14/08/2019
Esta coluna não relata acontecimentos sociais e não é para mandar abraços e parabéns aos amigos que aparecem, só por oportunidades, a todo momento. Ela é feita com os bastidores que mudam a vida da cidade e das pessoas. É registro. É história. Ela é feita para desnudar as tramas dos poderosos e dos que querem transformar a mesmice em fatos novos. É para dar transparência aos que tentam jogar com a carta escondida na manga, como se todos fossem tolos na trucagem antiga e manjada.
Então! Repercutiu interna e externamente de forma aguda no PSL de Gaspar e da região, os relatos e os comentários feitos aqui na segunda-feira em “a comissão provisória do PSL flerta com a ingenuidade, descuida-se e fica sob fogo amigo dos que acham ser a política da pureza humana e o tiroteio mortal intencional dos profissionais da política gasparense”
Como antecipei, o bafafá nas redes sociais logo se espalhou entre os que se dizem ser PSL. E estranhamente, até que fui poupado desta vez. Há notícias ruins admitem e a culpa não é do mensageiro como sempre se quer transferir.
Nos comentários que acessei nas redes sociais, estão claros que, nada que é de ruim do partido pode ser conhecido pela cidade, os cidadãos, simpatizantes e adversários. Os problemas, mesmos sendo eles verdadeiros, como admitem, devem ficar soterrados onde estão expostos.
Então volto a repisar: esconder à parte ruim, só permite que na sombra, esse problema aumente e contamine todo o processo que, presumivelmente, é denominado de bom. E por que? Porque um partido é um entre público não uma entidade secreta e para poucos; é feito de gente, e gente é coisa difícil de se lidar. Num partido estão em jogo interesses, vaidades, poder e ideias, as quais, nem todas são iguais e elas, naturalmente, disputam espaços comuns.
Esconder problemas e os problemáticos deixará o PSL igual ao PT, ao MDB, ao PP, ao PSDB – para não ampliar a lista. Eles que têm gente presa ou superenrolada em coisas mal explicadas, exatamente porque a turma do abafa não quer os sujos fora dos seus respectivos partidos. No fundo, sabem que todos estão sujos. Entenderam a razão de que as coisas partidárias não dizem respeito apenas ao partido, mas a todos, pois é para todos que pedem votos?
Segundo, ficou claro nos comentários dos pesselistas gasparenses nas redes – como havia relatado no artigo - que há gente no partido que não topa a liderança do Marciano da Silva. Isso é natural. Até porque o PSL é o partido da moda e aí todos querem um predacinho dele para aparecer.
Nos debates internos dos seus filiados nos aplicativos de mensagens, principalmente, os seus filados insistem que é impróprio lavar roupa suja na imprensa. “Alguém deve estar nos traindo”, ou seja, passando as informações, como se elas não estivessem circulando na cidade, por grupos de aplicativos ou mesmo nas redes sociais.
Primeiro, este comportamento só confirma o artigo que fiz de que há roupa suja e também concordo que se deva lavar em casa. E quando isso não é feito, a roupa suja fica exposta ou então, é levada à lavanderia onde se corre o risco de alguém vê-la no estado em que está. E foi isso que aconteceu. Eu apenas, diferente dos que enxergam, mas fazem vistas grossas, relatei
Então qual o mal de se relatar isso? Quem não fez a lição de casa foi o PSL ou os membros dele de Gaspar: o de buscar conciliar ou expurgar os descontentes, ou os que não estão acostumados a respeitar à sua liderança. Essa tática de trazer todos para dentro do partido, é tão ruim, quanto o de rejeitar gente só por diferenças pessoais mesmo tendo afinidades de projetos.
Partido que é seita sabe-se bem o que acontece com ele.
O PSL de Gaspar ao discutir se alguém está vazando as informações dos seus litígios para a imprensa, deveria antes olhar à rede e às trocas de mensagens nos aplicativos de seus membros. Com essa atitude de avestruz está, no mínimo, escondendo-se dos seus próprios problemas e permitindo que eles cresçam.
Mas, antes tarde, do que nunca. Entre hoje e amanhã, uma reunião deverá acontecer da Executiva, num ambiente fechado, longe daqui, para aparar essas arestas. Quer se criar um discurso de apaziguamento e antes de um evento de filiações e que acontecerá neste final de semana no Centro de Gaspar.
O mais sensato foi Sérgio Luiz Batista de Almeida que passou áudio por whatsapp para seus correligionários. Ele, também, como eu, pensa que o PSL está sendo bombardeado pela máquina dos partidos tradicionais que disputam lugares e a prefeitura de Gaspar, como a máquina do MDB, PP, PSDB, PSC, PDT por exemplo e outros que deverão se agregar neste bloco se o atual prefeito deslanchar nas pesquisas.
