Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

28/06/2017



O SONHO E O PESADELO I
Qual a notícia de ontem que tomou conta dos noticiários da região? O Hospital Santo Antônio, de Blumenau, está fechando as cinco vagas de UTI, novinhas, fruto de investimentos públicos, doações privadas e que abriu em novembro do ano passado, às dez que já possuía naquele hospital. E qual a razão do fechamento? É que o governo Federal prometeu e não credenciou as cinco novas vagas até agora para atender pelo SUS. Tudo se perdeu na burocracia, nas promessas, na irresponsabilidade do estado. Igualmente o governo de Raimundo Colombo, PSD. E sozinho, o Hospital Santo Antônio, como é notório, não consegue mais suportar o rombo de quase R$1 milhão desses cinco leitos funcionando nesse período, à espera do credenciamento estatal.

O SONHO E PESADELO II
E por que escrevo isso? Para mostrar duas coisas. A primeira delas, o grande descompasso da Saúde Pública de Gaspar entre a realidade e os sonhos dos políticos, que estão a tornando a área, um pesadelo. Segundo, quase toda sessão na Câmara de Gaspar, com a Saúde Pública de Gaspar na UTI, consumindo os recursos que não possui, sendo um deles, o Hospital, inventaram que é preciso urgentemente implantar uma UTI. E quando questionada na sua sustentabilidade, o que de fato é caro, de pronto e irresponsavelmente, afirma-se e “prova-se” que isto se daria via os governos Federal e Estadual, também sucateados neste quesito. Quer mais prova do que nos ensina o Hospital Santo Antônio que se vê obrigado a fechar os novos leitos da sua UTI por falta de recursos federal e estadual?

O SONHO E O PESADELO III
A UTI no Hospital de Gaspar é necessária? É! E a defendo. Mas ela é prioritária diante do quadro de disenteria aguda na Saúde Pública de Gaspar onde o assunto é tratado entre amigos e políticos? Não! A prioridade é resolver os problemas de funcionamento para os postinhos (e ativação dos novos, alguns deles parados nas obras), a policlínica (a meia-boca) e as farmácias básicas (sem alguns medicamentos), onde centenas de pessoas estão reclamando a falta de atendimento para o essencial, o ambulatorial, o exame especializado e remédios de uso contínuo. É vergonhoso constatar que os políticos no poder de plantão não consigam enxergar os problemas e propor soluções adequadas para cada situação emergencial. Estão falando de sonhos e tramando a busca do poder... Acorda, Gaspar!


DILENE FORA I
Aqui nesta coluna, a saída da técnica Dilene Jahn dos Santos da secretaria da Saúde, é notícia velha. Há um mês, os vereadores já tinham anunciado de que daquela terça-feira ela não passava. Ficou sendo fritada, em agonia, por um mês. Naquele dia, vejam só,o próprio líder do prefeito Kleber Edson Wan Dall, o vereador Francisco Hostins Júnior (que já foi secretário da Saúde, do PT), ambos do PMDB, ao ouvir as sucessivas queixas da oposição (no papel dela), mas principalmente da situação, arrematou ao final da sessão: “quem cala, consente”. Ou seja, assumiu que a Saúde Pública de Gaspar tocada pelo governo Kleber estava na UTI e antes que o prefeito fosse para a guilhotina, já tinha escolhido quem deveria perder a cabeça: a secretária. Meus leitores e leitoras sempre souberam desses problemas e sabiam que a cabeça da secretária estava a prêmio há muito tempo, apesar do silêncio da imprensa daqui.

DILENE FORA II
O que escrevi na coluna de ontem? “Saúde na UTI. Uma pergunta oportuna: Dilene Jahn dos Santos, secretária da Saúde e Fábio continuam prestigiados? Se depender dos políticos da base aliada, os técnicos [ e me referia também ao novo gestor do Hospital, Fábio Bortuni Pereira Lima, que está lá há um mês, que viu com precisão os defeitos dele e como ali, há donos], precisam sair para lhes darem os lugares e assim abrir a cara estrutura para os seus [os políticos que gravitam no novo poder]?” A saída de Dilene já estava planejada desde quando ela chegou a Gaspar. Ela era uma técnica, não é uma política, não é daqui e não responde a nenhuma “tomada de contas” do Tribunal de Contas do Estado por dúvidas no trabalho que fez. Ela é uma indicação de um executivo, Sérgio Roberto Waldrich, padrinho da campanha de Kleber. O eleito, do nada, quis lhe agradecer e agradar. Acabou arrumando uma encrenca daquelas, pois teve que dançar nas mãos dos políticos, manter a sua frágil base na Câmara. Então, deu às costas para a realidade dos graves problemas que acometem a Saúde Pública de Gaspar. Mais um torturante desgaste em menos seis meses de governo. Outro está à caminho.

DILENE FORA III
Ao defenestrar Dilene da titularidade da secretaria, o prefeito Kleber fez o serviço para o PT quadruplamente. Primeiro, passou o atestado do erro. Segundo insiste em continuar no modelo de Saúde Pública implantado pelo PT e que levou à área ao sucateamento pelo consumo excessivo de recursos financeiros pela continuação da intervenção do Hospital, inventada pelo PT e que obriga a prefeitura sustentá-lo em todas as circunstâncias. Terceiro, porque recolou o rótulo de incompetente em Dilene, dado pelo PT quando a tirou como gestora do Hospital, levada exatamente por Waldrich que liderou o processo de recuperação física do prédio do Hospital e foi passado para trás pelo PT, na intervenção. Quarto, porque, igualzinho ao PT de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, Kleber acaba de passar a perna em Waldrich, descartou e o desmoralizou com a atitude de tirar Dilene em tão pouco tempo, deixando-a exposta como um problema ou incompetência. Falta de aviso ao Waldrich, não foi. Aprendizado, nesta área, até agora, zero. A queda de Dilene e a forma como ela apareceu no governo Kleber, enfraquece o prefeito de fato de Gaspar, o secretário da Fazenda e que acumula a função de secretário de Administração e Gestão, o advogado, Carlos Roberto Pereira.

DILENE FORA IV
A saída de Dilene da secretaria de Saúde vinha sendo cozinhada antes mesmo dela tomar posse. Um grupo do PMDB liderado pela ex-vereadora e ex-secretária de Saúde, Ivete Mafra Hammes (e inclui-se o secretário de Celso Oliveira, de Desenvolvimento e Renda) ao tempo do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, quando ainda estava no PMDB, nunca engoliu esta escolha. E vinha questionando-a, sistematicamente. As queixas eram quase diárias. As tentativas de composição não deram certas. Os últimos três meses foram torturantes. Estavam na verdade a procura de uma saída honrosa e que não chegava. Na reunião de segunda-feira, depois de muito bate-boca, houve a decisão, comunicada e espalhada estrategicamente pelos taxistas que rodeiam o paço. Dois dias dor-de-barriga intenso e silêncio sepulcral no paço. Até na imprensa, menos aqui nesta coluna. Ontem no final da tarde a informação vazou e hoje estampa como manchete. Então, só hoje, promete-se “explicações” oficiais, como se fosse possível conter as verdades que rolam nas redes sociais, e alguns comentários postados aqui. A pergunta que não quer calar? Quem mesmo, cuida da comunicação e da imagem do governo de Kleber Edson Wan Dall? Acorda, Gaspar!


RECURSOS PARA A DUPLICAÇÃO DA BR-470
Nos próximos dias, o Governo Federal deve lançar o "Programa Avançar", que prevê injetar recursos necessários para dar ritmo às obras de duplicação das rodovias BR-470 e BR-280, estradas fundamentais para o desenvolvimento de Santa Catarina e que estão em ritmo lento. Bancada do PMDB de Santa Catarina, reuniu-se com o ministro-chefe da secretaria-geral da presidência da República, Moreira Franco. Dele, obteve a garantia de recursos para as obras, o que foi confirmado pelo secretário de Coordenação de Projetos do PPI, Tarcísio Freitas. "Será um recurso importante para avançar nas obras e baratear o pedágio quando sair as concessões", ressaltou ele. Participaram do encontro os deputados, Mauro Mariani, Rogério Peninha Mendonça, Celso Maldaner e Ronaldo Benedet.

 

TRAPICHE


Qual o plano, afinal? Mudou? O que mudou? Por que? Quem se lembra do Plano de Governo de Kleber para a saúde de Gaspar? Eu relembro e pergunto: o que realmente foi feito nestes seis meses, além da briga de incessante de políticos para comandar esta pasta.

Garantir o atendimento de Saúde Bucal em todas as Unidades de Saúde, revitalizando os programas de prevenção nas escolas;

Garantir o fornecimento de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde para a população, descentralizando a entrega de todos os medicamentos nas unidades de saúde e a domicilio para os acamados;

Fortalecimento da Saúde Mental, com Implantação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial) focando também no público AD (Álcool e Drogas), além de implantação de um Ambulatório de Psicologia, com atendimento clínico individual e de grupo;

Implantação da equipe do NASF II (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), e revitalização do Programa Melhor em Casa, com atendimento médico, de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção;

Investir na capacitação dos profissionais da saúde com foco no atendimento humanizado e conhecimento técnico em todas as áreas de abrangência, proporcionando melhores condições de trabalho;

Implantação da Rede Cegonha, assegurando às mulheres o direito ao planejamento familiar, atenção humanizada a gravidez, ao parto e pós-parto, e às crianças o direito ao nascimento seguro;

Contratar equipes multiprofissionais para implantação e acompanhamento de grupos de atividade física, artesanato, controle alimentar nas Unidades Básicas de Saúde;

Firmar convênios com universidades para residência médica e multiprofissional, com objetivo de ofertar serviços de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, entre outros;

Reativação do serviço de Saúde da Mulher, com atendimento de média complexidade (gravidez de risco, colocação de DIU) e atuação na prevenção do câncer do colo de útero, mama, através de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer e outras entidades;

Fortalecimento do Conselho Municipal e dos Conselhos Locais de Saúde com um trabalho contínuo, juntamente com a Gestão de Saúde;

E para o Hospital? Humanização do atendimento, com a implantação da classificação de risco (uso de pulseiras), capacitando os profissionais e extinguindo a cobrança do estacionamento;

Buscar a sustentabilidade do hospital, vocacionando-o como Hospital de Retaguarda, e implantando leitos de UTI, junto ao Ministério da Saúde;

Ampliar o número de especialidades médicas do corpo clínico do Hospital, garantindo mais serviços e produção, evitando assim o deslocamento e transferências de pacientes para outras unidades hospitalares;

Aprimorar o serviço de imagem do hospital (ultrassom/mamografia/tomografia), bem como os serviços de análises clínicas, através de parceria com laboratórios da cidade e assim diminuir as filas de espera.

Ilhota em chamas I. O ex-prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, esperava ser solto na segunda-feira. Preso na operação “Terra Prometida”, desenvolvida pelo Gaeco, teve a prisão prorrogada em mais cinco dias pela Justiça.

 

Edição 1807

Comentários

Herculano
29/06/2017 19:47
COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ ESCRITA ESPECIALMENTE PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE JÁ ESTÁ EDITADA. O JORNAL JÁ ESTÁ NO PARQUE GRÁFICO PARA A IMPRESSÃO. DAQUI A POUCO ELA ESTARÁ DISPONÍVEL PARA OS INTERNAUTAS
Herculano
29/06/2017 09:05
FORÇA E UGT ESPERAM MOBILIZAÇÃO MENOR PARA PARALISAÇÃO DESTA SEXTA-FEIRA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fernanda Perrin. Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores, duas das três maiores centrais do país, esperam que a mobilização contra as reformas do governo Michel Temer programada para esta sexta-feira (30) seja menor do que a greve geral de 28 de abril.

Um dos motivos apontados é a baixa adesão de categorias ligadas aos transportes. Sindicatos como o dos motoristas de ônibus, que aderiram ao movimento anterior, não vão parar dessa vez.

De acordo com Ricardo Patah, presidente da UGT, central que concentra categorias ligadas aos transportes, essas entidades estariam com problemas em razão das multas que receberam após terem parado em abril.

"Nós precisamos de um movimento que não seja paralisado pelo transporte, mas que todos estejam em sinergia e paralisem. Nós precisamos conscientizar melhor os trabalhadores. Muitos ainda não sabem o que está acontecendo", diz Patah, que é filiado ao PSD, partido da base aliada de Michel Temer.

A orientação da central é participar da mobilização, mas não parar as atividades como ocorreu em abril.

Nas duas últimas semanas, o presidente da UGT reuniu-se com Temer e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, para defender "ajustes" na reforma trabalhista por meio de uma medida provisória.

"Temos de ser pragmáticos. Queríamos que a reforma não passasse, mas pragmaticamente, em isso acontecendo, [com as alterações] é menos pior", afirma.

PREVIDÊNCIA

A paralisação da tramitação da reforma da Previdência na Câmara também acabou virando um problema para as centrais. Na avaliação de João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, as mudanças propostas na aposentadoria mobilizam mais os trabalhadores que a reforma da CLT.

A proposta está parada na Câmara desde maio. O governo tentava reunir apoio de três quintos dos deputados necessário para aprovação do projeto antes de colocá-lo para votação no plenário quando foi surpreendido pela delação dos donos da JBS, que deflagrou a atual crise política que atinge o Planalto.

O governo agora aguarda que a Câmara vote a denúncia contra Temer apresentada pelo Ministério Público antes dar seguimento às mudanças na Previdência.

"A mobilização do dia 30 está muito focada na reforma trabalhista, mas o que mobiliza mais gente, na nossa opinião, é a Previdência. Então ainda que haja acúmulo de forças e as questões em Brasília tenham ajudado, talvez a mobilização seja menor", afirma Juruna, da Força.

