30/08/2017
Foi-se o tempo em que uma secretaria de Assistência Social era um “presente” para um político ou a um amigo leal. Nos dias de hoje, ela é essencial na propositura e execução de políticas públicas complexas, repito, complexas, que podem diminuir as vulnerabilidades sociais de uma comunidade com os seus múltiplos problemas e armadilhas nessa área.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, preferiu continuar a política do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e assim diminui no seu governo, a importância dessa pasta. Por isso, Kleber deu a secretaria de “presente” ao seu ex-assessor na Câmara, ao amigo de igreja, ao presidente do PSC de Gaspar, Ernesto Hostin, ele sem a mínima qualificação e liderança para o posto, segundo os próprios técnicos que o cercam. Criou-se e se ampliou então o primeiro problema.
E o que acontecendo na “reforma administrativa”, a que criou uma despesa anual de R$600 mil (cargos comissionados e funções gratificadas), enquanto se tira ações e recursos no atendimento aos vulneráveis? Ernesto acaba de anunciar a nomeação da servidora, sua sobrinha, Jaqueline Fusinato (nepotismo?) à função gratificada de coordenadora do CRAS Sílvio Schramm. Além do parentesco, ela nem formada no ensino superior é: está concluindo pedagogia. Uma experiência que já suscita dúvidas no CRAS do Bela Vista e que não serviu de lição a Ernesto e Kleber. Impressionante. É o segundo problema.
E olha o terceiro! A própria Normativa Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social diz que o “CRAS deve contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais”.
Perguntar não ofende: o secretário Hostin não deveria conhecer a Normativa e se proteger no cargo não nomeando parentes em função gratificada na sua subordinação? E a procuradoria geral do município, bem como o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado, Carlos Roberto Pereira, o que fazem? Não deviam livrar o prefeito Kleber de desgastes como este, mesmo sendo Hostin, um íntimo dele, de um partido da base? Ou estão todos mesmo barco do desacordo? Provavelmente.
Para encerrar e unir um assunto antigo com um novo. O “novo” mostra que isso não é um erro pontual como se desculpa por aí nos gabinetes do paço. Mas uma prática, sistêmica.
Esta informação eu já havia dado: o fim do almoço do Centro de Convivência Maria Hendricks, para as crianças, com toda sorte de problemas, que o procuravam para o contra-turno para mitigá-los, inclusive o da fome. Não foi só isso. Acabaram também com o lanche nas oficinas dos CRAS e das Ações Comunitárias.
Mais uma vez, o governo Kleber resolveu cortar tudo o que não está expresso na lei, mas que se constituiu um avanço social. O lanche não é obrigatório, mas se for ofertado, que seja de acordo com as normas preconizadas pelo MDS. Ao contrário disso, agora, é ordenado servir bolachinhas de chocolate com um achocolatado de péssima qualidade que é mais açúcar que chocolate, feito em ambientes despreparados para esse fim, pois as “cozinhas” dos CRAS são minúsculas, além de serem preparados esses lanches, sem a mínima higiene exigida e pelas próprias educadoras. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!
Na edição de segunda-feira, feita especialmente para os leitores e leitoras internautas da coluna Olhando a Maré, no portal do jornal Cruzeiro de Gaspar, mostrei que um grupo de políticos saíram da casca mais uma vez para questionar empreendimentos no município. São os mesmos de sempre. Colo este vídeo. Ele é autoexplicativo. Quem são mesmo os jabutis que habitam e atrapalham Gaspar nas coisas sérias? E não é de hoje !Acorda, Gaspar!
Faz 60 dias que se instalou a comissão salvadora da Saúde Pública de Gaspar. O prazo terminou e até agora, nada. Nela estão dois vereadores: o médico Silvio Cleffi, PSC, e o advogado, e ex-secretário de Saúde de Gaspar no tempo do PT, Francisco Hostins Júnior, PMDB, líder do governo de Kleber Edson Wan Dall. Nela, está ainda outro médico, o diretor técnico do Hospital de Gaspar, Ricardo Freitas.
