Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

30/08/2017

A INUTILIDADE DE UMA SECRETARIA VITAL



Foi-se o tempo em que uma secretaria de Assistência Social era um “presente” para um político ou a um amigo leal. Nos dias de hoje, ela é essencial na propositura e execução de políticas públicas complexas, repito, complexas, que podem diminuir as vulnerabilidades sociais de uma comunidade com os seus múltiplos problemas e armadilhas nessa área.

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, preferiu continuar a política do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e assim diminui no seu governo, a importância dessa pasta. Por isso, Kleber deu a secretaria de “presente” ao seu ex-assessor na Câmara, ao amigo de igreja, ao presidente do PSC de Gaspar, Ernesto Hostin, ele sem a mínima qualificação e liderança para o posto, segundo os próprios técnicos que o cercam. Criou-se e se ampliou então o primeiro problema.

E o que acontecendo na “reforma administrativa”, a que criou uma despesa anual de R$600 mil (cargos comissionados e funções gratificadas), enquanto se tira ações e recursos no atendimento aos vulneráveis? Ernesto acaba de anunciar a nomeação da servidora, sua sobrinha, Jaqueline Fusinato (nepotismo?) à função gratificada de coordenadora do CRAS Sílvio Schramm. Além do parentesco, ela nem formada no ensino superior é: está concluindo pedagogia. Uma experiência que já suscita dúvidas no CRAS do Bela Vista e que não serviu de lição a Ernesto e Kleber. Impressionante. É o segundo problema.

E olha o terceiro! A própria Normativa Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social diz que o “CRAS deve contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais”.

Perguntar não ofende: o secretário Hostin não deveria conhecer a Normativa e se proteger no cargo não nomeando parentes em função gratificada na sua subordinação? E a procuradoria geral do município, bem como o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado, Carlos Roberto Pereira, o que fazem? Não deviam livrar o prefeito Kleber de desgastes como este, mesmo sendo Hostin, um íntimo dele, de um partido da base? Ou estão todos mesmo barco do desacordo? Provavelmente.

Para encerrar e unir um assunto antigo com um novo. O “novo” mostra que isso não é um erro pontual como se desculpa por aí nos gabinetes do paço. Mas uma prática, sistêmica.

Esta informação eu já havia dado: o fim do almoço do Centro de Convivência Maria Hendricks, para as crianças, com toda sorte de problemas, que o procuravam para o contra-turno para mitigá-los, inclusive o da fome. Não foi só isso. Acabaram também com o lanche nas oficinas dos CRAS e das Ações Comunitárias.

Mais uma vez, o governo Kleber resolveu cortar tudo o que não está expresso na lei, mas que se constituiu um avanço social. O lanche não é obrigatório, mas se for ofertado, que seja de acordo com as normas preconizadas pelo MDS. Ao contrário disso, agora, é ordenado servir bolachinhas de chocolate com um achocolatado de péssima qualidade que é mais açúcar que chocolate, feito em ambientes despreparados para esse fim, pois as “cozinhas” dos CRAS são minúsculas, além de serem preparados esses lanches, sem a mínima higiene exigida e pelas próprias educadoras. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!


QUEM SÃO OS JABUSTIS DE GASPAR?

 

Na edição de segunda-feira, feita especialmente para os leitores e leitoras internautas da coluna Olhando a Maré, no portal do jornal Cruzeiro de Gaspar, mostrei que um grupo de políticos saíram da casca mais uma vez para questionar empreendimentos no município. São os mesmos de sempre. Colo este vídeo. Ele é autoexplicativo. Quem são mesmo os jabutis que habitam e atrapalham Gaspar nas coisas sérias? E não é de hoje !Acorda, Gaspar!


O HOSPITAL CONTINUA NA UTI



Faz 60 dias que se instalou a comissão salvadora da Saúde Pública de Gaspar. O prazo terminou e até agora, nada. Nela estão dois vereadores: o médico Silvio Cleffi, PSC, e o advogado, e ex-secretário de Saúde de Gaspar no tempo do PT, Francisco Hostins Júnior, PMDB, líder do governo de Kleber Edson Wan Dall. Nela, está ainda outro médico, o diretor técnico do Hospital de Gaspar, Ricardo Freitas.

Perguntar não ofende. Esta comissão é para fortalecer a categoria médica ou buscar caminhos para garantir o atendimento dos pobres e doentes? O que de fato mudou no atendimento na Saúde pública de Gaspar? Ou vão provar de que a expulsão que fizeram da técnica e ex-secretária de Saúde, Dilene Jahn dos Santos, foi corporativa e para indicar seus apaniguados, ou era para atender os interesses dos políticos viciados em jeitinhos, mesmo que isso implique em mais dor aos doentes, pobres, desassistidos e mais custos aos pagadores de impostos?

Enquanto os médicos defendem o Hospital e seus honorários não se atrasam, o povo pobre, doente, dependente, fraco, envelhecido e desinformado, está sem (ou com limitações) atendimento nos postinhos, policlínica e na farmácia básica. É esse o povo (maioria) que elegeu os vereadores, o prefeito e o vice. E isso, se devidamente esclarecido, vai fazer falta nas eleições do ano que vem.

A intervenção no Hospital, um modelo de força e estatismo criado pelo PT de Pedro Celso Zuchi e que Kleber Edson Wan Dall, PMDB, preferiu continuar para não sofrer desgastes, é insustentável. E por que? Porque ele não toca na ferida: a gestão precarizada que impede a profissionalização e controles; porque a dívida monstruosa (R$15 milhões) é um câncer e só se amplia; e a sustentação do Hospital que está na “UTI” é cara e come impostos para a manutenção do básico nos postinhos, policlínica e farmácia básica; porque falta a vocação e especialidades, bem como do cumprimento daquilo que é obrigação dos governos do estado e Federal para com o Hospital.

O Hospital além de deixar exposto o sistema dos postinhos, policlínica e farmácia e que espalha a má fama para a cidade e periferia contra os políticos no poder de plantão, ele já está consumindo não só recursos rubricados para área de Saúde de Gaspar, mas os que estavam na secretaria de Obras, na Fundação Municipal de Esportes e até mesmo da Câmara. Daqui a pouco a cidade vai parar para manter o Hospital e os médicos dele. Então qual a solução da dita comissão? Quando mais demora, mais piora tudo. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE


Essa gente não tem jeito mesmo. Sobrevive de discursos para analfabetos, ignorantes e desinformados.

Um dia desses, na sessão da Câmara de vereadores, a líder do PT, a ex-vice-prefeita de Gaspar, Mariluci Deschamps Rosa, afirmou que a suposta compra de votos pelo presidente Michel Temer, PMDB, junto aos parlamentares na Câmara para livrá-lo de uma investigação pedida pelo Ministério Público Federal, inviabilizava as emendas dos deputados oposicionistas para as suas bases.

A Mariluci mentiu ou se enganou, o que é mais grave por sua longa experiência nessa área. As emendas que foram liberadas naquele lamentável episódio, são todas elas impositivas. E as emendas não beneficiam apenas à suposta hoje situação ou os deputados favoráveis à Temer. Elas são constitucionais, estão no Orçamento da União, e valem para todos os parlamentares.

Resumindo: o deputado guru de Mariluci, Décio Neri de Lima, PT, também vai receber a mesma quantidade dos demais deputados situacionistas, desde que ele faça os pedidos, indique e documente-as, mesmo ele sendo contra a qualquer coisa que o atual governo faça para o país e os brasileiros. Resta saber, na verdade, quanto dessas emendas do deputado virá para Gaspar.

Vira e mexe, os vereadores de Gaspar na tribuna da Câmara, justificam-se que a recesso não é férias. O único na imprensa que escreve sobre isso sou eu. Mas, os eleitores e eleitoras, vira e mexe, cobram. Daí o inconformismo dos nossos edis no desconforto.

Desconforto, porque são incapazes de lidar de frente com a realidade. São férias sim. Não se pode confundir atividade política do vereador atendendo eleitores, construindo laços para cabala de votos, com atividade parlamentar. Na Câmara, em férias, não há sessão e deliberação no plenário e nas comissões. Se não decide nada, é férias. Fim de papo mole.

Desconforto, porque os próprios vereadores reconheceram, por pressão comunitária é claro, que essas férias de meio do ano são totalmente impróprias. Tanto que eles próprios, por suas lideranças, antes de sair pela última vez e para abafar a má repercussão dessas férias, criaram e protocolaram um projeto para acaba-las. E fizeram manchete com isso. Esperteza? Se não são férias, para que propor o fim delas?

Desconforto, porque até agora, os vereadores estão se enrolando com esse projeto nas comissões. Ele não foi ainda à votação, com tanta coisa que eles próprios se permitem à urgência. Ao invés de arrumarem justificativas e culpar quem os cobra, deveriam agir e resolver logo esse assunto. Acorda, Gaspar!

Outra. A Câmara de Gaspar vai ter um selo comemorativo aos 70 anos de sua instalação. Paparicos mútuos. Fotos. Manchete. A Câmara para isso, garantiu a compra mínima de R$3 mil em selos.

O pregão 46/2017 que compraria mais de 425 mil em materiais gráficos para a prefeitura de Gaspar, foi suspenso. Teve gente que entrou com questionamentos.

O requerimento do vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, votado e aceito por todos os demais, retirou o regime de urgência do Projeto de Lei 40/2017, o que “dispõe sobre remuneração da bolsa estágio na administração direta e indireta do poder executivo e legislativo municipal, e órgãos públicos convenentes”.

Este assunto vem incomodando o vereador desde o início da legislatura. Cícero tem denunciado à pouca transparência e os indícios claros de que o recrutamento para esses estagiários não é técnico, mas indicações políticas ou de políticos. O regime de urgência, segundo o vereador, estava tirando a possibilidade de se olhar melhor esse problema.

Técnicos da Defesa Civil, especialistas em áreas de riscos, vieram a Gaspar olhar o caso da interdição do Sertão Verde. Olharam de helicóptero. O problema é geológico. É preciso gastar solo de sapato mesmo, perfurar, estudar e diganosticar. Ai, ai, ai.

A saúde pública sem transparência. A disponibilidade da fila de atendimento, procedimentos e exames na rede municipal não está disponível. O prazo já espirou. Agora, um novo foi definido pelo governo do estado, que é o responsável por esse sistema de regulação: nove de setembro. Já está aí.

O suplente de vereador Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava, DEM, vai assumir por 30 dias em novembro, a vaga da titular, Franciele Daiane Back, PSDB. O acerto foi entre os dois partidos.

Mais comissionados. Teve gente que se assustou com a lista que publiquei aqui dias atrás. Não foram todos. Agora tem mais: Adão de Souza Moraes para Coordenador-Geral de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde; Vanderlei Schmitz, para Coordenador de Obras, da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos; Elson Antonio Aparecido Marson Junior, para Superintendente de Saúde, da Secretaria de Saúde; Jiceli Petró, para Diretora-Geral de Vigilância em Saúde; Rafaela Regina de Almeida, para a Ouvidora de Conduta em Saúde, da Secretaria de Saúde. Tanta gente cacique (e de fora) e a saúde, um caos. Acorda, Gaspar!

A prefeitura de Gaspar vai comprar R$50 mil em passagens aéreas para deslocamentos doméstico e internacional (?) neste ano. E outros R$20 mil de passagens rodoviárias.

Ilhota em chamas I. Por que a imprensa são calos nos dedões dos pés dos políticos? Expostos aqui, várias licitações já foram modificadas por conterem proposital ou ingenuamente especificações que possam se configurar, direcionamento de fornecedores ou de artigos.

Ilhota em chamas II. Um deles foi a simples compra de parquinhos. A outra, foi a compra de ônibus.

 

Edição 1816

Comentários

Miguel José Teixeira
31/08/2017 16:48
Senhores,

Na mídia:

"Um ano após impeachment, PT não sabe o que fazer com Dilma"

Ora, ora, ora. . .ouçam a profecia do Chico:
"Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!"
Herculano
31/08/2017 15:53
E AINDA QUERIA SER PRESIDENTE. NÃO É CAPAZ E JOGA CONTRA PARA AFUNDAR AINDA MAIS O BRASIL NA INSEGURANÇA ECONôMICA. TINHA QUE SER DO RIO DE JANEIRO ONDE SE PRODUZIU OS PIORES POLÍTICOS DO BRASIL NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS. TANTO QUE O ESTADO ESTÁ FALIDO AO CUBO. MAIA DEMORA PARA ASSINAR PROPOSTA DE ORÇAMENTO DE 2018 E CRIA SAIA JUSTA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo.Adriana Fernandes, da sucursal de Brasília. O presidente em exercício Rodrigo Maia não assinou a Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) que legalmente tem de ser enviada ao Congresso Nacional hoje. Diante disso, não há ainda definição sobre quando haverá a entrega formal da proposta ao presidente do Congresso, Eunício de Oliveira (PMDB-CE).

