Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

27/09/2017

ILHOTA EM CHAMAS E O PARQUINHO


Passados quase dez meses de governo, o prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, PMDB, exibe um contraste preocupante. Enquanto corta as verbas destinadas ao Fundo da Infância e Adolescência, que atinge diretamente a proteção (e a formação) dos vulneráveis e atitude que chama a atenção do Ministério Público, Érico está anunciando uma “grande pequena” obra para o dia 11 de outubro aos moradores mirins: um parquinho na Praça Central. É fruto da compra de vários deles como anunciei aqui anteriormente e cujo edital, teve que ser modificado pois cheirava direcionamento. Tudo a ver.

Mas, como sou um preguiçoso como ele mesmo me qualifica, vou colar aos leitores e leitoras da coluna, o próprio texto do prefeito e que Érico publicou na rede social dele, para que não reste a menor dúvida.

“Bom dia minha gente, não sei o que faziam tais administradores que não conseguiam ver que nossa cidade se deteriorava nas suas mãos, além de deixarem precariedade em tudo, no esporte, no lazer na educação na saúde etc... etc... etc...., ainda bem que se foram e que nunca mais este povo se esqueça o que foi feito de mal para este município, quero salientar que estou a nove meses no governo e consigo enxergar coisas que a muito tempo estão ao relento, nossas crianças precisam além de uma boa educação e saúde, precisam de desporto e lazer, e hoje convido todas as mães e pais com seus filhos pequeninos a estarem participando de uma simples e ignorada obra no dia 11/10 o novo parque municipal na praça central, onde estaremos oferecendo desporto e lazer num dia que nos remete ao dia da criança que é dia 12 e que vamos antecipar as festividades com uma confraternização com todas as escolas públicas e dar melhor qualidade de vida as nossas crianças, (como não dava e hoje dá), essa pergunta gostaria de ser respondido, isso com recursos próprios de economia e um valor tão irrisório pelo que a prefeitura arrecada, vamos aos poucos devolvendo a dignidade ao povo de Ilhota, dinheiro do povo simplesmente retornando para o povo”.

Volto. Os parquinhos são necessários, concluo e ponto final. Além da diversão, fazem a alegria da garotada despreocupadas com as segundas intenções dos adultos. Entretanto, é também uma ação demagógica como se viu perfeitamente no texto do prefeito; é política eleitoral; é revanchista; e como ele próprio assinalou, custa pouco, além de dar até retorno aos fornecedores de tais equipamentos, eu observo. Em breve, por falta de manutenção e vigilância, esses parquinhos estarão deteriorados e se compra outros, faz-se festa, inaugura-se, criam-se discursos e se arruma culpados. É assim que as coisas funcionam no mundo dos políticos, da maioria dos gestores públicos e no uso dos pesados impostos dos cidadãos.

Agora, investir na prevenção contra o abandono e à vulnerabilidade de crianças e adolescentes, com programas sociais, suportados por verbas públicas do FIA, isso não rende votos, discursos e provocações. Este gesto de construir o futuro de gente à beira de abismos por vulnerabilidade social deixados por adultos (pais, parentes, sociedade e autoridades), não é visto pelos passantes da rodovia Jorge Lacerda e os que estão no Centro da cidade como o parquinho. Ele é o outdoor do político no poder de plantão. É a propaganda visível e recompensada.

O político prefere a maquiagem, o marketing e a imagem. E faz isso de caso pensado, pois sabe que investir na proteção de crianças e adolescentes é algo de longo prazo e político, não é visível, não é mensurado, não rende votos imediatos. O político no poder e pelo poder, tem pressa para se manter sempre na berlinda como o benfeitor do momento, mesmo que as crianças alegres do parquinho sejam apenas uma imagem que escondem outra parte desabrigada, desamparada, exposta ao futuro de marcas. Político precisa de circo, pão, analfabetos, ignorantes, desinformados e diversão. Formar cidadãos dá trabalho, consome dinheiro. E vai que essa criança salva do mundo do crime se torne um opositor à demagogia. Então é melhor e mais barato, como acentua o prefeito, dar parquinhos... Uma troca perfeita no Dia das Crianças.

ESTÁGIO OU COMISSIONADO DE LUXO?

Este assunto não é novo aos leitores e leitoras desta coluna. Também é repetida à desconfiança do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, contra a forma de escolha e o possível mau uso dos estagiários na prefeitura de Gaspar. O tema voltou com o debate do Projeto de Lei 40/2017 e que trata da “remuneração da bolsa estágio na administração direta e indireta do poder executivo e legislativo municipal, e órgãos públicos convenentes”.

O primeiro impasse foi a quebra do regime de urgência. O segundo está –e o vereador vive martelando há tempo - na forma de escolha desses estagiários para a prefeitura de Gaspar, especialmente no atual governo de Kleber Edson Wan Dall. O vereador Cicero insiste, que, enxerga nesse processo, vícios claros, os quais não permitem acesso universal aos qualificados e competentes, mas aos amigos do poder de plantão por meio de indicações disfarçadas com a conivência do contratante o CIEE. Cicero, da tribuna repete que quer clareza, transparência e mais: concurso ou um tipo de seleção mais abrangente com ampla publicidade para dar mais oportunidades aos jovens sem padrinhos políticos ou gente influente daqui e até de outros municípios.

Finalmente, outra preocupação do vereador, no fundo apenas reverbera uma desconfiança do Sintraspug – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar. Boa parte dos “estagiários” estaria sendo usada de forma inadequada, ou disfarçada no serviço público, para substituir a mão-de-obra concursada, numa ofensa ao artigo 37 da Constituição Federal. Esta desconfiança também é alimentada pelo Ministério Público da Comarca que trabalha neste assunto e não é de hoje. Vem desde o governo de Adilson Luiz Schmitt (sem partido) e prosseguiu durante toda a administração de Pedro Celso Zuchi, PT.

TRAPICHE

Tem gente na Câmara de Gaspar, que por falta de assunto e controle dos quadros de assessoramento da Casa, está repetindo os seus ou os requerimentos e indicações dos outros vereadores.

Esta situação pode mostrar também que o governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, não tem dado conta do recado, principalmente no que tange as indicações.

Os 30 dias do suplente de vereador Joaquim Araldi, PRB, tirou do conforto alguns vereadores de Gaspar e que praticamente formaram um grupinho. Entre os que se sentiram a urticária está o próprio presidente da Câmara, Ciro André Quintino, PMDB.

A passagem do suplente foi como um furacão, como bem definiu um assessor da Casa em contato casual: foi rápido, fez estragos e deixou marcas expostas. Sobrou até para o seu próprio partido, que segundo confessou, está resumido a ele próprio e ao “Robson”.

Araldi na sua primeira sessão arrumou assombro quando cobrou do Executivo explicações sobre a vinda da Havan para Gaspar. Ingênuo, marcou terreno de forma errada e por isso, teve que enfrentar a turma do “deixa disso”. Queixoso sublinhou: “não vim aqui para agradar”. Na saída reclamou: “nada pode!”

“Andem por aí como eu andei. Fiz 450 visitas e pude constatar que 90% das pessoas estão descontentes”, informou Araldi na tribuna da Câmara ao fazer o balanço da sua passagem por lá. E segundo ele, a advertência não era só sobre a administração de Kleber – que andou negando pleitos seus de ajuda comunitária -, mas segundo ele, sobre os próprios vereadores, que teriam se afastado do povo.

Nas contas dele, a prefeitura de Gaspar teria arrecadado mais de R$120 milhões nos oito primeiros meses e estaria negando migalhas. Ou seja, os políticos sempre têm suas contas próprias. “Vou continuar a fiscalizar”, advertiu. E depois sou eu, o crítico. Sou apenas um canal de tantos problemas e reprimidos da cidade. Acorda, Gaspar!

Gigolô. A Celesc cobra dos municípios, 5% do arrecadado de taxa de administração para arrecadar a Cosip –Contribuição de Iluminação Pública – dos pagadores de energia. Um absurdo. Pior: leva quatro meses para repassar o cobrado às prefeituras. Ou seja, trabalha com o dinheiro dos outros.

Já está mais do que na hora de se trabalhar com estatísticas. Não há planejamento sem números corretos. E fazer discursos com supostos números, revela descomprometimento com assuntos sérios. O secretário de Turismo de Gaspar, Norberto Mette, PSDB, foi conhecer as cascatas e as potencialidades turísticas do Distrito do Belchior. É que ele estava acostumado com as de Blumenau e de onde saiu faz tempo.

E veio do Belchior com ideias para incrementar este tipo de atividade. Segundo os seus cálculos, nos sete “balneários”, podem passar num único final de semana (especificamente domingo), até 20 mil pessoas. Há provas? Não há! Cada administração, cada secretário possui os seus. História antiga, portanto.

Estes números foram jogados por Norberto Mette e a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, que a acompanhou, para provar que há necessidade de se melhorar a infraestrutura para dar segurança, conforto, até atrair mais gente, e talvez criar maior retorno de impostos. Hum!

A única coisa prioritária que está em jogo neste caso, é a preservação da natureza e disso nada se falou, por enquanto. Sem ela, e principalmente a proteção das fontes de águas naturais, com qualidade e quantidade preservadas, não haverá este tipo de turismo no Belchior, em breve.

A exploração imobiliária próximo às nascentes e cursos dos ribeirões que alimentam as cascatas é um fato concreto. Basta um voo panorâmico naquelas bandas. E uma história de contaminação espalhada por ai nesse público alvo, poderia ser fatal, não para uma, mas para todos os sete empreendimentos. Então...

Os vereadores de Gaspar usam recurso áudiovisual nas suas apresentações. Excelente. Recurso que, praticamente, iniciou-se com uso intensivo e continuado da ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Ela se valia da didática comum à sua profissão de professora.

Mas, quem assiste os pronunciamentos dos vereadores pela internet (facebook ou site), fica boiando. Sequer consegue o áudio. Vê apenas o vereador olhando para a tela. Ou seja, os vereadores avançaram, mas a área técnica da Câmara, bem paga, continua comendo poeira na comunicação.

Perguntar, não ofende. No domingo houve a Meia Maratona do Bela Vista. O corpo de agentes da Ditran de Gaspar estava em peso para o apoio ao evento. Foi de graça ou cobraram pelo serviço para algo que é particular?

Ilhota em chamas II. Depois de criar a Ditran – Diretoria de Trânsito –, o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, acaba de criar e regulamentar a Jari – Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito.

Ilhota em chamas III. A Jari vai julgar os recursos dos que se acham multados sem razão no município. Hum!

 

Edição 1820

Comentários

Sidnei Luis Reinert
28/09/2017 17:31
Eleição de 2018 sem novidades no front?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A Corrida Maluca pela sucessão presidencial de 2018 indica uma tendência assustadora e decepcionante para um eleitorado que manifesta, em conversas informas e nas redes sociais, um claro desejo por mudanças. As candidaturas que se apresentam e que podem surgir serão resultantes de alianças político-econômicas que desejam exatamente o contrário da maioria da população.
Os estrategistas querem apenas algumas reformas. Por isso, apesar dos aparentes conflitos entre os candidatos "personagens" e suas patéticas encenações, os controladores e financiadores das engrenagens do sistema não querem, de verdade, romper com o modelo do Estado-Ladrão Capimunista. O pretenso discurso "liberal" esconde a vontade real de manter o rentismo ?" a pouco republicana parceria privada-estatal para ganhar dinheiro, facilmente, com a rolagem da "dívida" pública, enquanto se finge uma "redução" de gastos.
O previsível quadro eleitoral é dantesco. Em ritmo de "Perdemos", o PT e o líder da seita Luiz Inácio Lula da Silva estão desgastados demais para algum favoritismo na disputa presidencial. Situação parecida com a do PMDB, cuja cúpula é fortíssima candidata a puxar alguma cadeia, após condenações por corrupção. O PSDB também deixa de ser, no imaginário popular, uma alternativa confiável, graças ao fenômeno desmoralizador chamado Aécio Neves.
A situação mais estranha é a do DEM. Sempre governista, o velho PFL tenta se reinventar com a marketagem "liberal" no discurso, porém intervencionista-estatal na prática. A ironia é que a turma do DEM foi a base de fundação da "Nova República" de 1985 junto com o PMDB (de cuja costela nasceu o PSDB). Agora, os "democratas" lideram um time de ricaços para recuperar o poder em 2018. Nizan Guanaes, Abílio Diniz, Armínio Fraga, Jorge Lehmann, Eduardo Mofarej, Luciano Huck e a Família Marinho, dentre outros, formam um fundo para eleger até 100 parlamentares identificados com as supostas idéias liberais.
A intenção máxima é emplacar um candidato de "centro-direita" no Palácio do Planalto. João Dória briga para ser este nome. Mas pode ser atropelado por Luciano Huck. A tática é oferecer um candidato supostamente "não-político tradicional". Uma prioridade imediata é conter candidaturas como a de Jair Bolsonaro ?" que terá imensas dificuldades com a inconsistência partidária do "Patriotas" (ex-Partido Ecológico Nacional) ?" e a de Álvaro Dias pelo "Podemos" ?" que enfrenta problema idêntico.
Perdida com $talinácio (sério candidato a várias condenações com risco concreto de prisão), a esquerda terá imensas dificuldades em se juntar em torno do "coronel" Ciro Gomes ?" que vem pelo PDT que há muito tempo corrompeu o brizolismo originário. A possível candidatura tucana de Geraldo Alckmin também terá imensas dificuldades para se posicionar na faixa de centro esquerda. Até agora, ninguém se apresenta como um candidato viável a suceder Michel Temer.
Acompanhe, com cuidado, o movimento para salvar Aécio Neves, e verá a atuação cínica das forças políticas e econômicas que sempre mandaram no Brasil.
Até quando o Brasil seguirá no ritmo de mais do mesmo, sem novidades concretas no front das mudanças políticas e estruturais?
Herculano
28/09/2017 17:11
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O DE MAIOR CIRCULAÇÃO E DE MAIOR CREDIBILIDADE
Mariazinha Beata
28/09/2017 12:34
Seu Herculano;

"O Jornal das Dez, da Globo News, todas as sextas-feiras faz um 'resumo da semana', no qual elenca os assuntos mais importantes do período."

