28/06/2017
O SONHO E O PESADELO I
Qual a notícia de ontem que tomou conta dos noticiários da região? O Hospital Santo Antônio, de Blumenau, está fechando as cinco vagas de UTI, novinhas, fruto de investimentos públicos, doações privadas e que abriu em novembro do ano passado, às dez que já possuía naquele hospital. E qual a razão do fechamento? É que o governo Federal prometeu e não credenciou as cinco novas vagas até agora para atender pelo SUS. Tudo se perdeu na burocracia, nas promessas, na irresponsabilidade do estado. Igualmente o governo de Raimundo Colombo, PSD. E sozinho, o Hospital Santo Antônio, como é notório, não consegue mais suportar o rombo de quase R$1 milhão desses cinco leitos funcionando nesse período, à espera do credenciamento estatal.
O SONHO E PESADELO II
E por que escrevo isso? Para mostrar duas coisas. A primeira delas, o grande descompasso da Saúde Pública de Gaspar entre a realidade e os sonhos dos políticos, que estão a tornando a área, um pesadelo. Segundo, quase toda sessão na Câmara de Gaspar, com a Saúde Pública de Gaspar na UTI, consumindo os recursos que não possui, sendo um deles, o Hospital, inventaram que é preciso urgentemente implantar uma UTI. E quando questionada na sua sustentabilidade, o que de fato é caro, de pronto e irresponsavelmente, afirma-se e “prova-se” que isto se daria via os governos Federal e Estadual, também sucateados neste quesito. Quer mais prova do que nos ensina o Hospital Santo Antônio que se vê obrigado a fechar os novos leitos da sua UTI por falta de recursos federal e estadual?
O SONHO E O PESADELO III
A UTI no Hospital de Gaspar é necessária? É! E a defendo. Mas ela é prioritária diante do quadro de disenteria aguda na Saúde Pública de Gaspar onde o assunto é tratado entre amigos e políticos? Não! A prioridade é resolver os problemas de funcionamento para os postinhos (e ativação dos novos, alguns deles parados nas obras), a policlínica (a meia-boca) e as farmácias básicas (sem alguns medicamentos), onde centenas de pessoas estão reclamando a falta de atendimento para o essencial, o ambulatorial, o exame especializado e remédios de uso contínuo. É vergonhoso constatar que os políticos no poder de plantão não consigam enxergar os problemas e propor soluções adequadas para cada situação emergencial. Estão falando de sonhos e tramando a busca do poder... Acorda, Gaspar!
DILENE FORA I
Aqui nesta coluna, a saída da técnica Dilene Jahn dos Santos da secretaria da Saúde, é notícia velha. Há um mês, os vereadores já tinham anunciado de que daquela terça-feira ela não passava. Ficou sendo fritada, em agonia, por um mês. Naquele dia, vejam só,o próprio líder do prefeito Kleber Edson Wan Dall, o vereador Francisco Hostins Júnior (que já foi secretário da Saúde, do PT), ambos do PMDB, ao ouvir as sucessivas queixas da oposição (no papel dela), mas principalmente da situação, arrematou ao final da sessão: “quem cala, consente”. Ou seja, assumiu que a Saúde Pública de Gaspar tocada pelo governo Kleber estava na UTI e antes que o prefeito fosse para a guilhotina, já tinha escolhido quem deveria perder a cabeça: a secretária. Meus leitores e leitoras sempre souberam desses problemas e sabiam que a cabeça da secretária estava a prêmio há muito tempo, apesar do silêncio da imprensa daqui.
DILENE FORA II
O que escrevi na coluna de ontem? “Saúde na UTI. Uma pergunta oportuna: Dilene Jahn dos Santos, secretária da Saúde e Fábio continuam prestigiados? Se depender dos políticos da base aliada, os técnicos [ e me referia também ao novo gestor do Hospital, Fábio Bortuni Pereira Lima, que está lá há um mês, que viu com precisão os defeitos dele e como ali, há donos], precisam sair para lhes darem os lugares e assim abrir a cara estrutura para os seus [os políticos que gravitam no novo poder]?” A saída de Dilene já estava planejada desde quando ela chegou a Gaspar. Ela era uma técnica, não é uma política, não é daqui e não responde a nenhuma “tomada de contas” do Tribunal de Contas do Estado por dúvidas no trabalho que fez. Ela é uma indicação de um executivo, Sérgio Roberto Waldrich, padrinho da campanha de Kleber. O eleito, do nada, quis lhe agradecer e agradar. Acabou arrumando uma encrenca daquelas, pois teve que dançar nas mãos dos políticos, manter a sua frágil base na Câmara. Então, deu às costas para a realidade dos graves problemas que acometem a Saúde Pública de Gaspar. Mais um torturante desgaste em menos seis meses de governo. Outro está à caminho.
DILENE FORA III
Ao defenestrar Dilene da titularidade da secretaria, o prefeito Kleber fez o serviço para o PT quadruplamente. Primeiro, passou o atestado do erro. Segundo insiste em continuar no modelo de Saúde Pública implantado pelo PT e que levou à área ao sucateamento pelo consumo excessivo de recursos financeiros pela continuação da intervenção do Hospital, inventada pelo PT e que obriga a prefeitura sustentá-lo em todas as circunstâncias. Terceiro, porque recolou o rótulo de incompetente em Dilene, dado pelo PT quando a tirou como gestora do Hospital, levada exatamente por Waldrich que liderou o processo de recuperação física do prédio do Hospital e foi passado para trás pelo PT, na intervenção. Quarto, porque, igualzinho ao PT de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, Kleber acaba de passar a perna em Waldrich, descartou e o desmoralizou com a atitude de tirar Dilene em tão pouco tempo, deixando-a exposta como um problema ou incompetência. Falta de aviso ao Waldrich, não foi. Aprendizado, nesta área, até agora, zero. A queda de Dilene e a forma como ela apareceu no governo Kleber, enfraquece o prefeito de fato de Gaspar, o secretário da Fazenda e que acumula a função de secretário de Administração e Gestão, o advogado, Carlos Roberto Pereira.
