Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

25/07/2017

NOSSOS ‘ÇÁBIOS’ JURÍDICOS OU GESTORES AUTORITÁRIOS?


Os piores exemplos na atual administração de Gaspar se acumulam na área jurídica. Imagina-se a razão pela qual todos batem cabeça em outras áreas técnicas e sensíveis, como Saúde, Assistência Social, Educação e até Obras, onde se festeja o fechamento de buracos em esquina de ruas.

O primeiro de todos e o mais marcante deles, sem dúvida, foi aquele “projeto de lei” em que o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou para a Câmara, vejam bem, para retirar dinheiro do Orçamento do próprio Legislativo, garantido no repasse do duodécimo constitucional, inscrito na Lei Orgânica de Gaspar.

Com àquela proposta de força, o prefeito de plantão, pela primeira vez, não reconhecia tacitamente a independência entre os poderes e nem dos orçamentos de ambos. Foi uma correria danada para retirar o mico, antes que ele se tornasse notícia nacional e virasse chacota na academia além das nossas fronteiras, manchando a imagem das faculdades de Direito que formou essa gente.

E olha que o Kleber tem ao seu lado um prefeito de fato, o que verdadeiramente manda na prefeitura, um advogado: Carlos Roberto Pereira. Ele até defende causas complicadas do seu guru em gestão pública, o ex-vice-prefeito e ex-presidente da Câmara de Blumenau, Jovino Cardoso, PSD; o dr. Pereira acumula a presidência do PMDB de Gaspar, foi coordenador (e o jurídico) da campanha de Kleber e por tudo isso, o dr. Pereira é então o secretário da Fazenda, e ainda, interino secretário de Administração e Gestão (enquanto a Reforma Administrativa não é aprovada na Casa do Povo). Não é pouca coisa!

E se não bastasse isso, o dr. Pereira, como se orgulha, foi quem indicou o procurador geral do município de Gaspar, Felipe Juliano Brás, que lá na procuradoria possui ao seu dispor, quase uma dezena de advogados e técnicos, concursados, bem pagos, para olhar exatamente as minudências, contradições, pegadinhas da legislação e que são muitas, reconheço, além dos interesses de poder, que parecem, pelo jeito, não serem maiores ainda mais quando se somam à esperteza.

Mas, o projeto de lei que Kleber no início do mandato enviou à Câmara sob a complacência do presidente da Casa Ciro André Quintino, PMDB, e depois, atabalhoadamente, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, apareceu para retirá-lo antes que entrasse na pauta com um parecer técnico enxovalhando os ‘çábios’ de plantão do Executivo, não se enquadra exatamente nas tais minudências, contradições e pegadinhas da legislação. É algo claro, óbvio, constitucional visto no primeiro semestre de direito administrativo, tanto que, depois corrigiram a gritante falha.

Ou foi um experimento que beirou à esperteza ou teve o viés da demonstração de autoritarismo, por meios políticos e técnicos? Ai, ai, ai. Estava ali uma sinalização clara do que poderia estar por vir. E veio várias vezes.

Para encurtar, declino do exercício de escrever sobre outra meia dúzia de imposições e que deram o que falar na Câmara. Lição de tudo isso? Zero!

E o que aconteceu desta vez, depois de seis meses do primeiro grande desastre de tomar no grito o Orçamento da Câmara? A portaria nº 5.252, de 13 julho, mas só publicada uma semana depois, dia 20, no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet. Ela anulou parcialmente uma lei municipal. É isso mesmo. E pior ainda: uma portaria de um secretário, advogado, o secretário interino de Administração e Gestão, Carlos Roberto Pereira dando ordens para todos os outros secretários. A portaria é “um ato de império”, e por isso, esta portaria, mesmo de forma equivocada, só poderia ter sido editada pelo prefeito Kleber. Mas, dr. Pereira, o todo poderoso, mesmo na interinidade a editou invocando a Lei Orgânica de Gaspar (não citou de onde dela tirou esse poder específico para a outorga). A portaria revogou a tal progressão horizontal, instituído pelo art. 17 da Lei Municipal nº 1.357/92.

Antes de prosseguir, devo fazer um parêntesis necessário, pois a maioria dos meus leitores e leitoras não é advogado e nem letrada em Direito.

Você leitor e leitora que não conhece como funciona isso, esta lição também é ensinada no primeiro semestre do curso Direito. As leis obedecem a uma hierarquia e a menor não pode valer, sobrepor, diminuir ou modificar a definida como maior ou mais importante hierarquicamente. Uma lei só pode ser alterada numa mesma ou hierarquia superior, e neste caso, deveria antes, passar pela Câmara, a quem a prefeitura, mais uma vez mandou bananas para ela e seus vereadores.

A hierarquia decrescente é esta: lei constitucional, emenda constitucional, tratado internacional sobre Direitos Humanos (se aprovada do Legislativo e promulgada pelo Executivo), lei complementar, lei ordinária, tratado internacional (se aprovado pelo Legislativo e promulgado pelo Executivo), medida provisória, lei delegada, decreto legislativo, resolução, decreto, decreto lei, portaria. Ou seja, a portaria é a última de todas.

Mais sobre hierarquia e valor das leis e este não é o caso desta portaria capenga de Gaspar: as leis estaduais são hierarquicamente inferiores as federais e as leis municipais, inferiores as federais e estaduais. Todas devem estar adaptadas para serem consideradas válidas constitucionalmente.

Não vou discutir se havia ou não um entendimento entre o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug. O Sindicato nega, e há controvérsias sérias de ambos os lados. Falta, na verdade e na minha opinião, uma ação firme e muito mais transparência do Sintraspug. Não quer ir à luta. Não quer ir à rua. Não quer ir ao debate público. Quer preservar o poder de plantão.

Como escreve me o professor Roberto Basei na coluna, tudo fica parecendo comunicado de condomínio, com escritos explicativos (de ambos os lados).