Gostei desta informação, porque nem perco meu tempo assistindo a Globonews como também não leio rascunho de padreco.

Bye, bye!
Herculano
28/09/2017 11:10
SOCIALISMO, IMPRENSA E OS ESPANTALHOS, por João Cesar de Melo, no Instituto Liberal

O Jornal das Dez, da Globo News, todas as sextas-feiras faz um "resumo da semana", no qual elenca os assuntos mais importantes do período.

Na semana que passou, tivemos um ex-presidente da república se tornando réu pela 6° vez, o atual presidente da república sendo incriminado noutra delação premiada da Lava Jato, pequena melhora nos indicativos econômicos e a guerra entre facções criminosas no Rio de Janeiro.

A despeito disso, a Globo News elegeu a "liberação da cura gay" como o assunto mais importante da semana.

O escolhido para comentar o assunto, por meio de uma crônica, foi o jornalista Jorge Pontual, aquele que toda semana declama poemas lindos e que, ao falar morte do ditador assassino Fidel Castro, não conteve sua emoção e chorou de tristeza, ao vivo.

O Brasil está tentando sair de uma grave crise econômica provocada por um governo de esquerda, mas? "precisamos combater a homofobia".

A Venezuela continua sendo afundada pelo socialismo, mas? "precisamos combater o aquecimento global".

Uma ditadura comunista ameaça lançar mísseis nucleares contra seus vizinhos, mas? "precisamos combater o neonazismo".

Por que fazem isso?

Uma das principais estratégias do movimento socialista é utilizar a imprensa para criar espantalhos midiáticos. Ela cria pautas a partir da distorção de fatos e lança massivamente para o público. Em seguida, promove debates entre seus "especialistas" de estimação, todos de esquerda. Por fim, conclui que o grande problema é o avanço da direita, o que precisa ser combatido.

Enxergando isso, entende-se porque a Rede Globo, desde o desmoronamento do petismo e do bolivarianismo, dispara as mais diversas matérias sobre homofobia, nazismo e aquecimento global.

Aos fatos:

O preconceito contra gays está longe de ser o maior absurdo desse país. Gays têm vidas normais, estudam, trabalham, se casam, estão na mídia o tempo todo. Não devemos negar a existência do preconceito, mas reconhecer que nossos reais problemas são muito, muito maiores do que esse.

O "movimento neonazista" está a uma galáxia de distância de ser um problema para a humanidade. Os insignificantes grupos que defendem isso não contam com apoio de ninguém. Se não fosse a imprensa, nenhum de nós teria visto ou ouvido falar sobre isso.

O tal "aquecimento global" já foi refutado por dezenas de cientistas independentes. O esforço da imprensa em nos fazer acreditar na eminente hecatombe climática tem o objetivo de criar o ambiente político para a criação de um trilionário fundo que seria administrado, claro, pela esquerda, que financiaria as milhares de células socialistas disfarçadas de organizações ambientais pelo mundo.

Mais:

Ao reproduzir sistematicamente o termo "extrema-direita" na cobertura das eleições na Alemanha, ontem, a intenção da Rede Globo foi fazer com que seus telespectadores vinculem tudo o que não é esquerda a Hitler ?" conservadores, liberais e libertários são todos nazistas.

Ao mesmo tempo em que joga tudo o que está à direita do socialismo na extremidade do mal, a Globo apresenta a esquerda como a guardiã da paz e da tolerância universal.

Afinal, qual a pauta defendida por essa "extrema-direita" europeia? Controle de imigração num continente majoritariamente cristão onde ataques terroristas promovidos por muçulmanos se tornam cada vez mais frequentes. Que terrível!

Rotulando Trump como um monstro, a imprensa tenta relacioná-lo a outro "monstro", Jair Bolsonaro ?" dois representantes da "extrema-direita"! Esses são os grandes vilões da imprensa brasileira, a mesma que suspira de amor pela ditadura cubana e que dias atrás, por meio da ABI, promoveu um evento em homenagem ao assassino Che Guevara.

O show de horrores do jornalismo está, sem qualquer pudor, construindo a narrativa de que o ditador comunista norte-coreano apenas reage às ameaças do presidente americano.

Marcelo Lins, o especialista em todos os assuntos da Globo News, se refere à horrenda ditadura norte-coreana como "regime polêmico".

Resumo: A estratégia dos espantalhos é a tentativa da imprensa de impedir que a população enxergue que as maiores desgraças do mundo foram e continuam sendo promovidas pelo socialismo.

Qual foi a ideologia que matou mais de 100 milhões de pessoas no último século na União Soviética, no leste europeu, na China, na Alemanha, no Camboja e na América Latina?

Qual é a ideologia por trás das FARCs, grupo terrorista que sequestrou, torturou, assassinou dezenas de milhares de pessoas na Colômbia?

Qual é a ideologia por trás do regime que levou à miséria quase 90% da população da Venezuela, país com as maiores reservas de petróleo do mundo?

Qual é a ideologia que mantém os cubanos escravizados há quase 60 anos?

Qual é a ideologia por trás da ditadura da Coreia do Norte, que está nesse momento ameaçando o mundo com ataques nucleares?

Qual a ideologia por trás dos governos petistas que afundaram o Brasil na maior recessão de sua história?

Qual a ideologia que argumenta as invasões de fazenda e os bloqueios de estradas promovidos por grupos como o MST?

Qual a ideologia das ONGs que se dedicam a defender a delinquência juvenil?

Qual a ideologia que diz que uma pessoa deve ter liberdade para sexo, drogas e aborto, mas não para negociar seu próprio trabalho e defender sua vida de agressões?

Qual a ideologia que inflama os ânimos dos vândalos de classe média que volta e meia promovem depredações nas cidades?

Qual a ideologia das pessoas que defendem o ex-presidente da república condenado por corrupção?

Qual é a ideologia que faz pulsar os corações da grande maioria dos jornalistas brasileiros?

Os espantalhos que a imprensa cria e apresenta todos os dias têm o objetivo de não deixar que as pessoas concluam que as perguntas acima têm uma única resposta: SOCIALISMO.
vlad
28/09/2017 11:05
A 'reforma política' na Câmara nem pensa em voto facultativo.
Votar não é direito nem obrigação, com esse quadro político, votar é humilhação.
Herculano
28/09/2017 11:03
da série: além de bandidos que forjam documentos, são toscos, desafiam a lógica e a tecnologia, como se o mundo fosse de ignorantes, analfabetos e desinformados. E pensar que esse pessoal governou o Brasil, posa de vestal e tem gente que vota. Deve ser tão bandida quanto

A FRAUDE DESMASCARADA

Conteúdo de O Antagonista. Glaucos Costamarques vai dizer duas coisas a Sergio Moro:

1 - O advogado de Lula, Roberto Teixeira, mandou-o assinar, de uma só vez, 26 recibos de aluguel, em novembro de 2015.

2 - Os recibos anteriores àquela data são forjados, porque até então ele nunca havia recebido um tostão de Lula.

Os peritos da PF não terão a menor dificuldade para demonstrar que os recibos foram assinados de uma só vez.

E um laudo da PF anexado a esse processo já provou que Glaucos Costamarques não recebeu pagamentos de Lula.

Roberto Teixeira, o advogado de Lula, mandou o laranja da cobertura em São Bernardo, Glaucos Costamarques, assinar 26 recibos falsos depois da prisão de José Carlos Bumlai.

Investigadores da Lava Jato, segundo O Globo, "avaliam o episódio como uma possível tentativa de obstrução à Justiça por parte de Lula, uma vez que a defesa procurou um dos réus ainda com as investigações em curso".

E o que dizer da entrega de documentos falsos à Lava Jato, nesta segunda-feira? Se a fraude processual for comprovada pelos peritos da PF, o juiz Sergio Moro tem de mandar prender Lula imediatamente.
Miguel José Teixeira
28/09/2017 08:23
Senhores,

Da série "agora é moda!"

Vários partidos políticos estão retirando o "P" do seu nome com a intenção de ludibriar o eleitor.
"P" de "PaTifes". . .
Tiram o "P" mas os PaTifes continuam. . .
Herculano
28/09/2017 08:08
NÃO HÁ DÚVIDA JURÍDICA EM DECISÃO SOBRE AÉCIO, DIZ BARROSO

Conteúdo de Breno Pires e Rafael Moraes Moura, no jornal O Estado de S. Paulo, da sucursal de Brasília.O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (27) que não há dúvida jurídica em torno da decisão da Primeira Turma da Corte que decidiu na última terça-feira (26) afastar o senador Aécio Neves (PMDB-MG) das funções parlamentares.

"A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal não decretou a prisão do senador. O que a Primeira Turma fez foi restabelecer as medidas cautelares, inclusive a de afastamento que já havia sido estabelecida pelo ministro (Edson) Fachin, acrescentando uma a mais: que é a do recolhimento domiciliar no período noturno", disse Barroso, depois de participar da sessão plenária do STF.

Barroso destacou que o recolhimento domiciliar noturno é uma medida prevista expressamente no artigo 319 do Código de Processo Penal. O artigo em questão diz que o recolhimento domiciliar no período noturno é uma das medidas cautelares "diversas da prisão".

"Esse dispositivo foi acrescentado ao Código de Processo Penal pelo Congresso Nacional, em 2011. Portanto, é o Congresso Nacional que definiu que essa não é uma hipótese de prisão. Portanto, com todo o respeito a todas as opiniões, não há uma dúvida jurídica aqui. O direito é claríssimo", ressaltou Barroso.

"Respeito todos os pontos de vista e acho que as pessoas na vida têm direito à própria opinião. Mas não aos próprios fatos. As pessoas todas podem ter a sua opinião política a respeito dessa matéria, menos eu que não sou comentarista político", concluiu o ministro.

O ministro Luiz Fux, que acompanhou o voto de Barroso no julgamento da Primeira Turma sobre Aécio Neves, concordou com a avaliação de que o recolhimento domiciliar noturno não é prisão. "O próprio artigo 319 diz que poderá ser decretada a medida alternativa à prisão nas seguintes hipóteses, e aí enumera quais são, digamos assim, as espécies de medidas alternativas à prisão", observou Fux.

"O Supremo Tribunal Federal já aplicou medidas cautelares quanto a deputados federais, já decretou a prisão de um senador, e não houve nenhum movimento de contrariedade à decisão judicial por parte do Parlamento. Então a postura do Parlamento sempre tem sido de respeito às decisões judiciais", afirmou Fux.

NOTIFICAÇÃO. Ainda não há uma data prevista para o STF notificar o Senado da decisão do afastamento do senador Aécio Neves das funções parlamentares.

Na interpretação inicial do presidente da Primeira Turma do STF, ministro Marco Aurélio Mello, a quem cabe enviar a notificação, é necessário aguardar o acórdão do julgamento desta terça-feira.

O responsável pelo acórdão é o ministro Luís Roberto Barroso, autor do primeiro voto da corrente que venceu por 3 a 2 o julgamento, determinando tanto o afastamento quanto o recolhimento domiciliar noturno.

O gabinete do ministro Barroso confirmou, na tarde desta quarta-feira que o ministro já liberou a ementa e a conclusão do voto, com as providências determinadas. Um dos pontos que Barroso ficou por esclarecer era o intervalo de horas em que Aécio Neves deverá ficar em recolhimento domiciliar noturno.

Ainda segundo o gabinete, a publicação do acórdão depende de todos os demais ministros liberarem os seus votos. (Rafael Moraes Moura e Breno Pires)
Herculano
28/09/2017 08:01
LULA VETOU PROPOSTA DE ACORDO DE LENIÊNCIA DO PT, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula vetou pessoalmente a proposta do amigo João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, de negociar acordo de leniência do PT com a Justiça, confessando seus crimes e pedindo desculpas aos brasileiros. Na opinião de Vaccari e de enrolados como o ex-ministro Antônio Palocci, um acordo de leniência poderia abrir caminho para o PT não ser extinto, como prevê a lei, e preservar os mandatos.

REAÇÃO IMEDIATA
"Tá maluco?", respondeu Lula ao então presidente do partido, Rui Falcão, portador da proposta de acordo de leniência feita por Vaccari.

NENHUMA SURPRESA
As ações em que é réu por corrupção e a carta de Palocci permitem entender por que Lula não quer ver o PT confessando seus crimes.

CRENÇA EM DUENDES
Dirigentes petistas acham que Lula até parece acreditar na própria lorota de que não há ninguém mais honesto que ele "nesse País" (sic).

EXTINÇÃO POSSÍVEL
O risco do PT é concreto: a lei prevê a extinção de partido que financiem suas campanhas com dinheiro roubado dos cofres públicos.

É ILEGAL O SENADO 'JULGAR' AFASTAMENTO DE AÉCIO
O artigo 53 da Constituição prevê que somente serão submetidas ao Senado ou a Câmara decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a prisão de parlamentares. Esse não é o caso das medidas cautelares de afastamento do Senado e recolhimento domiciliar noturno determinadas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por isso, será ilegal ou inócuo eventual exame da decisão pelo plenário do Senado.

