16/11/2020
Por que Kleber Edson Wan Dall, MDB, ganhou? Porque estava mais organizado, mais estruturado e estava fazendo campanha há 10 anos. Simples assim! Ele falhou crucialmente em áreas essenciais como Saúde Pública, Educação, Creches, Assistência Social, Transparência e as obras, muitas delas, com sérias dúvidas as quais precisaram ser escondidas até da fiscalização dos vereadores da minguada oposição.
Quem impediu que algum aventureiro, usando imagens externas como do desgastado presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, chegasse ao poder em Gaspar repetindo as surpresas das eleições de 2018? Estranhamente, os mesmos que produziram estas surpresas em 2018: Carlos Moisés da Silva, PSL, Daniela Cristina Reinehr, sem partido, e principalmente, o presidente Bolsonaro.
Apostar em um outsider da política – aqui em Gaspar, o único nesta condição foi Wanderlei Rogério Knopp, DEM – como o que aconteceu e dominou o cenário das eleições de 2018, não se viu como se havia apostado na lábia amadora e da espertalhice de alguns. E por quê? Porque em pouco tempo os eleitos nestas condições, desmancharam a tese de que eles seriam a solução fora do mundo da política e dos políticos tradicionais. E diante do que se vê em Brasília e Florianópolis, os gasparenses preferiram o mesmo.
E no método tradicional, venceu naturalmente que estava mais estruturado, o que fez alianças, o que anulou os seus concorrentes trazendo para a aliança, o que usou terceiros para minar seus adversários e lavar em público, as mãos desta operação triangular, foi o que sumiu na hora certa com quem manda de fato na prefeitura e na política de conchavos entre os mesmos de sempre.
À VOLTA AO VELHO ESTADO DAS COISAS ELEITORAIS
Foi o velho jogo jogado. E isso está bem explicado, na coluna que fiz na terça-feira e circulou na edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, 30 anos de liderança na circulação em Gaspar e Ilhota.
E por isso foram eliminados Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, que já tinha estado no PSDB e PL para se viabilizar nas ondas passadas; o ex-vereador José Amarildo Rampelotti, PT, que foi para o sacrifício de um partido que escolheu a lama para continuar vivo e o próprio PL, de Rodrigo Boeing Althoff.
Rodrigo renasceu para política numa campanha que surgiu apenas há 40 dias e só nos últimos 20 foi para as ruas quando as pesquisas davam conta que ele poderia ser o escolhido por uma parcela ponderável dos gasparenses para dar o recado a Kleber. O prefeito reeleito é a fachada visível de um monte de gente sem votos e que manda, desmanda e se vinga dos gasparenses, adversários e quem não se ajoelha ao poder naquela prefeitura.
Como diz a lei natural, nenhum um dia é igual ao outro. E nenhuma eleição também. Todas possuem as suas próprias histórias e principalmente, efeitos.
E no método tradicional, com as redes sociais e aplicativos de mensagens sobre vigilância, venceu quem tinha melhor estrutura e está em campanha há muitos anos, contra quem tentou se arriscou apenas nos últimos 20 dias.
Até aqui, este artigo estava escrito no sábado, tanto que não há números. Conheço este clima há anos, conheço as pessoas nas bolhas, ainda confio nas pesquisas e via por outras campanhas que tinha acesso à inteligência, que esta eleição se assemelhava muito a 2016 e não a 2018.
Portanto, aos que me perguntavam o resultado da eleição em Gaspar, dizia que este meu artigo contando a vitória de Kleber já escrito iria publicá-lo mesmo em caso de derrota dele, pois achava isso algo teoricamente muito improvável. E foi. Acorda, Gaspar!