Qual o arrazoado do dr. Pereira na portaria para suspender a tal progressão? “Considerando cláusula expressa no Termo de Acordo Coletivo da data-base 2017 firmado com o Sintraspug, que criou grupo de trabalho para a realização de diagnóstico das situações de eventuais direitos não atendidos pelo Município; considerando que o relatório gerado pelo grupo do trabalho permitirá a correta identificação de distorções entre as previsões legais e a atual e pretérita prática administrativa, bem como sua quantificação e impacto no orçamento do Município; considerando que existem sub judice centenas de ações cujo objeto único é a implementação e pagamento da verba denominada Progressão Horizontal; considerando a necessidade de adoção de critérios objetivos e uniformes para a aplicação dos direitos dos Servidores Públicos Municipais, de tal forma que não haja qualquer distinção entre servidores da Administração Direta ou Indireta, visto que estão vinculados ao mesmo regramento Estatutário...”.

Supondo que tudo isso seja fato, a verdade é que está aberta, que os “considerandos” dizem com clareza que está em curso uma negociação para se conhecer uma realidade. Nada mais. Se houver necessidade, poderá até se modificar a uma lei. Entretanto, ela só pode ser modificada depois da negociação pactuada ou não, que antes de aplicada, terá que ser transformada em projeto de lei. E nos trâmites legais, aí sim deverá ser votado na Câmara. Antes disso, não se suspende ou se mexe em direitos. É da lei. Não é isso, por acaso, que está acontecendo, por exemplo, com a Reforma da Previdência?

Se o entendimento de Kleber, da procuradoria geral do município e principalmente do dr. Pereira estiver correto, desde hoje, o que está se discutindo com os sindicatos, retalhos organizados da sociedade, mesmo havendo consenso, já estaria previamente valendo a partir de um decreto, de uma portaria, de uma outra lei que não fosse a Emenda Constitucional, que para valer terá que ser aprovada (no caso da Reforma da Previdência) por dois terços do Congresso.

É impossível aceitar que gente com formação e com mandato de gestão, escolhidas exatamente ter esse conhecimento, não saibam o que estão fazendo ou provocando;

E se sabem o que fazem, o problema é mais grave, é de esperteza, da provocação de conflito proposital, do autoritarismo, é próprio da ditadura, como vemos por exemplo em Nicolas Maduro, na Venezuela, onde parlamento e leis só as que lhes servem. Para quem acha que esta coluna é um problema (e não a falta de um plano, execução e resultados), que já fechou uma rádio e impediu a publicação de uma simples pesquisa de opinião pública em época pré-eleitoral, nada é impossível. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Os vereadores de Gaspar estão de férias. Eles foram empossados no dia primeiro de janeiro. Ficaram de férias até a primeira semana de fevereiro. Em março votaram para eles mesmos um reajuste para não perder a inflação, quase toda do ano passado. Trabalharam uma vez por semana, em média, uma hora e meia, à tarde, e em cinco meses. Agora estão cansados demais. Quinze dias de folga. E na imprensa amiga, em plena crise, tem gente defendendo o aumento dos salários. Acorda, Gaspar!

Depois dos frigobares para suas excelências servirem água gelada aos seus eleitores, agora os vereadores da Câmara terão novos celulares com o dinheiro do povo.

Veja a justificativa e entenda melhor: “considerando que a Câmara de Vereadores de Gaspar conta com treze Vereadores trabalhando em prol do Município de Gaspar; considerando a necessidade desta Casa Legislativa de fornecer aos Vereadores condições para o exercício da vereança com eficiência; considerando que aparelhos celulares com os serviços de telefonia móvel, precisam ser adquiridos, para proporcionar meios para seus vereadores e servidores exercerem suas funções e trabalhos...”

Bom se são 13 vereadores, se as justificativas se escudam nesses 13 vereadores, qual a razão de se compra 17 celulares? Não tem jeito. É uma atrás da outra sob o comando do presidente Ciro André Quintino, PMDB e sob o aval da mesa diretora composta ainda por Silvio Clefi, PSC; Rui Carlos Deschamps, PT e Cícero Giovane Amaro, PSD. Acorda, Gaspar!

Sinais dos tempos quando se perde o poder. A Soberana, a empreiteira de Blumenau, criada pelo PT, queridinha da administração de Pedro Celso Zuchi, não entregou o posto de Saúde do Gasparinho. Alega problemas financeiros.

Ela trabalhou contra os eleitores do vereador petista Dionísio Luiz Bertoldi. Ele está cobrando soluções do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Antes devia era cobrar à razão pela qual Zuchi e a administração petista, da qual seu irmão era ativo integrante, como secretário de Obras, e até queria ser prefeito, Lovídio Carlos Bertoldi, deixou a situação chegar onde chegou.

Ilhota em chamas I. Ajustando o edital. No dia 31 de julho, a prefeitura vai comprar diversos veículos. Eles eram para ser entregues em cinco dias. Agora, a retificação do edital do pregão 26/2017 dá 30 dias, prorrogáveis por mais outros 30. E tem mais outros ajeitamentos de última hora. Eita festa!

Ilhota em chamas III. Foi feito um convênio com o Grupo de Apoio à Infância e Adolescência Abrigada de Gaspar, Gaia. Para cinco vagas, de zero a 11 anos, Ilhota vai pagar R$15 mil por mês. Para criança excedente, a razão de R$2,5 mil ao mês.

Ilhota em chamas III. Luís Fernando Melcher e Maba, não é mais assessor jurídico. Virou “consultor” jurídico, depois da mudança de nomenclatura. Esta é a área que mais se mexeu nos últimos meses no primeiro escalão de lá.

 

Edição 1811

Comentários

Salete
26/07/2017 21:37
Uma sugestao aos nobres vereadores que eu e a população de Gaspar elegemos: Ao invés de gastar essa fortuna em aparelhos celulares, porque não colocam 2 chips?
Que absurdo, se tem dinheiro sobrando invistam em Cultura, educação, saúde( tem muito medicamento faltando na farmácia basica).
Herculano
26/07/2017 05:21
Ao Pedro Fernandes

Você escreve. "Como seria bom governar Gaspar, sem a existência de sua coluna, quando não fala mal da administração da prefeitura e do prefeito, fala mal do Samae e do Melato. Qual será o motivo de tanta raiva?"

