamente, que participar da exploração de petróleo no pré-sal.

Segundo Temer, são "medidas iniciais" e "outras medidas virão". O presidente interino disse, ainda, que não fará a reforma da Previdência sem ter acordo com a sociedade. "Não foi sem razão que chamamos as centrais sindicais, criamos um grupo para analisar o que é possível fazer."

As declarações foram feitas durante uma reunião realizada no Palácio do Planalto com a presença de ministros e líderes partidários. Na sequência, os ministros participaram de entrevista coletiva com jornalistas para explicar as medidas.

Limitar gastos públicos

Temer disse que mandará uma emenda constitucional ao Congresso para limitar os gastos públicos. De um ano para o outro, os gastos públicos poderão aumentar apenas o equivalente à inflação, não mais que isso.

As despesas do setor público, segundo ele, estão em uma trajetória insustentável. "Vamos apresentar a proposta de emenda que limitará o crescimento dos gastos", disse.

Revisar limite para despesas com saúde e educação

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que as despesas com saúde e educação também deverão obedecer ao limite máximo para crescimento de gastos públicos, que deve ser proposto ao Congresso pelo governo.

Segundo ele, os estudos devem ficar prontos "em duas semanas". Ele estimou que, com a adoção desse limite máximo, haverá nos próximos três anos uma queda de 1,5% a 2% das despesas públicas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Fim da poupança do pré-sal

O presidente anunciou, ainda, que pretende acabar com o Fundo Soberano e usar seus recursos (cerca de R$ 2 bilhões) para reduzir o endividamento público. O fundo foi criado após o anúncio do programa de exploração do pré-sal, com o objetivo de funcionar como uma espécie de poupança para usar em momentos de crise, por exemplo.

Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, "a decisão é imediata". Como acabar com o fundo envolve vender ações do Banco do Brasil, ele disse que "o processo será cuidadosamente avaliado para não haver variação muito grande nos preços" das ações.

Logo após o anúncio, as ações do banco chegaram a cair até 4,5%.

Revisar obrigações da Petrobras com o pré-sal

Segundo Temer, o governo irá priorizar um projeto, já aprovado pelo Senado, que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e de ter participação mínima de 30% nos grupos formados para explorar petróleo no pré-sal.

"Convenhamos, a Petrobras é uma empresa que tem que pautar-se pelos critérios de seu interesse, como se fosse quase um empreendimento privado", declarou Temer.

Pagamento antecipado pelo BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagará R$ 100 bilhões de sua dívida com a União. O primeiro pagamento deve ser de R$ 40 bilhões, seguido de outras duas parcelas de R$ 30 bilhões cada, o que gerará uma economia de R$ 7 bilhões ao ano aos cofres públicos.

Temer afirmou que isso não afetará a capacidade do BNDES de financiar a produção no país. Segundo Meirelles, foi levada em conta a programação do banco de fomento para os próximos dois anos. O tema ainda precisa passar por "avaliação jurídica", disse o presidente interino.

Gestão dos fundos de pensão e estatais

O governo afirmou também que quer priorizar projeto de lei, já aprovado pelo Senado, que trata da gestão dos fundos de pensão e das estatais e estabelecem critérios rígidos para nomeação de executivos. "Serão pessoas tecnicamente preparadas", disse Temer.
Sidnei Luis Reinert
24/05/2016 12:25
Aos que tem medo de se expor: A união do rebanho obriga o leão a deitar-se com fome. Vamos a luta!


Eduardo Bolsonaro apresenta projeto de lei que criminaliza o comunismo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro PSC-SP protocolou na tarde de hoje, 23 de maio de 2016, um projeto de lei na Câmara dos Deputados que representa uma mais do que simbólica demanda para os brasileiros. O projeto de lei de número 5.538/2016 altera a lei de racismo que já criminalizava a utilização da cruz suástica para a propagandização do nazismo. Se aprovado esse projeto, a utlização da foice e do martelo com fim de divulgar o comunismo também será crime. Além da lei de rascimo, o projeto visa a alterar a recente aprovada lei do terrorismo, ampliando o seu conceito

"Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, ou de fomento ao embate de classes sociais, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública."

https://tercalivre.com/2016/05/23/eduardo-bolsonaro-apresenta-projeto-de-lei-que-criminaliza-o-comunismo/
Abaixo reproduzimos as justificativas do projeto:

JUSTIFICAÇÃO

Os regimes comunistas mataram mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo e mesmo assim, agremiações de diversas matizes, defendem esse nefasto regime, mascarando as reais faces do terror em ideais de igualdade entre as classes sociais.

O que ocorre, na verdade, é o contínuo fomento de formas subliminar, velada ou mesmo ostensiva, da luta entre grupos distintos, que se materializam em textos jornalísticos, falsas expressões culturais, doutrinação escolar, atuações político-partidárias dentre outras, sempre com a pseudo intenção da busca pela justiça social.
Herculano
24/05/2016 09:18
PT, PDT, PCdoB, PSOL OUTROS INSISTEM. ENQUANTO ELES NÃO VOLTAREM AO PODER, O BRASIL DEVE FICAR PARADO E QUEBRAR DE VEZ. NA TERRA ARRASADA GOVERNARÃO SOBRE OS FRACOS, SUBMISSOS, COMPRADOS PELA CORRUPÇÃO SUSTENTADA PELOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS, OS SEM VOZ E OS IMPEDIDOS DO CONTRADITORIO. ONTEM FOI UM ASSUNTO, HOJE É OUTRO E AMANHÃ SERÁ UM NOVO. A SINA, TODAVIA, SERÁ A MESMA. MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO: CASO JUCÁ EMBALA OPOSIÇÃO, E GOVERNO LEVA MAIS DE 5 HORAS PARA APROVAR MP NA CÂMARA

Texto de Ranier Bragon, da sucursal de Brasília Com a oposição do PT, PC do B e PSOL, a base de apoio de Michel Temer (PMDB) precisou de mais de cinco horas para conseguir aprovar uma medida provisória no plenário da Câmara, em votação que só terminou à 1h40 desta terça-feira (24).

