Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

29/05/2017



ILHOTA EM CHAMAS I
Um leitor, espirituoso, escreve-me que faltará água para apagar as chamas de e em Ilhota. Refere-se ele, naturalmente, ao meu bordão (mais um que pegou, como Acorda, Gaspar, Wake up, Brazil! Samae Inundado, Loteamento das Casinhas de Plástico, Ponte do Vale...) e à real falta de água tratada e distribuída na diminuta rede que há no município Ilhota. Tudo isso, fruto da inércia de anos, da falta de visão, da falta de planejamento e resultados por longos anos dos políticos acostumados a tratarem os moradores como sendo todos analfabetos, ignorantes e desinformados. Soma-se ao despreparo gerencial e estratégico, dos que administraram e administram à cidade. Eles foram ajudados (e muito) por políticos. Diziam-se ou fingiam serem capazes ou de oposição. Não fiscalizaram esta inércia, prioridade do poder de plantão. O resultado não poderia ser outro. Triste. E ficam putos (a palavra é esta mesmo, pois é a que entendem e praticam), quando se esclarece.

ILHOTA EM CHAMAS II
A história é simples. Os políticos e administradores públicos se desentenderam por ganância e para gerar empreguismo aos seus. O serviço prestado pela Casan – a companhia estadual de saneamento que foi “leiloada” para ser fonte de Caixa Dois nas campanhas eleitorais -, não evoluiu em Ilhota (e por várias circunstâncias conhecidas próprias dos vícios das estatais). E aí, o ex-prefeito Ademar Felisky, teve uma ideia: tomar a Casan para Ilhota. E a decisão judicial veio na administração do ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, tão rejeitado que nem foi à reeleição, como político gestor, apelou para o ufanismo, de discurso fácil, manjado, demagógico, mas acima de tudo, irresponsável com a própria comunidade. Podia rejeitar, mas não. Felisky e Bosi não construíram nada, não investiram nada. Deixaram tudo ao Deus dará. Quanto pior, melhor para se apropriar e virar herói. Ao tomar patrimônio da Casan, via a Justiça, alegou-se ser este ato do interesse público, de que com ela municipalizada seria melhor gerenciaria melhor, para os seus; pensou-se para servi-la à sua estrutura partidária. Uma festa. Aplausos. Posse. Poder. Empregos aos seus. Aventura. Não poderia dar certo. Não deu. O gestor público, todavia, esqueceu-se antes do essencial: o conhecimento, a habilidade, o suporte financeiro, às competências essenciais para assunto relevante, ou seja, não deixar a cidade, os cidadãos pagadores de água que não recebem, sem o produto.

ILHOTA EM CHAMAS III
Os políticos “tomaram”, por via judicial o que não funcionava a contento, mas minimamente, ao menos, funcionava e atendia. Comemoraram. Vergonhoso. Os políticos de Ilhota colocaram um terceiro com conhecimento técnico para tocar o que tomaram da Casan, mas com alto custo para o município, e para tocar pior ao que já era oferecido. Creiam: tudo amparado nas leis que dão brechas quando invocadas na Justiça, na Casa das Leis, ou seja, tudo com o selo das tais emergências que os próprios políticos criam para arrumarem desculpas fundamentadas ao povo e no âmbito jurisdicional. Procedimentos feitos sob medida para administrar provisoriamente um serviço que não dá conta do recado e que mesmo diante da chuvarada do final de semana, beirou ao colapso: faltou água nas torneiras.

ILHOTA EM CHAMAS IV
E vai piorar, com as centenas de loteamentos que estão sendo aprovados ou em aprovação. eles vão demandar mais captação, mais armazenamento, mais rede e mais água tratada. Colocaram a culpa num tal de buster. Não era. O povo não sabe o que é buster, sabe o que é bosta. Culparam até a imprensa de credibilidade – e esta coluna -, que chamam de merda, por dar a notícia que lhes fede e ser porta voz dos que estão sem água. Praguejaram às redes sociais, a verdadeira “imprensa” informal, a voz do povo indignado que não se esconde e dá a cara para mostrar a indignação, as quais não podem calar, ameaçar ou comprar – com dinheiro público -como se fazia num passado bem recente com a imprensa, hoje desmoralizada nesse processo do mundo digital. Aliás, Ilhota, nem bola dava para a imprensa, seus atos eram pregados, quando pregados, na porta do prefeito Ademar Felisky, PMDB. Isso em casos muito recentes. Também Ilhota quando não queria que seu povo soubesse dos seus atos, mandava publicar em Joinville, para que aqui ninguém soubesse, mas a lei fosse, espertamente, “cumprida”. Felisky é padrinho da atual administração, é padrinho da ideia de ter a Casan municipalizada, é defensor de que a imprensa é algo muito ruim quando não o promove as suas ideias e seus comandados.

ILHOTA EM CHAMAS V
Ilhota está com sério déficit água tratada. E não é por culpa da Casan, como sempre se disse. É por culpa de quem disse por último, que finalmente iria dar a solução: o prefeito Érico de Oliveira, PMDB. A foto que abre este artigo, mostra como a aventura, além do desgaste, da terceirização cara, do poleiro de mais empregos para os que deram votos ou então foram cabos eleitorais dos eleitos para ser poder, custou caro no desgaste e no uso do dinheiro público. Pressionado, Érico, como aconteceu em outros assuntos onde tentou resolver ao seu modo, ou enrolando, desdenhando na rede social própria ou de seus parentes e apadrinhados, teve que contratar, a peso de ouro, mas em regime de emergência (sempre assim), caminhões pipas, com água comprada em outros municípios para atender os ilhotenses. Esta situação vai se resolver de uma hora para a outra? Não! Demanda investimentos (a prefeitura não possui dinheiro), demanda projetos (que levam tempo para serem feitos, aprovados e implantados), demanda planejamento para se estabelecer as áreas prioritárias que deverão ser abastecidas. Sinceramente? O prefeito Érico tem duas bombas. Uma tem que desativar (a da aventura). A outra que ativar (para dar água aos ilhotenses).

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! I
Escrevi isto na coluna de sexta-feira, em pequenas notas no “Trapiche”. Este assunto é complexo, mas o pedido de compensação da Viação do Vale, da família de políticos Berger, de R$8.615.079,29, para os gasparenses pagarem para ela, é um escárnio. Primeiro A Viação do Vale venceu uma concorrência e não cumpriu o edital. Está em dívida. Foi protegida pelo PT de Pedro Celso Zuchi. Sobreviveu discutindo o caso na Justiça até poucos meses de encerrar o contrato. Expertos. Ou seja, explorou até o osso. Segundo, esse mesmo PT, enrolou, não cortou o mal pela raiz o erro. Agora, depois que saiu do poder, deixou mais uma alta conta para os pagadores de pesados impostos de Gaspar se virarem.

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! II
Mas, o PT é o único culpado no que armou. O PMDB de Kleber Edson Wan Dall, e o PP, de Luiz Carlos Spengler Filho, a Câmara e a sociedade como um todo, desculpe-me a franqueza, são tão culpados quanto. Kleber e o PMDB, em lua de mel diante dos contratos que firmaram, “usam” agora a imprensa para se colocarem de vítimas de tudo isso. Afinal, quem orienta essa gente? Choram lágrimas de crocodilos. A cidade inteira sabia desse problema. Só eu, aqui, e pasmem, na época sob aplauso do PMDB, publiquei inúmeras informações e comentários sobre este assunto. Tudo está na Justiça. Havia uma Ação popular e o Ministério Público agiu. Mas a comunidade, os vereadores, os políticos, a oposição que poderia ser poder e o poder plantão, ignoravam. Uns se divertiam com a leitura da coluna pela incomodação que ela poderia causar nos outros. Alguns, por estarem afetados, praguejavam. Mas, a maioria não estava nem aí. Eis, então o resultado! Há muitas outras armadilhas que o PT fez para encher o município com problemas, dívidas e até ser ingovernável. E tudo sob a complacência da comunidade e dos que estão no poder choramigando. Voltarei ao tema outras vezes, com mais detalhes. Não há inocentes nesta história como querem, fazer crer Kleber, Luiz Carlos e o que manda neles, Carlos Roberto Pereira. Acorda, Gaspar!

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! III
Voltei. E voltarei. Este assunto (e outros de mesma origem) não está esgotado. E não se esgotará tão cedo. Kleber ganhou as eleições municipais e a primeira coisa que fez foi plantar flores pela cidade. Mas, Gaspar está cheia de espinhos e o próprio Kleber, ex-vereador experimentado (foi até presidente da Câmara), e candidato a prefeito por cinco anos, fazendo programas de rádio anunciando milagres para tocar mentes e corações, usando e comentando as notícias deste espaço, mas que agora repudia. Esqueceu, que seu parceiro de poder, o PP, fez dupla com o PT. Ambos, PT e PP encheram a cidade de espinhos para os gasparenses se espetarem. Exagero meu? Então veja o que a promotora pública e que cuida da moralidade pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon, mandou para a Justiça da Comarca justificando a necessidade de fazer em 60 dias a licitação para se ter uma nova empresa de ônibus coletivo. É claro que Kleber leu. É claro que o jurídico leu. É claro que o vice Luiz Carlos, leu. E bem antes de eu pôr os olhos no que ela escreveu. Kleber diz que o município não possui dinheiro pra o mínimo, mas se tivesse agido como político de oposição consciente de quem queria administrar Gaspar, se tivesse lido esta coluna, se tivesse olhado os processos contra o município e sido ativo, se tivesse agido como agiu um simples munícipe, como José Luiz Kirsch, teria, ao menos espinhos para se livrar agora. Kleber teria menos chororô, não arrumaria tantas desculpas, culpas e culpados, bem como até condições e autoridade para plantar flores.

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! IV
Leia isso e conclua você mesmo, que está ouvindo o mimi de Kleber e seus assessores nas rádios locais, no facebook, tevês e até mesmo nos jornais. “Em 2005, foi proposta por José Luiz Kirsch [cidadão gasparense], por intermédio de procurador constituído, ação popular em desfavor de Pedro Celso Zuchi, ex-Prefeito do Município de Gaspar, Maurício Antônio Junches, ex-Secretário de Administração e Finanças, Aldo Avosani, ex-Secretário de Assuntos Estratégicos, Osmir Raizer Júnior e Gilberto Goedert, ex-diretores do DITRAN, da empresa Auto Viação do Vale Ltda e do Município de Gaspar, visando a anular ato qualificado como ilegal e lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa”. Entenderam? Repito, ilegal, lesivo... A Viação do Vale ganhou a licitação, não cumpriu o que estava no edital, ganhou dinheiro por anos, e agora, criou direitos e quer que os gasparenses lhes pague no mínimo R$8,6 milhões por supostos prejuízos? Então: quem falhou? Que são os trouxas dessa história? Os pagadores de pesados impostos. Quem são os culpados que se disfarçam de santos e até usam a imprensa para a canonização? Os pobres, estudantes, trabalhadores e que precisam ou usam o sistema de transporte coletivo? Acorda, Gaspar!

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! V
Há sentença e ela invalida este certame público, cheio de erros que o PT e o Pedro Celso Zuchi patrocinaram, mas que os políticos que foram eleitos e estão agora na prefeitura de Gaspar são coniventes pelo silêncio e pela omissão política, administrativa e até na solidariedade processual quando se diziam ser de oposição, fiscais do povo, do dinheiro público. Preferiram não se incomodar em favor da cidade e dos cidadãos. Ora, se há vícios, se há erros, se há nulidade do que foi feito exatamente porque os termos da concorrência não foram cumpridos, por que os gasparenses terão que indenizar a Viação do Vale? Chimelly, força, pois esta é a linguagem entendida por aqui. Ela quer que a prefeitura em 60 dias, faça uma nova licitação. Kleber continua choramingando. E todos na prefeitura quietos, pisando em espinhos. Preferem tirar dinheiro da Câmara, do FIA e de outras áreas para cobrir rombos que dizem terem diagnosticados, mas não explicam direito em números, em canais de transparência. Por que, será?

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! VI
O que está escrito no documento que a doutora Chimelly, enviou à Justiça e que mostra o que se decidiu na sentença de primeiro de dezembro do ano passado e nada até agora foi cumprido? Esclarecimento que os políticos tentam esconder sob os mais diversos disfarces. O documento apenas pincela e relembra o muitos já esqueceram. A maioria, todavia, finge. Ele mostra que os políticos no poder em Gaspar hoje, foram omissos em defesa do cidadão, da cidade, dos pesados impostos, dos mais pobres, dos que precisam do transporte coletivo. O documento da promotora mostra que os políticos e gestores públicos estão chorando com lágrimas de crocodilo, para impressionar analfabetos, ignorantes, desinformados e pior: “convencer” a imprensa local que não faz perguntas, que não possui arquivos, não consulta documentos. Kleber conhecia tudo (ou ao menos leu isso aqui e há muito). O prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, advogado, o que manda na Fazenda (da grana), da Gestão (responsável pelas soluções) e da procuradoria (que lida com os processos para proteger o município) conhecia o assunto há muito. Luiz Carlos Spengler Filho, o vice, era (ou é, licenciado) guarda de trânsito, ou seja, funcionário da Ditran, além de vereador. Ele sempre conheceu bem o assunto. Acorda, Gaspar!

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! VII
“No feito, o autor [José Luiz] registrou diversas irregularidades em relação ao certame deflagrado com objetivo de contratar empresa de transporte público coletivo, dentre elas: a modalidade de licitação adotada (maior oferta); alterações editalícias e ausência de republicação do documento; inobservância de exigência prevista no edital - constituição de empresa pelo consórcio vencedor da licitação antes da formalização do contrato (Item 3.6.1 do edital); assinatura de contratos distintos; depósito tardio do valor contratado; inobservância do prazo para iniciar as atividades; aceitação de objeto diverso do licitado; do valor amealhado na licitação e seu uso; equilíbrio econômico-financeiro do contrato; tarifas; renúncia fiscal; ausência de publicação dos balanços patrimoniais pela concessionária”. Ufa! E quem está devendo para a Viação do Vale é a população de Gaspar via os pesados impostos que estão faltando à saúde, educação, obras, assistência? Meu Deus!

FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! VIII
Chimelly escreve: “Concluída a instrução, o pedido veiculado na inicial foi julgado procedente (fls. 1480/1518) "para declarar NULO o procedimento licitatório e o consequente contrato de concessão de serviços SAF 136A/2002 firmado entre o Município de Gaspar e a empresa Auto Viação do Vale, nos moldes do art. 49 § 2.º da Lei n. 8.666/93, eis que realizados em inobservância a formalidades legais e em ofensa aos princípios constitucionais e administrativos da legalidade, moralidade administrativa, vinculação ao procedimento licitatório e igualdade. [...]. Nessa esteira, destaco que os serviços prestados pela concessionária ré, nestes oito anos, foram devidamente remunerados pelos usuários do transporte coletivo urbano de Gaspar, motivo pelo qual não há que se falar em indenização, mormente porque a concessionária concorreu em diversas das irregularidades constatadas”. Isso aí. Não inventei nada. Reproduzi apenas. É óbvio. São fatos concretos. O Ministério Público que cuida da Moralidade Pública não inventaria. Então, aí pergunto? Por que o prefeito Kleber, seu vice, seus assessores, seus vereadores, não conseguem pensar dessa forma e estão aí reclamando da empresa que quer cobrar R$8,6 milhões de todos os gasparenses. Incapacidade, certamente, não é. Se estavam alienados, vão continuar na mesma situação? Não haverá arrecadação e pesados impostos que suportem à omissão.



FALANDO DE FLORES. O PMDB E PP SÃO CULPADOS, SIM! IX
A doutora Chimelly prossegue na sustentação do pedido ao Judiciário, baseada na sentença já exarada que quer vê-la cumprir: “deixo de determinar a devolução do valor pago na licitação pela empresa concessionária, eis que aplicado em prol da sociedade gasparense - na construção do terminal rodoviário urbano e pontos de ônibus – única e maior prejudicada pelo conluio firmado entre a Administração Pública e a empresa Concessionária. Determino que o Município de Gaspar proceda a realização de novo certame para concessão do serviço público de transporte coletivo urbano, no prazo de quatro meses. Durante este período, considerando o princípio da continuidade dos serviços públicos, a empresa Auto Viação do Vale deverá continuar a realizar o serviço de transporte coletivo urbano no Município, todavia, a título precário, sendo remunerada pelo pagamento das tarifas dos usuários. Encaminhe-se cópia da presente decisão à Procuradoria de Justiça deste Estado para apuração dos crimes de improbidade administrativa, entre outros. Encaminhe-se, cópia, ainda, ao Tribunal de Contas deste Estado”. Ou seja, a Justiça já reconheceu que estava tudo errado. Já determinou punição aos que causaram prejuízo por omissão e ação, mas Gaspar está seriamente ameaçado em indenizar a Viação do Vale em R$8,6 milhões em algo que ela usufruiu irregularmente por quase 15 anos? Acorda, Gaspar!



WAKE UP, BRAZIL! I
O deputado Federal Jair Bolsonaro, PSC, esteve em Santa Catarina. Diz ele que é candidato da direita a presidente da República. A imprensa deu pouca importância. E Jair veio acompanhado, vejam só, por Rogério Peninha Mendonça, PMDB, o camaleão, tentando salvar a sua segunda pele. A companhia diz tudo. Mas, por onde Bolsonaro passou, sem divulgação, até porque as redações odeiam ele só pelo fato se declarar de direita, Jair atraiu muita gente. E principalmente jovens, a parte que não sofreu a lavagem cerebral das escolas, nos institutos de educação onde os seus são capazes de até gazetear a aula, comer m mortadela, perder os dedos para defender os pelegos da CUT que foram a Brasília destruir os bens públicos, em defesa de se ter um dia de salário anual dos pobres trabalhadores que ainda conseguiram ficar empregados, das universidades.... Enfim... As pessoas me perguntam o que eu acho dele. Sinceramente? Por enquanto, nada.

WAKE UP, BRAZIL! II
Prefiro dizer que muita coisa ainda vai rolar e é cedo para apostar. O Brasil está rolando morro abaixo. Nem saiu do poço em que se meteu. Bolsonaro não possui partido (diz que vai mudar, já mudou, estava no PP). Bolsonaro não possui discurso estruturado de estadista. Ele é um enfrentador dos destruidores de tudo, inclusive do país, da família, da religião, do lazer, do patrimônio dos outros, do direito de pensar diferente. Mas, isso é pouco. Muito pouco. Falta o principal: a proposta econômica. Já caímos em ciladas como a de José Sarney, PMDB, Fernando Collor de Mello e mais recentemente no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e os seis anos desastrosos de Dilma Vana Rousseff, ambos do PT. Fomos ao buraco. Tudo sempre com o aval do gigolô do poder dos últimos 40 anos, o PMDB (perceberam?). Bolsonaro por enquanto, enfrenta e dá a cara para bater, mas é pouco. O que sustenta um país, cria valor agregado e dá estabilidade social é a economia. Entre os meus leitores gasparenses, há muitos simpatizantes de Bolsonaro como Roberto Sombrio, Sidnei Luiz Reinert, Iara Nancy Malti (cujo pai foi expedicionário) e até o que me ajuda a fazer a parte gráfica desta coluna, o João Guilherme, para citar alguns.

WAKE UP, BRAZIL! III
E foi João Guilherme que me ofereceu um artigo Marcos Piangers, publicado no dia 13 de abril, na coluna do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre RS. Foi para me testar. Não mudei sobre o que penso, mas o artigo e a iniciativa de João Guilherme revelam, o quanto os partidos tradicionais fizeram mal ao país e às pessoas. Os eleitores e o fenômeno Bolsonaro, mostram, perigosamente, que estão à procura de um salvador da pátria. E não existe um salvador da pátria. Pobre de uma nação que dependa de um. Bolsonaro ou vai entrar no grande esquemão, como entraram os outros, para ser eleito, ou vai ficar pelo caminho. E para não ir longe, vale a pena revisitar o artigo para refletir, ao menos.

“Estou tentando me acostumar com a possibilidade de Jair Bolsonaro ser presidente do Brasil. Acredito que, a não ser que alguma coisa muito diferente ocorra nos próximos 18 meses, Bolsonaro é o candidato mais forte para o pleito nacional em 2018. Fortalecem a eleição do Messias esse clima de insegurança descontrolado que atinge quase todo o território nacional, o fato de o candidato trabalhar mídias sociais como nenhum outro, a simpatia que vem adquirindo entre jovens de classe alta, o discurso politicamente incorreto que acalenta boa parte da população que quer poder dizer o que pensa e, por último, a ausência na disputa de nomes que não tenham ligação com casos de corrupção”.

“Estou me acostumando com a ideia, pois é o que vai ocorrer se todos os setores que discordam do discurso de Bolsonaro não apresentarem alguma proposta palpável de mudança. A postura atual de todos os "anti-Bolsonaro" é tratar o sujeito com desdém, diminuir intelectualmente seu eleitorado, acreditar que o candidato não teria condições de disputar uma eleição presidencial. Tenho convicção de que o discurso de Messias nunca foi tão atual, nunca teve tantos simpatizantes. Não será a desgastada esquerda que vai evitar o sonho de Jair Bolsonaro, mas a própria direita, que ou apresenta um outro candidato viável (alguém disse Doria?), ou pode se acostumar com a imagem do #bolsomito fazendo armas imaginárias com os dedos enquanto recebe a faixa presidencial, em alguns meses”.

“Ainda que a maioria dos meus conhecidos tenha (ainda) vergonha de se declarar pró-Bolsonaro, o Messias representa boa parte do discurso dos brasileiros: o terror da bandidagem, em um momento no qual a violência social assusta todas as classes, contra políticas liberais de controle de natalidade, a favor da posse de armas e do direito de autodefesa, contra os discursos das minorias, negros, gays índios e grupos feministas. Sobre este último ponto, quem votará em Bolsonaro não será necessariamente homofóbico ou racista: vão ser os que não aguentam mais um discurso correto. Pessoas que acreditam que discutir o racismo gera mais ódio do que deixá-lo escondido, pessoas que desprezam os interesses feministas por considerá-los injustos e, por último, um pensamento muitíssimo popular, pessoas que acreditam que direitos humanos são uma forma de proteção de bandidos. E ainda haverá o voto "zueiro": aqueles que votarão em Bolsonaro apenas para ver o circo pegar fogo. Lembre-se do Tiririca”.

“Estou me acostumando com a ideia de Jair Bolsonaro presidente porque vejo um paralelo com a eleição americana. Se a mídia se dedicar a sublinhar suas contradições e atacar Bolsonaro, fortalecerá o discurso do rejeitado pela grande imprensa, deixando o candidato ainda mais forte. Se, por outro lado, a mídia aproveitar suas ótimas entrevistas e interesse público no que ele fala para aumentar ibope e vendas, dará ao sujeito mais destaque e tempo de exposição. Só há uma chance de frear Bolsonaro: um candidato muito melhor do que ele, ou muito pior, que atrairia mais atenção da mídia e interesse da população. Com a violência galopante, o discurso de "bandido bom é bandido morto" é redentor e, quanto mais os Estados estiverem quebrados e impossibilitados de fortalecer a segurança pública, mais o discurso de um salvador da pátria ganhará adeptos”.