Eu repondo: Como seria bom governar Gaspar, sem a existência de um sistema de vigilância e contraponto aos políticos e gestores públicos na mídia local.

Se a coisa está tão boa assim, qual a razão do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, ter trocado, em menos de seis meses de governo, a secretária da Saúde para atender às pressões políticas e o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, o seu diretor de Serviços Externos, depois de sucessivos erros de manutenção apontados aqui, aos quais quem pagou foi a população, sem água?

Se há raiva, esta deve ser dos políticos e gestores públicos por estarem expostos aqui. Nem mais, nem menos. Acorda, Gaspar!
Santa malandragem
25/07/2017 20:49
Se algum dia eu precisar contratar um advogado, jamais iria procurar o dr. Roberto Pereira. Até parece que tirou sua oab por correspondência. Nestes 7 meses na prefeitura só fez cagada. Que queimada de filme em doutorzinho?
Pedro Rocha Fernandes
25/07/2017 20:36
Herculano,

Como seria bom governar Gaspar, sem a existência de sua coluna, quando não fala mal da administração da prefeitura e do prefeito, fala mal do Samae e do Melato. Qual será o motivo de tanta raiva?
Herculano
25/07/2017 18:16
COMO FUNCIONA

Quando o governo anunciou o aumento do PIS e Confins sobre os Combustíveis, minutos depois os donos de postos já tinham aumentado o preço nas bombas, sem receber um mililitro de qualquer combustível com novos impostos.

Quando uma liminar derruba esses mesmos impostos, eles se antecipam e já declaram à mídia de que vai demorar para essa diminuição nas bombas. Estranho, não é?
Sidnei Luis Reinert
25/07/2017 17:48
Uma imprensa livre e transparente é o maior ideal a ser buscado num País desenvolvido e subordinado à vontade democrático que aspira uma sociedade civilizada. Nos acontecimentos que pairam no ar em termos de Brasil, boa parte da irrazoabilidade e isenção com neutralidade devemos à propalada imprensa dita livre.

Evidente que em tempos de crise a imprensa será sempre dependente do poder economico ou de forças do estado para retroalimentar sua vida e intencionar redução das dívidas. E não tem sido diferente aqui no Brasil, já que boa parte dos meios de comunicação floresceu há mais de meio século e por uma concessão sem maiores aprofundamentos se prorroga quase eternamente.

Esse exemplo ruim se percebe na televisão na qual assistimos controladores já sem o preparo exigido e muitas programações sendo adquiridas por igrejas neopentecostais e pseudoentidades de caridade. Contudo, sem uma imprensa livre, soberana acima de tudo neutra que saiba avaliar o terreno e elogiar e também criticar quando for necessário, cairemos na mesmice das imbecilidades em ritmo com as anomalias do poder.

Num País cravado pelo número exacerbado de quase 60 milhões de brasileiros portadores de maus antecedentes econômicos, com registro no banco de dados e uma das mais vergonhosas modelagem de distribuição de renda, o centro do poder está enfeixado nas mãos do governo e de poucos grupos econômicos que diligenciam seus próprios interesses.

As maiores delações premiadas são um cristalino exemplo do que acontece empresas de renomada envergadura que se protegiam na blindagem dos cofres do Estado e dos favoreces para o propinar constante e manutenção do status quo.

A primeira e inadiável condição é mudar a constituição, reformar as outorgas e notadamente o órgão de controle. Não se permitira concessão por mais de 25 anos nas redes de rádio e tv, com expressa proibição até quarto grau para parentes e ou colaterais de politicos. Aqueles sem poder econômico e que não podem contratar uma rede a cabo sofrem as imprecauções de programações repetidas, velhas e antigos cacoetes de legendários figurinos os quais nos visitam quase que diariamente.

A nova roupagem exigiria a revisão da constituição a outorga onerosa e um controle da seletividade dos programas e uma vocação bem concentrado em cultura, pesquisa e ciências. O que temos hoje são jogos de futebol diária e semanalmente, com os comentários e reprises e mesmo assim não se abre espaço para novas modalidades.

Somos mais de 200 milhões de brasileiros vivendo o sonho do passado de conquistas, mas devemos ter em mente patrocínios públicos,de bancos ou agentes do governo o que é um erro palmar. A melhor solução e forte demonstração sinalizam o investimento de capital privado, de empresas que apostariam na forma de equalizar seus lucros em parceria com entidades e agremiações.

O setor mais afetado durante é crise é da cultura, ciência e tecnologia,
excelentes cabeças voltando para o exterior, teatros sem pagar aos artistas e públicos minguando, já que o orçamento fica sem poder aquisitivo mais ainda quando o combustível se eleva somente para manter a classe dominante no poder.

Não temos infelizmente uma imprensa livre, de construção de uma sociedade pacificada e que traga soluções para as crise. Cotidianamente vemos os mesmos personagens desfilando pelo circulo de amizade de redes de radio e televisão, sem ampliar o volume e a sonoridade das reivindicações, a apatia de uma sociedade refém de um governo terminal e de uma classe política com fome de roubalheira e dogmatismo pela corrupção a todo custo.

E quando a imprensa poderia criar filtros de combate ao sensacionalismo e manchetes de exposição o que vemos é exatamente contrário. Notícias de violência,pornograficas,a envolver abalo psicológico emocional e delitos contra as pessoas e costumes não poderiam ser publicas em qualquer hipótese, além de fatos demasiadamente amargos de guerra e conflitos sociais pelo mundo afora.

Preferem trazer um noticia doutro mundo do que falar sobre um cenário bucolico ou de entretenimento em qualquer cidade do País. Além de tudo isso nunca presenciamos uma imprensa formadora de opinião livre e que saiba medir suas palavra. O contorno desse quadro se debruça por descortinar milhares de ações na justiça tomadas contra pessoas as quais refutam o sensacionalismo e exigem danos morais ou republicação da matéria.