Já a CUT, ligada ao PT, mantém o discurso de uma grande paralisação, embora também não fale em greve geral. Diferentemente das outras centrais, a entidade também pede a saída de Temer.
Herculano
29/06/2017 09:01
CÁRMEM LÚCIA DARÁ HOJE UM VOTO QUE DIRÁ QUE STF ELA QUER: DE PE OU DE QUATRO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O Supremo deve concluir hoje a votação sobre o papel do relator na homologação das delações, suscitado por uma questão de ordem e por um agravo regimental. Na prática, há três questões em causa. A mais séria e mais relevante segue indefinida, e o voto da ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal, pode ser decisivo. Ela vai dizer se quer uma Corte de joelhos diante de um acordo de um bandido com um procurador ou se acredita que aquela Casa só deve subserviência à Constituição.

Por 11 a zero, os ministros bateram o martelo: Edson Fachin segue relator da homologação. Já escrevi aqui: trata-se mais de uma manifestação de apreço do pleno a um de seus membros do que propriamente de uma questão técnica. É evidente que ele não era o juiz natural do caso, que nada tem a ver com o petrolão. Mas vá lá? Acredito que tal despropósito não se repita tão cedo.

O ministro Gilmar Mendes, que não tem receio de ser nem maioria nem minoria ?" e assim há se de comportar um juiz ?", foi voto vencido na defesa de que cabe ao colegiado homologar uma delação, especialmente nos casos, como foi o de Joesley Batista, em que o bandido premiado não será nem mesmo denunciado.

A argumentação de Mendes foi impecável:
"Sob outro aspecto, quando o acordo de colaboração chega ao ponto do perdão com a dispensa de denúncia, a decisão unipessoal é ainda menos compatível com o sistema. Nesses casos, a lei redunda em duas decisões penais graves: o reconhecimento da culpa do acusado e a dispensa da aplicação da pena correspondente. São dois juízos de mérito da maior relevância. Não há consistência em projetar para tal hipótese a competência do relator para aplicar medidas cautelares.
(?)
Acresço que a submissão aos juízos singulares reduz o espaço para a contestação aos acordos, ou mesmo para a formação de jurisprudência sobre o tema. Os acordos acabam homologados pelos juízes de primeira instância e, eventualmente, por relatores."

O ministro, diga-se, afirmou que, ele mesmo, se relator, não hesitará em apelar ao colegiado, o que sempre se faculta a um membro do Supremo.

Questão grave
A questão grave, no entanto, vem agora. Até onde as palavras fazem sentido ?" será preciso que cada ministro esclareça seu voto para a redação do acórdão ?" o acordo de delação homologado é a voz de Deus, mesmo na hora do julgamento, para cinco membros do STF, a saber: Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Celso de Mello. Cinco outros se manifestaram, até onde se entende, para que o tribunal, diante de uma eventual irregularidade, possa intervir na fase da sentença: Alexandre de Moraes, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e, como já deu pra notar, Gilmar Mendes.

O que diz o Parágrafo 11 do Artigo 4º da Lei 12.850? Vamos ver:
"§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia."

"Eficácia" é a qualidade ou virtude do que é eficaz. E, segundo o dicionário, o "eficaz tem a virtude ou o poder de produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado efeito"; também é sinônimo de "seguro, válido, ativo, infalível, persuasivo, convincente".

Ainda que a palavra "eficácia" tenha aplicações diversas em direito, todas elas remetem ao sentido denotativo do vocábulo. Ora, um acordo de delação, mesmo que homologado, que carregue vícios e ilegalidades deve, ainda assim, ser soberano? Ou, nas palavras de Mendes:
"Nesse particular, é de se indagar se o juízo homologatório do acordo de colaboração premiada é exauriente ao ponto de afastar qualquer irregularidade informativa das partes: seja porque o acusado ocultou informações relevantes à acusação; seja porque alegou possuir informações e material probatório de que não dispunha; seja porque o próprio órgão acusador omitiu informações a respeito das provas existentes em relação ao próprio colaborador, de modo a induzi-lo a erro quanto ao juízo de eventual condenação. Quer me parecer que a resposta é negativa".

Bem, meus caros, dizer o quê? Trata-se de saber, já escrevi aqui, qual a Carta Magna do país: é a Constituição ou é um acordo de delação premiada, celebrado entre um bandido e um procurador?

Mendes fez picadinho do argumento com que Rodrigo Janot tentou encantar a corte. Segundo o bravo, se o Poder Judiciário realizar o controle do acordo, o Ministério Público acabará prometendo o que não poderá entregar, o que constituiria uma ameaça à segurança jurídica. O ministro responde:
"Ao prometer o que está na lei, o Ministério Público tem relativa certeza de que poderá cumprir sua parte do acordo. Entretanto, resta claro que o Ministério Público não se conforma com os limites legais, ao menos nos acordos firmados no âmbito da Lava Jato. Ou seja, primeiro o Ministério Público se assenhorou da lei, agora empurra a culpa da insegurança jurídica para o Poder Judiciário."

Torço, sem trocadilho, para que tenha entendido certo o voto dos cinco ministros que, avalio, ainda consideram que a Carta Magna do país é a Constituição. Não se mostram dispostos a transformar o Supremo no quartinho dos fundos do Ministério Público, onde se guardam cacarecos. E torço igualmente para que Cármen Lúcia seja o sexto voto. Afinal, o Ministério Público, à diferença do que pensa Barroso, não tem autonomia para negociar o que não lhe pertence: as leis do país. Ao longo de outros posts, vocês conhecerão algumas aberrações contidas em acordos.

Aliás, Cármen Lúcia é a melhor testemunha de que a homologação de um acordo não pode ser a voz de Deus. Na condição de presidente do tribunal, dada a morte de Teori Zavascki, ela homologou 77 acordos de delação num único fim de semana. Ela sabe que o fez sem ler, como observei à época. Lá estava, entre outros exotismos, a aplicação informal de prisões domiciliares, com dosimetria e tudo. E quem atuou como juiz? Ora, os procuradores. Que se note, hein? Com tal conteúdo, nem homologado poderia ter sido.

Como a senhora quer a Corte, ministra Carmen Lúcia? De pé ou com as dois pés no chão e as duas mãos também?
Herculano
29/06/2017 07:41
BARROSO DIZ QUE IMPEACHMENT DEIXOU "SEQUELAS"

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fábio Grellet, da sucursal do estado do Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornalista Roberto D'Ávila, durante programa exibido na noite desta quarta-feira, 28, pela Globonews, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff deixou "sequelas" no País. "Acho que qualquer historiador, qualquer observador da cena brasileira constatará isso. O Supremo se dispôs a rever o rito, impôs o rito para que ele não fosse mudando ao longo do caminho. O Supremo não se dispôs a rever o mérito do impeachment porque a sociedade estava dividida politicamente e não é papel do Supremo fazer escolhas políticas", disse Barroso.

Para o ministro, a herança deixada pelo afastamento é a permanência do "abalo institucional". "Olhando pelo retrovisor, eu penso que se utilizou um instrumento parlamentarista para a destituição de um chefe de governo no modelo presidencial, e portanto houve um abalo institucional. Prometia-se em troca disso as reformas. Aparentemente, nós ficamos só com o abalo institucional. A destituição de um presidente da República por perda de sustentação política e não por corrupção é uma figura do parlamentarismo e não do presidencialismo, de modo que eu acho que há um certo ressentimento que ficou desse processo e que dependerá de outro governo", afirmou o ministro.

Barroso criticou a postura do presidente Michel Temer (PMDB) no pronunciamento de terça-feira, 27, em que se defendeu da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. O peemedebista fez críticas à atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e à "fragilidade" da acusação. "Embora pessoalmente ache que a defesa técnica não inclui desqualificar a honra do acusador. No meio jurídico, todo mundo sabe quem é quem, e ninguém acha que o procurador-geral da República se moveu por interesses pecuniários". No discurso, Temer insinuou que Janot ganhou dinheiro com a delação da JBS.

Questionado sobre as divergências com seu colega Gilmar Mendes, também ministro do STF, com quem Barroso travou debate em algumas das últimas sessões, o ministro afirmou: "Temos relações cordiais. As pessoas tem diferentes visões do que seja o melhor para o Brasil, mas eu não coloco em questão as boas intenções nem a boa-fé de ninguém. As pessoas divergem em função de ideias. Numa sociedade aberta, é perfeitamente possível pensar diferente", disse.

Na entrevista, Barroso afirmou que o Judiciário tem tentado romper com o "pacto oligárquico". "O que estamos fazendo é um Estado democrático de direito lutando contra uma república de bananas, que varria tudo para baixo do tapete e chancelava um pavoroso pacto oligárquico que havia no Brasil entre agentes políticos, agentes econômicos e a burocracia. É esse pacto oligárquico que o Judiciário está tentando quebrar, até porque quem se anunciou politicamente como titular para quebrar esse pacto oligárquico se aliou a ele e o aprofundou", declarou.
Herculano
29/06/2017 07:37
BANCOS DO GOVERNO ARROCHAM CRÉDITO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O TOTAL de dinheiro emprestado na economia ainda cai. Cai principalmente por causa do arrocho nos bancos públicos, maior que nos bancos privados depois que Michel Temer assumiu o governo. Cai ainda mais no BNDES.

Em maio, o estoque de crédito, o total de dinheiro emprestado, diminuiu 6,4% em relação a maio de 2016, queda de R$ 211 bilhões.

Cerca de dois terços dessa baixa deveram-se à redução no estoque de crédito dos bancos públicos (45% apenas no BNDES, 23% nos demais estatais).

Os bancos públicos têm 56% no mercado de crédito. Consideradas as proporções, arrocharam mais.

O estoque de crédito nos bancos públicos caiu 7,7% em um ano. Nos bancos privados, 4,8%. Nos privados nacionais, voltou a crescer, alta de 0,4% em maio. No BNDES, a baixa ainda é de 14%.

Essas contas não são, claro, uma explicação do que se passou nesse mercado. Menos ainda implicam recomendação do que fazer. Isto é, não implica dizer que, dado que a economia está congelada também por falta de crédito, seria preciso então abrir as burras dos bancos estatais, necessariamente.

Os números dão o que pensar, no entanto.

A parte maior do arrocho dos bancos públicos vem do BNDES. Melhor dizendo, ocorre no BNDES. Parece compreensível. Em geral, o bancão empresta dinheiro para que empresas invistam; o investimento está em colapso faz três anos, embora a maior baixa tenha acontecido em 2015.

Mas o dinheiro emprestado pelo BNDES diminui por falta de pedidos das empresas ou por falta de disposição de emprestar? Um pouco dos dois, claro, embora desde o ano passado os desembolsos do banco caiam em ritmo bem maior que o de consultas de empresas.

Há algo mais nessa história, pois.

A baixa do estoque de crédito começou mais cedo nos bancos privados, ainda no início de 2014, quando também começava a recessão (as comparações são aqui sempre anuais). Nos bancos públicos, começou dois anos depois, início de 2016, ainda sob Dilma Rousseff.

A retração do crédito nos bancos públicos se tornou mais veloz com o governo Temer. O ritmo do arrocho do crédito dos estatais tornou-se maior que o privado em novembro do ano passado.

Os bancos privados nacionais voltaram a aumentar sua carteira de empréstimos; nos bancos públicos fora o BNDES, ainda há contração, de 4%.

A retração do BNDES provocou as manjadas queixas de empresários, pressão que ajudou a derrubar Maria Silvia Bastos Marques, presidente do banco no primeiro ano de Temer. Maria Silvia, no entanto, fez mais. Tentou pensar menos em setores, mais em empresas.

Mais em investimento de interesse social, ambiente, infraestrutura; para empresas menores. Talvez decisivo para seu destino, propôs o fim dos juros subsidiados.

Empresários clientes do banco reconhecem que a demanda de empréstimos caiu, dadas a incerteza e a brutal capacidade ociosa. Ainda assim, dizem que o banco "travou" empréstimos, "sentou sobre um caixa imenso", quando poderia facilitar negócios, reestruturar dívidas, baratear o capital de giro.

Enfim, a disparidade de ritmos entre públicos e privados depende, sim, de especificidades operacionais desses bancos. Mas está difícil descartar uma política deliberada de enxugamento estatal.
Herculano
29/06/2017 07:32
LEAL A TEMER, MAIA DESEJA MUITO SER PRESIDENTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara tem garantido o sono de Michel Temer. Ele confia que Rodrigo Maia jamais se associaria a qualquer esquema para desestabilizá-lo, mesmo sendo o sucessor imediato. Maia se equilibra entre não precipitar a queda de Temer e preservar sua autoridade perante os deputados. Porém, outro fator retarda a cristalização de consenso em torno dele: o mercado teme que o seu pai, César Maia, não resista à tentação de influenciar a política econômica.

PERIGO MORA AO LADO
Como todo intelectual se acha "ó do borogodó", Cesar Maia poderia meter o bedelho e provocar a saída de Henrique Meirelles de Fazenda.

MEIRELLES É O CARA
A preocupação é preservar Henrique Meirelles na batuta da economia, como uma das últimas amarras de credibilidade do arranjo de poder.

PROJETO PRONTO
Além de sucessor imediato, em eventual vacância da presidência, Rodrigo Maia é o mais cotado para suceder a Temer pela via indireta.

ELE ADORA A IDEIA
Na viagem de Temer a Moscou e Oslo, Rodrigo se esforçou muito para não demonstrar que estava adorando os encantos da interinidade.

