31/07/2017
O advogado e ex-presidente do PSDB de Gaspar, Renato Luiz Nicoletti, escreve na coluna líder de acessos na internet: “Sempre que se ouve falar em Reforma Administrativa, a ideia que se transmite à população é de melhor gerir, equacionar e economizar os recursos públicos, Nosso Dinheiro”.
E corretamente, arremata: “mas não entendo porque aqui em nossa cidade, apresenta-se uma proposta de Reforma, que justamente aumenta a despesa! Ora, isso, na minha singela e humilde opinião, é um contrassenso, contradição absoluta com o próprio lema, a bandeira da atual administração [Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Calos Spengler Filho, PP]: Gaspar Eficiente. Como diz aquele comercial da TV, ‘menos é mais’”.
Volto. Pois é. Eu poderia parar por aqui. O comentário do dr. Nicoletti estaria irretocável, com a vantagem de que não fui eu quem o fiz, eu que sempre encontro defeito em tudo, segundo os políticos e gestores públicos daqui, desacostumados à transparência e à coerência dos atos, números e resultados.
Sem desmerece-lo, mas acentuando, o que o dr. Nicoletti observa no seu comentário, qualquer pessoa minimamente dotada de raciocínio da realidade ou sabedor das contas básicas de aritmética, sem ser versado em contabilidade pública, chegaria à mesma conclusão e entendimento que o dr. Nicoletti. Isso mostra, que os atuais gestores de Gaspar ou não sabem fazer contas, ou enganam os pagadores de pesados impostos, tratando todos como meros tolos.
O que não se entende, por outro lado, depois desta observação do dr. Nicoletti e a clareza de tudo que expôs, é a razão pela qual a representante do PSDB na Câmara, a vereadora adolescente Franciele Daiana Back, não consegue ter a mesma percepção do que está acontecendo.
Ao contrário, ela defende, com unhas e dentes, até talvez até mais que o próprio PMDB, PP e PSC a tal Reforma Administrativa marota de Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto Pereira, a que aumenta as despesas, segundo o cálculo do próprio governo ao Bloco Democrático na Câmara, em R$2,138 milhões em quatro anos. Franciele já declarou o voto decisivo a favor da tal “Reforma Administrativa”, quando ela for a plenário.
Antes de continuar, uma observação: nem os opositores à ideia na Câmara, que são minoria, nem eu, nem o dr. Nicoletti questionamos a legalidade da proposta. E já escrevi sobre isto.
Continuando. E a situação é tão estranha que o PSDB de Gaspar, por meio da sua presidente, Andreia Symone Zimmermann Nagel, ratifica e diz que não é oposição ao governo Kleber e do PMDB/PP/PSC. “Vai apenas apoiar as coisas boas para Gaspar”. Faltou ser clara e dizer ao distinto público, inclusive o dela, o que é “defender as coisas boas para Gaspar”. Certamente, não é o de aumentar cargos e despesas na prefeitura, presume-se.
Talvez faltou combinar isso com a vereadora Franciele. Se combinou, o que duvido, diante da autossuficiência da vereadora, Franciele está dizendo para o PSDB, à cidade e os seus, que não está nem aí para o partido e as novas despesas contra os impostos do povo. A “Reforma administrativa” que está na Câmara, muda o que o PT aprovou há dois anos com ajuda do PP e do próprio PSD, que agora está contra e no tal bloco Democrático. Ela muda o que acha que tem que mudar, mas cria poleiros e mais despesas com pessoas para o PMDB agradecer, agradar e alimentar como seus cabos eleitorais, só que pagos pelo povo. E isso é bom para Gaspar?
Afinal, Franciele, do PSDB, é a favor do cabideiro de empregos políticos; de se gastar mais, exatamente na contramão dos discursos de Kleber e dr. Pereira, o presidente do PMDB, coordenador de campanha, secretário da Fazenda e Interino da Administração e Gestão, de Kleber de que falta dinheiro ou de que estão criando uma caixinha para as obras dos dois últimos anos de governo (campanha); de ignorar a crise econômica?
Quantas boquinhas vai ganhar o PSDB ou a Franciele nesse jogo? Se ela e o PSDB não ganharão nada, como juram, qual a razão de tão grande exposição e desgaste neste assunto onde as contas são tão óbvias como bem alertou o dr. Nicoletti, ex-presidente do partido?