Sob o argumento de que o governo atual é "ilegítimo" e "golpista", o PT e os outros partidos de esquerda pegaram embalo no caso de Romero Jucá (PMDB), que acabou deixando o ministério do Planejamento nesta segunda-feira (23) após a Folha revelar que ele, em gravação, sugeriu que uma gestão Temer promoveria um pacto para deter as investigações da Lava Jato.

Esses partidos usaram recursos previstos no regimento para atrasar a análise de projetos, entre eles a apresentação de sucessivos requerimentos de adiamento de votação. Como ocorre nesse tipo de sessão, houve muita discussão e bate boca.

O embate no plenário da Câmara mostra que o presidente da República interino terá dificuldades na implantação da agenda legislativa que defende, que inclui reformas polêmicas, como a da Previdência e a tributária.

"Vamos chamar o senador Jucá para vir aqui explicar o que está acontecendo no esgoto desse governo", discursou já na madrugada desta terça o líder da bancada do PT, Afonso Florence (BA). Os defensores do governo Temer acusaram o PT de defender o "quanto pior, melhor" ao dificultar a aprovação de uma MP editada pela presidente afastada, Dilma Rousseff.

A medida provisória aprovada, 708/15, autoriza a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal que 15 Estados passaram a administrar a partir de 2002. O texto tem que ser analisado ainda pelo Senado.

PT, PC do B e PSOL prometem tentar inviabilizar nesta terça a aprovação da revisão da meta fiscal na sessão do Congresso Nacional (que reúne os deputados e senadores), com início previsto para as 11h.
Herculano
24/05/2016 09:04
A ROUBALHEIRA SEM FIM DOS POLÍTICOS CONTRA OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E QUE FALTAM PARA TUDO. NOVA FASE DA LAVA JATO VOLTA CITAR DIRCEU E INVESTIGA DESVIOS DE R440 MILHÕES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bela Megale. A Polícia Federal deflagrou na manhã terça-feira (24) a 30ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Operação Vício". A ação ocorre nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo e cumpre dois mandados de prisão preventiva, além de nove mandados de condução coercitiva e 28 de busca e apreensão.

O ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque voltaram a ser citado na operação. Ambos já foram condenados pela Lava Jato.

Na semana passada, Dirceu foi condenado a 23 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a fase investiga possíveis pagamentos de uma quantia superior a R$ 40 milhões em propina a partir de contratos fraudulentos da Petrobras com fornecedoras de tubo, que ocorreram entre 2009 e 2013. O valor total do contrato das fornecedoras com a estatal chega a R$ 5 bilhões.

Três grupos de empresas são investigados por terem utilizado operadores e contratos fictícios de prestação de serviços para repassar, notadamente, à Diretoria de Serviços e Engenharia e Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Também estão sendo investigados pagamentos da diretoria internacional da estatal a um executivo da empresa que atuou na aquisição de navios-sonda.

Cerca de 50 policiais e dez servidores da Receita Federal participam da operação.

A ação ocorre um dia após o ministro do Planejamento, Romero Jucá, pedir licença do cargo depois de a Folha divulgar gravações em que ele sugere um pacto para deter a Operação Lava Jato.

VÍCIO

A nova fase da Lava Jato, "Vício", remete, segundo a PF, "à sistemática repetida e aparentemente dependente prática de corrupção por determinados funcionários da Petrobras e agentes políticos que aparentam não atuar de outra forma senão através de atos lesivos ao Estado".

Nesta etapa são investigados, dentre outros, crimes de corrupção, de organização criminosa e da lavagem de ativos.

29ª FASE

Nesta segunda (23), a PF deflagrou a 29ª fase da Lava Jato, batizada de "Repescagem". Principal alvo da operação, o ex-funcionário do PP João Claudio Genu foi preso preventivamente em Brasília.

Genu foi assessor do deputado José Janene, que morreu em 2010. Ele foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal em novembro de 2012) no escândalo do mensalão do PT por ter sacado R$ 1,1 milhão das empresas do publicitário Marcos Valério. Em 2014, após recurso, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro e teve a pena reduzida.

Segundo a PF, foram encontrados elementos que indicam a participação do investigado também com o esquema de corrupção na Petrobras.
Herculano
24/05/2016 08:59
DILMA E O PT QUEREM USAR UMA CONVERSA SOBRE O NADA PARA JUSTIFICAR E OMITIR SEUS PROPRIOS CRIMES, por Reinaldo Azevedo, de Veja

A tese originalíssima do PT é que MPF, PF, PMDB, PSDB e o capeta se juntaram contra a santidade dos companheiros

Pergunte a um petista qualquer de que modo a ascensão de Michel Temer à Presidência contribuiria para brecar a Operação Lava Jato e, obviamente, não haverá resposta. A razão é simples: a suposta causa não tem relação lógica com a suposta consequência.