AGU CRIA PLANTÃO CONTRA AMEAÇAS DA GREVE GERAL
A advogada-geral da União, Grace Mendonça, designou um grupo para ficar de prontidão durante toda a semana a fim de adotar providências imediatas, caso o direito de ir e vir da população sofra ameaça, durante a greve geral marcada para esta sexta-feira (30). O regime de plantão, segundo a chefe da AGU, tem por objetivo impedir que estradas sejam bloqueadas ou o transporte público deixe de ser oferecido à população.

AÇõES PREVENTIVAS
A AGU avalia ajuizar ações preventivamente, para garantir o regular funcionamento das instituições, durante os protestos.

FERIADÃO ESPERTO
A greve de 24 horas acrescenta um novo feriadão ao calendário. Como é habitual, a maioria não vai às manifestações, apenas curte a folga.

FIM DO RENTÁVEL NEGóCIO
A pelegada critica "as reformas", mas está inconformada é com o fim do imposto sindical obrigatório, que lhes rende R$3,5 bilhões anuais.

LIRA, SE QUISER, SERÁ LÍDER
Se quiser, Raimundo Lira (PB) será Líder do PMDB no Senado. Ele abriu mão do cargo em janeiro, em nome da união, para acomodar Renan Calheiros, mas o alagoano não liderou coisa alguma. E ontem tentou esperteza de "sair" quando, na verdade, já estava destituído.

CANDIDATOS A LÍDER
Além de Raimundo Lira, são citados para assumir a Liderança do PMDB no Senado Garibaldi Alves (RN) e Waldemir Moka (MS). Jáder Barbalho (PA) tenta, mas enfrenta severas resistências na bancada.

RENÚNCIA FISCAL CRIMINOSA
Michel Temer se espantou, ontem, ao ser informado de que, só este ano, a suspeita decisão da Camex de autorizar a importação de álcool dos EUA sem pagar impostos fez o Brasil perder R$600 milhões.

LEGITIMIDADE DE ARAQUE
Uma "assembleia" de apenas 18 pessoas decidiu que 27.000 bancários de Brasília farão greve geral nesta sexta (30), acrescentando um novo feriadão ao calendário. O sindicato há anos é controlado pela CUT/PT.

SÃO UNS GOZADORES
Fiscais do aeroporto de Brasília tratam com solene desprezo quem chega de Lisboa com queijo na bagagem. "Os pasteurizados usam água na Europa que podem contaminar a água brasileira". Hahahaha.

ATÉ PARECE
Também provocou risos a cena da ex-líder do agronegócio Kátia Abreu (PMDB-TO), da bancada de três senadores de Renan, esgoelando-se contra a reforma trabalhista. Logo ela, La Pasionaria do latifúndio.

POR UM FIO
O deputado Rôney Nemer (PP-DF) não foi filmado recebendo dinheiro sujo na Caixa de Pandora, em Brasília, mas está sujeito a perder o mandato, caso o STF confirme sua dupla condenação por improbidade.

APARTHEID, 69
Em 29 de junho de 1949 a África do Sul proibia o casamento entre pessoas de raças diferentes e, oficialmente, começava a implantar o apartheid, o regime de segregação racial que dominou o país até 1994.

PENSANDO BEM...
...não há grandeza em pedir para sair depois de destituído. Há oportunismo político.
Herculano
29/06/2017 07:26
A FORTUNA DE AÉCIO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

O senador Aécio Neves não pode reclamar da sorte. Em março, ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. Sua irmã foi presa por negociar a entrega do dinheiro. Seu primo foi preso por receber o pagamento. Ele continuou solto, graças à imunidade parlamentar.

Em 2014, o tucano prometeu combater a corrupção e recebeu 51 milhões de votos para presidente. Depois da divulgação dos áudios, ele pareceu condenado à morte política. Faltaria cumprir o rito fúnebre, com a perda do mandato e da liberdade.

Aécio sumiu do Senado, mas continuou a se mexer nos bastidores. Mesmo afastado do comando do PSDB, ele ajudou a articular a permanência do partido na base do governo Temer. Aos poucos, sua fidelidade começa a ser recompensada.

Na semana passada, o tucano colheu três boas notícias. O Supremo Tribunal Federal tirou sua irmã da cadeia. O ministro Gilmar Mendes foi sorteado para relatar um de seus inquéritos por suspeita de corrupção. Para fechar o pacote, o Conselho de Ética arquivou a representação que pedia a cassação de seu mandato.

"Indeferi por falta de provas", declarou o presidente do conselho, João Alberto Souza. O peemedebista é conhecido por ajudar colegas em apuros e já salvou figuras como Jader Barbalho e Renan Calheiros.

Nesta semana, Aécio voltou a ganhar motivos para sorrir. Na terça, o ministro Alexandre de Moraes foi sorteado para relatar outro inquérito sobre ele. No caso, o tucano é suspeito de receber propina na construção da sede do governo de Minas, que custou mais de R$ 2 bilhões.

Até o início do ano, Moraes era filiado ao PSDB e recebia ordens do senador. Apesar disso, ministro não deu nenhum sinal de que vá se declarar suspeito para julgá-lo.

O dicionário "Houaiss" registra dois significados para o verbete "fortuna": "boa sorte, felicidade, ventura" e "soma vultosa de dinheiro". Como se vê, Aécio pode se considerar duplamente afortunado
Herculano
29/06/2017 07:22
SUCESSORA DE JANOT AVALIA QUE FALTOU À COLABORAÇÃO DA JBS REPARAÇÃO DE DANO, por Josias de Souza

Indicada por Michel Temer para suceder Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge faz uma crítica à colaboração premiada firmada com executivos da JBS. Em conversas privadas, ela afirma que faltou ao acordo que converteu Temer em presidente denunciado uma exigência de reparação do dano causado ao erário.

Para Raquel Dodge, a imunidade penal concedida a Joesley Batista e aos demais delatores do grupo empresarial não deveria eximir o Estado de buscar a reparação integral do dano. Significa dizer que as verbas desviadas de cofres públicos e incorporadas ao patrimônio dos delatores teria de ser devolvida.

Defensora da Lava e do instituto da delação premiada, Raquel Dodge sustenta, longe dos refletores, a tese segundo a qual a ausência da reparação do dano passa para a sociedade a má impressão de que o crime compensa. Sobretudo em casos como o da JBS, cujos sócios ostentam sinais de riqueza como iate, jato e apartamento em Nova York.

A sucessora de Janot vem evitando falar abertamente sobre o tema. Mas será questionada sobre JBS na sabatina a ser realizada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Até aqui, sempre que foi indagada sobre a delação da JBS, Raquel Dodge limitou-se a dizer que: 1) a legislação autoriza a redução ou perdão da sanção penal. 2) depois de celebrados pelo Ministério Público, os acordos são submetidos ao crivo do Judiciário.

O Supremo Tribunal Federal adiou para esta quinta-feira a decisão sobre a amplitude dos poderes do plenário da Corte e das suas turmas sobre as cláusulas de acordos de delação. Já está entendido que cabe ao relator do processo decidir sozinho sobre a legalidade do acordo e a espontaneidade das delações. A dúvida é se o colegiado pode ou não alterar os termos do acordo na hora de proferir uma sentença nos casos em que o delator cumpriu todos os compromissos que assumira com o Estado.
Herculano
29/06/2017 07:12
INDICADA SOB DÚVIDAS, DODGE TEM DESAFIO DE MANTER BIOGRAFIA INTACTA, por Leandro Colon, no jornal Folha de S. Paulo

A indicação da procuradora Raquel Dodge para a sucessão de Rodrigo Janot na chefia da Procuradoria-Geral da República naturalmente vem carregada de questionamentos.

Dodge foi a segunda colocada na lista tríplice da categoria, ou seja, não seria a preferida número um dos colegas. É considerada adversária de Janot dentro da PGR e tem o nome vinculado nos bastidores a figuras próximas de Michel Temer, como o ministro Gilmar Mendes e o ex-presidente José Sarney.

Afinal, ela vai assumir o papel de engavetadora da Lava Jato e das investigações contra o presidente que a indicou para o cargo mais importante de sua carreira?

É precipitado, para não dizer injusto, qualquer tipo de julgamento prévio sobre sua conduta no cargo de comandante do Ministério Público Federal.

Dodge terá pela frente um desafio único: expor-se a um país impactado pelas revelações de corrupção na alta cúpula da política, "melando" todo um trabalho feito nos últimos três anos, ou manter intacta sua biografia, cujo ápice foi a investigação do "Mensalão do DEM" em 2009, que desmantelou um esquema de roubalheira no governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal.

É também um equívoco apostar que ela assumirá a chefia da PGR sem apoio da categoria. Dodge tem história e respeito dentro da Procuradoria.

Na eleição interna da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), obteve 587 votos, ante 621 de Nicolao Dino, uma diferença pequena e que mostra uma categoria dividida.

Ela tem respaldo de boa parte dos colegas ?"até porque não está escrito em nenhum lugar que Temer deveria ter respeitado a ordem de escolha. Se assim fosse, nem lista tríplice haveria, mas um único nome seria levado ao Planalto.

Recentemente, Dodge disse à Folha ter "compromisso de integral e plena continuidade do trabalho contra a corrupção da Lava Jato, [operações] Greenfield, Zelotes e todos os demais processos em curso, sem recuar, nem titubear".

Ela tem o direito e o dever de corrigir equívocos e abusos (que não são poucos) do Ministério Público Federal, mas será cobrada pela garantia que tem dado de assegurar o "compromisso" com a investigação contra a corrupção no país.
Herculano
29/06/2017 07:08
EM MEIO FORTE CRISE, GOVERNO APROVA A REFORMA TRABALHISTA COM FOLGA E SEM SURPRESAS NA BASE ALIADA

O ÚNICO REPRESENTANTE CATARINENSE NA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA DO SENADO, PAULO BAUER, PSDB, VOTOU A FAVOR.

PREVENDO A DERROTA E ANTEVENDO QUE SERIA RETIRADO DA LIDERANÇA DO PMDB, O ALAGOANO RENAN CALHEIROS RENUNCIOU À FUNÇÃO E "ATIRANDO" CONTRA MICHEL TEMER

AGORA A REFORMA TRABALHISTA VAI A PLENÁRIO EM REGIME DE URGÊNCIA E A SUA APROVAÇÃO É DADA COMO CERTA. A PRIMEIRA VOTAÇÃO SERÁ NA SEMANA QUE VEM.

ELA MUDA MAIS CEM PONTOS DA ATUAL CLT. ENTRE OS PONTOS QUE ESTÃO SENDO RETIRADOS E QUE IRIOU OS SINDICALISTAS E ESQUERDISTAS COMO OS DO PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL e Rede, FOI A RETIRADA DA OBRIGATORIEDADE DO IMPOSTO SINDICAL QUE RETIRA UM DIA DE TRABALHO NA MARRA TODOS OS ANOS DOS TRABALHADORES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fernando Nakagawa, Isabela Bonfim e Thiago Faria, da sucursal de Brasília. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) acaba de aprovar o relatório da reforma trabalhista produzido pelo líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). O texto contou com apoio de 16 senadores, 9 votos contra e uma abstenção. Era necessária maioria simples para aprovação do projeto. Governistas previam apoio de 15 senadores. Agora, o texto segue para o plenário do Senado, a última etapa no Congresso antes da sanção presidencial.

O relatório de Jucá pede a aprovação integral do projeto vindo da Câmara e rejeita a acusação de que trabalhadores perderão direitos com a mudança na legislação. Para o relator, o projeto de reforma trabalhista não viola preceitos constitucionais.

"Verifica-se que o projeto de lei não suprime direitos dos trabalhadores", cita o texto aprovado pelos senadores. "A análise sistêmica (e despida de preconceitos) da proposição revela que ela fortalece os sindicatos brasileiros, confere maior autonomia (sem desproteção) aos trabalhadores, reduz os custos de transação gerados pelas normas trabalhistas e desburocratiza as relações laborais", cita o relatório de Jucá.

Com a vitória na CCJ, o governo tenta recuperar o fôlego após a derrota do parecer governista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A rejeição na comissão anterior pegou o governo de surpresa e houve atenção especial para a articulação dos senadores nesta sessão da CCJ.

Agora, o texto irá para o plenário do Senado. Há possibilidade de o texto tramitar em urgência, o que poderia acelerar a votação. O regime de urgência deve ser votado amanhã no plenário.
Sujiro Fiji
28/06/2017 20:04
DILENE FORA - ôrra meu, que governo burro esse do Kleber!
O mundo gira em alta rotatividade enquanto os políticos ainda estão vindo de carroça.
Ernesto Sens
28/06/2017 19:11
Herculano,

Mas o que esperar do "deretor executivo" ou "macaco veio" que chega na autarquia, não cumprimenta nenhum funcionário, não conversa e não atende e não recebe os funcionários no seu gabinete.
Se faz de bonzinho, mas manda os seus capangas perseguir os funcionários e a molestar-nos.

Pois o sr. Kleber, poderia ter nomeado alguém mais diplomático e competente, já que nem as poltronas da câmara conseguiu comprar, nem frigobar, nem coisa alguma.
Incompetência é sua marca.
Herculano
28/06/2017 18:31
SAMAE INUNDADO

Os encanadores do Samae de Gaspar cansaram de esperar. O pessoal da administração do município e principalmente, do Samae liderado pelo vereador mais longevo de Gaspar, José Hilário Melato, PP, enrolaram, e nada resolveram.