SEM CABIMENTO
Para Rodrigo Capez, juiz auxiliar do STF e autor de "Prisão e medidas cautelares diversas", não cabe ao Senado avaliar medidas cautelares.

FUX AVISOU
O ministro Luiz Fux advertiu o Senado para a necessidade de fazer cumprir imediatamente a decisão do STF envolvendo Aécio Neves.

PERPLEXIDADE
Aécio Neves disse ter ficado perplexo com a decisão do STF. Para ele, o afastamento do mandato é condenação sem processo aberto.

VAI MUDAR
O governo federal está concluindo o pacote de ajustes na sua área de comunicação social, ainda obedientes às regras estabelecidas nos governos do PT. Mais do que cortes, haverá racionalização de gastos.

CINTO APERTADO
Sobre o inchaço da máquina, o Ministério do Planejamento informa que concursos foram suspensos com o ajuste fiscal. E o crescimento no número de servidores, 0,3% em 2017, é o menor desde 2013 (1,7%).

COTA PARA MULHERES
Líderes da Câmara fizeram acordo para votar a emenda, parada desde 2015, que reserva 10% das vagas no Congresso às mulheres em 2018. Elas representam, em média, só 11,8% dos parlamentares brasileiros.

INSPIRAÇÃO
Ex-braço direito de Rodrigo Janot, Marcelo Miller inspirou o projeto do do presidente da CPI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), de fixar quarentena para procuradores que abandonem a carreira.

CLIENTE DEMITE A FORD
Cliente Ford há décadas no Brasil, um empresário de Brasília informou às concessionárias Smaff e Slaviero que não comprará mais veículos da marca. Seu Fusion está parado na oficina há 70 dias, sem peças.

ALEGAÇÃO FRÁGIL
Ao assediar juízes do Trabalho a não aplicar a reforma trabalhista, entidades de classe sugere citar supostas "inconstitucionalidades", que, na verdade, nem sequer alegaram junto ao Supremo Tribunal Federal.

POUCO MUDA
Apesar das duas absolvições no TRF-4, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto permanece condenado a 21 anos e dois meses de cadeia e reponde ainda por outras quatro ações penais.

CAMARADA RETIRANTE
Jovem jornalista em Alagoas, o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB) redigia discursos para o deputado estadual Renan Calheiros, no fim dos anos 1970. Mas o PCdoB o convocou para militar em São Paulo, a partir de onde refundaria a UNE e mudaria seu destino, fazendo carreira política.

PENSANDO BEM...:
...após o PMDB virar MDB, os tucanos avaliam cortar o "p" e virar SDB. Mas rima com SPC, que só lembra nome sujo.
Herculano
28/09/2017 07:57
LEILOEIRO DE OBRAS PRONTAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Teve algum sucesso o leilão de usinas hidrelétricas e de áreas de exploração de petróleo, nesta quarta-feira (27). Há dinheiro para investimento no Brasil.

A ressalva "algum sucesso" se deve ao fato de que foram vendidas obras prontas, na prática. É mais fácil leiloar aeroportos, como o governo fez em março. Ou hidrelétricas prontas faz décadas, caso parecido ao da venda de um posto de gasolina em avenida movimentada, mal comparando, mas não muito.

Este governo decerto limpou o entulho que bloqueava negócios de petróleo. Mas, tiradas essas bobagens de Lula e Dilma Rousseff, trata-se de negócio mapeado em décadas de investimentos e pesquisas da Petrobras. Problema maior é destravar concessões e investimentos em negócio novo.

Há quem diga que neste governo, ou seus economistas e engenheiros, se faz mais reforma econômica que na década anterior. Tudo bem. Mas este mesmo governo criou e aprovou um plano radical de redução do gasto público, em especial de investimento, de privatização e de enxugamento de crédito dos bancos estatais. Pode fazer sentido, mas é preciso colocar algo no lugar, logo.

Talvez o investimento destrave no médio prazo, com as mudanças regulatórias. Talvez a empresa privada seja mais capaz (nem sempre. Oi? Eike? Concessionárias picaretas de estradas?). Mas temos um problema urgente e grave de escassez de investimentos, o que retarda a volta do crescimento e pode jogar no escuro a recuperação que vier (de onde vai vir o investimento em energia elétrica?).

Sim, é mais difícil fazer leilão de estradas novas, conserto de licitações micadas, acordos de leniência. Mas está tudo atrasado. Pior ainda é o caso teratológico das ferrovias, mixórdia de privatização porca dos anos FHC, de uma estatal de histórico corrupto e incompetente, a Valec, e de programas doidivanas de expansão sob Lula e Dilma.

Estão atrasadas as novas regulamentações de mineração, gás, teles. Os assuntos parecem esotéricos, mas é assim que se pode ressuscitar o investimento, dar uso a uma fonte de energia abundante (gás) e até fazer com que o seu celular tenha conexão melhor com a internet (teles).

Sem nova regulação das concessões de telefonia, o investimento fica abaixo do potencial. Sem criação de um mercado e "regras de trânsito" para o gás não haverá investimento privado

O código mineração está empoeirado faz mais de 20 anos. Dilma fez um projeto de mudança em 2013, enterrado por rolos do PMDB e pelo impeachment. Agora tramita como medida provisória, mas o lobby das empresas diz, bidu, que novos impostos vão provocar redução dos investimentos.

Tais regulações são infernalmente complexas e não dependem apenas do governo, claro, mas deste indizível Congresso e até do Supremo.

Além do mais, é fácil ser levado na conversa dos lobbies (faltam centros independentes de análise). As novas concessões podem virar carta de corso, dar em espoliação do consumidor ou do ambiente. Alguém pode comprar uma medida provisória. Logo, a exigência de pressa tem de ser qualificada. Mas a míngua do gasto público em obras e os atrasos das concessões de infraestrutura estão criando um vácuo que pode asfixiar a economia
Herculano
28/09/2017 07:54
SE PT É OPORTUNISTA AO PROTESTO CONTRA A 1ª TURMA, PSDB É O QUÊ AO SE CALAR? APENAS COVARDE? AH, QUE DIVERTIDO! por Reinaldo Azevedo

Sempre me diverte quando uns tontos e umas tontas que nada conhecem de política ?" confundem seu ódio ou seu oportunismo com pensamento; não têm fontes, não conhecem ninguém ?" tentam me dar aula para, como é mesmo?, "revelar" o que ainda não percebi. Se é possível desconstruir raciocínios falaciosos até engenhosos, que dificuldade há em fazê-lo com os asininos? Vamos lá.

Como tratei da nota do PT no programa "O É da Coisa", na Band News FM, o coro logo foi entoado: "Você não percebe que o PT só está fazendo isso porque está com medo de que, em seguida, o Lula seja preso?"

Explica-se a ilação: se aquele que era o líder máximo do PSDB recebe uma espécie de semicassação do mandato sem nem ser réu, a chance de que se aplique uma medida restritiva mais forte a Lula, o líder máximo do PT, aumenta, embora as esferas de decisão sejam distintas: no caso do tucano, o STF; no do petista, a 13ª Vara Federal de Curitiba: Sérgio Moro. Um deles me envia uma mensagem assegurando que Lula terá a prisão preventiva decretada por causa dos "recibos falsos" (como ele diz), que serão vistos por Moro como obstrução da Justiça?

Só para efeitos de raciocínio, darei tudo isso como verdade. Também vou considerar aquele velho PT, sobre o qual, há muito, cravei uma frase que foi parar no livro "Máximas de Um País Mínimo". Sobre si e os outros, pensa o partido: "Somos sempre inocentes, mesmo quando culpados; nossos adversários são sempre culpados, mesmo quando inocentes".

Isso é do tempo em que alguns que se oferecem para ser o meu Virgílio nos círculos do inferno ainda faziam cocô na fralda. Alguns deles, hoje em dia, estou certo, comem o cocô?

Muito bem! Digamos que o PT, agora, estivesse com medo da eventual prisão preventiva de Lula e decidisse, por isso, divulgar a nota protestando contra a decisão da Primeira Turma do STF. Logo, não passaria de oportunismo.

Mas há uma coisa a que esse raciocínio não responde: o que explica o silêncio do PSDB? Se os petistas estão sendo táticos e oportunistas, os peessedebistas estão sendo o quê?

Quer que faça como o PT?
"Ah, você acha elogiável o comportamento do PT, Reinaldo, que defende os seus bandidos?", pergunta alguém. Não! Bandidos não devem ser protegidos. Mas não elejo como heróis outros também bandidos que os denunciam, entenderam? Não me peçam para erigir uma estátua, ainda que simbólica, para Antonio Palocci, por exemplo. Ele me provocava repulsa quando petista. Por motivos diferentes, continua repulsivo pra mim.

Mais: sem um mínimo de solidariedade entre seus integrantes, partidos e projetos não avançam. O que se tem é apenas comportamento predatório. A deslealdade, como a covardia, é um defeito de caráter que considero insuportável. E contraproducente.

O PT está pagando, como todos vemos, um alto preço por suas escolhas. Parece que a fatura vai aumentar. Dados o resultado das eleições de 2016 e tudo o que veio depois, convenham: o partido já deveria ter acabado. E não acabou por quê? Porque um tanto de lealdade é importante para que a gente possa definir tanto os que são nossos amigos como os que são os nossos adversários. E eu vou evidenciar isso com um teste prático e bastante eloquente.

Mas que se note: ninguém está pedindo que se faça juízo de mérito sobre a culpa ou inocência de Aécio. O busílis é saber que tratamento dispensar à questão institucional. A questão é saber se daremos a três ministros do STF o direito de rasgar a Constituição e, a um deles, adicionalmente, o de zombar de um senador da República, alvo de sua deliberação, como fez Luiz Fux em relação a Aécio. A questão é saber se cederemos ao terror judicial.

Quem não percebeu isso ainda não entendeu nada. Ou está de má-fé.

Ah, sim: caso o PSDB sobreviva, poderia adotar como símbolo aqueles três macaquinhos
Herculano
28/09/2017 07:49
SUSPENSÃO DE AÉCIO MOSTRA NUANCES DA RELAÇÃO ENTRE PODERES, por Eloísa Machado e Rubens Gleser, professores do Supremo em Pauta da FGV, para o jornal Folha de S. Paulo

A decisão da 1ª Turma do STF que suspende o mandato parlamentar do senador Aécio Neves não é a primeira a indicar que a relação entre Judiciário e Congresso Nacional vai de mal a pior.

Já em 2015, o STF determinou a prisão do senador Delcídio do Amaral (MS), à época no PT e líder do governo Dilma Rousseff, mas não sem esforço para enquadrar o caso como flagrante de crime inafiançável, única hipótese constitucional a permitir a prisão.

Em 2016, o tribunal decidiu suspender o exercício do mandato do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso no Paraná.

Assumindo claramente a excepcionalidade da situação, o Supremo aplicou medida cautelar de suspensão das funções públicas, mesmo sem autorização constitucional para tanto.

Meses depois, via liminar, o ministro Marco Aurélio Mello afastou Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência do Senado, aplicando a tese?" também inusual?" de que réus podem se candidatar a cargos eletivos, mas não poderiam presidir as casas legislativas por estarem na linha sucessória da Presidência da República.

Olhando para trás, após duas denúncias criminais contra o presidente Michel Temer, essa tese padece de um preciosismo ímpar.

Este último episódio deflagrou um embate, com Renan e a Mesa Diretora do Senado descumprindo escancaradamente a decisão liminar e promovendo retaliação cruzada com projetos de lei contra interesses dos juízes.

Aquela crise levou o plenário do STF a voltar atrás, em uma das sessões de julgamento mais constrangedoras da sua história.

Agora, o caso do senador Aécio Neves traz à tona as ambiguidades e nuances das decisões tomadas contra Delcídio e Eduardo Cunha.

O STF reconheceu que Aécio realizou condutas juridicamente parecidas com as de Delcídio, mas não quis decretar sua prisão preventiva, em razão de uma possível excepcionalidade do tribunal naquela ocasião, ao não respeitar a literalidade da Constituição Federal.

Os ministros optaram, então, pelo o que lhes pareceu como uma terceira via: a suspensão do mandato parlamentar.

A ironia, contudo, está no fato de que a Constituição não prevê essa possibilidade de suspender o mandato. Ao contrário, a Constituição estabelece um sistema muito robusto de proteção ao mandato parlamentar, que somente pode ser retirado por outros pares eleitos.

Além disso, a suspensão de mandato parlamentar se dá sem nenhum mecanismo contra excessos do Judiciário. Quando a Constituição permite a prisão de parlamentares em flagrante de crimes inafiançáveis, em contraposição confere às casas legislativas o poder de resolver sobre a prisão, ou seja, manter ou derrubar a decisão.

O que se vê nessas decisões, contudo, é um STF que conferiu a si mesmo os poderes para suspender mandatos sem criar nenhum mecanismo de controle que pudesse ser exercido pelo Legislativo. Por esse motivo que o Senado esboça uma reação.

Mas, adivinhem: a possibilidade de controle dessas decisões pelo Congresso Nacional deverá ser debatida em uma ação que está em trâmite no próprio Supremo Tribunal Federal!

O STF tem promovido reiteradas interpretações heterodoxas em nome de circunstâncias excepcionais.