É do jogo e o PSL deve entender dele se quiser participar dele.
São os que estão no poder – diferentes, mas unidos por interesses comuns - e o PT que quer voltar apesar da marca manchada que possui, que não querem um PSL como alternativa e zebra em Gaspar. E torcem para a falta de união, disputa de comando e desorganização do PSL. Apostam num governo do estado que ainda não disse a que veio e é do PSL, que até agora desdenhou o Vale do Itajaí.
É difícil entender que o problema do PSL – como um todo - está fora da Comissão Provisória, mas vem daqueles que não o querem como concorrente? E para finalizar. O PSL não será mais a surpresa no ano que vem. Ele poderá ser um mero concorrente dependendo de como e com quem ele se apresentar.
Quem apostou em Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Carlos Roberto Pereira como o novo, viu que foi enganado. Está tudo tão antigo quanto antes... Acorda, Gaspar!
A falta de planejamento é crônico e conspira contra a propaganda eleitoral de realizador de obras do prefeito Kleber
Nada como um dia após o outro. Nada como ficar exposto e sem respostas técnicas ou adequadas. Nada como insistir em algo que poderá se consagrar como improbidade do gestor público e até cassar direitos políticos.
Tudo isso aconteceu em Gaspar só para mostrar a opositores, parte da imprensa que se interessa por este tipo de assunto e opositores – que na verdade neste tipo de caso são os melhores amigos do poder de plantão e explicarei isso mais adiante -, de que supostamente possui canais “influentes” em órgãos de fiscalização e julgamento, ou então, lançar-se simplesmente à teimosia em erros visíveis.
Na coluna de sexta-feira e feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, mostrei como o Tribunal de Contas do Estado colocou chope no pregão 58/2019 lançado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, orientado por sua equipe política, técnica e jurídica. Era para contratar serviços para obras com viés técnico e especializado, mas de forma genérica, o que não é permitido nesta modalidade nas Lei das Licitações.
No discurso político para analfabetos, ignorantes e desinformados ou nas entrevistas sem perguntas, os gestores e vereadores que defendem o governo de Kleber zombaram: a denúncia feita pelo vereador Cicero Giovane Amaro, PSD, era mimimi da oposição e uma forma de atrapalhar o governo. Era um caso de simples interpretação jurídica. Mas, o relator do processo, o conselheiro Herneus de Nadal, ex-deputado pelo MDB de Kleber, resolveu confirmar monocraticamente a liminar.
E isso, acendeu a luz amarela na prefeitura de Gaspar.Tanto que já se trabalha com o Plano B. Estão fatiando o pregão 58/2019 e fazendo licitações como manda a lei para esses casos.
Primeiro, porque não querem mais correr riscos; segundo, se houver à reversão do relatório de Nadal no colegiado do TCE, a decisão poderá levar tempo e aí se perde o discurso eleitoral da obra em andamento ou pronta para a campanha do ano que vem; terceiro, por falta de alocação de recursos no Orçamento – um disfarce permitido no pregão que está sob judice – agora vai se ter que escolher as obras – ou parte - prioritárias deste ano e as do ano que vem.
Por exemplo: colocaram na praça um edital para fazer as galerias pluviais da Rua Frei Solano, onde deve estar enterrado um sapo.
Primeiro fizeram a drenagem, na marra, e sem projeto. Ao menos até hoje não o apresentaram na Câmara, apesar da informação dada pelo prefeito ao juiz Leonar Madalena de que o requerimento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi foi respondido em mandado de segurança. Segundo, esqueceram de fazer o edital da pavimentação. Agora, que ele saiu depois de seis meses. Terceiro: faltava o da rede pluvial? Agora, está na praça. Éprácabar. É mais custos para os gasparenses pagarem. É mais sacrifício para os moradores e comerciantes da Rua Frei Solano.
A concorrência que está na praça, é a 07/2019. Mas, só no dia 30 de agosto, se não houver nenhuma contestação, se conhecerá que irá fazer essa obra.
Então perguntar não ofende: num planejamento correto não seria ter estas três ações juntas para se fazerem numa sequência lógica? Drenagem geral do bairro que ocupou o meio da rua, a pavimentação para tampar a drenagem principal e a drenagem lateral da rua? Uma saiu no início do ano. Outra está saindo agora. E outra só no final do mês? Hum! E depois sou eu o impertinente.