Para que tal desígnio se realizasse, seria necessário que Michel Temer e as lideranças que o apoiam tivessem meios de encabrestar os procuradores da Lava Jato, a Polícia Federal, o juiz Sergio Moro e Rodrigo Janot. Se a Lava Jato era, assim, tão facilmente subordinável, por que o próprio governo do PT não se encarregou de tal tarefa?

Golpistas dos 50 tons de vermelho tentam obter rendimento máximo das conversas destrambelhadas entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Sérgio Machado, o ex-presidente enrolado da Transpetro. O segundo ameaça o primeiro, induzindo-o a lhe oferecer garantias.

O senador não se faz de rogado e promete, em cinco linhas de transcrição, juntar num mesmo eixo de interesses o Supremo, as Forças Armadas, o PSDB, o PMDB, o futuro presidente? Só faltaram as autoridades eclesiásticas.

De fato, como afirmou o advogado de Jucá, não há crime nenhum na fala. A não ser o de excesso de imaginação. Visivelmente, o senador tenta acalmar seu aliado, não se dando conta de que caía numa cilada.

É evidente que Jucá estava acenando para o interlocutor com algo que não poderia entregar. Aliás, Machado tinha plena consciência de que não seria beneficiário daquela oferta. Tanto é que, tudo indica, já havia feito delação premiada e estava apenas tentando levar o interlocutor para o buraco, o que acabou conseguindo.

Os petistas e seus esbirros já tinham inventado a tese do golpe, mas faltava o enredo. Os diálogos fornecem o entrecho narrativo que confere verossimilhança a uma farsa. Se, antes, até os petistas ficavam um pouco constrangidos porque não conseguiam apontar onde diabos estava o golpe, agora eles se sentem confortáveis: "Ouçam o que disse Jucá?".

Foi o que fez Dilma Rousseff, a Afastada, nesta segunda à noite, durante um evento sobre agricultura familiar. Discursando para 700 pessoas, como se estivesse à frente da Presidência, mandou ver: "A gravação mostra o ministro do Planejamento interino, Romero Jucá, defendendo o meu afastamento como parte integrante e fundamental de um pacto que tinha como objetivo interromper as investigações".

É do balacobaco! Dilma, por acaso, queria fortalecer as investigações? Não foi ela a nomear Lula ministro, aquele que dizia ser ele próprio a única pessoa capaz de botar os procuradores no seu devido lugar? Segundo Delcídio do Amaral, ela, sim, tentou interferir nos tribunais superiores para beneficiar presos e investigados.

E a doidona foi adiante:
"Se alguém ainda não tinha certeza de que há um golpe em curso, baseado no desvio de poder e na fraude, as declarações fortemente incriminatórias de Jucá sobre os reais objetivos do impeachment e sobre quem está por trás dele eliminam qualquer dúvida. A gravação escancara o desvio de poder e a fraude do processo de impeachment praticados contra uma pessoa inocente. Revelam o modus operandi do consórcio golpista".

Dilma, como de hábito, não sabe o que diz. Em primeiro lugar, ela precisaria dizer onde está a parte dita "incriminatória" da fala de Jucá. Em segundo lugar, seria preciso evidenciar onde está revelado o "desvio de poder".

Dilma e o PT querem usar uma conversa sobre o nada para esconder ou justificar os seus próprios crimes. Mas não vão prosperar.
Herculano
24/05/2016 08:55
HOSTINS

Recebo alguns telefonemas e whattsapp elogiosos - ou reparadores - do que escrevi e publiquei hoje, do meu ponto de vista, sobre o ex-vereador, ex-secretário de educação, ex-prefeito Francisco Hostins.

Normal.

Então pedi, a todos que traduzam o que conversaram comigo em comentários escritos na área de comentários da coluna na internet. A maioria foge. Não querem se comprometer. Alegam que ficarão expostos perante os donos do poder ou dos partidos. Ué! E querem mudanças? Acorda, Gaspar!
Herculano
24/05/2016 08:46
HEGEL DERRUBA JUCÁ, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

Sapo ensaboado a saltitar no pântano da política, Romero Jucá serviu a ditadura, Sarney, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. O segredo de se dar bem foi a sua discrição em obter pequenos cargos e grandes negócios. Fez uma carreira modelar sem articular uma mísera ideia.

Movia-se o batráquio com maciez pelo brejo até perder o pé e se estatelar. Unicamente por ter tido o desplante de dizer o que de fato pensa, que é preciso frear a Lava Jato. Que Jucá ache isso é óbvio, e não só por estar enterrado até o talo em denúncias de desmandos: toda a casta política pensa o mesmo.

O enigmático foi ter admitido com candura a intenção de obstruir a Justiça. Como é um conspirador de quatro costados, ele bem sabe que a crapulização da política atingiu um ponto de não retorno. Se grampearam e alardearam um telefonema da presidente a seu antecessor, não havia por que preservar um senador de Roraima.

Foi um lapso que Freud explica? Não, Hegel explica: "A história ensina que povos e governos nunca aprenderam nada com a história". A frase foi lembrada, na semana passada, no simpósio em homenagem aos 50 anos de contribuição de Emília Viotti da Costa à historiografia nacional.

Os historiadores presentes não se aborreceram com a contundência da dialética hegeliana, recordada pelo filósofo Paulo Arantes. Ao contrário, todos os palestrantes reconheceram as dificuldades em ligar a queda de Dilma ao curso da história.

Arantes ensaiou uma descrição do governo interino. Na verdade, são dois governos, sequer inéditos. De um lado, a condução da economia foi terceirizada. Uma vez mais, ela está em mãos de banqueiros, executivos e operadores de rentistas. À plêiade de sumidades cabe enfiar o Brasil no orçamento da União.