Estão cozinhando os encanadores em banho-maria. E eles resolveram sair da panela. Amanhã vão cruzar os braços novamente. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/06/2017 18:27
TEM QUE MANTER O FORO PRIVILEGIADO, VIU? por Felipe Moura Brasil, no O Antagonista.

Trechos recuperados pela perícia da Polícia Federal na gravação do dono da JBS, Joesley Batista, com Michel Temer reforçaram as acusações iniciais da Procuradoria-Geral da República contra o presidente.

Num deles, Temer indica a Joesley o ex-deputado atualmente preso Rodrigo Rocha Loures para ser o intermediário de ambos, descreve Loures como homem de sua "mais estrita confiança", e diz:

"Pode passar por meio dele, viu?"

Fica complicado dar essa autorização e depois o cara aparecer correndo pelas ruas de São Paulo com uma mala de R$ 500 mil de propina recebida da própria JBS.

Disso, o presidente não fala!

No mesmo dia da denúncia de Rodrigo Janot contra Temer, aliás, Sérgio Moro condenou Antônio Palocci a mais de 12 anos de prisão, citando vários depoimentos de delatores que implicam Lula.

Num deles, Pedro Novis, o antecessor de Marcelo Odebrecht na presidência da empreiteira, disse que Lula lhe indicou Palocci para ser o intermediário de ambos para financiamentos de campanha.

Marcelo Odebrecht, vale lembrar, disse que herdou de Novis essa interlocução com Lula via Palocci.

Fica complicado para Lula, de modo análogo ao de Temer, dar essa autorização e depois o cara passar anos negociando propinas para agentes do PT em troca de contratos públicos.

Guardadas as devidas proporções, porque o estrago petista é sempre maior, Janot colocou Temer na posição de mandante da mesma forma como Lula aparece na sentença de Moro contra Palocci, na qual é citado 68 vezes.

Outro trecho recuperado do áudio de Joesley reforça a suspeita inicial de que Temer avalizou, sim, a compra de silêncio de Eduardo Cunha por parte do empresário.

Essa suspeita havia ficado ofuscada porque a primeira matéria da imprensa sobre o conteúdo da conversa até então não divulgada dava a entender que Temer havia dito a hoje célebre frase "Tem que manter isso, viu?" depois de uma indicação clara de Joesley sobre o suborno.

Mas ela vinha após Joesley dizer que estava "de bem com o Eduardo", o que favoreceu a narrativa do governo de que Janot forçava a mão contra o presidente.

Agora sabemos que, depois de Joesley dizer "todo mês...", o que ele alega ser referente aos pagamentos mensais a Lúcio Funaro e Eduardo Cunha em troca de silêncio, Temer questionou em tom de confirmação:

"O Eduardo também, né?"

E o empresário confirmou: "Também..."

Fica complicado, também neste caso, fingir que o pedido de confirmação sobre um ato mensal relativo a um potencial delator preso foi algo tão corriqueiro como quem pergunta se fulano vai também ao happy hour da firma, não é mesmo?

Para completar, a natureza secreta da conversa também fica clara em outro trecho recuperado do áudio no qual o presidente recomenda a Joesley que sempre entre pela garagem do Palácio do Juburu.

"Sempre pela garagem, viu?"

Joesley então se refere ao horário do encontro, dizendo "onze hora da noite, meia-noite, dez e meia, vem aqui"; e Temer ainda diz:

"Não tem imprensa."

Fica complicado, também, transparecer como normal um encontro secreto, providencialmente longe de jornalistas, com um "bandido notório", como o próprio Temer hoje chama Joesley.

Em seu discurso-resposta nesta terça-feira à denúncia de Janot, o presidente chamou tudo de ilação, que é fazer uma dedução à base de suposições, não diante de provas concretas.

Se a denúncia de Janot é, de fato, suficiente para Temer, a despeito das flagrantes imoralidades, ser afastado do cargo e até condenado por crimes comuns, caberá a Justiça dizer, mas o presidente tenta ser salvo pela dúvida e/ou pela fidelidade dos parlamentares que podem barrar a denúncia no Congresso.

Na Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, a tropa de choque do governo já tratou de substituir o deputado Major Olímpio, que vinha fazendo oposição a Temer, pelo governista Áureo Ribeiro, a fim de garantir mais um voto.

Na área política, vale tudo para o presidente não perder o cargo.

Tem que manter o foro privilegiado, viu?
Herculano
28/06/2017 18:25
PETISTA BRINCA QUE RENAN PERDEU A CHANCE DE SER LÍDER DA OPOSIÇÃO, por Nonato Vargas, na Época Expresso

Ao saber que Renan Calheiros deixaria a liderança do PMDB no Senado, o líder da oposição, o senador Humberto Costa (PT-PE), brincou que, agora, "é tarde demais" para tentar (Renan) liderar a oposição. Numa sessão de abril, após Renan criticar o presidente Michel Temer, o petista brincou ao dizer que ofereceria a liderança da minoria ao peemedebista. "Fiz a oferta pública a Renan. Ele não aceitou. Agora é tarde demais", afirmou a EXPRESSO.

Costa disse, ainda, que caso Renan queira se juntar às reuniões da minoria será bem-vindo. Outro peemedebista que frequentemente aparece nos encontros é o senador Roberto Requião (PR).
Herculano
28/06/2017 18:16
SENADOR RENAN CALHEIROS JÁ SABIA QUE ROMERO JUCÁ TINHA AS ASSINATURAS PARA LHE TIRAR DA LIDERANÇA DO PMDB NO SENADO. ENTÃO RESOLVEU PEDIR O BONÉ E ATIRANDO CONTRA O PRESIDENTE MICHEL TEMER, PARA ASSIM, GANHAR FôLEGO, FICAR COM O PT E A ESQUERDA DO ATRASO CONTRA A REFORMA TRABALHISTA QUE ESTÁ PARA SER VOTADA NA CASA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto da redação da sucursal de Brasília. Com ataques ao governo do também peemedebista Michel Temer, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou na tarde desta terça-feira, 28, que não é mais líder do partido no Senado. Ao renunciar ao posto, o senador alagoano disse que não tem "vocação para marionete" e que não tolera a "postura covarde de Temer diante do desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)". "Defendo as reformas mas não as destinadas a cassar os direitos trabalhistas", afirmou.

Renan disse permanecer na liderança do partido seria "ceder a um governo que trata o PMDB como um departamento do Executivo".

O senador alagoano ainda criticou o presidente e sua relação com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso por envolvimento na operação Lava Jato. Segundo Renan, Temer odebece a Cunha, que nomeou ministros mesmo depois de preso. "(O senador Romero) Jucá disse que Cunha estaria politicamente morto mas foi um ledo engano. Cunha agiu nomeando ministros e dando as ordens diretamente do presídio", disse.

Uma reunião da bancada peemedebista está marcada para o fim da tarde desta quarta-feira, 28, para definir quem vai ser o novo líder do PMDB no Senado. O nome preferido de Renan para substituí-lo é o de Jader Barbalho (PMDB-PA), considerado um aliado, mas que não se posiciona contra Temer por ser pai do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. Jader, no entanto, já declarou publicamente que essa possibilidade "está fora de cogitação"
Herculano
28/06/2017 18:10
FACHIN FAZ O CERTO E ENVIA ILAÇÃO (VULGO:DENÚNCIA) DE JANOT À CÂMARA, por por: Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Edson Fachin, relator do petrolão (e do que mais lhe der na telha, com a concordância de Cármen Lúcia) no Supremo, enviou diretamente à Câmara a ilação, disfarçada de denúncia, contra o presidente Michel Temer, elaborada - eu deveria escrever "urdida" - por Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Na verdade, eu não esperava outra coisa. Sei lá por que se imaginou que pudesse ser diferente. Com efeito, questões penais que envolvem outras autoridades do foro no Supremo supõem uma primeira manifestação da defesa, tão logo seja entregue a denúncia. Não no caso do presidente.

Nada há a respeito no Artigo 86, que trata do assunto. Lá se lê, no caput:

"Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

I ?" nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;"

E só. Receber um libelo da defesa seria inútil, uma vez que não há alternativa. A denúncia tem de ser enviada à Câmara. E, aí sim, volta para o Supremo: ou para ser arquivada, ser rejeitada, ou para que o tribunal faça o seu juízo de admissibilidade: se aprovada pela maioria do tribunal, o presidente tem de afastar por 180 dias.

O procedimento de Fachin é positivo porque ganha tempo
Herculano
28/06/2017 18:07
A REPORTAGEM DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE SOBRE A SAÚDE PÚBLICA E O HOSPITAL DE GASPAR É OU NÃO O RETRATO DO CAOS NA SAÚDE PÚBLICA EM GASPAR?

ESSA COMISSÃO PARA TIRAR A SAÚDE PÚBLICA FEITA DE MÉDICOS, OS INTERESSADOS, ADVOGADOS E NENHUM ESPECIALISTA EM ADMINISTRAÇÃO, É UM CONVITE À REPETIÇÃO.

OUTRA. SILVIO CLEFFI, MÉDICO, É VEREADOR PELO PSC, DA BASE DO GOVERNO KLEBER EDSON WAN DALL, PMDB. QUAL É A FUNÇÃO DO VEREADOR? NÃO É DE FISCALIZAR O EXECUTIVO? ELE VAI TRABALHAR PARA O EXECUTIVO?

POR QUE ELE NÃO É O NOMEADO SECRETÁRIO DA SAÚDE DE GASPAR COM TODOS OS ?"NUS DA FUNÇÃO E ABRE A VAGA PARA O VEREADOR DA COLIGAÇÃO?
Sidnei Luis Reinert
28/06/2017 16:25
A canhota catarinense pira:

O Jardim das Aflições

5ª semana em cartaz! Dessa vez com novas cidades no interior de Santa Catarina:

Blumenau (sc):
- GNC: 21h10

Sidnei Luis Reinert
28/06/2017 12:30
O texto abaixo foi escrito por Giulio Meotti, em 20 de Junho de 2017, e traduzido por Joseph Skilnik. Original em inglês: Are Jihadists Taking over Europe?
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Nos quatro países europeus mais visados pelos terroristas - Grã-Bretanha, França, Bélgica e Alemanha - o número oficial de extremistas atingiu 66.000. Isso configura um exército de verdade, na ativa.

Os frutos auferidos pelos terroristas saltam aos olhos: eles já desestabilizaram o processo democrático em diversos países europeus e estão elaborando os termos da liberdade de expressão. A conquista da Europa pelos jihadistas já não é algo inimaginável. Os extremistas islâmicos já estão colhendo os frutos do que plantaram: tiveram sucesso em derrotar Geert Wilders e Marine Le Pen, os dois únicos candidatos europeus que realmente queriam combater o Islã radical.

A Europa pode ser tomada da mesma maneira que o Estado Islâmico tomou boa parte do Iraque: aproximadamente um terço do território iraquiano.

"Sem que ninguém perceba, a Alemanha está formando um exército europeu sob seu comando", isso segundo alguns da mídia. Ao que tudo indica, a chanceler alemã Angela Merkel, após a troca de farpas com o presidente dos EUA Donald Trump, deseja investir, juntamente com a França, em um exército europeu.

No entanto, no momento, há somente um exército de verdade na Europa - o exército jihadista, como ficou demonstrado nos ataques terroristas que atingiram Londres em 3 de junho,massacrando sete pessoas, apenas duas semanas depois da carnificina em Manchester.

Nos quatro países europeus mais visados pelos terroristas - Grã-Bretanha, França, Bélgica e Alemanha - o número oficial de extremistas atingiu 66.000. Isso configura um exército de verdade, na ativa.

Oficiais de inteligência identificaram 23.000 extremistas islâmicos, residindo na Grã-Bretanha, como potenciais terroristas. O número revela a verdadeira dimensão da ameaça jihadista no Reino Unido. A extensão da ameaça islâmica enfrentada pelos serviços de segurança foi divulgada após severas críticas segundo as quais inúmeras oportunidades de evitar o atentado desfechado pelo homem-bomba de Manchester foram ignoradas.
As autoridades francesas estão monitorando 15.000 islamistas de acordo com um um banco de dados criado em março de 2015, gerenciado pela Unidade de Coordenação de Combate ao Terrorismo da França. Diversos levantamentos estimam que possa chegar a 20.000 o número de islamistas radicais franceses.

O número que consta na lista de suspeitos de estarem envolvidos com terrorismo na Bélgica saltou de 1.875 em 2010 para 18.884 em 2017. Em Molenbeek, o conhecido refúgio jihadista na capital da UE, Bruxelas, os serviços de inteligência estão monitorando 6.168 islamistas. Pense nisso: 18.884 jihadistas belgas comparados a 30.174 soldados belgas na ativa.

O número de potenciais jihadistas na Alemanha explodiu de 3.800 em 2011 para 10.000, de acordo com Hans-Georg Maassen, Chefe do ?"rgão de Proteção da Constituição (Serviço Nacional de Inteligência da Alemanha).
Esses islamistas montaram uma eficiente infraestrutura de terror dentro das cidades europeias. Estas bases terroristas são autosegregadas, enclaves multiculturais nos quais muçulmanos extremistas promovem o fundamentalismo islâmico e implementam a Lei Islâmica (Sharia) - como é o caso do Tower Hamlets Taliban da região leste de Londres, os Banlieues (subúrbios) franceses e o "Triângulo da sharia" em Haia, conhecido como "mini-califado", na Holanda.

Esses muçulmanos extremistas podem, sem maiores problemas, obter armas dos Balcãs, onde, graças às fronteiras abertas da Europa, eles podem viajar livremente. Eles também podem obter dinheiro do exterior, graças a países como o Qatar e a Arábia Saudita. Esses islamistas conseguem se autofinanciar através das mesquitas que administram, além de obter "recursos humanos", vindos da migração em massa, sem critério algum, via Mediterrâneo.