O registro de preço permitido no pregão como o usado no caso do 58 e foi parar no TCE, a prefeitura não precisa ter todo o valor quando lança a licitação, pois não gera obrigação de compra. Já nas outras modalidades, gera um contrato, o que obriga a empenhar, e para empenhar é preciso estar disponível no Orçamento.
O secretário de Agricultura e Aquicultura de Gaspar, André Pasqual Waltrick, PP, está com os dias contados. Esgotou a cota pessoal de sustos dele contra a administração municipal. O cotado para substitui-lo é Afonso Bernardo Hostert, PDT. Ele tinha igual função no governo do PT de Pedro Celso Zuchi.
A “ginástica” para os rearranjos político e equilíbrio dentro do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, é a dor de cabeça na qual se debruçam os “çabios” do Paço. Há uma ciumeira contra vereador e presidente do PDT, Roberto Procópio de Souza. Era o mais ferrenho opositor de Kleber. Embarcou no ônibus do governo tardiamente, está sentado na janela e na poltrona da frente.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, provou da sua popularidade na feijoada do Tupy. Marquinhos Deschamps, do porto de Areia do Poço Grande estava fulo com o líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, na cruzada contra a extração ilegal e cobrou Kleber. Para o empresário, por falta de fiscalização da própria prefeitura, estão colocando todos na barca e ele não concorda com isso.
Uma prova de que a atual administração de Gaspar continua velha e burocrática tanto quanto seus antecessores do século 20, apesar de se mostrarem com gente jovem, são aquelas repetidas fotos com os tais papelinhos nas mãos, como se fossem – fotos e papelinhos - algo sério e conclusivo. Incrível!
O presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer da Gaspar, Jorge Luiz Prucino Pereira, não perdeu o cheiro do caminho de Brasília que conhecia quando vivia lá para “buscar” verbas especiais para os projetos do governo. Esta semana ele está lá, com o subordinado e assessor para Assuntos da Juventude, Denis Estevão. Até foto no plenário da Câmara em plena segunda-feira correu à rede social.
Foram atrás, segundo Jorge atrás do Programa 4.0 para inclusão digital dos jovens de 15 a 29 anos. Segundo Jorge, inclui programação e impressão em 3D. A outra é a de captar recursos para a revitalização do “complexo” esportivo João dos Santos e outro projeto para a “Iniciação Esportiva”.
Tudo é válido, mas revitalizar o tal “complexo” João dos Santos, encravado na rótula da ponte do Vale com a Francisco Mastella e a Rua Itajaí? Não seria prudente remover tudo dali para uma outra área que livre as pessoas de acidentes e tenha acesso mais facilitado. Acorda, Gaspar!
Está sobrando gente na Câmara de Gaspar? O presidente Ciro André Quintino, MDB, assinou resolução em que prorroga a cessão de Marcelo Peterson Pereira à Justiça Eleitoral de Gaspar por mais um ano. Ele já estava lá pela resolução 53/2018. Quem paga o servidor é a Câmara.
Xicaras e copos. Com dispensa de licitação, a Câmara de Gaspar está comprando 150 copos de vidro liso duplo, transparentes e cilíndricos e mais 60 xícaras com pires de porcelana com asa e pires tipo café. Todos terão que ter o brasão da Câmara impresso. Uau!
O vereador Francisco Hostins Júnior, líder do MDB na Câmara, no papel dele, disfarça e discursa para os pobres. Segundo ele, o Programa de Recuperação Fiscal, o tal Refis - que abate juros, correção e multas dos que devem ao município -, aprovado pela segunda vez no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, beneficia quem perdeu emprego, ou foi afetado pela crise econômica e não pode pagar o IPTU.
O crítico da atual administração, Cícero Giovane Amaro, PSD, vai na mesma ladainha, mas com menos ingenuidade. Ele inclusive pediu para esticar esse benefício até 16 de dezembro para essas pessoas aproveitarem a segunda parcela do 13º. E foi atendido.
Entretanto, Cícero, lembra que o Refis não é apenas para o IPTU, mas para todos os tributos municipais. “E aí tem gente grande e que não sabemos quem é. Gente que vive de atrasar os impostos que faltam às obras, creches, postinhos e outras necessidade”, ressaltou. Por que isso é um segredo do governo?
Cícero quer saber quem são os cem maiores devedores de impostos de Gaspar e se não são os mesmos de sempre que se beneficiam dos perdões dados pelos políticos no poder de plantão. Trabalham com o dinheiro dos cidadãos e os deixam na mão nas suas necessidades, segundo o vereador. Cícero está certo, mas vai tomar um chá de cadeira daqueles, num ambiente feito de interesses poderosos e pouca transparência. Acorda, Gaspar!
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