A entrega oficial da PLOA, encadernada em livros, é uma tradição no Congresso, realizada todos os anos pelos ministros da área econômica. Com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, está em viagem à China, a expectativa é que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cumpra o ato oficial. A previsão era que a cerimônia fosse feita 12h. Maia deve retornar a Brasília por volta das 17 horas, quando deve assinar a proposta. Ele cumpriu agenda de entregas de moradias e anúncio de intervenção de contenção de encostas na região serrana do Rio.

O governo terá que enviar uma proposta "fictícia" ao Congresso, já que os parlamentares não concluíram a votação para aprovação da mudança da meta fiscal de 2018, de déficit R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões. O governo, segundo apurou o Estadão/Broadcast, terá que enviar uma "mensagem modificativa" ao Congresso da Proposta de Lei Orçamentária depois que a mudança da meta de 2018 for aprovada. A mensagem passará então a incorporar o PLOA e servirá de base para apresentação do substitutivo do relator da matéria na Comissão Mista do Orçamento (CMO).

Saia justa. Maia também provocou uma saia justa com a equipe econômica ao não assinar as medidas provisórias contendo as propostas de redução de gastos com a folha de pessoal e mudança na tributação. Isso porque a arrecadação extra com essas mudanças de R$ 7 bilhões faz parte do pacote anunciado há duas semanas para reforçar o caixa e garantir o cumprimento da meta de déficit de R$ 159 bilhões. Como presidente interino, Maia teria que assinar as propostas para que economia dessas receitas pudesse ser contabilizada na proposta de lei orçamentária.

As Medidas Provisórias (MPs) que vão postergar os reajustes dos servidores do Executivo e elevar a contribuição previdenciária de servidores sofrem forte resistência do funcionalismo, que promete reagir.
Sidnei Luis Reinert
31/08/2017 14:54
Temer entrega o ouro e outros minerais, menos o cargo


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Que fase tétrica vive o Brasil das instituições perdidas e corrompidas pela ação do Crime ?" que tem dimensão transnacional. A estupidez ou malandragem calculada de Michel Temer em relação a uma rica reserva mineral na Amazônia conseguiu trazer para a cena do suposto crime de lesa-pátria ninguém menos que Gilmar Mendes ?" alvo de polêmicas pelo que anda falando e decidindo. O Supremo ministro deu 10 dias para Temer (que está fazendo negócios na reunião dos Brics, na China) se manifestar sobre a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados, na divisa do Amapá com o Pará.
Gilmar Mendes ?" que também está em viagem internacional, na Romênia ?" pediu que a Advocacia Geral da União teria interesse em entrar no mandado de segurança que o PSOL moveu questionando o temerário decreto. Gilmar foi tão rápido que acionou Temer e a AGU antes mesmo de o partido desistir da ação. Estranho que tenham desistido de questionar por que Temer resolveu autorizar, sem consultar o Congresso nacional, que fosse extinta a reserva e ampliada a autorização para exploração mineral em uma área riquíssima em ouro, cobre, ferro, manganês e o valioso tântalo.
Nada de anormal em uma colônia de exploração global, como o Brasil, que não cuida devidamente da Amazônia e pode perdê-la futuramente... Michel Temer apenas fez o que outros presidentes da Nova República têm feito: "Entregam o ouro do Brasil" ?" no sentido conotativo ou denotativo. Temer, que pode sofrer mais uma denúncia do Janot de saideira, não vai cair. Ainda sairá do poder, no momento legalmente previsto, como grande herói da oligarquia globalitária com a qual acertará grandes privatarias.
No mais, nesta republiqueta entreguista e desqualificada, a Lava Jato e afins serão mais sabotadas que nunca. Pode programar na agendinha que o Supremo Tribunal Federal vai rever aquela decisão (aliás, inconstitucional) de permitir prisão por condenação em segunda instância colegiada. Voltará a valer a regra de prisão só depois de esgotados todos os infindáveis recursos ?" o tal do "transitado em julgado".
E assim nos preparamos para o "Fla-Flu" eleitoral de 2018...

Sem catarata...

Do professor Silas Ayres, uma irônica indagação médico-filosófica no facebook:

"Depois de uma série de exames, consegui operar a minha catarata.
Segundo o médico que me operou foi um sucesso, uma MARAVILHA.
Diz ele que em um mês verei o mundo com outros olhos, ficarei surpreendido com a maravilha de ver a realidade como ela é. Aí reside o problema... E se eu descobrir que o Brasil e o mundo estão pior do que eu pensava? Peço a minha catarata de volta? Sei não..."
Herculano
31/08/2017 10:19
UMA NOTÍCIA DESASTROSA PARA O DISCURSO DO PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO, SINDICATOS E A ESQUERDA DO ATRASO QUE PRECISAM DO CAOS E LAMA PARA SOBREVIVEREM

TAXA DE DESEMPREGO CAI E FICA EM 12,8% NO TRIMESTRE ATÉ JULHO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Daniela Amorim, da sucursal do Rio de Janeiro. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,8% no trimestre encerrado em julho deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa registrada no País no trimestre encerrado em julho foi a menor desde o trimestre encerrado em janeiro, quando estava em 12,6%.

O resultado ficou no piso do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 12,8% e 13,3%, com mediana de 13,0%. A taxa foi de 13% no trimestre terminado em junho. No trimestre até julho de 2016, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,6%.

O País ganhou 1,439 milhão de postos de trabalho em um trimestre, ao mesmo tempo em que 721 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados.

"Sem dúvida você tem uma recuperação do mercado de trabalho, mas uma recuperação sobre uma plataforma informal", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No trimestre até julho, o mercado de trabalho gerou 54 mil vagas com carteira assinada em relação ao trimestre anterior. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu em 468 mil pessoas, e outros 351 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria.

Como ficaram as novas regras da CLT
A fila do desemprego no País contava com 13,326 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho. O resultado significa que há mais 1,480 milhão de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 12,5%. Por outro lado, o total de ocupados aumentou 0,2% no período de um ano, o equivalente à criação de 190 mil postos de trabalho.

Em julho, o País tinha 350 mil brasileiros a mais na inatividade, em relação ao patamar de um ano antes. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 0,5% no trimestre encerrado em julho ante o mesmo período de 2016.

O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 53,8% no trimestre até julho.

Perda de vagas. O mercado de trabalho no País perdeu 1,003 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 2,9% no trimestre até julho ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,6%, com 566 mil empregados a mais. O número total de empregadores cresceu 10,8% ante o trimestre até julho de 2016, com 412 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria ficou estável no período, com oito mil pessoas a menos nessa condição.

Houve redução ainda de 88 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 1,4% de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar cresceu 5,7%, com 120 mil ocupados a mais.
Herculano
31/08/2017 10:12
FELIZ ANIVERSÁRIO

Conteúdo de O Antaganonista. Um ano atrás, Dilma Rousseff foi chutada do Palácio do Planalto.

De lá para cá, Lula foi condenado pela Lava Jato, Michel Temer foi denunciado pela PGR, Aécio Neves caiu no ostracismo.

E o Brasil evitou a bancarrota.

Feliz aniversário, impeachment

INSTITUTO LULA FOI PAGO POR OFFSHORES

O prédio do Instituto Lula foi pago com propina vinda do exterior.

A Lava Jato anexou ao processo de Lula os dados do sistema Drousys sobre a compra do imóvel por parte do departamento de propinas da Odebrecht.

Leia um trecho do documento obtido pelo Valor:

"Os elementos ora anexados, examinados no relatório de análise igualmente anexado, demonstram que parte do valor despendido com a aquisição do imóvel localizado na Rua Doutor Haberbeck Brandão, 178, foi disponibilizado pelo Grupo Odebrecht com recursos de caixa dois, por meio do Setor de Operações Estruturadas, envolvendo, no que concerne aos pagamentos feitos no exterior as empresas offshore Constructora Internacional Del Sur S/A e Innovation Research Engineering and Development Ltd., ambas por Olivio Rodrigues Júnior."

Olivio Rodrigues Júnior é um dos delatores da empreiteira.

INSTITUTO LULA NO DEPARTAMENTO DE PROPINAS DA ODEBRECHET

O prédio do Instituto Lula foi pago pelo departamento de propinas da Odebrecht.

Até recentemente, a Lava Jato só tinha as planilhas da empreiteira e depoimentos dos delatores para comprovar esse fato.

Agora, segundo o Valor, o MPF encontrou os repasses para a compra do imóvel no sistema Drousys, o banco de dados clandestino da Odebrecht.

EITA PMDB. A FOLHA CORRIDA DA TURMA DO TEMER

A folha corrida da turma de Temer
Brasil 31.08.17 06:22
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O Globo fez um resumo do que ocorreu com a turma de Michel Temer desde o impeachment.

Leia aqui:

Michel Temer: Alçado à Presidência, foi citado na delação da JBS e denunciado por corrupção. É investigado em mais um inquérito.

Aloysio Nunes Ferreira: O ministro das Relações Exteriores responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht. Há ainda um inquérito que surgiu como desdobramento da Lava Jato.

Blairo Maggi: O ministro da Agricultura responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht. Também foi citado na delação do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa.

Bruno Araújo: O ministro das Cidades responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.

Eliseu Padilha: O ministro da Casa Civil responde a dois inquéritos no STF com base na delação da Odebrecht.

Geddel Vieira Lima: Ex-ministro da Secretaria de Governo, saiu do governo em novembro do ano passado, após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero dizer que foi pressionado por ele para liberar licença de um empreendimento. Em julho deste ano foi preso após acusações de ameaçar o doleiro Lúcio Funaro. Está atualmente em prisão domiciliar.

Eduardo Cunha: O ex-presidente da Câmara está preso em Curitiba desde outubro do ano passado. Já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro.

Henrique Alves: O ex-ministro do Turismo está preso desde junho deste ano, acusado de receber recursos desviados dos cofres públicos.

Moreira Franco: O ministro da Secretaria-Geral da Presidência responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.

Gilberto Kassab: O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações responde a dois inquéritos no STF com base na delação da Odebrecht.

Helder Barbalho: O ministro da Integração Nacional responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.

Marcos Pereira: Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços responde a um inquérito no STF com base na delação da Odebrecht.

Rocha Loures: Ex-assessor de Temer e ex-deputado, Loures foi denunciado pela PGR, acusado de ser intermediário da propina paga pela JBS a Temer. Responde a outro inquérito ao lado do ex-chefe.

Romero Jucá: O senador, presidente do PMDB e ex-ministro do Planejamento saiu do governo em maio do ano passado após dizer em gravação que era preciso "estancar a sangria", em referência à Lava-Jato. Responde a 14 inquéritos no STF, tendo sido citado em algumas delações. Desde a semana passada, a PGR ofereceu três denúncias contra ele.

Tadeu Filippelli: Ex-assessor de Temer foi citado na delação da Andrade Gutierrez e chegou a ficar preso em maio acusado de desvios em licitações no DF, onde já foi vice-governador.
Miguel José Teixeira
31/08/2017 09:52
Senhores,

Eis a situação da Venezuela, comandada pelo "luladelá" idolatrada pelo "luladecá" e outros vermelhóides esquerdopatas:

"24 mil venezuelanos buscaram refúgio no Brasil e cerca de mil chegam todos os dias, diz Itamaraty"

Dados apresentados pelo embaixador Tarcísio Costa mostram que 24 mil venezuelanos buscaram refúgio no Brasil e cerca de mil chegam todos os dias, vindos principalmente pela fronteira com Roraima ?" número 25 vezes menor que o número de venezuelanos que atravessa a fronteira com a Colômbia. Costa é diretor do Departamento da América do Sul Setentrional e Ocidental do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.

A proximidade, localização e relações econômicas fazem da Venezuela um parceiro estratégico do Brasil, que exporta principalmente carne (proteína) para o país vizinho, que por sua vez importa 30% do que consome.