É preocupante que o Supremo, enquanto órgão responsável resguardar a Constituição, opte por desprezar os caminhos institucionais oferecidos por ela para superar uma crise, que apenas se aprofunda a cada gambiarra interpretativa.
Herculano
28/09/2017 07:44
GUERREIROS COM GUERREIROS FAZEM ZIG ZIG ZA, por Carlos Brickmann

O clima político começou a ferver quando um general da ativa ameaçou as instituições com o roncar dos canhões. Ferveu ainda mais porque, agora, está soando na Câmara o ronco de outra denúncia contra o presidente Michel Temer ?" e isso logo depois de Lula exibir seu ronco rouco de candidato à Presidência ao apresentar ao juiz Sérgio Moro os recibos de pagamento de aluguel de um apartamento vizinho àquele em que mora e que, segundo as suspeitas, seria de sua propriedade, pago por empreiteiras, como parte de propina. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, CPMI, ronca contra o ex-procurador-geral Janot, que acusou tantos deputados e senadores. E na Câmara dos Deputados já se ouve o ronco das ruas, pedindo a votação das reformas eleitorais que estão em pauta. Um calor infernal, derretendo o regime e as instituições. Bem?

Calma, caro leitor. A denúncia contra Temer, ao que tudo indica, cairá como caiu a anterior (e pode até custar mais barato ?" alegre-se, já que a conta é sua). Os adversários de Temer apostavam suas cartas numa denúncia mais sólida, mas de novo houve muita delação premiada e pouca investigação. Mais ainda, a defesa de Lula vai ter mais trabalho, diante de novas denúncias e investigações. As reformas serão fraquinhas, e só uma é certa: mais dinheiro para as campanhas eleitorais. Resta o ronco das ruas ?" o ronco de quem não aguenta acordado a repetição desse ritual tão chato.

TEMER

Não há como discutir, por enquanto, o mérito da denúncia contra Temer. É baseada em declarações que podem ser verdadeiras ou falsas, o que só se saberá se forem verificadas (e muitas já poderiam tê-lo sido). Mas o pessoal do Fora, Temer se esqueceu de que ninguém é deputado federal por tanto tempo, nem exerce três vezes a Presidência da Câmara, se não a conhecer direito. E a tática de atirar para todos os lados talvez tenha prejudicado ainda mais a possibilidade de aceitação da denúncia: com tantos deputados denunciados, quanto menos houver investigações melhor será para todos.

LULA

A primeira reação à entrega dos recibos de pagamento de aluguéis foi boa ?" mas só até que os recibos fossem analisados. Há enganos visíveis, como pagamentos no dia 31 de meses que têm 30 dias; há erros de grafia que se repetem em vários recibos, como se tivessem sido impressos um em seguida ao outro. E há a declaração do proprietário oficial do apartamento, Glaucos da Costamarques, de que entre 2011 e 2015 não recebeu qualquer aluguel, e que só passou a recebê-lo após a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, seu primo e amigo de Lula. De qualquer forma, há como verificar as informações: nas contas bancárias de Costamarques, por exemplo. O pagamento sempre em dinheiro é pouco usual, mas não é crime.

LULA 2

O ex-presidente está condenado em primeira instância a nove anos e meio de prisão; recorreu ao Tribunal Regional Federal de Porto Alegre. O TRF absolveu João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, que tinha sido condenado por Sérgio Moro na primeira instância; mas aumentou a pena imposta a José Dirceu. Se o TRF condenar Lula, ele estará incurso na Lei da Ficha Limpa. Não poderá ser candidato em 2018 (e, conforme a decisão do tribunal, será preso ou não). Mas, além desse julgamento, e do outro a que responde perante Moro, Lula é réu em seis ações penais, foi denunciado em dois casos (se a denúncia for aceita, passa a ser réu), e é alvo de seis inquéritos abertos pelo Ministério Público e pela Polícia Federal em Brasília, São Paulo e Curitiba.

JANOT

As ações propostas pelo então procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente Temer dificilmente terão êxito: seus adversários internos têm hoje o poder na Procuradoria Geral da República e parlamentares feridos por suas denúncias têm a CPMI para incomodá-lo. Mas quem resolver hostilizar Janot corre um risco: passar do ponto. Há muitos procuradores que não o apreciam, mas que se considerariam pessoalmente atingidos por investigados à cata de revanche. O espírito de corpo do Ministério Público, se houver tentativa de vingança, estará ao lado de Janot. Será preciso provar algo muito grave contra ele para que o MP o deixe ser imolado.

O MAIS SÉRIO DE TUDO

O acontecimento mais grave dos últimos dias ocorreu em São Paulo, na manhã desta terça-feira. Houve falta de energia elétrica por um curto período, que conforme o local variou entre alguns segundos e 20 minutos. E talvez o problema seja falta de energia na rede de distribuição. As represas do Nordeste estão vazias, a chuva não começou no Sul/Sudeste, e o consumo de eletricidade iguala a produção, sem margem para falhas
Herculano
28/09/2017 07:35
O SISTEMA SE PROTEGE, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

A reação ao afastamento de Aécio Neves é muito mais do que uma tentativa de salvar a pele do tucano. O Congresso vê o caso como uma chance de ouro para medir forças com o Judiciário e impor algum tipo de freio à Lava Jato.

Além de suspender o mandato do mineiro, a primeira turma do Supremo determinou seu recolhimento noturno. A medida inflamou os parlamentares que acusam o tribunal de extrapolar na interpretação da lei.

Eles argumentam que a Constituição só permite a prisão de congressistas em flagrante de crime inafiançável. Mesmo assim, a decisão precisa do aval do plenário da Câmara ou do Senado, como ocorreu no caso do ex-petista Delcídio do Amaral.

O problema é que o Código de Processo Penal define o recolhimento como medida "diversa da prisão". Por isso, os ministros que votaram pela punição entendem que não cabe consulta alguma aos senadores.

Por trás da polêmica jurídica, o que se discute é o futuro de dezenas de parlamentares sob suspeita de corrupção. Eles temem ser vítimas do "efeito Orloff": o castigo aplicado a Aécio hoje poderia ser estendido a qualquer um amanhã.

Isso explica a reação suprapartidária em defesa do senador, que quase chegou à Presidência e em menos de três anos se tornou um dos políticos mais impopulares do país.

A salvação de Aécio interessa em primeiro lugar ao PSDB e ao governo Temer, que conta com ele para arquivar mais uma denúncia contra o presidente. A novidade é a adesão do PT, que decidiu abraçar o inimigo em nome da cruzada contra a Lava Jato.

O partido chamou o tucano de hipócrita e golpista, mas defendeu que o Senado derrube a decisão do Supremo. É o que deve acontecer, sob risco de uma crise institucional.

Nada disso ocorreria se o Senado tivesse cumprido seu dever quando Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. Em vez de puni-lo, o Conselho de Ética arquivou o caso sem nem sequer abrir investigação.
Sidnei Luis Reinert
28/09/2017 06:43
O Senado votou um cheque em branco para um fundo de campanhas eleitorais. Tudo que vai contra o que a sociedade quer. Aprovaram um projeto que retira 30% dos recursos de emendas de bancada e mais créditos adicionais do orçamento para caixa de campanha. É dinheiro da saúde, educação, infraestrutura que vai para custear campanha.

O PT e alguns senadores articularam para que a votação desse fundo eleitoral vergonhoso que retira recursos da saúde e educação não tivesse a digital dos senadores, não fosse votado nominalmente.

o Tucano PAULO BAUER TRAIU O POVO CATARINENSE, e vai receber a resposta nas urnas, isto se os militares não fizerem alimpa antes!

http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=7205246&disposition=inline
Roberto Sombrio
27/09/2017 20:29
Oi, Herculano.

Não é preciso fazer 450 visitas para saber que o povo está de saco cheio com as mazelas dos últimos 8 anos do governo do PT e mais esses 9 meses do governo do PMDB.

Se a CELESC atua como GIGOL?" o governo de Gaspar atua da mesma forma. Pago a COSIP e minha rua não possui iluminação pública.

Mas segundo a propaganda, Kleber seria a solução. O povo está a 9 meses soluçando.
Quando não se tem competência não se tem solução.
Herculano
27/09/2017 20:05
O CHEFÃO SE TRANSFORMOU NO CÂNCER QUE VAI MATAR A CRIATURA, por Augusto Nunes, de Veja.

A carta de Palocci é uma radiografia produzida por um médico que acompanhou o avanço da metástase alojado no interior do organismo apodrecido

Na carta em que formalizou sua ruptura com o PT, Antonio Palocci escancarou em dois parágrafos o tumor que precipitou a agonia do partido:

"Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do homem mais honesto do país, enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!) são atribuídos a Dona Marisa?"

"Afinal, somos um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?"

Em sua essência, a carta que abreviou a cerimônia do adeus não contém nenhuma revelação assombrosa. Quem vê as coisas como as coisas são sabe há muito tempo que a sigla que nasceu como partido político se converteu em organização criminosa logo depois da chegada do PT ao poder. Há pelo menos três anos virou uma seita fora da lei que tem em Lula seu único Deus.

O que faz da carta uma extrema-unção epistolar é o signatário. Com a segurança de quem ostentou a patente de general do começo ao fim da Era da Canalhice, com a precisão de quem acompanhou a aproximação da metástase alojado no interior do organismo apodrecido, o médico Palocci prouziu uma radiografia devastadora.

Quem a contempla constata que o criador do PT é hoje o câncer que vai matar a criatura.
Herculano
27/09/2017 20:01
OLHEM! HÁ UM TUCANO SENDO CORAJOSO! É NOTÍCIA! COMO QUANDO MENINO MORDE O CACHORRO!, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Aloysio Nunes Ferreira, senador licenciado (PSDB-MG) e ministro das Relações Exteriores, é um tucano de coragem. E isso, por si só, já é notícia. Fosse o tipo de emplumado que se acoelha - para ficar nessas metáforas zoológicas -, não renderia lead. Como na máxima: se o cachorro morde o menino, não é notícia; se o menino morde o cachorro, então é.

Ele publicou a seguinte nota no Twitter:
"O ministro Fux permitiu-se zombar do senador Aécio na conclusão do voto que lhe impôs penalidade não prevista no direito brasileiro".

Sim, é verdade! Antes que lembrem, eu lembro: Aloysio é um dos acusados na Lava-Jato. Isso precisa ser visto à luz da forma como bandidos travestidos de justiceiros andam a aplicar o direito de acusar sem provas. Quando e se chegar a hora de apresentar a sua defesa, ele o fará. Meu ponto é outro. Estou falando sobre "coragem".

Entrei na página do PSDB para ver se existe algo sobre a decisão estúpida da Primeira Turma. Nada!

Procurei saber se a bancada do partido no Senado emitiu alguma nota de protesto. Nada!

Procurei saber ser a bancada do partido na Câmara emitiu alguma nota de protesto. Nada! E, nesse caso, a pusilanimidade não tem fundo.

Também fui em busca de alguma palavra de Tasso Jereissati, o presidente interino. Nada!

O que está circulando por aí é uma entrevista de Ricardo Trípoli (SP), líder do partido na Câmara, que aproveita o ensejo do afastamento para? fazer proselitismo contra Temer! Vocês entenderam direito! E, claro!, pisar na cabeça de Aécio.

É mesmo um homem valente!

Essa gente parece empenhada em demonstrar que ninguém é tão corajoso contra a vítima como um? tucano.

A manchete da página do partido é esta: "Partidos precisam encontrar narrativas e práticas mais próximas da sociedade, diz FHC". Refere-se a um seminário. Não dá para ter a certeza de que a fala é mesmo do ex-presidente. Esse papo de "narrativa", da forma como passou a ser empregada, é um lixo intelectual e, frequentemente, moral. Não raro, a nova narrativa surge de uma indústria de "fake News". Ah, em seguida, isto: "Projeto de Bauer que obriga preso a pagar tornozeleira é aprovado na CCJ".

Isso está mais "próximo da sociedade", sem dúvida.

Dá para ficar mais próximo: pagar a própria comida.

Mais próximo ainda: pagar aluguel pela cadeia.

Ainda mais próximo: trabalhos forçados - ao velho estilo mesmo.

E olhem que, como diria aquele general golpistas, dá para ir fazendo mais aproximações?

Quando a institucionalidade é arrombada e quando a Constituição é fraudada, como foi nesta terça-feira, aí ninguém dá um pio. Ao contrário até: há uma correria para ver quem ocupa o lugar vazio.

Já escrevi isto aqui e repito: dado o tsunami que colheu o PT, o partido só não acabou porque, à parte uma "avis rara" como Antonio Palocci, existe solidariedade interna. "Ah, solidariedade na bandidagem", grita o antipetista. Nem entro nesse mérito. O moralmente aceitável, até que não se tenha comprovado a culpa, é a solidariedade, sim. Quando a Constituição é violada de forma tão flagrante, a vergonha na cara pede mais do que isso. Pede reação.

Entre a causa e seu aliado, havendo a justa causa ou a causa justa, fique com a causa, claro!

No caso em questão, qual é mesmo a justa causa?

Qual é a causa justa?

Rasgar a Constituição?

Se Aécio é culpado ou inocente, que isso seja decidido quando chegar a hora do julgamento. Uma coisa é certa: Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux não podem mais votar. Eles já condenaram quem nem ainda era réu: antes das provas, antes da apresentação da defesa, fora do devido processo legal.

Como não sou tucano, então falo, não pio, com medinho
Herculano
27/09/2017 19:53
da série: todos enlameados são inocentes...O que não perceberam é que a sociedade não aguenta mais e não está disposta a escolher e bancar seus bandidos de estimação

AÉCIO DIZ TER SINDO CONDENADO ANTES DE VIRAR RÉU, por Josias de Souza

Aécio Neves divulgou uma nota. No texto, comenta a decisão judicial que suspendeu seu mandato, confiscou seu passaporte e o proibiu de sair de casa à noite. Aécio disse ter recebido "a decisão proferida por três dos cinco ministros da Primeira Turma do STF como uma condenação sem que processo judicial tenha sido aberto." Realçou que não foi sequer "declarado réu e, o mais grave, sem que tenha tido acesso ao direito elementar de fazer sua defesa."

