25/10/2017
Depois de autorizar à “gravidez” da barranca do Ribeirão Gaspar Grande, no Centro da cidade, como noticiei aqui, e denunciada na Câmara pelo vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, respondeu ao requerimento do vereador. Disse, baseado nas informações do secretário de Planejamento Territorial, Alexandre Gevaerd, a quem está subordinada a superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que tudo o que foi feito “está normal” e dentro dos trâmites legais permitidos.
No ofício, alegou-se o que já se conhecia (e esperava).
A própria prefeitura entrou lá na barranca para fazer uma obra, a qual ela qualifica de “interesse público”, ou seja, para a proteção do escoamento das águas das ruas nas imediações do viaduto do Piscinão do Zuchi e que desaguam naquele ribeirão.
Primeiro, a vazão estava comprometida provocando alagamentos. E segundo, para a solução dos alagamentos com o consequente aumento do volume das águas no desague, isso poderia desestabilizar a barranca do ribeirão. De acordo com o ofício enviado ao vereador Cicero, uma inspeção “in loco” dos técnicos da prefeitura, não se constatou nada em desacordo com o projeto aprovado. Essa afirmação prova e chama para a prefeitura, a responsabilidade do que foi feito lá.
Mais uma vez, confirmou-se que quem autorizou a “gravidez” da barranca e que deu origem até a um estacionamento para particular que não existia, foi a própria prefeitura. Pois o avanço é a olhos vistos. Basta se comparar por fotos e depoimentos, as duas situações: a anterior e a atual.
No mesmo ofício, a prefeitura garante que o aterro não vai comprometer a vazão do ribeirão, como vem se alegando por moradores acima da obra. Para ela, na sustentação daquilo que fez, o que comprometia a vazão era a galhada que estava ali na foz do ribeirão.
Primeiro, esta afirmação de que a vazão não está comprometida só poderá ser comprovada na prática, ou seja, com as enxurradas. E ai poderá ser tarde. Segundo, por outro lado, mostra que a prefeitura falhou na limpeza do ribeirão e por causa disso, os moradores a montante foram prejudicados nas enxurradas anteriores. Ah! O mesmo ofício informa de que o trabalho não está completo: falta à recuperação das áreas degradadas com plantio de mudas. E isso vai demorar ainda mais três meses.
O vereador Cicero não está satisfeito com as explicações. E nem poderia estar. Na avaliação dele, “as respostas vagas já eram esperadas e suscitaram ainda mais dúvidas”. Por isso, ele estuda outro requerimento para esclarecer o que diz não está claro. Como são respostas oficiais, servirão também de provas em uma possível denúncia no Ministério Público, num estudo que ele faz com gente que entende do assunto (meio-ambiente e judicialização).
O vereador Cicero está encucado. Ele quer saber como a prefeitura contratou o serviço de engenharia externo à administração municipal e com dispensa de licitação. Por que não houve a recolocação da cerca, conforme prevê o projeto de recuperação? Quem foi (engenheiro?) que analisou o projeto e afirmou que não iria afetar as localidades a montante? Onde está o parecer da Defesa Civil, a aparelhada? Como farão a demarcação da área de APP descrita no PRAD e se vão considerar quantos metros de afastamento, os 30m que determina a Lei?
Como se vê, esse assunto está longe da normalidade como quer Kleber, seus secretários e assessores. Acorda, Gaspar!
Lembram-se daqueles discursos do PT e da administração de Pedro Celso Zuchi de que em ano de eleições não se podia doar às entidades gasparenses, porque os adversários e a Justiça tinham denunciado tal prática ao Tribunal de Contas do Estado? Pois é! O TCE confirmou que âmbito administrativo, tal prática é regular, se ela for continuada e estiver no Orçamento.
Discursos e interpretações tortas.
A vedação está apenas na legislação eleitoral e que muda, ou se altera a cada ano de eleição. Condenado por prática vedada, o juiz da sentença ou o Ministério Público repassam a decisão ao TCE para ver se lá há subsídios para análise de nova prática irregular. Foi o que aconteceu em Gaspar. E aí virou um carnaval para discursos, pose de vítimas e até se livrar dos pedichos. Mas, no TCE, atirou-se no que viu e se acertou no que não viu: havia irregularidade nas prestações das entidades.
A confirmação está na representação 13/00051695 2. Ela foi enviada ao Tribunal pela ex-juíza eleitoral da Comarca, Ana Paula Amaro da Silveira, “acerca de supostas irregularidades atinentes à destinação de recursos públicos a entidades civis”. Pois é: o pleno do TCE considerou normal os repasses financeiros para as entidades privadas sob a ótica da gestão pública. No mesmo julgamento, considerou que a ausência de previsão na LDO para a revisão dos vencimentos dos servidores públicos também não gera nenhuma infração administrativa para o gestor. Ambos podiam gerar no âmbito da legislação eleitoral em vigor à época
Se a ex-administração de Pedro Celso Zuchi, PT, se saiu bem perante o TCE, o mesmo não aconteceu com algumas entidades beneficiadas pelos repasses. Não foram encontradas pelo Tribunal, prestações de contas em parte de algumas dessas doações. São valores baixos, mas complicadores. Entre as com a recomendação de regularizar o gasto daquilo que receberam, estão o Coro Misto Santa Cecília, o Clube de Modelismo Asas do Vale, a Kodokan Judô Clube, a Associação dos Pais e Amigos do Futebol Menor do Tupi, o Conselho Comunitário de Segurança Santa Terezinha e o Clube Atlético Tupi, este, o mais alto e no valor de R$10 mil.
