VOCÊ SABE POR QUÊ GASPAR GASTOU UMA FORTUNA E NÃO POSSUI AINDA A REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO SEU PRIMEIRO E ÚNICO PLANO DIRETOR COMO MANDA A LEI? FALTA O LEVANTAMENTO DAS COTAS DE ENCHENTES. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

VOCÊ SABE POR QUÊ GASPAR GASTOU UMA FORTUNA E NÃO POSSUI AINDA A REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO SEU PRIMEIRO E ÚNICO PLANO DIRETOR COMO MANDA A LEI? FALTA O LEVANTAMENTO DAS COTAS DE ENCHENTES. - Por Herculano Domício

27/08/2018


Da esquerda para a direita: o secretário de Planejamento Territorial de Gaspar, Alexandre Gevaerd; o chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen, e o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho

O PT TEVE OITO ANOS PARA FAZER ISSO. KLEBER QUASE DOIS. E SE COMEÇAR AGORA, ESTIMA-SE QUE EM UM ANO ESTARÁ DISPONÍVEL ESSE LEVANTAMENTO. SÓ ENTÃO HAVERÁ ESTUDOS CONCLUSIVOS, AUDIÊNCIAS, DEBATES E APROVAÇÃO DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR. TUDO PODERÁ IR PARA O PRÓXIMO GOVERNO

Eu poderia dizer que estou de alma lavada mais uma vez, pois escrevi isso várias vezes aqui e fui desacreditado. Mas, já começo a entender que parece ser um jogo técnico, jurídico, administrativo e político calculado e proposital. Tudo para emendar com Projetos de Leis o atual e velho Plano Diretor e assim, atender grupos de pressões.

Foi isso, o que ficou explícito na quarta-feira da semana passada, durante a audiência pública promovida pelo poder Executivo, autor desses “projetos de remendos”. Duas evidências: uma estava no questionamento do relator geral de um dos projetos, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e a outra, nas mudanças técnicas que foram mandadas à Câmara nos projetos, exatamente na semana das audiências públicas.

A audiência foi realizada na Câmara. Ela debateu o tema com parcela da comunidade e parte dos vereadores, os Projetos de Lei 33 e 39 deste ano, bem como os Projetos de Lei Complementar 10 e 11, também deste 2018. Eles, basicamente, tratam de “puxadinhos” ao Plano Diretor desatualizado e que deveria ter sido atualizado em 2016 por ação técnica expressa por meio de debate com as comunidades afetadas e de forma global com as entidades e sociedade.

Poucas perguntas. Poucas intervenções.

A imprensa - de uma forma geral - não se interessou em esmiuçar assunto. É que ele é ápero, técnico e principalmente, toca no calo de interesses muita gente influente e poderosa. Ou seja, todos estão em providencial silêncio.

Então para cumprir meramente formalidades legais e dar aparência de legitimidade, mais três audiências sobre o mesmo assunto vão acontecer para a prefeitura expor o que está se mudando e “ouvir” a comunidade.

Elas estão programadas para as 19h desta segunda-feira no Centro de Convivência do Idoso; na quarta-feira na Escola Vitório Anacleto Cardoso e na quinta-feira, na Praça CEU. Elas quase não se realizariam. Na verdade, a prefeitura se viu obrigada a fazer isso, primeiro para atender minimamente à lei, segundo, porque está em minoria na Câmara por culpa dela própria e viu que o debate tinha esquentado contra ela e poderia deslegitimar o se tratou no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, Núcleo Imobiliário da Acig e outros, os quais estão orientando consultivamente essas emendas.

Esses quatro projetos, na verdade, tratam exatamente daquilo que não se debateu e não se estabeleceu até agora no Plano Diretor diante do desenvolvimento da cidade, diante de uma nova realidade geo-econômica e os desencontros com as exigências ambientais, do Ministério Público e da regularização fundiária, que em Gaspar era um verdadeiro caos.

Os projetos 10, 11, 33 e 39 tratam, basicamente, da alteração de gabarito de vias básicas existentes, alterações do traçado de vias projetadas existentes, criação de novas vias projetadas, alteração da lei de parcelamento do solo urbano de Gaspar, criação de zoneamento específico para o Anel de Contorno Viário Urbano, aumento da altura predial entre outras.

Como disse na audiência o sumido vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, “nada é novo, tudo o que estamos propondo os nossos vizinhos estão praticando há muito tempo”, o que por si só mostra o atraso de Gaspar neste e outros assuntos, incluindo a velha prática de pouca transparência, evitar uma lei geral e remendar para atender interesses pontuais, fatos que trazem insegurança a investidores, empreendedores e até mesmo moradores.

PLANO DIRETOR SEM COTAS DE ENCHENTES

Agora, a desculpa (ou a pegadinha intencionalmente construída) para não apresentar a revisão do Plano Diretor de Gaspar e substitui-los por remendos dos atuais projetos. Eles no decorrer do tempo – e se não for logo com a desculpa de “aprimoramento” - podem ser “pontualmente” - outra vez “remendados”, com textos técnicos, inclusive à compreensão dos vereadores, e desta vez, sem as exigíveis audiências, é a tal falta das cotas de enchentes em Gaspar. Todo mundo ao nosso redor as tem.

A Defesa Civil na época do prefeito Pedro Celso Zuchi (2009/2012-2013-2016), o qual passou por várias enchentes, foi algo decorativo.

Entretanto, não é admissível ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele se auto-rotula como eficiente e na prática, mas sempre prova que não é. Este é o típico exemplo de como funciona, ou não funciona o atual governo de Gaspar. Contratou e nomeou dois profissionais de reconhecida competência profissional. E eles não produzem o que se espera deles. E por que? O governo Kleber não deixa, ou não lhes exige.

Kleber foi buscar para a nova Defesa Civil de Gaspar um técnico ativo, um bombeiro militar, conhecedor desse assunto. Para tê-lo na sua equipe do próprio gabinete do Prefeito e do Vice, enfrentou um desgastante processo na Câmara. A A Defesa Civil avança pela voluntariedade do seu titular, todavia, ainda não tem as cotas de enchente de Gaspar.

Não é admissível, quando o secretário de Planejamento Territorial, é o próprio engenheiro Alexandre Gevaerd, o mesmo oriundo da gestão do PT em Blumenau, e professor da Furb, conhecedor do Ceops. Ambos ajudaram na implantação do sistema de cotas das enchentes por lá. É Gevaerd que deveria exigir do prefeito o básico como contratação do levantamento de cotas de cheias de Gaspar.

Se não fosse para dá-las como segurança mínima para as ações preventivas e nas de crise em eventos climáticos severos à Defesa Civil, ela é, como ele próprio declarou na audiência, imprescindível para a revisão do atual defasado Plano Diretor e que ele comanda com Kleber, os providenciais remendos. Sintomático.

Ora, a não revisão do Plano Diretor – com a alegação de que o que impede é o conhecimento do extrato das cotas de enchentes de Gaspar - é uma perfeita desculpa para algo bem tramado feita por gente bem sabida.

Estão enrolando o Ministério Público, tanto o que cuida da área ambiental bem como o da improbidade administrativa. E ao mesmo tempo, para não ter problemas no Registro de Imóveis, estão se informando lá, de como se regulariza, por puxadinhos, o complexo sistema de parcelamento do solo. É que viram ali, um osso duro de roer. Só isso. Ainda, bem!

Se contratado hoje perante o Ceops da Furb, o tal levantamento técnico das cotas de enchente em Gaspar, iria levar entre a burocracia, levantamento de campo e consolidação do trabalho em torno de um ano e custaria algo em torno de R$400 mil. Tratativas até foram feitas, mas até aqui não prosperaram. E pelo tempo que este trabalho levará, sabe-se agora, que dificilmente, a revisão do Plano Diretor será levada a cabo no atual governo de Kleber.

Outra. Ano eleitoral não é ano apropriado para discutir mudanças de Plano Diretor. Os resultados já se sabem bem.

UMA REVISÃO ENROLADA E CONTRA A CIDADE

O primeiro e até agora único Plano Diretor foi aprovado em 2006, por iniciativa e na gestão de Adilson Luiz Schmitt, sem partido, mas na época ainda no MDB por quem se elegeu prefeito. Quem fez? Um grupo de estudos liderado pela Furb, via AMMVI. O atual secretário Gevaerd, esteve envolvido nesse trabalho.

Antes Gaspar não tinha nada disso. Um atraso só. No Plano Diretor plenamente debatido, aprovado pela Câmara, estava dito, e até porque a legislação Federal assim exige, que em 10 anos ele deveria ser “atualizado”. Um Plano Diretor define às macros diretrizes de desenvolvimento e ocupação do município, olhando o futuro e as novas realidades sócios, econômicas e geo-ambientais. Ele dá o ordenamento, preocupa-se com as pessoas e cria a segurança jurídica.

Em 2012, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, iniciou o processo para essa revisão. A ganhadora foi a tal da Iguatemi Engenharia – aquela que também fez aquele mirabolante Anel de Contorno de Gaspar para o governo do estado, cobrou muito e se concluiu que ninguém de grana para executá-lo.

A tal revisão do Plano Diretor foi já paga pelos gasparenses. Uau! Ela não foi à debate público prévio como manda a lei, não saiu do papel e não foi aprovado na Câmara. O próprio governo petista, esperto, viu que se meteu numa furada por omissão técnica na confecção da tal revisão. Percebeu que estava metendo a mão numa cumbuca que lhe tiraria votos e apoios. Além disso, não tinha maioria na Câmara para aprova-lo. Resolveu deixar o barco correr. Devia-se, agora, então, cobrar o dinheiro gasto com esse serviço que ainda não serve para nada.