23.000 potenciais jihadistas no Reino Unido, 18.000 na Bélgica, 10.000 na Alemanha, 15.000 na França. O que esses números nos dizem? Poderá haver uma guerra na Europa "em poucos anos", salientou o chefe do exército sueco, general Anders Brännström, aos homens sob seu comando.
Vejamos o que aconteceu na Europa com os ataques terroristas de 1970 a 2015:

"4.724 pessoas morreram em atentados terroristas, 2.588 foram assassinadas, 2.365 durante assaltos, 548 reféns em cativeiro, 159 durante seqüestros, 114 de ataques a edifícios. Milhares ficaram feridos ou estão desaparecidos".

O terrorismo em toda a Europa matou 10.537 pessoas em 18.803 ataques registrados. E as coisas estão piorando:

"Os ataques ocorridos em 2014 e 2015 testemunharam o maior número de fatalidades, incluindo aqueles em que os terroristas visaram civis, funcionários governamentais, empresas e a mídia, em toda a Europa desde 2004".

A conquista da Europa pelos jihadistas já não é algo inimaginável. Os extremistas islâmicos já estão colhendo os frutos do que plantaram: tiveram sucesso em derrotar Geert Wilders e Marine Le Pen, os dois únicos candidatos europeus que realmente queriam combater o Islã radical. E se amanhã esses islamistas armados atacarem o Parlamento em Roma, as cabines eleitorais em Paris, bases do exército na Alemanha ou escolas em Londres, em um ataque tipo Beslan?

Os frutos auferidos pelos terroristas saltam aos olhos: eles já desestabilizaram o processo democrático em diversos países europeus e estão elaborando os termos da liberdade de expressão. Eles conseguiram pressionar a Europa de tal forma que a frente de batalha passou do Oriente Médio para dentro da Europa. Metade do contingente militar francês encontra-se envolvido em operações militares em solo francês. Na Itália mais da metade dos soldados italianos estão incumbidos de vigiar as "Ruas Seguras", operação para manter seguras as cidades da Itália.
Herculano
28/06/2017 11:50
NA ANTESSALA DE TEMER E LULA, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

Foram dois recados prévios. O procurador Rodrigo Janot pediu a manutenção da prisão do ex-deputado Rocha Loures para deixar clara a linha da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, horas depois. E o juiz Sérgio Moro condenou Antonio Palocci a mais de 12 anos, aparentemente, como preparativo para sua sentença contra o ex-presidente Lula.

Rocha Loures está na antessala de Temer, assim como Palocci está na de Lula. Loures foi filmado carregando uma mala de R$ 500 mil que a PGR diz que, na verdade, seria de Temer e parte de uma mesada da JBS. E Palocci era o gerente real das contas de Lula na Odebrecht, conforme delatou o próprio Marcelo Odebrecht.

Loures entrou mudo e saiu calado do seu depoimento às autoridades e o Planalto nem sequer conseguiu disfarçar o alívio. E Palocci está sendo duro na queda, mas a condenação de ontem, que inclui a devolução de US$ 10 milhões (!) reforça informações de bastidores de que ele está caminhando para fazer delação premiada.

O que significa delação premiada nesses dois casos? Na expectativa dos investigadores e no temor dos envolvidos, significa "entregar os chefes". Loures era, literalmente, o carregador de pasta de Temer, aquele que sabe tudo. E Palocci é mais ainda, porque tem mais status.

Líder nas pesquisas presidenciais, Lula luta nas bases, via militância e movimentos alinhados com o PT. Já Temer, três vezes presidente da Câmara e com aprovação abaixo do mínimo, guerreia nas cúpulas, com o Congresso e os partidos aliados.

Na avaliação do Planalto, a gravação de Joesley Batista com Temer é insuficiente para derrubar um presidente da República. "É o diálogo de um homem educado (Temer) tentando se livrar logo de um chato (Joesley)", define um ministro. Mas a denúncia de Janot tem mais e é bem adjetivada, pode aumentar a perda de confiança e de apoio, principalmente no PSDB.

Há risco real de Temer ser afastado do cargo e de o País conviver com a situação inédita de um presidente processado pelo Supremo. Apesar disso, ontem a Bolsa subia, o dólar caía e a sociedade seguia normalmente. A crise política atinge seu pico, mas o País não está convulsionado, parece anestesiado. Mais uma jabuticaba, que só existe no Brasil.

Há protestos em Curitiba, por exemplo, mas eles não têm a ver diretamente com a denúncia contra Temer, mas sim contra o ajuste fiscal para corrigir a calamidade econômica deixada por Dilma Rousseff. Os Estados vão adotando ajustes e quem paga o pato são especialmente os funcionários públicos, que se revoltam. Ou seja: as manifestações são locais, pontuais, movidas por interesses diretos.

Temer é o presidente mais impopular desde a redemocratização, mas a crise não está nas ruas e as atenções estão nos poucos metros quadrados da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Intensa movimentação no Planalto, a PGR fatiando a denúncia contra Temer, a Câmara se preparando para autorizá-la ou não. Se autorizar, o Supremo vai julgar já com Temer afastado.

Tudo isso acontece ao mesmo tempo, sem que a sociedade e seus representantes se ocupem de traçar o "day after". Hipoteticamente: se Temer cai hoje, como o Brasil acorda amanhã? De pernas para o ar, com Rodrigo Maia no centro da história. E se Temer tiver 172, 180 ou 200 votos na Câmara para barrar o processo? Ele fica, mas isso lhe garante governabilidade até 2018? Há controvérsias.
Herculano
28/06/2017 11:47
CAPITÃO MESóCLISE ATACA SENHOR GRAMPEADOR: "ILAÇõES!", por Rodrigo Constantino, para o jornal GSzeta do Povo, Curitiba PR

O presidente Michel Temer, mas que pode ser chamado também de Capitão Mesóclise, fez um duro pronunciamentohoje se defendendo das acusações "sem provas" de que tem sido alvo. Temer subiu o tom, repetiu diversas vezes a palavra "ilação", e fez ele mesmo algumas ilações sobre o procurador que virou advogado de delator e ganhou milhões em poucos meses.

Temer usa a mesma tática de Lula, o que poderia dar um nó na cabeça dos petistas, se eles tivessem alguma consciência: onde estão as provas?! De fato, seu assessor receber uma mala de dinheiro numa armadilha não parece exatamente a marca do batom, ao menos nada parecido com o tríplex que "não é do Lula", ou o sítio que "não é do Lula".

Eis alguns trechos da fala do presidente, destacados pelos antagonistas (que têm feito o jogo da grande mídia e da extrema-esquerda ao pedir diariamente a cabeça de Temer, deixando de lado até a prisão de Lula, que seria "amanhã":

"Estamos colocando o país nos trilhos e somos vítima dessa infâmia de natureza política."

"Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem."

"Quem deveria estar na cadeia está solto para voar a Nova York ou a Pequim e voltar para inventar uma nova história."

"Querem parar o Brasil e o Congresso."

"O que há, na verdade, é um atentado contra o nosso país."

"Minha disposição é continuar a trabalhar pelo Brasil para gerar crescimento e emprego, para continuar com as reformas fundamentais."

"Não fugirei das batalhas nem da guerra que temos pela frente."

"Minha disposição não diminuirá com ataques irresponsáveis."

É a primeira vez na história da República que o Ministério Público Federal acusa um presidente no exercício do cargo pela prática de crime comum. Ineditismo espantoso, ainda mais quando lembramos que Lula e Dilma passaram recentemente pelo mesmo cargo. Por que tanta celeridade na hora de produzir denúncias - três! - contra Temer, se nada parecido se viu quando petistas ocupavam a presidência?

Essa pergunta precisa ser feita, repetida de forma incansável, pois sua resposta é fundamental para entender a política nacional. Por que o espírito republicano e a grande produtividade de Janot só apareceram após o impeachment de Dilma? Temer é um santo? Não, mas quem diz o contrário? As provas contra ele são tão demolidoras assim quanto Janot dá a entender em suas denúncias apressadas? Também não. Ao menos não se comparado ao que se tem contra alguns petistas ainda soltos.

O viés está escancarado. E as suspeitas saltam aos olhos. Justo no momento das reformas necessárias, que incomodam o "deep state", surge uma gravação de Joesley, cria de Lula, num encontro claramente armado para esse intuito, enquanto o acordo concede total liberdade ao delator, que sequer será denunciado? E Temer se transforma em chefe de quadrilha, enquanto Lula segue solto por aí? E o procurador-geral, na véspera de sua saída do cargo, produz diversas denúncias em tempo tão curto assim?

Não é necessário achar que Temer é honesto para estranhar isso tudo, e para manter, no mínimo, a cautela, para não bancar o idiota útil de forças poderosas com interesses muito obscuros. Acho que o Capitão Mesóclise fez bem de ir para cima da turma, e tudo indica que os planos mirabolantes de derrubá-lo serão frustrados. Os antagonistas terão de experimentar ares marinhos para afogar as mágoas. Não foi dessa vez que os jacobinos conseguiram impor sua agenda, mesmo com todo o poder da grande mídia?

Eu quero ver Temer, eleito pelos petistas, fora do poder também, mas faltam poucos meses para isso, dentro da normalidade institucional e com eleições previstas para o ano que vem. Mas ANTES disso, eu quero mesmo é ver Lula preso. E Joesley Batista também, mas esse já experimentou o gostinho da impunidade brasileira, graças a Rodrigo Janot, não é mesmo?
Herculano
28/06/2017 11:44
A FICÇÃO DE TEMER, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer recorreu a um truque antigo para reagir à denúncia por suposta prática de corrupção. Em vez de se defender, o presidente atacou o acusador. Ele subiu o tom contra o procurador-geral da República e classificou a peça entregue ao Supremo como "uma ficção".

A denúncia tem fragilidades, mas é Temer quem parece ter abandonado qualquer compromisso com os fatos. Nesta terça, ele começou o discurso agradecendo o "apoio extremamente espontâneo" dos parlamentares que estavam no Planalto. A tropa havia sido convocada minutos antes, em mensagens disparadas por celular.

O presidente apresentou duas versões distintas para a encrenca em que se meteu. Primeiro insinuou, sem apresentar provas, que o procurador Rodrigo Janot teria recebido propina para denunciá-lo. Depois disse que o dono da JBS o acusou no "desespero de se safar da cadeia".

Temer cometeu erros surpreendentes para quem se gaba de conhecer as leis. Chamou o áudio de Joesley Batista de "prova ilícita", apesar de o STF já ter autorizado o uso de conversas gravadas por um dos participantes. E acusou um ex-assessor de Janot de violar a quarentena, regra que inexiste para procuradores.

O presidente pareceu indeciso sobre o que pensa do empresário que o acusou. Ao justificar o encontro noturno no Jaburu, exaltou Joesley como o "maior produtor de proteína animal do país". Ao rebater a delação, voltou a chamá-lo de "bandido".

Numa tentativa de demonstrar que terá apoio para barrar a denúncia na Câmara, o presidente se cercou de deputados ao discursar. Pode ter sido uma ideia razoável, mas ele cochilou na seleção do elenco.

Do seu lado direito estava André Moura, réu em três ações penais e investigado por suspeita de homicídio. Do esquerdo, Raquel Muniz, mulher de um ex-prefeito preso sob acusação de corrupção. Logo atrás dela despontava Júlio Lopes, delatado na Lava Jato e citado nas investigações do esquema de Sérgio Cabral
Herculano
28/06/2017 11:42
CHEGOU A HORA DA FOGUEIRA, por Carlos Brickmann

Como no futebol, há juízes para decidir cada lance. Como no futebol, a derrota pode derrubar o time. Como no futebol, há quem se rebele contra o juiz. Como no futebol, muita gente levou uma bolada. Mas não se trata de futebol: trata-se de um país e de seu futuro. Futuro? Como no futebol, cada um pensa no próprio futuro, e os outros que, digamos, se danem.

O presidente Temer e o ex-presidente Lula buscam desmoralizar seus acusadores. Ataca-se o procurador-geral Janot, que denunciou Temer, e o Ministério Público, que, segundo Temer, não investigou procuradores cujo comportamento considera duvidoso. Ataca-se o juiz Moro, que Lula acusa de parcialidade, e procuradores da Lava Jato, porque fazem palestras pagas. Tanto Temer quanto Lula suspeitam que os acusadores tenham forçado delações "a la carte", dando substanciais reduções de pena a quem atingisse determinado acusado. O embate nos tribunais mais parece uma guerra.

O juiz Sérgio Moro pode, a qualquer momento, emitir a sentença de Lula. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, diz que só é aceitável a sentença que o absolva integralmente. O presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, defende "o confronto popular aberto nas ruas" se Lula for condenado. Temer acena com o êxito da política econômica (a inflação ficou abaixo da meta, as exportações cresceram) que, indica, só será mantida caso fique no cargo. E o Brasil? O Brasil é apenas um detalhe.

DOIS LADOS, UMA DEFESA

Temer e Lula são hoje adversários ferozes, mas sua defesa é a mesma: há uma conspiração dos inimigos contra eles, e não há provas de nada. Mas cada um tem um antídoto diferente para a peçonha dos adversários. Lula, a ameaça de convulsão social, com apoio do PT, de partidos como PSOL e PSTU, de centrais sindicais como a CUT; Temer, a blindagem parlamentar, já que é preciso que 342 deputados (em 513) autorizem o processo contra ele. Só que Lula já ameaçou colocar nas ruas "o exército de Stedile" (o MST) e não deu certo. E Temer, em seu duro discurso de ontem, apareceu na TV ao lado de políticos de menor expressão. Os caciques se pouparam.