Qual foi o resultado das eleições em Gaspar neste domingo? Kleber Wan Dall, MDB, PSD, PP, PSDB e PDT teve 20.960 votos (65,60% dos válidos). Seguiu-se o engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, com 7.097 votos (22,21% dos válidos), Amarildo Rampelotti, PT, com 2.500 votos (7,82% dos válidos), Wanderlei Rogério Knopp, DEM, com 721 votos (2,26% dos válidos), enquanto sindicalista Sérgio Luiz Batista de Almeida conseguiu os votos de 675 eleitores gasparenses (2,11% dos válidos).
Quais eram mesmos os números da pesquisa realizada na segunda e terça-feira em Gaspar pela Exitus, de Itajaí, para o jornal Cruzeiro do Vale?
A margem de erro da pesquisa é de 4% para mais e para menos. E nem precisava dessa margem “tão larga”, para calar a boca dos céticos, invejosos e que montam conspirações só possíveis em mentes vazias ou deturpadas.
A pesquisa dizia que Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSD, PP, PSDB e PDT venceria com 67,26% das intenções de voto; o engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, ficaria em segundo com 20,24%; Amarildo Rampelotti com7,54% válidos; o sindicalista Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL e Patriotas, 2,98% dos votos válidos; e Wanderlei Rogério Knopp, DEM, com 1,98% dos votos válidos.
Quem foi ao juízo eleitoral tentar desqualificar depois de publicada a primeira pesquisa do Cruzeiro do Vale e outros bateram palmas? Sérgio Almeida. E pior, com recursos públicos do Fundo Eleitoral que inundou a sua campanha. Quem tentou censurar e impedir a publicação da segunda pesquisa do Cruzeiro do Vale? Sérgio Almeida.
Mas, faltou fundamento e razão. Queria criar confusão e manchetes. E bem por isso – falta de fundamento e razão - que a Justiça não deu bola e ao mesmo tempo ainda murchou ainda a bolinha de Sérgio.
Abertas as urnas e feita a contagem, sabe-se bem à razão pela qual o sindicalista Sérgio Almeida foi à Justiça impedir à publicação da pesquisa: falta de votos. Ele queria enganar a si próprio por mais tempo. Acorda, Gaspar!
Uma Câmara submissa ao poder de plantão em Gaspar. A campeã de votos teve a fidelidade do Distrito do Belchior na urbanização da Bonifácio Haendchen
A campeã de votos Franciele Daiane Back, PSDB (à esquerda) que superou as dificuldades estruturais do partido e o que trabalhou para ser o campeão, o articulado e populista presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB (à direita), mas em aviso explícito, os votos o decepcionaram. |
A poderosa coligação do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSD, PP, PSDB e PDT fez jus ao título e não deixou margem nenhuma para dúvidas: fez barba, cabelo e bigode na maioria que conseguiu na Câmara para a próxima legislatura: fez 11 dos 13 vereadores. Só um novato do PL e outro reeleito do PT se intrometeram nesta maioria esmagadora da máquina governamental.
A Câmara de duas passa a ter três mulheres: Franciele Daine Back, PSDB (1.568 votos), Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos (Mara da Saúde), PP, 802 votos; e secretária da Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, 644 votos.
A campeã de votos foi a mais jovem delas: Franciele. Ela soube aproveitar como poucos uma obra que insistiu e apadrinhou no Distrito do Belchior: a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen.
Esta fidelidade o Belchior já demonstrou outras vezes aos benefícios comunitários que recebe por lá. Foi assim, por exemplo na eleição do prefeito Francisco Hostins, PDC (1989/92), quando se criou a campanha “Belchior Unido” e se pavimentou a mesma Bonifácio Haendchen.
A votação isolada de Franciele foi decisiva, para vencer os erros inaceitáveis de procedimento do PSDB nos registros das candidaturas. Eles emagreceram substancialmente a nominata comprometendo a legenda. Franciele, ainda venceu a bem articulada proteção de candidato pastor, com apoio explícito até do candidato a prefeito de Blumenau, o deputado Ricardo Alba, PL.