“Se você pertence a um setor progressista da sociedade e acha que é inaceitável o que estou dizendo, perceba: os setores progressistas estão todos desmembrados, cada um com sua agenda, e seguidamente com candidatos diversos. Entre a esquerda, existem discordâncias determinantes de discurso, enquanto a direita irá abraçar o candidato com mais chance. Um candidato aliado a evangélicos, militares, liberais, antiesquerdas. Um candidato que representa a resposta à mídia manipuladora, aos sindicatos "que só descontam nossos salários e não fazem nada", aos direitos humanos que protegem bandidos, aos corruptos do Congresso, o salvador da pátria que irá colocar ordem nessa zona que virou o país”.

“Todos nós deveríamos nos acostumar com a ideia de Jair Bolsonaro presidente do Brasil. Nada parece evitar esta realidade. Se a segurança pública não for resolvida em 18 meses (não será), é este o nome que teremos para resolvê-la. Se Bolsonaro for pego em um escândalo, será perseguição da mídia. Se falar absurdos nos debates, será corajoso e nobre, falando aquilo de que todos têm vergonha. Nem Aécio, nem Alckmin, nem Serra, nem os encrencados de esquerda, nem os sensatos de centro parecem ter o mesmo fôlego. Comece a se acostumar com a ideia: pro bem ou pro mal, quer você goste da ideia ou a considere um absurdo. Jair Bolsonaro, presidente do Brasil”.

TRAPICHE


Hoje é dia de sessão da única sessão semana da Câmara de Gaspar e em horário que a maioria dos trabalhadores normais não podem acessá-la. É também, dia da preguiça.

Ordem do Dia da Câmara de Gaspar: não há. Requerimentos: nenhum. Indicações: apenas oito, para 13 vereadores. Quando chegaram, numa única sessão protocolaram mais de 80. As indicações de hoje foram produzidas por apenas cinco vereadores, sendo um deles, suplente e que precisa mostrar serviço para não passar em branco no Legislativo.

E tudo acontece depois que alguns vereadores de Gaspar foram a Florianópolis participar de um daqueles seminários caça-níqueis montados para aprenderem o verdadeiro papel de um vereador na Câmara. Será que foi essa a lição que aprenderam?

“O Brasil de hoje é governado como uma usina de reprocessar lixo. Entra lixo de um lado, sai lixo do outro. O que mais poderia sair? Entre a porta de entrada, que é aberta nas eleições, e a porta de saída, quando se muda de governo, o produto fica com outra aparência, altera o nome, recebe nova embalagem - mas continua sendo lixo. Reprocessou-se o governo do ex-presidente Lula; deu no governo Dilma Rousseff; reprocessou-se o governo Dilma; deu no governo Michel Temer. Não houve, de 2003 para cá, troca no material processado pela usina”, por J.R. Guzzo, na revista Veja.

Concordo e discordo. A usina de lixo a que refere Guzzo, se olharmos bem, aconteceu em Santa Catarina com Luiz Henrique da Silveira, PMDB, e Raimundo Colombo, PSD. Vou arriscar mais: Ilhota e Gaspar nem o lixo estão reprocessando. Tudo está a céu aberto, fedendo e urubus espreitando. Acorda, Gaspar!

A tríplice aliança idealizada por Luiz Henrique da Silveira, unindo o seu PMDB, com o PSD e PSDB, precisa ser desfeita urgentemente no embate de 2018, se Santa Catarina quiser ser passada a limpo, e ter um salto de qualidade e sustentabilidade.

A tríplice aliança combina com o jeito de governar do PT, da esquerda do atraso e de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela uniu a cobra, o sapo e o lagarto numa mesma balaia para destruir o estado, enriquecer poucos, empregar muitos, desmoralizando as instituições, incluindo a pluralidade da imprensa, a qual virou balcão de negócios da gaúcha RBS, que se mandou daqui, depois de chupar o bagaço e retirar a identidade e destruir a memória catarinense.

Ilhota em chamas VI – A prefeitura nem sabe o nome dos que nomeia: trocou Raul Fernando dos Santos, como sendo Raul Fernandes.

Ilhota em chamas VII – Só para cumprir tabela. O vice-prefeito, Joel José Soares, que responde pela secretaria de Planejamento, convocou para o dia quatro de junho uma reunião extraordinária do Conselho da Cidade, nas dependências da secretaria de Assistência Social. Nelas, o ruim é arrumar quórum para dar legitimidade.

Ilhota em chamas VIII - O que vai ser discutido? Loteamentos. Tudo para que o Ministério Público pare de azucrinar e venha pegar alguém de calças curtas como já testemunhou e documentou.

Ilhota em chamas IX – Nela está a ratificação de alteração do macrozoneamento urbano conforme apresentação pautada em Audiência Pública, no dia 04/05/2017; b) Apresentação de proposta de alteração de macrozoneamento a partir do perímetro limítrofe Itajaí/Ilhota até o início da zona urbana do município; c) Apresentação da Ata de Audiência Pública constante do EIV do Loteamento Seu Leopoldo, apresentação do termo de compromisso de compensação ambiental com empreendedor; d) Apresentação da Ata de Audiência Pública constante do EIV do Loteamento Harmonia, elaboração do termo de compromisso de compensação ambiental com empreendedor; e) Manifestação de defesa em caso de construção em Área de Preservação Permanente; f) Apresentação de projeto de Loteamento no Bairro Ilhotinha e consequente agendamento de Audiência Pública do EIV; g) Definir data para Audiência Pública de EIV/RIV dos Loteamentos Sant’Ana, Jardim Europeu e Porto. Seguro; h) Apresentação de proposta para alteração de macrozoneamento no Bairro Pedra de Amolar. Entenderam?

Ilhota em chamas X – Foi marcado para o dia nove de junho, a licitação para registro de preço para eventual aquisição de material destinado a manutenção do sistema de iluminação pública municipal.

A Rua Itajaí, em Gaspar, tem agora velocidade máxima limitada em 60km/h. Foi a primeira resolução deste ano da Ditran.

Um agente de Trânsito da Ditran de Gaspar acaba de ser demitido, depois de sofrer uma sindicância e processo administrativo.

Perguntar não ofende: quantas novas vagas em creches foram criadas pela administração Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, de Gaspar. O déficit da propaganda eleitoral era de algo em torno de 700. Então...

 

Edição 1803

Comentários

Maria Gorete Valle
01/06/2017 12:17
Sr. Martins

O presidente da SAMAE, aquele que veio implantar a experiência da iniciativa PRIVADA e que não conseguiu construir a sede da Câmara Municipal, logo apos sua mensagem foi a uma "radia" alugada e se enrolou todo na sua fala e não explicou ou justificou nada a respeito de sua incompetência frente à Autarquia.
Lembrando que ele é amigo e muito próximo do ex Deputado Pizolatti.
Herculano
01/06/2017 11:59
É MAIS FÁCIL UM CAMELO PASSAR PELO FUNDO DA AGULHA DO QUE JOESLEY SE DAR MAL VENDENDO E COMPRANDO GENTE, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

No post desta madrugada em que afirmo que o brasileiro pobre é a carne mais barata que Joesley e Wesley já venderam, escrevi: "É bem provável que as ações [da JBS] subam na Bolsa."

Ora...

Leio na Folha que as ditas-cujas tiveram "forte valorização de 9%, após a controladora da empresa ter acertado acordo de leniência com o Ministério Público Federal do Distrito Federal. A alta destoou do pessimismo que contagiou o índice Ibovespa, das ações mais negociadas, que recuou 1,96%, para 62.711 pontos. No mês, a Bolsa caiu 4,1%, enquanto no ano o Ibovespa sobe 4,1%. Em 12 meses, a Bolsa se valoriza 28,1%."

É isso aí. É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um Joesley perder dinheiro cometendo crimes em penca.

Afinal, os que costumam fazer falcatruas por aí o fazem, segundo Padre Vieira, "debaixo de seu risco". O tal Joesley pegou um gravador, meteu no bolso, cometeu uma flagrante ilegalidade contra o presidente da República, mas logo descobriu um patrono poderoso: Rodrigo Janot.

Daqui a pouco, o tal acordo, que o Ministério Público quer transformar na grande conquista da sua cruzada, não será nada além de um desses gastos exóticos que alguns muitos ricos fazem de vez em quando, apenas para o seu prazer - e têm esse direito.

No caso da JBS, no entanto, tem-se bem mais do que isso.

A tramoia pode levar o país ao caos.

E os açougueiros de instituições não estão nem aí.

Ao longo dos anos, compraram e venderam pessoas em número suficiente para, se possível, abrir mão até do mercado brasileiro.
Herculano
01/06/2017 11:48
TEMER COMEMORA NO TWITTER: "ACABOU A RECESSÃO"

Além do presidente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também comemorou o resultado do PIB, que cresceu 1,0% no primeiro trimestre

O conteúdo é do jornal O Estado de S. Paulo. O texto é de Eduardo Rodrigues e Tânia Monteiro, da sucursal de Brasília. O presidente Michel Temer comemorou em sua conta do Twitter o que está considerando "o fim da recessão", depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 01, mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,0% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2016, interrompendo um ciclo de oito quedas trimestrais consecutivas.

"Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda".

O Palácio do Planalto aposta na recuperação da economia para vencer a batalha política diária que enfrenta, depois da divulgação da delação premiada do empresário da JBS, Joesley Batista, há duas semanas, que atinge diretamente o presidente. A maior preocupação de Temer, no curto prazo, é com a votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que começa dia 6 junho, terça-feira da semana que vem, e que poderá selar seu destino à frente da Presidência da República, já que julgará o pedido de cassação da chapa que formou com Dilma Rousseff em 2014 pela reeleição.

Na última terça-feira, 30, Temer discursou para uma plateia de empresários em São Paulo, na abertura do Fórum de Investimentos Brasil 2017, evento que reuniu investidores de mais de 42 países e de 22 setores da economia. Na ocasião, Temer procurou mostrar otimismo, já avisando que o País saiu da recessão, apesar de ainda ter pela frente "muitos desafios". No mesmo encontro, o presidente se mostrou confiante em permanecer no governo até o fim de 2018.

?ENTENDA: O que é o PIB e como ele é calculado?

Quem também comemorou o resultado foi o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, em nota, classificou o dia como "histórico". "Depois de dois anos, o Brasil saiu da pior recessão do século", afirmou.

"Neste período, milhões de brasileiros perderam seus empregos, milhares de empresas quebraram e o Estado caminhou para a insolvência. O Brasil perdeu a confiança dos investidores e a confiança em si mesmo", lembrou Meirelles.

Segundo ele, o forte crescimento da economia neste início de ano é uma comprovação de que este processo já mudou. "Ainda há um caminho a ser percorrido para alcançarmos a plena recuperação econômica, mas estamos na direção correta", completou o ministro
Herculano
01/06/2017 08:31
A MÁFIA PENSA IGUAL A TORQUATO JARDIM

Conteúdo de O Antagonista. Torquato Jardim deu entrevista a Camila Bonfim, no Jornal Nacional.

Ao abordar o caixa 2 de campanhas eleitorais, ele disse que, se o dinheiro é declarado, pouco importa a origem:
"O advogado atende um cliente que paga em cash. O advogado recolhe, passa o recibo, recolhe imposto pertinente. Ele tem que ficar perguntando para o cliente de onde veio o dinheiro?"

A máfia pensa igual a Torquato Jardim a respeito de lavagem de dinheiro

É ISSO A IMPRENSA?

O Estadão não tem Ombudsman, mas a internet pode desempenhar esse papel.

Em sua defesa de Michel Temer, o jornal passou a atacar vergonhosamente a Lava Jato.

Leia um trecho do editorial desta quinta-feira:
O juiz federal Sérgio Moro defendeu as delações premiadas, dizendo que, sem elas, "não teria sido possível descobrir os esquemas de corrupção no Brasil". Segundo o magistrado, "a ideia é usar um criminoso menor para chegar ao maior, para pegar os grandes" (?).

Trata-se de uma visão muito peculiar de justiça. Não se pode negar que as delações premiadas foram importantes para puxar o fio da meada que levou o País a conhecer o petrolão, maior esquema de corrupção da história nacional. O problema é que, atualmente, a julgar pelo que chega ao conhecimento do público, as múltiplas acusações feitas pelo Ministério Público contra figurões do mundo político estão baseadas somente, ou principalmente, nas delações, sem que venham acompanhadas de provas materiais suficientes para uma condenação. Quando muito, há provas testemunhais, nem sempre inteiramente dignas de crédito ou confiança.
Foi exatamente o que aconteceu no episódio envolvendo o presidente Michel Temer (?).

As delações se tornaram instrumentos eminentemente políticos. Na patética articulação em curso para encontrar um "substituto" para Temer caso o presidente caia, a primeira qualificação exigida é que o nome do candidato não tenha sido sussurrado por nenhum delator. Só então será considerada sua capacidade de governar o País. Essa é a prova de que a agenda nacional, em meio a uma das mais graves crises da história, foi definitivamente contaminada pelo pressuposto de que o Brasil só será salvo se a classe política for desbaratada, como se fosse uma quadrilha. Isso não costuma dar boa coisa.
Herculano
01/06/2017 08:23
TEMER SE DESPEDINDO

O que era a fortaleza do governo Michel Temer, PMDB? A Reforma da Previdência e a Trabalhista.

A trabalhista está por um fio no Senado.

A da Previdência, o sinal de fraqueza veio depois de várias concessões para beneficiar as corporações de funcionários públicos, estáveis, que se aposentam mais precocemente e com altos vencimentos, que em alguns casos, podem chegar até a R$100 mil por mês. Isso depois deles todos receberem aumento no ano passado do próprio Temer, quando o Brasil estava em crise profunda.

Com as delações da JBS e que envolveram diretamente o presidente, onde ele não se resguardou como Presidente e se igualou aos governos do PT, a composição de apoio na Câmara, onde a maioria tem culpa em cartório semelhante, principalmente, se desmantelou.

O foco de Temer é o de se defender. Se sair da enrascada em que se meteu, vai ter dificuldades para reaglutinar a base mínima para emendar a Constituição como queria - e é necessária - no caso da Previdência. Deverá dar graças a Deus que chegará ao final do mandato, como um zumbi.
Herculano
01/06/2017 07:55
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ, INÉDITA, E EXCLUSIVA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, E QUE HOJE COMPLETA 27 ANOS DE CIRCULAÇÃO
Herculano
01/06/2017 07:53
SAMAE INUNDADO

Depois do Gaspar Grande, do Gasparinho e Bela Vista, onde foi a vez do Belchior Baixo ficar sem água, nesta semana
Herculano
01/06/2017 07:52
PENSANDO BEM

José Dirceu, PT, condenado a 32 anos na Lava jato, diz que os golpistas rasgaram o pacto constitucional de 1988.

Realmente esse pessoal trabalha bem a cabeça dos analfabetos, ignorantes, desinformados e de memória curta.

O PT de José Dirceu e principalmente de Luiz Inácio Lula da Silva, se negou a assinar a Constituição Cidadã de 1988. Foi preciso muita conversa.

Então que quebra de pacto constitucional tem o PT a reclamar hoje se na época da assinatura, ele se negava a tal?
Herculano
01/06/2017 07:48
FALA SÉRIO! JOSÉ DIRCEU ESTÁ CONDENADO POR CAUSA DA LAVA JATO.SÃO COISAS GRAVES. CONSEGUIU NO STF PRISÃO DOMICILIAR MUITO CONTESTADA. SOLTO, VOLTOU AO "COMANDO" NA DEFESA DE SUAS TESES DE PODER E QUE LEVARAM O BRASIL AO BURACO SOCIAL, ECONôMICO E PRINCIPALMENTE ÉTICO. A FOLHA DE S. PAULO ABRIU ESPAÇO PARA ELE PUBLICAR ESTE ARTIGO E ATIÇAR A TURMA QUE DISCURSA E ROUBA VOTOS DOS ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS PARA SER PODER E NELE ROUBAR, NA CARA DURA, OS PESADOS IMPOSTOS DE TODOS OS BRASILEIROS E QUE DEVERIAM IR PRIORITARIAMENTE PARA OS MAIS FRACOS E O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS.

AS RUAS E AS URNAS, por José Dirceu.

Em visita recente, o produtor Luiz Carlos Barreto lembrou-me de que o filme "Terra em Transe", clássico de Glauber Rocha, completa meio século. Não pude deixar de comentar que, novamente, o Brasil está em transe.

A única solução razoável, antes como agora, é uma catarse, uma revolução política, econômica, social e cultural. Não é possível um acordo com quem rasgou o pacto constitucional de 1988 e atropelou a soberania popular.

Os golpistas e seus avalistas, ao derrubarem um governo legal e legítimo no intuito de revogar direitos e conquistas históricas do povo brasileiro, puxaram a faca e cometeram crime de alta traição à democracia.

Romperam o fio da história e colocaram em risco nossa soberania. Querem nos reduzir, de novo, à linha auxiliar do império.

A coalizão golpista deu origem a um governo abarrotado de históricos corruptos. Nada disso, porém, importa aos falsos santarrões que incensam a Operação Lava Jato, desde que os usurpadores fossem úteis para a aplicação de reformas que destruíssem o legado petista, a herança trabalhista e os êxitos do último processo constituinte.

Olhando e revisitando a história de nosso país, sabemos o que está em jogo: o desmonte do recente e precário Estado de bem-estar social, previsto na Constituição de 1988 e implementado durante as administrações de Lula e Dilma Rousseff.

Assalta-se a renda do trabalho para garantir o pagamento de juros exorbitantes, a ampliação da taxa de lucro das grandes corporações e a retomada dos fundos públicos pelas camadas mais ricas.

Os golpistas não hesitaram em sabotar o governo Dilma. Decretaram verdadeiro apagão nos investimentos e créditos, ampliando a recessão, levando pânico aos cidadãos e paralisando o país.

Tratou-se de um vale-tudo para recuperar o comando do Estado e impor uma agenda rejeitada pelos eleitores desde 2002.

Não se vacilou em pisotear as regras democráticas e forjar um arremedo de regime policial, no qual se opera a serviço de objetivos político-ideológicos.

O Brasil precisa de liberdade para decidir seu futuro, com eleições diretas, um novo governo popular e a convocação de Constituinte soberana. É vital romper a camisa de força do rentismo e da concentração de riqueza, reformar os sistemas financeiro e tributário. Só assim viabilizaremos o desenvolvimento econômico, social e cultural.

Essa tarefa é histórica e pressupõe superar os limites comprovados dos governos petistas -apesar dos avanços reformistas, ainda não transformamos as estruturas de nossa sociedade e do poder político.

Não há espaço para conciliação. É necessário, para o bem-estar social do país, dar fim à armadilha de uma falsa harmonia nacional e um ludibrioso salvacionismo contra a corrupção.

O horizonte das forças populares e de esquerda deve ir além das próximas eleições presidenciais, agora ou no próximo ano. Podemos até vencer, mas sem ilusões: sob quaisquer circunstâncias, nosso norte é o avanço no rumo de uma revolução política e social, democrática.

A meta é lutar, resistir e preparar um governo de amplas reformas. Sob a proteção de um novo pacto constitucional, originário das urnas, se a casa-grande voltar ao leito da democracia. Pela força rebelde das ruas, se nossas elites continuarem de costas para a nação.
Herculano
01/06/2017 07:38
EMPRESA LEVA R$ 1,3 BILHÃO DO BNDES E QUEBRA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Além da J&F/JBS e Odebrecht, também vai virar assunto na CPI do BNDES o caso da empresa Tecsis, criada em 1995 em Sorocaba (SP) para fabricar pás de usinas eólicas. Durante os governos do PT, virou "campeã nacional" e levou do BNDES US$460 milhões (equivalentes a mais de R$1,3 bilhão), que virou seu maior acionista. De 2014 para cá, com o governo em declínio, a Tecsis faliu e demitiu 7 mil funcionários.

DESMANCHE
Há duas semanas, em um único dia, a Tecsis demitiu 1,1 mil pessoas e fechou sua principal unidade, no município de Sorocaba.

OS SóCIOS
Além do BNDES, são acionistas o grupo Estáter e a Unipar-Carbocloro, que teve um dos sócios, Frank Geyer, citado na Lava Jato.

MANDACHUVA PÚBLICO
O BNDES, através do BNDESpar, é o maior acionista da Tecsis, que entrou com pedido de falência na Justiça em março deste ano.

UM EXEMPLO
São dezenas de credores e a Tecsis deve a apenas um deles mais de R$ 3,5 milhões. Tem até confissão de dívida assinada.

PEC DAS DIRETAS É INCONSTITUCIONAL, DIZ ESPECIALISTA
Doutor em Direito Eleitoral e professor de Direito Constitucional, Clever Vasconcelos avisa: não haverá eleição direta, no caso de vacância da presidência. Ele diz que a proposta de emenda que ontem recebeu parecer favorável da CCJ do Senado não resistiria a ação no Supremo Tribunal Federal. O artigo 81 da Constituição é claro ao determinar que as regras para qualquer eleição serão definidas até um anos antes.

AMAZONAS ILEGAL
Clever Vasconcelos também está certo de que é inconstitucional a eleição direta para governador do Amazonas, prevista para agosto.

INCONSTITUCIONAL
O governador José Melo foi cassado pela Justiça Eleitoral, que marcou eleição direta do substituto em agosto. É inconstitucional, diz Clever.

PRINCÍPIO DA SIMETRIA
O especialista considera que a legislação estadual do Amazonas deve se subordinar à regra nacional fixada na Constituição brasileira.

NEGóCIO MADURO
Empresa de transmissão da mineira Cemig, a Taesa assinou acordo com o consórcio da Sadesul, do grupo Venezuelano SDV. São R$900 milhões em contratos do leilão da Aneel. E é só o começo. Parece até que o governador Fernando Pimentel (PT) já não teme choque elétrico.

FÉRIAS SUSPENSAS
O ministro Torquato Jardim (Justiça) foi pego de surpresa, ao receber convite de Michel Temer para o cargo. Ele já estava de malas prontas para um período de férias na Paraíba. Isso ficou para depois.

JOGADAS INVESTIGADAS
Trinta deputados de 15 partidos aprovaram na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara recomendação ao TCU para investigar as jogadas da J&F/JBS no mercado, após a delação.

SARNEY PRESENTE
O ex-presidente José Sarney (PMDB) tem frequentado eventos no Planalto como sinal de solidariedade. Na posse do ministro da Justiça, foi homenageado com referências inclusive pelo presidente Temer.

PEC AMASTHA
Tramita na Câmara proposta de emenda para proibir não brasileiros de serem eleitos senador, governador e vice. É a "PEC Amastha" e tem endereço certo: impedir o colombiano Carlos Amastha (PP), prefeito muito popular de Palmas (TO), de disputar o governo do seu Estado.