Entrada do Caribe
A Venezuela tem ainda importância estratégica para o Brasil por ser a porta de entrada para o Caribe e, consequentemente, para os Estados Unidos. Como o Caribe banha também os EUA no Golfo do México, chegando ao Caribe fica fácil o acesso por barcos das mercadorias brasileiras aos EUA.

A crise econômica fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano despencasse 25% nos últimos três anos, a maior queda do mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Além disso, a inflação atualmente está em 700% ao ano, com previsões de chegar a 1.600%.

Praticamente toda receita externa (96%) da Venezuela é proveniente do petróleo, commodity que tem perdido valor no mercado internacional desde 2013. "Não há controle de gastos públicos na Venezuela, e o orçamento não passa pelo Congresso, o que explica a total falta de transparência dos órgãos públicos", disse o embaixador.

Embaixador teme calote da Venezuela e diz que governo de Nicolás Maduro é regime de exceção

Em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, o embaixador Tarcísio Fernandes Costa classificou como regime de exceção o governo da Venezuela, chefiado pelo presidente Nicolás Maduro, e disse temer um calote no pagamento de dívidas venezuelanas com empresas brasileiras.

"Estamos vendo uma claríssima escalada autoritária no país vizinho, que pode caracterizar a Venezuela hoje como regime de exceção, que afetou a ordem democrática e provocou uma crise humanitária sem precedentes", disse Costa, que é diretor do Departamento da América do Sul Setentrional e Ocidental do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.

Diante de uma audiência formada por deputados, representantes da oposição venezuelana e militantes contrários a Maduro, o diplomata descartou ações imediatas do Brasil contra o governo venezuelano, como o rompimento de relações diplomáticas e sanções econômicas.

Questionado pelos deputados da comissão, ele explicou que o Brasil não pensa em promover sanções contra o governo Maduro por razões humanitárias e não retira definitivamente o embaixador em Caracas como forma de manter o diálogo, garantir os direitos de cerca de 18 mil brasileiros que vivem na Venezuela e para defender o pagamento de dívidas de cerca de 5 bilhões de dólares da Venezuela com companhias brasileiras.

O embaixador admitiu o risco de calote no pagamento das dívidas. "As reservas caíram dramaticamente, e há dívidas de 3,8 bilhões de dólares vencendo em outubro e novembro, com perspectiva de default", disse.

Violação de direitos
Costa listou elementos que corroboram a conclusão do governo brasileiro sobre o regime venezuelano, como: a violação sistemática de direitos humanos; o desrespeito ao devido processo legal, com prisões sem mandado judicial; a violação da independência e atribuições do Ministério Público, com destituição da procuradora-geral Luisa Ortega Diaz; e indicadores econômicos que mostram crise sem precedente, com falhas na condução macroeconômica.

"Há ainda uma claríssima violação à liberdade de imprensa e um aumento expressivo do número de presos políticos, com 600 detidos por crimes de opinião, uma cifra sem precedente", disse.

Apesar de o Brasil ter participado ativamente da suspensão da Venezuela do Mercosul, no início do mês, por meio da aplicação da chamada "cláusula democrática" do Acordo de Ushuaia (2012), a posição adotada pelo governo brasileiro é de não intervenção direta no conflito interno que já matou cerca de 120 pessoas desde o ano passado.

"Temos defendido a necessidade de negociação entre governo e oposição. Não há solução para a Venezuela que não seja gestada pelos próprios venezuelanos", disse Costa.

Opositores acusam
A audiência, solicitada pela deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), contou ainda com as presenças de dois representantes da oposição venezuelana, Roderick Navarro e Eduardo Bittar, do movimento Rumbo Libertad (Rumo à liberdade), de perfil liberal e contrário ao regime chavista, classificado por eles como comunista.

Os dois militantes são procurados pela polícia venezuelana sob a acusação de envolvimento em roubo de armas do Exército ?" crime que eles negam e atribuem a perseguição política ?" e têm denunciado no exterior violações dos direitos humanos cometidos pelo regime de Nicolás Maduro e indicadores sociais e econômicos que, segundo eles, comprovam os prejuízos principalmente para os mais pobres.

"Vivemos escassez de medicamentos, alimentos e, para se alimentar por apenas um dia, é preciso gastar 23% do salário mínimo. São necessários 15 a 17 salários mínimos para comprar a cesta básica e quem mais sofre são as crianças, que morrem de fome nas ruas", disse Bittar.

Narcotráfico e terrorismo
Os dois acusaram o governo Maduro de relação com o narcotráfico e terrorismo internacional e defenderam menos controle estatal na economia, com abertura econômica para grupos privados.

Navarro apresentou na audiência uma lista de sugestões para o governo brasileiro em relação à Venezuela, entre as quais a expulsão do embaixador da Venezuela, sanções econômicas e uma política migratória solidária como a estabelecida pelos governos da Colômbia e do Peru.

Dissidentes venezuelanos são questionados por deputados brasileiros

Os dois representantes da oposição venezuelana, Roderick Navarro e Eduardo Bittar, do movimento Rumbo Libertad (Rumo à liberdade), na audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional foram questionados por deputados presentes à audiência do colegiado nesta quarta-feira (30).

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) criticou a proposta defendida por eles de participação da iniciativa privada na exploração de petróleo. "Defender a iniciativa privada na exploração do petróleo é defender o fim de programas sociais", disse.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) estranhou a defesa de sanções econômicas feita pelos opositores, que segundo ela vitimaria mais ainda a população, e criticou também a oposição do Itamaraty em relação à Venezuela.

"Fiquei impressionada com a reviravolta na atuação do Itamaraty, que sempre teve muito cuidado em não se envolver em questões de outros países e defender o diálogo e a intermediação. Agora opina até sobre política macroeconômica", disse.

Regime bolivariano
Deputados de partidos da base aliada ao governo brasileiro defenderam a posição dos dissidentes venezuelanos e associaram o regime bolivariano na Venezuela ao governo do PT no Brasil.

Os deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disseram que a posição do governo brasileiro ainda é branda em relação a Maduro. "O Brasil deveria retirar o embaixador brasileiro em Caracas", disse Eduardo Bolsonaro.

"O comunismo oprime, e é isso que Maduro está fazendo na Venezuela", disse o deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP).

"Como um país ordeiro e pacífico foi acabar nessa situação? Um culpado só: o bolivarianismo chavista que levou à ditadura de Maduro. E quase aconteceu a mesma coisa no Brasil, com os governos do PT", disse a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), que propôs a audiência.

Fonte: Agência Câmara Notícias
Reportagem: Antonio Vital
Edição: Newton Araújo

Irineu
31/08/2017 09:01
Bom dia Herculano.
Que vídeo interessante, explica de maneira folclórica mas a pura realidade desse sistema político.
Melhor ainda é a frase do Barão de Mauá. "O melhor plano econômico do governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem."
Sempre digo aos meus amigos: enquanto alguns sindicatos, partidos políticos, leis trabalhistas e até mesmo a mídia interesseira, taxarem os investidores, empregadores e empreendedores de oportunistas e aproveitadores, os colocando contra a sociedade, nunca seremos um país de ponta.
Herculano
31/08/2017 07:55
MERCADO JÁ PROJETA ECONOMIA EM CRISE COM VITóRIA DE LULA EM 2018

Conteúdo da revista Veja.Henrique Meirelles continua como ministro da Fazenda e tem reiterado o plano de reformas pelos próximos meses, mas o que aconteceria com o país se houvesse uma guinada na política econômica rumo ao populismo? É um cenário que hoje parece improvável, mas que se pode se materializar em pouco mais de um ano a depender do resultado da eleição presidencial de 2018. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de se tornar inelegível, mas, por ora, é o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto e que tem feito fortes críticas ao programa de reformas e ajuste fiscal de Michel Temer.

O desequilíbrio fiscal é o principal desafio a ser resolvido pelo próximo presidente do Brasil, independentemente do partido. O governo gasta mais do que arrecada desde 2014 e não deve voltar a ter superávits antes de 2021. Para que o país possa voltar a crescer de forma sustentada, com a retomada dos investimentos, será imprescindível lidar com esse problema. Mas as declarações de Lula sinalizam que ele escolherá o caminho oposto: acelerar os gastos públicos para tentar reaquecer a economia por meio de investimentos em infraestrutura e de crédito subsidiado dos bancos estatais. Outros potenciais candidatos também indicam que adotariam essa política, como Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. "São candidatos que não vão se comprometer com as reformas porque isso não traz votos. Tampouco vão dizer com clareza como vão resolver o problema", diz o economista Juan Jensen, sócio da consultoria 4E.

As consequências dessa política econômica foram estimadas pela consultoria. Sem recursos suficientes via arrecadação de impostos, restaria a esse hipotético governo Lula a alternativa de emissão de dívida e impressão de dinheiro para honrar tantos compromissos financeiros. Nesse cenário, o resultado seria o aumento gradual da inflação ao consumidor para 7% em 2019 até chegar a 15% em 2022. Hoje a taxa anual está em 2,71%, abaixo da meta oficial de 4,5%. O aumento dos preços ajudaria a inflar as receitas do governo. "Seria uma forma de o governo cobrir o rombo fiscal sem ter que cortar gastos nem aumentar os impostos. Na verdade, é um imposto mascarado", diz Jensen. Para conter a disparada dos preços, o Banco Central seria obrigado a aumentar a taxa básica de juros para 10% ao ano em 2020 e até 17% em 2022.
Herculano
31/08/2017 07:35
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE. DEFINITIVAMENTE, UMA COLUNA QUE NÃO ENTENDE DE CAVALOS, MAS DE POLÍTICOS, PODEROSOS E IMPRENSA CASTRADAS E GAGÁS
Herculano
31/08/2017 07:32
POR QUE GILMAR MENDES SE DOBRA? por Conrado Hübner Mendes, doutor em ciência política e professor de direito constitucional da Faculdade de Direito da USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Gilmar Mendes mandou soltar o empresário Jacob Barata Filho, investigado por suspeita de corrupção no Rio. O juiz federal Marcelo Bretas expediu novo mandado de prisão preventiva. Gilmar Mendes mandou soltar de novo, em menos de 24 horas.

Nesse insólito jogo de "solta, prende e solta", Gilmar Mendes deu um recado de xerife: "em geral o rabo não abana o cachorro, é o cachorro que abana o rabo".

O Código de Processo Penal diz que "o juiz dar-se-á por suspeito se for amigo íntimo" de uma parte. A regra da suspeição tenta evitar que relações pessoais façam parecer que a imparcialidade está comprometida.

Repare na sutileza: a regra não está preocupada com a capacidade de o juiz julgar um amigo ou parente de modo imparcial, mas com a imagem suspeita que isso passa ao público. É regra de autoproteção institucional, de manutenção da credibilidade. É dessa moeda que vive a autoridade do Judiciário. É essa moeda que Gilmar Mendes despreza.

O caso é exemplar. A mulher do ministro do Supremo Tribunal Federal foi madrinha de casamento da filha de Barata. O advogado de Barata é também advogado de Gilmar. No escritório desse advogado trabalha a mulher de Gilmar. Barata é sócio do cunhado de Gilmar. O telefone da esposa de Gilmar está na na agenda do celular de Barata.

Para negar sua suspeição, Gilmar respondeu com pitada de humor surrealista: "o casamento [da filha de barata] não durou nem seis meses".

O episódio sintetiza livros de sociologia brasileira: os nexos de compadrio e parentesco na reprodução de elites predatórias, as trocas patrimonialistas de favor em prejuízo do interesse público, a cínica retórica legalista ao lado de seguidos abusos de poder. Está tudo ali, num único caso.

A biografia judicial de Gilmar Mendes esgota os atributos do que um juiz não pode fazer, um guia passo a passo da improbidade judicial.

Um ministro do Supremo nunca foi alvo de tantos pedidos de impeachment: de Fábio Konder Comparato a Alexandre Frota, um sem número de pessoas já assinou pleitos formais ao Senado. Já esgotamos as palavras, os argumentos, os apelos. Gilmar Mendes esgotou nossa capacidade de nos surpreender.

A omissão do STF causa danos incalculáveis ao país. A corte se acua, enquanto Gilmar Mendes sapateia à margem da lei. Trata-o com a deferência e o respeito que ele perdeu até por si mesmo. Sequestrado, o tribunal contraiu Síndrome de Estocolmo (estado psicológico em que o agredido adquire afeto pelo agressor).