Espirituoso, o filósofo chamou a segunda banda do governo de sindicato de crime. Nele se aboletou a atual fornada de cartolas da Senegâmbia, até ontem encabeçada por Jucá, o Breve. A sua missão é fazer com que a casta política aprove o remédio amargo dos economistas. Só falta quem faça a gororoba descer goela abaixo dos eternamente insatisfeitos.

Paulo Arantes lembrou o estupor na USP, onde estudava, nos dias que se seguiram à derrubada de Jango. Como o novo governo parecia frágil e atrapalhado, muita gente inteligente avaliou que a sua base social era mambembe, e ele ruiria em breve.

Os prognósticos róseos são uma especialidade da esquerda. "O 18 Brumário", a primeira e inexcedível análise de um golpe de Estado, descreve as engrenagens do putsch que levou Luís Bonaparte ao poder, em 1851.

No mesmíssimo livro, disse Arantes, Marx errou feio nas previsões. Escreveu que as contradições do Segundo Império provocariam a sua queda num piscar de olhos - na revolução já podia ser vista no horizonte. E Napoleão 3º caiu quase vinte anos depois.

Arantes rememorou dois colegas de 1964. O primeiro, mais ligado à literatura, arriscou um palpite na contracorrente do que os politizados achavam: "Isso está com cara que vai durar uns 15, 20 anos". O outro, que era marujo, usou uma expressão do metiê: "Estou desmastreado".

Se o afastamento de Dilma foi produto de uma articulação extremamente bem concatenada, o governo interino tem sido o contrário. Seus conflitos e recuos se sucedem num ritmo quase diário - o mesmo dos motins pela sua derrubada. A rapidez dos fatos e o tumulto são de deixar Hegel desmastreado.
Herculano
24/05/2016 08:37
GESTÃO TEMER VIROU FUTURO OBSOLETO EM 12 DIAS, por Josias de Souza

O governo provisório de Michel Temer passou da expectativa à decadência sem o estágio intermediário de pelo menos algo capaz de inspirar uma exclamação do tipo 'agora vai!'. Parece faltar ao substituto constitucional de Dilma Rousseffpresidente interino uma noção qualquer da dimensão histórica do momento. Temer desperdiça a sua hora.

O presidente interino precisa realizar duas tarefas: restaurar a normalidade econômica e promover uma certa assepcia nos negócios públicos. Para devolver a confiança aos investidores, o governo transitório pede ao Congresso que lhe entregue uma meta fiscal realista para 2016 ?"déficit de R$ 170,5 milhões?" e racionaliza seus gastos. Mas há na atmosfera uma fome de limpeza que Temer não consegue saciar. O déficit estético do governo é incalculável.

Temer faz juras de apreço à Lava Jato. Mas permanece abraçado ao pedaço do PMDB que é cúmplice do PT no assalto ao Estado. A coreografia da queda de Romero Jucá potencializou a incômoda sensação de que, por alguma razão, Temer não tem condições de se dissociar do pedaço do PMDB que está podre.

Gravado numa conversa em que sugere que o impechment de Dilma e a ascensão de Temer criariam um ambiente propício à interrupção da Lava Jato, Jucá consolidou-se como uma espécie de vampiro solto no banco de sangue. Mas Temer continuou tratando o amigo como um reles bebedor de groselha.

Em vez de demiti-lo na primeira hora, Temer deu tempo a Jucá para explicar o inexplicável. As alegações não colaram. Mas a preocupação do Planalto era arrumar uma saída honrosa para Jucá, não uma satisfação adequada à opinião pública. Horas depois de informar que não deixaria o ministério, Jucá anunciou que pediria licença de um cargo para o qual jamais deveria ter sido nomeado.

Combinado o desfecho, Temer soltou uma nota. Nela, deixou a porta do governo entreaberta para o retorno de Jucá: o afastamento vai durar "até que sejam esclarecidas as informações divulgadas pela imprensa", anotou. Além de não recriminar, elogiou Jucá pelo "trabalho competente e a dedicação?"

A licença de Jucá é apenas retórica. Em verdade, ele será exonerado do cargo. Do contrário, não poderia reassumir seu mandato de senador. Sabe-se que são remotas as chances de retornar à Esplanada. O governo busca um substituto. O que torna ainda mais espantosa a reverência dispensada por Temer a Jucá.

Na semana passada, Temer já havia tratado com inusitado respeito uma demanda nada respeitosa do amigo Eduardo Cunha. Rendera-se à vontade do presidente afastado da Câmara, réu na Lava Jato, nomeando o preferido dele para o posto de líder do govenro: o deputado André Moura, outro investigado da Lava Jato, réu em três ações penais no STF, uma delas por tentativa de homicídio.

Dono de uma carreira política de três décadas, Temer não é um neófito na matéria. Longe disso. Daí a suspeita de que ele se integra à banda suja do PMDB por necessidade. É como se precisasse se rebaixar para entrar em sintonia com o todo. Ou, por outra, age como se tivesse de assegurar a fidelidade ao grupo pela cumplicidade, igualando-se aos demais na abjeção.

A surpreendente submissão de Temer oferece a personagens como Jucá, Cunha e Renan Calheiros a tranquilidade de que o presidente interino jamais ameaçará a integridade do grupo com a alegação de que é diferente ?"ou inocente.