É O QUE TEMOS

Outra arma de Temer é a falta de um bom nome para sucedê-lo, caso seja afastado. Mesmo que surja alguém, será eleito por um Congresso em que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o da Câmara, Rodrigo Maia, são investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Caso Temer seja afastado, Rodrigo Maia é o favorito para sucedê-lo

O TEMER...

Um fato está intrigando os meios políticos: este Temer não é o Temer a que todos se acostumaram. Temer sempre foi discreto, afável, racional, cauteloso, frio e duro ?" foi quem assumiu com êxito a Secretaria de Segurança de São Paulo logo depois do massacre do Carandiru. O Temer presidente não tem como ser discreto. Mas anda ríspido, irritado, reagindo emocionalmente à pressão que sofre. O político cauteloso, que antes de falar "boa noite" pensava muito para não ser mal interpretado, referiu-se duas vezes aos russos como "soviéticos" ?" o que não são há 27 anos; e, em visita oficial à Noruega, confundiu o rei da Noruega com o da Suécia.

... QUE NÃO É O TEMER

O duro Temer levou um pito da primeira-ministra norueguesa sobre desmatamento na Amazônia e calou a boca. O sempre bem-informado Temer nem lembrou, ou nem sabia, que uma empresa controlada pelo Governo da Noruega está desmatando quase cinco mil hectares da floresta amazônica para extrair bauxita, o minério básico do alumínio; e que um país tão interessado no meio-ambiente talvez devesse repensar a poluente extração de petróleo no Mar do Norte e a autorização para a caça às baleias.

O cauteloso Temer ainda recebe Joesley Batista nos porões do Jaburu.

O DIA DA CAÇA

Os procuradores da República elegem hoje três candidatos à Procuradoria-Geral, na sucessão de Janot. Mas o presidente Temer nomeia quem quiser, esteja ou não na lista tríplice. Uma escolha acertada pode fazer com que Janot se enfraqueça até deixar o cargo, em 17 de setembro. Temer acredita que, saindo Janot, se reduzam as pressões contra ele. Mas nem sempre é assim: o novo procurador-geral pode querer provar que não está lá para acochambrar, e que é tão duro quanto o antecessor.

GRAVANDO LÁ E CÁ

O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu a família para dizer que ninguém deve se preocupar com delações premiadas em que é citado. Informou que, durante todo seu período como ministro, gravou todas as conversas que manteve em seu gabinete. São oito anos de gravações
Herculano
28/06/2017 11:38
TEMER FALA COMO SE PRESIDISSE UM PAÍS DE BOBOS, por Josias de Souza

No seu primeiro pronunciamento como presidente denunciado por corrupção, Michel Temer perdeu o último trunfo que lhe restava: a serenidade. Fora de si, deixou antever o que tem por dentro: raiva excessiva e razão escassa. Movido pelo excesso, atirou em Rodrigo Janot e acertou o próprio pé. Premido pela escassez, exagerou na meia verdade, privilegiando exatamente a metade que é mentirosa.

Temer estava irreconhecível. Perdeu a fita métrica que costumava trazer no lugar da língua. Expressando-se de forma desmedida, chamou a denúncia de "ficção", uma "trama de novela". Disse que Janot fez um "trabalho trôpego". Temer deixou de mencionar que é ele quem fornecesse a matéria-prima que torna a realidade inacreditável e transforma o noticiário num novelão policial.

As explicações de Temer foram endereçadas aos deputados que compõem a milícia parlamentar que enterrará a denúncia. É gente que despreza o desejo da opinião pública de ver o presidente julgado no Supremo. Discursando para os seus apoiadores na Câmara, o presidente mandou às favas a lógica e a inteligência alheia.

"Os senhores sabem que eu fui denunciado por corrupção passiva", declarou. "Notem, vou repetir a expressão: corrupção passiva. A esta altura da vida! Sem jamais ter recebido valores, nunca vi o dinheiro e não participei de acertos para cometer ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem." Falso.

Corta para o dia 7 de março, no porão do Jaburu. Ali, entre 22h31 e 23h16, Temer manteve com Joesley Batista uma conversa vadia. Grampeado pelo dono da JBS, entregou-se a um diálogo que a Polícia Federal recuperou.

Joesley: "Pra mim falar contigo qual é a melhor maneira? Porque eu vinha falando através do Geddel, através? Eu não vou lhe incomodar, evidente, se não for algo assim?".

Temer: "As pessoas ficam? Sabe como é que é?".

Joesley: "Eu sei disso, por isso é que?".

Após um trecho ininteligível, Temer declara: "Um pouco".

Joesley: "É o Rodrigo?".

Temer: "O Rodrigo".

Joesley: "Ah, então ótimo".

Temer: "Pode passar por meio dele, viu? Da minha mais estrita confiança",

O presidente referia-se ao ex-assessor Rodrigo Rocha Loures - aquele que, no mês seguinte, seria filmado recebendo de um executivo do grupo empresarial de Joesley a mala com R$ 500 mil em propinas.

Toda a negociação deflagrada no escurinho do Jaburu foi monitorada pela Polícia Federal. A investigação demonstrou que Loures participou das tratativas em nome de Temer. Preso, o preposto do presidente devolveu a mala antes que o dinheiro chegasse ao destinatário.

Temer voltou a fazer pose de perseguido: ''Exatamente neste momento em que nós estamos colocando o país nos trilhos é que somos somos vítima dessa infâmia de natureza política."

Foi como se Temer declarasse: ''Eu aqui, fazendo o favor de presidir o país, e vem a Procuradoria, com sua vocação para estraga-festas, atrapalhar as minhas reformas jogando no ventilador algo tão irrelevante quanto uma denúncia por corrupção.'' Num de seus momentos mais temerários, Temer insinuou que foi Janot quem recebeu dinheiro de má origem, não ele

Ao atirar em Janot, acusando-o de inventar a "denúncia por ilação", Temer acertou na Polícia Federal. O presidente sustentou que o áudio periciado com esmero é "prova ilícita", totalmente "inválida para a Justiça." Por quê? "Na pesquisa feita seriamente pela Polícia Federal, pelo seu instituto de criminalística, está dito que há cerca de 120 interrupções, não é? O que torna a prova inteiramente ilícita''. Lorota.

Os peritos da PF farejaram na gravação 294 "descontinuidades". Nada a ver com fraude ou edição. São interrupções de 1,30 segundos, em média, provocadas pelo tipo de gravador usado por Joesley. O microfone do equipamento é acionado automaticamente pela voz. E pára de funcionar nos intervalos de silêncio.

O brasileiro desconfiado perde muito ao não acreditar na fábula que o presidente construiu para lhe servir de refúgio. A plateia tem sempre a sensação de estar perdendo alguma coisa com o seu ceticismo. A metafísica envolvida na narrativa presidencial é mais rica e divertida do que este materialismo chato em que corrupção é sempre, inapelavelmente, corrupção.

A teoria conspiratória de Temer é sempre mais criativa, cheia de intriga e perfídia. Tem todos os ingredientes de uma boa ficção. O único inconveniente é o convívio com um presidente que fala como se presidisse uma nação de bobos.
Herculano
28/06/2017 11:35
A DENÚNCIA CONTRA O PRESIDENTE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer é inepta. O Supremo Tribunal Federal faria bem se mandasse arquivá-la

O resultado do generoso prêmio dado ao empresário Joesley Batista por sua delação envolvendo o presidente Michel Temer é uma denúncia inepta. Finalmente apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na segunda-feira passada, para basear pesadas acusações de corrupção contra o presidente, a peça não acrescenta nada ao que já havia sido tornado público com o vazamento da delação de Joesley. Ou seja, a denúncia de Janot contra Temer é baseada somente na palavra do delator e em diálogos que deveriam ser interpretados com bem menos ligeireza, não só porque estão entrecortados, tornando-se incompreensíveis em vários momentos, mas principalmente porque foram captados pelo empresário com a intenção evidente de comprometer o presidente, sabe-se lá por que obscuras razões.

Por esses motivos, o Supremo Tribunal Federal faria bem se mandasse arquivar a denúncia, pois é claro que não se pode tratar de um processo criminal contra um presidente da República ?" que implicaria seu afastamento do cargo ?" sem que haja sólidas evidências a ampará-lo. E tudo o que se pode dizer, da leitura das pouco mais de 60 páginas da denúncia do procurador-geral, é que as acusações evidentemente carecem de base.

A denúncia se baseia principalmente na acusação de que o presidente Temer ganhou de Joesley Batista "vantagem indevida de R$ 500 mil", por intermédio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures ?" que foi flagrado em vídeo recebendo a quantia em uma mala. Para a Procuradoria-Geral, o simples fato de que Rocha Loures era próximo de Temer ?" o presidente citou o nome do ex-deputado no diálogo com Joesley ?" foi suficiente para inferir que o dinheiro não era para Rocha Loures, e sim para o presidente.

Esses R$ 500 mil seriam parte de uma estupenda mesada que Joesley teria aceitado pagar em troca de uma intervenção do presidente Temer, por meio de Rocha Loures, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em favor de sua empresa, a JBS. No entanto, a própria denúncia admite que, "no exíguo prazo deste inquérito, não foi possível reunir elementos que permitam concluir que o interesse manifestado por Rodrigo Rocha Loures (no Cade) tenha provocado, no seio daquele órgão, ações ou decisões precipitadas ou desviadas da boa técnica".

Essas incertezas se multiplicam em outros pontos da denúncia. A respeito do suposto pagamento de propina para comprar o "silêncio" do deputado cassado Eduardo Cunha, que Temer teria avalizado, segundo interpretou a Procuradoria-Geral a partir de um famoso trecho da conversa grampeada por Joesley ?" "tem que manter isso aí" ?", a denúncia admite que ainda é preciso "uma análise mais cuidadosa, aprofundada e responsável" dos elementos disponíveis.

Por fim, a denúncia cita um suposto esquema em que o presidente Temer teria favorecido uma empresa da área portuária por meio de um decreto. Mesmo nesse caso, porém, o procurador-geral Rodrigo Janot admite ainda que é preciso instaurar "investigação específica" para "melhor elucidar os fatos".

Logo, todos os pilares sobre os quais se sustenta a denúncia não permitem nenhuma conclusão, muito menos uma que seja sólida o suficiente para tirar o presidente da República de seu cargo, ao custo de enorme instabilidade para o País. Mas isso não impediu Rodrigo Janot de encerrar sua peça dizendo que "não há dúvida" de que Michel Temer cometeu "práticas espúrias" e que o presidente "ludibriou os cidadãos brasileiros", causando "abalo moral à coletividade".

A única coisa sobre a qual não resta dúvida é que a denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer, de tão rasa, só serve a interesses políticos, e não jurídicos. Tanto é assim que o procurador-geral prepara uma série de novas denúncias, a serem apresentadas a conta-gotas, mantendo o presidente sob permanente ameaça. Não se pode reprovar quem veja nisso uma tentativa de inviabilizar de vez um governo já bastante acossado.

Diante disso, cabe ao presidente Michel Temer lutar para reunir maioria no Congresso não apenas para rejeitar a denúncia, mas para seguir adiante com as reformas. O País não pode continuar refém de irresponsabilidades
Herculano
28/06/2017 11:33
LIGAR MALA DE DINHEIRO A TEMER É PONTO FRÁGIL DE DENÚNCIA, por Rubens Valente, no jornal Folha de S. Paulo

Ao restringir a denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer ao recebimento de R$ 500 mil pelo ex-assessor Rodrigo Loures, a Procuradoria-Geral da República deixou exposta a maior fragilidade da investigação: a dificuldade de comprovar que o presidente foi o beneficiário final ou que solicitou o dinheiro.

O procurador-geral, Rodrigo Janot, afirmou logo no primeiro parágrafo da sua acusação que o presidente "recebeu para si, [...] por intermédio de Rodrigo Santos da Rocha Loures, vantagem indevida de cerca R$ 500 mil".

Também fez referência ao "montante espúrio de R$ 500 mil, recebido por Rodrigo Loures para Michel Temer".

Percebendo esse ponto como fundamental para a denúncia, Temer provocou em discurso no Planalto:

"Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores?"

A investigação deixou incontroversa a afirmação de que Loures recebeu uma mala de R$ 500 mil entregue pela JBS em abril, não só pelas imagens feitas pelos policiais, mas porque o ex-assessor de Temer devolveu o dinheiro à Justiça.

Também foram coletados indícios de que Loures e Temer eram muito próximos e que o presidente autorizou Joesley a seguir conversando com seu ex-assessor como interlocutor privilegiado.

Os problemas para a tese da acusação começam quando associa Temer ao recebimento ou ao pedido dos R$ 500 mil. A investigação foi curta, durou apenas dois meses. É comum grandes investigações da PF durarem até mesmo anos antes de uma denúncia.

Uma das consequências da pressa em concluir o caso ?"a justificativa é que há um investigado preso, Loures, e por isso os prazos são mais curtos?" é a ausência, na denúncia, de laudos bancários ou tributários para comprovar conexões financeiras entre Loures e Temer. O "caminho do dinheiro" não foi desenhado na denúncia.

Sem as quebras de sigilo e sem uma confissão do ex-assessor palaciano ?"ele se manteve em silêncio quando depôs à PF?", a PGR não conseguiu demonstrar, nas 60 páginas da acusação, como seria a suposta operação monetária que beneficiaria Temer depois da chegada da mala a Loures.