Segundo a Iguatemi, a revisão é resultado de mais de 700 laudos.

E a zebra começou a se desenhar quando ela concluiu e ninguém interviu no estudo, que se fazia entre técnicos, que não conhecem a cidade, longe daqui, pela “diminuição da taxa de ocupação de terrenos, direcionamento do crescimento para a região Sul da cidade e aumento das restrições para construções em áreas alagáveis, principalmente as que ficam no Poço Grande, região do Bairro Sete e Avenida Francisco Mastella.

Há vários registros, na minha coluna. Mas, para ninguém se contaminar com as minhas investigações, informações e opiniões, sugiro pesquisar a reportagem que o jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade, publicou no dia 18 de setembro sobre o tema. Ela é elucidativa.

E para encerrar. Escrevi acima: ano eleitoral não é ano apropriado para discutir mudanças de Plano Diretor. Os resultados já se sabem bem.

É que a discussão se torna contaminada não apenas por interesses da cidade, mas para a definição de poder. Esta discussão já tinha se iniciado na Câmara pela majoritária oposição que quer fazer o papel de governo ditando prioridades neste assunto. Quando teve oportunidade, como demonstrei aqui, e desde 2012, não fez o que lhe competia fazer. Agora, possui a maioria e armou o palanque. Estamos em ano de eleições. E não há santos nesta história toda.

Agora, o governo de Kleber, Luiz Carlos e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, não pode reclamar de azar. Ele, mais uma vez, contribuiu para a exposição do poder. Falta-lhe votos na Câmara. E faz palanque quem os têm. Estratégia, zero! Acorda, Gaspar!


Da esquerda para a direita: o ex-secretário da Fazenda e hoje da saúde, Carlos Roberto Pereira, o líder do governo na Câmara Francisco Hostins, MDB, o funcionário do Samae e vereador, Cicero Giovane Amaro, PSD, e a presidente do Sintraspug, Lucimar Rozanski Silva

“EU NÃO TENHO MÁ FÉ”, REAGE TARDE E SURPREENDENTEMENTE O LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA, FRANCISCO HOSTINS JUNIOR, MDB, À ACUSAÇÃO DE CÍCERO GIOVANE AMARO, PSD, OPOSIÇÃO E DEFENSOR DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Francisco Hostins Júnior, advogado, foi secretário de Saúde do governo do PT, é líder do governo do MDB de Kleber. Paga caro por ser líder de um governo que está em minoria na Câmara e está cada vez mais encurralado em temas políticos e administrativos pela agora majoritária oposição.

Ingênuo, Hostins paga caro, até mesmo, por seu temperamento e comportamento conciliador. Acha ele, que com isso, a oposição vai ceder e mudar a oportunidade de uso naquilo que ela possui: a faca e o queijo na mão.

A hoje majoritária oposição formada pelo PT, PDT (que Hostins conhece muito bem o modo operacional ainda mais em ano eleitoral pois foi parceiro deles), mais o PSD e Silvio Cleffi, PSC, o qual ganhou os votos do PT, PDT e PSD para dar essa a maioria à bancada oposicionista, está na verdade, apenas devolvendo, na mesma moeda, repito, devolvendo na mesma moeda, o que a bancada governista fez quando ela tinha a maioria na Câmara e era orientada pelo prefeito de fato, e ex- coordenador da campanha vencedora e ex-presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira.

O governo dos ex-vereadores Kleber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spengler Filho, PP – este até aparecia com frequência naquelas sessões e hoje desapareceu -, pelos votos que tinha e não pelo diálogo, fez barba, cabelo e bigode a favor do governo e dos planos do então todo poderoso secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira.

GOELA ABAIXO

Quando perdeu a maioria na Câmara, o advogado se auto-migrou para a secretaria de Saúde, onde estavam os graves problemas de imagem do governo, o foco dos tiros da oposição e porque sabia que na secretaria da Fazenda, com a minoria na Câmara, seu tempo tinha terminado para os planos que tinha.

São homéricas – todas registradas só aqui para o desespero dos políticos envolvidos e que gostam do escurinho quando jogam - foram as mudanças de tratos e votos da bancada governista. Discursos fortes, principalmente de Franciele Daiane Back, PSDB e Francisco Solano Anahaia, líder do MDB. Diálogo zero. Jogo de quem tinha votos.

Foram claros os momentos quando os projetos de mudanças essenciais ao governo Kleber foram aproados pela força do voto na maioria de Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Hostins. Goela abaixo da minoritária oposição, todos com a maciez do líder do governo, Francisco Hostins Júnior.

Júnior, em alguns casos até posou de vítima. E foi. Exatamente por ele achar que tinha autonomia e que a conciliação era possível. Na prefeitura, todavia, isso não foi reconhecido

Então, o jogo mudou. Só isso.

MUDARAM AS REGRAS DOS JOGO, E O GOVERNO AINDA NÃO ENTENDEU ISSO

A realidade. Hoje a bancada do governo de Kleber está em minoria na Câmara. Ponto final.  Ela, entretanto, parece que ainda não compreendeu o seu novo papel como minoritária. Ela não mudou o comportamento e a estratégia diante da nova circunstância. Inacreditável! Se não compreender e não fizer essa mudança, urgentemente, pois já se passaram nove meses do episódio da eleição da mesa diretora contra o governo, o governo vai ficar cada vez mais exposto e tonto.

Quem mesmo orienta essa gente do governo na Câmara? Falta-lhe foco, estratégia, coordenação e capacidade de enfrentamento. A oposição está no papel dela e agora, de forma confortável e com votos para fazer as coisas ao modo dela. É ela quem tem o comando de eventuais negociações. Só isso.

Quando Kleber, Luiz Carlos, Carlos Roberto Pereira, Hostins e outros vão ler essa realidade e mudar o script de atuação? O papel deles é outro se quiserem salvar o governo, a pele e trabalharem em favor da cidade e dos cidadãos.

E se não mudar, ou sacar uma surpresa na próxima eleição da mesa, como a oposição criou em dezembro do ano passado, a qual esta coluna antecipou o fato e o governo a desprezou, tem tudo para ficar pior a partir do ano que vem, pois PT, PDT e PDS e Cleffi, miram o paço municipal.

O CARTÃO ALIMENTAÇÃO

Volto.

Depois de aprovar – quando o governo de Kleber tinha a maioria dos vereadores na Câmara - a implantação cartão alimentação, esclarecendo e disciplinando uma lei que há décadas pagava aos servidores o vale em pecúnia trazendo vários reflexos e direitos não previstos naquela lei, o governo Kleber, Luiz Carlos, Pereira e Hostins se viu bombardeado neste ano quando perdeu essa maioria. Natural!

Afinal, de uma bancada de 13 vereadores, ou de sete vereadores de oposição, desproporcionalmente em relação ao número de votantes em Gaspar, quatro deles, são funcionários públicos: Silvio, Cicero, Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, ambos do PT. Eles estão no papel deles, e estão defendendo os seus interesses e privilégios. O Sintraspug, também.

O governo que governa para os gasparenses é que não faz a parte dele.

Os bombardeios começaram com as críticas no plenário da Câmara pelos vereadores funcionários públicos. Elas, todavia, não mudavam os fatos jurídicos consolidados pela mudança imposta pelo governo a favor dos servidores e do Sindicato. Então Cícero, entrou com um projeto inconstitucional para reverter a decisão da prefeitura do ano passado.

O ACORDO QUE NÃO VEIO

Esse projeto, falho, não tinha como prosperar. Ele foi feito, apenas para criar palanque, animar os servidores e desgastar o governo. Ai, à última hora, o líder do governo, provavelmente calçado pelo paço – e escrevo isso, pois há desencontros de informações sobre a autonomia para essa oferta -, Hostins estendeu a bandeira branca para o menor dano. “Combinou-se” à rejeição ao Projeto de Lei inconstitucional proposto de Cícero.

A proposta veio para esvaziar à pressão presencial dos servidores na Câmara. Outro fator foi o de destampar à pressão da chaleira. Afinal estamos em ano eleitoral e todos no governo olhavam o estrago da intransigência e da briga, pois o enfrentamento dele nesses casos, é um desastre para quem está em campanha.

O governo Kleber, segundo Hostins, por sua iniciativa, estudaria à possibilidade de dar a metade do Vale Alimentação em cartão e a outra metade em pecúnia como era. Isso não veio na velocidade prometida.

E Cícero na última sessão o acusou Hostins de estar de má-fé e de tê-lo enganado e por extensão os servidores. Hostins, ocupou a tribuna, visivelmente nervoso, num dos raros momentos, reagiu e perdeu a fleuma peculiar. Cícero, ainda tentou consertar de que “não era bem assim...” Está gravado.

Não vou muito adiante. O ponto é outro.

Duas coisas: a prefeitura não aprovou a troca e a implantação do benefício por cartão por lei? Ela garantiu na época que isso era legal?

Parece que não é, tanto que admite recuar. Qual a razão para recuar em algo legal e que está certa?

Não existe maior desmoralização para um governo naquilo que ele diz que é certo, mas recua. Esse recuou será sinalizador para todos. Ficará assim: bastará gritar que o governo Kleber volta atrás.