Ao vincular-se à turma que tem saudades do tempo em que os escândalos eram enterrados vivos e ninguém pedia exumação, Temer rende homenagens a réus, investigados por assalto aos cofres públicos e até um suspeito de tentativa de homicídio. Com isso, reforça a impressão de que, sem essa gente, seu governo perderia aquilo que lhe é vital: o enredo.

Em apenas 12 dias, a gestão de Michel Temer virou um futuro obsoleto. Logo, logo o lema positivista que o marqueteiro do PMDB retirou da bandeira para servir de slogan para o novo governo será substituído. Em vez de 'Ordem e Progresso', o mais adequado talvez seja 'Negócio é Negócio'.
Herculano
24/05/2016 08:16
SAPIENS X ABELHAS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo

Quando estava na minha primeira faculdade, passamos por uma longa greve de estudantes. No início, ia às assembleias discutir a razão de achar aquela greve inútil. Entre elas, a mais evidente era: estudantes de uma universidade pública (ou não) em greve nada importam para o dia a dia da cidade, por isso podem ficar 30 anos em greve. O único dano é aos colegas que querem avançar na vida.

Mas o que mais chamava minha atenção era como alguns colegas em bloco esvaziavam a assembleia até que só eles estivessem nela e votassem pela continuidade da greve. Golpe? Isso sim é golpe.

Entretanto, outra coisa também me chamava atenção: como gritavam frases feitas como se fossem um coral furioso. Hoje sabemos o que aquilo era: o nascimento dessa nova moda e praga chamada "coletivo". Não me refiro a transporte coletivo, como quando se diz "aí vem o coletivo". Refiro-me a um conjunto de estudantes (mas pode também ser de artistas ou similares) que se autodenominam "coletivo".

A ideia é que formam um coletivo no qual todos são iguais. Pensam em coletivo, falam em coletivo, agem em coletivo, assinam em coletivo.

Recentemente, um professor de uma importante universidade brasileira teve dificuldade de se comunicar com um "aluno" (vai saber o que ele ou ela era de fato) porque ele ou ela se recusava a se identificar na comunicação escrita, já que ele - ou ela - não era uma "pessoa", mas um coletivo.

Imagino que, em cem anos, essa modinha será incluída no conjunto de psicopatologias da virada do século 20 para o 21, época que será vista pela sociologia do futuro como uma era de ressentidos e mimados: a mania por coletivos será classificada como ódio patológico à individualidade, suas responsabilidades e contradições.

Freud classificaria como um estágio da pulsão de morte, seguramente. Para o criador da psicanálise, a pulsão busca sempre uma posição regressiva. No caso da pulsão de morte, ela busca o "repouso na pedra". Na matéria inorgânica.

No caso dos coletivos, ela busca o repouso na destruição do "eu". Na dissolução do "eu" na manada.

Elias Canetti, intelectual judeu búlgaro que estudou as multidões (além do próprio Freud, claro), já apontava a dissolução do "eu" na manada, na "mancha" disforme da multidão. Há um prazer mórbido em se sentir parte de um coletivo: a morte do sujeito moderno, esse atormentado.

O fenômeno dos coletivos é um traço regressivo no embate com a solidão do homem moderno. É uma tentativa, canhestra e primitiva, de "voltar ao útero materno" para ver se o ruído insuportável da realidade disforme do mundo se dissolve porque grito palavras de ordem ou faço coisas pelas quais eu mesmo não sou responsabilizado, mas o "coletivo", essa "pessoa" indiferenciada que não existe.

A indiferenciação num todo sempre foi uma forma de gozo regressivo, de algum modo. As políticas utópicas socialistas históricas carregaram essa marca nelas. Além do mesmo ódio pelo indivíduo, que tentaram matar a todo custo. No fenômeno místico, visto pelos olhos do "sentimento oceânico", como cita Freud, há também um gozo, que pode desaguar em terroristas islâmicos ou dervixes sufis maravilhosos.

O filósofo inglês do século 20 Michael Oakeshott escreveu sobre como ser indivíduo ("projeto" burguês que deu errado) é quase impossível para a maioria das pessoas, justamente pela sua solidão intrínseca e pelas suas contradições.

Oakeshott descreveu inclusive o surgimento de movimentos "anti-indivíduos", que seriam marcados por totens. Esses totens poderiam ser pessoas carismáticas ou ideias que reuniriam massas de pessoas indiferenciadas e furiosas contra os indivíduos vistos por elas como egoístas, sujos, metidos e arrogantes, por serem "contra o coletivo". Acertou em cheio.

Fosse eu escrever um argumento ou roteiro para um curta, escreveria sobre como abelhas evoluíram no seu amor à colmeia, chegando aos coletivos de hoje em dia. E na fúria que caracteriza as abelhas quando você se aproxima da colmeia e da sua rainha, essas abelhas evoluídas odiariam o sapiens, e suas contradições sem fim.
Herculano
24/05/2016 08:08
A FILA ANDA, por Hélio Schwartsmann, no jornal Folha de S. Paulo

Quando um ministro precisa dar mais explicações sobre seu prontuário policial do que sobre os planos que tem para a pasta, é porque já perdeu as condições políticas de exercer o cargo. A permanência de Romero Jucá à frente do Planejamento ficou insustentável após a divulgação da fita de áudio em que ele, um investigado na Lava Jato, aparece mantendo diálogos suspeitos sobre a operação.

Michel Temer precisava livrar-se de Jucá rapidamente, a fim de tentar transmitir a imagem de que seu governo não tem o propósito de deter as investigações policiais. Não fazê-lo ou demorar muito daria a impressão de que sua gestão veio exatamente para parar a Lava Jato -o que seria um desastre de relações públicas.