Perguntar não ofende. Esta comissão é para fortalecer a categoria médica ou buscar caminhos para garantir o atendimento dos pobres e doentes? O que de fato mudou no atendimento na Saúde pública de Gaspar? Ou vão provar de que a expulsão que fizeram da técnica e ex-secretária de Saúde, Dilene Jahn dos Santos, foi corporativa e para indicar seus apaniguados, ou era para atender os interesses dos políticos viciados em jeitinhos, mesmo que isso implique em mais dor aos doentes, pobres, desassistidos e mais custos aos pagadores de impostos?
Enquanto os médicos defendem o Hospital e seus honorários não se atrasam, o povo pobre, doente, dependente, fraco, envelhecido e desinformado, está sem (ou com limitações) atendimento nos postinhos, policlínica e na farmácia básica. É esse o povo (maioria) que elegeu os vereadores, o prefeito e o vice. E isso, se devidamente esclarecido, vai fazer falta nas eleições do ano que vem.
A intervenção no Hospital, um modelo de força e estatismo criado pelo PT de Pedro Celso Zuchi e que Kleber Edson Wan Dall, PMDB, preferiu continuar para não sofrer desgastes, é insustentável. E por que? Porque ele não toca na ferida: a gestão precarizada que impede a profissionalização e controles; porque a dívida monstruosa (R$15 milhões) é um câncer e só se amplia; e a sustentação do Hospital que está na “UTI” é cara e come impostos para a manutenção do básico nos postinhos, policlínica e farmácia básica; porque falta a vocação e especialidades, bem como do cumprimento daquilo que é obrigação dos governos do estado e Federal para com o Hospital.
O Hospital além de deixar exposto o sistema dos postinhos, policlínica e farmácia e que espalha a má fama para a cidade e periferia contra os políticos no poder de plantão, ele já está consumindo não só recursos rubricados para área de Saúde de Gaspar, mas os que estavam na secretaria de Obras, na Fundação Municipal de Esportes e até mesmo da Câmara. Daqui a pouco a cidade vai parar para manter o Hospital e os médicos dele. Então qual a solução da dita comissão? Quando mais demora, mais piora tudo. Acorda, Gaspar!
Essa gente não tem jeito mesmo. Sobrevive de discursos para analfabetos, ignorantes e desinformados.
Um dia desses, na sessão da Câmara de vereadores, a líder do PT, a ex-vice-prefeita de Gaspar, Mariluci Deschamps Rosa, afirmou que a suposta compra de votos pelo presidente Michel Temer, PMDB, junto aos parlamentares na Câmara para livrá-lo de uma investigação pedida pelo Ministério Público Federal, inviabilizava as emendas dos deputados oposicionistas para as suas bases.
A Mariluci mentiu ou se enganou, o que é mais grave por sua longa experiência nessa área. As emendas que foram liberadas naquele lamentável episódio, são todas elas impositivas. E as emendas não beneficiam apenas à suposta hoje situação ou os deputados favoráveis à Temer. Elas são constitucionais, estão no Orçamento da União, e valem para todos os parlamentares.
Resumindo: o deputado guru de Mariluci, Décio Neri de Lima, PT, também vai receber a mesma quantidade dos demais deputados situacionistas, desde que ele faça os pedidos, indique e documente-as, mesmo ele sendo contra a qualquer coisa que o atual governo faça para o país e os brasileiros. Resta saber, na verdade, quanto dessas emendas do deputado virá para Gaspar.
Vira e mexe, os vereadores de Gaspar na tribuna da Câmara, justificam-se que a recesso não é férias. O único na imprensa que escreve sobre isso sou eu. Mas, os eleitores e eleitoras, vira e mexe, cobram. Daí o inconformismo dos nossos edis no desconforto.