'SURUBA' PARA TODOS
O Senado aprovou o fim do foro privilegiado para 37 mil autoridades, materializando a advertência do senador Romero Jucá (PMDB-RR) em fevereiro: "Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba".

MUDANÇA POSITIVA
Pegou bem a afirmação do novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro: "Empresário precisa de normalidade, não de subsídio". Economistas como Luiz Paulo Rosemberg, comentarista da rádio Bandeirantes, acham que o País ganhou com a mudança no BNDES.

JOAQUIM LIDERA
Levantamento do Paraná Pesquisas mostra que Joaquim Barbosa, ministro aposentado do Supremo, é o favorito de 24,4% dos brasileiros, em caso de eleição indireta para presidente, seguido de Cármen Lúcia (13,2%) e FHC (11,9%). Mas 90,6% preferem eleições diretas mesmo.

PENSANDO BEM...
...ao decidir delatar Lula e empresas o ex-ministro Antonio Palocci pode provar, afinal, que ele já não tem problemas de língua presa
Herculano
01/06/2017 07:24
BENEFÍCIOS PARA POUCOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Com frequência, avalia-se o papel do governo na distribuição da renda pelas dimensões do gasto em programas sociais. O impacto do setor público na desigualdade do país é, entretanto, mais amplo.

A tributação, por exemplo, será danosa aos pobres quando incidir de forma mais acentuada sobre o consumo de bens e serviços, em vez de concentrar-se em lucros, salários e ganhos financeiros. É o caso do sistema brasileiro.

Subsídios e desonerações de impostos obtidos por alguns setores, não raro de forma pouco transparente, são outros fatores de transferência de riqueza aos estratos mais abonados da sociedade.

Sem contrapartidas claras e mensuráveis, tais dispêndios se convertem em privilégios injustificáveis. Também nesse quesito, o país deixa muito a desejar.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), no ano passado foram concedidos R$ 107 bilhões em subsídios de diversas modalidades ao setor privado.

Os maiores volumes decorrem de empréstimos do BNDES com juros abaixo das taxas de mercado. A diferença é coberta pelo Tesouro Nacional ?"ou seja, pelo contribuinte. Apenas em 2016, o custo foi de R$ 29 bilhões, alta de R$ 10 bilhões em relação ao ano anterior.

O caso do Fies (programa voltado ao financiamento do ensino superior) também merece atenção. As transferências do Tesouro ao fundo somaram R$ 19 bilhões no ano passado, sendo mais da metade na forma de subvenção.

Bandeira do governo Dilma Rousseff (PT), o Fies chegou a financiar 700 mil estudantes entre 2013 e 2014. Com inadimplência próxima a 50% e rombos crescentes, passou por cortes drásticos nos últimos dois anos.

Segundo análise do TCU, o programa distribuiu bolsas de forma pouco criteriosa, contemplando alunos que poderiam arcar com as mensalidades, e favoreceu em demasia as empresas do setor.

Outros levantamentos do tribunal constataram que os principais programas de estímulo à indústria não trouxeram vantagens relevantes para a coletividade.

A Lei de Informática custou R$ 25 bilhões, entre 2006 e 2014, na forma de descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados. As empresas beneficiadas deveriam ter investido 5% desse montante em pesquisa, mas apenas metade delas honrou o compromisso.

Como se vê, são falhas ou inexistentes as análises de custo-benefício que deveriam nortear qualquer política pública. Sem controle adequado, interesses particulares continuam a desfrutar de acesso relativamente fácil ao Orçamento.

Acabar com tal permissividade é passo essencial para superar nossa intolerável desigualdade.
Herculano
01/06/2017 07:21
PSDB DA CÂMARA PREPARA SUA DESCIDA DO MURO, por Josias de Souza

O processador dos deputados do PSDB está sobrecarregado. Generaliza-se na bancada tucana a aversão ao rótulo de "governista". O aquecimento da placa do tucanato da Câmara poderá ser medido numa reunião programada para a semana que vem, nas pegadas do julgamento sobre a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral. A infantaria tucana descerá do muro. A maioria quer pular do lado oposicionista.

Abstendo-se de antecipar a posição dos seus liderados, o deputado Ricardo Trípoli (SP), líder da bancada do PSDB, confirmou ao blog que reunirá a tropa entre terça e quinta-feira: "Tomaremos uma decisão política." E se o veredicto do TSE for adiado por um pedido de vista? "Nossa decisão não está vinculado necessariamente à continuidade do julgamento na Justiça Eleitoral. Até porque tem também o outro processo", em que o presidente é investigado no STF.

O senador Tasso Jereissati (CE), que assumiu a presidência do PSDB depois que Aécio Neves virou um caso de polícia, vem sendo avisado sobre a marcha dos deputados. Mas apenas parte dos senadores tucanos cogita se associar ao movimento da Câmara. É improvável, de resto, que todos os três ministros da legenda batam em retirada da Esplanada. Ou seja: o último grande empreendimento político de Temer deve ser a atomização do PSDB.
Herculano
01/06/2017 07:18
JURO MAIOR É PRIMEIRA CONSEQUÊNCIA ECONôMICA DE TEMER, Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo.

O BANCO CENTRAL avisou em português claro que os juros vão baixar de modo mais devagar.

Antes de todos os grampos do presidente, esperava-se baixa de 1,25 ponto na Selic, para 10%, nesta quarta-feira (31). O corte foi de um ponto. Na próxima reunião do BC, no distante 26 de julho, será menos que isso, afora milagres.

Até agora, tudo o que sabemos das consequências econômicas de Temer-Joesley apareceu nas taxas de juros, não apenas aquelas "do BC". Ainda não se notou um revertério fatal para a perspectiva de recuperação econômica miudinha, a quase estagnação com a qual contávamos, até abril. Com mais um trimestre disso, vamos para o vinagre, menos que estagnação, "tudo mais constante".

Mas o Brasil tornou-se inconstante em ciclos diários. Além do mais, ainda nada sabemos da reação de bancos, empresas e consumidores ao choque político.

Apenas em abril os bancos haviam começado a baixar de modo perceptível as taxas de juros para o tomador final. Concessões de crédito mais relevantes talvez viessem no segundo semestre.

No atacadão de dinheiro, no mercado interbancário e nos empréstimos para o governo, os juros haviam dado um salto dramático no dia seguinte à notícia da farra do friboi, do grampo de Temer. Mas até que se acalmaram.

Os juros de longo prazo estão meio ponto acima da taxa anterior à crise. Os juros reais de um ano (ex-ante) saíram de 3,9% ano na véspera do dia do grampo para 5,2% na quinta-feira surtada do mercado de 17 de maio. Agora rondam os 4,2%.

Não tem grande problema aí, por ora, mas, sim, na incerteza, na névoa suja que baixou sobre o Brasil e da atitude de quem compra, empresta e investe.

O país anda tão mais escalafobético que até a Federação do Comércio de São Paulo criticou a "ousadia" do BC em cortar os juros em um ponto, coisa tão rara de ver quanto eclipse do Sol em dia de chuva.

No mais, tudo depende dessa gente que raptou de vez a República e nos mantêm como reféns.

O que disse enfim o BC?

"Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião." Ou seja, corte menor da Selic em julho.

Qual o problema? "[O]...aumento de incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia. Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação."

Isto é, não se sabe como os donos do dinheiro vão projetar inflação, deficit, dívida e, pois, quanto vão cobrar pelos seus recursos, dada a incerteza sobre o destino da crise política e seu efeito sobre as "reformas".

As estatísticas econômicas até maio estarão vencidas pelo tempo acelerado e podre da crise.

Apenas em julho haverá números em quantidade e novidade críveis para os novos tempos de barafunda. Os dados até melhorzinhos de supermercados e despiorados no emprego são cifras mortas, no máximo congeladas.

Agora, é tudo política e, no que é possível enxergar na neblina, reação da confiança dos agentes econômicos
Herculano
31/05/2017 18:09
A REPÚBLICA DOS "CAGÕES", por Felipe Moura Brasil, de O Antagonista

"É, Michel que é um cagão".

Foi o que disse Aécio Neves no áudio gravado por Joesley Batista, da JBS.

A gíria "cagão" tem dois significados: covarde ou sortudo.

Aécio se referia à covardia de Michel Temer por não aproveitar a crise gerada pela Operação Carne Fraca para "tirar esse cara" da Polícia Federal.

Tudo indica que "esse cara" seja o chefe da PF, Leandro Daiello. Aécio e Joesley concordam que, "se perder essa chance", "não vai ter outra".

"Nós nunca tivemos uma chance onde a PF ficou por baixo", diz Joesley.

"E vai ter quem vai falar: 'ah, foi por causa da Lava Jato'. 'Não, é por causa da Carne Fraca'", ensaia Aécio, como se ensinasse Temer a fazer-se de sonso diante da reação dos brasileiros à interferência política nas investigações.

Aécio também reclama na gravação do então ministro da Justiça, Osmar Serraglio, por não interferir na distribuição de inquéritos para delegados, dando como exemplos o dele e o de Moreira Franco.

Dez dias após a revelação do áudio, o "cagão" Temer trocou Serraglio por Torquato Jardim, que ficou de "avaliar" a troca de comando, também, na PF.

Eu mostrei e comentei essas manobras no vídeo de terça-feira (30) "Quem deve teme Moro", que pode ser visto no Youtube de O Antagonista.

Nesta quinta (31), dois dias depois de Renan Calheiros deixar de lado as críticas ao governo e elogiar a escolha de Torquato Jardim para a Justiça, o Estadão informou que Aécio "tem telefonado para colegas do PSDB para dizer que sabe muito bem como as campanhas do partido foram feitas" e pressionar "para a sigla não romper com o presidente Michel Temer".

A tática do eu-sei-o-que-vocês-fizeram-nas-campanhas-passadas soa como uma ameaça de eventual delação. Aécio e Renan ficaram tão esperançosos com o novo Jardim de Temer que estão fazendo de tudo para mantê-lo regado.

Um dos problemas para Aécio é Geraldo Alckmin, que articula o desembarque tucano, de olho na campanha presidencial de 2018.

Segundo o mesmo jornal, "o diretório estadual do PSDB de São Paulo marcou para a próxima segunda-feira uma reunião ampliada que deve terminar com um pedido para que o partido deixe os cargos no governo". "O deputado estadual Pedro Tobias e outros dirigentes defendem a expulsão de Aécio Neves".

Um dos "problemas" para Alckmin é o prefeito João Doria Jr. ter o dobro de sua intenção de votos segundo o instituto Paraná Pesquisas: 13,4% contra 6,4%.

Já Lula tem quase o dobro de rejeição do que teria de votos (46,5% contra 25,8%), o que torna sua candidatura frágil em segundo turno. Sem ele, o primeiro lugar disparado fica com o deputado Jair Bolsonaro, que chega aos 17% e sai "vitaminado em todos os cenários" após a delação da JBS.

Se o investigado Temer será sortudo a ponto de arrastar até o fim seu governo reprovado por 84% dos entrevistados, só o TSE e o STF poderão dizer.

Mas, neste sentido, Bolsonaro "que é um cagão". Não tendo roubado, deu a sorte de concorrer com políticos e/ou partidos soterrados na lama.
Herculano
31/05/2017 17:00
DADOS CRIADOS PELO PT E A ESQUERDA DO ATRASO - QUE QUEREM MAIS - ENVERGONHAM OS BRASILEIROS. BRASIL Só GANHA DA VENEZUELA E MONGóLIA EM RANKING DE COMPETITIVIDADE

Conteúdo do jornal O Etado de S. Paulo. Texto de Fernando Scheller. A competitividade da economia brasileira acaba de atingir o "fundo do poço". Ranking anual elaborado pelo instituto IMD, com parceria da Fundação Dom Cabral (FDC) no Brasil, mostrou que o País perdeu mais quatro posições entre 2016 e 2017, chegando ao 61.º lugar e ficando à frente somente de Mongólia e Venezuela na lista de 63 nações.

Entre os países que ficaram mais atrativos para o investidor do que o Brasil no último ano estão Ucrânia e Croácia. Desde o ano passado, o Brasil já havia sido ultrapassado por nações que têm problemas crônicos, como a superendividada Grécia e a vizinha Argentina.

Dois fatores ajudaram a empurrar o Brasil para a pior posição já registrada na pesquisa ?" que é realizada desde 2009 seguindo os padrões atuais, mas existe há mais de duas décadas.

Segundo Ana Burcharth, professora da FDC que ajudou na elaboração do estudo, o primeiro ponto que pesou negativamente foi o desempenho da economia. Em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 3,6%, um dos piores desempenhos do mundo. Além disso, o País também perdeu posições nos quesitos eficiência do governo e legislação para negócios. Em ambos os casos, fica em um nada honroso penúltimo lugar entre todos os avaliados.

"Estamos caindo no buraco, igual em Alice no País das Maravilhas", diz a professora da FDC. Isso ocorre porque o País não consegue melhorar seu ambiente de negócios mesmo em questões relativamente simples, como a desburocratização da abertura de empresas. "O problema não é só que nós estamos ficando no mesmo lugar. A questão é que, enquanto isso, outras nações estão evoluindo."

'Paralisia'. Diante da instabilidade política, vários outros indicadores estruturais passaram a ter resultados ruins, de acordo com a professora. O Brasil, ao longo do último ano, reduziu o investimento em pesquisa em desenvolvimento e teve uma avaliação mais baixa no quesito educação. De uma maneira geral, o estudo mostra uma paralisia do País, segundo Ana Burcharth.

Os dados ruins brasileiro vieram mesmo com a pesquisa não contemplando a recente crise política causada pela delação dos donos da JBS, que colocou o mandato do presidente Michel Temer em risco. As entrevistas com homens de negócio brasileiros foram feitas em fevereiro e março, justamente quando um cenário mais positivo começava a se desenhar, especialmente por causa da expectativa da aprovação das reformas previdenciária e trabalhista.

"As reformas, sem dúvida, são necessárias. Está claro que não temos capacidade de financiar as contas da nossa Previdência no longo prazo", diz a professora. "E o marco regulatório trabalhista é antigo. Não dá para acreditar que o funcionário moderno tenha as mesmas necessidades do que há 50 ou 60 anos atrás."

Outras nações. No topo do ranking, Hong Kong e Suíça continuaram em 1º e 2º lugar, respectivamente. Luxemburgo e Emirados Árabes Unidos entraram no top 10, em 8º e 10º, respectivamente, substituindo Noruega e Canadá. O restante das dez economias mais competitivas do mundo é formado por Cingapura (3º), EUA (4º), Holanda (5º), Irlanda (6º), Dinamarca (7º) e Suécia (9º)
Herculano
31/05/2017 16:52
CHANCE DE VINGAR A ELEIÇÃO DIRETA TENDE A ZERO, por Josias de Souza

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou proposta de emenda constitucional que abre brecha para a realização de eleição direta caso Michel Temer caia. Não é nada, não é nada, não é nada mesmo. Se você não quer fazer papel de bobo, está autorizado a exclamar: "Me engana que eu gosto!"

A emenda é de autoria do senador Reguffe, sem partido. Relatou-a o senador petista Lindbergh Farias. O texto prevê que a eleição deve ser direta quando os cargos de presidente e vice ficarem vagos nos primeiros três anos de mandato. Hoje, isso só acontece quando a vacância ocorre nos dois anos iniciais.

A chance de uma regra assim ser aprovada tende a zero. Hoje, se Temer caísse, o sucessor seria escolhido pelo Congresso em eleição indireta. E a maioria dos congressistas não tem a mais remota intenção de abrir mão da prerrogativa de escolher um substituto pela via indireta, de preferência um dos seus.

Presidente em estado terminal, Temer sobrevive no cargo graças sobretudo à falta de um acordo congressual capaz de produzir um sucessor de consenso. Quem dispõe do poder para puxar a escada de Temer é o PSDB. Mas o tucanato hesita em retirar o apoio do presidente porque, hoje, o favorito ao trono é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM.

O desentendimento entre os pajés do Congresso pode resultar em qualquer coisa, inclusive no prolongamento de um governo em avançado estágio de decomposição. É improvável, porém, que os donos do mercado persa se animem a levar à vitrine a possibilidade de eleição direta. Eles podem não ter um itinerário. Mas não abrem mão de ficar no volante.
Jaisom Barreto
31/05/2017 11:50
Tem um vídio na internet, mais preciso nas redes sociais, mais preciso via WATS ZAPP, sobre um possível arrastão que a população terá na cidade de Gaspar.

Atenção povo de Gaspar, fiquem de OLHO vamos começar o arrastão pelo SHOPPING, mas Gaspar não tem Shopping.

Atenção povo de Gaspar, fiquem de OLHO vamos começar o arrastão pelo HAVAM, mas Gaspar não tem HAVAM.

Atenção povo de Gaspar, fiquem de OLHO vamos começar o arrastão pelA RODOVIARIA, mas Gaspar não tem RODOVIARIA.

(A de agora acrescentando ). Atenção povo de Gaspar, fiquem de OLHO vamos começar o arrastão pelo CAMARA DE VEREADORES , mas Gaspar não tem VEREADORES.

Hoje é dia de sessão da única sessão semana da Câmara de Gaspar e em horário que a maioria dos trabalhadores normais não podem acessá-la. É também, dia da preguiça.

GARANTO SEM MEDO DE ERRAR, NÃO FAZ DIFERENÇA. PODEM DEIXAR ASSIM, NÃO FARÃO FALTA O POVO NÃO IRÁ NEM PERCEBER.
VEREADOR DE GASPAR É TÃO INSIGNIFICANTE.
Herculano
31/05/2017 10:49
PALOCCI DELATA LULA

Conteúdo de O Antagonista. Além de delatar André Esteves e Abílio Diniz, Antonio Palocci está delatando também ?" é claro ?" seu chefe, Lula.

Em particular, a conta Amigo, em que era depositada a propina da Odebrecht, e o esquema da Sete Brasil, revelado por Renato Duque.

Antonio Palocci, segundo o Valor, "participou de ao menos cinco reuniões com a Lava Jato em Curitiba".

Conhecendo os interlocutores de Antonio Palocci, O Antagonista garante uma coisa: é impossível que ele consiga ludibriá-los.

Ele terá de contar tudo para obter um acordo.

Antonio Palocci "tenta negociar, em acordo de delação premiada, que sua pena seja cumprida em um ano de prisão domiciliar", diz a Folha de S. Paulo.

Ele promete delatar, segundo a reportagem, André Esteves e Abílio Diniz.

No caso de André Esteves, "o ex-ministro promete explicar supostas vendas de medidas provisórias no Congresso para bancos privados, nos quais o banqueiro esteve envolvido".

Sobre Abílio Diniz, Antonio Palocci "pode detalhar suposta manobra para tentar mantê-lo no controle do Grupo Pão de Açúcar, em meio à disputa com a francesa Casino"

Antonio Palocci delatou André Esteves.

De acordo com o Valor, ele contou para a Lava Jato que houve uma "parceria informal" entre o dono do BTG Pactual e o governo Lula.

Leia aqui:
"A compra de participação no Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em 2009, atendeu a interesse do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Segundo o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, era preciso que a Caixa comprasse a instituição financeira para ajudar a saneá-la. O Panamericano foi vendido um ano e cinco meses depois para o BTG Pactual, seu atual controlador".

A PF já sabia disso tudo.

O que Antonio Palocci tem de contar é outra coisa: quanto André Esteves pagou em propinas para o PT, e de que maneira ela foi paga.

O ELEITOR DE LULA APLAUDE A PROPINA. OU SEJA, HÁ UMA NAÇÃO BANDIDA, COM LÍDER CONHECIDO E PERANTE ELA, LULA ESTÁ CERTO EM SE PROCLAMAR O MAIS HONESTO

A pesquisa feita pelo Instituto Paraná depois dos depoimentos de Joesley Batista revela, segundo o Estadão, que Lula "segue estável na liderança de intenção de votos e de rejeição".

O eleitorado lulista aplaude os 150 milhões de dólares em propinas desviadas do BNDES que seu candidato recebeu no exterior.

Mas o Brasil tem a chance de mostrar que é melhor do que isso.
Herculano
31/05/2017 10:39
RESPEITO À CONSTITUIÇÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Não se pode usar a decisão contra o governador do Amazonas como precedente para o caso de Temer porque cada caso envolve marco jurídico específico. No caso do Amazonas, pautou-se pela Lei Eleitoral. No caso de Temer, vale a Constituição


Há quem tenha visto a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinando o imediato afastamento de José Melo do governo do Estado do Amazonas como um elemento complicador para a situação do presidente Michel Temer, como se o que lá foi decidido pudesse balizar o julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer no TSE. Na verdade, é descabida a relação entre os dois casos já que a Constituição Federal dispensa um tratamento específico aos presidentes da República. Sempre, e especialmente em momentos de crise, é de grande importância para o bem do País que o cristalino texto constitucional prevaleça sobre extravagantes interpretações, que nada mais são do que reflexo de interesses particulares.

No dia 4 de maio, por 5 votos contra 2, o TSE determinou o imediato afastamento do governador do Amazonas, José Melo (Pros), e de seu vice, Henrique Oliveira (SD), em razão de compra de votos nas eleições de 2014, quando a chapa obteve a reeleição no segundo turno com 55,5% dos sufrágios. Na decisão, contra a qual ainda cabe recurso, o TSE estabeleceu que o novo governador deverá ser escolhido por meio de eleições diretas.

Com tempos tão agitados como são os atuais, houve quem não tenha atinado para as diferenças entre os casos, fazendo uma indevida conexão do caso do governador do Amazonas com a ação que julga a chapa Dilma-Temer. Tentaram ver, na decisão que o TSE poderá adotar já no início do mês, uma brecha para que, em caso de eventual cassação do mandato de Temer, haja eleições diretas.

Não se pode usar a decisão contra o governador do Amazonas como precedente para o caso de Temer porque cada caso envolve um marco jurídico específico. No caso do governador, o Tribunal pautou-se pela Lei Eleitoral. No caso do presidente da República vale o tratamento que a Constituição dá à matéria.

O art. 81 da Constituição determina que, "vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga". Em seguida, no § 1.º do mesmo artigo, lê-se que, "ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei". Não cabe, portanto, convocação de eleição direta.

Como é natural, os constituintes de 1988 poderiam simplesmente ter deixado as eleições diretas como regra geral em caso de vacância dos cargos de presidente da República e vice-presidente. No entanto, decidiram expressamente criar uma regra específica, caso a vacância ocorresse nos últimos dois anos do período presidencial. Não se pode, portanto, ignorar a existência desse mandamento constitucional e criar, seja por qual motivo for, uma regra diferente.

Seria uma fraude ao Estado Democrático de Direito se determinado grupo político ou estrato social pudesse, diante de determinadas circunstâncias, mudar as regras do jogo simplesmente porque elas agora não lhe são apetecíveis. Quando os defensores da ideia de eleições diretas, em caso de cassação do presidente Michel Temer, vinculam sua bandeira à campanha das Diretas Já, ocorrida no final do regime militar, como se fossem causas semelhantes, estão fazendo uma contrafação. Então, nos inícios dos anos 80 do século passado, lutava-se pela volta do regime democrático e pelo estabelecimento de uma Constituição cidadã que estivesse acima da estrutura legal criada durante a ditadura militar. Agora, quem promove a bandeira das eleições diretas está lutando em sentido contrário, querendo que determinados interesses prevaleçam sobre o disposto na Constituição de 1988.