Mais: quem volta atrás pela metade, pode recuar no todo, pois juridicamente, assina a condenação em futuras ações sobre o assunto. Quem mesmo orienta essa gente jurídica, política e na estratégia de resultados? Inacreditável!

E para finalizar: o Sintraspug, inconformado, judicializou esse processo enquanto a prefeitura e o líder do governo Francisco Hostins Júnior sinalizavam uma bandeira branca? Ou seja, quebrou o acordo. Se está judicializado, negociar o que politicamente? Quem quebrou o acordo, foi a prefeitura ou o Sintraspug? A prefeitura está de joelhos.

Se a prefeitura acha que juridicamente está protegida e certa, deve ir até o fim para mostrar a sua força e principalmente acerto, pois o dano político eleitoral já está feito e esse não será mais revertido neste outubro e possivelmente nem em 2020.

Ou alguém acha que os servidores vão mudar os votos deles nas urnas se o governo Kleber voltar atrás, quando a causa já se tornou bandeiras do PT e PDT que quando governo, foram padrastos dos funcionários públicos de Gaspar? Esquece!

Nesta terça-feira eles estarão lá na Câmara fazendo pressão a favor de privilégios que provam ser direitos adquiridos. E a prefeitura está com pena de seus vereadores.

E por derradeiro: se a prefeitura está frágil juridicamente neste assunto ou errou tecnicamente, deveria terminar isso logo, sem negociar nada e assumir que errou. Fica mais fácil e menos exposta.

Mesmo assim, a bancada do governo na Câmara precisa estar consciente de que o papel dela é outro como minoritária. Além disso falta um hábil negociador entre a bancada oposicionista e o governo de Kleber. Pois tudo indica, que os dois anos, principalmente 2019, não se terá tréguas e até de tragédias. O que aconteceu hoje com a movimentação dos servidores será fichinha. Este é o resultado da falta de capacidade de organização política do governo Kleber e Luiz Carlos para suas ideias, ações e necessidade para a cidade. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1866

Comentários

Antonia
28/08/2018 21:21
Eleição do conselho tutelar de Gaspar não cheira bem!

A eleição do conselho tutelar de Gapar ocorre no dia 10/09 com dúvidas quanto à sua condução, candidato inscrito é homologado o Sr: João Gabriel C. Probst, faz campanha ferrenha na internet apoiado pelo Vereador Roberto Procopio, até aí tudo certo, se a mãe dele não fosse a Presidente do CMDCA e a própria mãe quem assina o Edital e defere a inscrição de seu filho, e olha só oque diz o Art. 140 do ECA


Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

____
Eloiza Campregher Probst
Presidente do CMDCA
Gaspar / SC


ANEXO I

REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO DO CANDIDATO A VAGA DO CONSELHO TUTELAR


Ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ?" CMDCA
Ilma. Sra.
ELOIZA CAMPREGHER requerer inscrição para concorrer


Tudo acontecendo debaixo dos olhos de Vereadores e desafiando as regras do jogo!


Maria Terezinha
28/08/2018 20:56
Boa noite Sr. Herculano

A saúde de gaspar esta de parabéns. Estava aguardando medico oftalmologista, e fui atendida precisei fazer cirurgia de catara, semana passada realizei em Rio do cedro, fomos com um onibus bem chique, o povo do hospital muito alegre e nos atendeteu muito bem.
Parabéns ao pessoal da Policlinica
Miguel José Teixeira
28/08/2018 19:39
Senhores,

Na mídia:

"Recluso desde série de prisões, Dirceu reaparece para lançar livro de memórias..."

Abriu a cloaca mas não abriu a caixa PreTa!!!

Lembrem-se:

zé é o zé. . .
condenado já é.
Só não está no xilindró,
porque a segundona "não qué"!
"intendi, né?"
Isso magoa o lula-lelé,
que pensa que candidato é. . .


Herculano
28/08/2018 08:37
da série: o criminoso não se emenda e abandona completamente a senda do crime, perpetua nele sob novos disfarces.

REAÇÃO AOS "INFLUENCIADORES DIGITAIS", AS MERETRIZES DO PT, EXPÕE VIÉS IDEOL?"GICO DO SISTEMA, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, PR

"Quem acessou o Twitter neste domingo (26) viu uma tendência incomum: o nome do Piauí aparecia entre os quatro principais "trending topics" - assuntos mais falados na rede social - nas primeiras horas do dia. Influenciadores digitais identificados com a esquerda foram convocados para exaltar a administração do governador Wellington Dias (PT), candidato à reeleição. A ação de marketing digital foi denunciada por uma das próprias personagens chamadas para a ação. Ao longo do dia, os principais envolvidos foram sumindo com a repercussão crescente do fato. 

Os elogios de tuiteiros iam da universalização do ensino técnico nos municípios piauienses até a redução expressiva nas taxas de homicídios em comparação com outros estados nordestinos. A onda tão positiva de publicações foi ridicularizada por outros usuários, que ironizavam os elogios dizendo que o Piauí era a "nova Dubai" ou uma "Suécia". Em seguida, pediam dinheiro pela postagem. "

"Nas publicações em que denuncia o caso - que pode configurar crime eleitoral, segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com multa de até R$ 30 mil - a jornalista influenciadora digital Paula Holanda contou ter participado do grupo de whatsapp que decidia quais seriam os temas das publicações. Além de Wellington, foram criados posts de elogios a Luiz Marinho e Gleisi Hoffman, com os quais ela disse ter concordado "sem resistência" por identificação pessoal. As postagens teriam sido pagas com valores em torno de R$ 1 mil, mas não há um valor preciso nem da remuneração pelas publicações e nem do total pela ação. "

O caso do "Piauígate" mostra como a esquerda usa métodos abjetos para tentar influenciar as eleições. Curiosamente, a mídia, as redes sociais e mesmo o TSE parecem mais preocupados com o engajamento orgânico da direita na internet, e basta ver o viés ideológico das "checagens de fatos" e dos banimentos ou bloqueios do Facebook para se certificar disso. O MBL passou a ser alvo de ataque constante, enquanto a real esgotosfera, aquela bancada pelo PT, é deixada de lado.

Carlos Andreazza comentou sobre a postura do TSE: "O TSE é uma espécie de grande Luiz Fux. Adora questões abstratas que jogam pra galera e cuja solução seja impossível. Daí por que esse lance concreto dos influenciadores bancados para elogiar petistas dará em nada. Muito trabalhoso. E não dá lacrada. Se fosse contra Bolsonaro..."

Leandro Ruschel também falou sobre o caso: "Queria trabalhar no Twitter só para ver os comedores de mortadela virtual apagando desesperadamente a propaganda que fizeram para o PT depois que a sacanagem veio à tona. Essa galera da esquerda é incorrigível". Ele gravou um vídeo explicando melhor o ocorrido.

Flávio Gordon cobrou uma reação da turma de esquerda que comanda as redes sociais no país: "Aguardando o posicionamento de Daniele Kleiner, petista e gerente de segurança do Facebook Brasil". Já a reação na esquerda foi a esperada: atacar os mensageiros, negar os fatos, ameaçar. Pablo Villaça, por exemplo, atacou Paula Holanda em tom de intimidação:

O que fica claro nisso tudo é que, uma vez mais, a esquerda é pura hipocrisia, com a cumplicidade de boa parte da mídia. Acusa os outros de "fake news" e de manipulação eleitoral, diz que os direitistas são movidos por interesses e ambição monetária, e fazem tudo isso em frente a um espelho. Ou seja, é projeção, é acusar o outro daquilo que ela mesma faz.

Esses "influenciadores digitais" são prostitutas morais pagas com dinheiro roubado do trabalhador, o que agrava ainda mais o quadro. Isso é manipulação da eleição, mas as redes sociais, a mídia e o TSE estão mais preocupados com a turma que voluntariamente, por acreditar, divulga coisas positivas do candidato da direita. O duplo padrão na reação é visível. Basta imaginar se fosse o PSL de Bolsonaro descoberto bancando essas meretrizes nas redes sociais.

Resta aguardar agora a reação do TSE. Deitado, de preferência, para não cansar muito as pernas..."
Herculano
28/08/2018 08:26
LIDERANÇA, ESCLARECIMENTO E INFLUÊNCIA

Hoje o jornal Cruzeiro do Vale e o seu portal são líderes e influenciadores nas comunidades de Gaspar e Ilhota. É isto que está incomodando gente que gosta do escurinho e tenta, sucessivamente, tirá-lo do ar.

Com a atitude bandida, está apenas contribuindo mais para divulgá-lo, acreditá-lo e deixá-lo ainda mais líder, com maior retorno aos investidores.

Neste momento ele bate recorde de audiência. Obrigado. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/08/2018 08:04
AGENDA DE PAUTA DO SITE GAZETA DO POVO, DE CURITIBA

Tudo o que você precisa saber para começar o dia!

? Empresas suspeitas de pagar influenciadores digitais são ligadas a petista;
? STF decide se aceita denúncia contra Bolsonaro por preconceito;
? Tabela do frete pode acabar com 50 mil empregos.
Herculano
28/08/2018 08:02
CONFIANÇA CEGA DE CIRO É PRIMA DO "EU NÃO SABIA",por Josias de Souza

A retórica de Ciro Gomes ao falar de corrupção é normalmente encrespada. Mas o presidenciável do PDT repetiu em entrevista ao Jornal Nacional: "Se eu for eleito, o Carlos Lupi terá no meu governo a posição que quiser, porque eu tenho a convicção de que ele é um homem de bem." Ciro soou categórico: "O Carlos Lupi tem a minha confiança cega, absolutamente cega."