Precisamos estar mais do que convencidos que uma imprensa sob o jugo do governo ou submissa à vontade do poder econômico jamais será liberta das amarras de veiculações tendenciosas e que tem dias contados. A reformulação geral do cenário pede um quadro atento do governo para dissipar as concessões de mais de 25 anos, pondo a obrigatoriedade da revenda ou subconcessão com normas dogmáticas e pragmaticas, além de um leque mínimo de sessenta por cento da programação a envolver cultura, ciencia e tecnologia.

Do mesmo modo os jornais que vivem a pior das crises, já em tempo de noticia virtual e carcomidos pelo estado de pré insolvencia, tratando de anúncios e mais anúncios desinteressantes e pouco inteligentes ao leitor. Preferivel um jornal com noticias de dez paginas sem anúncios do que um periódico de mil paginas com mais de metade de anúncios. E de igual as revistas que de conteúdo bom e relevante pouco ou nada nos mostram.

tudo isso revela uma coresponsabilidade dos órgãos de imprensa nessa monstruosa crise pela qual atravessa o Brasil. E sem uma revisão do modelo, de todo crucial, a nossa esperança vai por água abaixo, a prevalecer os famigerados furos de poucos e a total desconfiança de muitos.


A imprensa brasileira terá um encontro marcado com sua história para explicar, justificar e mais do que nunca dizer os motivos pelos quais continua a ser parte de uma mediocridade atroz que é perversa à sociedade civilizada e desenvolvida.

Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laercio Laurelli (aposentado) são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Postado por Jorge Serrão às 08:12:00
Herculano
25/07/2017 16:57
BREVES QUESTIONAMENTOS SOBRE O ESCOLA SEM PARTIDO, por Marcio Andrade, professor de escola pública estadual e municipal, em Pelotas RS, publicado no Instituto Liberal

Quando você quer ajudar as pessoas, você diz a verdade a elas; quando você quer se ajudar, você diz a elas aquilo que querem escutar." (Thomas Sowell)

O episódio aconteceu ano passado numa das escolas em que trabalho como professor de Português e Literatura. Estava saindo da aula, caminhando pelo corredor, quando passei em frente a uma turma de Ensino Fundamental (8° ano) e ouvi a voz ecoante do professor de história: "Capitalismo é a ferramenta opressora que coloca vocês na miséria, tornando os ricos cada vez mais ricos; ele é um grande mal para a sociedade e o representante disto aqui no Brasil é o PSDB".

Num primeiro momento surgiu-me a perplexidade, imaginando qual seria o impacto daquelas palavras no livre-pensar de uma criança, outrossim, que razões levariam o docente a albergar este tipo de colocação no íntimo da sala de aula.

Será que exibir sua opinião partidária ?" como se fosse item de ementa obrigatória -constitui ensino libertador, representando uma educação reflexiva?

Depois, veio aquele desconforto, pois acredito que o professor deveria ensinar seus alunos a pensarem por si mesmos, refletindo na base da argumentação sólida, buscando o crescimento intelectual por intermédio da lógica, da experimentação e, invariavelmente, do bom senso. Aspectos que não percebi naquele desolador palavrório aos jovens.

Se o papel do professor é fornecer subsídios aos alunos para que formem suas próprias convicções, propor indagações críticas sobre os mais variados temas (científicos, econômicos, sociais, políticos, etc.) ? qual a razão do 'achismo partidário' em sala de aula? Por que esvaziar a ciência para fortalecer o ativismo ideológico?

Quando um professor entra na sala para dizer que 'determinado partido é bom, enquanto outro é mau', não temos uma distorção do verdadeiro papel a ser exercido dentro do educandário?

Desta forma o projeto Escola Sem Partido (ESP) pode não ser ideal, mas já é um começo para que possamos debater a respeito dos conteúdos que estão sendo ensinado nas escolas.

Não deveria existir problema em questionar as temáticas trabalhadas na sala de aula, mas temos assistido ao triste espetáculo interpretado pelo professorado que não permite sequer tocar-se no assunto. Será democrático obrigar pais e alunos a não falarem sobre um tema que envolve diretamente o interesse deles?

Comunidades prósperas educam seus filhos para a liberdade intelectual, constroem conhecimento a partir da busca pela verdade, pela edificação lógico-moral do saber, assim, neste sentido, parece-me que estamos muito à margem do caminho.

Obviamente há professores comprometidos com uma proposta pedagógica libertadora e democrática, não obstante, devo reconhecer como bem-vindo todo projeto destinado a refletir o papel da escola na atualidade. E, de alguma forma, o ESP convida-nos ao exercício dialético.

Afinal, o que é Doutrinação ideológica nas escolas? Isso existe de fato? Como tem sido praticada? Quais são seus efeitos?

Deixemos de lado os preconceitos intencionalmente criados pela ideologia oficial, e criemos (o mínimo de) consciência para retirar as mordaças impostas pelo status quo. Hoje, não é possível discutir escola de qualidade sem a coragem para enfrentar este assunto.
Herculano
25/07/2017 16:51
GLEISI ESTACIONA NO SÉCULO 19 E ENVERGONHA O BRASIL NA NICARÁGUA, por Augusto Nunes, de Veja

Quando não envergonha o Senado com berreiros na tribuna e no plenário ou comendo quentinhas à meia-luz na Mesa Diretora, Gleisi Hoffmann veste a camisa vermelha de presidente do PT para envergonhar o Brasil desfiando cretinices no exterior. Foi o que aconteceu neste domingo, quando baixou na Nicarágua para representar a vanguarda brasileira do atraso no 23° Encontro do Foro de São Paulo.

Já no dia da chegada, jurou que o chefe condenado por corrupção e lavagem de dinheiro é perseguido político, ensinou que a ditadura cubana é oprimida pela democracia americana (ela prefere "estadunidense") e, enquanto um plebiscito simbólico mostrava a musculatura e o poder de mobilização da oposição democrática venezuelana, promoveu Nicolás Maduro a defensor da liberdade ameaçada pela direita golpista.