O rigor com o Direito e com os conceitos jurídicos não é um formalismo jurídico arcaico. Ele representa uma das garantias de que a vontade da população, expressa na lei ?" no caso, na Constituição ?", será respeitada. Sem esse cuidado, não há democracia possível, restando apenas a voz dos mais fortes. Ou de quem grita mais alto.
Herculano
31/05/2017 10:37
ATURDIDA, MÍDIA GLOBAL EXAMINA DRAMA BRASILEIRO EM EDITORIAIS, por Marcos Troyjo, no jornal Folha de S. Paulo05

Por mais que ocupe, desde os anos 1970, posição entre as dez maiores economias e represente grande peso relativo em sua região, o Brasil não é figura frequente na imprensa internacional.

Claro que a atenção se expandiu em 2010, quando o PIB do país cresceu 7,6%, em meio à grande recessão que assolava EUA e Europa, no que muitos enxergaram um "segundo milagre econômico brasileiro".

Multiplicou-se também a exposição do país nas coberturas associadas aos megaeventos esportivos que o Brasil sediou. Mesmo assim, por vezes outros latino-americanos, como Colômbia ou Cuba, rendem mais espaço na mídia jornalística mundial.

Nesse contexto, ganha especial relevância notar que nestes últimos cinco dias alguns dos gigantes da opinião pública planetária, como "The Economist", "Financial Times" e "Washington Post", devotaram extensos editoriais ao drama político nacional. Nas avaliações, há ao menos três pontos constantes.

Primeiro: a ideia de que, com Temer ao comando, o Brasil não se encontra "sob nova direção". O PMDB, ao amparar os anos Lula-Dilma, não apenas teria deixado as digitais na má gestão macroeconômica, mas também no desfrute das recompensas que o capitalismo de Estado brasileiro conferiu à coalizão governamental.

Nesse aspecto, se Temer conseguiu distanciar-se da incompetência na administração da política econômica, o fez menos por convicção e mais por imposição da realidade. Temer e seu PMDB poderiam ter abraçado parâmetros presentes no resumo "Ponte para o Futuro" em qualquer momento dos últimos 20 anos. Fizeram-no apenas em 2015/2016 pois a dura situação do país assim exigiu.

No caso da Lava Jato ?"luz que se lança sobre a penumbra da economia de compadrio brasileira?" ficou mais difícil romper com o passado recente, o que veio nítida e dramaticamente à tona nas últimas duas semanas. O editorial da "The Economist" sugere que a chegada de Temer ao poder não representou jamais "claro rompimento com um passado sórdido".

Segundo: a noção de que muitos escândalos elucidados pela Lava Jato são símbolo do fortalecimento das instituições no Brasil. Ainda assim, o "Washington Post" defende que, caso o país mergulhe num caos político antes da aprovação de algumas reformas estruturais, de pouco terá válido todo o processo de depuração política que emerge das investigações na Petrobras ou na seletivamente generosa política de favorecimento a empresas "campeãs nacionais" por parte do BNDES.

Deriva dessa percepção a certeza, esposada nas três publicações, de que as reformas, e não as pessoas que dirigem o país, são o que realmente importa entre agora e as eleições presidenciais de 2018.

Terceiro ?"e último: o Brasil tem de embarcar numa reforma política que permita à população, como aponta o "Financial Times", saber que suas elites estão menos preocupadas em evitar a cadeia e mais voltadas a governar o país.

Aqui, claro, fala-se de todo o espectro político, em patente alusão ao PSDB e outras forças de oposição à aliança de poder que comandou o país de 2003 a 2016. Enquanto isso não ocorrer, a economia, ainda que com pontuais sinais de melhora, continuará refém da política no Brasil
Herculano
31/05/2017 10:35
REPÚBLICA DOS COMPADRES, por José Nêumanne, do jornal O Estado de S. Paulo

Chicanas e negaças não impedem o mau cheiro das manobras da máfia que ainda nos governa


Em nossa capital dos convescotes, onde os três Poderes da República confraternizam nos fins de semana e passam os dias úteis conspirando para salvar a própria pele e esfolar a Nação, a máfia dos compadritos ?" malfeitores portenhos na ficção genial de Jorge Luis Borges ?" se esfalfa para não ser extinta.

No Poder Legislativo, bocas malditas dão conta à boca pequena de que se conspira para dar de mão beijada aos ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (por que não Fernando Collor?) indulgência perpétua para manter Michel Temer solto, caso seja defenestrado, como o major boliviano Gualberto Villarroel ?" este foi atirado pela janela do Palacio Quemado e linchado pela malta enfurecida, em 21 de julho de 1946. Ninguém espera que Temer seja atirado vidraça afora do Palácio do Planalto, tendo a palavra defenestrado sido usada apenas como um reforço de linguagem, uma metáfora do desejo da quase totalidade da população brasileira, que o prefere sem poder. Mas que saia inteiro, como a rainha da sofrência Roberta Miranda se dirige ao ex-amor no sucesso Vá com Deus. Embora seja mais difícil querer que ele saia íntegro desde a explosão sobre a faixa presidencial da bomba H da delação de Joesley Batista, o marchante de Anápolis que virou tranchã do próspero negócio da proteína animal no mundo.

Passadas duas semanas das revelações do delator premiado, Temer não contestou nenhuma das acusações que lhe faz, com base na delação, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de abertura de inquérito encaminhado ao relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin: corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da investigação. Em vez disso, contratou o perito Ricardo Molina para acusar a gravação da conversa nada republicana de delator com delatado de má qualidade e de prova de incompetência e ingenuidade dos procuradores que a negociaram. OK. E daí?

O Palácio do Planalto já desmentiu o procurador-geral. Mas juntamente com o desmentido foi dada a prova mais evidente ?" para qualquer cidadão com quociente de inteligência superior a 50 ?" de culpa do chefe do governo ao introduzir o roque do xadrez na gestão pública. Insatisfeito com a "timidez" de seu ministro da Justiça na direção da Polícia Federal (PF), ele demitiu o deputado Osmar Serraglio (PMDB) e o substituiu pelo jurista Torquato Jardim, cuja opinião depende tanto do interesse do patrão quanto a do atrapalhado legista. Renan Truffi revelou neste jornal que, em texto escrito em julho de 2015, ele escreveu que, "desconstituído o diploma da presidente Dilma, cassado estará o do vice Michel".

Como se sabe, em maio de 2016, dez meses depois, o vice Michel era presidente e, no mês seguinte, o renomado causídico assumiu a pasta da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União. Desde então, tornou-se um devoto discípulo do "Velho Capitão" Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, cujo engenho, mesclado à flexibilidade ética que praticava, produziu a pérola que pode servir de lema para o brasão do mais ilustre membro do clã Jardim: "A coerência é a virtude dos imbecis". É ou não é?

Segundo relato de Felipe Luchete, do site de notícias jurídicas Conjur, o ministro criticou, em 21 de fevereiro passado, procedimentos da Operação Lava Jato: Jardim "listou problemas como as longas prisões provisórias, com duração de até 30 meses, e condenações sem provas, já reconhecidas pela Justiça. Ao comentar a operação, ele afirmou ainda que vazamentos seletivos geram 'nulidade absoluta' de processos". O jornal Diário do Povo do Piauí publicou no dia de sua posse no Ministério de Temer sua profecia de que a Lava Jato teria destino igual ao das operações anteriores da Polícia Federal, caso da Castelo de Areia, sepultada no STF. Bidu!

Fiel ao brocardo de Chatô professado pelo chefe, sua assessoria tentou negar os fatos acima revelados, contrários à opinião da maioria da população, em nota ao Fantástico, que os noticiara. Mas isso não quer dizer que a troca de Osmar Serraglio por ele difira da substituição, feita por Dilma, do advogado José Eduardo Martins Cardozo pelo procurador Eugênio Aragão, alcunhado de "Arengão" por seu chefe, ex-amigo e agora desafeto, Janot.

Mais pernóstica do que a missão que ele nega, contudo, é a tentativa de transferir o antecessor para a pasta que antes o incoerente ocupava. O boquirroto Serraglio se jactava para quem se dispusesse a dar-lhe um minuto de atenção de que não era "pato manco" no governo Temer. E todos sabemos que isso se devia a que sua permanência na pasta garantia o salvo-conduto para o suplente Rodrigo da Rocha Loures continuar no lado bom do dilema "ou foro ou Moro", mantendo o foro privilegiado na cadeira para a qual o ex-futuro ministro da Transparência foi eleito.

O episódio encerrado com a recusa de Serraglio de ocupar o novo cargo cancela os significados de transparência, fiscalização, controle, justiça e outras já expelidas da gestão pública e da política do País: ética, decoro, vergonha... Mas essa consequência é menor do que o motivo real do frustrado "movimento combinado do rei e de uma das torres, que se desloca para uma posição mais atuante para dar mais segurança ao rei", como o [ ]Dicionário Houaiss[/ ] define o roque, aquela jogada de xadrez acima citada.

Assim como a tentativa de desqualificar o depoimento do marchante delinquente por causa de seus crimes pregressos ou da má qualidade da gravação que ele fez nos porões do palácio, o odor infecto da matéria orgânica à tona de 17 de maio para cá já ficou insuportável. E exige mais atenção às manobras com que os compadritos da política tentam manter seus privilégios no statu quo. Desfaçatez, chicanas e negaças não perfumam o ar apodrecido das catacumbas da máfia multipartidária que nos governa.
Herculano
31/05/2017 10:28
ANIVERSÁRIO

Amanhã, dia primeiro de junho, o jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, e o primeiro a colocar no ar um portal próprio e que é o mais acessado, faz 27 anos. Uma ideia nascida com Gilberto Schmitt, editor e proprietário até hoje, e Nivaldo Tomazzia, que deixou a sociedade, logo no início.
ALCEU TORRES
31/05/2017 09:39
KKK... Quem é o Alceu da Picanha do boi ....kkk
Herculano
31/05/2017 07:25
TEMER E O OTIMISMO DO DINHEIRO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O CLIMA ERA estranho em uma grande reunião do poder político com donos do dinheiro. Ouvia-se tanto otimismo como preocupação contida nas análises do efeito econômico do choque político causado por todos os grampos do presidente.

Michel Temer parece ter chance de reter apoio, tanto na política como nas bases empresariais.

Muita gente reunida no Fórum de Investimentos Brasil 2017, nesta terça (30), em São Paulo, parecia acreditar no discurso do presidente da Câmara, também presidenciável da República, Rodrigo Maia (DEM), para certa surpresa deste jornalista.

"A agenda da Câmara, em sintonia com a do presidente, tem como foco o mercado, o setor privado"; "a Câmara mantem a defesa da agenda do mercado", disse Maia, no Forum, promovido pela Apex, agência oficial de marketing econômico.

Não que os participantes do evento estivessem flutuando na estratosfera. As perspectivas são agora piores do que antes do grampo e do inquérito contra Temer, mas a impressão geral é de que o "jogo não está perdido".

Isto é, ainda seria possível aprovar a reforma da Previdência, outras reformas importantes ainda passarão e ainda está difícil de avaliar qual o impacto do choque sobre a confiança de consumidores e deles mesmos, empresários e banqueiros.

O rumo geral do governo não mudaria tão cedo, de resto. Gente da política deve estar ouvindo essa conversa.

Como se fosse necessário, Maia deu outra demonstração de sua estratégia: manter-se no mesmo lugar. Assim, fica bem com Temer, com o núcleo do governismo, com o "mercado" e vai negociando com sua base eleitoral, o baixo clero, a maioria do Congresso. Ou seja, toca "reformas" dourando a pílula e mantém aberta a discussão de como aliviar as ameaças de cadeia ou ficha suja que vêm da Lava Jato.

Temer, por sua vez acredita que não ficará só, se o tempo for o senhor da razão. Quer dizer, se conseguir ganhar semanas de sobrevida com um julgamento arrastado no TSE.

O governo então poderia talvez demonstrar alguma força no Congresso, aprovando "reformas e reforminhas". Mostraria assim que é um bom regente da coalizão reformista liberal. Essa é a estratégia do governo, que voltou a barganhar votos para mudar a Previdência.

Para a sorte de Temer, o PSDB ora está meio isolado. Um relato de segunda mão diz que a conversa de Temer com FHC e Tasso Jereissati foi "diplomática", "cortês", mas "não foi boa".

Temer chiou e acuou o PSDB. Tucanos dizem que estão indo, mas não foram, até porque o partido está, para variar, sobre um muro rachado.

Está aí um problema para a estratégia de Temer.

Depois do grampo, a coalizão do governo perdeu oficialmente três ou quatro dúzias de parlamentares, isso sem contar as defecções oficiosas dentro do PSDB.

Ainda pior, a crise deu a oportunidade para muito deputado federal dizer que a crise criou problemas de "legitimidade" ou outra conversa qualquer para se livrar de um problema que era eleitoral.

Um terço da "base" do governo não queria votar a reforma da Previdência apenas por medo de não se reeleger.

Mas o governo espera fazer mais barulho otimista com PIBinho maior, com a mudança no BNDES e a queda de juros. Respira por aparelho e aparelhamento
Herculano
31/05/2017 07:23
O DESEMBARGADOR DEVERIA CHEFIAR A SECRETARIA DA CRACOLÂNDIA, por Augusto Nunes, de Veja.

Na sexta-feira passada, 26 de maio, decidida a prosseguir o desmonte da Cracolândia, a prefeitura de São Paulo conseguiu do juiz Emilio Migliano Neto autorização para submeter viciados sem equilíbrio mental para exercer o livre arbítrio à avaliação de psiquiatras que recomendariam ou não a internação em clínica especializada. No dia 28, a segunda etapa da operação aplaudida por 999 em mil moradores foi suspensa pelo desembargador Reinaldo Miluzzi. Nesta terça-feira, a proibição foi ratificada pelo Tribunal de Justiça.

O prefeito João Doria deveria convidar o desembargador Miluzzi para assumir a chefia de uma Secretaria da Cracolândia. Em parceria com os demais defensores dos direitos humanos de seres desumanizados pelo vício, e com o apoio unânime da plateia de zumbis, o doutor adotaria as medidas necessárias para que todos morram em público e livres do assédio de quem deseja salvá-los.
Herculano
31/05/2017 07:19
TEMER COMPLETA, 'VIVO', DUAS SEMANAS DE CRISE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Completam-se nesta quarta (31) duas semanas desde a crise em que parecia iminente a queda do presidente Michel Temer. Primeiro, noticiou-se que em gravação ele deu aval à "compra de silêncio" do ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Ouvindo-se a gravação, não foi bem assim. Fiel ao princípio de "cada dia a sua agonia", Temer sobrevive no cargo. Mas ninguém sabe por quanto tempo resistirá.

PRIMEIRO ROUND
Mais de 50 edições desacreditaram o áudio produzido para incriminar Temer, dando-lhe sobrevida e reduzindo a pressão pela renúncia.

SEGUNDO ROUND
O teor dos acordos de delação e leniência, permitindo que criminosos escapassem sem punição, também ajuda o presidente a sobreviver.

TERCEIRO ROUND
O choque do dia 24 não parou a economia, que há 5 anos não crescia como no primeiro trimestre de 2017. Para muitos, é o que importa.

PROVA DE FOGO
O presidente fez ontem, em São Paulo, sua primeira aparição diante de uma plateia de investidores do Brasil e de 40 países. Foi até aplaudido.

CRIADA, CPI DO BNDES AINDA NÃO TEM MEMBROS
Até agora os líderes dos blocos partidários não fizeram uma indicação sequer para compor a CPI do BNDES no Senado, que vai investigar irregularidades no farto financiamento do banco à internacionalização de empresas "amigas do rei", ou seja, do então presidente Lula (PT). Esse crédito abundante permitiu a JBS crescer 43 vezes em dez anos, com o seu faturamento saltando de R$ 4 para R$ 170 bilhões ao ano.

DESDE 1997
A CPI vai investigar financiamentos do BNDES desde 1997. Se trabalhar bem, pode pegar todo o esquema, da JBS à Odebrecht.

COMPOSIÇÃO
A presidência da CPI do BNDES deverá ser do PMDB. O bloco do PSDB terá três vagas; o do PT, duas. Serão 13 titulares.

CPMI À ESPERA
Há pedido de CPI mista (Câmara e Senado), que precisa de mais assinaturas, para depois ser lida durante sessão do Congresso.

TERAPIA DE GRUPO?
O presidente Michel Temer saiu com semblante bem mais tranquilo, quase zen, da reunião de 1h40 com FHC e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Parecia ter saído de uma sessão de terapia de grupo.

BOBAGENS A GRANEL
É prova de desinformação achar que só agora Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), voltando à suplência, está sujeito a prisão. Como no caso do senador Delcídio Amaral, mesmo deputado ele poderia ter sido preso, como pediu o MPF. E o ministro Fachin negou.

FORO CONTINUA
Rocha Loures perde o foro privilegiado, retornando à suplência, mas seu caso não vai para a primeira instância porque continua atrelado ao inquérito que investiga Michel Temer. Que é protegido pelo foro.

A CONTA É TODA NOSSA
O Ministério da Agricultura vai gastar uma fortuna, em tempos de crise, mandando um funcionário à China para "estreitar os laços de amizade com os servidores" de lá. Vai a Pequim, Shangai e Hangzou por 1 mês.

VOLTOU À PAUTA
Caberá ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, definir a sorte da emenda do senador Roberto Rocha (PSB-MA) à PEC do Foro, criando varas especiais federais para julgar autoridades.

SAIA JUSTÍSSIMA
Após desancar Rocha Loures (PMDB-PR), assessor de Michel Temer, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) teve de ouvir Heráclito Fortes (PSB-PI) contar um segredo no microfone de apartes. Foi o próprio dilmista Silvio Costa quem apresentou ("infiltrou") Loures ao presidente.

POPULAÇÃO ASSOMBRADA
A Secretaria de Segurança do DF mobiliza as polícias Civil e Militar para o "saidão de festas juninas", recente criação para beneficiar presos. São dez os "saidões" anuais que assombram os brasilienses.

A VOLTA DO CONSELHO
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, ressuscitou o Conselho de Ética, que estava parado. Isso mostra que quando um presidente da casa quer mesmo, as coisas funcionam.

PENSANDO BEM...
...se tomar gosto, o Conselho de Ética, ressuscitado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, não vai parar de trabalhar tão cedo.
Herculano
31/05/2017 07:12
EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES, por Ives Gandra da Silva Martins, Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dalari, advogados, professores de Direito, para o jornal Folha de S. Paulo.

Estamos vivendo horas de densa obscuridade moral, política, jurídica e institucional.

Das trevas morais e políticas nada é necessário aduzir ao que a realidade brasileira nos apresenta cotidianamente. Fixemo-nos, então, nas duas outras modalidades aqui referenciadas.

Pode parecer clichê ou lugar-comum, porém é esta a nossa constatação diária: instalou-se entre nós a invasiva vigilância de novas espécies do "Big Brother" orwelliano.

O direito à privacidade é reiteradamente desprezado pelo Ministério Público Federal. Afirme-se: não pretendemos arranhar, de leve sequer, as prerrogativas constitucionais e a independência funcional dessa nobre instituição.

Tão ampla gama de poderes deveria atrair a contrapartida da responsabilidade -o que, infelizmente, não tem sido observado pelo MPF, sobretudo por seu máximo dirigente, o procurador-geral da República.

Muitas vezes, é triste dizê-lo, tudo se dá com o aval do Judiciário, inclusive em suas mais altas instâncias. A ânsia pela pretensa exuberância de atuação suplanta valores básicos da democracia, como a presunção de inocência e o sigilo da fonte jornalística.

Testemunhamos, estarrecidos, uma sucessão de atos desataviados, exibicionistas e ruinosos, cujo desfecho, embora imprevisível, dificilmente deixará de ser funesto.

O chefe do Ministério Público, sem o cuidado mínimo de periciar uma gravação de péssima qualidade, pediu a abertura de inquérito contra um presidente da República. Na referida gravação, contudo, só se compreende uma ou outra palavra do presidente, inteiramente afastada de qualquer inserção num contexto lógico ou significativo.

O que é pior: nossa mais elevada corte, sem qualquer validação cabal de tão precária prova, acolheu o pedido ministerial.

Igualmente muito grave é o fato de a corporação máxima da advocacia, relevante canal da sociedade civil, defender, com surpreendente e inexplicável celeridade, o impeachment do presidente. E já anuncia, em desacordo à Constituição, a possibilidade de pugnar por nova eleição direta no caso de vacância do cargo.

Surpreende, ainda, que poderosa organização midiática passe a ecoar e a difundir pelo país, sem qualquer preocupação com os deletérios efeitos daí decorrentes, toda essa leviana atoarda.

Os signatários deste artigo não dispõem de poderio que se oponha a essa sinfonia disfuncional. Mas têm, sim, autoridade pessoal, social, acadêmica e institucional.

Com esses elementos, conclamam a cidadania à responsabilidade, ao patriotismo, à vigilância e à resistência ordeira contra desmandos e desleixos aqui apontados.

Proclamam que, tendo agora lançado veemente alerta, poderão sempre dizer, até o fim dos tempos, que presenciaram as aleivosias dardejadas e não esquecerão os nomes de seus perpetradores -para quem, por incrível que pareça, a ira contra o eventual e passageiro detentor do Poder Executivo justifica que ele seja afastado de seu posto, mesmo ao custo de mais instabilidade política e do retardo na recuperação da economia.

Que o bom senso e a interpretação não emocional da Constituição voltem a iluminar as mais altas autoridades do país, para o bem desta sofrida nação
Herculano
31/05/2017 07:06
PALAVRAS AO VENTO, por Carlos Brickmann

Quem achava que Osmar Serraglio, como ministro da Justiça, não passava de uma nulidade, equivocou-se: passava, sim. Comprovou que, também em questão de caráter, tinha plenas condições de equiparar-se a outros ministros de Temer e Dilma. Seu desempenho na Justiça só não conseguiu reprovação unânime porque foi elogiado por Roberto Requião - ou seja, era pior ainda. E terminou o serviço abandonando Temer, com quem tinha tramado a estratégia para manter o mandato de seu suplente, Rocha Loures, evitando que caísse nas mãos de Sérgio Moro. Gente fina.

Serraglio virou ministro para que Loures (aquele da mala de dinheiro), assumisse sua cadeira de deputado, com foro privilegiado. Talvez Temer achasse que, se até José Eduardo Cardozo foi ministro da Justiça, por que não Serraglio? Temer logo viu o engano. Então resolveu levar Torquato Jardim, bem avaliado, bem relacionado, para a Justiça. E, para garantir o foro de Loures, Serraglio continuaria ministro, agora na Transparência.