Até aqui, a estratégia de Temer era clara. Inundou o primeiro escalão de sua administração com políticos influentes no Congresso, com o objetivo de assegurar a maioria necessária para aprovar as medidas de ajuste econômico que terá de apresentar, e reservou o segundo para quadros mais técnicos, que teriam a missão de efetivamente tocar o governo.

O cálculo, a meu ver correto, é o de que não existe solução para a crise que não passe pelo Legislativo. Na prática, Temer assumiu de vez as feições parlamentaristas de nosso presidencialismo de coalizão e pôs no poder um gabinete que procura refletir no governo o espaço que cada partido aliado tem no Legislativo.

Em condições normais, isso poderia até funcionar, mas, em tempos de Lava Jato, fica mais difícil. Além de Jucá, há outros ministros implicados nas investigações, sem mencionar várias das principais lideranças partidárias que já foram citadas por envolvidos, incluindo o próprio Temer.

Se, por um lado, o caso Jucá mostra que ainda não se vislumbra um final para a crise política, ele também sugere que a operação policial já atingiu uma dinâmica tal que não basta a vontade de governantes para paralisá-la. E é assim que precisa ser.
Herculano
24/05/2016 08:06
MEIRELLES PODE ACUMULAR FAZENDA E PLANEJAMENTO, por Cláudio Humberto, para o jornal Folha de S. Paulo

A licença do ministro Romero Jucá (Planejamento) é a solução aceita pelo presidente Michel Temer para tornar menos traumático o seu desligamento, que deve ser definitivo. Foi a "saída honrosa" encontrada pelo PMDB, após o mal-estar causado pela conversa gravada com o ex-senador Sérgio Machado. O passo seguinte pode ser a designação do ministro Henrique Meirelles para acumular Fazenda e Planejamento.

SUPERMINISTRO
Se Meirelles aceitar a condição de "superministro", ele poderá reduzir Planejamento a uma secretaria, assim como o fez com a Previdência.

PESO INSUPORTÁVEL
Auxiliares de Temer não gostam do "superministério". Meirelles teria "poder demais" e seria impossível cuidar de três áreas tão complexas.

SAÍDA DEFINITIVA
Nem Romero Jucá acredita em seu retorno ao cargo de ministro do Planejamento, por causa do desgaste que o levou a se afastar.

AFASTAMENTO
Antes da decisão de Romero Jucá se licenciar, Temer cogitava afastá-lo por 90 dias, período em que teria de "provar a inocência".

PÂNICO FEZ MACHADO BUSCAR ACORDO DE DELAÇÃO
O ex-senador Sérgio Machado entrou em pânico e passou a tentar acordo de delação após os mandados de busca e apreensão em sua casa, em Fortaleza, no dia 15 de dezembro. A busca não repercutiu porque aquela fase da Lava Jato, a Operação Catilinárias, tinha alvo mais ilustre: ninguém menos que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, cuja residência oficial foi vasculhada pela Polícia Federal.

CHÁ DE SUMIÇO
Após a busca em sua casa, Sérgio Machado mudou o número do celular e sumiu. Familiares diziam que ele estava morando no exterior.

ACORDO EM ANDAMENTO
Após três meses sumido, Sérgio Machado reapareceu procurando velhos amigos e "alvos", entre os quais Jucá, Calheiros e Sarney.

SÉRGIO QUEM?
Indagado por que bancou Sergio Machado presidindo a Transpetro por 11 anos, Renan Calheiros desconversa. Só falta negar que o conhece.

XINGANDO JANOT
Sérgio Machado disse a Jucá que o Rodrigo Janot "é raivoso, rancoroso" e o define com uma expressão cearense: "Não vale um cibasol", antigo comprimido barato, de efeito incerto, já descontinuado.

APARTAMENTO 171
Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho e provável "laranja" de Lula, como suspeitam os investigadores, comprou um belo apartamento duplex em Santos. Mas a Providência Divina, ironicamente, mexeu os pauzinhos na escolha do número do imóvel de luxo: 171.

PRIMEIRA CONVERSA
Quando teve a certeza de que seria divulgada a gravação do papo com Sérgio Machado, Romero Jucá teve uma longa conversa com o presidente Michel Temer, domingo à noite, no Palácio do Jaburu.

UM PROFISSIONAL
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que andou de carona com Marcos Valério nos tempos do mensalão, usou o cargo para organizar a gritaria contra Michel Temer, à chegada do presidente no Senado. Os "mortadelas" eram, como sempre, assessores de parlamentares do PT.

MOTIVO DE SOBRA
Michel Temer não reconduziu o ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes por causa de delação premiada do lobista João Augusto Henriques, que revela detalhes da ligação de Jorge Zelada a Lopes.

MUY AMIGO
O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro ("Kakay"), ontem, mal disfarçou seu incômodo com a queda de Dilma. Defensor de Romero Jucá, minimizou a conversa gravada com Sérgio Machado afirmando que os dois "apenas estavam tramando o impeachment". "Tramando"?

QUEIMANDO DINHEIRO
Levantamento da Operação Política Supervisionada aponta que os 513 deputados federais gastaram R$ 6,1 milhões, até maio, com combustíveis e lubrificantes. Tudo ressarcido pela cota parlamentar.

FORA, PEZÃO
Pedido de impeachment do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ignora seu duro enfrentamento ao câncer, mas tem modestas 2.894 adesões na página no Change.org especializada em abaixo-assinados.