Sem mencionar os nomes de Joesley Batista e de Ricardo Saud, delatores da JBS, Aécio insinuou que a rescisão do acordo de colaboração judicial dos personagens que o entregaram desqualifica as provas que o Supremo utiliza. "As gravações consideradas como prova pelos três ministros foram feitas de forma planejada a forjar uma situação criminosa", diz a nota.

Aécio repete que precisava de dinheiro para custear gastos com advogados. Sustenta ter oferecido um apartamento da família para Joesley comprar. A nota repisa: "Usando dessa oportunidade, o delator ofereceu um empréstimo privado ao senador, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, não incorrendo, assim, em propina ou outra ilicitude."

Aécio voltou a negar também que os R$ 2 milhões recebidos do delator Joesley decorressem de propina. Só não esclareceu por que desprezou nas suas transações financeiras com o dono da JBS a boa e velha TED, preferindo a transferência monetária via malas e mochilas.

TED, como se sabe, é a sigla de 'Transferência Eletrônica Disponível'. Trata-se de uma forma segura de transferir valores de uma conta bancária para outra. O beneficiário pode dispor do dinheiro no mesmo dia. Mas as filmagens da Polícia Federal revelaram que Aécio tem essa estranha predileção por uma forma mais primitiva de transferência de valores: o primo Frederico Pacheco.

Em sua nota, Aécio diz aguardar "serenamente que seus advogados tomem, dentro dos marcos legais, as providências necessárias a buscar reverter as medidas tomadas [pelo STF] sem amparo na Constituição." Troça-se para que os defensores do acusado consigam explicar, finalmente, as razões que levaram Aécio a trocar a TED pelo primo Frederico.

Vai abaixo a íntegra da nota:



O senador Aécio Neves entende a decisão proferida por três dos cinco ministros da 1ª Turma do STF como uma condenação sem que processo judicial tenha sido aberto. Portanto, sem que sequer ele tenha sido declarado réu e, o mais grave, sem que tenha tido acesso ao direito elementar de fazer sua defesa.

As gravações consideradas como prova pelos três ministros foram feitas de forma planejada a forjar uma situação criminosa. Os novos fatos vindos à tona comprovam a manipulação feita pelos delatores e confirmam que um apartamento da família colocado à venda foi oferecido a Joesley Batista para que o senador custeasse gastos de defesa.

Usando dessa oportunidade, o delator ofereceu um empréstimo privado ao senador, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, não incorrendo, assim, em propina ou outra ilicitude.

O senador Aécio Neves aguarda serenamente que seus advogados tomem, dentro dos marcos legais, as providências necessárias a buscar reverter as medidas tomadas sem amparo na Constituição. E confia que terá restabelecido o mandato que lhe foi conferido por mais de 7 milhões de mineiros.''

Assessoria do senador Aécio Neves
Sebastião Cruz
27/09/2017 13:55
Senhor Herculano;

Na carta de Palocci - às 12:15 horas - consta a frase:

"Somos um partido ou uma seita guiada por uma pretensa divindade?"

Se Palocci passou a vida toda dentro do PT não sabe se é partido ou seita, imagina nós!

Na India tem uma seita que adora ratos, aqui tem uma seita que adora burros.
Paty Farias
27/09/2017 13:45
Oi, Herculano

"O Estadão, nesta quarta-feira, reproduziu os e-mails, que demolem a defesa de Lula." às 12;35hs

Como disse um anônimo na área de comentários do Blog Antagonista:
"Um proprietário laranja recebia alugueis de uma defunta em datas que não existiam".

LuLLa na cadeia JÁ!
vlad
27/09/2017 13:39
E os recibos de aluguel do luladrão eram tão verdadeiros que haviam datas que não existem no calendário, como 31 de junho e de novembro. Cadeia no safado, Xará
Digite 13, delete
27/09/2017 13:11
Oi, Herculano

Fiquei estarrecido com a carta do Paloffffffffii (como diz o Lula), como médico sanitarista e inteligente que é, achou melhor dizer a verdade. Mentir sobre o que já é do conhecimento de todos não procede mais. Marcos Valério mentiu e escondeu a verdade na certeza que receberia todo apoio deles, hoje amarga 40 anos de cadeia. Depois do que Palocci escreveu, penso que o rei, a rainha e a Mariluci estão nús.
Herculano
27/09/2017 12:37
POR QUE ELEVAR O VALOR DO IPTU É IMORAL?, por Roberto Rachewsky, no Instituto Liberal

Uma das falácias utilizadas pelos estatistas para elevar o valor do IPTU é a valorização que os imóveis tiverem ao longo do tempo.

Alegam que seria justo atualizar o valor de cada propriedade beneficiada por investimentos privados realizados na vizinhança como shopping centers, por exemplo.

O ato de taxar quem se beneficiou de externalidades positivas é de uma canalhice ímpar, possível apenas aos que detém o poder de coerção. Somente um niilista moral, sem noção sobre a origem do direito e princípios básicos de economia poderia apoiar algo assim.

O proprietário de um imóvel e beneficiário dessa externalidade positiva não pode ser penalizado com mais imposto só porque alguém, livremente, resolveu criar valor para si à revelia da vontade alheia.

Se houve valor agregado e se a cobrança de IPTU tiver que levar em conta esse valor para que o montante de imposto seja estabelecido, isso só poderia ocorrer a partir do momento em que a propriedade mudasse de mãos, quando seu novo valor venal fosse estabelecido pelo mercado.

Por isso, entre os vários critérios para se estabelecer uma imoralidade, já que a cobrança de imposto é imoral por se tratar de uma violação ao direito de propriedade, que se escolha o critério que viole direitos existentes da forma menos injusta e imoral possível.

Sendo assim, a atualização dos valores imobiliários da planta segundo critérios subjetivos (como no caso da cidade de Porto Alegre) e descolados do valor estabelecido nas transações de compra e venda ou de investimentos realizados no próprio imóvel por seu proprietário é imoral e deve ser combatida.

A cobrança de imposto por qualquer critério é irracional, imoral e injusta porque se dá de forma coercitiva, não voluntária.

A cobrança então pelo valor do imóvel é tão injusta que o imposto acaba penalizando exatamente quem contribui para o embelezamento e por agregar valor à cidade.

Por outro lado, quem deixa o que é seu deteriorar acabará sendo premiado pela prefeitura pagando menos.
Herculano
27/09/2017 12:35
A PROPINA DE LULA DE UMA PONTA À OUTRA

Conteúdo do O Antagonista. Os e-mails que Marcelo Odebrecht entregou à Lava Jato mandam Lula diretamente para a cadeia.

Eles permitem seguir o caminho do dinheiro do departamento de propinas da empreiteira até o bolso do comandante máximo da ORCRIM, tanto no caso dos 4 milhões de reais doados ao Instituto Lula quanto no dos dois pagamentos de 500 mil reais (500 + 500) transportados pelo Programa B, ou Branislav Kontic.

O Estadão, nesta quarta-feira, reproduziu os e-mails, que demolem a defesa de Lula.

PF CRUZA O LARANJAL

A PF está cruzando os repasses do Instituto Lula para as empresas de Lulinha, Luleco e o resto do laranjal lulista.

A Coskin, por exemplo, registrada em nome de Fernando Bittar e de sua mulher, foi a empresa usada para comprar o sítio em Atibaia (releia aqui).

Além disso, ela pagou a reforma da cobertura de Lulinha.

Só a PF pode esclarecer esses pontos. Só a PF pode esclarecer também os repasses de Jonas Suassuna à Coskin

FORJA DE DOCUMENTOS

Glaucos Costamarques, em entrevista ao Estadão, negou os pagamentos de aluguel de Lula.

Agora ele terá de explicar a origem dos recibos apresentados pela defesa do comandante máximo da ORCRIM.

Leia aqui:

ESTADÃO: Esses recibos que a defesa?

GLAUCOS DA COSTAMARQUES: "Nada a declarar, viu? Não vou falar nada, tá bom? Meu advogado que vai resolver."

ESTADÃO: Vi seu depoimento hoje. É aquilo mesmo, o sr não recebeu?

GLAUCOS: "É verdade."

ESTADÃO: O sr assinou esses recibos?

GLAUCOS: "Olha, fala com o dr João (Mestieri, advogado). Eu não estou autorizado a falar nada. O que eu falei tudo é a verdade.

ESTADÃO: O que o sr falou no depoimento é a verdade?

GLAUCOS: "É a verdade."

ESTADÃO: Pode dizer se assinou os recibos?

GLAUCOS: "Isso aí eu não vou, nada a declarar, tá bom?"
Sidnei Luis Reinert
27/09/2017 12:15
"PERDEMOS" - novo nome do PT pós-Palocci


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
"PERDEMOS" ?" Escrito assim, em CAIXA ALTA, deveria ser o novo nome fantasia do Partido dos Trabalhadores, depois da desmoralizante cartinha de desfiliação entregue ontem pelo quase super delator premiado Antônio Palocci Filho. Tudo indica que o texto, pela contundência vingativa, foi psicografado por Palocci, a partir de um texto emitido pelo espírito de Celso Daniel ?" a quem Palocci sucedeu na gestão de captação de grana lícita e ilícita para as campanhas do PT ?" PERDA TOTAL na nova nomenclatura.
Palocci foi sincero, verdadeiro e cruel com Luiz Inácio Lula da Silva. O mito decadente foi completamente destruído pelas denúncias de Palocci à Força Tarefa da Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro. O líder máximo do "PERDEMOS" foi destronado de seu divino vaso sanitário da História, com uma indagação nada enigmática de Palocci, já que a resposta é óbvia e "lulante". Palocci questiona, no texto endereçado à "presidenta" da sigla, Gleisi Hoffmann: "Somos um partido ou uma seita guiada por uma pretensa divindade?". Palocci também mandou outra que só pode ter psicografado de Celso Daniel: "Fiquei chocado ao ver Lula sucumbir ao pior da política"...
Dando uma pausa Palocciana, o "PERDEMOS" tem tudo para receber a adesão de outro anjo caído da politicagem tupiniquim. Ainda mais depois que a primeira turma do Supremo Tribunal Federal decidiu ontem afastar Aécio Neves do mandato de senador. Foram três votos avassaladores de Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso que lavaram e enxaguaram a alma dos brasileiros que lutam contra a corrupção sistêmica. O STF ainda foi bonzinho: preferiu não acabar o pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal contra Aécio. Como não cabe recurso da decisão, só resta ao netinho de Tancredo Neves sair do muro tucano e implorar uma filiação ao "PERDEMOS" do perdido $talinácio...
Voltando ao Celso (Palocci) Daniel vale a pena ler a cartinha enviada à Gleisi Hofmann, imitando aquela locutora número um da televisão estatal da Coréia do Norte ?" que lê todos os textos olhando para o papel e não para com os olhos na câmera, certamente porque a turma do ditador Kim Jong-um, fundador do Partido dos Trabalhadores norte-coreano inventou a bomba atômica antes de conceber um simples teleprompter... Uma outra idéia boa seria que tal leitura fosse feita pela própria Gleisi, imitando os gestos e a indumentária da famosa e misteriosa apresentadora Hi Chun-Hee. Gleisi ficaria uma legítima gata comunista vestindo um "chima jeagor" ?" tradicional vestido norte-coreano, na cor rosa com a grossa faixa preta no meio...
Já que o grande negócio no Brasil do "PERDEMOS" é roubar, nada mais justo e perfeito que não nos furtemos de reproduzir aqui a íntegra do texto histórico assinado pelo Doutor Palocci ?" agora convertido em maior traidor da triste existência do PT. São quatro páginas inesquecíveis... E tudo lido no dia em que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região aumentou, em 10 anos, a pena do preso domiciliar José Dirceu de Oliveira e Silva... E no dia em que vazaram os recibos de aluguel de Lula com datas inexistentes...
Herculano
27/09/2017 09:30
NO REINO DO PETISMO, por Alberto Bombig, no jornal O Estado de S. Paulo

No reino do petismo, carta de Palocci é um constrangedor grito de 'o rei está nu'

Duelo político entre Palocci e Lula será uma luta de dois mestres da estratégia e da retórica


A carta de desfiliação de Antonio Palocci é daqueles documentos que nascem históricos, seja pelo tamanho e pela importância de seu autor, seja pela coragem de enfrentar o mito construído em torno de Lula e do PT, partido que ele ajudou a fundar e a levar ao poder. Para além da questão das "provas" (essenciais ao debate jurídico), o texto é muito impactante para o mundo político, mais um disparo de bazuca na candidatura Lula, além de colocar a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT numa situação no mínimo constrangedora.

Se perante o juiz Sérgio Moro Palocci focou seu depoimento na relação de Lula com a empreiteira Odebrecht, na carta, ele demonstra todo seu conhecimento sobre a história e os bastidores do petismo. Desmonta farsas criadas pelo defesa de Lula e propagadas pelo partido com um singelo grito de "o rei está nu".

Para quem desconhece ou não se recorda, na fábula A Roupa Nova do Rei (de Christian Andersen) um monarca é ludibriado por um trapaceiro fazendo se passar por alfaiate. Como ele é incapaz de costurar as vestimentas, ludibria o rei e o obriga a desfilar nu, enquanto os súditos fingem que está tudo bem, tudo certo. Apenas um menino tem a coragem de gritar "o rei está nu!".

"Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do 'homem mais honesto do País' enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do instituto (!!) são atribuídos a dona Marisa? Afinal, somos um partido sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma seita guiada por uma pretensa divindade?", gritou Palocci, da maneira muito refinada como sempre foi seu costume, na sua carta.

Porém, Lula não é um rei tolo, foi ao mesmo tempo alfaiate e monarca, assim como Palocci está longe de ser uma criança ingênua e também serviu de alfaiate e súdito leal durante décadas. Para os dois, Palocci e Lula, o duelo político ainda está nos primeiros rounds e, como se viu até agora, será uma luta de dois mestres da estratégia e da retórica, do começo até o fim.

O interessante será observar o comportamentos dos petistas que ainda se recusam a promover uma autocrítica mais consistente e verdadeira para salvar o que ainda resta do PT. "Depurar e rejuvenescer o partido, recriar a esperança de um exercício saudável da política será tarefa para novos e jovens líderes", escreveu Palocci. Eu suspeito que o endereço desse recado (dentre tantos outros contidos no texto) tenha como endereço final o ex-prefeito e professor da USP Fernando Haddad e a nova esquerda que começa a crescer no Brasil e no mundo.

Como um bom jogador que antevê e se antecipa aos movimentos de seus adversários, Palocci encerra seu manifesto oferecendo sua desfiliação antes de ser defenestrado pelo PT de Ribeirão Preto, sua cidade natal, onde foi prefeito por dois mandatos. O texto, coincidência ou não, foi divulgado exatamente um ano após Palocci ter sido preso e prova que a verve do mentor da Carta ao Povo Brasileiro, essencial para a vitória de Lula em 2002, permanece afiada.
Herculano
27/09/2017 09:28
OS DóLARES DA REATIVAÇÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O cenário é mais positivo do que pode parecer à primeira vista. Além do aumento de 13,9% para as exportações, o quadro inclui uma variação de 6,9% para as importações

Renda em alta, recuperação do consumo e reativação da indústria estão refletidas na boa evolução das contas externas brasileiras. O superávit de US$ 46,3 bilhões no comércio de bens foi o componente mais brilhante das transações correntes, até agosto, segundo o balanço divulgado ontem pelo Banco Central (BC). Formado pelo comércio de bens, pelas transações de serviços e pela movimentação de rendas, as contas correntes acumularam em oito meses um déficit de US$ 3 bilhões, 77% menor que o de um ano antes ?" um resultado muito próximo do equilíbrio. Esse pequeno saldo negativo foi coberto com folga pelo ingresso de investimentos diretos de US$ 45,5 bilhões. O déficit contabilizado em 12 meses, de US$ 13,5 bilhões, também foi compensado com sobras pelos US$ 82,5 bilhões de investimentos, dinheiro importante para o fortalecimento empresarial.

O aumento das exportações tem superado as estimativas e por isso os técnicos do BC refizeram as projeções para o ano. A receita prevista para as vendas de mercadorias passou de US$ 203 bilhões para US$ 210 bilhões. O valor esperado para as importações continuou em US$ 149 bilhões. Com essas mudanças, o saldo comercial projetado subiu de US$ 54 bilhões para US$ 61 bilhões, valor muito próximo daquele apontado pelos economistas do setor financeiro e das consultorias (US$ 62 bilhões, segundo a última pesquisa Focus publicada pelo BC).

O cenário é mais positivo do que pode parecer à primeira vista. Além do aumento de 13,9% calculado para as exportações, o quadro inclui uma variação de 6,9% para as importações. Na fase final da recessão, o saldo comercial só cresceu porque o gasto com produtos importados caiu mais que a receita obtida com o embarque de mercadorias.

Importar menos foi um efeito da contração do consumo e também das compras de bens estrangeiros destinados à produção. A retomada das compras de bens estrangeiros, assim como o aumento dos gastos com viagens, indica a melhora da renda dos consumidores, apesar do desemprego ainda elevado.

A melhora da renda é explicável em boa parte pelo recuo da inflação. O pequeno aumento das contratações na indústria também é um fator positivo, mas sua influência deverá ser bem mais visível dentro de algum tempo.

Há vários aspectos positivos no outro lado da balança, onde aparece o aumento do valor exportado. Esses pontos aparecem nos informes, bem mais detalhados, do Ministério da Indústria e do Comércio Exterior. A boa evolução das vendas de produtos básicos é o pormenor mais previsível. Mas a expansão da receita comercial é explicável também pelo crescimento das vendas externas de bens industrializados.

Considerando-se o período de janeiro a agosto, as exportações de manufaturados cresceram 10% entre 2016 e 2017, atingindo US$ 52,3 bilhões. As de semimanufaturados avançaram 14% e chegaram neste ano a US$ 20,4 bilhões.

A receita obtida com os manufaturados continua inferior à obtida em 2014 até agosto, de US$ 53,5 bilhões. Mas a recuperação é bem visível e aponta o comércio externo como um fator de recuperação industrial. A produção das fábricas está sendo puxada tanto pela melhora do mercado interno quanto pelas exportações.

É preciso olhar um pouco para trás para avaliar a melhora recente do balanço externo. Em dezembro de 2014 o déficit em transações correntes acumulado em 12 meses chegou a US$ 104,2 bilhões, 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No fim de 2015, mesmo com a demanda arrasada pela recessão, esse déficit ainda estava em US$ 59,4 bilhões. A gestão petista havia devastado a economia interna e criado um enorme desajuste externo.

Neste ano, o saldo negativo até agosto ficou em 0,68% do PIB. Um déficit moderado em conta corrente pode ser saudável, se o seu financiamento com poupança externa contribuir para a expansão do investimento produtivo. No caso do Brasil, um sólido resultado no comércio de bens é essencial. Isso se obtém com produtividade e essa deve ser uma das balizas da política econômica.
Herculano
27/09/2017 09:24
PATRIMOLIANISMO, PRIVILÉGIOS E CORRUPÇÃO, por Maria Clara R.M. do Prado, para o jornal Valor Econômico

De repente, os economistas brasileiros descobriram que as benesses distribuídas a determinados grupos estão na raiz da má distribuição de renda no Brasil. É uma iniciativa bem-vinda. Coloca foco em práticas sedimentadas desde o período colonial, reforçadas nos 67 anos do Império e perpetuadas a partir da República Velha. Com a particularidade de subsistirem em meio ao processo de modernização econômica do século XX.

Tratar da mesma forma o público e o privado, sem distinção, é uma característica dos regimes absolutistas, onde predomina o Estado patrimonialista. A República brasileira, a despeito do avanço das instituições, manteve ao longo dos anos um pé no patrimonialismo, favorecendo os privilégios a determinados grupos sociais, via de regra nos segmentos de maior renda, em detrimento do progresso da sociedade como um todo.

A corrupção, como se sabe, facilmente frutifica naquele tipo de conjugação, mas vamos primeiro tratar da preferência por "poucos" e os sinais de subdesenvolvimento que fazem do Brasil um país desigual, basicamente atrasado em aspectos que são hoje fundamentais no processo de desenvolvimento: a melhoria do padrão de vida, o aumento da produtividade, a construção de um mercado robusto e a imparcialidade institucional.

O fosso educacional é o pecado número um. Sempre lembrado, estudado e debatido, tem se reduzido muito lentamente nos últimos anos. Até parece que a elite brasileira, apesar do discurso, prefere manter o status quo eternamente. O medo de perder privilégios alimenta as garras de influência sobre o poder político.

Chega a ser incompreensível que um país com gasto educacional equivalente a 5,4% do PIB, um dos mais altos do mundo, registre mais de 50% da população entre 25 e 64 anos de idade com educação secundária incompleta.

O Estado brasileiro gasta, em média, US$ 3,8 mil por estudante nos cursos primário e secundário, enquanto que a média dos países da OCDE é de US$ 8,7 mil por estudante do primeiro grau e de US$ 10,1 mil do segundo grau. Na educação terciária (nível universitário) o gasto médio no Brasil é de US$ 10,6 mil por estudante, muito próximo da média dos países.

Os dados são da série "Education at a Glance", de 2017, (Educação ao Primeiro Olhar), anualmente divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento da Economia).

Além da educação estar longe da qualidade recomendável nos níveis do ensino fundamental e secundário, a distorção do sistema educacional brasileiro é gritante quando se compara com o gasto nas universidades públicas, gratuitas. Sustentadas com dinheiro do contribuinte, são frequentadas majoritariamente por alunos com renda alta. Esse é um dos privilégios que subsiste na sociedade.

Outro aspecto é o elevado nível da tributação no país, semelhante a de países desenvolvidos, e o descompasso revelado pela precariedade dos serviços públicos, não só na educação, mas também na saúde e na segurança. Pior, além de ser obrigada a sujeitar-se a imensas filas no SUS e de ficar cada vez mais refém dos bandidos que atuam nas comunidades e favelas, os mais pobres são os que pagam, relativamente, mais impostos no país. Isto pela predominância dos impostos indiretos.

Há ainda os casos conhecidos dos privilégios dos aposentados do setor público, sem falar nos altos salários das diversas esferas de governo e nos benefícios distribuídos a senadores e deputados como verbas adicionais, moradia gratuita etc...

A lista dos privilégios é imensa e se perpetua pela falta de transparência fiscal, pelas exigências burocráticas que concentram o poder na mão de poucos e pela inépcia das classes mais baixas que, por desinformação e falta de preparo educacional, não cobram dos políticos a melhoria dos serviços públicos pelo qual pagam boa parte de sua renda na forma de tributos.

Falou-se acima que a corrupção tende a florescer em sistemas paternalistas. No fundo, está tudo junto e misturado. Um recente estudo publicado no blog do FMI revela que quanto mais alta a corrupção, mais alta é a desigualdade de renda. A correlação é direta e estreita.

David Lipton, primeiro vice-diretor gerente do FMI, Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, e Carlos Gonçalves, economista do Departamento de Pesquisa, dedicaram-se a levantar indícios de corrupção, maior ou menor, nos países latino americanos em comparação com outras regiões no estudo "Corruption in Latin America: Taking Stock" (Corrupção na América Latina: Fazendo um Inventário), publicado há seis dias.

Eles estimam que a redução nos níveis de corrupção que afetam desde o quartil mais baixo (em termos de renda) até a mediana (média da renda da população) poderia elevar a renda per capita na América Latina em torno de U$ 3 mil, acima da renda média correspondente. Admitem, no entanto, a dificuldade em mudar um padrão de comportamento que se solidificou ao longo de anos.

Em seu livro "A Nova Sociedade Brasileira", o sociólogo Bernardo Sorj, diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, faz uma análise do patrimonialismo no Brasil e de como evoluiu, adaptando-se aos processos de urbanização e ao avanço do capitalismo. "A legitimação do Estado brasileiro, na segunda metade do século XX, fundou-se basicamente na sua capacidade de gerar crescimento econômico, com descaso pelas dimensões sociais, em particular a educação e a saúde", escreve ele, acrescentando que "o esforço de racionalização do Estado nunca chegou a livrar-se do patrimonialismo".

A imbricada relação entre o público e o privado, tão pouco estudada no Brasil, explicitou-se com a Operação Lava-Jato. A pergunta é o que virá depois? Conseguirá o país por um fim no vício do patrimonialismo em prol de uma sociedade mais igualitária e próspera?
Herculano
27/09/2017 07:43
BRASILEIRO É QUEM MENOS CONFIA EM SEUS POLÍTICOS NO MUNDO NO MUNDO, ALERTA FóRUM ECONôMICO MUNDIAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Jamil Chade, correspondente em Genebra, Suíça. O brasileiro é quem menos confia em sua classe de políticos, entre 137 países avaliados pelo mundo. A constatação faz parte do ranking de competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.

Em 2008, o Brasil era o 122º colocado entre 134 economias examinadas. Em 2013, o País ocupava a 136ª posição nos critérios que mediam a confiança pública nos políticos, de um total de 148 países avaliados. Em 2017, o Brasil é o último colocado.

No Brasil, a Fundação Dom Cabral (FDC) é responsável pela pesquisa de opinião realizada junto à comunidade empresarial. Para chegar a esse resultado, a entidade ouviu 103 executivos no período entre março e maio de 2017. Pelo mundo, parceiros do Fórum coletaram um total de 15 mil entrevistas sobre as mais de cem economias.

Mas a descrença do brasileiro com seus representantes políticos não é o único problema.

No que se refere ao desvio de recursos públicos, o País está entre os três últimos do ranking. No critério sobre eficiência dos gastos governamentais, o Brasil aparece entre os quatro piores. O peso de regulações do estado é a segunda pior do mundo, enquanto ainda pesam a violência e o comportamento ético.

Para Daniel Gomez, um dos autores do informe em Genebra, a confiança nas autoridades é algo "fundamental" para a competitividade de uma economia. "Isso afeta os custos para uma economia, se um empresário não pode confiar em uma autoridade, ou num político", disse. "Isso torna mais custoso fazer negócios", afirmou.

Segundo ele, o pilar institucional é "crítico" para a competitividade do Brasil. Mas aponta que começa a existir uma percepção de que o caso da corrupção começa a ser tratado. "Mas ainda existem problemas sérios e o Brasil está numa posição muito inferior ao que deveria estar", disse. Para ele, as instituições são "as fundações" sobre o qual o mercado deve operar.