Não há indício de relação financeira entre os dois, à exceção de uma doação declarada à Justiça Eleitoral da campanha do então vice-presidente para a do ex-assessor em 2014 no valor de R$ 200 mil.

A doação, porém, ocorreu dois anos antes do recebimento da mala e não faz sentido para a tese de acusação porque é o trajeto inverso: a verba seguiu de Temer para Loures.

As mais de 2.000 conversas telefônicas interceptadas com ordem judicial e a conversa gravada pelo empresário da JBS Joesley Batista com Temer em 7 de março não trazem a informação objetiva de que o presidente pediu os R$ 500 mil, mesmo que "por intermédio" de Loures.

No inquérito, há trechos em que Loures sugere estar agindo com conhecimento de Temer nas tratativas para receber o dinheiro, mas permanecem como afirmações a respeito de uma terceira pessoa ausente da conversa.

Ainda que Temer tivesse grande confiança em Loures, permanece em aberto a afirmação de que o ex-assessor teria a chancela específica para receber e redistribuir dinheiro a seu "chefe".

Sem o mapa das transações bancárias, restava à investigação verificar o destino da mala entregue pela JBS a Loures em 28 de abril em uma pizzaria de São Paulo. A Operação Patmos foi deflagrada em 18 de maio.

No intervalo de 20 dias, contudo, a investigação não conseguiu comprovar que Temer tenha sido o destinatário dela.
Herculano
28/06/2017 11:30
'MILAGRE': DENÚNCIA DE JANOT PODE UNIR POLÍTICOS, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Animou aliados a reação do presidente Michel Temer comparando sua relação com o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures à de Marcelo Miller com o ex-chefe Rodrigo Janot, de quem era braço direito na Procuradoria Geral da República quando se demitiu para "receber milhões" e atuar na defesa da J&F/JBS de Joesley Batista. Para o requisitado cientista político Paulo Kramer, "Janot está conseguindo o aparente milagre de unir, contra si, o conjunto da classe política".

MESMA MOEDA
Temer diz que a acusação o ofende tanto quanto seria leviano supor que "os milhões" pagos pela JBS não seriam apenas do ex-procurador.

SOMENTE DE DÚVIDA
Para Paulo Kramer, "o estranhíssimo acordo com a gangue do Friboi plantou uma semente de dúvida sobre acordos de delação premiada".

CONSENSO TRINCADO
O acordo tão favorável a Joesley & cia "também trincou o que até pouco tempo atrás era um sólido consenso pró-Lava Jato", diz Kramer.

DISCURSO DE DEFESA
Em sua fala, o presidente quis mostrar segurança sob aspecto jurídico, e dar discurso para que os aliados o defendam. Pode ter conseguido.

FALTOU ALTIVEZ A TEMER NA NORUEGA, DIZ GENERAL
O presidente Michel Temer não teve altivez para dizer à primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, que o Brasil recusaria recursos para nos auxiliar a não desmatar a Amazônia, na opinião do general Augusto Heleno, um dos líderes mais respeitados das Forças Armadas. Afinal, segundo ele lembrou nas redes sociais, a Amazônia brasileira não é "patrimônio da humanidade" e sim um patrimônio do Brasil.

AINDA É TEMPO
O general afirma que ainda está em tempo de Temer "dizer ao mundo" o que não declarou ante a atitude mal educada dos anfitriões, em Oslo.

PAPEL É DO BRASIL
Ex-comandante militar da Amazônia, Augusto Heleno diz que cabe apenas ao Brasil preservar e explorar a floresta com sustentabilidade.

SEM AUTORIDADES
Augusto Heleno diz ainda que os europeus não podem dar lições de preservação: destruíram "a maior parte de suas reservas florestais".

DELAÇÃO NÃO BASTA
Para Arthur Lira, que lidera 47 deputados do PP, não basta basear a denúncia contra Temer apenas na delação de Joesley. Ex-presidente da CCJ, ele prevê, em princípio, "maioria tranquila para o presidente." A briga na Câmara será mais política que jurídica, diz o parlamentar

ESCAPANDO PELA TANGENTE
Temer está convencido de que Joesley armou toda a delação com o único objetivo de se livrar, de uma só tacada, das cinco investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal contra ele.

CLAQUE INÉDITA
Michel Temer discursou no Planalto, encarando Rodrigo Janot, cercado de uma centena de parlamentares e auxiliares de primeiro e segundo escalões. Ao final foi aplaudido e ainda ouviu gritos de "bravo!".

EMPATE TÉCNICO
O procurador de carreira Michel Temer não ficará constrangido de não nomear Nicolao Dino, candidato de Rodrigo Janot à própria sucessão. É que deu empate técnico: Dino teve 621 votos (18,6%) contra 587 (ou 17,6%) de Raquel Dodge, a favorita. Mario Bonsaglia, 564 (16,97%).

TANTO FAZ
Na votação para a Procuradoria Geral da República, cada um dos 1.302 procuradores faz sua própria lista tríplice. A apuração indica os três nomes que mais são citados.

COLIGAÇõES ÀS ESCURAS
Enquanto discutia o plano de trabalho no plenário 11 da Câmara, a comissão especial que analisa a PEC da reforma política, que acaba com coligações partidárias, sofreu com um apagão e ficou às escuras.

IMPORTAÇÃO TRIPLICOU
Precisando de votos para escapar da denúncia de corrupção, Michel Temer receberá deputados do Nordeste revoltados com a importação de álcool de milho dos Estados Unidos, com alíquota de 0%, que mais do que triplicou este ano, destruindo usinas e empregos, na região.

INOVAÇÃO REAL NO BB
O Banco do Brasil disponibilizou terminais onde o cliente deposita o dinheiro sem envelope. Após a contagem e verificação das cédulas, o valor cai na conta imediatamente e as notas avariadas são devolvidas.

PERGUNTA NO CONFESSIONÁRIO
Como a defesa do ex-diretor da Petrobras Renato Duque explicou a ele a decisão do TRF-4 de aumentar a pena de 20 para 43 anos de prisão?
Herculano
28/06/2017 11:27
AGÊNCIA LUPA CHAMA DE "FALSAS" AFIRMAÇÕES DE TEMER QUE SÃO VERDADEIRAS. TEM DE SE CORRIGIR, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A Agência Lupa costuma dizer se o que afirmam os homens públicos é falso, verdadeiro ou contraditório. Pois é? A Lupa submeteu às suas lentes, em texto publicado hoje na Folha, a fala do presidente Michel Temer, em que deu uma dura resposta a Rodrigo Janot. Encontrou dois "contraditórios", dois "falsos" e um "verdadeiro, mas?

Fosse mesmo assim, não teria sido um portento o desempenho. Mas a agência errou. Os dois "Falsos" que concedeu ao presidente são? verdadeiros.

Afirma a Lupa

Temer: "E vocês sabem que quem deixa a procuradoria tem que fazer uma quarentena. Se não me engano, de dois ou três meses"
FALSO A Lei Complementar nº 75 de 1993, que regulamenta a carreira de procurador, não faz nenhuma menção à quarentena, ou seja, à necessidade de quem deixa o cargo passar um determinado tempo para retomar funções fora da Procuradoria. O decreto 4.187 de 2002 fala sobre o "impedimento de autoridades exercerem atividades após a exoneração do cargo que ocupavam", mas exclui os membros do MPF. São os juízes que precisam se submeter à quarentena. Isso está previsto no artigo 95 da Constituição. A informação foi referendada pela Procuradoria da República no Distrito Federal.

Corrige Reinaldo

Não! A Agência está errada. Está ignorando a Emenda Constitucional 45, de 2004, que resultou no Parágrafo 6º do Artigo 128 da Constituição, a saber:
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

E o que diz o tal inciso? Isto:
"Aos juízes é vedado:
exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração."

Ora, Marcelo Miller está exercendo a advocacia junto ao Ministério Público Federal, o correspondente do "tribunal do qual se afastou".

Agora vamos ao segundo "falso" que é falso ?" e, portanto, verdadeiro:

Afirma a Lupa

Temer: "Agora mesmo, na pesquisa feita seriamente pela Polícia Federal, está dito que existem 120 interrupções [no áudio gravado por Joesley Batista], o que torna a prova inteiramente ilícita"

FALSO A Polícia Federal fez uma perícia nas gravações entregues por Joesley Batista à Procuradoria Geral da República e identificou "294 descontinuidades". A PF explica, no entanto, que elas são compatíveis com as interrupções "no registro das amostras de áudio" e que isso teria ocorrido por pressão ou atrito no gravador que estava oculto nas roupas de Joesley. A polícia concluiu também que "não foram observados elementos que indiquem a existência de adulterações" no áudio. O laudo aponta que a gravação é "consistente com a maneira em que se alega ter sido produzida a gravação". Ainda vale ressaltar que não há nenhuma decisão judicial relativa a este caso que classifique o áudio de Joesley como "ilegal". Na abertura do inquérito contra o presidente Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin classificou as provas como legais. O posicionamento, no entanto, foi monocrático, decidido somente por ele.

Corrige Reinaldo

Errado também. Primeiro, é preciso que se atente para o que disse o presidente. Ele afirmou que existem 120 interrupções. E existem. Até porque o tal gravador é do tipo que é acionado por algum som. Provas com essa precariedade seriam descartadas por qualquer tribunal.

Quanto à questão da ilicitude, é falso que nada exista nos tribunais a respeito desse caso. A operação, como resta claro, tem todos as evidências de uma combinação entre o MPF e Joesley Batista. É óbvio que o presidente só poderia ter sido gravado com autorização formal do Supremo, o que não aconteceu. O fato de Edson Fachin, em decisão monocrática, ter considerado legal o despautério não muda a natureza das coisas nem as leis.

Tenho outras restrições ao texto, mas me limito aos dois falsos "falsos". Admito que a segunda questão possa conter alguma controvérsia. A primeira não! Marcelo Miller não pode atuar como advogado junto a qualquer instância do Ministério Público Federal. Tem de fazer quarentena de três anos.

É o que está na lei, que anda em baixa no país, sei bem.

Mas não se chame de falso o que é verdadeiro, especialmente quando a alegada especialidade de quem assim procede é fazer tal classificação.
Herculano
28/06/2017 11:20
AGÊNCIA LUPA: MICHEL TEMER ATACA COM DADOS EQUIVOCADOS
O presidente Michel Temer em pronunciamento nesta terça

Texto Juliana Dal Piva, Hellen Guimarães e Leandro Resende, da Agência Lupa. Em discurso pós-denúncia, o presidente Michel Temer falou sobre áudios de Joesley e criticou a Procuradoria. Confira dados equivocados.

*

"Ele [o ex-procurador Marcelo Miller] ganhou milhões em poucos meses (...) Podíamos concluir, nessa hipótese que estou mencionando, que talvez os milhões não fossem unicamente para o assessor de confiança [de Janot]"

CONTRADITóRIO Logo em seguida, no mesmo pronunciamento, o presidente Michel Temer disse que possui "a mais absoluta convicção" de que não pode "denunciar sem provas" nem "fazer ilações". Em suas palavras: "Não posso ser irresponsável. Não posso criar falsos fatos para atingir objetivos subalternos".

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"E vocês sabem que quem deixa a procuradoria tem que fazer uma quarentena. Se não me engano, de dois ou três meses"

FALSO A Lei Complementar nº 75 de 1993, que regulamenta a carreira de procurador, não faz nenhuma menção à quarentena, ou seja, à necessidade de quem deixa o cargo passar um determinado tempo para retomar funções fora da Procuradoria. O decreto 4.187 de 2002 fala sobre o "impedimento de autoridades exercerem atividades após a exoneração do cargo que ocupavam", mas exclui os membros do MPF. São os juízes que precisam se submeter à quarentena. Isso está previsto no artigo 95 da Constituição. A informação foi referendada pela Procuradoria da República no Distrito Federal.

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"Esse senhor [ex-procurador Marcelo Miller] (...) abandona o MP para trabalhar em empresa que faz delação premiada ao procurador-geral da República"

VERDADEIRO, MAS Em seu discurso, Temer disse que o ex-procurador da República Marcelo Miller é "homem da mais estrita confiança" do procurador-geral, Rodrigo Janot. Miller realmente integrou a força-tarefa da Operação Lava Jato e participou de um grupo de trabalho sobre leniência e colaboração premiada dentro do Ministério Público Federal. Além disso, também é fato que Miller pediu exoneração do cargo de procurador em março de 2017 e que foi afastado de forma definitiva um mês depois, em 5 de abril. Neste ano, ele se tornou sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe, que atua no combate à corrupção corporativa. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, esse escritório representou a holding J&F nas negociações do acordo de leniência da controladora da JBS com o Ministério Público Federal -mas não participou do processo de delação que Joesley fez à PGR. Hoje a Procuradoria investiga a atuação de Miller no caso.

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"Interessante que eu descobri o verdadeiro Joesley [Batista], o bandido confesso, junto com todos os brasileiros, quando ele revelou os crimes que cometeu ao MP"

CONTRADITóRIO Três dias depois da divulgação do conteúdo da delação da JBS, o presidente Michel Temer fez um pronunciamento oficial e minimizou o conteúdo da gravação feita por Joesley no Palácio do Jaburu. Apesar de ter ouvido do empresário que ele ªteria segurado juízesº, Temer afirmou que não havia acreditado na "narrativa" de Joesley. Na época, não classificou o dono da JBS como um criminoso. Disse que ele era "um conhecido falastrão, exagerado". Depois, em entrevista à Folha, o presidente retomou o discurso. Disse que Joesley era uma "uma pessoa que se jacta de eventuais influências". A primeira vez em que Temer se referiu ao empresário como bandido ocorreu no dia 19 de junho, um mês depois da revelação da delação da JBS.