Os gritos e sussurros de Gilmar dependem do freguês: aos inimigos, o ataque histriônico (Rodrigo Janot e Ricardo Lewandowski foram os alvos recentes); aos amigos, um "abraço de solidariedade" e a certeza de que não se declarará suspeito.

A amizade de Gilmar Mendes é ativo político e gera dividendos. Michel Temer, Eduardo Cunha, Rodrigo Maia, Aécio Neves, José Serra, Romero Jucá e Moreira Franco sabem disso. João Doria captou e o recebeu para "discussão de conjuntura". Já sabemos quem se dobra por Gilmar, resta saber por quem ele se dobra.

Gilmar Mendes trata a Constituição com choques elétricos. Atiça as emoções primárias de seu público, mas a resistência da democracia brasileira a emoções primárias está se esgotando.

Desobedecer a Gilmar Mendes tornou-se imperativo democrático, uma causa suprapartidária. Manda quem não pode, desobedece quem tem juízo.
Herculano
31/08/2017 07:28
TCU QUER 450 MIL PROFESSORES DE VOLTA À SALA DE AULA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Por iniciativa do ministro Walton Rodrigues, o Tribunal de Contas da União decidiu investigar e mapear professores de escola pública fora da sala de aula. Auditoria do TCU atesta que no ensino médio 70.000 professores estão nessa situação. No ensino básico é ainda pior: 380 mil têm gratificação de 40% para dar aulas, mas estão cedidos a outros órgãos. Cerca de meio milhão de professores devem ser obrigados a dar aulas. Ou terão de devolver a gratificação recebida ilegalmente.

DINHEIRO NO RALO
Por lei, 60% dos recursos do Fundeb são destinados exclusivamente para pagar professores do ensino básico que estão na sala de aula.

SALA DE AULA, NEM PENSAR
"Dezenas de milhares de professores são remunerados com verbas federais, e servem em assembleias, câmaras e outros", diz o ministro.

TC VAI AUDITAR
O TCU decidiu que caberá aos tribunais estaduais de Contas levantar o tamanho da burla à aplicação dos recursos do Fundeb.

NÃO PODE MESMO
Para Walton, recursos criados em benefício das futuras gerações não podem ser desviados para custear professores fora da sala de aula.

REFORMA POLÍTICA DEVE APENAS PROIBIR COLIGAÇõES
O governo Temer avalia que pode contar com o apoio de 280 a 285 dos 308 votos necessários para aprovar a proposta de emenda à Constituição da reforma política, que deve ser votada na próxima terça (5). Sem os votos necessários, o governo adiou a votação da PEC 282, que deve se limitar a temas consensuais, como o fim das coligações. O financiamento de campanha é o ponto que mais preocupa e divide.

PEC DO PT NO LIXO
A outra PEC (nº 77) da reforma política, relatada por Vicente Cândido (PT-SP), não tem chance de ser aprovada.

TUCANOS ATRAPALHAM
Na reforma política, o PSDB tem sido o maior adversário do governo na Câmara. Insiste no distritão e, claro, no fundão de R$3,6 bilhões.

CONSENSO
Apesar de reconhecer que não há clima na Câmara para aprovar o fundão eleitoral bilionário, os deputados não desistiram da ideia.

SUPREMA SIMPLICIDADE
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, orgulha os cidadãos que sempre a encontram numa padaria no bairro do Lago Sul, em Brasília, comprando pão. Sem escolta ou seguranças.

REFORMA NECESSÁRIA
Membros da Justiça Eleitoral fizeram chegar a líderes do Congresso um aviso: se eles não aprovarem mudanças nas regras eleitorais até 6 de outubro, a própria Justiça vai fazer isso, "legislando sobre o tema".

GENERAL ELEITORAL
Xingado por Lula de "analfabeto político", Jair Bolsonaro não polemiza para não levantar a bola para o petista. "Sou tudo que Lula não é. Ele não será cabo eleitoral, já é meu general eleitoral", provoca.

ELES NEGAM, MAS...
Entidades de juízes do Trabalho negam a intenção de descumprir a lei da reforma trabalhista, mas... Nota sem assinatura de uma Anamatra2 avisa que "alguns pontos considerados inconstitucionais" (por quem?) serão "enfrentados de forma fundamentada" nos julgamentos. Ah, bom.

REDUÇÃO EXPRESSIVA
Apenas 8 dos 35 partidos sobreviverão, caso prevaleça a cláusula de barreiras. Só PMDB, PT, PSDB, PSB, PP, PR, DEM e PSD atingiriam a meta de eleger deputados em 9 estados e obter votação mínima.

SEMELHANÇAS
Após a ameaça do ex-deputado Eduardo Cunha de "apelar ao Papa" para seu habeas corpus ser julgado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi à CNBB pedir "interferência" do Vaticano no Brasil.

FRANCESES NÃO VIRAM NADA
Houve espanto no Brasil com os gastos de R$100 mil em maquiagem, na presidência da França. Quase nada: os marqueteiros do PT dizem ter gasto R$2 milhões na vã tentativa de dar um trato na Dilma.

GRANDE IDEIA
Diego Garcia (PHS-PR) pediu organização da agenda dos trabalhos na Câmara e deu ótima ideia: "É preciso previsibilidade, mesmo que seja para trabalhar de segunda à sexta", disse o deputado. Ninguém gostou.

PERGUNTA NA CADEIA
Em suas andanças pelo País, Lula planeja chegar no Paraná em sua caravana?
Herculano
31/08/2017 07:22
A TOLICE DO COBRE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

O governo de Michel Temer (PMDB), em seu afã de fabricar boas novas para estimular a economia, cometeu erros primários na extinção da Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca). Como dividendos, colheu apenas uma enorme ?"e exagerada?" reação negativa na opinião pública.

Com a ajuda de celebridades, espalhou-se o rastilho de indignação com o suposto "leilão" da Amazônia para a iniciativa privada. Um juiz federal se apressou a suspender o decreto presidencial, nesta quarta-feira (30), por entender que faltou ouvir o Congresso.

O Planalto se viu acusado de liberar para destruição uma área preservada de floresta amazônica do tamanho do Espírito Santo.

A Renca nunca foi uma reserva ambiental, mas sim mineral. Criada por decreto em 1984, no período militar, objetivava manter controle estatal sobre depósitos de cobre, tântalo, ouro e outros metais.

Pode ter ajudado a coibir o desmatamento na região, mas não foi tão eficiente: há nela cerca de mil garimpeiros ilegais e 28 pistas de pouso clandestinas, segundo o Ministério de Minas e Energia.

A área coincide com a de nove unidades de conservação (UCs), criadas após a declaração da Renca. O decreto original de Temer ressalvava que prevaleceria a legislação ambiental incidente, mas não cuidou de consultar, antes de baixá-lo, a pasta do Meio Ambiente.

Uma secretaria do ministério havia preparado, em 2016, nota técnica contrária ao fim da Renca, por considerar que estimularia influxo populacional e desmatamento. Só após a onda de protestos o ministro Sarney Filho (PV) foi chamado para ajudar a apagar o incêndio.

O Planalto produziu então outro decreto, explicitando salvaguardas ambientais. O texto esclarece, por exemplo, que por ora não estarão previstas novas atividades de pesquisa e lavra dentro das UCs.

Em termos formais, a extinção não parece tão ameaçadora quanto se alardeou. Seria ingênuo, contudo, considerar inócua a medida.

O governo Temer tem patrocinado vários retrocessos na regulamentação ambiental. Além disso, a crise orçamentária no setor público reduziu sobremaneira sua capacidade de fiscalizar abusos.

O Planalto reincide no equívoco palmar de lançar medidas controversas sobre questões complexas, de afogadilho e sem os devidos esclarecimentos à sociedade.
Herculano
31/08/2017 07:19
SEM DESCULPAS PARA ATRASOS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O relator da reforma da Previdência não precisa fazer qualquer tipo de conjectura sobre uma possível nova denúncia contra Michel Temer

Na terça-feira passada, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República apresentar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer deverá retardar a tramitação no Congresso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/2016, que altera as regras previdenciárias. "Não dá para avançar com uma reforma previdenciária enquanto você tiver uma pauta do tipo 'vamos ou não acatar denúncia' cujo resultado importa em permanência ou não do presidente da República", disse Arthur Maia ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

É compreensível ?" mas injustificável ?" que a oposição tente usar uma possível denúncia contra Michel Temer para atrasar o andamento da reforma da Previdência. Sem maiores responsabilidades por devolver ao País as condições de desenvolvimento econômico e social, não seria estranho ver os partidos da oposição enraivecida empenhados numa tentativa desse tipo. Não faz, no entanto, o menor sentido que o relator da reforma adote semelhante postura.

Em primeiro lugar, vale lembrar que ainda inexiste uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Nova acusação formal é por ora tão somente uma possibilidade, que, se for efetivada, merece análise isenta e cuidadosa de seu conteúdo. Basta ver que, apesar de todo o alarde criado em torno da delação de Joesley Batista, a denúncia contra Michel Temer apresentada em junho pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, era manifestamente inepta.

De toda forma, a questão principal não é essa. O relator da reforma da Previdência não precisa fazer qualquer tipo de conjectura sobre uma possível nova denúncia contra Michel Temer para dar-se conta de que são assuntos distintos e que o Congresso pode e deve dar célere andamento à PEC 287/2016.

A proposta de reforma da Previdência é de autoria do governo, mas sua importância transcende em muito os interesses do Palácio do Planalto. Se o Congresso não votar a reforma da Previdência, o principal derrotado não será Michel Temer. É o interesse do País que está em jogo e não cabe condicioná-lo aos desejos de um procurador-geral em fim de mandato. Sem a reforma da Previdência, o País estará desprovido de um sistema previdenciário minimamente compatível com sua realidade fiscal e social, vendo-se obrigado a continuar bancando com seus parcos recursos públicos um sistema caro e obsoleto.

Além disso, o déficit da Previdência traz sérias dúvidas sobre a capacidade de o Estado brasileiro continuar pagando essa fatura. Em 2016, o rombo causado pela Previdência nas contas da União, dos Estados e dos municípios foi de R$ 305,4 bilhões. Longe de ser temporário, o desequilíbrio é estrutural e tende a crescer em razão do envelhecimento da população.

Diante do caráter prioritário da reforma da Previdência, é também um equívoco condicionar o seu andamento a outras reformas, como deu a entender o deputado Arthur Maia. "Tem que aguardar passar essa fase, que tem também a reforma eleitoral, para ver se é possível ou não é possível retomar a Previdência", afirmou o relator da reforma da Previdência.

Não cabe aguardar para saber se será possível ou não dar andamento à PEC 287/2016. A reforma da Previdência é um tema difícil, que será superado tão logo os parlamentares, sem qualquer vacilação, decidam não esperar pelo melhor dos momentos e, antes, construam eles mesmos as condições para sua aprovação. E cabe ao relator da reforma a liderança nessa empreitada.

A responsabilidade do Congresso com a reforma da Previdência é também a consciência de que não basta aprovar algumas alterações superficiais ou medidas de curto alcance, que funcionariam mais como bombas de efeito retardado do que como uma real correção de um problema que há muito tempo compromete o equilíbrio fiscal do Estado e, consequentemente, as futuras gerações de brasileiros. Faz-se necessária uma reforma de verdade, sem paliativos e sem atrasos.
Herculano
31/08/2017 07:14
GILMAR NÃO É EXCEÇÃO, NEM O JUDICIÁRIO, por José Henrique Mariante, secretário-assistente do jornal Folha de S. Paulo.

É lenda urbana, mas ganhou ares de história séria nos anos 70 nos EUA e mais tarde por aqui. A senhora deu banho no gato e resolveu secar o bicho no micro-ondas. Como a operação não deu certo, ela então resolveu processar o fabricante do aparelho, pois o manual de instruções não atestava que secar gatos não daria certo.

Por isso ou por acreditarem na estupidez humana, manuais de eletrodomésticos já há muito preveem situações ridículas como essa para que consigamos nos proteger de nós mesmos. Nada diferente do absolutamente óbvio "antes de entrar no elevador verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar".

O Brasil destes tempos clama por avisos semelhantes. Nem o mais criativo dos legisladores poderia imaginar que um dia se discutiria se receber flores de um investigado ou acompanhar a própria mulher no casamento do sobrinho dela com a filha do tal investigado seria prudente a um ministro do Supremo.