William Bonner recitou a ficha corrida do presidente do PDT: Lupi responde a inquérito no Supremo sobre a possível compra de apoio político para Dilma Rousseff, em 2014; foi delatado como beneficiário de uma mesada de R$ 100 mil no esquema de corrupção do ex-governador fluminense Sérgio Cabral; é réu por improbidade administrativa no Distrito Federal; a Comissão de Ética da Presidência da República recomendou sua demissão quando ocupava o cargo de ministro do Trabalho sob Dilma, o que acabou acontecendo.

Ciro não se deu por achado. "A mim me surpreende. Na minha opinião, essas informações não estão assentadas", tentou argumentar. "A informação que eu tenho é que ele não responde por nenhum procedimento. Réu ele não é -com certeza, ele não é." Bonner reiterou a informação. Mas Ciro não deu o braço a torcer. Absteve-se até mesmo de se imunizar com uma frase do tipo "não tenho compromisso com o erro..." Preferiu manter a mão no fogo por Lupi.

Sempre que pode, Ciro chama Michel Temer de "escroque". Afirma que, eleito, desmontará o MDB, porque o partido "só existe para roubar". Declarou também que só cogitaria alianças com PP, DEM e assemelhados, depois de um acerto com PSB e PCdoB, "porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada."

Hoje, o centrão encostou sua má fama na candidatura de Geraldo Alckmin, o PSB virou linha auxiliar do PT federal e o PCdoB está sentado no banco de reserva à espera do momento em que entrará em cena como vice na chapa a ser encabeçada pelo poste petista Fernando Haddad. Restou a Ciro a hegemonia moral proporcionada pela companhia de Carlos Lupi.

Consideradas todas as circunstâncias ?"das rasteiras que recebe de Lula aos tropeços de sua língua?", Ciro faz uma boa campanha. Continua no jogo. Mas deveria chamar o presidente do seu partido para uma conversa franca. Nela, faria um pedido. Algo assim: "Meu querido companheiro Lupi, não permita que eu diga sobre você nenhuma mentira que não possa ser provada." Do contrário, Ciro acabará se dando conta de que sua "confiança cega" é prima de um bordão desgastado: "Eu não sabia."
Herculano
28/08/2018 07:50
UM PARTIDO QUE USA GENTE SABIDA PARA COMPRAR E MANIPULAR A CONSCIÊNCIA DOS ELEITORES

"FALE SOBRE A CANDIDATURA DO LULA DE MANEIRA DESCONTRAÍDA"

Conteúdo de O Antagonista. Os cybermortadelas foram pagos para defender Lula "de maneira descontraída".

É o que diz um e-mail enviado por Isabella Bomtempo, da empresa Follow, e obtido por O Globo:

"Fale sobre como o governo golpista atual está tirando verbas da educação e congelando os investimentos por 20 anos; Fale sobre a candidatura do Lula de maneira descontraída; Fale sobre como as mulheres são pouco representadas na política; Fale como a direita não apoia e não sustenta abertamente os LGBT's e por aí vai..."
Herculano
28/08/2018 07:46
da série: o mundo é lindo, e como os espertos e sabidos, todos demissíveis, alimentam fanáticos, e vende o impossível para os eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados e que são a maioria dos votos no Brasil

ASSESSORES ECONôMICOS DE PRESIDENCIÁVEIS IGNORAM OBSTÁCULOS POLÍTICOS. É A ARTE DA NEGAÇÃO, por Mônica de Bolle, para o site Poder 360

Estive de férias por algumas semanas, intencionalmente bastante desligada do cenário eleitoral brasileiro. Contudo, ainda que essas eleições estejam indefinidas, complicadas, cheias de dúvidas e incertezas, o quadro se desenrola como uma novela: é possível perder alguns capítulos sem esquecer os elementos principais da trama.

Trama mostra Lula subindo nas pesquisas, ainda que muitos de seus eleitores saibam que provavelmente não será candidato, Bolsonaro estacionado em 2ª lugar, Marina, Alckmin e Ciro Gomes disputando uns míseros pontos percentuais. Além de uma avalanche de brancos, nulos e indecisos, sobretudo nos cenários estimulados sem Lula.

É cedo para dizer o que pode acontecer com Fernando Haddad, e qualquer inferência baseada nas últimas pesquisas mais parece adivinhação do que análise. Não há como prever com qualquer margem de segurança qual a mais provável disputa no segundo turno.

As redes de televisão, as emissoras de rádio, e os jornais têm feito um ótimo trabalho trazendo os candidatos e seus assessores para entrevistas e sabatinas antes do início do tempo de TV ?"dúvidas sobre o impacto da TV e das redes sociais só serão dirimidas quando as campanhas começarem a transmitir seus programas de acordo com o tempo alocado a cada uma.

No último fim de semana, assisti as entrevistas dos economistas ligados aos cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas. Como já havia observado nas entrevistas com os presidenciáveis, comparar diretamente as entrevistas não é lá muito fácil já que as perguntas variam bastante e os assessores, assim como os candidatos, têm estilos bem diferentes de falar. Mas, faço aqui rápido resumo de cada um.

A entrevista de Guilherme Mello, economista da campanha do PT, teve como destaque uma retrospectiva dos anos Lula?" sem mencionar a notável bonança externa que tornou possível o quadro auspicioso de crescimento à época?" com o reconhecimento de que as desonerações feitas por Dilma foram desastrosas, assim como o congelamento de alguns preços e tarifas públicas.

A entrevista de Mauro Benevides enfocou a proposta do candidato Ciro Gomes de renegociar as dívidas de milhões de brasileiros inadimplentes, assim como alguns detalhes da reforma da Previdência. Para qualquer telespectador que desconheça os planos, não ficou fácil de entender o que se pretende.

As perguntas feitas para Persio Arida concentraram-se nos planos anunciados por Geraldo Alckmin de resolver em dois anos o rombo fiscal diante do conhecido engessamento orçamentário. Embora o candidato tenha falado das restrições que impedem o aumento da tributação e a redução das despesas, enfatizou que o problema das contas públicas será resolvido com a volta do crescimento fundamentada no retorno da confiança ?"não convenceu.

Eduardo Gianetti, economista da campanha de Marina Silva, foi sabatinado sobre as propostas para alterar o teto dos gastos. O economista explicou em detalhe os problemas associados ao teto aprovado em 2016 pelo governo Temer ?"todos problemas sobre os quais escrevi diversos artigos em 2016 sob duras críticas?" e sublinhou que não há teto sem a reforma da Previdência, o que deveria ser uma obviedade. Contudo, está claro que a campanha de Marina ainda não tem propostas detalhadas para lidar com os gastos previdenciários galopantes.

Por fim, Paulo Guedes. Paulo Guedes disse que poderá arrecadar ao longo do tempo cerca de $ 1 trilhão em privatizações, sem contar a venda de imóveis públicos que poderia dobrar esse valor.

Entre a profusão de medidas econômicas sensatas, medidas econômicas fantasiosas, medidas econômicas ainda difíceis de entender como funcionarão na prática, e sonhos de arrecadação, o que mais assombrou foi a arte da negação. Nenhum dos assessores econômicos abordou os imensos, quiçá intransponíveis, obstáculos políticos a muitas de suas propostas.

Todos os assessores - e entrevistadores - esquivaram-se do grande bode na sala: como ficará a governabilidade do país e a legitimidade do candidato eleito se o primeiro colocado em todas as pesquisas estiver fora da eleição? Para que não haja confusão, não defendo de maneira alguma que as leis sejam ignoradas para que Lula seja candidato ?" esse seria mais um choque às já demasiado fragilizadas instituições brasileiras.

Contudo, não dá para ignorar o fato fundamental de que com o ex-presidente a liderar pesquisas, quem quer que venha a ser eleito terá dificuldades para impor sua legitimidade perante parte substancial do eleitorado.

Enquanto candidatos e assessores continuarem a fingir que essa situação não existe, ou a ceder à tentação do autoengano de que tudo acabará se resolvendo após as eleições mesmo com o esgarçamento das instituições políticas brasileiras e a indignação do povo por motivos diversos, continuaremos a correr no escuro, dando cabeçadas nas paredes da casa sem teto que é o Brasil.
Herculano
28/08/2018 07:41
OLHANDO A MARÉ TAMBÉM ESTÁ NO TWITTER, MAS COM TEMAS BEM LONGE DE GASPAR, ILHOTA E SANTA CATARINA. Acesse @olhandoamaré
Herculano
28/08/2018 07:39
NÃO HÁ MENOR CHANCE CHANCE DE O STF LIBERAR LULA NO MÊS QUE VEM. ELE É INELEGÍVEL E PODE DEIXAR CADEIA APóS ELEIÇõES. TUDO RESOLVIDO NO PAÍS? por Reinaldo Azevedo

Os paranoicos, assim como os idiotas e os pilantras de aluguel nas redes sociais, estão em alta. A última conversa mole é a de que o Supremo Tribunal Federal pode libertar o petista Luiz Inácio Lula da Silva em julgamento virtual - sem a reunião física dos ministros; só com votação eletrônica - entre o dia 7 e o dia 13 do mês que vem. É uma sandice. Um disparate. Uma bobagem.