Serraglio concordou, deixou que o Governo anunciasse a troca, e recuou, pondo Loures na linha de tiro dos juízes da primeira instância. Aécio Neves, hoje aliado de Temer, definiu-o com palavrões diversos (tranquilize-se: esta coluna é de família, não irá transcrevê-los). Serraglio bem poderia ter assumido: em Brasília, Ministério da Transparência não pode fazer nada.

E o ministro seria tão transparente que ninguém o veria.

PERDAS, NÃO: GANHOS

Com a desistência de Serraglio, Temer nada perdeu: o ministro do STF Édson Fachin decidiu manter o processo de Loures unido ao dele. Temer tem foro privilegiado e Loures fica junto. Só perdeu outra preocupação: um afilhado político de Serraglio, Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, está no alvo da Operação Carne Fraca. Dizem que está disposto a uma delação premiada, atingindo Serraglio.

Seria muito ruim para Temer ter outro ministro sob suspeita.

PALAVRAS AO VENTO

Desde a delação premiada de Joesley Batista, surgiram grandes frases. Quem acompanha a vida de alguns políticos as achará ainda melhores.

Joesley: "Eu dava essa grana toda, mas ficava muito constrangido".

Renan Calheiros: "Se falar de propina comigo, mando prender".

Rocha Loures: "Eu não sabia o que tinha na mala".

Lula: "O PT pode ensinar a combater a corrupção".

Dilma: "Olha o que eles fizeram com o Brasil"

Aécio Neves: "Lamento minha ingenuidade".

ESCUTA SEU LAMENTO

Quando governador de Minas, Tancredo Neves, avô de Aécio, deu longa entrevista a este repórter. No final, perguntei-lhe qual o melhor telefone para esclarecer alguma dúvida. Tancredo disse que não falava ao telefone.

Por que? "Eu fui ministro da Justiça e sei como são essas coisas".

Tancredo foi ministro da Justiça até agosto de 1954 - há quase 63 anos. Não havia celulares que gravam e fotografam. Mas ele sabia como eram essas coisas. Seu neto Aécio, hoje, quando gravações e interceptações progrediram um pouco, fala tudo ao telefone. Pelo jeito, herdou do avô aquele belo apartamento no Rio, alguns imóveis e o sobrenome. Só.

Tem motivos para lamentar-se.

AS DIFERENÇAS

Mais uma frase, desta vez do jurista Ives Gandra Martins, sobre o comportamento da Ordem dos Advogados do Brasil:

"A OAB levou dez meses, depois do meu parecer, para pedir o impeachment de Dilma, e 24 horas com uma fita com trechos individuais nos pontos comprometedores, para pedir o impeachment de Michel Temer, no momento em que o Brasil começava a sair do caos petista".

AJUSTE GOVERNAMENTAL

O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, em entrevista ao Correio Braziliense, já se mostrou mais adequado ao cargo e ao Governo Temer do que seus antecessores. Tem, por exemplo, uma versão mais palatável do soturno encontro nos porões do Palácio do Jaburu entre o presidente da República e Joesley Batista, que vinha gravá-lo para enriquecer sua delação premiada. Afinal, por que Temer permitiu conversas tão inconvenientes e tolerou, sem reagir, confissões de crimes que o interlocutor lhe narrava?

"O presidente é parlamentar faz 24 anos", disse Jardim, "e tem a conduta de informalidade própria de quem é do Congresso. Ele tem uma descontração ao encontrar as pessoas, doadores de campanha, empresários? Nesse âmbito é que eu compreendo ele ter recebido o empresário."

Explicar, no caso, é melhor do que negar, ou, como Aécio, lamentar a própria ingenuidade. Acreditar na explicação é outra tarefa.
Herculano
31/05/2017 06:52
O VICE QUE OFERECIA UMA PACIFICAÇÃO JOGA O PAÍS NUM CONFRONTO IRRACIONAL, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Serão necessários alguns meses e muita paciência para que se reconstruam os acontecimentos da tarde de quarta-feira passada, quando Michel Temer botou a tropa do Exército na Esplanada dos Ministérios. Foi um lance de baderna institucional de um governo que não tem o adequado planejamento da segurança da capital. Até que se possam comparar versões, vale o que está escrito: o decreto tem a assinatura de Temer.

O governo do "pacificador" de 2016 dá sinais de que joga na estratégia da tensão. Precisa de "black blocs" para desqualificar as manifestações do "Fora Temer" e das "Diretas-Já.

Não se diga que os mascarados saem da periferia do Planalto, como em 1968 os terroristas que praticavam atentados a teatros saíam do Centro de Informações do Exército. No ano passado, um capitão da ativa foi detido numa manifestação em São Paulo, numa história para lá de girafa. (No século passado, quando oficiais se metiam em atentados sem vítimas fatais, terroristas de esquerda já haviam matado gente com uma bomba no saguão de aeroporto de Guararapes e assassinado um capitão americano.)

A estratégia da tensão tem um efeito narcótico para um governo fraco. Ela cria problemas novos, graves, sejam quais forem. 'Black blocs" noturnos incendiando ministérios depois de uma manifestação programada com antecedência e realizada em paz são uma flor dessa estratégia. O Exército entrando na Esplanada a pedido do presidente fecha a corbeille.

Temer prometeu um ministério de notáveis e nomeou uma equipe de suspeitos. No domingo, o governo anunciou uma dança das cadeiras do ministro Osmar Serraglio da Justiça, com Torquato Jardim, da Transparência. Tirar Serraglio da Justiça remediava o erro de tê-lo posto, mas por que deveria ir para a Transparência? Serraglio recusou a proposta e voltará à Câmara. No mundo das transparências, seu suplente, o deputado Rodrigo Rocha Loures, foi filmado carregando uma mala de dinheiro da JBS e Serraglio, grampeado chamando um urubu da Operação Carne Fraca de "meu chefe".

Numa entrevista à repórter Daniela Lima, Torquato Jardim disse o seguinte: "O que interessa, em primeiro lugar, é a economia. A crise não é política ?"a mídia transformou em crise política?", mas econômica."

Alô, alô, doutor, dois ministros de Temer foram-se embora porque meteram a mão onde não deviam, outros nove estão sendo investigados a pedido da Procuradoria-Geral da República, e foi vosso chefe quem teve sua conversa com Joesley Batista. A imprensa nada teve a ver com esses episódios.

Temer, como todos os seus antecessores (e sucessores), tem enormes queixas da imprensa. Ele tem razão quando reclama de que o fatídico "tem que manter isso aí" seguiu-se a uma frase na qual Joesley dizia que estava "de bem" com Eduardo Cunha. Nada a ver com o trecho em que o empresário trata de ajuda pecuniária ao encarcerado.

Quando a charanga do Planalto atribui o conjunto da conversa a um momento de inocência de Temer, zomba de inteligência alheia.

O doutor Rodrigo Janot e o ministro Edson Fachin tornaram espinhosa a defesa do varejão da Lava Jato, mas ministro da Justiça gesticulando contra serve só para agravar a situação
Herculano
31/05/2017 06:49
da série: o melhor retrato de um permanente partido gigolô de poder e a ética de seu líderes com o seu próprio partido.

RENAN USA PROPAGANDA DO PMDB PARA DESQUALIFICAR REFORMAS DA GESTÃO TEMER, por Josias de Souza. Não é que o líder do PMDB no Senado seja mentiroso. Renan Calheiros apenas se tornou um político de verdades múltiplas. Em Brasília, sempre que ameaçam destitui-lo da liderança, acena com a possibilidade de divergir menos dos seus liderados e do governo do correligionário Michel Temer. Em Alagoas, utiliza a vitrine da propaganda partidária na tevê para exercitar seu esporte predileto: tiro às reformas de Temer.

Com 22 senadores, a bancada do PMDB reuniu-se novamente com Renan, na noite desta terça-feira, para supostamente enquadrá-lo. Esfregou-se no nariz do líder uma maioria de 17 a 5 entre os seus liderados a favor de Temer e da reforma trabalhista, na bica de ser votada no Senado. No vídeo abaixo, você assiste à declaração feita por Renan na saída do encontro.

"Eu acho que as reformas, na medida em que foram enviadas, são exageradas", disse o senador. "Hoje, no entanto, a bancada reunida demonstrou que há uma evidente maioria a favor da reforma trabalhista. Mas não há unanimidade. O que é o líder? O líder é o que interpreta a posição da maioria da bancada."

Ficou entendido que Renan finge representar a maioria dos senadores peemedebistas e seus liderados fingem que acreditam. Michel Temer e seus operadores políticos bem que poderiam dispensar as ameaças de desligar Renan da tomada. Sob pena de provocar uma epidemia de gargalhadas no país. Como costuma dizer Renan em privado, é mais fácil Temer cair antes dele.
Herculano
31/05/2017 06:44
POR VITAIS QUE SEJAM AS REFORMAS, O CAMPO ÉTICO VEM EM PRIMEIRO LUGAR, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Os desenvolvimentos políticos recentes podem descarrilar a retomada que parecia ter se iniciado no primeiro trimestre.

Como tenho insistido, a natureza da atual crise é eminentemente fiscal: a recessão começou ainda no segundo trimestre de 2014, mas se agravou quando ficou clara a incapacidade do governo reeleito de endereçar o problema das contas públicas.

Esse entendimento levou à disparada do risco-país, que saltou de 1,5%-2,0% ao ano, observado de meados de 2013 ao fim de 2014, para algo em torno de 2,5% ao ano na primeira metade de 2015 e, prosseguindo em sua escalada, culminou a praticamente 5% ao ano em janeiro do ano passado.

Somado ao descontrole inflacionário, isso levou à elevação da taxa de juros, agravando o colapso do investimento.

As coisas começaram a mudar com a perspectiva de alteração da política econômica, que se cristalizou na criação do teto para as despesas federais e progrediu com o andamento da reforma previdenciária no Congresso, em particular sua aprovação pela comissão especial da Câmara no começo deste mês (embora pareça ter ocorrido há décadas).

Não por outro motivo, o mesmo risco-país em meados de maio havia caído ligeiramente abaixo de 2% ao ano pela primeira vez desde o fim de 2014, valor ainda elevado, mas sugerindo que os temores quanto à capacidade do governo de manter seu endividamento sob controle cediam persistentemente.

Da mesma forma, a estratégia de ajuste fiscal de longo prazo, baseada na combinação do teto para as despesas e reforma previdenciária, afastou o risco da "dominância fiscal", permitindo o recuo mais vigoroso da inflação a partir do terceiro trimestre do ano passado e, com ela, a recuperação (modesta) dos salários reais e a queda expressiva da taxa de juros.

Assim, a retomada saiu do terreno especulativo para a realidade.

No entanto, esses ganhos devem se perder com a atual crise política. A reforma previdenciária, cuja probabilidade de aprovação era tida como alta, tornou-se bem mais complicada à medida que a base política da atual administração começa a se dissolver.

Caso não seja levada adiante, ou seja, ainda mais desfigurada, a sustentabilidade do teto para os gastos fica ameaçada, solapando a estratégia de ajuste.

Em razão disso, taxas reais de juros voltaram a subir: a taxa para dois anos, que caíra a 4,5% ao ano logo antes da divulgação das gravações do inefável Joesley, já superou 5% na esteira da piora das perspectivas para a inflação.

Num horizonte mais curto, a quase certeza da redução de 1,25 ponto percentual da taxa Selic em maio foi revista para um corte mais modesto, de um ponto, enquanto a magnitude do ciclo de afrouxamento vai sendo gradualmente revista. Tais desenvolvimentos jogam contra a retomada.

Isso dito, é bom deixar claro que a adoção de uma política econômica correta não é, nem deveria ser, salvo-conduto para qualquer governante.

Há regras e estas foram, pelo que foi visto até agora, gravemente violadas.

Ecoando o que escrevi sobre o impacto da corrupção no crescimento, por vitais que sejam as reformas, a governança do país vem em primeiro lugar, não só no plano econômico mas, principalmente, no campo ético.

Se não resolvermos isso, não haverá reforma que baste para nos colocar na rota do crescimento sustentado.
Rádio Corredor
31/05/2017 06:42
Já existe comentários pelos corredores da Prefeitura e do Samae,Melato não está satisfeito com os comissionados do PMDB na sua pasta.Segundo comentários já ameaçou a administração se continuar assim ele joga a toalha e assume na vereança. Pergunta como ele agirá na casa de leis? Vamos esperar os próximos capítolos!!!
Erva Daninha
30/05/2017 20:27
Oi, Herculano

Excelente artigo de Marcos Piangers, mas o que gostei mesmo é este trecho que é uma boa resposta para Anita.

"A postura atual de todos os "anti-Bolsonaro" é tratar o sujeito com desdém, diminuir intelectualmente seu eleitorado, acreditar que o candidato não teria condições de disputar uma eleição presidencial."
só observando
30/05/2017 19:36
Governo Kleber indo por água a baixo!

Herculano, na sessão de hoje a aposição bateu na administração, principalmente na saúde e nem o líder de governo defendeu. ainda disse ao final que quem cala consente. muito estranho!
será que aguenta até final do ano essa administração?



Herculano
30/05/2017 18:28
EU SEMPRE AFIRMEI AQUI, POR ANOS SEGUIDOS, QUE AS TAIS SECRETARIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAIS CRIADAS PELO EX-GOVERNADOR LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, PMDB, PARA CHEGAR E SE EQUILIBRAR AO GOVERNO DO ESTADO, ERA UM SUGADOURO MILIONÁRIO DOS PESADOS IMPOSTOS DOS CATARINENSES, LOCAIS DE EMPREGOS CABOS ELEITORAIS DE LUXO E DE POLÍTICOS SEM VOTOS (E COMPETÊNCIA).

A IMPRENSA POR ALINHAMENTO, PAGA OU PREGUIÇA, ESCONDIA OS POLÍTICOS DESMENTIAM OU PRAGUEJAVAM.

O ATUAL GOVERNADOR RAIMUNDO COLOMBO, PSD, QUANDO CANDIDATO ATÉ AMEAÇOU EXTERMINÁ-LA, POR SER TÃO óBVIO O SUGADOURO DE DINHEIRO ESCASSO PARA SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E OBRAS. MAS, NÃO ERA SÉRIO. SUSTENTOU O DISCURSO ATÉ TER O APOIO DE LUIZ HENRIQUE PARA A SUA ELEIÇÃO E REELEIÇÃO.

COLOMBO, O QUE VENDEU TRÊS VEZES A CASAN E NUNCA A ENTREGOU, SEGUNDO AS DELAÇÕES DA ODEBRECHET E JBS, ATÉ MAQUIOU. TIROU O NOME DE SECRETARIA E MUDOU APRA AGÊNCIA. FICOU PIOR.

JÁ SE SABIA, E EU DEI AQUI, QUE O CUSTO DE MANTER CABIDEIRO DE EMPREGOS É MAIOR DO QUE EFETIVAMENTE A ESTRUTURA INVESTIU EM MUNICÍPIOS SOB A SUA RESPONSABILIDADE. UMA VERGONHA. UM CRIME.

SABE O QUE O DIÁRIO CATARINENSE MANCHETOU HOJE? O QUE ESCONDEU POR ANOS DOS CATARINENSES QUANDO ERA UM RAMO DE NEGóCIOS E COMPADRIO DA RBS GAÚCHA: "CUSTOS DAS AGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL CRESCEU R$40 MILHÕES DE 2015 PARA 2016

O texto é de Victor Pereira. Com promessa de representarem uma economia futura de R$ 5 milhões ao ano, as mudanças nas Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs), em 2015, não surtiram o efeito desejado pelo governo catarinense. Extintos 242 cargos comissionados e também a maior das estruturas, a da Grande Florianópolis, e com as demais transformadas em Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), os gastos com pessoal e outras despesas correntes, tirando investimentos, subiram R$ 40,6 milhões em 2016, um ano após as alterações. Os dados são do Portal da Transparência do Executivo estadual.

O topo do ranking geral é ocupado pela ADR de Joinville, com R$ 31 milhões no total. Em pessoal, quem lidera é Itajaí, com R$ 8,7 milhões. Nas outras despesas correntes, o posto também fica com Joinville, com R$ 22,4 milhões. O principal salto é na ADR de Xanxerê, que foi de R$ 13 milhões para R$ 22,6 milhões entre um ano e outro. Aí, porém, o maior volume se concentra em convênios firmados para recuperação da região atingida por um tornado em 2015. Os gastos das agências incluem desde serviços de energia elétrica, água e esgoto e locação de imóveis até transporte escolar e subvenções sociais. Só em aluguéis, as ADRs gastaram R$ 5,6 milhões no ano passado, o que representa 13,6% do total de locações pagas pelo governo catarinense.

Embora o aumento dos gastos de um ano para o outro seja normal levando em conta a inflação e reajustes salariais e contratuais, em 2016 houve redução de 122 pessoas no quadro de funcionários, principalmente pela extinção da SDR da Grande Florianópolis. Os cargos comissionados extintos não entram nessa conta porque eram funções que existiam, mas ainda não estavam preenchidas à época.

Diante do aumento do custo, o especialista em gestão pública Luiz Carlos de Freitas Junior reforça o debate sobre a necessidade das ADRs:

- Esse investimento nesta estrutura, vale a pena para a população? Quando a gente chega num momento em que a gente já está em dúvida, a gente tem que parar e medir. Porque o que interessa mesmo é um retorno da estrutura do Estado em benefício do cidadão. A SDR (atual ADR) pode ter uma subdivisão, ela pode também ter uma manutenção, mas também pode ser pensado na sua extinção, se for o caso.

TCE pede que governo reavalie número de ADRs

O próprio projeto de lei do governo, aprovado pelos deputados estaduais, dizia expressamente que a proposta implicava redução de gastos e que por isso não era necessário um estudo de impacto financeiro. Na época, em informações e entrevistas veiculadas no DC e na própria divulgação do projeto, o governo do Estado falava em economia futura de R$ 5 milhões.

Responsável por uma auditoria quando as estruturas ainda eram SDRs, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) determinou que o governo do Estado faça adequações no modelo de descentralização, pedindo, entre outras coisas, ¿a reavaliação da quantidade de ADRs para minimizar desperdício de recursos públicos¿.

O governo catarinense tinha até 14 de maio para apresentar um plano de ação com atividades, prazos e responsáveis para o cumprimento de 11 determinações e a implantação de seis recomendações. A Secretaria da Casa Civil pediu prorrogação de prazo e a solicitação ainda está em análise pelo setor responsável.

O que diz o governo do Estado

O governo do Estado, via assessoria de comunicação, por e-mail, diz que a maior parte dos valores que aumentaram nas Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) com folha, custeio e transferências aos municípios teria tido o mesmo acréscimo se não existissem as estruturas.

Conforme o governo, são basicamente três as principais razões. A folha dos servidores da Educação, que respondem por cerca de 60% do valor de folha do pessoal lotado nas ADRs, alcançam R$ 9,4 milhões e o crescimento dos valores reflete o aumento do piso da Educação. Outros R$ 14 milhões são de transferências para o Transporte Escolar e R$ 8,5 milhões se referem ao crescimento na folha de outros servidores administrativos, que receberam em três parcelas (2014, 2015, 2016) a gratificação de produtividade. Todos os gastos ocorreriam independentemente das ADRs, de acordo com a Secretaria da Fazenda.

O e-mail também informa que houve crescimento de R$ 17,4 milhões nos valores de convênios (aumento de 28%), com a maior parte deles direcionados à recuperação de estradas. O texto complementa afirmando que, apesar desses aumentos, o custeio das regionais teria tido decréscimo de R$ 10 milhões (-7%).

A reportagem do DC solicitou entrevistas ao governo do Estado para detalhamento dos números e mais explicações sobre os gastos e estruturas das ADRs. A Secretaria de Administração informou que, por se tratar de uma decisão político-administrativa, caberia à Casa Civil _ que repassou a solicitação ao Planejamento porque as ADRs estariam sob o guarda-chuva da pasta. Já a assessoria do Planejamento informou que ninguém daria entrevista sobre o assunto.
Herculano
30/05/2017 18:04
EUNÍCIO AVISA A TEMER QUE CONGRESSO DERRUBARÁ VETO PRESIDENCIAL

Conteúdo da coluna Radar, de Veja. Texto de Gabriel Mascarenhas.Eunício Oliveira ligou para Michel Temer e avisou que o Palácio do Planalto sofrerá uma nova derrota no Congresso, provavelmente, hoje à noite. Essa, porém, não será de grandes proporções.

O recado de Eunício dizia respeito ao projeto de reforma do ISS, aprovado nos últimas dias do ano passado.

Os parlamentares deverão derrubar o veto de Temer a um trecho que estabelece em qual cidade o imposto deve ser recolhido.

O projeto, que saiu do Congresso em dezembro, definia que o ISS seria cobrado no município de domicílio do consumidor, em compras feitas com cartões de crédito e débito, em leasings e em pagamentos de planos de saúde.

Temer vetou esse item, que será derrubado no plenário. Só não se sabe se haverá quórum para a realização de uma sessão do Congresso hoje.

À essa altura do campeonato, há de se convir que a alteração dessa lei não está nem entre as cem maiores preocupações de Temer. Em reunião com tucanos, cerca de um mês atrás, ele já havia sinalizado a possibilidade de o próprio governo capitanear a mudança.
Herculano
30/05/2017 17:59
OS ELEITORES DE LULA E DILMA E OS ELEITORES DE AÉCIO NEVES, por Percival Puggina.

O jornalista Lauro Jardim noticiou anteontem, 28 de maio, que o senador afastado Aécio Neves não sai de casa desde o dia 17. Completam-se amanhã duas semanas de voluntária prisão domiciliar. A informação abre espaço para várias cogitações. Estaria o senador envergonhado, em depressão? Contido por seus familiares que não o querem exposto à luz do sol e aos olhos da nação? O que passa na cabeça de quem, subitamente, vê sua máscara cair e seu mundo desabar? Não sei e não acho importante. Felizmente, sua carreira política está encerrada. Não mais candidato à presidência, não mais liderança da bancada, não mais comando do PSDB, não mais grana fácil colhida em escandalosos comissionamentos e, se a justiça assim decidir, um bom período de prisão a ser cumprido.

Pois bem, enquanto lia sobre a clausura do senador mineiro, eu olhava para mim mesmo na condição de alguém que votou em Aécio Neves naquela disputa. A bem da verdade, fiz mais do que isso. No final da campanha, em meados de setembro de 2014, fui um dos convidados para assinar a lista dos intelectuais "100% Aécio". Sim, eu assinei a lista em apoio do candidato que via com melhores condições de ir para o segundo turno e vencer Dilma Rousseff.