Certamente o legislador esperava que, após o regramento das situações óbvias de impedimento, outras tantas surgiriam pelo caminho e seriam conduzidas pelo mínimo de bom senso. Não estava nos planos, porém, a falta de senso.

É evidente que Gilmar Mendes tem alguma proximidade com a família Barata. Mesmo que involuntária, deveria bastar para o magistrado se declarar impedido. Não o fará, a despeito dos detratores, porque não precisa fazê-lo, respalda-se na lei e no ambiente em que vive. Gilmar é a regra do Judiciário. Uma olhada rápida nas cortes superiores e nos escritórios que as orbitam mostrará muitas flores, casamentos, sobrenomes iguais e ausência de ilegalidade.

Como o Judiciário também não é exceção, Executivo e Legislativo enroladíssimos na Justiça aproveitarão a deixa para mais uma vez propor mudanças no manual de instruções. Para preservar direitos, claro.
Enquanto isso, o prato gira no micro-ondas com o gato dentro
Herculano
31/08/2017 07:10
GOVERNO CELEBRA ANIVERSÁRIO DO IMPEACHMENT PRATICANDO CINISMO FISCAL, por Josias de Souza

Cúmulo da ironia: o governo de Michel Temer, que prometia acabar com as pedaladas que ajudaram a derrubar a antecessora, praticou ciclismo fiscal no plenário do Congresso até as três e meia da madrugada deste 31 de agosto, dia do aniversário de um ano do impeachment de Dilma Rousseff.

Temer e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentavam-se como campeões da austeridade. Cavalgando a emenda constitucional do teto dos gastos públicos, prometiam reformar a Previdência e entregar um orçamento superavitário para o presidente a ser eleito em 2018. A mexida previdenciária subiu no teto. E o superávit virou ruína.

Numa conta que considera a evolução da encrenca nos últimos 12 meses, o rombo nas contas oficiais bateu em R$ 170,5 bilhões. Se nada for feito, as despesas com a Previdência responderão por 57% do total de gastos da União até o final do ano. E tudo o que o governo consegue fazer é pedalar o orçamento. Eleva o déficit de 2017 para notáveis R$ 159 bilhões em 2017. Receita a mesma dose para 2018. E transfere para o sucessor do sucessor de Dilma a tarefa de lidar com o abismo.

A sessão desta madrugada terminou antes que os ciclistas de Temer conseguissem completar o percurso. Aprovou-se o texto principal. Mas ficaram pendentes de votação dois dos cinco destaques, como são chamados os remendos que os parlamentares tentam fazer na proposta durante o processo legislativo. Presidente do Congresso, Eunício Oliveira convocou nova sessão para a próxima terça-feira.

Para desassossego de Temer, terça-feira também consta da agenda do procurador-geral da República Rodrigo Janot como o dia ideal para protocolar no Supremo Tribunal Federal a segunda denúncia contra o presidente da República. Temer será acusado de obstruir a Justiça e, provavelmente, de integrar uma organização criminosa.

Para sepultar mais esta denúncia na Câmara, impedindo o Supremo de transformá-lo em réu, Temer terá de manter a barriga encostada no balcão. E o buraco fiscal tende a aumentar na proporção direta da evolução dos apetite$ da turma do centrão ?"a mesma patota que não exibe a mais tênue disposição para mexer na Previdência.

Nesse ritmo, Henrique Meirelles será convertido numa espécie de curandeiro que, depois de fazer um diagnóstico acurado dos males do paciente, manda aumentar a dose do purgante. Se bobear, sairá de fininho.
Herculano
31/08/2017 07:07
A INVENÇÃO DA CAMPANHA DE 2018, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O PLANO de vender a Eletrobras causa menos bafafá em jornais e redes sociais do que a extinção da Renca, essa reserva mineral de nome engraçado e destino talvez lúgubre.

Por relevante e suspeitíssimo que seja, o caso Renca afeta a vida de muitíssimo menos gente que o futuro do setor elétrico e mesmo o da Eletrobras.

A reforma trabalhista passou sem tumulto algum nas ruas, sob indiferença ou resignação dos trabalhadores, e com alvoroço mínimo no Congresso.

A mudança da Previdência deve ser tão desmatada quanto a Amazônia perto de pastos e sojas, caso ainda saia algum cachorro desse mato. Ainda assim, no que tem de oposição popular, a reação à mudança nas aposentadorias é mais passiva e indireta, mediada pelas antenas eleitorais do parlamentar médio.

Se mesmo Michel Temer causa estupor, um assunto mais remoto, ainda novo e nebuloso como a privatização da Eletrobras é que não daria jeito na abulia nacional. Ou não? O estupor, a paralisia indiferente, ou a grande resignação não são explicações, mas tautologias. O que houve com nervos e músculos sociais?

Não é mera questão especulativa. Esses assuntos e outros, como impostos, direitos adquiridos etc., estarão presentes na campanha de 2018, como tema de debate, programa ou fantasmas que quase todo o mundo fingirá não estar vendo.

A degradação da esquerda velha e a fragmentação de movimentos sociais e esquerdas novas são uma explicação parcial e óbvia da queda de tensão social do debate.

Assuntos ganham vida política quando se encarnam, quando se tornam modo de expressar diferenças de grupos sociais e/ou políticos, mesmo de modo menor ou tolo, como os embates paulistanos sobre ciclofaixas no ano passado (desculpem o provincianismo).

A disputa partidária, mesmo baixa e precária como deve ser a de 2018, deve reviver alguns desses temas, parte deles brasa dormida: Previdência, privatização, impostos.

Caso o governo Temer não desmorone de fato ou de direito até a metade do ano que vem, a privatização da Eletrobras vai virar assunto vivo no meio DA campanha, embora não se saiba se assunto DE campanha.

Um candidato da coalizão liberal, ou algo que o valha, quase todos ora com Temer, vai defender o combo desestatização, reforma da Previdência e, de resto, pagar a conta de ter aderido a este governo?

Um candidato da esquerda vai conseguir reviver desconfianças antigas em relação à minimização do Estado e, talvez mais fácil, colar a desmoralização de Temer e a lerdeza econômica à "agenda de reformas"?

Embora muito se especule sobre candidaturas, alianças e mesmo regras eleitorais, a conversa da eleição do ano que vem ainda é uma incógnita, talvez até mesmo no que diz respeito à rejeição dos "políticos tradicionais".

Candidatos podem reinventar o debate (mesmo a alucinada novidade de Collor de 1989 obrigou muita gente a sair do armário e a falar em "choque de capitalismo").

Pode ser que não se invente nada, que se minta ainda mais à vontade, que se trate de corrupção apenas. Pode ser que interesses prejudicados ou irritados se organizem justamente por causa da eleição, de uma candidatura esperta.
Katio Reis
30/08/2017 23:21
Ao J Nabuco

Em parte posso te responder, tanto petista como pmdebístas de Gaspar tem algo em comum: teem bandidos de estimação, Lula e Temer.
Os lados envergonham a querida Gaspar.
Joaquim Nabuco
30/08/2017 22:23
Herculano!

Cadê a PETEZADA aqui de Gaspar defendendo o LULA cachaceiro nas redes sociais. Gostaria de perguntar a eles, vocês não tem espelho em casa, não? Outra perguntinha, como vai a caravana do schnaps pelo nordeste? Gostaria que um PETISTA fizesse um comentário a respeito. Foi chamado de LADRÃO pela própria militância, se engasgou todo, mas não perde a vergonha na cara, assim são os PETISTAS.
Juruna
30/08/2017 20:55
Senhor Herculano

Samae inundado e escondido

Alguém sabe nos informar porque não se tem acesso ao portal transparência da autarquia?
O que tem o executivo vereador a esconder?
Onde está o MP ?
Bonecão de Olinda
30/08/2017 20:31
Olá, Herculano:

Tem alguém que acredita no que a Mariluci fala?
Ainda bem que nós não!
O que petista fala não se escreve.
Erva Doce
30/08/2017 20:18
Herculano:

"A INUTILIDADE DE UMA SECRETARIA VITAL".

Este governo Kleber está pior que o do Zuchi.
E se o Kleber está copiando do governo Zuchi, mostra que está copiando mal.
Erva Doce
30/08/2017 20:07
Herculano:

"A INUTILIDADE DE UMA SECRETARIA VITAL".
Este governo Kleber está pior que o do Zucchi.
E se o Kleber está copiando do governo Zucchi, mostra que está copiando mal.
Herculano
30/08/2017 15:32
MATA QUE É POLÍCIA, por Carlos Brickmann

Há poucos dias, 26 de agosto, foi morto o centésimo PM do Rio em 2017. São 13 assassínios de policiais por mês. E o silêncio que se faz é atordoante, como se nada houvesse, como se PM não fosse gente. Imagine se matassem cem juízes, cem garis, cem religiosos. Haveria este silêncio?

Há 130 anos, em onze meses, Jack, o Estripador, matou cinco prostitutas em Londres, cortando-lhes a garganta. O assassino jamais foi identificado, mas a Inglaterra se mobilizou para localizá-lo. E, 130 anos depois, seu nome ainda é lembrado. Aqui, em oito meses morrem cem PMs ?" e não há qualquer comoção, excetuando-se a das famílias e a de quem é consciente.

Polícia é essencial em qualquer parte do mundo. Na Dinamarca, onde há educação de qualidade para todos, onde a desigualdade social é minúscula, há polícia, e eficiente. Só no Brasil se imagina que a Polícia, executora do monopólio estatal da força, pode ser desprezada. Após a ditadura militar, em que a Polícia aceitou gostosamente a permissão de atuar fora da lei, surgiu a crença de que os policiais foram os culpados pela violência, pelas torturas. Foram; mas houve também promotores que sabiam de tudo e se calaram, juízes coniventes, jornalistas cúmplices. Só os policiais pagam? E nem são mais os mesmos (que, dos velhos tempos, muitos passaram de vez para a vida fora da lei, trabalhando como bicheiros ou milicianos ferozes).

Quando nossa vida corre risco, quem é que chamamos? O ladrão?

DETALHES

O seguro de vida para o policial que expõe sua vida foi criado há pouco mais de 20 anos, pelo governador Mário Covas. Antes, não existia. Colete à prova de balas? Existe, mas não para todos. Um policial tem de esperar a volta do colega para pegar o colete dele, sem tempo sequer para arejá-lo. E, para enfrentar o poder de fogo dos bandidos, só armas nacionais, pequenas.

COMO ERA, COMO É

Em 1983, ou 84, houve uma onda de assaltos a passageiros de ônibus. O governador paulista Franco Montoro determinou que PM fardado não pagasse passagem. A presença do policial no ônibus afastou os bandidos. Na época, tinham medo. Hoje, o policial esconde a farda fora do horário de trabalho. Não carrega seu crachá, pois os criminosos o matam se souberem que é policial. Os bandidos perderam o respeito. Não têm o que temer.

O CRIME E A PENA

Lembra de Henrique Pizzolato, que foi diretor do Banco do Brasil, fugiu para a Itália usando documentos falsos com o nome do irmão falecido e foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro? Ele começou a cumprir a pena em fevereiro de 2014, quando foi preso na Itália (veio para o Brasil em outubro de 2015).

Faça as contas: 2014 mais 12 anos=2026, certo? Errado: Pizzolato já está no regime semiaberto, que lhe foi concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo. Dorme na cadeia. De dia, vai trabalhar na rádio OK FM, como assistente de programação, algo que jamais fez na vida. O salário é de R$ 1.800,00 mensais. Mas que fazer? A lei exige um emprego! A rádio pertence a seu companheiro de cela, Luiz Estêvão, hoje também seu patrão.

EXCLUSIVIDADE

Não estranhe o caso de Pizzolato. Num país onde Suzane Richthofen teve folga da prisão no Dia das Mães, que é que se pode esperar?

SEXO É CIÚME

A delação mais esperada no país, hoje, é de um tipo diferente: tem, além da ladroeira, sexo, ciúmes, chifres, brigas federais. O que se sabe: um captador de recursos teve um caso com uma parlamentar federal casada. Houve belos hotéis, brigas com arranhões, ciúmes ferozes, erros (o marido entendeu que o casamento agora era aberto, e também andou escapulindo; a esposa não quis saber, e por pouco não se cria uma crise ?" o Chifrudão).