A rigor, o procedimento do STF nem mesmo notícia deveria ser se houvesse um conhecimento razoável das regras do jogo. É bem verdade que, ultimamente, regras do jogo e Poder Judiciário não costumam andar de braços dados. Mas quase nunca é a favor do acusado ou do réu. Quase sempre, é contra. Voltemos ao caso Lula.

Em abril, o pleno do Supremo rejeitou, por 6 votos a 5, habeas corpus para o petista. As razões do pedido de HC e a argumentação que saiu vencedora são conhecidas. Basicamente, a defesa alega que o Inciso LVII do Artigo 5º impõe o cumprimento da pena apenas depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. De fato, é o que está na Constituição. Mas quem liga para o que vai na Carta Magna, reduzida a mera cartilha a ser seguida se e quando dá na veneta dos juízes?

Em 2016, o Supremo autorizou o cumprimento antecipado da pena ?" depois da condenação em segunda instância. Não obrigou, mas autorizou. É a jurisprudência em voga na Casa. Com base nesta, seis ministros mantiveram Lula preso. Ação Declaratória de Constitucionalidade, que está pronta para votação, aguarda pauta. A ação declara a Constitucionalidade do Artigo 283 do Código de Processo Penal, cujo caput define:

"Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva."

É a mesma garantia expressa na Constituição. Será realmente um momento espetacular do nosso Judiciário se for negada a constitucionalidade do artigo de um código menor ?" e de Processo Penal - que repete literalmente o que vai no Código Maior, a própria Constituição. Acontece que Carmen Lúcia, presidente do STF até o próximo dia 12, se negou a pautar a matéria. Caso venha a ser votada e caso a maioria declare a constitucionalidade do Artigo 283 do CPP, Lula e outros condenados em segunda instância que já cumprem pena podem ser soltos se não houver razões que justifiquem a prisão preventiva.

Nota antes que prossiga: não antecipar cumprimento de pena nada tem a ver com a elegibilidade. Ainda que o petista viesse a ser solto em caso de votação da ADC, continuaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Cármen passa o bastão do STF para Dias Toffoli no dia 12. É improvável que o ministro paute a ADC antes da eleição de outubro. Digamos as coisas com todas as letras: o mundo desabaria sobre a sua cabeça se cumprisse a sua obrigação, ainda que, note-se, pautar o assunto não fosse sinônimo de libertar Lula, já que sempre haveria a possibilidade de a maioria do STF dizer "não".

Quanto ao recurso que vai ao plenário virtual, destaque-se: trata-se apenas de "embargos de declaração" do julgamento havido em abril. É aquele instrumento em que a defesa pede que o tribunal esclareça aspectos do voto vitorioso contra a pretensão do seu cliente. Raramente tal recurso muda a decisão da maioria, a não ser que se constate um erro flagrante. No caso, nem há complexidade o bastante para isso: o tribunal simplesmente negou o HC. Se seis ministros disseram "não" em abril, por que um deles mudaria seu voto agora, num simples pedido de "esclarecimento" do voto dado?.

Assim, não há motivos para histeria. A chance de Lula ser solto no julgamento virtual que vai acontecer entre 6 e 13 de setembro é inferior a zero. Até que não se vote a ADC, e não há data marcada, não há a menor chance de isso acontecer. Tranquilizo alguns paranoicos profissionais:

1: Lula será declarado inelegível;
2: Lula não sai da cadeia antes da eleição.

Se isso resolve os problemas do Brasil, resolvidos eles estão. Agora é só cuidar do resto.
Herculano
28/08/2018 07:34
PORTAL FORA DO AR

A quem se apresentou como Maria Cristina, mas postou tal informação de fora do Brasil. Primeiro não acredito, mas é possível. E sendo possível, é crime. E sendo crime, que é razoavelmentemente fácil de ser rastreado no mundo da inteligência digital, há consequências para quem fez e quem mandou fazer.
Herculano
28/08/2018 07:27
QUANDO MENOS É MAIS NA POLÍTICA, por Marcos Aurélio Ruediguer, chefe da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, para o jornal Folha de S. Paulo

Tempo de televisão terá impacto considerável na eleição de 2018, mas não absoluto

A maioria dos analistas aguarda o impacto político do tempo de mídia tradicional (conforme abordei na coluna da última semana), assimetricamente ajustado pelo centro político em cumplicidade pouco envergonhada com PSDB e PT, seus maiores beneficiados. Às favas, portanto, que numa eleição majoritária houvesse uma partição mais justa do tempo. Como escreveu Lampedusa: há de se mudar, para que tudo fique como está.

Lidamos, no entanto, com expectativas, e elas estão aí gritando, esperançosas, que tudo será diferente por causa da TV, a partir de 31 de agosto.

Porém, há dois problemas. O primeiro, mais grave, é a falta de confiança recorde em instituições e nos operadores políticos no Brasil. O segundo, a aposta de que as redes terão impacto suplantado nesse processo.

O Brasil hoje é o terceiro país com maior queda no índice de confiança medido pelo Edelman Trust Barometer. Fica atrás dos Estados Unidos e da Itália, países em que reviravoltas inesperadas nas eleições se deram, nas quais as redes sociais foram vitais. Nos dois casos, segmentos políticos radicalizados e com discursos simples, mas objetivos, somados a lideranças carismáticas, operaram a vocalização de ressentimentos represados. Adicionalmente, pesquisa da FGV DAPP verificou que no Brasil parte dessa desconfiança não é debitável somente às instituições, mas ao descrédito de seus operadores e da conjuntura legada.

Sobre a conjuntura, à frente de outros temas importantes, dois metatemas pulsam em aberto: mercado de trabalho, para o qual tornaram-se descartados contingentes de milhões já socialmente hipossuficientes, e a violência. Todos os candidatos têm sérias dificuldades propositivas com pelo menos um desses metatemas. Natural, portanto, não confiar.

Creio que o tempo de TV terá impacto considerável, tanto quanto as estruturas partidárias, mas não absoluto.

Hoje, segundo pesquisas de diversas fontes, um brasileiro consulta o celular 78 vezes em média por dia, 96% dos internautas acessam a web via celular, 77% dos brasileiros entre 18 e 49 anos usam extensivamente as redes para se informar. Evidente causar impacto.

Fatos midiáticos alimentam e são potencializados e capilarizados pelas redes. O episódio, revelado no fim de semana, sobre a suposta compra de apoios de "influenciadores digitais" no Twitter para candidatos do PT, é prova do revés que uma ação equivocada pode provocar. Não obstante, aponta para as redes como campo sério de disputa.

Falamos, portanto, de vários componentes que se entrelaçam, potencializam-se e se retroalimentam, dependendo de fatores-chave.

As imagens de Geraldo Alckmin (PSDB), esta semana, filmado com chapéu nordestino, ficaram tão fakes que viraram meme nas redes. Manuela D'Ávila (PC do B) praticamente desapareceu das plataformas, dado o constrangimento da chapa tríplex do PT.

Ciro Gomes (PDT) se sai bem com a proposta do SPC, mas ao não a explicar direito, abre o flanco para críticas.

Observando a taxa de engajamento orgânico dos candidatos no mês, e ajustando as dispersões, sobressai um dado interessante. Enquanto Bolsonaro (PSL) segue firme, mas numa curva menos acentuada, Geraldo Alckmin permanece mal colocado. Fernando Haddad (PT) e Ciro crescem, sendo que o primeiro mais significativamente. Ou seja, isso traduz a identificação de campos com engajamentos, propostas e posturas.

Há vezes em que menos é mais, e a maior exposição na televisão, sem confiabilidade, pode gerar efeito contrário, bem como o mau uso das redes. Confiança é chave, não só o tempo, e repercute muito nas redes
Maria Cristina
28/08/2018 07:17
Sr Herculano

Melato, contratou um Harcker para invadir sua página, isso foi conversa na festa do macuco, onde o próprio, falou ser a única saída para que deixe ele trabalhar em paz, já que nao mostras o grande trabalho que vem realizando. Te prepara por que vai ser assim daqui pra frente.
Herculano
28/08/2018 07:16
SAÍDA DE ROMERO JUCÁ PODE TER SIDO COMBINADA COM MICHEL TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O senador Romero Jucá (MDB-RR) deixou nesta segunda-feira (27) o cargo de Líder do Governo no Congresso Romero alegando divergências sobre o tratamento da questão dos venezuelanos em seu Estado. Fontes do Planalto garantem que foi tudo combinado com o presidente Michel Temer, a quem Jucá é muito ligado, com o objetivo de fazê-lo melhorar nas pesquisas: ele está em terceiro lugar no Ibope.

TEMA PREDOMINANTE
Jucá quer falar mal do governo, durante sua campanha, para tentar recuperar terreno sobretudo na polêmica envolvendo venezuelanos.

RUIM PRA TODO MUNDO
A governadora Suely Campos (PP), adversária de Jucá, também está mal: bem atrás nas pesquisas e com a maior rejeição.

MANDATO SOB RISCO
Senador desde 1995, Romero Jucá está em 3º lugar no Ibope, com 25%, atrás de Mecias de Jesus, do PRB, com 26%.

'ATRAVESSADORAS' AMEAÇAM RETALIAR QUEM PRODUZ
As distribuidoras de combustíveis, "atravessadoras" que aumentar o preço final, sentiram que o reinado se aproxima do fim, e reagem com desespero, ameaçando retaliar produtores de etanol que lutam pela venda direta aos postos. Alexandre Lima, presidente da Feplana, a federação dos plantadores do Brasil, denunciou que produtores de vários Estados têm recebido recados ameaçadores de distribuidoras.