Apesar de destacar os problemas da corrupção no Brasil, o Fórum Econômico Mundial teve alguns dos principais protagonistas dos escândalos no País como seus membros de honra. Marcelo Odebrecht, por exemplo, foi co-presidente da entidade na América Latina.
Herculano
27/09/2017 07:35
da série: o desejo dos políticos ladrões ou corruptos

DIRCEU TEM ESPERANÇA DE STF ACABAR COM A PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA, por Mônica Bérgamo, do jornal Folha de S. Paulo

José Dirceu deposita suas esperanças na possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) reverter ainda neste ano a decisão de mandar para a prisão condenados em segunda instância. É o caso dele, que teve pena elevada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para 30 anos e nove meses de detenção nesta terça (26).

PRAZO
A maioria dos ministros do STF já sinalizou que pode mudar de entendimento, autorizando a prisão apenas depois de processos terem transitado em julgado. Não há, porém, data para a corte apreciar o tema.
Herculano
27/09/2017 07:29
ODIADO, PMDB VOLTA A SER MDB E AINDA É O MAIOR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O PMDB perderá o "P" a partir de sua convenção nacional, dia 4, voltará a ser chamar apenas Movimento Democrático Brasileiro (MDB), confiante na máxima do seu ex-presidente Ulysses Guimarães, segundo a qual "o MDB é como pão-de-ló, quanto mais bate, mais ele cresce". Presente em todos os municípios, depois do PT o partido mais odiado do Brasil, o MDB renasce com mais de 2,4 milhões de filiados.

ATO DE RESISTÊNCIA
A Arena virou PDS e a ditadura tornou a palavra "partido" obrigatória, para liquidar o MDB. Que virou PMDB para preservar a sigla histórica.

TRÊS OPÇõES
Houve 1.270 inscrições para a criação a nova logomarca do novo-velho MDB. Dos dez selecionados por uma comissão, restaram três finalistas.

ESCOLHA FINAL
Designers convidados ajudarão a direção do partido a escolher a nova marca oficial, pode sofrer ajustes técnicos antes de ser oficializada.

JOVENS, QUEM DIRIA
Os inscritos no processo de criação da logomarca do MDB eram jovens entre 25 e 34 anos na maioria (41% do total), um terço (29%) mulheres.

CPI DA JBS OUVIRÁ GANG DA JBS E PROCURADOR
Enquanto era lida a segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, a CPI da JBS aprovava requerimentos para ouvir os donos do grupo J&F/JBS, Joesley e Wesley Batista e o lobista Ricardo Saud, que estão presos, assim como o procurador Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot na PGR. Também serão ouvidos Jorge Hereda e Maria Fernanda Coelho, ex-presidentes da Caixa na era PT.

BNDES ENROLADO
Ex-presidente do BNDES nos governos do PT, Luciano Coutinho será ouvido sobre os generosos empréstimos e investimentos à JBS.

REPRESENTANTE
A CPI quer explicações de Cláudia de Azevedo Santos, representante do BNDES, que acabou dono de 30% da JBS, no grupo empresarial.

CRIMES NA BOLSA DE VALORES
A CPI da JBS vai ouvir Florisvaldo Machado, inspetor da Comissão de Valores Mobiliários e Leonardo Pereira, ex-presidente da CVM.

ADVOGADOS NA CPI
A CPI da JBS votará nas próximas sessões a quebra de sigilos do escritório de advocacia Trench, Rossi Watanabe, que defendia o grupo J&F/JBS na leniência e contratou o ex-procurador Marcelo Miller.

FALTOU PREVENTIVA
Advogados e até magistrados ainda se perguntam por que, sendo tão grave a denúncia do "Quadrilhão do PMDB", a Procuradoria Geral da República não solicitou a prisão preventiva dos acusados.

A FORÇA DO INTERIOR
As mulheres que chefiam o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e a Procuradoria Geral da República têm em comum o interior. Cármen Lúcia é de Montes Claros (MG), Laurita Vaz de Anicuns (GO) e Raquel Dodge de Morinhos, também em Goiás.

DOIS EM UM
Ex-ministro de Lula e Dilma e réu confesso, Antonio Palocci poderia aproveitar seu acordo de delação premiada e explicar porque é a única personalidade pública detentora de dois números de CPF.

APOIO ALAGOANO
O ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho, voz muito ouvida no PSDB, faz muito gosto na indicação do alagoano Aldo Rebelo como candidato a vice da chapa tucana para presidente, em 2018.

FREGUESIA DO ó
Agora filiado ao PSB, o ex-ministro Aldo Rebelo foi uma das vítimas da milícia malufista durante protesto estudantil, em 1980: um golpe com soco inglês arrancou-lhe cinco dentes. Trinta anos depois, ele estendeu a mão e cumprimentou Paulo Maluf num evento político em São Paulo.

ALô, STF
Entidades continuam tentando convencer juízes do Trabalho a ignorar a lei da reforma trabalhista. É o sindicalismo tentando fazer juízes, que dizem representar, cometendo crime de desobediência.

PROPAGANDA E REALIDADE
Em janeiro, o Ministério da Justiça anunciou para outubro a conclusão do presídio federal de Brasília. Atraso de três anos. A construtora faliu e abandonou a obra. Em 2015, concurso selecionou 258 pessoas, que até fizeram curso de formação, mas ainda não foram nomeados.

PENSANDO BEM...
...o STF criou a meia-prisão domiciliar, no caso Aécio Neves (PSDB).
Herculano
27/09/2017 07:26
NINGUÉM ESTÁ AGRADANDO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

"A melhora na economia vai ter impacto na eleição de 2018" é uma frase que não diz nada. Cada vez mais gente diz nadas desta espécie.

A perspectiva de crescimento entre 2% e 3% no ano que vem, alguma redução no desemprego e um segundo ano de aumento da renda média contribuiriam para tolher extremistas e dar alguma chance a um candidato do "status quo" (pelas "reformas", ao menos), diz a tese.

Pode ser. Ou não.

Para começar, o que quer dizer "melhora na economia" (ou piora)? FHC ganhou em 1998 com uma piora no PIB (o crescimento passou de 3,4% em 1997 para 0,3% no ano seguinte). Dilma Rousseff ganhou em 2010 em situação semelhante: o crescimento caiu de 3% de 2013 para 0,5% no ano eleitoral.

As melhorias acentuadas de renda nos anos anteriores ajudaram a manter a confiança do eleitorado no candidato à reeleição. Mas este ainda é comentário muito banal.

Considere-se. Na véspera da reeleição, Dilma tinha cerca de 40% de avaliação positiva nas pesquisas. Em março, minguara até 10%. O estelionato eleitoral da presidente reeleita destruiu sua reputação em três meses. "É a política, estúpido!"

A avaliação de Michel Temer piorou mais de março para cá, meses em que a atividade econômica pareceu sair do coma. Está certo, não é fácil ressuscitar o zumbi Temer, tido como menos confiável que Dilma.

As mudanças de prestígio, por sua vez, não são assim previsíveis. Dilma viu sua popularidade recorde ser talhada pela metade em um mês, junho de 2013. Aécio Neves saiu de quase presidente em outubro de 2014 e líder tucano e da derrubada de Dilma para a condição de pária. Causa tanta ou mais aversão que Temer ou Eduardo Cunha, abjeções quase absolutas.

IRA CRESCENTE

Mas o povo diz mais. Levantamento do Ipsos deste mês mostra revolta grande e crescente contra todos os pré-candidatos maiores a presidente, dos "tradicionais" aos "outsiders" (fora Lula, que teve melhorazinha).

Pesquisa do MDA para a Confederação Nacional dos Transportes revela mais ira crescente, na contramão da economia. Em setembro, 35,4% dos entrevistados achavam que a situação do emprego iria piorar (ante 30,6% em fevereiro); para 25,7%, haveria melhora (31,3% em fevereiro). A pesquisa registrou resultados na mesma direção para renda, saúde e educação e, em várias questões, enorme desesperança com os políticos.

Para 80%, Temer não "está fazendo as reformas de que o país precisa". Não é possível derivar desta resposta uma opinião do eleitorado sobre "as reformas" em geral, claro. Mas outras pesquisas registram rejeição enorme à reforma da Previdência (71%, no Datafolha de maio. Dois terços acham que a trabalhista favorece mais empresários do que empregados).

Fica evidente que o eleitorado espera alguma outra combinação de conversa política com resultados econômicos.

A conversa dos candidatos que apareceram não está agradando. A ira econômica e política ainda é grande. A reação política a melhoras na condição material de vida é incerta.

São muitas as combinações de variantes de debate político, candidaturas e tipos de resultado econômico que podem dar o jeitão geral da campanha eleitoral de 2018, que ainda está por inventar.
Herculano
27/09/2017 07:22
OU O SENADO ANULA DECISÃO DO TRIO DO BARULHO, DE ACORDO COM A CARTA, OU SE DESMORALIZA DE VEZ, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

Rosa Weber e seu característico olhar aéreo: com Barroso e Fux, formou o trio "Rasga a Constituição"
Três ministros da Primeira Turma do Supremo - Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux - resolveram afrontar a Constituição e o Código de Processo Penal e afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do seu mandato. A palavra está com o Senado. A decisão tem de ser anulada pelo plenário da Casa. Não estou pregando sublevação contra uma decisão do STF, ao arrepio da Constituição. Ao contrário!

Defendo que a resistência se dê nos limites da Lei Maior que nos rege. Ou ninguém mais estará seguro. Nota à margem: antes que setores da imprensa comecem a comemorar a punição a um senador que nem réu ainda é, uma lembrança: o resultado da votação desta terça é uma advertência também a nós, jornalistas. Sigilo da fonte e liberdade de expressão e opinião, por exemplo, estão assegurados na Lei Maior do país, aquela mesma que foi rasgada pelo trio no caso de Aécio. Se um senador pode ser vítima do arbítrio, por que não um jornalista?

Para lembrar: o trio resolveu afastar Aécio do seu mandato, proibir que converse com outros investigados, impor-lhe o recolhimento domiciliar à noite e reter seu passaporte. Essas são medidas previstas no Artigo 319 do Código de Processo Penal e só podem ser impostas como alternativas à prisão preventiva, que está no Artigo 312 do mesmo Código. Vale dizer: para que o 319 possa ser aplicado, é preciso que seja cabível o 312. Ocorre que, segundo o Parágrafo 2º do Artigo 53 da Constituição, um senador ou deputado só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável (crimes hediondos). Não houve uma coisa nem outra. Logo, a prisão de Aécio era descabida. Se é, e o próprio tribunal admite, não se podem aplicar as cautelares substitutas. E qualquer advogado preparado ou jurista sabe disso. No meu blog, caso se interessem, vocês encontram textos detalhando a argumentação.

Já passou da hora de o Congresso reagir. E com a Constituição na mão. Vou aqui transcrever o Parágrafo 2º do Artigo 53 da Carta:

"Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão."

Bem, aí está dito, de forma inequívoca, que, mesmo no caso de prisão de um de seus pares por flagrante de crime inafiançável, os senadores e deputados podem não endossar a decisão do Supremo. E não se cuida aqui de desobediência, mas de prerrogativa de um dos Poderes da República. Ora, quem pode o mais pode o menos, não é? Se os parlamentares, por maioria simples, conseguem reverter a decretação de uma preventiva, por que não poderiam suspender punições mais brandas a um de seus pares?

É estupefaciente que tal decisão seja tomada no momento em que a patuscada da holding "JJ&F" ?" Janot, Joesley e Fachin ?" vem a público com todas as suas evidências de crime. Uma mesma arquitetura fraudulenta serviu para tentar derrubar o presidente Michel Temer e liquidar o presidente de um dos maiores partidos do país. E falcatruas outras ainda se revelarão. Terá o Senado, desta feita, com a Constituição na mão, a coragem de fazer valer a lei?

A situação é de tal sorte absurda que proponho aqui dois exercícios:

1: Aécio está afastado do mandato. Nem réu é ainda. Caso venha a ser, será julgado um dia. Digamos que ele se reeleja senador antes de eventual condenação. Quer dizer que pode ser candidato ao Senado, como possibilidade de ser eleito, mas não pode ir ao Senado?

2: Mais uma: e se Aécio simplesmente resolvesse descumprir as decisões do trio do barulho Barroso-Rosa-Fux? Iria ao Senado, ainda que não votasse; falaria com quem bem entendesse; não entregaria seu passaporte e passaria noites na rua quando lhe desse na telha? Aconteceria o quê? A Constituição diz que só poderia ser preso em flagrante por crime inafiançável. As ações acima, por acaso, se enquadram nessa categoria? A resposta é "não"! Ou por outra: é o punido, nesse caso, que garante a autoridade do punidor. Se aquele que sofre a sanção não quiser, a dita autoridade não se impõe. E por que isso acontece? Porque os três ministros violaram a Constituição, além do Código de Processo Penal.

Senhores senadores, a questão agora é de hombridade e decência: ou se anula essa decisão, de acordo com a Constituição, ou viveremos a pior de todas as ditaduras, que é a do Judiciário. É a pior porque, no fim das contas, não há a quem recorrer.
Herculano
27/09/2017 07:18
SEM REFORMA DA PREVIDÊNCIA, NóS CONTINUAREMOS RUMO AO CAOS, por Antônio Delfim Netto, economista, ex-deputado Federal, ex-ministro da Fazenda (governos militares de Costa e Silva e Emílio Médici), para o jornal Folha de S. Paulo

Numa análise fria e isenta, parece que não é possível rejeitar a tese de que uma "casta" de altos burocratas do Legislativo e do Judiciário, bem treinados e competentes, mas não eleitos, adquiriu um preocupante poder na administração material do país. Sobre ela não existe nenhum controle social. Organizada em poderosíssimo sindicato e com protagonismo midiático, puxa pelo nariz os três Poderes.