Desconforto, porque são incapazes de lidar de frente com a realidade. São férias sim. Não se pode confundir atividade política do vereador atendendo eleitores, construindo laços para cabala de votos, com atividade parlamentar. Na Câmara, em férias, não há sessão e deliberação no plenário e nas comissões. Se não decide nada, é férias. Fim de papo mole.
Desconforto, porque os próprios vereadores reconheceram, por pressão comunitária é claro, que essas férias de meio do ano são totalmente impróprias. Tanto que eles próprios, por suas lideranças, antes de sair pela última vez e para abafar a má repercussão dessas férias, criaram e protocolaram um projeto para acaba-las. E fizeram manchete com isso. Esperteza? Se não são férias, para que propor o fim delas?
Desconforto, porque até agora, os vereadores estão se enrolando com esse projeto nas comissões. Ele não foi ainda à votação, com tanta coisa que eles próprios se permitem à urgência. Ao invés de arrumarem justificativas e culpar quem os cobra, deveriam agir e resolver logo esse assunto. Acorda, Gaspar!
Outra. A Câmara de Gaspar vai ter um selo comemorativo aos 70 anos de sua instalação. Paparicos mútuos. Fotos. Manchete. A Câmara para isso, garantiu a compra mínima de R$3 mil em selos.
O pregão 46/2017 que compraria mais de 425 mil em materiais gráficos para a prefeitura de Gaspar, foi suspenso. Teve gente que entrou com questionamentos.
O requerimento do vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, votado e aceito por todos os demais, retirou o regime de urgência do Projeto de Lei 40/2017, o que “dispõe sobre remuneração da bolsa estágio na administração direta e indireta do poder executivo e legislativo municipal, e órgãos públicos convenentes”.
Este assunto vem incomodando o vereador desde o início da legislatura. Cícero tem denunciado à pouca transparência e os indícios claros de que o recrutamento para esses estagiários não é técnico, mas indicações políticas ou de políticos. O regime de urgência, segundo o vereador, estava tirando a possibilidade de se olhar melhor esse problema.
Técnicos da Defesa Civil, especialistas em áreas de riscos, vieram a Gaspar olhar o caso da interdição do Sertão Verde. Olharam de helicóptero. O problema é geológico. É preciso gastar solo de sapato mesmo, perfurar, estudar e diganosticar. Ai, ai, ai.
A saúde pública sem transparência. A disponibilidade da fila de atendimento, procedimentos e exames na rede municipal não está disponível. O prazo já espirou. Agora, um novo foi definido pelo governo do estado, que é o responsável por esse sistema de regulação: nove de setembro. Já está aí.
O suplente de vereador Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava, DEM, vai assumir por 30 dias em novembro, a vaga da titular, Franciele Daiane Back, PSDB. O acerto foi entre os dois partidos.
Mais comissionados. Teve gente que se assustou com a lista que publiquei aqui dias atrás. Não foram todos. Agora tem mais: Adão de Souza Moraes para Coordenador-Geral de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde; Vanderlei Schmitz, para Coordenador de Obras, da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos; Elson Antonio Aparecido Marson Junior, para Superintendente de Saúde, da Secretaria de Saúde; Jiceli Petró, para Diretora-Geral de Vigilância em Saúde; Rafaela Regina de Almeida, para a Ouvidora de Conduta em Saúde, da Secretaria de Saúde. Tanta gente cacique (e de fora) e a saúde, um caos. Acorda, Gaspar!
A prefeitura de Gaspar vai comprar R$50 mil em passagens aéreas para deslocamentos doméstico e internacional (?) neste ano. E outros R$20 mil de passagens rodoviárias.
Ilhota em chamas I. Por que a imprensa são calos nos dedões dos pés dos políticos? Expostos aqui, várias licitações já foram modificadas por conterem proposital ou ingenuamente especificações que possam se configurar, direcionamento de fornecedores ou de artigos.
Ilhota em chamas II. Um deles foi a simples compra de parquinhos. A outra, foi a compra de ônibus.
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