SEXO É CULTURA

Nomes? Imagine! Este colunista adora continuar vivo. Mas pitadas de cultura e pesquisa ajudam a chegar lá. Comece por Jacques Offenbach, compositor de sucesso, francês nascido na Alemanha, rei do can-can. E vá para Shakespeare, Julio Cesar, no monumental discurso de Marco Antônio nos funerais de Cesar. Termina aqui a parte cultural: o restante é briga feia de casal. Se a chefia não enquadra marido e esposa, a coisa iria longe. O fato é que os chifres doeram, mas pior seria perder os excelentes empregos.

E CALOU-SE O SABIÁ

Recife, Praça N.S. do Carmo. Dia 25, a caravana de Lula parou ali para um ato público. Mas, no lugar em que queriam botar o palanque, havia uma palmeira imperial grande, de mais de 20 anos. Simples, não? Só montar o palanque ao lado. Mas o PT não perdoou: cortou a árvore. Tudo (com fotos) em http://www.chumbogordo.com.br/14665-minha-terra-tinha-palmeiras-por-jose-paulo-cavalcanti-filho/.

Os sabiás que entrem no MST.
Herculano
30/08/2017 15:19
ELES SE MERECEM

Miguel. Lembra do que escrevi aqui bem recentemente: "com quem o PP de SC vai ficar?"

A sua observação é apenas o rito da sacanagem aos analfabetos, ignorantes e desinformados eleitores e eleitoras.Essa gente é superescolada.

O PP de Esperidião Amim Helou Filho, PP, o pai do estado inchado e atrasado, o abonador dos privilégios dos funcionários públicos, mas que para se eleger, se diz o defensor dos votos dos trabalhadores (é só olhar os votos e as relatorias dele na Câmara), já está mãos dadas com Raimundo colombo, PSD, o que está falindo irreversivelmente o estado com a ausência ou comprada imprensa.

Também anunciara ambos, que Paulinho Bornhausen, o ex-PFL e DEM, o direitista, o representante da mais antiga oligarquia política catarinense, que virou "socialista" de ocasião, estaria no mesmo barco furado.

Para completar, só faltaria mesmo o PT nesta barca de oportunidades, a que quebrou o Brasil. Parecem iguais. Nada de ideologia. Tudo por interesse. Aliás, por várias vezes, os Amins já tiveram casos e casos.

E depois sou em quem tenho veneno. Eu só tipifico as cobras que se unem para enganar os eleitores e comerem votos para se esbaldarem no poder com os pesados impostos de todos nós.

Ou PP, PSD E PSB se unem na amargura, ou se contentam com fatias menores no blocão que o PMDB vai montar para minorar e salvar quase todos do voto crítico de 2018. Santa Catarina merece mais. Acorda, Gaspar! Wake Up, Brazil!
Miguel José Teixeira
30/08/2017 14:49
Senhores,

Na mídia:

"A ré(presentantemor)dos PeTralhas, Gleisi Hoffmann, se reúne com presidente do PSB para reaproximar siglas"

E agora, Paulinho Bornhausen?
Herculano
30/08/2017 10:45
IMPOSTO PARA O SÉCULO 21, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Com tributação pesada, injusta e disfuncional, o Brasil vem sendo há muitos anos prejudicado por um dos piores sistemas de impostos e contribuições do mundo. Crescer de forma duradoura e segura, com produção competitiva, só será possível com um modelo tributário mais parecido com o de países mais eficientes e mais dinâmicos ?" garantidos, é claro, indispensáveis avanços no acerto das contas públicas e na reforma da Previdência. Ao apresentar sua proposta de modernização dos tributos, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) realizou a façanha, muito rara em Brasília, de propor um debate sobre todo o sistema de impostos e contribuições. As discussões políticas sobre o assunto raramente ultrapassam tópicos muito limitados, como os efeitos setoriais desta ou daquela cobrança, a distribuição regional dos valores arrecadados ou a questão ?" nunca enfrentada para valer ?" dos benefícios ilegais da guerra fiscal. Pior: muito raramente enfocam necessidades essenciais da economia para operar no século 21.

Um dos principais objetivos da reforma proposta pelo deputado Hauly é a simplificação. O sistema brasileiro é complicado tanto pela multiplicidade enorme de tributos como pela diversidade das normas, "um manicômio", segundo ele. No caso do principal tributo estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), há 27 conjuntos de normas, criados em cada Estado e no Distrito Federal (DF). Além disso, há regras instáveis. Empresas consomem centenas e até milhares de horas para cuidar dos detalhes formais ?" o custo financeiro é outra história.

A mudança proposta pelo deputado inclui a extinção de dez tributos e a criação de dois, um federal e um estadual. O ICMS desapareceria. Os Estados e o DF passariam a dispor de um tributo sobre o valor agregado, com o nome de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), e um sobre Propriedade de Veículos Automotores. Recolheriam também contribuições para a Previdência de seus funcionários e taxas e contribuições de melhoria. Velhos conceitos, como circulação de mercadorias, operações interestaduais e até estabelecimento, seriam eliminados. A transmissão de propriedade de bens e a prestação de serviços onerosos seriam os fatos geradores (como "no resto do mundo", explica o autor do projeto).

A União recolheria um Imposto Seletivo (IS), semelhante à excise tax de países desenvolvidos, incidente sobre petróleo e derivados, combustíveis e lubrificantes de qualquer origem, produtos de fumo, eletricidade, telecomunicações, bebidas, veículos, pneus e autopeças. A União continuaria a cobrar o Imposto sobre a Renda, assim como contribuições previdenciárias, além de itens menos importantes. Não se propõe mudança no financiamento da Previdência: o tema é deixado para a reforma em discussão no Congresso.

A ideia é manter a carga tributária. Nenhum ente federado perderá arrecadação nos cinco primeiros anos, de acordo com a proposta. A ideia enunciada é criar um sistema de impostos e contribuições mais funcional, socialmente mais equilibrado (com menor peso sobre o consumo e maior sobre a renda), alguma redistribuição da receita (com vantagem para os municípios) e maior simplicidade. Além disso, novas formas de administração, como um Superfisco Nacional para cuidar da cobrança do IBS, favorecerão a solidariedade e o fim da competição entre Estados, segundo o deputado Hauly.

Os detalhes são muito mais complexos que aqueles indicados neste resumo, mas o conjunto aponta para um sistema economicamente mais funcional, mais favorável à competitividade e mais administrável pelas empresas. Especialistas podem apontar problemas no projeto, dificuldades de implementação, talvez alguma inconsistência. Mas a proposta, já discutida em dezenas de palestras e reapresentada resumidamente em evento promovido pelo Estado, destaca-se pela amplitude e pela preocupação com a funcionalidade e a equidade. Fica muito distante dos habituais projetos de remendos surgidos nas duas últimas décadas.
Herculano
30/08/2017 10:41
LIMINAR SUSPENDE ATO DO GOVERNO QUE EXTINGUE RESERVA DO COBRE

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Julia Affonso e Luiz Vassallo, da sucursal de Brasília. A Justiça Federal acolheu parcialmente liminar em ação popular para suspender imediatamente 'todo e qualquer ato administrativo tendente a extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), sem a prévia observância da garantia constitucional'.

A ação foi proposta por Antônio Carlos Fernandes contra o presidente da República e a União, questionando ato administrativo que extinguiu a Renca, localizada na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará, criada pelo Decreto 89.404, de 24/2/1984, e cuja área total seria superior à do estado do Espírito Santo.

A decisão liminar é da 21.ª Vara Federal do Distrito Federal.

De acordo com o juiz federal Rolando Spanholo, 'ficam suspensos eventuais atos administrativos praticados com base no Decreto n. 9.142/2017 (ou sucessor) que tem a finalidade de permitir a imediata exploração dos recursos minerais existentes na Reserva Nacional do Cobre e Associados'.
Herculano
30/08/2017 10:39
A REVOLTA DE MORO,

Conteúdo de O Antaganoista. Não, a Lava Jato não está acabando.

Leia a coluna de Merval Pereira, em O Globo:

"Embora nos últimos dias dois dos principais personagens da Lava Jato, o juiz Sergio Moro e o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, tenham comentado, em público ou privadamente, que é possível antever o fim da maior operação anticorrupção já realizada no país, é bastante improvável que ela se encerre este ano, e muito menos em outubro, como foi atribuído ao Juiz Sérgio Moro.

Mesmo que possa ter falado, como registrou Sonia Racy em sua coluna do Estadão, em encerrar suas atividades em outubro, essa data-limite refletiria muito mais certo cansaço do Juiz do que uma possibilidade real.

A acusação de que seu amigo Carlos Zucolotto Jr., advogado e ex-sócio de sua mulher, ofereceu facilidades a um réu da Lava Jato, o também advogado Rodrigo Tacla Duran da Odebrecht, foragido na Espanha, deixou Moro mais que abatido, revoltado com o que considerou uma tentativa de usar um amigo pessoal para atacá-lo e à Operação Lava Jato."


Os lulistas montaram uma farsa para esquentar as calúnias do doleiro foragido Rodrigo Tacla Duran.

Primeiro, seu "livro" foi publicado "por engano" na internet.

Em seguida, o "livro" foi retirado do ar e divulgado pela imprensa amiga.

Agora, os defensores de Lula pedem seu testemunho no processo sobre a propina paga pela Odebrecht.

É o tipo de manobra que a imprensa fazia nos tempos de José Dirceu.

A FOLHA CONSEGUIU

A Folha de S. Paulo conseguiu o que queria.

Leia aqui:

"Os advogados de Lula vão acusar o juiz Sergio Moro de cerceamento de defesa por ele ter negado o pedido para que Rodrigo Tacla Duran fosse ouvido como testemunha do petista.

A defesa de Lula vai usar o discurso de que, com a decisão, Moro se contradiz. Os advogados vão dizer que a palavra de um criminoso serve para condenar; já a palavra de um acusado não serve para esclarecer fatos relevantes da Lava Jato."

O argumento é grotesco.

Um delator reconhece os próprios crimes e paga por eles.

O doleiro favorito da Folha de S. Paulo e da defesa de Lula omitiu seus crimes - tanto que teve seu acordo recusado pela Lava Jato e fugiu do Brasil.
Herculano
30/08/2017 10:30
INVESTIMENTO NO BRASIL É 'REPATRIAÇÃO DISFARÇADA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje

A maior parte de investimentos estrangeiros no Brasil já não têm como origem os conhecidos fundos que administram o dinheiro das velhinhas norte-americanas ou europeias, mas de bancos que atuam como "laranjas" de brasileiros que mantêm suas fortunas lá fora. Essa é a conclusão de estudos levados ao conhecimento do governo. A má notícia é que não passa de mito o interesse de investidores no País.

INVESTIMENTO BRAZUCA
Brasileiro com muito dinheiro lá fora teme a rebordosa na Receita, por isso confia a empresas estrangeiras os seus investimentos no Brasil.

REPATRIAÇÃO SALVOU
No primeiro ano de governo Temer, a entrada de dólares no País foi de US$ 12,57 bilhões, mas com grande influência da Lei da Repatriação.

TENDÊNCIA DE QUEDA
Apesar do saldo positivo em US$4,91 bilhões no acumulado de 2017, junho e julho, somados, tiveram saldo negativo de quase US$7 bilhões.

GRAU DE INVESTIMENTO
Em 2007, investidores injetaram US$87,5 bilhões no Brasil com a perspectiva do grau de investimento que o País obteve em 2008.

ACUSADO DE ASSÉDIO É NOMEADO C?"NSUL DO BRASIL
Américo Fontenelle foi cônsul do Brasil em Toronto (Canadá) e depois em Sidney (Austrália), jactando-se sempre da proteção do poderoso ministro José Dirceu. Nos dois postos foi acusado de assédio moral. Apesar disso, suas costas continuam largas: o Itamaraty designou-o cônsul em Ciudad del Este, Paraguai. Não tem perigo de dar certo. Colegas dele acham que o terceiro caso de assédio é questão de dias.

REINCIDÊNCIA
Após grave denúncia de assédio em Toronto, o chanceler petista Celso Amorim "escondeu" Fontenelle em Sidney. Aconteceu de novo.

POSTO É SENSÍVEL
Diplomatas mais experientes estão preocupados: a ficha de Fontenelle o torna vulnerável em posto sensível, em região de alta criminalidade.

OLHO NO DESLIZE
O Itamaraty sabe que, marcado pelos casos de assédio, o diplomata chegará ao novo posto enfraquecido, todos à espera de novo deslize.