Além de Franciele voltam à Câmara no ano que vem o líder do MDB na Casa, Francisco Hostins Júnior, 1070 votos e que já foi o mais votado; o atual presidente da Câmara, populista, com ampla participação nas redes sociais, programas de rádios e atividades festivas, e que por conta disso, achava que seria o campeão de votos; não foi, Ciro André Quintino, MDB, 995 votos ou seja, o maior perdedor desta eleição; o líder do governo na Câmara Francisco Solano Anhaia, MDB, 995 votos; o mais longevo dos vereadores na sua oitava legislatura, José Hilário Melato, PP, 774 votos; e Dionísio Luiz Bertoldi, o único do PT eleito, com 572 votos.
São caras “novas”, Amauri Bornhausen PDT, 1059 votos; Alexsandro Burnier, PL, 844 votos; Mara, PP; Cleverson Ferreira dos Santos, PP, 783 votos; José Carlos de Carvalho Júnior, MDB, 704 votos, a Zilma e Giovânio Borges, PSD, que já foi presidente da Câmara e até vice do atual vice de Kleber, Marcelo de Souza Brick.
Quem não voltará no ano que vem? Rui Carlos Deschamps e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT e que nem concorreram. Não se reelegeram Cícero Giovane Amaro, PL, (para alívio e comemoração do poder de plantão), Sílvio Cleffi, PP, (marcado para morrer pelo poder de plantão e resultados dos seus erros), Evandro Carlos Andrietti, MDB (para quem o exercício do mandato era um sacrifício), Roberto Procópio de Souza, PDT (que pagou a inversão de líder da oposição pelo alinhamento com o poder de plantão), e Wilson Luiz Lemfers, PSD (comido pela indesejável neutralidade).
O PL, por sua vez, mostrou uma nominata sem votos. Se candidato a prefeito fez 7.097 votos, em tese, isto daria folgadamente duas vagas. Mas, o PL só conseguiu uma. O Bela Vista, o segundo colégio eleitoral, elegeu três vereadores. O MDB fez cinco, fato que não acontecia desde que 2004 quando elegeu Adilson Luiz Schmitt, prefeito. O PP também de um, foi para três. O PSDB e o PDT conservaram os seus. O PSD perdeu um. O PT perdeu dois e o PL intrometeu um. Acorda, Gaspar!
Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral se embananava na contagem dos votos em Brasília e na divulgação deles no site oficial, Rodrigo Boeing Althoff, PL, já sabia que estava derrotado, diante dos boletins das urnas que seus fiscais lhe passaram. Imediatamente, foi as redes sociais para agradecer os seus eleitores, a sua estrutura e também para reconhecer e parabenizar a vitória do seu adversário Kleber Edson Wan Dall, MDB. Raro esses gestos por aqui. Acorda, Gaspar! |
Ricardo Alba (foto) era um ilustre jovem vereador desconhecido em Blumenau e eleito em 2016 com 3.277 votos, pelo PP. Hábil em escolher ondas, falhou na habilidade desta vez. Surfou naquela que no meio dela não se pode descarta-la e por isso foi desclassificado neste domingo. E já está atrás de uma nova onda, ou seja, um novo partido para prosseguir na sua carreira política. Será o quinto. Se não se cuidar, como dizia o ex-primeiro ministro Tancredo de Almeida Neves, “a esperteza quando é demais, como o dono”.
O deputado mais votado de Santa Catarina em 2018 com 62.762 votos, e queria só por isso, ser nomeado presidente da Assembleia Legislativa, sentiu cheiro de enxofre da onda bolsonarista com a qual se elegeu, jurando ser um fervoroso seguidor do Mito. Entretanto, já vinha escanteando esse “fervor”, tanto que as lideranças bolsonaristas catarinenses e nacionais, isolaram-no neste processo eleitoral.
Não ir para o segundo turno em Blumenau onde só conseguiu 17.487 votos, ou seja, minguados 10,90%, é o castigo que Alba pediu e construiu para si próprio, centralizando todas maquinações como se o mundo político girasse em torno dele e não fosse uma poderosa máquina a ser antes de tudo, compreendida (por ele). É moço. Poderá aprender com a lição da Alesc e deste domingo, pois em casa, o pai Lenoir Alba, é um entendido.