Além disso, é contraditório o Projeto de Lei que tramita na Câmara e por vários aspectos. Vou citar apenas dois. Primeiro, se o PSDB vai só apoiar o que é bom para Gaspar, ampliar o cabide de empregos e se gastar mais dos impostos que minguam ou que faltam para as coisas essenciais seria algo bom para Gaspar? Com a palavra o PSDB.
O segundo é mais grave ainda. Para “tampar os buracos financeiros” Kleber, dr. Pereira e Luiz Carlos estão cortando as verbas para crianças vulneráveis, tirando a merenda da boca de crianças do contra-turno, armam diminuir o tempo delas na creche e se retira até dinheiro do orçamento da Câmara, mas vai ter dinheiro para pagar gente empoleirada e se aumentar as despesas com isso? Com a palavra a vereadora Franciele e seus gurus.
No papel, esse buraco não existe. Há no orçamento aprovado pela Câmara para este 2017 um superávit projetado de R$16,5 milhões. Ou o orçamento foi mal feito (e que é o mais provável, como todas as fantasias na contabilidade pública e que passam pelo crivo dos vereadores, pois isso foi aprovado na Câmara), ou por enquanto, há algo que não se explica nessa contabilidade, no jogo de números e nos discursos.
Está mais do que na hora do PSDB de Gaspar se explicar. Afinal, quais são as coisas boas que ele apoia no governo de Kleber, Luiz Carlos e do dr. Pereira? Quais são os empregos que o PSDB possui no atual governo municipal para apoiar algo que traz mais despesas e empreguismo? Quantos empregos a vereadora Franciele possui nesse mesmo governo? Há dois PSDB em Gaspar? Quando, afinal, o PSDB de Gaspar vai ser um partido de verdade e deixar de ser uma filial usada pelo PMDB? Isso já lhe custou caro em quase toda a sua vida, como bem testemunha mais uma vez, o ex-presidente dos tucanos locais, Renato Luiz Nicoletti. Acorda, Gaspar!
O presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, PMDB, acha que o dinheiro flui como em pardais que representava, os quais multam os incautos. Ele é o que mais gasta em diárias, é o que mais gera despesas no legislativo (móveis novos, frigobares, celulares, ajustamento dos vencimentos dos servidores), é o que ensaia aumentar os salários dos vereadores em plena crise desafiando a opinião pública.
Agora, Ciro quer mais poleiros na prefeitura, exatamente na contramão do discurso de eficiência, enxugamento da máquina administrativa, da economia ou da escassez de recursos que o fez abdicar de R$1 milhão da sua Câmara para devolver ao prefeito já no quarto mês do seu mandato de presidente.
Ciro está sugerindo criar a superintendência do Sul de Gaspar. Não riam. Depois virá a do Norte, a do Leste, a do Norte a dos amigos dos amigos...., além do Distrito do Belchior – a real necessidade – onde virou cabide e está sofrendo cortes substanciais no Orçamento para a manutenção. O que significa essa ideia do Ciro? Que a estrutura de efetivos e comissionados prefeitura de Gaspar não é competente para cuidar das áreas no Barracão, Macucos e Bateias. Vergonhoso atestado do PMDB, PP, PSC.
Mais vergonhosa, todavia, é a intenção que motiva a tal indicação que Ciro fará aprovar amanhã para “enviar” (onde tudo já está combinado) ao prefeito Kleber, na volta das férias da Câmara, a qual empossada teve um mês de férias, só começou a trabalhar em fevereiro, teve reajuste em março e agora estava cansada e descansou mais 15 dias, como detalhei na coluna de sexta-feira.
Ciro está “sugerindo” uma estrutura específica, ou seja, mais um balaio de empregos políticos, mais despesas para inchar mais a enferrujada máquina municipal e consumir ainda mais, dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses. Só faltou colocar nomes. Na prefeitura, todos sabem quem serão os beneficiados e que estão atazanando em cobranças no paço. Ué! Mas, não está faltando dinheiro na prefeitura como contam sempre Kleber, Luiz Carlos e dr. Pereira quando justificam nos projetos que enviam para a Câmara?
Ciro quando não coloca as despesas das suas ideias para ter popularidade, benefícios e votos na conta dos impostos dos gasparenses, transfere esses custos para os empresários. Foi assim caso dos doadores de órgãos. Eles teriam benefícios nos serviços funerais, que é uma atividade do município permissionada. Isto sem falar que atacou o senso da doação, remunerando-a, indevidamente, onerando na ideia, o permissionário. Acorda, Gaspar!