Aos olhos da senadora que ganhou da Odebrecht dois codinomes e muito dinheiro, o tiranete bolivariano é vítima da onda de violência que, nos últimos três meses, já matou quase 100 oposicionistas. Maduro e Gleisi hoje lideram ramificações de uma velharia ideológica estacionada no século 19. Logo estarão disputando a liderança de alguma ala das cadeias em que ficarão hospedados.
Herculano
25/07/2017 16:47
MORO MANTÉM BLOQUEIO DE R$ 9 MILHõES DE LULA NA PREVIDÊNCIA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo.Texto de Fausto Macedo e Julia Affonso, da sucursal de Brasília. O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, ordenou nesta terça-feira, 25, que a BrasilPrev Seguros e Previdência mantenha o bloqueio de R$ 9 milhões do ex-presidente Lula.

Moro vetou qualquer 'movimentação ou resgate' do valor 'até nova determinação judicial'.

"Eventual resgate aguardará o julgamento da apelação contra a sentença criminal e será objeto de comunicação expressa", determinou o magistrado.

O bloqueio dos ativos do petista, até o montante de R$ 10 milhões, foi ordenado por Moro dois dias depois que ele condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex.

Inicialmente, em quatro contas do ex-presidente, o Banco Central encontrou R$ 606 mil. Na semana passada, a BrasilPrev comunicou Moro que embargou R$ 7,19 milhões de Lula em plano de previdência empresarial e mais R$ 1,84 milhão em plano de previdência individual.

Nesta terça, 25, Moro ordenou à BrasilPrev que mantenha sob embargo os R$ 9 milhões da Previdência de Lula.
Herculano
25/07/2017 16:40
DESCONTROLE. M AIS UM EXEMPLO COMO SE DESPERDIÇA OU SE ROUBA OS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS. GOVERNO PUBLICA MEDIDA PROVISóRIA PARA RECUPERAR R$600 MIL A SERVIDORES MORTOS

Conteúdo da AgênciaReuters. O presidente Michel Temer assinou Medida Provisória (MP) estabelecendo as regras para recuperar recursos pagos pela União, como salários e benefícios, a pessoas que faleceram, em mais um esforço para reforçar o caixa do governo, que vem sofrendo com a frustração de receitas neste ano.

Segundo fontes, essa medida de reversão de crédito pode trazer incremento de cerca de R$ 600 milhões aos cofres públicos em 2017 e contribuir para o cumprimento da meta fiscal, de déficit de R$ 139 bilhões. A MP foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira.

Em nota, o Planejamento destacou que o texto abrange valores depositados por todos os entes da administração pública (União, Estados e Municípios), sendo que o potencial de recuperação é de cerca de 600 milhões de reais em créditos indevidos já efetuados no âmbito federal.

"Além disso, (a MP) disciplina a reversão de outros R$ 55 milhões efetuados indevidamente por mês", informou o ministério.

No texto da MP, o governo estabeleceu as regras para restituição de valores creditados indevidamente por ente público em instituições financeiras, destacando que a MP não se aplica aos benefícios do Bolsa Família.

A ideia é que sejam estornados os pagamentos feitos indevidamente, já que hoje a comunicação do óbito aos órgãos públicos é feita com demora de cerca de três meses. Durante esse período, os recursos ficam parados ou sujeitos a saques fraudulentos.

A MP disciplina a devolução dos créditos, englobando tanto recursos recebidos por servidores, quanto por inativos, pensionistas e titulares de benefícios da Seguridade Social que já morreram.

A MP traz que, quando houver a comprovação do óbito pelo ente público, a instituição financeira terá de bloquear, de imediato, os valores pagos indevidamente, fazendo a restituição no quadragésimo quinto dia após o recebimento do requerimento.

"Na hipótese de não haver saldo suficiente para a restituição, inclusive em investimentos de aplicação ou resgate automático, a instituição financeira restituirá o valor disponível e comunicará a insuficiência de saldo ao ente público", segundo a MP.
Herculano
25/07/2017 16:34
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA. ASSUNTOS NÃO FALTAM. ENTÃO, O QUE ACONTECE SE AS MANCHETE NOS OUTROS ESTÃO ESCASSAS? O TRABALHO PARA ESCONDÊ-LOS, PREGUIÇA E O JOGO PARA NÃO SE INCOMODAR DIANTE DE TANTAS PRESSÕES. ACORDA, GASPAR!

Só para lembrar: teve coluna Olhando a Maré inédita no portal do Cruzeiro do Vale ontem segunda-feira, hoje e terá amanhã, isto sem falar na que acompanha a edição impressa do jornal na sexta-feira. Aliás, ela já está prontinha. E o Trapiche de pautas e assuntos continua abarrotado. Acorda, Gaspar!
Herculano
25/07/2017 16:26
PROCURADOR DA LAVA JATO DIZ QUE BRASIL NÃO PUNE CORRUPTOS E AINDA CRITICA RODRIGO MAIA

Conteúdo da Época Expresso. Texto de Niero Neto, com edição de Murilo Ramos. Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos procuradores que atuam na força-tarefa da Lava Jato no Paraná, afirmou, no Facebook, que o Brasil descumpre a obrigação de punir políticos corruptos. Lima citou o caso do deputado federal Paulo Maluf. "Somos um país em que a impunidade prevalece. Essa é nossa história. É mais rápido, por exemplo, Paulo Maluf ser punido por uma Justiça estrangeira que pelo nosso Poder Judiciário."

Lima afirmou também que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, "jogou no lixo" o Projeto de Lei das 10 Medidas Contra a Corrupção. Segundo o procurador, tinham "por base os melhores exemplos das legislações dos países desenvolvidos, paradigmas de uma justiça eficiente".

Em relação às eleições de 2018 e ao futuro da Lava Jato, Lima perguntou aos seguidores qual caminho desejam que seja trilhado. "Ao final desse processo de catarse que a Operação Lava Jato significa, teremos um país melhor, capaz de lidar adequadamente com os crimes de poderosos, ou teremos regredido para uma situação pior do que é hoje, com maiores dificuldades de alcançar criminosos do colarinho branco, políticos e empresários envolvidos em crimes graves?"
Herculano
25/07/2017 13:38
SEM REFORMAS, INSS DEIXA DE ECONOMIZAR R$ 18,6 bilhões

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli. O governo estima que deixará de economizar R$ 18,6 bilhões no curto prazo nas contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso a aprovação da reforma da Previdência seja adiada para depois das eleições presidenciais de 2018.