BOLSONARO NA FRENTE
Enquete no site do Diário do Poder com 2.132 votantes até as 19h de ontem, revela que 24% apostam na vitória de Jair Bolsonaro na disputa para presidente, em 2018, seguido de João Dória (19%), Álvaro Dias (15%), Alckmin (12%), Lula (11%), Marina (8%) e Ciro Gomes (7%).

OJERIZA AO PT
Está feia a coisa para petistas: além do fiasco da caravana de Lula no Nordeste, levantamento da Paraná Pesquisas mostra os brasileiros preferem Michel Temer (19,6%) na presidência que o PT (19,5%).

SINDICALIZAÇÃO DA MAGISTRATURA
Indagada sobre se orienta os associados a burlar a nova lei trabalhista, a entidade de classe Anamatra confirmou: juízes do Trabalho devem "prestigiar a Constituição" contra "preceito de uma lei federal".

REELEIÇÃO DIFÍCIL
A derrocada do senador Eduardo Braga no Amazonas é pior ainda para a aliada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), de reeleição dificílima. Aliás, o petrolão, que a trouxe a Brasília em 2010, deve levá-la em 2018.

PERNAS CURTAS
Montagem na rede atribui a Gilmar Mendes o carro "atacado em São Paulo" por manifestantes. Mas a placa é de país europeu e o ministro está a 10.564km de distância, em visita a Bucareste, na Romênia.

NóS PAGAMOS
Ao menos 13 servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais receberam acima dos R$ 108 mil em julho. Cinco levaram mais de R$230 mil. Um juiz de "entrância especial", R$ 461 mil. Líquidos.

MANDOU BEM
O CEO da Tim Brasil, Stefano de Angelis, foi escolhido o melhor do ano na América Latina pela revista International Investidor, nas categorias de tecnologia, mídias e telecomunicações.

PRIVATIZAÇÃO EM PAUTA
Em sessão conjunta a pedido do senador Fernando Pai, comissões de Infraestrutura e Assuntos Econômicos do Senado vão ouvir o ministro Fernando Filho (Minas e Energia) sobre a privatização da Eletrobras.

PENSANDO BEM...
...o Dia do Perdão, celebrado neste 30 de agosto, não tem chance de ser celebrado no Congresso.
Herculano
30/08/2017 10:22
SINAIS DOS TEMPO DE CARISTIA E DE INFLAÇÃO BAIXA ONDE TODOS APRENDERAM PELA DOR COMPRAR O NECESSÁRIO

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FAZ SETOR DE CARNE ELIMINAR ESTOQUES

Conteúdo da Coluna Vaievém das Commodities, no jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mauro Zafalon. O comportamento tímido dos consumidores nas compras, incluindo produtos alimentícios, está provocando mudanças no mercado de carnes.

O varejo passou a não fazer estoques, obrigando o frigorífico também a se adaptar a essa nova realidade.

A avaliação é de Heloísa Xavier, da JOX Consultoria Agropecuária. Essa nova posição do consumidor é reflexo dos efeitos da queda de renda, provocada pelo desemprego, e das incertezas geradas pelas crises econômica e política, afirma ela.

Com isso, a produção de frango e de suínos se ajustou à demanda, que é fraca, e os preços também têm pouca reação. Xavier cita o exemplo do frango, cujos valores de negociação estão estáveis desde abril, à exceção de pequenos movimentos pontuais.

O mercado de boi tem uma situação um pouco diferente. Após a forte redução de preços no primeiro semestre, provocada pelas seguidas crises no setor, o gado volta a ter correção nos valores de negociações.

A oferta de bois é restrita nas últimas semanas, motivada pelo período de entressafra e do clima ruim para as pastagens. Isso torna mais difícil a escala de abate dos frigoríficos, que têm contratos externos e necessitam também abastecer o mercado interno.

A dificuldade na compra de gado obriga os frigoríficos que atuam no mercado paulista a pagar mais e a buscar os animais cada vez mais distante, inclusive em outros Estados, segundo Xavier.

O mercado ainda demora algumas semanas para se ajustar, acredita ela.
Herculano
30/08/2017 10:17
DELAÇÃO DO PATRIOTA FUNARO CHEGA AO STF; LA VEM JANOT COM A LADAINHA: QUERO TEMER FORA!", por Reinaldo Azevedo na Rede TV

Ai, ai, vamos lá.

Já está com o ministro Edson Fachin o acordo de delação premiada que Lúcio Funaro fechou com Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Como vocês devem se lembrar, Janot abriu uma espécie de concorrência entre o dito "operador" e o ex-deputado Eduardo Cunha. Quem dissesse a coisa mais interessante - e o interesse único, está claro, era e é, nesse caso, atingir Michel Temer - levaria o prêmio, o galardão. Parece que Funaro venceu essa espécie de licitação, que pode ser tudo, menos moral.

É claro que eles poderiam nos surpreender. Mas não vão. Fachin deve homologar a delação e, assim, mais um bandido, condenado a mais de 15 anos de cadeia, vai ficar na mamata. O ministro precisa correr. E ele correrá. Homologada a delação, Janot deve, então, entregar a nova denúncia contra o presidente Michel Temer. E, bem, não se deve esperar muito pudor nessa história toda, né?

O Jornal Nacional de segunda-feira, diga-se, foi um bom exemplo do estado das artes. Em cinco minutos, entre 33min09s e 38min09, nome e cargo - "Rodrigo Janot, procurador-geral da República" - foram citados cinco vezes. Encadearam-se quatro notícias que tinham o homem como protagonista: denúncia contra Romero Jucá, denúncia contra Renan Calheiros, autorização do STF para investigar uma acusação contra José Serra e, finalmente, a presença "dele" no Globo, num seminário contra corrupção. A gente chega a notar um certo esforço técnico dos apresentadores para repetir o nome com entonações diversas.

Uma nota: antes disso tudo, noticiaram-se algumas coisas sobre o governo. Sabem quem falou com otimismo sobre a economia? Não foi o presidente Michel Temer, é claro! Foi ao ar a fala do ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Temer só voltaria a ser lembrado na última notícia sobre o Grande Janot. Já vamos ver em quais circunstâncias. Não descarto aprender alguma coisa com procedimentos assim tão inovadores.

Muito bem. Depois de participar do seminário, o procurador-geral concedeu uma rápida entrevista. A repórter da Globo quis saber: "O senhor deve, sim, apresentar uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer?" Fiquei em dúvida se cabe aí um ponto de interrogação. E o Ameaçador-Geral da República respondeu: "O Ministério Público não fala o que vai fazer. O Ministério Público faz e depois, se houver dúvida, explica por que o fez. O que eu posso dizer é que não deixo de praticar ato de ofício em razão de estarem faltando 20 dias para terminar meu mandato".

Observo, de saída, ao analisar a fala, que apresentar uma "denúncia" é uma das funções do procurador, é uma de suas prerrogativas. Sim, quando o fizer, ele o fará por meio de um "ato de ofício". E se não apresentar? Estará, então, prevaricando? É claro que não! Há uma diferença gigantesca entre um procurador-geral poder apresentar uma denúncia, que se expressa por ato de ofício, e ter de apresentar uma denúncia. E é um pouco constrangedor ter de lembrar isso. Adiante.

Se vocês clicarem aqui, poderão ler a integra da decisão do então ministro Teori Zavascki, que mandou prender Lúcio Funaro, a pedido de? Rodrigo Janot. Como é praxe nesses casos, Zavascki repete os termos da petição do procurador. Sobre o mais novo herói com o qual fez acordo, escreveu Janot há pouco mais de um ano:

- "Cuida-se de verdadeira traição ao voto de confiança dado a ele pela Justiça brasileira";

- [Funaro] é "uma pessoa que tem o crime como modus vivendi (meio de vida), que já foi beneficiado com a colaboração premiada no mensalão e, no entanto, prosseguiu delinquindo";

- [Funaro é dado a ] "práticas reiteradas e habituais de crimes graves, sem qualquer freio inibitório, [que] colocam em risco, concretamente, a ordem pública";

- "Adernais, a ousadia de Funaro é conhecida no meio em que circula e ficaram ainda mais evidentes no episódio (?) em que ameaçou de morte um idoso de mais de oitenta anos (Milton Schahin) em razão de disputa econômica. Ora, se Funaro é capaz de ameaçar de morte um ancião em razão de disputas comerciais, não há dúvidas de que não se rogará a prejudicar a investigação sobre os fatos que o incriminam".

O procurador-geral lembrou ainda que Funaro ameaçou botar fogo na casa de um desafeto "com as crianças dentro".

Pois é? O "operador" fechou o acordo de delação há alguns dias. O que quer que tenha dito a Janot sobre Michel Temer ou qualquer outro não passou por nenhuma apuração. Mas sabem como é? O homem ainda tem 18 dias para brincar com suas flechas de bambu?

Se a sua delação não foi monotemática ?" atingir apenas Temer -, outras figuras da República, muito especialmente do PMDB, devem estar no cardápio. Também elas serão alvos de denúncias? Ousaria dizer que não. Temer virou a obsessão de Janot.

Janot, que demonstrou não saber exatamente o que é um ato de ofício, quer que acreditemos que ele tem a obrigação funcional de denunciar o presidente da República, escorando-se num tipo como Lúcio Funaro.

Será que, quando eu descobrir o "verdadeiro jornalismo" isento, também aplaudirei um tipo como? Janot?
Herculano
30/08/2017 10:11
DECRETO DA MINERAÇÃO EXPõE BAGUNÇA DO PLANALTO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Alguém está com um parafuso solto num governo que anuncia a abertura de uma área de mineração na Amazônia sem ter ouvido o ministro do Meio Ambiente. Com o tempo serão mais bem conhecidas as razões do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para tomar semelhante iniciativa. (O repórter Ricardo Senra informa que o doutor anunciou a abertura da área ao mercado em março passado, durante um evento organizado por mineradoras canadenses.)

A trapalhada aconteceu dias depois de uma prometida privatização da Eletrobras. Isso num governo que contrapõe ao estouro da meta fiscal um audacioso plano de privatização de bens públicos. Noel Rosa já advertiu: "Vendeste o carro para comprar gasolina".

A fúria privatizante do governo Temer agrada ao chamado "mercado". Nele, de um lado está a turma que fatura com a alta das ações da Eletrobras, mas do outro há gente séria, tanto mineradoras capazes de explorar jazidas na Amazônia, como empresas de energia que possam se interessar por um setor historicamente administrado por clãs da política nacional.

O governo de Temer mostra uma desordenada capacidade de produzir eventos inúteis e promessas mirabolantes. Prometeu pacificação e empregos (100 mil, só em 2016). Anunciou um plano para concluir obras inacabadas e fez circular a notícia de que reduziria o número de ministérios. Tem um ex-ministro na cadeia e outro em prisão domiciliar.

No mesmo dia em que decidiu preparar um novo decreto para ordenar a mineração na área da reserva amazônica, a repórter Danielle Nogueira revelou que um dos primeiros planos do governo para reativar a economia fechará o balcão no dia 31. Para preservar empregos, evitando falências e concordatas, o BNDES abriu uma linha de crédito de R$ 5 bilhões. Passou o tempo e só apareceu um candidato ao financiamento, com um projeto de R$ 10 milhões.

Coisa desse tipo acontecem porque o governo confunde a realidade com sua capacidade de fabricar expectativas. Gerada a expectativa, a marquetagem se dá por satisfeita.

Nesta terça (29), Michel Temer embarcou para a China. Para que não se pense que o mundo encantado passou a existir com sua chegada ao Palácio do Planalto, pode-se rever a lista de patranhas que acompanham as comitivas de presidentes brasileiros a Pequim.

Na primeira viagem de Lula, para susto dos chineses, falou-se que o Brasil negociaria um acordo nuclear. Era lorota. Anos depois, Dilma Rousseff voltou ao Império do Meio e de sua comitiva saiu a informação de que a empresa Foxconn investiria US$ 12 bilhões no Brasil, criando 100 mil empregos na fabricação de iPhones e iPads.

Há 2.000 funcionários produzindo iPhones e a linha de fabricação de iPads foi desativada. Às vésperas de uma visita do primeiro-ministro chinês o mundo encantado do Planalto de Dilma Rousseff festejou um projeto de construção de uma ferrovia do Atlântico ao Pacífico, coisa de R$ 30 bilhões pelo lado brasileiro. O visitante traria na mala investimentos da ordem de US$ 53 bilhões. Nada.