Alba foi esperto (especialista em trocar de partidos em curto período e surfar ondas), oportunista (era bolsonarista, porém, depois de eleito deputado, nem tanto), desleal (com o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, no caso do primeiro impeachment) e ingrato (com as fidelidades partidárias ou ideológicas que sempre jurou possuir ou se identificar).
O eleitor de Blumenau Alba não o perdoou por isso tudo e logo no primeiro teste em que ele desafiou à lógica. O de Gaspar também.
Aqui o bolsonarismo do PSL estava consagrado com Marciano Silva – um moderado até demais para o perfil e as causas bolsonaristas. Alba interveio com mão de ferro. Guardou às sete chaves e por meses a nova nominata da Comissão Provisória do PSL. Quando ela apareceu, só quando não se podia mais nada questionar, o dono do PSL de Alba por aqui, era não menos, não mais do que o sindicalista e funcionário público municipal, Sérgio Luiz Batista de Almeida, o candidato.
Disfarçada, patriótica e resignadamente, Marciano foi parar compulsoriamente no Patriotas, a fachada armada por Alba. Nela se estabeleceu uma soma de diminuir na contabilidade criativa de poder regional que engendrou o novo coronel político na administração dos currais eleitorais que achava estar criando. O velho, as velhas práticas nas mãos e articulações de que se apresenta como o novo. Nem mais, nem menos.
Se Alba não entendeu o que fez e o que se passa, não se reelege deputado. Se acordar, terá tempo para se recompor e mudar o discurso da espertalhice. Caso contrário, será comido por gente como Napoleão Bernardes, Jean Jackson Kuhlmann, João Paulo Kleinubing que ao menos possuem alguma coerência naquilo que fazem e são.
Isso sem falar nos novos entrantes que se armarão diante de novos cenários que se darão ao desfecho dos impeachments de Carlos Moisés da Silva, da CPI contra ele, bem como do provável impeachment de Bolsonaro. Meu Deus!
Como o blumenauense deputado Ricardo Alba, PSL, o deputado Ivan Naatz, PL (foto), se não ajudou o candidato a prefeito de Gaspar do seu próprio partido, Rodrigo Boeing Althoff, prejudicou-o. Não apenas na omissão, mas nos sinais trocados que deu às lideranças políticas e ao eleitor gasparense.
Naatz é espaçoso e contundente, seja na articulação, seja na fiscalização do poder público quando em mãos adversárias. Foi assim como vereador em Blumenau. Está sendo assim, como deputado estadual titular, pois tinha sido assim quando assumiu a suplência na legislatura passada. Nada a reparar. É uma escolha. É uma marca do político e do mandato.
A imagem do político Naatz, por outro lado, não faz bem ao amigo de longa data e desde que os dois estavam afinados no mesmo PV e pelo qual Rodrigo foi vereador por aqui. Essa aproximação é tóxica para Rodrigo. E por que? Por dois aspectos.
Rodrigo é antes de ser político um técnico, tem currículo e ação para isso. É também, inicialmente, um conciliador quando o conflito se apresenta. Ou seja, o oposto de Naatz, bem demonstrada na relatoria da CPI dos Respiradores. Ela vai além do mérito e da função de deputado. Virou briga de rua, transmitida ao vivo onde o alvo é o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, e não todo o processo equivocado de compra.
E isso não é bom para o deputado, mas só ele responde por isso. Também não é bom para quem ele diz influenciar politicamente por aqui em Gaspar, como gestualmente Naatz sinaliza. E aí nasce o ponto de inflexão. O PL de Gaspar precisa avaliar quanto isso vai causar de danos sobre Rodrigo e seu futuro.