DILENE FORA IV
A saída de Dilene da secretaria de Saúde vinha sendo cozinhada antes mesmo dela tomar posse. Um grupo do PMDB liderado pela ex-vereadora e ex-secretária de Saúde, Ivete Mafra Hammes (e inclui-se o secretário de Celso Oliveira, de Desenvolvimento e Renda) ao tempo do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, quando ainda estava no PMDB, nunca engoliu esta escolha. E vinha questionando-a, sistematicamente. As queixas eram quase diárias. As tentativas de composição não deram certas. Os últimos três meses foram torturantes. Estavam na verdade a procura de uma saída honrosa e que não chegava. Na reunião de segunda-feira, depois de muito bate-boca, houve a decisão, comunicada e espalhada estrategicamente pelos taxistas que rodeiam o paço. Dois dias dor-de-barriga intenso e silêncio sepulcral no paço. Até na imprensa, menos aqui nesta coluna. Ontem no final da tarde a informação vazou e hoje estampa como manchete. Então, só hoje, promete-se “explicações” oficiais, como se fosse possível conter as verdades que rolam nas redes sociais, e alguns comentários postados aqui. A pergunta que não quer calar? Quem mesmo, cuida da comunicação e da imagem do governo de Kleber Edson Wan Dall? Acorda, Gaspar!
RECURSOS PARA A DUPLICAÇÃO DA BR-470
Nos próximos dias, o Governo Federal deve lançar o "Programa Avançar", que prevê injetar recursos necessários para dar ritmo às obras de duplicação das rodovias BR-470 e BR-280, estradas fundamentais para o desenvolvimento de Santa Catarina e que estão em ritmo lento. Bancada do PMDB de Santa Catarina, reuniu-se com o ministro-chefe da secretaria-geral da presidência da República, Moreira Franco. Dele, obteve a garantia de recursos para as obras, o que foi confirmado pelo secretário de Coordenação de Projetos do PPI, Tarcísio Freitas. "Será um recurso importante para avançar nas obras e baratear o pedágio quando sair as concessões", ressaltou ele. Participaram do encontro os deputados, Mauro Mariani, Rogério Peninha Mendonça, Celso Maldaner e Ronaldo Benedet.
Qual o plano, afinal? Mudou? O que mudou? Por que? Quem se lembra do Plano de Governo de Kleber para a saúde de Gaspar? Eu relembro e pergunto: o que realmente foi feito nestes seis meses, além da briga de incessante de políticos para comandar esta pasta.
Garantir o atendimento de Saúde Bucal em todas as Unidades de Saúde, revitalizando os programas de prevenção nas escolas;
Garantir o fornecimento de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde para a população, descentralizando a entrega de todos os medicamentos nas unidades de saúde e a domicilio para os acamados;
Fortalecimento da Saúde Mental, com Implantação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial) focando também no público AD (Álcool e Drogas), além de implantação de um Ambulatório de Psicologia, com atendimento clínico individual e de grupo;
Implantação da equipe do NASF II (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), e revitalização do Programa Melhor em Casa, com atendimento médico, de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção;
Investir na capacitação dos profissionais da saúde com foco no atendimento humanizado e conhecimento técnico em todas as áreas de abrangência, proporcionando melhores condições de trabalho;
Implantação da Rede Cegonha, assegurando às mulheres o direito ao planejamento familiar, atenção humanizada a gravidez, ao parto e pós-parto, e às crianças o direito ao nascimento seguro;
Contratar equipes multiprofissionais para implantação e acompanhamento de grupos de atividade física, artesanato, controle alimentar nas Unidades Básicas de Saúde;
Firmar convênios com universidades para residência médica e multiprofissional, com objetivo de ofertar serviços de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, entre outros;
Reativação do serviço de Saúde da Mulher, com atendimento de média complexidade (gravidez de risco, colocação de DIU) e atuação na prevenção do câncer do colo de útero, mama, através de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer e outras entidades;
Fortalecimento do Conselho Municipal e dos Conselhos Locais de Saúde com um trabalho contínuo, juntamente com a Gestão de Saúde;
E para o Hospital? Humanização do atendimento, com a implantação da classificação de risco (uso de pulseiras), capacitando os profissionais e extinguindo a cobrança do estacionamento;
Buscar a sustentabilidade do hospital, vocacionando-o como Hospital de Retaguarda, e implantando leitos de UTI, junto ao Ministério da Saúde;
Ampliar o número de especialidades médicas do corpo clínico do Hospital, garantindo mais serviços e produção, evitando assim o deslocamento e transferências de pacientes para outras unidades hospitalares;
Aprimorar o serviço de imagem do hospital (ultrassom/mamografia/tomografia), bem como os serviços de análises clínicas, através de parceria com laboratórios da cidade e assim diminuir as filas de espera.
Ilhota em chamas I. O ex-prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, esperava ser solto na segunda-feira. Preso na operação “Terra Prometida”, desenvolvida pelo Gaeco, teve a prisão prorrogada em mais cinco dias pela Justiça.
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