O cálculo, feito pelo Ministério da Fazenda a pedido do Estadão/Broadcast, leva em consideração o impacto direto das mudanças nas regras de aposentadorias e pensões previstas no substitutivo da Proposta da Emenda à Constituição (PEC), já aprovado pela comissão especial da reforma na Câmara dos Deputados.

Reforma da Previdência
Cálculo considera impacto de substitutivo da PEC aprovado por comissão especial da Câmara Foto: Dida Sampaio/Estadão
A discussão sobre o adiamento na mudança das regras de aposentadorias e pensões no Brasil ganhou força após o presidente Michel Temer ter sido denunciado por corrupção passiva na delação dos executivos da JBS. Com uma base aliada menos sólida, seria mais difícil para o presidente aprovar uma alteração tão profunda na Previdência do País.

Mesmo antes do estouro da crise política, o governo não tinha os 308 votos favoráveis necessários para aprovar uma emenda constitucional.

Líderes da base aliada já defenderam publicamente que a reforma seja reduzida a alguns pontos, como a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria. O Planalto, porém, ainda trabalha com o texto aprovado na comissão especial e planeja retomar as articulações para votação no início de agosto, logo após o Congresso votar a denúncia.

O levantamento sobre o "prejuízo" com um eventual adiamento da reforma pressupõe que o próximo presidente teria de aprovar, já em seu primeiro ano de governo, as mudanças previdenciárias. Portanto, o impacto fiscal positivo esperado com a reforma viria somente em 2020, no segundo ano do novo governo eleito.

Nesse cenário, deixariam de ser economizados no âmbito do INSS cerca de R$ 4,8 bilhões em 2018 e R$ 13,8 bilhões em 2019 (a valores de hoje). Essas cifras não consideram os efeitos indiretos que a aprovação da reforma teria nas expectativas e na queda mais rápida da taxa de juros determinada pelo Banco Central.

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Veja distorções existentes na Previdência brasileira
A perda com o adiamento da votação seria quase o dobro do que o governo espera arrecadar com o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis. A medida foi anunciada na semana passada com a estimativa de obter R$ 10,4 bilhões este ano e ajudar o governo a cumprir a meta fiscal deste ano, que corre o risco de não ser cumprida.

O impacto de um eventual adiamento só não é maior porque a proposta de reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional tem efeitos mais limitados no curto prazo. O potencial de economia para as contas públicas cresce ao longo do tempo.

1. Adiamento da reforma da Previdência ganhou força após o presidente Michel Temer ter sido denunciado por corrupção passiva.

2. Se reforma for adiada para depois das eleições presidenciais, o próximo presidente teria de aprovar as mudanças já no seu primeiro ano de mandato.

3. Com isso, o impacto fiscal positivo esperado pelo governo com a reforma viria apenas em 2020, ou no segundo ano do novo governo.
Herculano
25/07/2017 13:27
MAIS UM JUIZ DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUE TOMA UM MINUTO DE GLóRIA PARA APARECER PERANTE OS BRASILEIROS ENQUANTO SUAS VARAS ENTÃO ENTUPIDAS DE PROCESSOS MAIS URGENTES E SÉRIOS

JUIZ DO DF SUSPENDE AUMENTO DE IMPOSTO SOBRE COMBUSTÍVEIS NO PAÍS
DE BRASÍLIA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O juiz substituto Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do DF, suspendeu nesta terça-feira (25) o aumento de tributos sobre os combustíveis anunciado pelo governo na semana passada.

A decisão vale para todo o país. A AGU (Advocacia-Geral da União) informou que irá recorrer.

Em decisão provisória (liminar), o juiz suspendeu os efeitos do decreto que determinou o aumento de PIS/Cofins sobre gasolina e etanol.

O magistrado cita, entre outras ilegalidades, o não cumprimento da "noventena", prazo de 90 dias entre a edição da norma e sua entrada em vigor.

"Observo que a suspensão dos efeitos do mencionado Decreto tem como consequência o imediato retorno dos preços dos combustíveis, praticados antes da edição da norma", diz o juiz.

Em sua decisão, Borelli afirma ainda que a elevação das contribuições deveria ter sido feita por lei, e não por decreto
Herculano
25/07/2017 13:23
Ao Senta a Pua

O PMDB e o PP de Gaspar deveria fazer uma aliança de fato com o PT. São parecidíssimos na prática e resultados. Aliás, a aliança branca já existe, pois é tanta gente da antiga administração que continua em cargos de confiança... Então a briga, é de fachada.
SENTA A PUA
25/07/2017 11:43
PSD NO GOVERNO MUNICIPAL

Herculano, tá rolando uma conversa na cidade que o PSD vai aceitar a proposta do PMDB para embarcar no governo. Inclusive, houve uma reunião a alguns dias atrás entre os dois partidos para alinhar as conversas. Também, a pressa do governo para aprovar a reforma administrativa seria por isso, para colocar os membros do PSD em algumas dessas vagas.
Para você ver Herculano, tudo farinha do mesmo saco.
Herculano
25/07/2017 10:28
MÍDIA PERDE ESPAÇO PARA "JORNALISMO" CUJA FUNÇÃO É GERAR "NARRATIVAS", Joel Pinheiro da Fonseca, economista e filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Quando a repórter da CBN noticiou, na quarta (19) de manhã, que "moradores de rua em São Paulo são acordados com jatos de água fria", a imagem na mente do público foi instantânea: prefeito higienista expulsando mendigos indefesos do centro a canhão d'água.

Mas não era bem isso. Conforme a própria matéria relatava, funcionários terceirizados da limpeza teriam sido negligentes e molhado pertences ?"sobretudo cobertores?" de mendigos em vez de pedir que eles os retirassem antes de ligarem as mangueiras. O prefeito João Doria se prontificou a trabalhar com os funcionários da empresa para que esse tipo de descuido não mais ocorra.