O DEM é um partido de direita, minimamente estruturado, em ascensão no plano nacional, depois dele minguar, ter sido jurado de morte pelo PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, em Santa Catarina ele é decadente, fraco, sem perspectivas, quando suas lideranças debandaram para o PSD – aquele que não situação, nem oposição, de direita, centro ou esquerda.
E o fracasso catarinense tem nome: o seu presidente no papel, o ex-secretário de estado e ex-deputado federal, Paulo Gouvêa da Costa. Ele é suplente do senador Dário Berger (PMDB). Todas as tentativas de trazer uma liderança para comandar o “renascimento” do DEM em Santa Catarina, foram abortadas pelo burocrata do partido em Brasília, Paulo Gouvêa. Ele salva apenas o seu emprego partidário, mesmo que isso comprometa frontalmente a vida do partido e dos adeptos de direita.
O requiém do partido em Santa Catarina é de dar dó. O DEM por breve tempo, ocupou uma cadeira na Assembleia com Narcizo Parisotto, hoje no PSC. Também perdeu o quarto suplente eleito na coligação (PMDB, PSD, DEM e PRB), o deputado Nilso Berlanda, que migrou para o PR.
Em Gaspar, nem se fala. Paulo Gouveia sempre apareceu com o prato pronto dos seus acertos e nunca deu valor para o time local. Salvou o emprego, enterrou o partido e sua representatividade. Só Brasília não enxerga isso.
Coisa do passado. Apenas para registrar e ver como as coisas funcionam e principalmente, esconde-se ou se disfarçam: prefeito Kleber Edson Wan Dall dá entrevista oficial a um veículo local, mas ao lado da princesa do Festinver e não da rainha, sua possível cunhada.
Quem mesmo escreve os discursos dos vereadores de Gaspar? Eu ainda vou escrever sobre isso, pois nem ler, alguns deles sabem. Algumas palavras lidas são tão estranhas para eles que a pronúncia parece ser qualquer coisa, menos algo que faça sentido na língua portuguesa.
Esta história da empresa Caturani, que quer e insiste numa carta branca da Câmara de Gaspar para operar emergencialmente e se habilitar definitivamente no transporte coletivo daqui, está mal explicada. Aí tem.
A todo momento aparecem correspondências para os vereadores, expondo a situação que a deixaria vulnerável. Até o advogado criminalista Benjamim Coelho, num misto de dono e patrono da causa, já ocupou a Tribuna Livre para convencer os edis.
A primeira desconfiança está na capacidade operacional e técnica. É isso que se depreende do chororô até agora. Ela nunca fez o transporte coletivo urbano como permissão. A Caturani está aqui para fazer um experimento e ganhar um “currículo” que a habilitaria em outros pequenos municípios.
Segundo. Esses ajeitamentos de empresas sem condições financeira e operacionais no transporte coletivo, já levaram a resultados maléficos para a população e para os próprios governantes em Blumenau e agora em Itajaí. Terceiro: alguns vão se assustar ao saberem quem é o padrinho dela nesta empreitada por aqui. Acorda, Gaspar!
Os petistas daqui não convictos se enrolam na coerência ideológica. Corria a sessão do dia quatro de julho quando o vice-líder do PT, Dionísio Luiz Bertoldi, falava sobre o desastrado, na visão dele, governo de Michel Temer, PMDB. Estava no papel dele de líder do PT naquele dia.
Lá na conclusão, Bertoldi, advertiu de que o governo Temer estava se aproximando ao do governo do ditador venezuelano Nicolás Maduro (falta comida, inflação alta, falta emprego, falta segurança, falta medicamentos, falta atendimento de saúde, quebra da Constituição).
Como assim? Bertoldi não leu o discurso antes para perceber a bobagem que pronunciava? Bertoldi não conhece o que faz o ditador Nicolás Maduro e como a Venezuela está dividida e quebrada? Quem mesmo, esteve mais próximo de ser um Maduro da vida e nos afundar como a Venezuela? Temer ou inspiradora do PT e de Bertoldi, Dilma Vana Rousseff? Não foi ela quem faliu o Brasil, desempregou milhões, acabou com a saúde pública, patrocinou roubos e corrupção aos bilhões para os seus, incluindo os do PMDB de Temer? Eu vejo tudo e não morro. Acorda, Gaspar!
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