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"Agora mesmo, na pesquisa feita seriamente pela Polícia Federal, está dito que existem 120 interrupções [no áudio gravado por Joesley Batista], o que torna a prova inteiramente ilícita"

FALSO A Polícia Federal fez uma perícia nas gravações entregues por Joesley Batista à Procuradoria Geral da República e identificou "294 descontinuidades". A PF explica, no entanto, que elas são compatíveis com as interrupções "no registro das amostras de áudio" e que isso teria ocorrido por pressão ou atrito no gravador que estava oculto nas roupas de Joesley. A polícia concluiu também que "não foram observados elementos que indiquem a existência de adulterações" no áudio. O laudo aponta que a gravação é "consistente com a maneira em que se alega ter sido produzida a gravação". Ainda vale ressaltar que não há nenhuma decisão judicial relativa a este caso que classifique o áudio de Joesley como "ilegal". Na abertura do inquérito contra o presidente Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin classificou as provas como legais. O posicionamento, no entanto, foi monocrático, decidido somente por ele.

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OUTRO LADO

Procurado, o presidente Michel Temer não se manifestou até a publicação desta reportagem. O ex-procurador Marcelo Miller disse que "não cometeu nenhuma irregularidade". O procurador-geral, Rodrigo Janot, afirma que a denúncia contra Temer "é pública e baseada em fatos"
Herculano
28/06/2017 11:17
PóS-VERDADE: GLOBO, NA SANHA ANTI-TEMER, ATACA ATÉ CANDIDATA À PGR QUE TEM MELHOR CURRÍCULO, por Reinaldo Azevedo

Segundo o "Jornal Nacional", da Globo, a Procuradoria Geral da República virou, quem diria?, reduto do PMDB. É um desses despropósitos que nem errados estão, dado o tamanho da bobagem. Vamos ver.

Acho que, a esta altura, ninguém duvida do engajamento da Globo na queda de Michel Temer. Parece ter virado uma questão de honra por lá. É claro que nem todos os profissionais estão empenhados na tarefa - e é evidente que não vou aqui nominar as exceções. Quem ainda não sabe do que falo deve assistir ao Jornal Nacional de ontem.

Uma questão está posta aos senhores políticos, sejam congressistas, governadores, prefeitos etc: há quem consiga sobreviver politicamente à oposição da Globo? Vamos ver o que acontece com Temer. Se cair, a resposta será "não". E então se poderá concluir que ao menos um partido político terá sobrevivido à voragem: o PGMPF (Partido da Globo e do Ministério Público Federal). Governará o país sabe-se lá por quanto tempo. A dúvida hoje é saber se o PT entra como aliado ou como adversário desse potentado. Mas não me dedicarei a isso agora. Quero voltar ao meu lead.

Em meio à sanguinolência editorial, feita de atropelos, ligeirezas e editorialização rasgada, disfarçada de informação objetiva, houve espaço para uma reportagem que atinge em cheio a reputação e a dignidade de quem tem relevantes serviços prestados ao Ministério Público Federal. Refiro-me à procuradora Raquel Dodge, que tem uma carreira decente, limpa, com formação intelectual invejável. Vamos ver.

A ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) realizou ontem a eleição para a formação de uma lista tríplice de candidatos a procurador geral da República. Ao todo, eram oito candidatos. Cada um dos filiados à ANPR pode escolher até três nomes. Os mais votados foram Nicolao Dino, com 621 votos; Raquel Dodge, com 587, e Mário Bonsaglia, com 564.

Tenho ganas aqui de debater a afirmação a repórter, segundo quem "a importância dessa escolha é que o próximo procurador é quem vai levar a Lava Jato adiante a partir de setembro, quando termina o mandato de Rodrigo Janot". Do balacobaco! Então aquele que vai chefiar o Ministério Público da União (e não apenas o MPF) está reduzido a um papel realmente importante: a Lava Jato. É de trincar catedrais.

Mas vamos adiante, apelando a um pingue-pongue - a Globo é o pingue:

Pingue: "O mais votado, o primeiro mais votado, Nicolao Dino, era o candidato de Janot, e o resultado mostra a força do atual procurador-geral da República no Ministério Público".

Pongue: O procurador-geral adotou Nicolao Dino. Não era o seu candidato até porque o nome de Janot era.., Janot. Tentou derrubar Temer em uma semana para se impor como o procurador-geral pela terceira vez. E não! Não está evidenciada a força de Janot. Muito pelo contrário. Provo:

Votaram 1.108 procuradores. Sim, 56% escolheram como um dos três nomes aquele que o doutor resolveu adotar na reta final da disputa. Mas calma lá! Nada menos de 53% botaram na sua lista o nome que Janot não queria de jeito nenhum: Raquel Dodge. Não estou aqui a dar uma opinião, mas informações: quem votou em Dino pode, eventualmente, tê-lo feito por orientação de Janot, Mas será exceção. O fato é que candidato tem sua própria base na ANPR. Quem votou em Raquel, aí sim, estava repudiando os métodos do atual titular da PGR.

E que se note: nem me refiro aos métodos empregados na Lava-Jato. Trato daqueles que ele aplica na gestão do MPF e do MPU. Há dias, nós o vimos avançar para cima de Raquel como um tanque de guerra porque ela ousou contestá-lo. Mais informações: Janot pediu, sim, alguns votos para Dino, mas o que ele fez mesmo foi lobby contra Raquel. Sim, ele ligou para procuradores, e sabe que falo a verdade, pedindo que ignorassem a candidata.

Mesmo assim, a diferença entre Raquel e Dino foi de apenas 34 votos. Ora, se cada eleitor poderia escolher três nomes, aquele que contava com o apoio, ainda que de última hora, de Janot deveria contar com mais musculatura se a popularidade do chefão estivesse em alta. Mas isso não é verdade. Há, inclusive, quem aponte uma certa anarquia administrativa no órgão. Obra de Janot. Vamos a mais um pingue da Globo.

Pingue: Em segundo lugar, ficou Raquel Dodge, subprocuradora da área criminal., Ela tem o apoio de políticos da cúpula do PMDB, inclusive de alguns investigados na Lava Jato.

Pongue: com a máxima vênia, é uma irresponsabilidade. Ainda que tal apoio fosse verdadeiro, a cúpula do PMDB não vota na ANPR, tampouco os "investigados". Trata-se de uma pós-verdade, de uma verdade alternativa, de uma invencionice. Ora, cumpriria à emissora dizer que Dino conta com o apoio de setores do PT, inclusive de investigados da Lava Jato, e de outros partidos de esquerda. Ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Pingue: O terceiro mais votado foi Mário Bonsaglia, que atua também na área criminal, no STJ. Na última eleição, em 2015, ele foi o segundo mais votado. Agora, os três nomes vão ser encaminhados para o presidente Michel Temer. Ele não tem data, não tem prazo, para fazer essa escolha nem é obrigado a indicar o novo procurador-geral a partir dessa lista, mas, desde 2003, todos os presidentes têm escolhido o mais votado da lista tríplice. Em maio do ano passado, Temer informou, pela assessoria dele, que iria manter essa escolha do mais votado da lista. Hoje, a gente perguntou sobre isso novamente: a assessoria do Palácio do Planalto informou (sic) que não iria comentar. Depois da indicação do presidente da República, o nome do novo procurador precisa ser aprovado por maioria absoluta no Senado.

Pongue: notem que Bonsaglia também não merece nenhuma referência negativa. A eleita para levar pancada foi mesmo Raquel, a desafeta de Janot - o que, parece, contaminou o humor da Globo. Faltou informar que o presidente não precisa escolher um nome da lista porque essa eleição é uma invenção do Ministério Público Federal. O Artigo 84 da Constituição ?" de que procuradores deveriam ser? procuradores! ?" faculta a indicação exclusivamente ao presidente. A palavra final será do Senado. Chega a ser engraçada a afirmação de que, desde 2003, "todos os presidentes (sic) têm escolhido o mais votado". TODOS? SIM, TODOS OS DOIS: LULA E DILMA!!!

Essa eleição direta, realizada apenas por membros do MPF, foi uma conquista da ala petista do MPF, que conseguiu arrancar de Lula o compromisso de que escolheria o mais votado da lista. O primeiro "eleito" foi o companheiro Cláudio Fontelles.

Como se nota, até numa simples reportagem sobre a formação da lista tríplice por uma associação sindical, há o ânimo de confrontar o presidente.

Comparem
Comparem os respectivos currículos dos três candidatos. Sem demérito aos dois outros concorrentes, o de Raquel, que é mestre em direito por Harvard, é melhor. E é indigno que se tente associar seu nome a alguma manobra contra a Lava Jato. Parece que se quer, a todo custo, impor ao país um outro presidente. Enquanto não acontece, tenta-se impor a Temer o futuro procurador-geral.

Bem, é desnecessário dizer que, se presidente eu fosse, dada a Constituição, só escolheria um nome da lista se coincidisse com a minha primeira escolha. Uma entidade não pode se outorgar o direito de fazer uma lista tríplice ao arrepio da Carta e exigir que o escolhido seja o primeiro. A menos que a ANPR queira usurpar um poder presidencial. Mas justiça se faça: a ANPR está reivindicando que seja um dos três. O "Jornal Nacional" é que resolveu indicar? Dino!

Para encerrar: a continuar essa eleição, é preciso moralizar a coisa: afinal, os membros do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público Militar e do Ministério Público do DF e Territórios, que também compõem o Ministério Público da União (junto com o MPF), têm de ter o direito de votar e de ser votados. Que a eleição seja informal, já é um despropósito; que divida o MPU em duas categorias, a dos nobres e a dos plebeus, aí já é demais. Se é para triunfar o corporativismo, que ao menos se evite a criação dos membros de segunda classe.
Herculano
28/06/2017 11:11
ESFARELANDO, GOVERNO TEMER PRODUZIU TRÊS GRANDES VEXAMES EM DEZ DIAS, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Se Michel Temer tivesse renunciado, em maio ou quando Fernando Henrique Cardoso sugeriu-lhe esse caminho, não entraria para a história como o primeiro presidente acusado de corrupção pela Procuradoria-Geral da República. Sua persistência tem um aspecto pessoal, a defesa da própria biografia. As consequências públicas dessa decisão têm sido a mobilização de uma tropa de choque e o esfarelamento do governo, colocando em risco o que resta do Poder Executivo.

Temer diz que é acossado por uma "infâmia" e que "nada nos destruirá", mas está se destruindo com lambanças e empulhações. Nada a ver com o relatório da Polícia Federal e a denuncia do procurador Rodrigo Janot. Em apenas dez dias, a gestão tabajara produziu três ruínas.

A máquina do Itamaraty sabe que Brasília tornou-se uma escala maldita. A chanceler alemã Angela Merkel foi à Argentina e não parou no caminho, nem para reabastecer. Mesmo assim, Temer resolveu mostrar desembaraço internacional e viajou para a Rússia e para a Noruega. A perna norueguesa, indo a uma nação de militância ambientalista, foi coisa de amador.

O vexame de presenciar o corte de 50% da contribuição norueguesa para o Fundo Amazônia veio dos números de desmatamento. Bem outra coisa foi o carão da primeira-ministra Erna Solberg: "Estamos preocupados com o processo da Lava Jato, esperamos uma limpeza e que sejam encontradas boas soluções". Limpeza, tudo bem, mas não ficou claro o que a senhora entende por "boas soluções". Pelo menos duas empresas norueguesas entraram na farra das sondas marítimas da Petrobras.

Em 2012, a Odfjell assinou um contrato com a Sete Brasil pelo qual ela pagava academias de ginástica para os noruegueses e escolas para seus filhos. Esses pixulecos, estendidos a todos os sócios da Sete Brasil, custaram-lhe US$ 50 milhões em 2013. Além disso, não era necessário ser um gênio para perceber que as sondas estavam com preços acima do mercado e que a Sete Brasil era uma fantasia de petistas e larápios.

Madame Solberg poderia ter ouvido da comitiva de Temer que uma parte da limpeza poderia ser feita no seu quintal. O ministro Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo, respondeu como a humildade dos colonizados: "É o pensamento dela. Nós respeitamos".

O que Imbassahy tinha a ver com a viagem, não se sabe. Com ele estava Paulo Bauer, líder do PSDB no Senado. Enquanto eles flanavam, o projeto de reforma trabalhista do governo foi rejeitado numa comissão da Casa.

A PF e Rodrigo Janot também não tiveram participação no lance do Gabinete de Segurança Institucional que identificou nominalmente o chefe do escritório da Central Intelligence Agency em Brasília. Muito menos com a explicação oferecida aos brasileiros.

Esses vexames foram produzidos por uma Presidência que, ao longo desses mesmos dez dias, foi bem avaliada por apenas 7% dos entrevistados pelo Datafolha. De quebra, o governo americano proibiu a importação de carne fresca brasileira.

Coisas da vida, mas até a sorte tem faltado a Temer. A Força Aérea Brasileira interceptou um bimotor que carregava 500 quilos de cocaína e o traficante tinha um plano de voo falso informando que decolara de uma das muitas fazendas da empresa de Blairo Maggi, o bilionário ministro da Agricultura. Ele pretende voar para Washington, onde discutirá o veto à carne
Herculano
28/06/2017 11:07
ESTA COLUNA ESTAVA PRONTA PARA SER PUBLICADA AS 9H. DESENCONTROS TÉCNICOS Só A LIBERARAM AS 11H

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