Retomando e encerrando. Uma parte do comentário vou resumi-lo nos votos que Ivan Naatz nos minguados e esperados conseguiu com o seu discurso desgastado para prefeito em Blumenau neste domingo: 8359, ou seja 5,21% dos votos dos blumenauensses. Sabe o que significa isso? Que Rodrigo teve quase três vezes mais votos nas urnas e cinco vezes proporcionalmente mais aqui do que Naatz lá. Sem comentários. Os números são fatais.
A outra parte do comentário vou completá-lo e esclarecer. Naatz se acha o dono de currais visando a sua reeleição. Não faz time. Veio a Gaspar em plena armação da campanha, sabendo que Rodrigo era candidato e não o convidou para entregar ou anunciar liberação de emendas do deputado. Foi a prefeitura sozinho e de fininho. Propagou depois só para ele elvar vantagens. Questionado, ensaiou uma correção com saliva. Já era tarde. E por quê?
Porque nos mesmos ensaios e contatos diretos do deputado Naatz com o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, e de seus “çabios” da poderosa coligação de interesses e de massacre com quem não se alinha com eles, deram conta que o deputado veio para abafar o voo de Rodrigo e facilitar à vida do MDB, PSD, PP, PSDB e PDT.
E sobre este boato ou tentativa de melar o crescimento da candidatura de Rodrigo, Naatz desavergonhadamente – porque sabia que era prejudicial essa associação - silenciou. Acorda, Gaspar!
O DEM de Gaspar estava adormecido. Foi tomado de assalto numa iniciativa e manobra medida e articulada pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt. E ela, todavia, ao final, voltou-se contra ele mesmo. Nova e repetida lição: Adilson ainda precisa escolher melhor seus parceiros ou se benzer. Meu Deus!
O suplente de vereador Welligton Carlos Laurentino, o Lelo Piava, estava presidente do DEM depois que o empresário Luiz Nagel jogou a toalha e disse que não mais se envolveria em política. Mas, voltou por causa da mulher Andreia Simone Zimmermann Nagel, que não se elegeu vereadora pelo PL. Ficou em segundo. É a primeira suplente.
Lelo tinha a “missão” de fazer à renovação no DEM. E renovou: fez do amigo e também suplente de vereador Paulo Filippus pelo DEM, presidente do partido e Filippus, do desconhecido empresário Wanderlei Rogério Knopp, candidato a prefeito e próprio Lelo de vice. Vixe!
Tudo isso sob as bênçãos de João Paulo Kleinubing (foto), ex-prefeito de Blumenau e que no domingo no sufoco chegou ao segundo turno com 24.957 votos, ou seja 15,56%, contra 68.222 votos dados a Mário Hildebrandt (Podemos), representados por 42,53%. Mário quase se elege no primeiro turno.
O jogo parecia ir bem. O próprio Kleinubing filiou Adilson no DEM. Adilson, divorciado pela segunda vez da mesma Jaqueline, filha de do ex-prefeito e empresário do ramo imobiliário Osvaldo Schneider, o Paca, queria ser candidato a vereador para poder reentrar no cenário político que se perdeu em 2008.
Era tudo fake a trama montada por Kleinubing. Num gesto autoritário sem precedentes, Filippus tratou de desleal e ingratamente expulsar Adilson do partido num toque na internet contra o registro avalizado por Kleinubing no DEM. Filippus nem avisou Adilson. Fez estardalhaço do tipo “quem manda aqui sou eu, nem o Kleinubing se mete comigo”. E deve ter sido mesmo: Kleinubing ficou calado o tempo todo depois disso.
A comédia irresponsável de Filippus teve como resultado a descoberta de que a trinca Filippus, Lelo e Wanderlei tem apenas 771 votos em Gaspar num universo de 47.438 votos
Adilson soube por aqui da sua desfiliação. Em paralelo, Filippus que esteve ausente do debate da cidade e dos seus problemas por quase quatro anos – como Lelo e Wanderlei -, resolveu chamar esta coluna de mentirosa, tendenciosa ou no mínimo, mal informada. Descobriu isso tarde demais.