Nenhuma pessoa foi alvo de jato d'água. Então a manchete mentiu? Não exatamente. Mesmo sem ter recebido o jato, pessoas foram acordadas por ele quando a água escorreu pelo chão e molhou seus pertences.

A manchete é verdadeira, mas a situação que ela descreve é diferente daquela que a maioria dos leitores imaginou quando a leu.

O veículo, tecnicamente, não mentiu; ou seja, não afirmou algo que se soubesse (ou julgasse) ser falso. Ele apresentou a informação verdadeira com aquilo que na mídia americana é chamado de "spin", que traduzo como "viés".

Havia um claro viés na manchete, motivado talvez pela preferência ideológica da jornalista ou pelo simples desejo de gerar reações indignadas e, portanto, cliques.

Gerou. Em poucas horas, a lenda do prefeito ordenando jatos d'água em mendigos já corria a internet, confirmada por cada nova formulação de site de esquerda ou formadores de opinião, como o vereador Eduardo Suplicy ou Guilherme Boulos, que tuitou "Num dos dias mais frios do ano, agentes da gestão Doria jogam jatos de água no povo de rua. Não é apenas higienismo, é barbárie!". Para fechar o ciclo, o site Brasil 247 reproduziu a frase do Boulos, se eximindo assim da responsabilidade sobre a verdade de seu conteúdo ao mesmo tempo em que disseminava a história falsa.

Do outro lado, o viés da notícia irritou os leitores de direita, reforçando a impressão de que a grande mídia esteja sistematicamente contra sua visão de mundo e produzindo "fake news". Correram, assim, para sua própria mídia, como o Jornalivre.

O Jornalivre, supostamente ligado ao MBL, não está no ramo da informação, e sim no da propaganda, buscando humilhar desafetos políticos e fanatizar o público leitor em sua visão maniqueísta e enraivecida do mundo. Seu trabalho se limita a comentar notícias ou posts de redes sociais que reforcem sua narrativa.

Em vez de apurar qualquer coisa relacionada à história, a ação deste site limitou-se a descobrir a identidade da jornalista da CBN, bem como suas preferências políticas, e oferecê-la aos leitores para que a hostilizassem, o que fizeram com gosto.

A mídia, imperfeita, perde espaço para um tipo de "jornalismo" que nem mais informa, cuja função é apenas torcer e gerar "narrativas" e assassinar reputações. Só que ela não é parte inocente nisso.

O viés estava lá na publicação original, pronto para ser explorado por veículos menores de esquerda e direita, cuja sobrevivência depende de desqualificar os órgãos dos quais chupam informação e audiência. Está na hora de reforçar o valor da imparcialidade? Isso pode significar menos cliques no curto prazo, mas é o que pode relegitimá-la no longo
Herculano
25/07/2017 10:23
MINISTROS USARAM JATINHOS 1.112 VEZES ESTE ANO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os 28 ministros do governo Michel Temer já realizaram este ano, até esta segunda (24), 1.112 viagens em jatinhos da FAB, que fazem parte do chamado Grupo de Transporte Especial (GTE), responsável pelas viagens de autoridades no Brasil. Em média, cada ministro usou jatos da FAB em 37 trechos, mas o campeão fez 92 voos, quase o triplo da média de todos os colegas: Osmar Terra (Desenvolvimento Social).

OS VICES
Os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Helder Barbalho (Integração) fizeram cada um 90 viagens nas asas da Força Aérea Brasileira.

TRANSPARÊNCIA
Enquanto estava na Transparência, Torquato Jardim não usou jato da FAB uma só vez. O interino, Wagner Rosário, também está invicto.

SURPRESA
Os paulistas Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Aloysio Nunes e José Serra (somados), no Itamaraty, têm 67 voos de jatinho cada.

IRONIA
O comandante da Aeronáutica é o chefe militar que menos usa jatos da FAB: 11 vezes este ano, contra 17 da Marinha e 26 do Exército.

PARA DERRUBAR TEMER, Só HÁ 171 DE 342 VOTOS
O Palácio do Planalto está cada vez mais confiante na rejeição da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Pelas contas do governo, 261 deputados federais já estão comprometidos em votar contra a denúncia a PGR, enquanto a oposição só consegue reunir, até agora, 171 votos. Oitenta parlamentares "querem reza", apresentando-se como indecisos. A contagem não inclui o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

JOGO PROFISSIONAL
Dois especialistas monitoram a tendência de votos: o deputado Beto Mansur (PRB-SP) e o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

DENÚNCIA FRACA
Para Beto Mansur, a denúncia será rejeitada porque "é inepta, muito fraca". E acha que as denúncias seguintes serão ainda mais fracas.

MONITORAMENTO
Mansur e Padilha utilizam um mesmo computador, na Casa Civil, na checagem dos votos dos deputados, praticamente minuto a minuto.

FENOMENAL
É um fenômeno a empresa de comunicação FSB, que serve a Deus e ao Diabo na terra do sol: além de fazer a comunicação de ministérios como Transportes e Saúde, atua na defesa de Michel Temer (tem até sala no Planalto) tanto quanto no ataque de Joesley Batista et caterva.

TEM DE TUDO
Tem de tudo entre os indecisos, no caso da denúncia da PGR: tucanos em cima do muro, deputados querendo mais cargos ou liberação de emendas, e até aqueles que estudam o processo seriamente.

CONFISSÃO DE DERROTA
É confissão de derrota a articulação oposicionista para esvaziar a sessão de votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara. Rodrigo Maia, o presidente, já marcou a data: quarta, 2 de agosto.

É PRETA
É preta a calcinha esquecida no chão da liderança do Partido da República (PR) na Câmara. Já tem até foto. O caso constrange mulheres que frequentam o local e nada têm com isso.

DOZE ANOS NO CARGO
Ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que ficou no cargo por 12 anos graças ao padrinho Renan Calheiros, é o mesmo que disse em gravação entregue ao MPF: "a presidente [Dilma] é bunda mole".

FÁBRICA DE LOROTAS
Foi denunciado à Justiça e ao tribunal de ética da OAB um advogado acusado de criar site para veicular falsas denúncias contra empresas de tecnologia como CBTI, Tecnobank e Infosolo, tentando desqualificá-las em licitações das quais participará a sua empresa, a HD Soluções.