ENTIDADES NA LUTA
Alexandre Lima e Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE estão na liderança nacional do movimento pela venda direta de etanol.

VENDA DIRETA É INEVITÁVEL
Recomendada pelo Cade, órgão que combate os cartéis, a venda direta já foi aprovada no Senado e será votada na Câmara.

RETALIAÇÃO DIRETA
Entre as ameaças das distribuidoras/atravessadoras está a de não comprar etanol das usinas que lideram a luta da venda direta.

MUDOU DE IDEIA
Não é nova a ideia de jerico da aliança PT-PSDB, que os petistas usaram para demonstrar que são todos farinha do mesmo saco. FHC criticou em 2006 "união" de partidos proposta pelo petista Tarso Genro.

ELES ESTÃO NO PODER
Réu desde 2015, após tornar sigilosos documentos sobre a atuação do Lula em favor da Odebrecht no exterior, João Pedro Correa Costa é hoje o terceiro mais poderoso diplomata na hierarquia do Itamaraty.

GASTOS REVISITADOS
O secretário de Comunicação, Marcio de Freitas, nem o presidente Temer sabiam ou foram consultados sobre o projeto milionário da Caixa de alterar sua marca, atualizada há um ano. A Caixa confirmou o projeto, nas "não há, ainda, nenhuma decisão" sobre sua adoção.

PARECE ATÉ ESTATAL
A voadeira Azul criou o serviço Azulbox, onde se pode fazer compras nos Estados Unidos com a garantia de entrega no Brasil, mas parece que a empresa não consegue dar conta. Um leitor comprou 90 dólares em medicamentos e nunca os recebeu. Nem o telefone funciona.

LIVROS DISPENSÁVEIS
Imagens no site Diário do Poder mostram um garoto assaltado e agredido por quatro bandidos, ao chegar no prédio onde mora, em Brasília. Levaram o que puderam, inclusive a inocência do menino, mas deixaram os livros. Faz sentido: para quê os bandidos roubariam livros?

INDÚSTRIA DE INDENIZAÇõES
Projeto do deputado Augusto Carvalho (SD-DF) pretende criar o "dano à imagem presumido", dispensando a necessidade de se comprovar na Justiça o dano moral efetivo, no caso de uso indevido de imagem.

TRABALHAR PRA QUÊ?
Há quatro reuniões de comissões previstas na Câmara, esta semana, mas sem votações. Um dos temas é o plano de saúde de funcionários de estatais. Interesse do contribuinte que paga a farra, talvez em 2019.

PERGUNTA NO PALÁCIO
Agora que não é mais líder do governo no Senado, Romero Jucá vai também devolver os cargos que ele preencheu no Executivo?

LULA, QUEM DIRIA, PODE VIRAR O 'TRUMP BRASILEIRO'
Preso por corrupção, Lula aparecia em pesquisas de maio com 25% e pulou agora para 39%, diz o Datafolha. Lembra a eleição presidencial americana e o que mais preocupava partidários de Hillary Clinton, em 2016: os "closet Trump supporters", eleitores que não admitiam publicamente votar no republicano, mas acabariam votando nele. O mesmo pode acontecer com os seguidores "envergonhados" de Lula.

LULISTAS NO ARMÁRIO
No caso de Lula, seriam os "petistas envergonhados", ou "lulistas no armário", segundo o presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
Herculano
28/08/2018 07:06
A INVASÃO DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE

O portal Cruzeiro do Vale é o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e o mais acreditado de Gaspar e Ilhota. Alguns são fatos e história. Outro, pesquisa.

As sucessivas e prolongadas invasões por crackers eliminando a possibilidade total de acesso a ele, até agora não foram plenamente identificados e está sendo apurado por gente especialista na área digital e também pela polícia onde o caso foi parar revelar se foi uma:

- Agressão à transparência, ao direito da liberdade de expressão e da pluralidade de ideias expressas pelo Portal.

- Sinalização de que os sistemas de segurança que protegem protegem não são suficientes para conter a invasão de vândalos.

- Agressão ao direito dos leitores e leitoras de acessá-lo, num processo radical, intervencionista e ditatorial de limitar à comunicação aos interesses de poucos e que não se permitem ao contraditório, preferindo a unilateralidade e a escuridão.

- Vandalismo puro e simples, inconsequente e juvenil. Registre-se dois fatos: não houve nesta semana nenhuma invasão semelhante a nenhum portal de notícias e negócios. E ninguém chuta cachorro morto, ou seja, a invasão é feita exatamente a quem é líder no seu território.

- Finalmente: a impossibilidade de se saber até agora, se se trata de um ato deliberado de vandalismo, de censura ideológica ou outros interesses que estão sendo expostos pela transparência e coragem do portal, ou então, uma forma de diminuir à concorrência provocada pelo portal. Qualquer possibilidade, é assustadora.

As dezenas de pessoas que questionaram, as desculpas e ao mesmo tempo a solidariedade pela falta que o portal lhes fez na sua vida.
Herculano
28/08/2018 06:50
CANDIDATOS FAZEM PIRUETAS ELEITORAIS PARA FUGIR DE DESGASTE, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Políticos abandonam antigos aliados e buscam novos parceiros para sobreviver

Há um ano, Renan Calheiros (MDB-AL) percebeu que corria risco de derrota em sua campanha à reeleição. Muita gente estranhou quando o senador, que ajudou Michel Temer a subir ao poder, começou a atacar o governo de seu partido.

Renan arrumou briga com o MDB e foi destituído da liderança da sigla pelo colega Romero Jucá. Na ocasião, corria uma brincadeira entre os que questionavam seus motivos: "Se o Renan pular do 10º andar, pode ir atrás, porque embaixo é água".

Jucá deu um salto ornamental nesta segunda (27). Articulador do "grande acordo" que derrubou Dilma Rousseff, o senador entregou o cargo de líder do governo para tentar conter o desgaste com a crise de imigração venezuelana em Roraima.

O senador disputa a reeleição pelo estado, e a campanha está longe de ser um passeio. Quatro candidatos se acotovelam por duas vagas, e ele aparece em terceiro lugar.

"Entre o cargo de líder, o governo federal e a população de Roraima que me elege, é claro que eu opto pela população", disse Jucá.

O senador quer o fechamento da fronteira com a Venezuela, mas Temer é contra. Para não perder votos, será obrigado a fingir que não era habitué do gabinete presidencial. Suas razões são práticas: Jair Bolsonaro tem 38% das intenções de voto em Roraima, seguido de Lula, com 21%.

Os mergulhos das eleições deste ano são de nível olímpico. Eunício Oliveira (MDB) mandou fazer adesivos que o apresentam como "o senador do Lula" no Ceará, embora tenha votado pelo impeachment de Dilma.

Candidata ao governo, Roseana Sarney (MDB) já foi apresentada por um aliado como "a Lula do Maranhão". Fernando Haddad tentou desfazer a confusão: em São Luís, disse aos eleitores que o ex-presidente só apoia Flávio Dino (PC do B).

A medalha de ouro é do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Ele costurou o apoio de sua sigla a Geraldo Alckmin (PSDB), mas pede votos para Lula. Se o ex-presidente for barrado, não sabe se vai com Haddad. "Vou fazer pesquisas e ver o que o eleitor quer
Herculano
27/08/2018 17:19
ALIADOS SUJAM A "CONSCIÊNCIA LIMPA" DE ALCKMIN, por Josias de Souza

Geraldo Alckmin apresenta-se ao eleitorado como um homem de bem. Entretanto, aliou-se a partidos controlados por homens que se dão bem. Fez isso sabendo que muitos poderiam ser flagrados novamente com os bens. Nesta segunda-feira, em plena campanha, um pedaço da coligação de Alckmin tornou-se matéria-prima para uma denúncia no Supremo. Donos do PTB e do Solidariedade, respectivamente, Roberto Jefferson e Paulinho da Força integram um rol de 26 pessoas acusadas de formar uma organização criminosa no Ministério do Trabalho.

Jefferson foi o primeiro líder partidário a encostar sua ficha corrida no projeto eleitoral de Alckmin. "Vamos juntos construir o Brasil que queremos", exultou o candidato tucano no mês passado, quando o PTB anunciou sua adesão. "Ninguém faz política sozinho", disse o candidato tucano, ao realçar que precisa de "um time" para governar.

Sob Lula, o "time" do PTB fez gol contra no mensalão. Sob Temer, informa agora a Procuradoria, a equipe do ex-presidiário Jefferson montou na pasta do Trabalho um balcão para o comércio clandestino de registros de funcionamento de sindicatos. Sócio do esquema, o partido Solidariedade, de Paulinho, juntou-se a Alckmin na caravana tóxica do centrão, um aglomerado partidário que compunha a milícia parlamentar do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje hospedado na penitenciária de Pinhais, no Paraná.

Em resposta às críticas do PT à sua aliança com o centrão, Alckmin costuma lembrar que, no poder, o petismo não costumava julgar a biografia dos aliados. "Quem escolheu Temer foi o PT. Não fui eu que escolhi, Temer era vice do PT", declara sempre que o apertam. Beleza. O problema é que, ao cercar-se de enlameados, Alckmin não garante, por contraste, uma imagem de pureza. Ao contrário. Os aliados sujam a hipotética consciência limpa de Alckmin.
Herculano
27/08/2018 17:15
O "ROUBA, MAS FAZ," NOS TEMPOS DA LAVA JATO, por Itamar Garvez, de Os Divergentes

A vendedora de loterias, Carla da Silva Santos, já sabe em quem vai votar. "Se ele está preso é porque fez alguma coisa errada. Mas era melhor com ele", justifica ela.