PENSANDO BEM?
?depois das gravações comprometendo Delcídio Amaral e Romero Jucá, conversa a dois em Brasília, agora, somente pelados na sauna e após exame proctológico.
Herculano
24/05/2016 07:45
MUDOU POUCO. MAS ALGO MUDOU

Se o senador Romero Jucá fosse do PT, ele não teria caído do cargo, da proteção do Planalto, do partido, de modo algum. Ele estaria lá mais forte do que quando entrou no ministério para afrontar a todos mortais de que o esquema não se dobraria a um punhado de invejosos que foram escalados para colocar dinheiro para eles se lambuzarem eternamente.

E mais. Quem caiu não foi o ministro do Desenvolvimento, que é senador com desenvoltura e trânsito neste submundo do crime organizado da política nacional. Foi o presidente nacional do PMDB. Repito: quem queria acabar com a Lava Jato era o presidente do PMDB. E acabar com a Lava Jato significa lavar os crimes do PT, PMDB e PP, principalmente. Wake up, Brazil!
Herculano
24/05/2016 07:39
da série: os políticos não se dão bem com o jornalismos profissional, livre e investigativo, por isso, permanentemente tentam desqualifica-lo quando as notícias e descobertas não lhes favorecem

A PRIMEIRA CRISE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Durou pouco a pretensão de Romero Jucá, presidente interino do PMDB e senador licenciado (RR), de se manter no cargo de ministro do Planejamento do governo Michel Temer (PMDB).

Na manhã desta segunda-feira (23), Jucá concedeu entrevistas nas quais dizia não ver motivos para se afastar do ministério. Menos de dez horas depois, rendeu-se ao óbvio: sua permanência no governo tornara-se insustentável.

Era impossível amenizar o conteúdo de suas conversas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras). Como esta Folha revelou, Jucá sugeriu ao aliado que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) possibilitaria um pacto com vistas a deter o avanço da Operação Lava Jato.

Gravados de forma oculta, os diálogos datam de março, semanas antes de a Câmara dos Deputados votar o processo de afastamento da petista. Tanto Jucá como Machado são investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Em alguns dos trechos mais comprometedores, Jucá diz ser necessário "mudar o governo para poder estancar essa sangria", relata conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (sem mencionar quais) em torno desse assunto e indica que líderes do PSDB também perceberam o quanto podem ser afetados pela Lava Jato.

Ainda antes de anunciar seu afastamento, Jucá caiu no ridículo de tentar dar nova perspectiva aos diálogos. "Estancar a sangria", por exemplo, seria uma referência à difícil situação econômica do país. Em vão. Nem mesmo um político habilidoso como ele seria capaz de alterar o contexto de suas declarações.

Argumente-se, então, que o peemedebista não chegou a interferir de fato nas investigações. Diga-se que ele dificilmente conseguiria entregar aquilo que prometeu. É verdade: como já ficou claro, as instituições responsáveis pela Lava Jato têm funcionado com a necessária independência, e o tal pacto talvez não passasse de ilusão.

Pouco importa. Tendo chegado ao poder por caminhos tortuosos, embora dentro da lei, e após protestos nas ruas, o governo do presidente interino Michel Temer precisa dedicar especial atenção ao caso da mulher de César ?"que, além de ser honesta, deveria apresentar-se acima de qualquer suspeita.

Se Temer passou longe do provérbio ao compor seu gabinete, ao menos agiu com celeridade ?"ainda que sob pressão da opinião pública?" neste episódio. Nem por isso terá eliminado as fontes de possíveis escândalos em um governo no qual acomodou personagens judicialmente postos sob suspeita.
Herculano
23/05/2016 18:53
UMA COISA É CERTA. SEM A IMPRENSA PROFISISONAL, LIVRE E INVESTIGATIVA O BRASIL NÃO ESTARIA SENDO PASSADO A LIMPO

SEM A IMPRENSA PROFISSIONAL, LIVRE E INVESTIGATIVA OS POLÍTICOS ESTARIAM AINDA MAIS LIVRES NOS ROUBANDO NOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS QUE ESTÃO FALTANDO À SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO MÍNUIMA DE QUALIDADE, SEGURANÇA, ASSISTÊNCIA DE VERDADE E INFRAESTRUTURA

SEM A IMPRENSA PROFISSIONAL, LIVRE E INVESTIGATIVA AS INSTITUIÇÕES NÃO ESTARIAM TÃO FORTES E INDEPENENTES, VIGIADAS AOS EXAGEROS OU FRACAS AOS INTERESSES DOS FORTES COMO ESTÃO HOJE.
Herculano
23/05/2016 18:49
JUCÁ E AS DELINQUÊNCIAS POLÍTICAS DO PT FALSO E DO PT VERDADEIRO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Um dos partidos fala em anular o impeachment; o outro diz haver uma grande conspiração. Tudo bobagem! E é claro que a delinquência política iria tentar se aproveitar da crise. Já está tentando

O PT, que hoje é o PT falso, e o PSOL, que é o PT verdadeiro, afirmaram na manhã desta segunda que a conversa entre Jucá e Machado reforça a tese de que o impeachment de Dilma Rousseff foi viciado.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a gravidade desses novos fatos deveria levar à anulação do impedimento. Ele criticou ainda a Procuradoria-Geral da República, que, segundo diz, deveria ter tornado público o áudio antes da votação do processo na Câmara (17 de abril) e no Senado (12 de maio).