Não tenho do que me arrepender. Fui enganado. E aí começam as diferenças entre os 51 milhões de eleitores de Aécio Neves e os que querem a volta de Lula ao poder. Os primeiros estão indignados, enojados, sentem-se traídos e nunca mais repetirão o erro. Não têm compromissos com delinqüentes e criminosos. Já a turma das bandeiras vermelhas, dos badernaços, dos showmícios de Copacabana, viram o que seus líderes fizeram, conhecem o que aconteceu em nosso país e sabem, muito bem, a quem apoiam. Chamam bandido de herói, glorificam Lula e satanizam Sérgio Moro. Têm uma responsabilidade moral gravíssima perante os males do tempo presente. E antes de se deixarem conduzir pelo nariz por lideranças mal intencionadas deveriam bater no próprio peito. É necessário penetrar no lado mais dark da natureza humana para encontrar as razões pelas quais a conduta de Aécio causa justa indignação em pessoas que endeusam um perfeito canalha como Lula.
Herculano
30/05/2017 17:53
RENAN CONTINUA NA LIDERANÇA

Conteúdo de O Antagonista. Em reunião que durou quase duas horas, a bancada do PMDB no Senado decidiu manter Renan Calheiros na liderança do partido.

É a informação dos primeiros senadores que saíram da sala.
Herculano
30/05/2017 17:51
STF DESMEMBRA INVESTIGAÇÃO DE TEMER NO INQUÉRITO DE AÉCIO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira, 30, o desmembramento de inquérito e, a partir de agora, o presidente Michel Temer passará a ser investigado de modo separado ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).

O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que fica sem foro privilegiado no STF por causa do retorno do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Osmar Serraglio à Câmara, segue investigado com Temer, o que assegura a manutenção da prerrogativa neste inquérito, mesmo com a perda da função parlamentar. Já a investigação de Aécio inclui a irmã Andrea Neves, Frederico Pacheco e Mendherson Lima ?" os três estão presos.
Herculano
30/05/2017 17:42
MIN HA CASA, MINHA VIDA AGRAVA O APARTHEID SOCIAL, por Leão Serva, no jornal Folha de S. Paulo

Chamado "Minha Casa, Minha Vida, Meu Fim de Mundo" pelo arquiteto Jaime Lerner, o programa habitacional que foi vitrine das administrações Lula e Dilma poderá ser alvejado de morte por um estudo minucioso a ser divulgado em julho: "Quanto Custa Morar Longe" é o nome dado pelo Instituto Escolhas, ligado ao Insper, para o levantamento que está computando todos os custos diretos e indiretos das moradias, para governos e moradores.

Os primeiros números comprovam o que os críticos vêm dizendo há anos, mas que a sanha eleitoreira impediu os administradores de ouvir: os governos ditos de esquerda, a partir de 2009, geraram um programa habitacional que agravou os defeitos dos conjuntos populares da ditadura militar. Ao priorizar as metas de número de unidades habitacionais em curto prazo, o poder público reduziu o custo das unidades a um valor que só é possível atingir construindo em locais distantes dos centros urbanos.

Em outras palavras, o país empenhou os maiores investimentos em habitação popular das últimas décadas para aumentar o apartheid social e deixar para as décadas futuras custos imensos, tanto para os governos quanto para moradores, seus filhos e netos.

Isso vale para São Paulo, onde só dá para fazer MCMV na extrema periferia, como também para pequenas cidades do resto do país. Se uma árvore se conhece pelo fruto, a característica comum de todos os empreendimentos é agravar a segregação dos moradores de baixa renda, levando-os para longe das cidades, em conjuntos habitacionais homogêneos.

Minha Casa Minha Vida produz Cidades Tiradentes em todo o país: em áreas onde não há emprego, os trabalhadores têm que fazer diariamente longos deslocamentos para ir trabalhar. O bairro da zona leste de São Paulo tem 33 anos e até hoje esse defeito estrutural não foi resolvido, nem será tão logo, forçando gerações de moradores a sofrerem o suplício de um deslocamento correspondente a meia jornada formal de trabalho, todos os dias.

Além do tempo de viagem e da falta de emprego, a opção por terrenos baratos resulta em áreas onde não há infraestrutura: sem hospitais, sem escolas, sem saneamento básico, arruamento e transportes públicos. A casa, financiada pelo Ministério das Cidades, fica dentro do orçamento previsto. Mas em seguida começa a demanda para os órgãos de Educação, Saúde, esgotos, ônibus, segurança...
Sidnei Luis Reinert
30/05/2017 17:33
Dr. Herculano, Concordo que Bolsonaro vir a Santa Catarina a tira colo de dois "políticos Tupiniquins" não foi bacana, mas teve um motivo por parte do PL 3722/2012 - Câmara dos Deputados, revoga o Estatuto do Desarmamento e estipula critérios objetivos para a compra, posse e porte de armas de fogo no Brasil, sendo este o motivo em interesse compartilhado.

Em WAKE UP, BRAZIL! I o Senhor diz:- O deputado Federal Jair Bolsonaro, PSC, esteve em Santa Catarina.
Em WAKE UP, BRAZIL! 2 o Senhor diz:- Bolsonaro não possui partido.?????????...
-Bolsonaro não possui discurso estruturado de estadista.?????
Estamos de saco cheio com discursos estadistas de 1985 pra cá e aonde fomos parar?
- Falta o principal: a proposta econômica.
O que seria para o Senhor, as propostas econômicas diferenciadas para mudar o Brasil??
Ao meu ponto de vista um candidato cidadão moral e eticamente conservador, e contrário às propostas da "esquerda"(que o odeia) já é um excelente começo. Somado a isto, seu perfil me lembra o perfil dos militares de 64 que impulsionaram o Brasil à frente, décadas de desenvolvimento.
Convenhamos, para finalizar, tudo o que a ONU(Fundações Rockfeller, Ford, George Soros, Foro de São Paulo) apreciam, Bolsonaro detesta e é contra, tipo aborto, tráficos, mais Estado e menos povo, fronteiras abertas, SPA para bandidos, educação estilo Paulo Freire...
Herculano
30/05/2017 16:25
TEMER TRANSFORMA PAÍS EM REPÚBLICA DE BANANAS, por Josias de Souza

Pela manhã, Michel Temer discursou para investidores estrangeiros em São Paulo. "A responsabilidade rende frutos", declarou. À tarde, de volta a Brasília, Temer assumiu o comando de uma articulação irresponsável para assegurar que o suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, não perca o escudo do foro privilegiado. Como um centauro metafórico, o governo Temer mantém a cabeça nas alturas do mercado globalizado e o corpo aqui embaixo, na politicagem enlameada, nos arranjos de um presidente investigado que tenta evitar a aparição de outro delator.

Para demonstrar que ainda dispõe de apoio congressual, Temer levou ao seminário com investidores os presidentes da Câmara e do Senado: Rodrigo Maia, o 'Botafogo' das planilhas da Odebrecht; e Eunício Oliveira, o 'Índio' da escrituração do departamento de propinas da construtora. A dupla soltou a língua em discursos sobre reformas modernizadoras. Também derramaram saliva pelas reformas e por Temer os investigados tucanos Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes, além do neotucano João Doria.

Em Brasília, para segurar a língua do potencial delator Rocha Loures, Temer corre atrás de um deputado paranaense que se disponha a assumir uma vaga no ministério, pois Osmar Serraglio (PMDB-PR), que cedera a poltrona ao suplente Rocha Loures, não topou ser rebaixado da pasta da Justiça para a o Ministério da Transparência. Conselheiros do presidente avisam que a utilização tão escancarada do organograma do Estado pode pegar mal. Aconselham moderação. Mas a simples cogitação de plantar um deputado qualquer na sacrossanta pasta da Transparência apenas para adular o homem da mala é reveladora do ponto a que chegou a gestão Temer.

A cabeça do centauro assegura que o governo vive situação de franca normalidade. Mas o Supremo Tribunal Federal autorizou a Polícia Federal a interrogar o investigado Temer sobre a movimentação do corpo do centauro, dado travar diálogos desqualificados com empresários suspeitos no escurinho do Palácio do Jaburu.

Aos pouquinhos, Temer vai consolidando o projeto iniciado nos 13 anos de administrações petistas. Consiste em transformar o Brasil numa república de bananas. Assim eram chamadas as nações da América Central governadas por oligarquias corruptas e subservientes ao capital estrangeiro. Uma Banana Republic era, normalmente, pequena. Mas o Brasilzão, com suas peculiaridades, entra no clube como um bananão onde a corrupção generalizou-se de tal forma que tudo tende a acabar em palavras com a desinência 'ão' ?"como acordão.
Roberto Sombrio
30/05/2017 14:06
Oi, Herculano.

O Tribunal de Contas do Paraná mandou prefeita devolver R$ 62 mil.
Falando em dinheiro, cadê os 20 milhões que a prefeitura disse que tinha para a Ponte do Vale? Se era mentira, porque o ex-prefeito e sua turminha não vem a público dizer que era enganação, que diziam ter competência, quando na verdade não sabiam nem lavar um ovo. No entanto se era verdade, onde está a grana? Quem embolsou? O que fizeram com o dinheiro se ao final do mandato a prefeitura estava sem caixa?

E estão preocupados com Bolsonaro. Talvez porque ele irá acabar com a bandalheira. Faz tempo que cheguei a conclusão que o povo não quer um país. Povo sem cultura, sem educação, sem interesse é um povo sem rumo, sem foco, sem futuro e lógico... um povo sem país. Os brasileiros vivem em uma casa alugada.
Aecio Conrijo
30/05/2017 13:14
Seu Herculano,

Pois foi direto ao ponto "SAMAE" inundado.
Não há explicação para faltar água por tanto tempo em várias regiões.
A causa talvez seja que o EXECUTIVO se coloca acima de todos, não cumprimenta nem o porteiro, quem dirá aos pinhões aqui de trás.
Se faz de bonzinho, mas manda os "catrefes" mandar, imprestáveis que não entendem nada.
Diz por aí que vai resolver a falta de água no Bela Vista com a reforma da ETA 2, mentira. Melato, ainda não aprendeu nada, apesar de preparar lei que vai beneficiar os seus.
Sidnei Luis Reinert
30/05/2017 12:51
Somos o Brasil Tabajara de Gilmar Mendes?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A eventual cassação da chapa reeleitoral Dilma Temer pode resultar em "nulidade do mandato" (o que abriria espaço para o golpe das eleições diretas já). Eis a novidade defendida por alguns advogados que só comprova o grau e gravidade da insegurança jurídica reinante no Brasil. Pela interpretação mais comum, se o Tribunal Superior Eleitoral detonar a chapa de 2014, haveria "vacância de Cargo" ?" caso em que o artigo 81 da Constituição determina a realização de eleição indireta no Congresso Nacional (não está claro se os senadores e deputados votarão juntos ou separadamente).

Tamanha insegurança do Direito (ausência de Democracia) talvez dê razão ao polêmico supremo-ministro Gilmar Mendes, que também acumula a presidência do TSE que julgará o destino da chapa quente PT/PMDB. Muito pt da vida com repetidas previsões de que o Palácio do Planalto estaria orientando ministros (indicados por Temer) a pedir vista para protelar a decisão do processo, Gilmar Mendes chegou a classificar o Brasil de um ramo da lendária "Organização Tabajara" ?" empresa de mentira inventada pelos humoristas da turma do Casseta & Planeta. Seu Creisson, presidente de honra da OT, não deve ter gostado da comparação feita por Gilmar à Folha de São Paulo:

"Fontes do Palácio do Planalto ficam palpitando, dizendo à imprensa como os ministros do TSE vão votar, se vai ter pedido de vista, se não vai ter. Isso me irrita profundamente. Eles não sabem absolutamente nada do que ocorre no tribunal. Não cuidam bem sequer de seu ofício. Se fizessem isso, não estariam metidos nessa imensa crise. As fontes do Planalto são outro ramo das Organizações Tabajara, que é no que se transformou o Brasil".

Mendes insiste na bronca: "Essas fontes tumultuam um julgamento que já é dificílimo. Num julgamento complexo é normal pedir vista. Mas, se alguém fizer isso, não será a pedido do Palácio. Ficam alimentando especulações indevidas na imprensa. Agem como se o TSE fosse um departamento do governo. Repito: o TSE não é um departamento do governo".

A mais recente "especulação" (não se sabe se vazada pela máquina de mídia do Planalto) sugere que o primeiro a "pedir vistas" será o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, o primeiro a votar após o relator do Herman Benjamin. Também se especula que algum dos sete integrantes da Corte Eleitoral possa levantar a discussão sobre a possibilidade de se fazer eleições diretas no caso da perda do mandato de Temer. O julgamento está marcado para 6 de junho, terça-feira da semana que vem, com as quatro sessões seguintes dedicadas ao caso.

Previsão bem concreta é que o primeiro dia de votação seja inteiramente tomado pela leitura do relatório de Benjamin. Afinal, são 1086 páginas... O resto do tempo deve ser tomado pelas falas do Ministério Público e dos advogados de Dilma e de Temer, além da manifestação dos causídicos tucanos ?" que fizeram a denúncia contra a chapa, mas que hoje não sabem se fogem ou ficam em cima do muro deste governo provisório de Temer. É por isso que os votos sobre o mérito só devem começar na quarta-feira, dia 9.

Tudo pode acontecer no "Brasil da Piada Pronta" (definição do jornalista humorista José Simão) ou da "Organizações Tabajara em que se transformou o Brasil" (na recente definição do Gilmar Mendes, que não tem a menor vocação para fazer humor, nem ironia, em uma conjuntura tão crítica para um País sem Democracia).

O previsível é uma reação protelatória e vingativa de Michel Temer, desgastadíssimo após a revelação da gravação clandestina da grave conversa com o empresário Joesley Batista. Temer diz ter pressa de resolver logo o caso. Gilmar já advertiu que não é papel do TSE resolver "crise política"...

De todo modo, vale uma reflexão sobre a avaliação pejorativa de Gilmar. Será que somos mesmo o Brasil Tabajara, daquela "Organização" que tem como lema "Seus problemas acabaram"?

Parece que não... Porque nossos problemas, além de não acabar, se ampliam cada vez mais por causa do modelo Capimunista Rentista e Corrupto, sob hegemonia do Crime Institucionalizado...
Herculano
30/05/2017 12:09
SAMAE INUNDADO

O mais longevo dos vereadores de Gaspar e que se aboletou como presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, voltou as manchetes. E as mesmas.

Vejam só. Chove e há até preocupações com o nível dos rios. Então, em tese, deveria sobrar água tratada para os gasparenses. Mas, não.

Está faltando água na maior parte do Gaspar Grande e Gasparinho, desde sexta-feira. Repito: desde sexta-feira. Estamos na terça-feira. Os técnicos estão batendo cabeças para buscar o problema e a solução.

Ontem a noite foi a vez do Bela Vista. E o problema permaneceu hoje pela manhã. Um disjuntor dizem ser a causa. O Samae não tem em estoque. Estão correndo em fornecedores. Ou seja, o executivo, não tinha um plano B, ou uma ação para este tipo de acontecimento. Acorda, Gaspar!

Herculano
30/05/2017 12:01
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quando o pároco da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, de Gaspar, vai fazer a missa de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, a favor da nova administração?

Ela não desata o que está bem atado, e ainda arruma muitos outros para ficar bem presa a problemas que prometeram, ao povo e à cidade, soluções. Acorda, Gaspar!
Herculano
30/05/2017 11:58
MANCHETE

O Portal Cruzeiro do Vale, de Gaspar SC, deu como manchete: Tribunal de Contas manda prefeita devolver R$62 mil.

Mas, isso foi no Paraná! Hum!

A pergunta que não quer calar: a) é uma notícia cifrada para que algum prefeito daqui entenda o que fez ou está fazendo? b) A audiência do portal está elevada no Paraná? c) Ou o Tribunal de Contas de Santa Catarina não consegue fazer o que o do Paraná faz com os prefeitos que não andam na linha por lá?

Herculano
30/05/2017 08:25
TEMER É UM PÁRIA

Conteúdo de O Antagonista. A minirreforma previdenciária conta com o apoio de todos os partidos.

Marcos Montes, líder do PSD, disse ao Estadão:
"Se o clima estiver muito pesado, podemos pensar em aprovar uma reforma deixando só a idade mínima. Para dar algum sinal ao mercado".

Efraim Filho, líder do DEM, concordou:
"É hora de transparência, de reconhecer que o momento é delicado e que isso impacta na votação das reformas. É preciso, sim, fazer uma avaliação do cenário, para entender o que tem condição de ser aprovado agora, deixando o desafio maior para o próximo governo eleito".

Michel Temer virou um pária. Quem manda, agora, é o Congresso Nacional.

Bernard Appy, assim como Affonso Celso Pastore, também vislumbra dois cenários para a crise, ambos negativos.
Ele disse no Estadão:

"O primeiro destes cenários seria o prolongamento do mandato do presidente Michel Temer. A despeito de críticas aos benefícios excessivos concedidos aos delatores da JBS e à forma como se deu o vazamento das gravações, o fato é que Temer perdeu as condições morais de seguir comandando o País. A tentativa de prolongar seu mandato a qualquer custo provavelmente inviabilizaria a aprovação da reforma da Previdência e implicaria concessões políticas com impacto negativo sobre as contas públicas, possivelmente conduzindo ao cenário econômico mais negativo, de fuga de capitais.

O segundo cenário é de solução relativamente rápida da crise política, com a definição de um sucessor por meio de eleição indireta. Neste caso, o desempenho da economia dependeria do comprometimento do sucessor com as reformas e sua capacidade de coordenação política.
Embora os principais partidos da atual base governista sinalizem que pretendem manter a agenda de reformas, se chegarem fragmentados à eleição, é muito provável que os candidatos 'rifem' as reformas em troca de apoio político".

O cenário para a economia é ruim.

Affonso Celso Pastore, no Estadão, disse que só um presidente com um mandato forte, eleito pelo Congresso Nacional, pode fazer as reformas necessárias para arrumar as contas públicas.

Ele analisou as duas saídas para a crise:
"A primeira é que Temer não caia, permanecendo agarrado ao cargo em uma situação de baixa governabilidade. A segunda é que seja eleito um novo presidente que não tenha força política para fazer progredir a aprovação das reformas. Em qualquer destes casos, o cenário político é muito desfavorável para o comportamento da economia.

Ciclos econômicos e ciclos políticos se autoalimentam, e uma piora nas perspectivas de crescimento em 2018 aumenta a probabilidade de eleição de um governo populista, o que eleva os riscos e piora ainda mais as condições para a execução da política econômica, fechando-se um círculo vicioso.

O que se espera é que a tomada de consciência sobre a gravidade da crise leve as forças políticas a priorizar o que é melhor para o País, e não a defesa de interesses particulares de grupos políticos. No momento, isso significa encontrar uma solução rápida para a crise política, com a eleição indireta de um presidente que tenha senioridade política e que aglutine forças na direção de continuidade da agenda de reformas".
Herculano
30/05/2017 08:04
CAIU NA REDE

- É da rádio? Eu queria ouvir aquela música "olhá pro Dida, não dá!".

E ai a rádio toca a música (adaptada)
Herculano
30/05/2017 08:01
A IMPRENSA AFETADA NAS REDAÇÕES PELA ESQUERDA DO ATRASO É CAPAZ DE BUSCAR OPINIÕES EM MARTE PARA SATISFAZER AS SUAS TESES

A Globo, foi a Nova Iorque, buscar um "professor", que olhando imagens num tablet oferecido pelo próprio repórter da Globo, no meio da rua, opinou como errado a ação para mitigar a existência e as consequências da Cacrolândia, em São Paulo.

Nova Iorque teve este problema há 40 anos e resolveu. Os métodos foram centenas de vezes piores e cruéis. E terminou com o problema. A esquerda brasileira daquela época, e a de hoje, ficou quieta.

Agora, na falta de jurista brasileiro, de notável saber jurídico, de peso e que respalde o de rasgar a Constituição, a Folha é capaz de trazer a opinião de uma professora de direito, do interiorzão do Brasil, como se ela fosse a papisa no assunto. Meu Deus. Que decadência¹
Herculano
30/05/2017 07:53
DIRETAS-JÁ?
O ERRO DA PROFESSORA QUE NÃO LEU DIREITO A CONSTITUIÇÃO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ai da bobinha ou do bobinho conservadores que caírem na conversa de Vera Karam de Chueiri, professora de direito constitucional na Universidade Federal do Paraná e diretora da Faculdade de Direito da instituição. Em entrevista à Folha desta terça, ela defende eleições diretas caso o presidente Michel Temer venha a perder o mandato, o que espero que não aconteça. Mas digamos que... Será que o papo da professora faz sentido?

Bem, destaco à partida que ela tem a fala fácil, maviosa, até com certa pompa legalista... Ela diz, por exemplo:

"Se a gente começar a ceifar as instituições, aí não tem mais saída institucional. Vamos para a rua, vamos para o braço, vamos sei lá fazer o quê. Eu acredito em saídas constitucionais e institucionais. E a gente tem que construir isso. Seja pela via indireta, seja direta, que eu acho melhor."

Convenham: somos obrigados a concordar com ela. De fato, não faz sentido ceifar as instituições. Mas, então, cabe a pergunta: em caso de queda de Temer, o que seriam as diretas senão um golpe nas... instituições?

Ao ser indagada sobre a sua preferência pelas diretas, diz a doutora:

"O Congresso pode fazer a eleição indireta, do ponto de vista da constitucionalidade. Mas, politicamente falando, a alternativa da eleição direta também está posta. No meu ponto de vista, não é inconstitucional, não é anti-institucional, e eu acho que é melhor. Há mais legitimidade.

É uma decisão democraticamente mais robusta, mais forte, mais adequada. Se o próprio Congresso representa a vontade popular e se ele entende que essa vontade popular pode ser manifestada diretamente, não seria mais adequado e legítimo que assim fosse? A decisão final passa pela compreensão do Congresso".

Não sei se notaram, mas não há um único quesito técnico na resposta. Trata-se apenas de proselitismo. Observem que, com esse argumento, viveríamos em eterna insegurança jurídica. Por isso ou por aquilo, lá estaria a tal "vontade popular" se manifestando. Não sobraria também uma maldita cláusula pétrea.

Sabem o que me deixa especialmente impressionado? O dar de ombros para a Constituição como quem constata que hoje é terça-feira. Vamos lembrar o que diz a Carta a respeito, no Parágrafo 1º do Artigo 81:

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

Deveria ser o suficiente, acho eu, mas, pelo visto, não! Alguém perguntará: "Mas não se pode, com efeito, mudar isso na Constituição por intermédio de uma emenda?

A resposta: NÃO!

O Inciso II do Parágrafo 4º do Artigo 60 da Constituição define:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

Assim, não se pode mudar a periodicidade da eleição no curso do... período! É o que quer dizer esse inciso. E se trata de uma cláusula pétrea.

Que Caetano Veloso, Wagner Mora e "ozartistas" queiram brincar de eleição direta, dizer o quê? Essa gente adora opinar do alto da ignorância. Mas não uma diretora de uma faculdade de direito.

Afinal, como diz a doutora, "Se a gente começar a ceifar as instituições, aí não tem mais saída institucional. Vamos para a rua, vamos para o braço, vamos sei lá fazer o quê".
Herculano
30/05/2017 07:26
PT INCORPORA REFORMA DE AÉCIO, QUE PERDEU FORÇA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Deputados começam a discutir e votar nesta terça (30), em comissão especial, parecer à emenda constitucional que altera regras eleitorais, o sistema eleitoral e o financiamento de campanhas. A novidade é que pontos de uma outra PEC, de autoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), podem ser incorporados ao relatório de Vicente Cândido (PT-SP). A PEC tucana perdeu força após a delação de Joesley Batista e JBS.