Era a senha para recuperar o tempo ausente da cidade para não ter prejuízos nos seus negócios enquanto eu os tinha.
Filippus faria deste colunista, se mordesse eu a isca e partisse para o confronto com cachorro morto, a escada que deixara de escalar em favor da sociedade, a qual pretendia governa-la com o seu grupo reduzido de infantes infantis. Não deu certo!
SEM IDEIAS, SEM APOIOS, MAS CHEIOS DE TRUQUES
Os sabichões da internet (todos os três são do ramo da Tecnologia da Informação) armaram o circo. Não conseguiram se coligar com ninguém. Não por afinidade ideológica, mas porque queriam ser os mandões naquilo onde nem sabiam onde estavam. Não tinham musculatura para nada, a tal ponto de não conseguirem registrar mais que três candidatos a vereador quando se era permitido 20.
Produziram espumas. Não cuidaram da qualidade da água. Acharam que a eleição seria igual a 2018 com as redes sociais e aplicativos de mensagens dominando tudo e todos. Não foi.
Pior. Não criaram um bunker para defender ideias, combater os corruptos, as dúvidas e apostar na renovação, mas para atacar os fracos nas disputadas exatamente pelo poderio instalado no poder de Plantão. Meu Deus!
Com isso, indireta no benefício da dúvida, ou disfarçadamente, protegeram os que já estavam fortes e no poder. Identificados com o Centrão, nem Jair Messias Bolsonaro colocaram como escudo. E por que? Sabiam que ele estava fazendo água. Sabiam que os bolsonaristas tinham lhes recusado, na armadilha que armaram contra Demetrius Wolff, que pediu para sair do DEM. Credo!
E para completar: não se sabe se a trinca estava a serviço de Kleinubing jogando para a poderosa coligação MDB, PSD, PP, PSDB e PDT, ou se o gesto de metralhar os de mesmo objetivo com o fogo amigo, era um objetivo do nanico grupo xiita gasparense.
O DEM de Gaspar resolveu mirar suas espadas unido ao PSL contra o nanico PL, ao invés de focar sobre os reais problemas da cidade, a coligação liderada pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Incrível! Contando, poucos acreditam. E falar que esta trinca do DEM são todos jovens, conservadores e de direita. Falta-lhes realização, sobra armação ilimitada. E Kleinubing diz não saber à razão pela qual está em apuros em Blumenau. Acorda, Gaspar!
Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi reeleito para governar. Nenhuma dúvida sobre isso. Mas, Rodrigo Boeing Althoff, também foi eleito para representar uma parcela ponderável sem voz na cidade. Ele vai jogar esses votos e esse mandato fora?
Então Rodrigo precisa rever a expectativa de seus eleitores e desde logo dizer que vai liderar um processo consciente e maduro de oposição. Está provado que não pode ficar quieto por quatro anos e tentar a sorte só em 2024, às vésperas das eleições e sem estrutura de apoio.
O que faz um profissional de comunicação experimentado. Em apenas dez dias, Carlos Erbs, o Carioca, que já atuou na imprensa de Gaspar, deu uma nova cara à campanha de Rodrigo Boeing Althoff, PL.
Ela surpreendeu e deu um banho de eficiência, simplicidade e devido aos escassos recursos financeiros na poderosa e rica coligação MDB, PSD, PP, PSDB e PDT há dez anos em campanha.
Por outro lado, há de se reconhecer que o jovem engenheiro, professor universitário, empreendedor e ex-vereador, Rodrigo, é mais fácil de trabalhar na comunicação. Ele possui mais conteúdo, autenticidade, capacidade e não é fachada ou boneco de ninguém. Acorda, Gaspar!
Quer um exemplo do poder da máquina de votos que está instalada na prefeitura de Gaspar? A secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB foi eleita vereadora. Ela é a secretária da piora do Ideb contra as crianças gasparenses e da falta de creches contra as trabalhadoras e desempregadas na procura de empregos.