ANULAR NÃO ADIANTA
A Justiça Eleitoral ainda hoje precisa esclarecer o mito eleitoral sobre os votos nulo e branco: ainda que mais de 50% dos eleitores anulem o voto ou votarem em branco, a eleição não será anulada.

TÁ RUIM PRA TODO MUNDO
A decisão do mais respeitado diário americano de negócios Wall Street Journal, de encerrar oito blogs (dois existiam há mais de 10 anos) é para unificar notícias. E parar de dividir leitores com os próprios blogs.

PENSANDO BEM...
...a oposição parece mais preocupada com a perda de espaço nos telejornais "Fora Temer" que com a derrota da denúncia da PGR.
Herculano
25/07/2017 10:20
FOLHA DE S. PAULO FAZ ATAQUE DESONESTO AO MBL E KIM KATAGUIRI REBATE, por Rodrigo Constantino, no jornl Gazeta do Povo, Curitiba PR

A Folha de SP publicou uma matéria hoje atacando o MBL como hipócrita, dando a entender que a rapaziada liberal condena o loteamento de cargos públicos enquanto adotaria a mesma prática. Eis um trecho da reportagem:

O banner de campanha dizia "candidato oficial: MBL 2016". Hoje, o ex-candidato a vereador pelo DEM Ramiro Zinder está em uma diretoria na Secretaria de Turismo de Florianópolis.

Líderes do Movimento Brasil Livre na mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, vêm ganhando cargos comissionados em grandes cidades neste ano.

O grupo foi um dos principais articuladores dos protestos contra o PT a partir de 2015 e tem milhões de seguidores nas redes sociais. No ano passado, o MBL lançou integrantes pelo país na eleição e, em alguns municípios, apoiou candidatos a prefeito.

A reportagem identificou lideranças do movimento nos protestos nomeados para cargos também em Porto Alegre, Goiânia, Caxias do Sul (RS) e São José dos Campos (SP). Os indicados têm perfil jovem e de início na carreira pública.

Consta apenas uma breve menção da resposta de Kim Kataguiri, de que as indicações não são políticas, e sim técnicas. Mas o jovem líder do movimento conversou com o "jornalista" em questão, e gravou a conversa. Fica claro que houve uma explicação detalhada de cada caso, o que foi omitido da reportagem. Kim rebateu, então, o ataque desonesto da Folha por meio de um vídeo https://youtu.be/euloMkyd468

Luciano Ayan foi ainda mais longe e chamou a tática da Folha de "fascista":

Saiu uma matéria da Folha adotando o padrão nazista ao atacar o MBL por ter números em 170 cidades pelo Brasil, ocupando cargos em 4 prefeituras.

Quer dizer: só faltou pedir para "fichar" os membros do MBL e proibi-los de participar. A matéria não apresentou um critério técnico para impedir a participação dessas pessoas na política.

Ao contrário: por ser um movimento político é vital que um prefeito liberal ou pelo menos de direita contrate pessoas com maior alinhamento ideológico, e movimentos como MBL são ideais para encontrar essas pessoas. Não apenas o MBL, claro, mas ultimamente o grupo é o mais citado como exemplo de inimigo para a extrema esquerda. (Dica aos demais grupos: se esforcem mais para serem citados tantas vezes como inimigos do PT e congêneres)

Enfim, a Folha jogou alto demais ao adotar a tática nazista.

Infelizmente, essa tem sido a prática constante da "Fake News". E depois a turma reclama quando a garotada liberal do MBL decide simplesmente ignorar ou ridicularizar o esforço de "checagem de fatos" dessa mesma patota enviesada. Ora, fingir que esse pessoal faz jornalismo de verdade é dar um respeito que a turma não merece, ajudando a confundir a cabeça dos leitores.

Diante de um embusteiro, a única saída decente é chamá-lo de embusteiro, não se curvar diante dele como se devesse explicações, assumindo que possui uma autoridade que não possui. Enquanto essa "Fake News" não tomar vergonha na cara, deve ser exposta ao ridículo diariamente mesmo. Chega de tanto viés ideológico, do duplo padrão, da hipocrisia da própria mídia!
Herculano
25/07/2017 10:09
A OUTRA AMEAÇA A LULA-18, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Uma das principais definições que o mundo político aguarda é se Luiz Inácio Lula da Silva poderá disputar a Presidência da República em 2018. Hoje ele aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto, mas, pela Lei da Ficha Limpa, perderá o direito de candidatar-se se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar a condenação que já lhe foi imposta pelo juiz Sergio Moro.

Só que a Ficha Limpa não é a única ameaça à candidatura Lula. Como me fez ver o leitor Milton Córdova Júnior, advogado que milita em Brasília, a ADPF 402, aquele julgamento no Supremo em que se tentou tirar Renan Calheiros do comando do Senado no ano passado, também poderá impedir Lula de concorrer.

Esse foi um juízo particularmente confuso cujo acórdão ainda não saiu publicado. A única coisa que ficou clara por enquanto é que a maioria dos juízes entendeu que, por força do artigo 86, § 1º, I da Constituição, réus não podem assumir a Presidência da República. Os magistrados até permitiram que Calheiros continuasse comandando a Casa, desde que fosse excluído da linha sucessória.

Ora, se um réu em processo criminal não pode assumir a Presidência nem mesmo interinamente, dá para argumentar que tampouco poderia fazê-lo na condição de titular. Córdova e outros advogados que já escreveram sobre o assunto entendem que Lula, que é réu em cinco processos, não poderia tornar-se presidente, embora possa disputar e assumir qualquer outro cargo eletivo. Não é uma tese pacífica, mas também não dá para descartá-la de chofre. É muito provável que venha a ser discutida no TSE e no próprio Supremo.

De minha parte, preferiria ver Lula concorrendo e sendo derrotado nas urnas. O país que reelege o partido cujas políticas econômicas provocaram a pior recessão da história sem que a legenda tenha ao menos feito uma autocrítica provavelmente merece os dissabores que experimenta.

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