MURCHOU
A delação de Joesley JBS complicou, na Câmara, a PEC de Aécio, já aprovada no Senado, que proíbe coligações e cria cláusula de barreira.

REFORMA DA CÂMARA
A reforma da Câmara trata, à parte, do rito de projetos de iniciativa popular, prazos de desincompatibilização e registros de candidatura.

TEMAS POLÊMICOS
Deputados querem deixar "para depois" mudanças mais radicais no sistema eleitoral, como voto em lista, voto distrital e financiamento.

AGORA VAI PARAR
A PEC da reforma política de autoria de Aécio está mais adiantada que a reforma da Câmara: até já foi aprovada em dois turnos no Senado.

JURISTA DIZ QUE ACORDOS DE LENIÊNCIA SÃO ILEGAIS
Um dos juristas mais admirados do País, Modesto Carvalhosa, afirmou ontem que são "mancos" e completamente ilegais acordos de leniência celebrados no Brasil. A lei só prevê o benefício à primeira empresa que denuncia, por exemplo, um esquema de cartel para fraudar licitações. Especialista em Direito Comercial, Carvalhosa lembra que a lei impõe outros órgãos na negociação do acordo, além do Ministério Público.

ALGUÉM SABIA DISSO?
Carvalhosa esclareceu que a lei proíbe a extensão dos benefícios do acordo de leniência ao presidente e/ou controlador da empresa.

UM ANTICANDIDATO
Estimulado por amigos e admiradores, Carvalhosa se dispõe a disputar a presidência, pela via indireta. "Sou um anticandidato", reconhece.

FIM DO FISIOLOGISMO
Como "anticandidato", Carvalhosa quer extinguir cargos de confiança e conclamar deputados e senadores a fazerem o melhor deles pelo País.

OUTRO ACORDO
O acordo de leniência do momento, negociado pelo Ministério Público Federal, prevê o pagamento R$ 10,9 bilhões de multa pela J&F, equivalentes a 6% do seu faturamento anual, ao longo de 13 anos.

PEGOU BEM
A impressão geral em Brasília, sobretudo entre magistrados, é que a escolha de Torquato Neto para o Ministério da Justiça foi altamente positiva para o governo. Ele é respeitado junto aos tribunais superiores.

TEMA 'INTERNA CORPORIS'
Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou mandado de segurança impetrado pelo deputado Marcelo Dias (PR-MG), em que pedia a suspensão da tramitação da PEC da Vaquejada.

SEM IMPRESSIONAR
O senador Telmário Mota (PTB-RR) fez um candente discurso em defesa de eleições diretas e gerais. Disse até que está disposto a abrir mão do próprio mandato. Os colegas não pareceram impressionados.

PAÚRA DE MORO
A defesa de Lula reclamou da decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, de mandar a delação da JBS sobre o ex-presidente para Sérgio Moro.

'SUPERJUIZ' EM PORTUGAL
Recebido em Portugal como "superjuiz", Sérgio Moro participa nesta terça do Estoril Conferences, ao lado celebridades como Antonio Di Pietro (Operação Mãos Limpas, da Itália) e do célebre juiz espanhol Baltasar Garzón, que atua na defesa de Julian Assange, do Wikileaks.

DOIS PESOS
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) criticou Michel Temer por chamar o Exército após o badernaço que invadiu e destruiu prédios públicos e feriu pessoas. Na eleição 2016, ele pediu do próprio Temer segurança com forças federais em São Luís e outros 75 municípios.

CULPA DO MENSAGEIRO
Em mais um discurso lido, a senadora Fátima Bezerra (RN) aproveitou o plenário vazio para atribuir à imprensa a "criminalização" do PT, e não à roubalheira na Petrobras revelada pela Operação Lava Jato.

PERGUNTA PARA A EX
Depois de empreiteiras financiarem o Instituto FHC e o Instituto Lula, quem vai bancar o Instituto Dilma?
Herculano
30/05/2017 07:22
O CONSERVADORISMO TENTA PRESERVAR O VÁLIDO COM INSTRUMENTOS TANGÍVEIS, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, no jornal Folha de S. Paulo

Era uma vez..." faz parte das histórias infantis. Mas o que acontece em política quando essa nostalgia de infância sequestra os melhores espíritos?

Esse é o tema do mais importante livro que li até ao momento neste ano. Foi escrito por Mark Lilla e o título é "The Shipwrecked Mind", qualquer coisa como "a mente naufragada".

Mark Lilla é, como dizem os portugueses, "muito lá de casa". O seu "The Reckless Mind", nunca editado no Brasil, é uma análise brilhante sobre o namoro grotesco dos intelectuais com o totalitarismo.

Angelo Abu/Folhapress

O seu "The Stillborn God", igualmente por editar, é um dos melhores tratados recentes sobre "a grande separação": a forma como política e religião disseram adeus nos alvores da modernidade, permitindo a emergência do Estado secular moderno (e democrático).

E os ensaios de Lilla no "The New York Review of Books" são provavelmente a principal razão por que continuo a ler o jornal.

Mas "The Shipwrecked Mind" é um livro superior, apesar de breve, porque oferece uma chave de leitura sofisticada para entender o pensamento reacionário.

Escreve Lilla que o pensamento revolucionário sempre teve os seus exegetas. Mas a "reação" sempre foi desprezada pelos eruditos.

Um erro. O apelo do "era uma vez..." é hoje mais forte do que nunca. Não apenas porque encontramos várias expressões reacionárias na política moderna -do islã à Europa, sem esquecer os Estados Unidos- mas porque existe uma superioridade teórica da reação sobre a revolução. O revolucionário pode desiludir as esperanças dos crentes. O reacionário, nunca. A nostalgia, escreve Lilla, é irrefutável.

Eis a essência do pensamento reacionário: a crença de que exista um passado -próximo ou distante, pouco importa- em que as misérias do presente (pobreza, insegurança, competição etc.) não existiam.

Isso é válido para políticos como Donald Trump ou Marine Le Pen; mas a grande originalidade de Lilla está em mostrar como a nostalgia do "era uma vez..." formou e deformou vários pensadores "conservadores". Nomes grandes, como Leo Strauss, ou bem pequenos, como Éric Zemmour, sempre procuraram no passado o paraíso perdido -e, no presente, o paraíso reencontrado.

Todos eles comungam essa "mente naufragada": a consciência aguda de que, algures na história, o reto caminho se perdeu. Radicalmente nostálgicos, eles são incapazes de pensar a modernidade, exceto para a condenar. Como Dom Quixote, eles lutam perpetuamente contra "a natureza do tempo".

Citei Dom Quixote porque as melhores páginas do livro pertencem a ele. O Cavaleiro da Triste Figura é o reacionário "par excellence": enlouquecido pelos romances de cavalaria, ele veste a armadura e empunha as armas porque não compreende que o passado é passado.

Dom Quixote é um homem sem ironia. Porque só a ironia -"a armadura dos lúcidos", na feliz expressão de Lilla- permite aos homens acomodar o abismo entre o real e o ideal; entre o que existe e o que deveria existir.

Nos últimos meses, tenho recebido vários e-mails de indignação e repulsa. Motivo? Minhas condenações de Trump ou Le Pen. Como é possível, perguntam os meus ex-leitores, ser conservador e não tolerar essas duas tristes figuras?

Alguns, com ironia, exigem a devolução do dinheiro que pagaram pelo meu livro "As Ideias Conservadoras". Curiosamente, nenhum deles leu o subtítulo: "Explicadas a Revolucionários e Reacionários".

Não há nada de conservador em Trump ou Le Pen. Ambos são exemplos vivos da "mente naufragada". Ambos defendem um passado -de proteção econômica, fechamento nacional e isolamento internacional- que nunca existiu como modelo de perfeição.

São reacionários porque incapazes de pensar os problemas do presente sem recorrer ao "era uma vez..." que é típico de crianças, não de adultos.

O conservadorismo é uma ideologia de imperfeição humana, não de arrogância epistemológica. É uma ideologia que procura preservar o que é válido no presente recorrendo aos instrumentos tangíveis desse presente -e não a fantasias sobre o passado.

Perdi leitores, mas é provável que alguns tenham ficado no barco. Bem-vindos. Até porque a "mente naufragada" está, ela própria, condenada ao naufrágio.
Herculano
30/05/2017 07:19
TUCANATO PERDE O DISCURSO E O SENSO DO RIDÍCULO, por Josias de Souza

A reação do tucanato à crise que engolfa Michel Temer transformou o ninho em motivo de piada. Uma das principais lideranças governistas no Congresso diverte deputados e senadores traçando uma analogia entre os tucanos e um português de anedota. Sorriso nos lábios, o apologista da administração Temer conta assim a piada luso-tucana:

Rodrigo Capote/UOL"Os bombeiros entraram num prédio incendiado, para verificar os destroços. Encontraram um português morto. Estava de cabeça para baixo, com o dedo indicador apontando para um dos cantos do cômodo. Ao lado da vítima, um extintor e uma placa com a seguinte instrução: 'Em caso de incêndio, vire para baixo e aponte para a chama'. Atordoado com as labaredas que consomem a gestão Temer, o PSDB imita o português. O partido já virou de ponta-cabeça. Só falta decidir para que lado vai apontar o bico."

Desde que explodiu a delação do Grupo JBS, de Joesley Batista, a cúpula do PSDB ensaia um rompimento com o governo. Viria depois das explicações de Temer. Foi adiado para depois da decisão do STF sobre a integridade do áudio com a voz do presidente. Foi protelado para depois da decisão do TSE sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer?

Na noite desta segunda-feira, os grão-tucanos Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati reuniram-se com Michel Temer e o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) num hotel de luxo em São Paulo. "Foi uma conversa boa e proveitosa. Conversa boa e capaz de nos garantir, a eles e a nós, que as reformas passarão", disse Moreira Franco. Falou-se sobre "caminhos para o futuro".

O encontro irritou parte da bancada do PSDB na Câmara.

FolhapressOs deputados tucanos estavam a ponto de explodir na semana passada. Foram contidos pelo senador Tasso Jereissati (CE), que assumiu a presidência da legenda depois que Aécio Neves foi fisgado pelo autogrampo do delator Joesley. Dias depois de pedir calma aos deputados, Tasso abusou da paciência dos correligionários ao tomar parte do conciliábulo paulista. "Além de não romper, estamos fazendo novos acordos com Temer", queixou-se um deputado tucano.

A bancada do PSDB na Câmara voltou a ferver. E o tucanato flerta com a divisão interna. Depois de escalar o muro, seu habitat natural, os tucanos correm o risco de descer de lados diferentes.

Paradoxalmente, o PSDB frequenta a crise como autor das ações que podem levar à cassação de Temer e como principal fiador do governo do primeiro presidente da história a ser investigado no cargo pelos crimes de corrupção, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa.

Temer tira proveito do desentendimento do PSDB consigo mesmo e com o DEM, para esticar um governo em estado terminal. Com Temer no Planalto, o tucanato é força auxiliar do PMDB. Sem ele, pode virar coadjuvante do DEM, pois o 'demo' Rodrigo Maia, presidente da Câmara é, no momento, o favorito numa eventual eleição indireta para a escolha do substituto de Temer.

Num dos trechos da gravação que registra a conversa desqualificada que manteve com o dono da JBS, o senador Aécio Neves disse que o PSDB representou no TSE contra a chapa Dilma-Temer apenas para "encher o saco do PT." Dilma foi enviada mais cedo para casa. E Aécio, depois de se tornar o fiador da aliança do PSDB com Temer, apodrece junto com o aliado em praça pública.

Com suas principais lideranças tisnadas pela Lava Jato ?"além de Aécio, ardem no caldeirão Geraldo Alckmin e José Serra?" o PSDB perdeu a hora do rompimento com Temer e o discurso da moralidade. A distância entre as ameaças de desembarque e sua concretização impõe à situação uma certa ponderabilidade cômica. De ponta-cabeça, o tucanato não sabe em que direção deve apontar. Perdeu o rumo e o senso de ridículo.
Herculano
30/05/2017 07:17
DEBATE PÚBLICO DEVERIA SAIR DO TRIBALISMO, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, no jornal Folha de S. Paulo.

Não sei vocês, mas a minha vida nas redes sociais está cada dia mais infernal. A polarização não dá trégua. Para cada novo tema - que não dura mais do que três dias?" uma torrente de textos para os dois lados. O tema da vez é a manifestação das "Diretas-Já" (ou seria "Volta Lula"?) no Rio. Foi sucesso ou fracasso? Ninguém sabe e todos têm certeza.

Não chegamos aos excessos partidários de nossos vizinhos hispânicos e nem somos como os EUA, em que a divisão é tão profunda que muitos eleitores nem sequer conhecem alguém do partido rival. Mas deu para sentir que o clima mudou e segue se acirrando.

Eu gostaria de ver o debate público sair do tribalismo e desconfio que não sou o único. É o que indica, por exemplo, a Diretoria de Análises de Políticas Públicas (DAPP) da FGV-SP : há um grande contingente de usuários de redes sociais (cerca de 32%) que compartilham temas políticos mas não se alinham a um dos dois lados. E isso para não falar daqueles que não discutem política nas redes. Nem só de eleição vive o homem.

O grosso da população brasileira não é ideológico e tem pouca fidelidade partidária. Por isso sempre escapamos de guerras civis e revoluções. Estamos é fartos dos políticos e partidos de sempre. A maioria não é socialista nem liberal. Quer, simplesmente, um Brasil que funcione.

Em outras palavras, quer o exato oposto do que temos: um Estado ingerente, corrupto e mandão, que escolhia campeões nacionais (Odebrecht, Grupo X, Oi, JBS"¦) e os subsidiava com crédito barato e isenções fiscais, enquanto o resto vivia em um inferno fiscal, trabalhista e burocrático. Que fez obras faraônicas que destruíram a economia e o meio ambiente, mas na educação e no saneamento básico nem tocou. Quebrou gastando mal.

Para além das mistificações, o Estado é um prestador de serviços. Ele não precisa responder a nossos anseios existenciais; precisa fazer valer o dinheiro dos nossos impostos. E aqui há consenso: recebemos muito menos do que pagamos. O tamanho ideal do Estado é algo a se discutir; o indiscutível é que daria para fazer muito mais com o que se tem.

Para isso, temos que focar recursos na base de nossa pirâmide social e acabar com transferências de renda que beneficiam os mais ricos: bolsa empresário e isenções fiscais, funcionalismo público privilegiado, universidade de graça para os filhos da elite econômica etc.

Nossos impostos ?"mantendo a carga atual?" poderiam ser mais simples (o Brasil é o recordista mundial no tempo que uma empresa gasta para calcular e pagar seus impostos) e mais bem distribuídos: não é aceitável que os ricos paguem uma parcela menor da sua renda em impostos do que os pobres. Corrigir isso por si só já traria ganhos sociais e econômicos.

Ao mesmo tempo, é preciso crescer. E, para isso, a economia precisa ser mais dinâmica e aberta ao mundo, a propriedade privada mais bem assegurada e a criação de valor menos sabotada por regulamentações e incerteza jurídica.

Um Estado eficiente, que foque recursos em quem precisa e que mantenha um ambiente livre para a geração de valor, reconhecendo a primazia dos indivíduos na construção de seu próprio destino e fazendo jus, finalmente, ao caráter empreendedor de nossa população. Aí sim teremos um Brasil maior do que coxinhas e petralhas
Rádio Corredor
30/05/2017 06:35
Esta administração do PMDB não iria demorar para meter os pés pelas mãos,houve-se pelos corredores da prefeitura que na secretaria de Obras existe uma senhora trabalhando em serviços burocráticos e administrativo.Até aí tudo bem,só que a mesma não foi contratada pela Prefeitura e sim por uma prestadora de serviços para a Prefeitura (Empreiteira).Pior parte da imprensa sabe do ocorrido e nada,é pra quebrar...
Roberto Sombrio
29/05/2017 23:32
Oi, Herculano.

Realmente não existe um salvador da pátria e nem estou procurando um.
No entanto se a Constituição que aí está não é respeitada (na verdade não se dá ao respeito), pois admite tudo, permite tudo e não tem ponto final, então que venha Bolsonaro.
Se eu tenho que trabalhar, porque os vagabundos não trabalham. Porque tenho que pagar duas vezes pelo sustento de bandidos presos? Primeiro para manter o sistema e segundo para sustentar a família do preso para que não se sinta rejeitada? Porque tenho que ver pessoa morrendo nas filas do SUS? Porque tenho que ver hipócritas criticando as ações do governo de São Paulo com os usuários de craque, dizendo que devem ser respeitados? O que é mais importante, mais humano e que seja o mínimo de amor para com o próximo? Que sejam ajudados a deixar a droga ou que sejam deixados em um espaço sem ser incomodados minguando e sofrendo até a morte?
Povo burro, pateta, cretino, país babaca, gente falsa, covarde que se preocupa mais com WhatsApp do que com a educação de seus filhos. Para que uma Constituição se o cara abusa de uma criança de 3 anos e todos fecham os olhos? Para que uma Constituição se o prefeito inaugura uma ponte inacabada sem se preocupar com a morte do próximo? Para que uma Constituição se os vereadores compram e aceitam frigobar apenas para refrescarem suas frustrações?
Vão se catar gente! Quando vão acordar para a realidade?
A diferença entre o descobrimento do Brasil e USA é de apenas 8 anos e o Brasil não cresce, apenas porque não quer crescer, simples assim. Tem quem quer ficar infantil e idiota para o resto da vida.

Está certíssimo J.R. Guzzo da revista veja.
Herculano
29/05/2017 19:08
TEMER PLANEJA FICAR NO CARGO POR PELO MENOS QUATRO MESES, MESMO SE FOR CASSADO NO TSE

Conteúdo do jornal O Globo. Texto de Cristiane Jungblut, da sucursal de Brasília. O presidente Michel Temer definiu uma estratégia jurídica para tentar ter um desfecho favorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e traçou diferentes cenários nos quais pode permanecer no cargo por pelo menos 120 dias. O primeiro passo foi tentar devolver ao Ministério da Justiça o status perdido, com a escolha do jurista Torquato Jardim para comandar a Pasta. O Planalto avalia que o respaldo do jurista e especialista Torquato Jardim resulte num ambiente mais favorável no TSE, onde Temer já tem aliados. Torquato é muito respeitado no setor jurídico e foi advogado de vários partidos em questões eleitorais. Em caso de cassação da chapa vencedora da eleição de 2014 e do mandato do presidente, Temer ganharia tempo com vários recursos e contaria com uma demora na decisão de chamar eleições indiretas.

Aliados dizem que estão surpresos com a "firmeza" de Temer, que adotou um linguajar até mais enfático, ao contrário da cortesia de sempre. O próprio Temer é jurista e conhece todos os ministros do TSE e do STF.

Nos encontros, Temer disse que vai recorrer, ou seja, usar de todos os meios jurídicos à disposição.

- Essa situação pode levar uns 120 dias. E o Temer disse que é sim um democrata e que vai afirmar democraticamente os direitos de presidente - disse um aliado que esteve no Palácio do Jaburu.

O Planalto aposta que o julgamento da chapa Dilma-Temer, marcado para o próximo dia 6, não vai terminar até o dia 8, conforme a previsão inicial. Há ainda a expectativa de que ministros peçam vista, apesar da pressão política por um desfecho rápido. Um dos ministros avaliou que o caso é "muito difícil e complexo" e que não se pode prever o que vai acontecer.

A declaração do presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, de que o Tribunal não resolve crises políticas não foi visto como um ultimato. O planalto avalia que Gilmar deixou claro que a questão será decidida "juridicamente" e não com base em pressões políticas. E, no campo jurídico, Temer acredita ter armas.

Além disso, Temer gostaria de ganhar tempo para definir a sucessão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

ELEIÇÕES INDIRETAS

No caso de Temer perder o mandato, as eleições indiretas serão comandadas pelo presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (CE). E, neste caso, a avaliação do Planalto é de que há vácuos na lei. Acreditam que não é certo que a eleição será bicameral (Câmara primeiro e Senado depois). A um aliado, Eunício disse que não há regras e que ele terá que definí-las. O presidente do Congresso esteve com Temer no sábado, em encontro reservado, depois do ex-presidente José Sarney, e viajou no domingo ao lado do presidente para Alagoas e Pernambuco para ver os estragos das chuvas.

Eunício tem adotado o discurso de que atua para aprovar as reformas do país e não de Temer. Isso para tentar manter uma postura institucional se tiver que comandar um processo de eleição indireta. Quando perguntado sobre isso, "Eunício dispara: só falo sobre esse assunto se houver vacância do cargo"
Herculano
29/05/2017 19:03
"MANIFESTINHA": POR QUE OS BLACK BLOCS NÃO APARECERAM NO EVENTO DA ESQUERDA EM COPA?, por Rodrigo Constatino, do Instituto Liberal

Todos vimos chocados as cenas de violência e terrorismo daquela "manifestação" quarta-feira passada em Brasília, onde vândalos e marginais liderados pela extrema-esquerda tocaram o terror, quebraram tudo, lançaram rojões em policiais e até gatinhos pela janela, tudo para tentar impedir no grito o fim do imposto sindical que sustenta essa cambada de vagabundos.

Cheguei a questionar: por que não vimos esses black blocs "infiltrados" nas manifestações populares que levaram milhões às ruas pelo impeachment de Dilma? Os eventos organizados pelo MBL e o Vem Pra Rua foram exemplos de manifestações pacíficas, com famílias inteiras segurando a bandeira do Brasil e clamando por Justiça. Nada parecido com as cenas criminosas dos eventos da CUT, UNE, MST e PT.

Mas os black blocs também não foram na "manifestinha", como ficou conhecida a "manifestação" organizada pela esquerda caviar neste domingo em Copacabana, para pedir "Diretas Já" (medida inconstitucional). Por que será? Por que os marginais controlados por essa patota não deram as caras na reuniãozinha da MPB? Quem comentou com ironia essa "estranha" ausência foi Guilherme Fiuza.

Mortadelas Presunçosas Brasileiras: gostei, uma boa definição para MPB. Quando eles fazem as "manifestinhas" deles (e se os próprios organizadores falaram em 15 mil, podem ter certeza que não passaram de 5 mil gatos pingados, mesmo com showzinho grátis e selfie com artistas globais), aí seus camaradas mascarados não podem ir, pois é preciso manter as aparências de civilização e democracia.

A esquerda caviar formada pelos "intelectuais" socialistas e os artistas engajados não pode sair de sua bolha, de seu mundo encantado, e essa gente só aprecia mesmo a "violência revolucionária" de longe, pela Globo News, com aqueles comentários esdrúxulos de "especialistas" que justificam a violência dos "manifestantes".