O que está claro? Regularidade administrativa não implica em vedações próprias da legislação eleitoral em ano de eleições. Acorda, Gaspar!
A minha opinião, sobre as sucessivas decisões heterodoxas do STF. Elas se revelam, tristemente, o que já se consagra em instâncias inferiores: além da excessiva demora nas decisões, lida-se com um judiciário ideológico, ou com uma “hermenêutica” muito particular de cada um, e entrou casos até, ares de autoritarismo.
Essa combinação retira à compreensão da pressuposta e necessária isenção na magistratura, a qual daria, se aplicada, mais valor à letra da Lei, do que ao espírito dela, este, por sua vez, sujeito às interpretações pessoais, momentâneas e de acomodações dos julgadores para os poderosos de plantão, em busca de mais poder, corrupção e vingança. Resumindo, o resultado ao final mostra-se nem sempre justo e até mesmo ideológico.
A Associação dos funcionários do Samae de Gaspar foi despejada, por meio de uma cartinha, da sua sede onde estava há 35 anos no morro da Igreja. A autarquia vai construir lá um novo reservatório de água tratada para o Centro da cidade. O caso tem tudo para parar na Justiça!
Isso mostra o grau de diálogo do presidente, José Hilário Melato, PP, o mais longevo dos vereadores e do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, este servidor público.
Caminhões no Centro ou fora da ponte Hercílio Deecke? Há uma confusão. O que se quer? Tirar os caminhões do Centro ou impedi-los de andar no Centro numa artéria intermunicipal como a Nereu Ramos e Avenida das Comunidades atendendo eventuais clientes empresas nestas ou dependentes dessas artérias?
Gaspar não tem jeito mesmo. Arruma confusão onde ela não existe. Afinal, o que se quer é que os caminhões que faziam rota entre a BR 470 e Gaspar pela ponte Hercílio Deecke, não a façam mais. Usem a ponte do Vale e que foi planejada para esta finalidade. Não é algo simples?
Numa primeira leva, está se gastando R$15.900,00 com árbitros para os 25º Jogos Escolares de Gaspar.
Na apresentação de ontem na prefeitura à imprensa do Vale sobre as mudanças do novo trânsito de Gaspar, uma confusão. Vereadores entenderam que eram também convidados com seus convivas. Essa comunicação do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, é torta. E da nisso!
A sessão da Câmara de vereadores ontem, terça-feira, foi interessante. A oposição foi tripudiar principalmente em dois assuntos: falta de vagas e meio período nas creches para arrumar vagas fake e a prometida greve dos servidores para o dia 31 de outubro, caso o prefeito não reveja o caso em que ele quer substituir o esperto penduricalho “auxilio alimentação” por ticket “refeição” ou “alimentação”. Nos dois casos quem chocou o ovo da serpente foi a própria situação.
Ilhota em chamas I A prefeitura abriu inscrições para concurso na área de Educação. Elas vão até o dia nove de novembro. E as provas serão no dia 19 de novembro.
Ilhota em chamas II. A água bateu no gogó. Aprendizado? Zero! O prefeito de Ilhota, que se diz empresário, Érico Oliveira, PMDB “criou” por decreto, uma “comissão técnica” de “Estudos e Avaliação das Perdas de Arrecadação”, oriundas da inadimplência fiscal ou desatualização das alíquotas e base de cálculo dos tributos municipais. Ele quer fazer mais uma revisão da legislação tributária. Ai, ai, ai.
Ilhota em chamas III. Chega a ser hilário e contraditório. Há um estoque de R$9 milhões em dívidas dos munícipes (e não deve ser de gente pequena) para com a prefeitura. E eles nem deram bolas para o Refis (programa de Recuperação Fiscal).
Ilhota em chamas IV. Se por um lado, o prefeito está aumentando impostos, ampliando alíquotas por leis e decretos, ele mandou estudar para rever ainda mais a legislação tributária? Ele precisa é cobrar os devedores. E há meios legais.
Ilhota em chamas V. Por outro lado, se há uma inadimplência tão alta, se os devedores de Ilhota não estão nem aí para um Refis que traz exagerados benefícios, o prefeito está criando despesas com o aumento do número de secretarias e cargos comissionados. É uma receita certa apenas para graves problemas. Um empresário devia saber bem disso.
Ilhota em chamas VI. Qual o medo do prefeito Érico? As possíveis perdas de arrecadação para fins de investimentos oriundos da diminuição dos recursos federais e estaduais a serem disponibilizados aos Municípios. É a tal contrapartida e garantias. Ora, se não gera e o que gera não entra, não como pedir ou contratar recursos das esferas estadual e federal ou até de bancos. É o cachorro correndo atrás do rabo.
Ilhota em chamas VII. Érico alega ainda que está fazendo supostos “esforços” em contingenciar os seus gastos, reduzindo o número de servidores e adotando medidas administrativas de racionalidade dos recursos públicos municipais. Como? Basta percorrer os seus atos assinados até agora. Eles estão exatamente nesta contramão.
Ilhota em chamas VIII. No fundo, a criatividade dos políticos nessas comissões serão as mesmas do século passado: criar mais impostos para os poucos pagadores fiéis; assustar os investidores gerados de renda e que serão absorvidos pelos vizinhos; perdoar os amigos, correligionários e os poderosos; permitir à inadimplência dos contumazes que já é alta em Ilhota. A comissão de iluminados tem 90 dias para as propostas mágicas.
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