Ilhota em Chamas. O prefeito Érico de Oliveira, MDB com o PSL, não tomou conhecimento do seu adversário. Seus eleitores também não tomaram conhecimento dos seus graves problemas de gestão e o reelegeram com 60,65% dos votos (4.982) contra 39,35% (3.223) dados ao seu único oponente, Luiz Gustavo Fidel dos Santos, PP com PSDB e PT.
Quer outro exemplo de como foi implacável a máquina de votos do poder de plantão em Gaspar? O ex-presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer e até secretário da Saúde no pior momento da área no governo Kleber, José Carlos de Carvalho Júnior se elegeu vereador. O que mais falta ou estão abandonadas, são áreas de lazer em Gaspar.
O que você leitor e leitora da coluna leu na sexta-feira na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, na seção Trapiche e que escrevi na terça-feira dia 10?
Quantos eleitores estão aptos a votar neste domingo em Gaspar? 47.438. Calcula-se que a abstenção, nulos e brancos será algo em torno de 13.000. Sobrariam em torno de 34.000 votos bons para os cinco candidatos a prefeito. Façam as apostas, então.
O que aconteceu na apuração das urnas em Gaspar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral? Dos 47.438 eleitores gasparenses só 34.959 eleitores foram às urnas no domingo passado. Deste total, 31.953 escolheu um dos candidatos a prefeito. Por que? Porque 1.717 anularam o voto e 1.289 votaram em branco.
A ausência dos eleitores e eleitoras foi a maior percentualmente já visto por aqui. Aos que me escreveram sobre o meu suposto exagero, e ele ainda foi maior na soma com os votos nulos e brancos: 15.485. Ou seja, 32,64% do eleitorado gasparense não escolheu ninguém para prefeito. Impressionante!
Contas I. O limite de despesas nesta campanha eleitoral de Gaspar, segundo a Justiça, é de R$153.401,21. Quem acredita nisso? Segundo o site do TSE desta segunda-feira, o candidato do PT, José Amarildo Rampelotti, tinha colocado no caixa da campanha R$69.863,00 e contabilizado uma despesa de R$63.645,29.
Contas II. Rodrigo Boeing Althoff, PL, tinha recebido R$78.172,00 dos quais R$35.000,00 do Fundo Partidário. As despesas registradas da campanha somavam R$53.538,41.
Contas III. Kleber Edson Wan Dall, MDB, PSD, PP, PSDB e PDT tinha recebido no seu caixa R$132.100,00 e acumulava R$79.597,55 de despesas, a maior então entre todos os candidatos.
Contas IV. Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL e Patriotas, o menos votado, tinha em caixa a então maior receita em caixa: R$121.045,00 sendo que R$120.000,00, vieram dos Fundos Partidários e Eleitorais que tiraram R$3 bilhões dos pesados impostos de todos nós. Os outros R$1.045,00 foram doações da vice, Rejane Ferreti. Por outro lado, a mesma candidatura, registrava a menor despesa entre todos os candidatos: R$22.346,00
Contas V. Já Wanderlei Rogério Knopp, DEM, registrava nesta segunda-feira na prestação de contas do TSE R$29.584,50 tanto para as receitas e despesas da sua campanha.
Contas VI. Em Ilhota, o máximo permitido nesta eleição de prefeito é de R$123.077,42. O candidato vencedor Érico de Oliveira, MDB, tinha registrado no caixa R$56.100,00, sendo que desse total, R$33.500,00 vieram do fundo eleitoral. As despesas somavam R$43.901,60.
Contas VII. Já Luiz Gustavo Fidel, PP, tinha como receitas R$31.000,00, sendo que R$30.000,00 oriundos do fundo partidário. E na contabilidade aparecia apenas R$750,00 de despesas.
Contagem regressiva. Comemorem. Faltam cinco dias para as minhas férias em 16 anos de coluna. Sexta-feira é a minha derradeira e escrita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale.
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