Está n'O Globo deste domingo, 26, e, claro, parece a reedição da velha máxima adhemarista: "Rouba, mas faz". Com 28 anos e moradora de Salvador, ela está determinada: "Se não tiver o Lula, eu não vou votar em ninguém".

Na amostra de eleitores que a equipe d'O Globo entrevistou ninguém desconhece a condenação do maior líder popular da história do Brasil. Seus eleitores não parecem acreditar na sua inocência, mas conformar-se em escolher "o menos pior".

Ingênuos, não...

Afinal, no mínimo, ele é o líder absoluto da seita que roubou e deixou roubar bilhões de reais de dinheiro público - noves fora o desemprego e a carestia que provocou. Roubalheira que foi exaustivamente comprovada pela Lava-Jato e sancionada por mais de uma instância do Judiciário.

Sem falar no Mensalão, cujas acusações foram ratificadas pela Suprema Corte, composta predominantemente por indicados pelo PT. Roubos aqueles que se tornaram pequenos diante do gigantismo da gatunagem descoberta posteriormente pela Lava-Jato.

Ao nivelar todos os políticos por baixo, parte do povo adota postura cínica, mas pragmática. Vota em quem lhe traz algum benefício.

Pelo menos aqueles que pretendem votar. A maioria, indicam as pesquisas, integra o bloco do "não tô nem aí".

... pragmáticos, sim

Nada de novo num país de política rebaixada. Não se trata, portanto, de ingenuidade.

"Nada de novo
num país de política rebaixada.
Não se trata, portanto, de ingenuidade."
Na verdade, nem mesmo os líderes petistas acreditam na inocência do partido que já aglutinou as esperanças numa nova maneira de fazer política, que seria exercida por altruísmo e fincada na ética. Como se sabe hoje, era tudo mentira.

Se repetem o mantra do "golpe" é por um misto de estratégia política e desfaçatez. Tudo pela causa do proletariado e do campesinato, justificam-se.

Trata-se de eficiente propaganda política. Mas tão falsa como o respeito aos direitos humanos em Cuba.
Herculano
27/08/2018 17:09
da série: outro posto que precisa emprestado nome e prestígio de outro para ser reconhecido

DIAS VAI SE AUTODECLARAR "FAVORITO DE MORO"

Conteúdo do BR18. Alvaro Dias vai reforçar o uso do nome de Sérgio Moro como "cabo eleitoral" (apesar do juiz já ter reiterado que não irá declarar seu apoio, nem comentar sobre nenhum candidato). Em seu programa no horário eleitoral, Dias vai se autodeclarar como o "favorito de Moro" ao Palácio do Planalto, segundo a Época.
Herculano
27/08/2018 16:55
Circulou entre os funcionários públicos de Gaspar este aviso convocação do Sintraspug. Se saber dele, tratei do tema na coluna desta segunda-feira. Faço algumas observações entre colchetes, no texto original.

Por que você servidor deve ir à Sessão da Câmara no dia
28/08/2018 às 18h30min?

Alguns motivos:

1. Porque o Projeto 22/2018 (de autoria do vereador Cícero) estará em pauta para votação; [ele, sabidamente é inconstitucional. E a oposição tem maioria e pode votá-lo, com ou a sem a presença dos servidores. Do jeito que está e provavelmente será aprovado, ele não prosperará. Haverá uma batalha jurídica]

2. Por consciência da Classe (é dever democrático lutar pelos seus direitos); [estão certos, sem comentários]

3. Porque o Prefeito está tirando um direito adquirido através da Lei desde 1491/94;[há controvérsia e a discussão está no Tribunal de Contas e de lá irá para o Judiciário se a prefeitura não quiser voltar atrás do que fez e se desgastou]

4. Porque o valor do auxílio alimentação transformado em cartão trará prejuízo financeiro e previdenciário;[traz, se ele não for em pecúnia e que pela legislação não deveria ser assim. Pode ser que a omissão dos políticos permitiu que isso fosse considerado um direito adquirido]

5. Porque o auxilio alimentação transformado em cartão restringe o seu direito a escolha e consumo aos estabelecimentos credenciados somente no município de Gaspar;[é verdade, mas essa restrição atinge também outros trabalhadores da iniciativa privada. O cartão alimentação não possui aceitação universal, só nos estabelecimentos conveniados]

6. Porque você cumpre seus deveres de trabalhador e este sempre disposto a fazer além da sua função, exemplo: Quantas vezes você já trabalhou além do seu horário de expediente por Banco de Hora? Quantas vezes você trabalhou em finais de semana e/ou feriados nacionais (abrindo mão da sua família) por amor a
comunidade e não recebeu sua hora extra, ou seja, a
administração só lucra com o seu trabalho;[é grave a acusação de que está se trabalhando de forma extra sem a devida, legal e obrigatória compensação. E não será o recebimento em pecúnia do Vale Alimentação que perdoará outro sagrado direito do servidor que foi ofendido]

7. Porque não houve nenhuma iniciativa por parte da atual administração em favor dos servidores, a exemplo saúde do trabalhador;[não sou advogado e nem gestor municipal, e desconheço a amplitude dessa queixa. Mas, onde há fumaça, há fogo]

8. Pela extinção de cargos;[os servidores efetivos querem a extinção dos cargos comissionados? É isso. Dos em gratificação? É isso?. Não foram claros, mas é um bom caminho se isso estiver atrelado a meritocracia do efetivo]

9. Pela Terceirização no serviço público; [ Penso que há um erro, deve ser contra e não "pela" terceirização. Se fora pela terceirização, é um avanço e contra o próprio corporativismo, mas...]

10.Pela falta adequada de funcionários/servidores nas unidades de trabalho a exemplo: Educandários, equipe Nasf... [faltam funcionários adequados, sobram merendeiras e serventes sem ter o que fazer...]

11.Pela propaganda que a administração faz contra os servidores públicos municipais, a exemplo: "Alguns altos salários". Por que não divulgam os baixos salários e/ou que os servidores não
recebem fundo de garantia, seguro desemprego? [ é do jogo do político corporativo e sindical.Coisa antiga e manjada]

12.Pelas perseguições e assédios aos servidores, seja você e/ou seus colegas de trabalho;[Outra vez, penso que não se deva ir a Câmara, mas por ser contra...]

13. Pela falta de estrutura adequada para trabalhar;

14.Pelo rigor da administração em cobrar os deveres dos servidores, mas a omissão quanto aos direitos dos trabalhadores municipais; [Faltam fatos. Se direitos são sonegados, falha o Sindicato, pois a Justiça tem sido aberta para casos comprovados. Discurso sindical]

15.Pela contratação exagerada de comissionados, despreparo e desvio não qualificação dos mesmos para as funções.[Estão certíssimos, mas pouco o Sintraspug fez até aqui para denunciar tais anomalias. A coluna fez muito mais até aqui.
Herculano
27/08/2018 16:25
CRACKERS INVADEM PELA QUARTA VEZ, EM MENOS EM OITO DIAS, O PORTAL CRUZEIRO DO VALE

O mais antigo, o mais acessado e atualizado portal de notícias e anúncios de Gaspar, o Cruzeiro do Vale, foi invadido pela quarta vez em oito dias, retirando-o do ar, por horas seguidas.

Só dessa forma, que gente com interesses pouco claros estão impedindo a transparência, a concorrência e o acesso do leitor e leitora com a realidade de Gaspar e Ilhota.

Especialistas trabalham para identificar a origem e a razão de tal terrorismo cibernético contra a informação e a opinião.

A última aconteceu nesta segunda-feira a partir das 14h
Herculano
27/08/2018 12:29
A SEMANA EM 5 PONTOS, na agenda de O Antagonista.

Assuntos que vão movimentar Brasília:

1. Candidatos que tiveram o registro de candidatura contestado têm até sexta-feira para apresentar defesa ao TSE. Os advogados do criminoso Lula já avisaram que usarão todo esse tempo.

2. Também na sexta-feira começa a propaganda eleitoral no rádio e TV. Às terças, quintas e sábados, deputados federais e presidenciáveis dividem o tempo. Às segundas, quartas e sextas, é a vez dos candidatos a governador, senador e deputado estadual/distrital.

3. O Jornal Nacional inicia uma série de entrevistas com os principais candidatos à Presidência. Confira o calendário:

- Segunda: Ciro Gomes
- Terça: Jair Bolsonaro
- Quarta: Geraldo Alckmin
- Quinta: Marina Silva

4. Na terça-feira, a Primeira Turma do STF julgará a denúncia apresentada pela PGR contra Jair Bolsonaro pelo crime de racismo. Ainda que se torne réu, Bolsonaro pode seguir na disputa presidencial.