Fantasias podem ser vendidas no mercado interno, mas não podem ser exportadas. Os chineses devem pensar que os governantes brasileiros têm os parafusos soltos.

Nas próximas quatro semanas o signatário aderirá ao programa de reformas estruturais, pesquisando as virtudes do ócio
Herculano
30/08/2017 10:09
CONGRESSO TEM NOITE DE BAR:"NÃO SOU NEGA SUA", por Josias de Souza

Além da falta de ética, a política vive uma crise de compostura. Isso ficou evidente na sessão noturna do Congresso Nacional, nesta terça-feira. O plenário viveu uma noite de boteco. Não um botequim qualquer. Um bar de quinta categoria. O tratamento cerimonioso de 'Vossa Excelência' perdeu o sentido. No calor da confusão, uma Excelência era vista por outra como um biltre. E vice-versa. A certa altura, Eunício Oliveira, presidente do Senado e do Congresso, dirigiu-se com a sobriedade de um ébrio a um deputado que o interpelava: "Baixe os dedos, não sou nega sua!"

A sessão reuniu deputados e senadores no plenário da Câmara, que é maior do que o do Senado. Destinava-se à análise de vetos de Michel Temer. Nas sessões ordinárias da Câmara, só com deputados, já é grande a confusão. Com o acréscimo dos senadores, aí mesmo é que a atmosfera conspira a favor das ofensas e dos empurrões, não de decisões sensatas. Os parlamentares ficam em pé, na frente da mesa. É como se não dispusessem de poltronas.

A encrenca começou quando o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), pediu a palavra para formular uma "questão de ordem". Para usufruir um pouco mais do microfone, ele requisitou o tempo destinado aos líderes, que é mais elástico. Presidia a sessão o segundo vice-presidente do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA). Conspiração dos astros! Os dois são rivais na política maranhense. Weverton é da tribo do governador Flavio Dino (PCdoB). João Alberto é um seguidor devoto do clã Sarney. E a Câmara virou uma espécie de quintal de São Luís.

João Alberto deu de ombros para a solicitação de Weverton, que o acusou de censurá-lo. Outros deputados de oposição solidarizaram-se com o líder do PDT. Grita daqui, empurra dali, Eunício Oliveira (PMDB-CE) acomodou-se na poltrona de presidente. Desatendido, Weverton jogou um exemplar do regimento interno na direção da Mesa. Um grupo de parlamentares marchou em direção a Eunício, para cobrar respeito ao regimento. Agentes da Polícia Legislativa do Senado fizeram um escudo humano para proteger o mandachuva do Congresso da ira dos congressistas.

Eunício suspendeu a sessão por dez minutos. Na volta, com os ânimos menos exaltados, afirmou não ter medo de gritos, agressões ou cara feia. O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse não ter duvida de que o presidente do Congresso não teme cara feia. Do contrário, disse ele, Eunício não suportaria olhar seu próprio reflexo no espelho. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acusou Eunício de trazer do Senado agentes armados, para "intimidar" os deputados. Coube à senadora Ana Amélia (PP-RS), gaúcha como Pimenta, sair em defesa colega.

Segundo Ana Amélia, os seguranças não fizeram senão assegurar a ordem. Ela recordou uma cena ocorrida no início de julho. Um grupo de senadoras, sob a liderança de Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT de Paulo Pimenta, ocupou a Mesa do Senado. As sublevadas atrasaram por quase oito horas a votação da reforma trabalhista de Michel Temer. Eunício chegou a cortar a luz do plenário. "O Brasil inteiro se deparou com a cena dantesca", enfatizou Ana Amélia.

Numa época em que congressistas trazem códigos de barras na lapela e comercializam seus votos à luz do dia, as confusões do plenário apenas adicionam à crise moral elementos de uma crise de compostura. A diferença entre o boteco e o Congresso é que na mesa de bar os bêbados pagam do próprio bolso a bebida que entorta a prosa. No Legislativo, é o Tesouro Nacional que financia tudo - do salário ao cafezinho. No botequim, de resto, o álcool sai na urina. No Congresso, se os resíduos verbais fossem concretos, não haveria esgoto que bastasse.
Herculano
30/08/2017 10:03
LULA, O DILEMA DO PT, por Helio Schwartsman, no jornal Folha de S.Paulo

É difícil a situação de Luiz Inácio Lula da Silva. A menos que ele decida fazer um improvável "mea culpa" público, admitindo, no mínimo, que se meteu em relacionamentos inadequados com empresários que já confessaram estar envolvidos até a medula em corrupção, só lhe resta mesmo esbravejar contra a Lava Jato e os jovens promotores. Ele precisa tentar pintar os processos a que responde como uma perseguição política.

O primeiro problema é que esse discurso só soa verossímil para os eleitores que já simpatizam mais fortemente com o PT, uma parcela da população que não excede os 30%. As taxas de rejeição ao ex-presidente são superiores a isso, ficando em torno dos 50%. Não é uma coincidência que ele tenha de limitar suas caravanas às áreas do Nordeste onde ainda goza de forte popularidade.

É um cenário que o transforma num excelente candidato para chegar ao segundo turno e nele ser derrotado por um oponente que desperte menos animosidade na maioria da população. Sua melhor chance, senão a única, seria disputar o segundo escrutínio contra alguém ainda mais polêmico, isto é, contra Jair Bolsonaro. Eu não me surpreenderia se alguns petistas mais dados ao pensamento estratégico, levando a dissonância cognitiva a extremos, descarregassem seus votos de primeiro turno no ex-militar.

O segundo problema de Lula é que são grandes as chances de a Justiça bloquear sua candidatura. Nesse caso, o PT precisará lançar um outro candidato ?"que, ao que tudo indica, seria Fernando Haddad e aí o discurso anti-Lava Jato do partido tende a tornar-se contraproducente. A melhor chance de a legenda voltar a ser viável em eleições majoritárias é admitir honestamente seus erros e tentar mostrar que aprendeu algo com eles. A presença de Lula como líder máximo e inconteste do partido praticamente inviabiliza esse caminho.
Miguel José Teixeira
30/08/2017 10:02
Senhores,

Os números do desgoverno Dilma não devem ser esquecidos. . .

A passagem do PT pelo poder foi um assalto ao Estado . . .

Há um ano a ex-presidente Dilma Rousseff subia ao cadafalso do Senado, que aprovou o seu impeachment em 31 de agosto, após longa agonia iniciada em 2 de dezembro de 2015. Tudo começou pelas mãos do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que foi cassado pelos colegas e condenado à prisão pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, titular da Operação Lava-Jato. Dilma era passageira do fracasso do projeto nacional populista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; hoje, é um espectro que ronda as caravanas petistas na pré-campanha de seu padrinho político pelos grotões do país.

Os números do desgoverno Dilma não devem ser esquecidos: queda de 16% do PIB per capita entre 2013 e 2016, isso é, de R$ 30,5 mil para R$ 25,7 mil por ano. Aumento do desemprego de 6,4% para 11,2%, com a demissão de 12 milhões de trabalhadores. A pior recessão da história: chegou a 6%. Para se ter uma ideia do que isso significava, a grande recessão de 1929-1933 foi de 5,3%; a de 1980 a 1983, 6,3%; e a de 1989 a1992, 3,4%. O deficit fiscal subiu de R$ 145 bilhões para R$ 200 bilhões. A dívida pública chegou a 70% do PIB ao fim do ano. Esse cenário foi revertido pelo impeachment.

Dilma foi julgada por causa das "pedaladas fiscais". Mas já estava bastante enrolada nas investigações sobre o caixa dois de suas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. De acordo com a Constituição, não podia, porém, ser investigada por fatos anteriores ao exercício do mandato. O julgamento de Dilma Rousseff no Senado foi um grande mise-en-scène petista para construir a narrativa do "golpe de estado" e dele sair como vítima, sem assumir a responsabilidade principal pela crise econômica, política e ética da qual o país agora tenta emergir.

A passagem do PT pelo poder foi um assalto ao Estado. Em dois sentidos: primeiro, o aparelhamento do governo por meio da ocupação de milhares de cargos comissionados, tanto na administração direta, como na indireta, inclusive estatais, de forma fisiológica e clientelística; segundo, o sistemático desvio de recursos públicos para financiamento eleitoral e formação de patrimônio pessoal, via superfaturamento de obras e serviços. Mas o PT não assaltou o poder sozinho, parte das forças que hoje estão no governo Temer, a começar pelo PMDB, participou de tudo isso. E não dá para ignorar que setores da antiga oposição também se atolaram na lama da crise ética.

O resultado é um tremendo desgaste das instituições políticas, dos partidos e dos seus líderes. O presidente Michel Temer, ao assumir, herdou o estrago do governo de Dilma, do qual fizera parte, e seu índice de aprovação é baixíssimo. O desprestígio do Congresso dispensa comentários. Pesquisa recente do instituto Ipsos sobre a percepção dos brasileiros em relação a 27 figuras públicas mostra a decepção com os principais líderes políticos do país. Os níveis de rejeição são um verdadeiro strike na elite política: Michel Temer (93%), Aécio Neves (91%), Eduardo Cunha (91%), Renan Calheiros (84%), José Serra (82%), Fernando Henrique Cardoso (79%), Dilma Rousseff (79%), Geraldo Alckmin (73%), Rodrigo Maia (72%), Lula (66%), Marina Silva (65%), Ciro Gomes (63%), Henrique Meirelles (62%), Marcelo Crivella (60%), Jair Bolsonaro (56%), Paulo Skaf (55%), Tasso Jereissati (55%), Nelson Jobim (54%), João Doria (52%) e Luciano Huck (42%).

Onde está o centro?

Quem mira as eleições de 2018 vê o potencial dos possíveis candidatos com sinal trocado na mesma pesquisa. Huck tem 44% de aprovação; Lula, 32%; Marina, 24%; Jair Bolsonaro, 21%; Doria, 19%; Dilma, 18%; Renan, 15%; Alckmin, 14%, Ciro Gomes, 11%; FHC, 10%, para ficar nos dois dígitos. Vejam bem: não se trata de uma pesquisa eleitoral; é uma pesquisa de imagem dessas personalidades, algumas das quais são pré-candidatas assumidas; outras nem cogitam disputar as eleições.

Como as pré-campanhas mais agressivas são de Lula e Bolsonaro, quando são feitas as pesquisas eleitorais, ambos aparecem como protagonistas de uma radicalizada polarização direita versus esquerda. Considerando-se, porém, os índices de rejeição, pode ser que essa probabilidade não seja tão grande assim. Ao olharmos com atenção a pesquisa Ipsos, veremos que a possibilidade do surgimento de alternativas de centro-direita (Huck, 44%; Doria, 19%) e centro-esquerda (Marina, 24%; Alckmin, 14%) realmente existe. Mas qual é a dificuldade para isso? É a rejeição aos partidos e políticos que aí estão.

O grande problema da construção de uma candidatura do "centro democrático" tem a ver com isso. E com a natureza da próxima eleição, que pode ser muito diferente do que aconteceu em 2010 e 2014, quando as estruturas de poder tiveram um peso decisivo na construção das alianças e no desfecho do resultado das urnas. As eleições municipais passadas, principalmente nas principais cidades do país, revelaram enorme descolamento da sociedade em relação à política tradicional. A eleição de domingo no Amazonas revelou índices astronômicos de abstenção. Pode ser que essas tendências persistam até o próximo ano. Uma candidatura ao centro pode surgir a partir da sociedade e não das estruturas de poder, como sempre acontece. Huck e Marina, muito mais do que Doria e Alckmin, estão sinalizando isso.

A natureza da próxima eleição presidencial pode ser muito diferente do que aconteceu em 2010 e 2014

"Dispersão de Forças", por Luiz Carlos Azedo, ontem no Correio Braziliense
Herculano
30/08/2017 10:01
ENTENDIDO

Definitivamente, e ainda bem, que esta coluna não entende nada de cavalos castrados e que tornam seus donos novos ricos e patrocinadores de políticos. O leão deveria se interessar por isso.

Há muito, todavia, a coluna entende, de políticos que fazem os seus eleitores de mulas para o voto de cabresto. Dai a razão da credibilidade e audiência da coluna. Dai também o temor dos políticos com ela. Eles estão com a razão quando se queixam. Acorda, Gaspar!

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