Com relação ao Judiciário, por exemplo, basta ver a sua resistência sutil e bem organizada para ilidir a aplicação dos dispositivos da recente reforma trabalhista. A "rádio corredor" do STF informa que um número importante de seus ministros (que fizeram vida sindical) simplesmente "não gostaram dela e vão resistir à sua aplicação"...

Seria tolice, entretanto, atribuir a dificuldade fiscal apenas aos seus altos salários, que não respeitam o "teto" constitucional, a toda sorte de exegese "criativa" dos tribunais superiores e aos seus direitos "mal adquiridos", aceitos pacificamente pela descuidada classe trabalhadora que os sustenta. São tão responsáveis quanto são os fiscais da lei, que têm uma certa inibição quando se trata desses desvios.

Todas as situações têm nuances e nada é o que parece à primeira vista. A Operação Lava Jato, por exemplo, foi um novo instante na história do país e pôs à luz as vísceras de uma teratológica conjunção carnal entre "políticos" que controlaram um Estado degenerado e um setor privado que estava longe da ética. Talvez ela seja a única unanimidade de esperança da sociedade brasileira, que a defende com unhas e dentes e perdoa alguns excessos próprios de um processo de aprendizado.

O fato, entretanto, é que é usada, indevidamente, para impedir qualquer "controle" sobre as atividades dos "controladores" e inibir qualquer iniciativa legítima do Legislativo de fazê-lo.

Temos que admitir claramente que, por muitos motivos e a despeito de uma alta carga tributária bruta (certamente mal distribuída), o Estado não tem sido capaz de fornecer o mínimo de serviços públicos indispensáveis para uma vida razoável: segurança, saúde, educação e mobilidade urbana de boa qualidade. O principal é que dissipa recursos com uma excessiva generosidade na remuneração do alto funcionalismo e na insensatez do sistema de Previdência, exemplificado na extensão do benefício dos ganhos de produtividade até a pensionistas...

A reforma da Previdência é um passo essencial para atingirmos dois objetivos: fornecer o mínimo de serviços públicos de qualidade a todos os cidadãos e garantir uma digna aposentadoria. Sem ela, nunca os atingiremos e continuaremos a caminhar para o caos
Herculano
27/09/2017 07:14
"CREIO QUE O SENADO DERRUBARÁ DECISÃO DO STF", por Josias de Souza

Vice-presidente do Senado, o tucano Cássio Cunha Lima (PB) fez duas previsões na noite desta terça-feira: 1) "O plenário do Senado está obrigado a se manifestar formalmente sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que cerceou a liberdade de Aécio Neves (PSDB-MG)"; 2) "Creio que o Senado derrubará a decisão do Supremo".

Em conversa com o blog, Cássio declarou que a Segunda Turma do Supremo tornou "incontornável" o pronunciamento do Senado ao ordenar o recolhimento noturno de Aécio. "Isso não pode ser chamado de medida cautelar", disse o senador, que é advogado. "O que houve foi a decretação da prisão de um senador. Algo que, pela Constituição, precisa ser obrigatoriamente apreciado pelo Senado."

Cássio prosseguiu: "O Supremo impôs a Aécio uma modalidade de prisão chamada tecnicamente de prisão domiciliar albergue. Está prevista na Lei de Execuções Penais. O Senado não pode ignorar. Terá de votar da mesma maneira que votou a prisão do ex-senador Delcídio Amaral. A única diferença é que o Delcídio foi preso no regime fechado."

No caso de Delcídio, pilhado em gravação tentando comprar o silêncio de um delator da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o Senado aprovou a manutenção da prisão preventiva decretada pelo Supremo por 59 votos a 13. Houve uma abstenção. Dos 13 votos favoráveis ao relaxamento da prisão de Delcídio, nove vieram da bancada do PT.

"Hoje, eu sinto que há um sentimento de remorso em relação a essa decisão tomada no caso do Delcídio", diz Cássio. "Eu me lembro que contribuiu muito para a manutenção da prisão uma declaração do Rui Falcão, então presidente do PT. Ele praticamente jogou o Delcídio aos leões."

Caberá a Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, pautar a votação sobre o recolhimento domiciliar de Aécio. Antes, o senador deve ouvir a Advocacia do Senado. Reza a Constituição que, em casos de prisão de parlamentares, os plenários do Senado e da Câmara precisam ser notificados pelo Supremo num prazo de até 24 horas. Notificada, a Casa legislativa dispõe da prerrogativa constitucional de referendar ou revogar a prisão.
Herculano
27/09/2017 07:08
da série: o jornalismo da esquerda do atraso está sem heróis e sem causas desligadas de corruptos e corrupção. Está tonta e dando explicações.

DIRCEU E PALOCCI, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

José Dirceu e Antonio Palocci foram os aliados mais importantes de Lula na eleição de 2002. O primeiro montou a aliança que tirou o PT do gueto da esquerda. O segundo negociou a trégua entre o partido e o empresariado.

Depois da vitória, os dois foram recompensados com os principais cargos do novo governo. Dirceu passou a pontificar na Casa Civil como um primeiro-ministro. Palocci assumiu a Fazenda com carta branca para comandar a política econômica.

No período da bonança, Lula não poupava elogios para afagá-los. O ex-líder estudantil, que pegou em armas contra a ditadura militar, virou o "capitão do time". O médico de Ribeirão Preto, que não parecia ter intimidade com a bola, foi comparado ao craque Ronaldinho Gaúcho.

Depois viria a tempestade, e o chefe lançou os auxiliares ao mar. "Eu afastei o Zé Dirceu, afastei o Palocci, afastei outros funcionários e vou continuar afastando", disse, durante a campanha à reeleição em 2006.

Nesta terça, os ex-ministros voltaram a se cruzar no noticiário. Dirceu, que cumpre prisão domiciliar, teve a pena aumentada para 30 anos de prisão. Palocci, que negocia um acordo de delação premiada, anunciou a decisão de se desfiliar do PT.

Condenados por corrupção, eles escolheram caminhos opostos. Dirceu manteve o silêncio em nome da "causa". Arrisca passar o resto da vida preso, mas é tratado como herói pelos antigos companheiros. Palocci deve voltar mais cedo para casa, mas jamais se livrará da pecha de traidor.

Muito antes da Lava Jato, os dois chegaram a ser cotados para suceder Lula no Planalto. Então vieram o mensalão e o escândalo do caseiro, e a candidatura sobrou para Dilma Rousseff. Mas essa já é outra história.

*

Ao disputar a Presidência, o tucano Aécio Neves disse aos eleitores que sua vitória significaria "um não à corrupção e um sim a um governo correto, regido pela ética". Pois é
Herculano
26/09/2017 19:49
GOLPISTAS TENTARAM FABRICAR O ABISMO PARA AMEAÇAR O PAÍS E OFERECER SUAS SOLUÇÕES. FALHARAM!, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Os apoiadores do golpe arquitetado por Rodrigo Janot, com apoio de alguns luminares pouco iluminados do STF, tentaram vender ao país as seguintes alternativas: ou o presidente Michel Temer fica, e o país mergulha no abismo, ou ele sai, e o seu sucessor conduz o barco até dezembro de 2018.

Obviamente, os golpistas, muito ciosos de seu patriotismo, escolhiam o segundo caminho, não é? Afinal, todo golpe, como se sabe, é salvacionista. Rasga-se a ordem legal, mas por bons motivos, certo? Essa segunda escolha teve dois momentos:
a: alternativa Cármen Lúcia: num cenário de pré-abismo, ela teria a virtude da mediocridade política. Sem anseios, tentaria levar a coisa adiante na base das sentenças morais, das tiradas acacianas e da indignação cívica;
b: alternativa Rodrigo Maia: surgiu depois que o balão Cármen Lúcia murchou sem nunca ter inflado. Chegaram mesmo a inventar a figura do "enfant terrible", no melhor sentido para ele, dos mercados. Com o deputado no comando, viria um novo surto de otimismo etc e tal. É? Por que em vez de afirmar, como faz agora, que a reforma da Previdência não terá mais de 200 adesões na Câmara, ele não põe a sua formidável liderança em favor dos 308 votos?

Pois é? Temer não caiu, não vai cair, e o país não foi para o abismo. E agora? Bem, agora se trata de inventar teorias exóticas, das quais, aliás, cumpre que até o ministro Henrique Meirelles, um pré-presidenciável, busque se precaver. É a chamada "tese do descolamento". O que isso significa? A economia se arranja por sua própria conta, independentemente da crise política ou do governo. Sim, já cansei de ler e de ouvir que a recuperação em curso da economia "nada tem a ver com Temer". Bem, se é assim, cumpre indagar por que não se recuperou nos tempos de Dilma Rousseff, não é mesmo? A economia deveria ter olhado para ela, dando-lhe uma solene banana, e dito: "Olhe aqui, não dependo de você".

Uma variação algo benigna dessa tese, mas também errada, sustenta que é a equipe econômica que mantém o rumo. Temer, o presidente, não teria nada com isso. É mesmo? Então coloquem lá um poste e peçam que ele faça as articulações no Congresso. Capenga ou não, ele está com os mesmos poderes de antes.

Passo a reproduzir agora um excelente artigo do economista José Márcio de Camargo, um dos mais agudos e competentes especialistas do país, professor de economia da PUC-RJ. O texto foi publicado no Estadão desta terça.


"O sucatão está decolando." Essa frase supostamente irônica foi dita pela jornalista âncora de um dos principais noticiários de uma das redes de comunicação mais importantes do País, surpresa diante da notícia de que a economia brasileira voltou a crescer e a taxa de desemprego entrou em trajetória de queda.

A jornalista não está sozinha. Um grande número de analistas (com muitas e boas exceções) se surpreendeu com a retomada do crescimento da economia, a queda do desemprego e da inflação. Essa surpresa decorre de uma cegueira mais ou menos generalizada, em parte por razões puramente ideológicas e, em parte, pela incapacidade de separar questões relacionadas a disputas política, jurídica e moral de decisões de política econômica corretas e coerentes.

Desde maio de 2016 o atual governo implementou um conjunto de reformas que reverteram uma estagnação que durou dois anos (2013-2014), seguida de dois anos de recessão (2015-2016), e que levou a taxa de inflação a 11% ao ano e a taxa de desemprego a 13% da força de trabalho.

Algumas dessas reformas tiveram efeito imediato, como a lei de conteúdo nacional, o fim da obrigação de que a Petrobrás participasse de todos os leilões do pré-sal, a liberalização dos preços dos combustíveis, a redução de tarifas de importação de bens de capital, a decisão do Banco Central de manter a meta para a inflação em 4,5% em 2017 e só começar a reduzir a taxa de juros quando as expectativas e a própria inflação deram sinais de queda.

Outras estão mais voltadas para o médio prazo, ainda que parte de seus efeitos esteja sendo antecipada pelo mercado. Entre estas se destaca a mudança da taxa de juros cobrada pelo BNDES em seus empréstimos, o que, em conjunto com a reforma trabalhista, permitirá uma redução estrutural da taxa básica de juros. A reforma da legislação trabalhista, que vai reduzir o desemprego e a informalidade; a permissão para a terceirização de qualquer atividade das empresas, que vai gerar elevados ganhos de produtividade; e a introdução na Constituição de um teto para o crescimento dos gastos públicos, indispensável para evitar que a dívida pública permanecesse em trajetória explosiva, terminando em hiperinflação ou em calote.

Finalmente, outras reformas estão direcionadas para fazer seus efeitos no longo prazo, em especial a reforma do ensino médio, cujo objetivo é reduzir a repetência, tornar o conteúdo do ensino médio mais voltado para a realidade dos jovens e diminuir a evasão.

Esse conjunto de reformas mudou o curso da economia brasileira em pouco mais de um ano e gerou forte crescimento dos preços dos ativos no mercado financeiro. Que alguns tenham se mostrado surpresos com a rapidez da reação do mercado financeiro não é surpreendente. O que é surpreendente é que, quando a valorização dos ativos financeiros começa a se refletir no comportamento da economia real, alguns analistas continuem a menosprezar as reformas implementadas e que já começam a ter resultados concretos e visíveis.

A frase que intitula este artigo não é irônica, mas deselegante, desrespeitosa para com o País e preconceituosa, e mostra um total desconhecimento de fatos importantes por um profissional cuja função é informar a população de forma imparcial.

Realmente, o estrago feito ao longo dos últimos dois governos quase transformou a economia brasileira num sucatão incapaz de voar. Porém, nos últimos 15 meses, um grande número de peças deste "quase sucatão" foi trocado por peças mais novas e modernas, colocando-o em condições de alçar voo. Faltam, ainda, muitas peças a serem trocadas, e com urgência. As reformas da Previdência e tributária, as privatizações e a abertura da economia estão entre as mais importantes. Se conseguirmos trocá-las, teremos transformado o "quase sucatão" num moderno jato capaz de voar em velocidade de cruzeiro por um longo período de tempo.

Encerro
E noto: os golpistas tentaram fabricar o abismo para depois ameaçar o país. Não conseguiram. Mas criaram, sim, dificuldades enormes. Se a reforma da Previdência ficar pelo melo do caminho, coloquem a responsabilidade na conta da holding "JJ&F" (Janot, Joesley e Fachin). Sem essa patuscada, o presente estaria certamente mais tranquilo, e o futuro, em outro patamar.

O que lamento especialmente é que a estupidez tenha punido os mais pobres, rendido dividendos aos espertalhões e provocado a fúria propositiva dos idiotas

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