Já a Executiva Nacional do PSOL anunciou ter apresentado uma representação à Procuradoria-Geral da República para que o órgão peça a prisão de Jucá por obstrução da Justiça. O partido diz não ter dúvida de que houve uma espécie de "operação-abafa" na Lava Jato em troca da abertura do processo contra Dilma.

Trata-se de uma patacoada. É evidente que, para que tal operação tivesse acontecido, teria sido necessária a colaboração da Procuradoria-Geral da República, dos procuradores, da Polícia Federal e do juiz Sergio Moro.

Defendo a saída de Jucá nesse caso não porque ache que tele tenha atuado para a obstruir a investigação. Eu a defendo por razões políticas. Acho que não há mais como ele encarnar a seriedade de que o governo precisa.

Eu sou favorável a que políticos caiam por razões? políticas!
Herculano
23/05/2016 18:44
NÃO DUROU. O MINISTRO ROMERO JUCÁ, PMDB, CAI. O BRASIL SENDO PASSADO A LIMPO

Conteúdo das agências. Texto do Uol (Folha de S. Paulo). Após divulgação de áudios de conversa dele com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou nesta segunda-feira (23) que irá pedir licença do ministério a partir de amanhã. Jucá deverá retomar o mandato de senador do PMDB por Roraima.

Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" [publicado na integra ontem neste espaço] revelou que, em conversa em março com Sérgio Machado, Jucá sugeriu que uma "mudança" no governo federal poderia levar a um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato.

Jucá e Machado são investigados pela Lava Jato.

Jucá afirmou que vai pedir que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre se há algum indício no conteúdo do diálogo divulgado de que ele possa ter cometido algum crime. O pedido à PGR deverá ser apresentado na noite de hoje.

Segundo o ministro, caso a Procuradoria entenda que não há ilegalidade na conversa, o presidente interino Michel Temer poderá reconduzi-lo ao cargo.
Herculano
23/05/2016 18:37
TEMER COMBINOU PREVIAMENTE QUE AMIGOS INCOMODOS DEVERIAM PEDIR AFASTAMENTO, por Josias de Souza

Na fase de montagem do ministério, Michel Temer reuniu os amigos para definir o posto que cada um ocuparia no seu governo provisório. Nesse encontro, firmou-se um entendimento prévio: auxiliares que se complicassem em casos de corrupção deveriam tomar a iniciativa de se afastar dos respectivos cargos, evitando constrangimentos ao presidente interino. Auxiliares de Temer cobraram de Jucá que colocasse em prática o que foi combinado. E o ministro viu-se compelido a pedir licença do ministério. A partir desta terça-feira, Jucá estará licenciado por prazo indeterminado. Reassume o mandato de senador.

A licença não foi a primeira opção de Jucá. Abalroado pela gravação em que sugere um pacto para deter a Lava Jato (leia aqui e aqui), Jucá não se dera por achado em entrevista que concedera no final da manhã desta segunda-feira. Afirmara que cabe ao presidente nomear e demitir ministros. "Não vejo nenhum motivo para eu pedir afastamento, me sinto muito tranquilo'', dissera Jucá. "Vou aguardar uma decisão do presidente Michel Temer. Não me sinto atrapalhando o governo."

Na conversa de Temer com seus amigos, antes da nomeação dos ministros, Jucá havia sido inquirido sobre a Lava Jato e suas relações com a Odebrecht. Dias antes, escalara as manchetes uma planilha apreendida pela Polícia Federal na casa de um executivo da construtora. Nela, os nomes de Jucá e de outros senadores do PMDB foram associados a apelidos e cifras. Ao lado do nome de Jucá, apelidado de "cacique", foi anotada a cifra de R$ 150 mil, supostamente repassada ao então senador por baixo da mesa.

Dizendo-se tranquilo quanto ao desenrolar das investigações, Jucá afirmara durante a reunião com Temer que não enxergava nenhum impedimento para participar da nova administração. Entre risos, disse que só não admitia ser líder do governo no Senado. Já atuou como líder dos governos FHC, Lula e Dilma. E receava virar motivo de "piada". Coube a Jucá a estratégica pasta do Planejamento.

Decorridos 12 dias da posse, uma gravação caiu sobre a cabeça de Jucá como um pedaço de laje. Veio de onde menos se esperava. O correligionário Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, negocia um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Herculano
23/05/2016 18:33
ALGUMA COISA MUDOU. OS POLÍTICOS ESTÃO MAIS EXPOSTOS. E ISTO É BOM PARA A SOCIEDADE, PARA OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS

Quando alguém do PT está na berlinda, inclusive com provas incontestáveis, o PT além de negar, desmentir, mais do que ninguém o mantém no cargo, como um afrontamento à sociedade, a ética, à lei, à realidade.

Veja o que acontece aqui em Gaspar, onde o PT é governo há oito anos.

Agora que o PMDB, ex-sócio da lama do PT, está no poder. E o PT, por sobrevivência, característica e caráter, é o primeiro pedir a cabeça dos políticos do PMDB seus sócios. No fundo o PT está certo e faz bem para todos nós. Errados estavam o PSDB, DEM, PPS que tremiam diante do banditismo pelo poder orquestrado PT que limpou lambuzados e lambuzou os puros, colocando todos de joelhos.

E Michel Temer, PMDB, presidente em exercício, faz o óbvio. Pede para quem está na berlinda sair do governo, ao menos até a poeira baixar ou até não interferir no governo. O senador Romero Jucá foi o primeiro. Virão outros. Wake up, Brazil!

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