Se as lideranças do PSOL e do PT liberassem seus cães raivosos "adestrados" para participar da farra, seria um caos: os rebeldes Toddyinho, fãs de Gregorio Duvivier (há maluco para tudo nesse mundo), voltariam para casa chorando pelo iPhone roubado. Veja Caetano Veloso, por exemplo, com os "revolucionários Coca-Cola"

Que falta de simancol leva um septuagenário feito Caetano a esse papelão? Bancar o revolucionário em prol da "justiça social" com essa idade, ao lado de criminosos como Guilherme Boulos, líder do MTST? É realmente não ter noção do ridículo. É o cúmulo da patetice.

Essa turminha, que hibernava durante os escândalos de corrupção do PT, e que mesmo agora parece ter tido problema no ouvido quando Joesley Batista falou dos $150 milhões pagos a Lula e Dilma no exterior, ainda tenta bancar a democrata rebelde contra os corruptos golpistas? Sério? Não percebeu ainda que a narrativa não engana mais quase ninguém, só esses 5 mil alienados mesmo?

Sobre os abusos criminosos cometidos na outra "manifestação" da extrema-esquerda, aquela mais "hard core" (ou raiz, para usar a distinção da moda, já que essa "manifestinha" foi totalmente Nutella), o economista Paulo Guedes já resumiu bem o que deve ser feito em sua coluna de hoje

A quebradeira nas manifestações de rua em Brasília e a belicosidade em sua atuação no Congresso sugerem uma incapacidade das oposições em conviver com derrotas parlamentares, que são da própria essência da vida democrática. Podem ser contra uma reforma previdenciária, fundamental à recuperação das finanças públicas. Podem também estar contra uma reforma trabalhista que permita atenuar o flagelo do desemprego em massa. Mas não podem fazer prevalecer suas opiniões à base de arruaças, violência e depredações.

O Brasil não quer mais ser uma república das bananas. A classe política não pode estar acima das leis e, se acha que pode, não deve dormir em paz. O despertar do Poder Judiciário anuncia novos tempos. O julgamento da História começa a se esboçar.

[?]

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, deve agora resgatar sua promessa de posse: cumprir a agenda de reformas econômicas. Os partidos da base de sustentação parlamentar governista devem fechar questão pela aprovação dessas reformas, antes que o país retorne à rota do caos venezuelano em que estava. As doações de Joesley Batista a Lula, Dilma, Temer, Aécio e outros são agora problemas do Ministério Público, da Polícia Federal, do Tribunal Superior Eleitoral e do STF. A República espera que cada instituição cumpra seu dever.

O professor Denis Rosenfield foi ainda mais enfático e duro em sua coluna de hoje:

Vivemos uma situação única, e particularmente explosiva, pois, após a captura do Estado pelo aparelho lulopetista e aliados, com a corrupção tendo se infiltrando decisivamente no sistema político-partidário, as regras democráticas começaram a servir aos mais distintos propósitos. Por exemplo, as manifestações são apresentadas como "pacíficas", próprias a um regime democrático, quando visam, na verdade, a enfraquecer ainda mais a democracia por intermédio da violência.

Que não se venha repetir a patranha de sempre, a saber, que as manifestações são pacíficas, porém "infiltradas" pelos black blocs. Todas as manifestações da esquerda são acompanhadas pela violência, o que não acontece com as organizadas pelo MBL, Vem Para a Rua e outros movimentos, que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma. Tanto são os vândalos acobertados que, mascarados e com bombas caseiras, são defendidos pelos mesmos grupos de esquerda que organizam estas manifestações.

São, também, defendidos por advogados da mesma esquerda, que se autointitulam "democratas" e defensores dos "direitos humanos". Na Câmara dos Deputados e no Senado, são apoiados por parlamentares que, nestas Casas, têm introduzido a baderna enquanto meio de paralisação dos trabalhos parlamentares. Reproduzem o mesmo estilo de atuação, que toma a democracia para subvertê-la.

Segundo Rosenfield, Michel Temer não tinha outra alternativa senão convocar as Forças Armadas para restabelecer a ordem, e se não o fizesse, "não estaria exercendo a autoridade que lhe confere a Constituição".

Essa turma que se diz democrata e defende até o regime bolivariano não tem apreço algum pela democracia de fato. "O Estado foi tomado de assalto e os invasores apresentam-se como democratas", resume o autor.

Os black blocs só não foram na "manifestinha" deste domingo, portanto, em nome das aparências, da imagem, da farsa democrática desses que, no fundo, possuem uma essência totalitária e autoritária. Eles não condenam Maduro e sua repressão violenta que já matou centenas na Venezuela. Eles não condenam os mascarados que quebraram tudo em Brasília. Eles apenas sabem quando seus "soldados" devem e quando não devem surgir em cena, de acordo com os interesses.

Respondendo, então, à pergunta do título: ora, porque os líderes não convocaram seus animais treinados para quebrar tudo nesse dia, já que era preciso manter a farsa perante a esquerda caviar. O PT e o PSOL controlam um botão de "on/off" desses "movimentos sociais" como o MTST e o MST, e assim que acionam o "on", aparecem os marginais "infiltrados" para depredar tudo. Depois eles apertam o "off" e fazem discursos golpistas com a máscara de democratas, para o pessoal riquinho e alienado da zona sul carioca. Não é fofo?
Herculano
29/05/2017 18:40
UM ERRO RENOVADO, editorial do jornal O Globo

Em 40 anos, o Brasil cometeu duas vezes o mesmo equívoco de se fechar ainda mais

Há uma compreensível aliança entre profissionais e empresários que dependem de encomendas de estatais, de bens e serviços, em favor de reservas de mercado, de medidas protecionistas que os protejam da concorrência externa. Barreiras desse tipo são quase uma constante na história da industrialização brasileira. Mesmo quando são barreiras naturais, pela falta de divisas.

O uso do enorme poder de compra da Petrobras, a maior das empresas públicas, grande mesmo em escala mundial, exerce irresistível sedução sobre governos. Se ele for nacionalista, de "direita" ou "esquerda", é quase certo que aderirá a políticas deste tipo.

Nas últimas quatro décadas, o país viveu duas vezes a experiência, mas de sinal ideológico trocado: com a ditadura militar, e na fase nacional-populista do PT, a partir do final do primeiro governo Lula, quando a então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff ocupou a Casa Civil, no lugar de José Dirceu, abatido pelo mensalão.

Os resultados foram negativos. Na era Geisel, na ditadura, foi lançado amplo programa para substituir compras no exterior de máquinas, equipamentos e insumos básicos. Projetos nos setores de petróleo, petroquímica e siderurgia serviram de alavanca para gerar encomendas ao mercado interno. No lulopetismo, a Petrobras foi a âncora de um projeto com o mesmo objetivo: exigir índices elevados de nacionalização para os equipamentos encomendados a partir de projetos gerados principalmente em torno da atividade de exploração da Petrobras e grupos associados. Inclusive navios.

Nos dois casos, o BNDES foi o principal financiador do programa. Amplia-se a produção dos bens e serviços protegidos pela reserva de mercado, multiplicam-se empregos, cresce o subsídio do Tesouro, sempre de forma pouco transparente para a sociedade, embutido em juros camaradas, mas vem a inflação, o quadro fiscal desanda e tudo desinfla em escombros.

No caso da era Geisel ?" quando as contas públicas, além de não serem expostas de forma clara, eram mascaradas pela inflação ?", o segundo choque do petróleo, sem que o país fizesse o ajuste devido ?" éramos a "ilha de paz e prosperidade" ?", acelerou a debacle. A conta dos subsídios, jamais conhecida ao certo, ficou embutida na dívida interna, para o contribuinte pagar, também na forma de hiperinflação.

Na experiência lulopetista, com inflação em alta, porém mais baixa que na era Geisel, e sem correção monetária, foi mais fácil detectar o efeito do aumento de custos sobre Petrobras e petroleiras em geral, decorrente da reserva de mercado radical. Com razão essas empresas reclamaram. O crime de responsabilidade de Dilma, no campo fiscal, levou-a ao impeachment e abriu caminho para se começar a remover esses entulhos.

A torcida é para que se tenha aprendido que, sem investimentos no aperfeiçoamento da mão de obra, em tecnologia e a abertura para o mundo, segmentos da indústria brasileira não ganharão eficiência. O sonho da autossuficiência em tudo acabou com o avanço da globalização. Que não se repita pela terceira vez o mesmo erro.
Herculano
29/05/2017 18:37
PARA QUEM CULTUA FETICHES TRABALHISTAS, por Odemiro Fonseca, empresário, no jornal O Globo

Quando acima de 65% trabalham, sobem arrecadações e diminuem demandas sociais. Legislações trabalhistas e previdenciárias do sul da Europa faliram todos governos

Há um quarto de século Hamish McRae foi otimista em seu "O mundo em 2020". Mas preocupava-se sobre potencial conflito nas sociedades com baixo crescimento, sem geração de empregos, grupos de interesse entrincheirados e envelhecimento causando crescentes gastos com previdência e saúde.

McRae nos acertou. Estamos agora tentando resolver um problema agudo de impostos sobre o trabalho e injustiças previdenciárias. Agonizamos por reformas.

O moral objetivo de tais reformas é o de permitir que pelo menos 65% dos brasileiros possam trabalhar. Hoje temos 40 milhões de brasileiros que não conseguem trabalho. São os desempregados e os desalentados. Só temos 39 milhões de carteiras assinadas. Principalmente os jovens vivem de bico.

Quando acima de 65% de uma população trabalham, aumentam arrecadações e diminuem as demandas sociais. As legislações trabalhistas e previdenciárias do sul da Europa faliram todos governos, de Portugal à Grécia. Perenizou-se desemprego acima de 12% e até 50% entre jovens. Gastam até 18% do PIB em aposentadorias. Os europeus do Norte têm desempregos muito baixos, e 70% da população trabalham até mais de 65 anos. Têm os melhores IDHs e taxas de felicidade. Não por coincidência, dez países do Norte Europeu estão entre os 15 mais fáceis de fazer negócios. Nós estamos na 123ª posição ("Doing Business 2017", Banco Mundial).

É muito caro assinar uma carteira. Não pelo salário levado pelo empregado, mas pelos impostos sobre o trabalho. Um dos fetiches trabalhistas é que os impostos sobre o trabalho "são pagos pelo empregador". Falso. Quem paga são os trabalhadores. Um trabalhador com carteira assinada por R$ 1.500 custa para o empregador três vezes mais, devido a custos compulsórios por lei, ou seja, impostos sobre o trabalho. Os chamados "encargos trabalhistas" subestimam seriamente o custo do trabalhador. É penoso que o trabalhador leve para casa um terço do que custa para o empregador. Os outros dois terços atingem de forma dramática os desempregados, desalentados e informais.

Pequeno grupo político entende o problema e parece que conseguirá importantes reformas. Serão reconhecidos. Mas, mesmo antes de 2020, teremos que continuar a aperfeiçoar as regras fiscais e burocráticas para trabalhar e se aposentar.

As reformas futuras terão que acabar com os impostos sobre o trabalho. Previdências por repartição (pay as you go) não têm futuro. Precisamos de mais gente trabalhando e mais poupança. Um único desconto compulsório de 11% sobre salários encaminhado para fundos de pensão seria um caminho. Simples, se todos os pagamentos salariais fossem pelo sistema bancário. E o trabalhador levaria para casa quase 90% do que custaria. E depois de 40 anos, o trabalhador teria um fundo que o manteria por mais 25 anos com 80% do recolhimento médio. A aposentaria pública seria paga por impostos gerais, para os que ficassem abaixo de parâmetros mínimos. Se 135 milhões de trabalhadores em média poupassem 170 reais mensais em fundos de pensões, tal poupança alcançaria 15% do PIB por ano. Sonho? Os chineses poupam 50%. Os indianos, mais de 30%. Ambos crescem mais de 7% ao ano há 25 anos.

McRae acertou outra: "As economias dinâmicas virão da Asia, alimentadas pela cultura de trabalho e poupança pessoal e a China se tornará a maior economia mundial". Na mosca. Há 15 anos, nossos indicadores de renda e pobreza eram muito melhores do que a China e Índia. A China nos passou, e a Índia está encostando. Será que estamos condenados à pobreza pela nossa cultura, como muitos argumentam? Seria doloroso concordar.
Herculano
29/05/2017 18:35
RENAN COMPRARA DELAÇÃO COM TORTURA

Conteúdo de O Antagonista. Em discurso agora na tribuna do Senado, Renan Calheiros argumenta que a delação premiada virou "política de estado, a exemplo da tortura na época da ditadura".

Renan está com medo, muito medo de não se eleger - e perder o foro privilegiado - no ano que vem.

O Globo:
"O presidente Michel Temer deu um ultimato para o caso do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido no Senado, que está fazendo duras críticas ao governo e contra as reformas. Temer disse ao ex-presidente José Sarney e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que não admitia mais o tom de Renan e que resolvessem o assunto até esta terça-feira, quando a bancada do Senado se reunirá. Irritado, Temer reclamou das palavras usadas por Renan contra ele e está disposto a demitir os aliados do senador caso ele mantenha esse tom."

Renan ocupa a tribuna do Senado neste momento.

Os senadores do PMDB, como já dissemos, se reunirão amanhã para decidir sobre a expulsão de Renan Calheiros da liderança.

Renan acredita, segundo o Estadão, que Michel Temer cairá antes de ele deixar a função no partido.
Herculano
29/05/2017 18:30
O AUTOR DA CRISE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou

A escassez de lideranças políticas no Brasil é tão grave que permite que alguém como o chefão petista Lula da Silva ainda apareça como um candidato viável à Presidência da República, mesmo sendo ele o responsável direto, em todos os aspectos, pela devastadora crise que o País atravessa.

A esta altura, já deveria estar claro para todos que a passagem de Lula pelo poder, seja pessoalmente, seja por meio de sua criatura desengonçada, Dilma Rousseff, ao longo de penosos 13 anos, deixou um rastro de destruição econômica, política e moral sem paralelo em nossa história. Mesmo assim, para pasmo dos que não estão hipnotizados pelo escancarado populismo lulopetista, o demiurgo de Garanhuns não só se apresenta novamente como postulante ao Palácio do Planalto, como saiu a dizer que "o PT mostrou como se faz para tirar o País da crise" e que, "se a elite não tem condição de consertar esse País, nós temos". Para coroar o cinismo, Lula também disse que "hoje o PT pode inclusive ensinar a combater a corrupção". Só se for fazendo engenharia reversa.

Não é possível que a sociedade civil continue inerte diante de tamanho descaramento. Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou.

Tudo o que de ruim se passa no Brasil converge para Lula, o cérebro por trás do descomunal esquema de corrupção que assaltou a Petrobrás, que loteou o BNDES para empresários camaradas, que desfalcou os fundos de pensão das estatais, que despejou bilhões em obras superfaturadas que muitas vezes nem saíram do papel e que abastardou a política parlamentar com pagamentos em dinheiro feitos em quartos de hotel em Brasília.

Lula também é o cérebro por trás da adulteração da democracia ocorrida na eleição de 2014, vencida por Dilma Rousseff à base de dinheiro desviado de estatais e de golpes abaixo da linha da cintura na campanha, dividindo o País em "nós" e "eles". Lula tem de ser igualmente responsabilizado pela catastrófica administração de Dilma, uma amadora que nos legou dois anos de recessão, a destruição do mercado de trabalho, a redução da renda, a ruína da imagem do Brasil no exterior e a perda de confiança dos brasileiros em geral no futuro do País.

Não bastasse essa extensa folha corrida, Lula é também o responsável pelo tumulto que o atual governo enfrenta, ao soltar seus mastins tanto para obstruir os trabalhos do Congresso na base até mesmo da violência física, impedindo-o de votar medidas importantes para o País, como para estimular confrontos com as forças de segurança em manifestações, com o objetivo de provocar a reação policial e, assim, transformar baderneiros em "vítimas da repressão". Enquanto isso, os lulopetistas saem a vociferar por aí que o presidente Michel Temer foi "autoritário" ao convocar as Forças Armadas para garantir a segurança de Ministérios incendiados por essa turba. Houve até mesmo quem acusasse Temer de pretender restabelecer a ditadura.

Para Lula, tudo é mero cálculo político, ainda que, na sua matemática destrutiva, o País seja o grande prejudicado. Sua estratégia nefasta envenena o debate político, conduzindo-o para a demagogia barata, a irresponsabilidade e o açodamento. No momento em que o País tinha de estar inteiramente dedicado à discussão adulta de saídas para a crise, Lula empesteia o ambiente com suas lorotas caça-votos. "O PT ensinou como faz: é só criar milhões de empregos e aumentar salários", discursou ele há alguns dias, em recente evento de sua campanha eleitoral fora de hora. Em outra oportunidade, jactou-se: "Se tem uma coisa que eu sei fazer na vida é cuidar das pessoas mais humildes, é incluir o pobre no Orçamento". Para ele, o governo de Michel Temer "está destruindo a vida do brasileiro", pois "a renda está caindo, não tem emprego e, o que é pior, o povo não tem esperança".

É esse homem que, ademais de ter seis inquéritos policiais nas costas, pretende voltar a governar o Brasil. Que Deus ?" ou a Justiça ?" nos livre de tamanha desgraça.
Herculano
29/05/2017 18:27
IDIOTAS DA TECNOLOGIA SE JULGAM LIVRES PORQUE TRABALHAM USANDO WHATSAPP, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

A primeira vez que ouvi a expressão "cansaço dos materiais", de um amigo engenheiro, me pareceu muito peculiar, uma vez que significa que pontes, cimento, prédios, ferros se cansam. Se eles, que são indestrutíveis, se cansam, que dirá nós.

Achei, com o tempo, que se tratava de uma expressão de rara elegância. Até os átomos ficam de saco cheio de viver na função de ser átomo. Uma ponte cansa de ser ponte, um prédio de ser prédio, uma viga de ferro de ser viga de ferro. Pareceu-me ser este cansaço indício de que exista um Deus. E que os materiais foram feitos também à sua imagem e semelhança. E que não haveria um Deus mais sincero do que um Deus cansado do que criou.

Somos um mundo fadado ao cansaço, mas sem direito a ele. O imperativo do sucesso é a prova de que nosso mundo está condenado. O simples fato de que o normal, esperado e necessário, é o crescimento econômico eterno já nos devia fazer duvidar do que fazemos todo dia.

Você é uma daquelas pessoas que pensam ter resolvido esse problema só porque tem tempo de ir a pé para o trabalho? Ou come sem pressa de manhã porque esse hábito em nada vai alterar sua capacidade de consumo? Bem, se você for uma dessas pessoas, ou é rica ou não tem qualquer possibilidade de sobreviver (e nesse caso não estaria me lendo nesse exato instante, estaria passando fome em algum lugar), ou vive só com muito pouco e jamais deixará de ser só porque faz parte da cultura single (hoje em dia o marketing dá nomes em inglês para justificar seus custos, tipo "cozinhar em casa" virou "comida comfort"), ou seu pai paga pra você não ter pressa de manhã e você fará duas pós-graduações, uma em Nova York e outra em Barcelona.

Não há saída dessa economia non-stop. Quer saber por que não há saída? É fácil descobrir. Venha comigo. Quem pode abrir mão de wi-fi, cultura mobile, Airbnb, aviões cada vez mais seguros, direitos civis cada vez mais definidos, hospitais cada vez mais equipados, exames laboratoriais cada vez mais precisos, Netflix, gente fácil pra fazer sexo sem encher o saco depois, bikes cada vez mais leves, crianças cada vez mais caras e da cidade de Gonçalves como paradigma de gente bacana, tolerante e cool (esse tipo de gente custa muito caro)?

Ninguém abrirá mão dessas coisas, e muitas outras ?"a lista é interminável e cansativa, então não vou insistir nela.

Nunca houve na Terra uma geração de jovens mais cansada e sem futuro. Claro que falam muito deles como estrelas high-tech. Uma mistura de high-tech com sensibilidade vegana. Pais babam quando bebês colocam os dedinhos na tela do iPhone 7 e sorriem. Como são inteligentes esses pequenos!

Ouço constantemente de jovens que eles são narcisistas, intolerantes com pessoas reais (e tolerantes com rúculas, baleias e crianças na África), ansiosos e arrogantes porque nós lhes legamos um mundo em chamas. Um mercado de trabalho incerto os acompanha há algum tempo. Alguns idiotas da tecnologia acham que o Chatbot fará um mundo melhor graças a sua brilhante inteligência artificial. O novo gozo é com o "algoritmo", mas o que ele vai fazer mesmo é destruir empregos na velocidade da luz. Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo.

Mas como escapar dessa economia frenética, se o Waze e o Uber são formas de algoritmo, e se sem esses dois as pessoas bacanas não existem? E temos que criar algoritmos cada vez melhores e mais rápidos e mais precisos para termos mais gente superbacana.

Todos os que afirmam ser possível escapar desse frenesi da produção têm um neurônio a menos. Faça um teste e liste o que você considera essencial pra sua vida. Sem mentir, tá? Se pegar um celular na mão, desista de qualquer utopia, você já perdeu a partida porque esse seu celular "cool", provavelmente, depende de salários baixos em algum elo da cadeia produtiva, do contrário ele seria ainda mais caro do que é.

A China venceu. Você compra roupa "cool" feita por mão de obra quase escrava sem culpa porque no Facebook xinga o Trump e acha o Haddad um grande estadista
Herculano
29/05/2017 18:22
TEMER JÁ CAIU. RESTA SABER SE DEIXARÁ O PLANALTO, por Mario Sabino, de O Antagonista.

Michel Temer finge que é o garantidor das reformas econômicas, mas todo mundo sabe que é mentira. Temer virou empecilho para a realização de mudanças na Previdência e nas leis trabalhistas. Sua permanência no Planalto dependerá de um toma-lá-dá-cá ainda mais intenso e desavergonhado com parlamentares, sem que reforma nenhuma esteja garantida no dá-cá.

Getúlio Vargas acabou encontrando a saída num cano de revólver; Fernando Collor e Dilma Rousseff terminaram jogados pela janela constitucional do impeachment. Como nos livraremos de Michel Temer? O TSE é o caminho mais rápido, embora ele possa interpor recursos se o tribunal votar pela cassação. Um ministro do TSE também pode pedir vista, jogar a decisão para as calendas ?" e, infelizmente, não dá para descartar por completo a hipótese de Temer ser absolvido. Aí só restará o caminho da janela de Collor e Dilma. Longo. Aborrecido. Imprevisível.

Temer apresenta a dificuldade extra de ser um caso explicitamente policial de todos os pontos de vista. Ele tomou a Presidência como refém e, em troca, quer imunidade contra a Lava Jato. Como não é o único poderoso a querer imunidade contra a Lava Jato, a sua rede de sequestradores é demasiado ampla e infiltra-se até no lado de quem negocia a liberação do refém.

Quando me perguntam se Temer cairá, respondo que ele já caiu. O que está sendo decidido agora é se deixará o Planalto ou não. Se conseguir ficar, estará condenado a ser um morto que finge estar vivo. Se conseguir ficar, condenará o país a ser um vivo que finge estar morto.

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