5. Acompanharemos a evolução do caso que revelou evidências de que empresas ligadas ao PT fizeram propaganda eleitoral secreta e ilegal, pagando para que "influenciadores" falassem bem de governos petistas no Twitter.
Herculano
27/08/2018 11:59
da série: quanto os comuns pagam impostos, os políticos armam para passar a conta para os seus eleitores e eleitoras

SANTO REFIS DOS CONGRESSISTAS

Conteúdo do BR18. O programa de refinanciamento de dívidas com a Receita Federal permitiu que 81 congressistas obtivessem descontos de R$ 138,6 milhões ou "52% do que todos eles deviam originalmente (R$ 262,8 milhões)", informa a Folha. Os três maiores devedores dos cofres públicos são o senador Jader Barbalho (MDB-PA), o deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG) e o senador Ivo Cassol (PP-RO).
Herculano
27/08/2018 11:56
da série: a justiça em tempo de chantagem

SUPREMO QUER TROCAR BOLSA-MORADIA POR REAJUSTE, por Josias de Souza

Dias Toffoli e Luiz Fux assumirão em 13 de setembro a presidência e a vice-presidência do STF. Antes de tomar posse, decidiram converter uma agenda sindical num processo de corrosão da futura gestão. Sugeriram a Michel Temer trocar o "direito" dos juízes a um auxílio-moradia de R$ 4.377,73 por um reajuste salarial de 16,38%. O aumento elevará o contracheque dos ministros do Supremo, teto salarial do funcionalismo, de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil.

A proposta de Toffoli e Fux carrega um vício de origem. O "direito" que os ministros oferecem como compensação para o reajuste é, na verdade, um privilégio imoral. A lei da magistratura anota que, além dos vencimentos, juízes "poderão" receber vantagens como o auxílio-moradia (quando forem transferidos para outras cidades, por exemplo). A coisa virou tunga em 2014, quando liminar concedida por Fux estendeu o mimo a todos os magistrados e procuradores.

Há um problema adicional. O reajuste pretendido pelos ministros do Supremo aumentará automaticamente a folha de todo o Judiciário federal e estadual. Eleverá também os vencimentos dos servidores que já recebem acima do teto e amargam mensalmente um abate-teto, que reduz o valor dos contracheques. Há, de resto, várias corporações de tocaia. Congressistas, por exemplo, tramam um autoreajuste.

Estima-se que os efeitos do aumento do STF custarão ao Tesouro algo entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões por ano. Não há verba disponível no Tesouro, às voltas com um déficit de R$ 139 bilhões para 2019. Levantamento feito pela consultoria do Senado demonstra que o eventual extermínio do privilégio do bolsa-moradia seria insuficiente para compensar o estrago provocado pelo reajuste do Judiciário.

A conta do auxílio-moradia de juízes e procuradores, informam os consultores do Senado, somou R$ 96,5 milhões entre janeiro de 2010 e setembro de 2014, quando Fux expediu a liminar que estendeu o priivilégio a todos os doutores. De outubro de 2014 até novembro de 2017, o espeto saltou para R$ 1,3 bilhão.

A incompatibilidade entre as cifras não deve impedir que Temer aceite a "troca" sugerida por Toffoli e Fux. Se confirmado, o aval do presidente azeitará a aprovação no Congresso do reajuste pretendido pelo STF, a vigorar a partir de 2019. Além de agravar o déficit público, o aumento para o Judiciário dificultará a pretensão do governo de impor um congelamento dos reajustes dos servidores. Sem mencionar a ofensa cometida contra os 13 milhões de brasileiros que se encontram no olho da rua.
Herculano
27/08/2018 11:53
da série: gente sempre identificada com o crime, o mesmo que policia e denuncia, com assertividade, nos adversários. Vergonha


O PT INVENTOU A "CYBERMORTADELA"

Conteúdo de O Antagonista. O pagamento de militância online para disseminar conteúdo favorável a seus candidatos mostra que o PT atualizou seus métodos, criando a 'cybermortadela'.

Tinham até aplicativo.

Nos comentários do App na Google Play Store, um dos usuários relata o "sucesso" do negócio. "Caiu na conta, realmente é real, agora sim volto a compartilhar"
Herculano
27/08/2018 11:48
HOJE HERDEIRA MAIOR DO ESPóLIO DE LULA, MARINA LUTA PARA NÃO DERRETER, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Razões não faltam para pensar que ela tem grandes chances de ir ao segundo turno

Se um estrangeiro desinformado sobre nossa eleição presidencial desembarcasse hoje por aqui, certamente pensaria que Marina Silva (Rede) tem tudo para chegar ao segundo turno com chances de ser eleita presidente da República.

Razões não faltam. Terceira colocada na pesquisa do Datafolha no cenário com Lula, a ex-ministra do Meio Ambiente vê dobrar suas intenções de voto, de 8% para 16%, quando o levantamento exclui o nome do ex-presidente da disputa, possibilidade mais provável e que está apenas à espera de uma confirmação do TSE.

De acordo com o Datafolha, Marina é a que mais herda eleitores de Lula. Ela é a preferida de 21% dos que afirmam que votariam no petista. Lidera também entre os mais pobres na hipótese sem o ex-presidente.

O contexto, decerto, não poderia ser melhor não fossem os fantasmas políticos que cercam sua candidatura. O principal deles deve ser debitado na conta da ex-senadora. Marina não conseguiu dar musculatura ao partido que criou, a Rede. E a fatura é salgada. Isolada e incapaz de construir alianças de fôlego, a candidata ao Planalto terá míseros 21 segundos de tempo na TV aberta, uma fatia de quase 3% do total.

O espólio que hoje ela herda de Lula tende, por exemplo, a derreter assim que Fernando Haddad for apresentado na propaganda eleitoral como o candidato de fato do PT.

Marina ainda carrega a desconfiança da esquerda pelo apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno de 2014 contra Dilma Rousseff. Deu suporte a práticas que agora critica.

Transforme sua sala em um divã. E repórteres, às vezes, pensam que são promotores, mas são jornalistas.

?Palavras de Otavio Frias Filho, em agosto de 2016, sobre a desafiadora missão, que acabara de me confiar, de dirigir a Sucursal de Brasília - pouco depois de concluída outra, a de correspondente em Londres.

No sétimo dia de sua morte, o sentimento de tristeza pela despedida se mistura ao de uma eterna gratidão.
Herculano
27/08/2018 11:43
LULA ATÉ O FIM: ESSA HISTóRIA DE QUE O PT COGITA NÃO SUBSTITUIR LULA POR "ANDRADE" É PAPO-FURADO PARA CONFUNDIR ADVERSÁRIOS. É CLARO QUE TROCARÁ, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Esqueçam essa conversa de que o PT levará a candidatura de Lula até o fim. É papo-furado. O "fim" será o "não" do TSE, a mais certa de todas as coisas na eleição. Sim, o PT pode recorrer depois ao próprio tribunal e ao STF. Mas vai substituir o "candidato" por Fernando Haddad, o vice. Na prática, já está fazendo isso. O ex-prefeito de São Paulo começou seu périplo pelo Nordeste, onde é chamado, frequentemente, de "Fernando Andrade". Dilma foi "Vilma" até se eleger em 2010. Em 2014, já sabiam o nome dela, para má sorte do Brasil e, em certa medida, do próprio PT. Adiante.

A estratégia, como está hoje, já contempla um tanto de "loucura no método", para inverter a fala de Polônio em Hamlet sobre o discurso do príncipe maluquete ("método na loucura"). Sim, o partido está sendo metódico porque bem-sucedido em fazer de seu líder máximo um suposto preso político".

Saibam que, mundo afora, em instituições multilaterais, esse discurso colou. E também é eficiente em terras nativas: um presidiário que conta com 39% das intenções de votos no primeiro turno já conseguiu recuperar boa parte do seu prestígio. Notem que desta feita, não se trata de superar a desconfiança de 2002: "Será que um ex-operário, sem escolaridade, consegue ser presidente?" Essa resposta já está dada. A memória que têm os mais pobres da gestão de Lula diz a mais de 50% do eleitorado, que votam no petista no segundo turno, que "sim": ele consegue ser presidente. A barreira em 2018 é, em tese, ainda mais difícil porque apela a uma questão moral: trata-se de vencer o prurido de votar num preso. E, por óbvio, só se faz essa escolha quando se considera que a prisão é injusta.

A destruição da classe política, empreendida pela Lava Jato, está na raiz da ressuscitação de Lula. Assim, mantê-lo candidato pode não ter recuperado a imagem do PT como um todo ?" embora a legenda seja a preferida de 24% do eleitorado; em segundo lugar, vêm PSDB e PMDB, com apenas 4% ... -, mas chancelou com as urnas, ainda que simbólicas, o seu renascimento. Desse ponto de vista, a prisão fez um bem imenso ao candidato impossível: quando foi encarcerado, Lula tinha 30% dos votos; agora, pode ter mais de 40%, já que a margem de erro da pesquisa é dois pontos para mais ou para menos.

Mas a loucura na escolha também está presente. O partido terá três ou quatro semanas para operar uma transferência de muitos milhões de votos. Haddad aparece com 4% das intenções de voto. Digamos que, para ir à etapa final, precise de 20%. Num total de 147,3 milhões de eleitores, terá de ganhar 16 pontos percentuais. Estamos falando de 23,5 milhões de pessoas. Se a coisa se der como quer o PT, com a inelegibilidade de Lula sendo declarada só no dia 17, essa migração terá de acontecer em três semanas: mais de um milhão de pessoas por dia, na média. Há petistas graúdos que não apostam nisso. Mas ninguém tem a coragem de falar. Lá da cadeia, o homem emite seus "diktats".

A "loucura no método", pois, já implica substituir Lula por Haddad, mas só na data-limite. Sim, o PT pode recorrer ao próprio TSE e depois ao STF contra a declaração de inelegibilidade do seu chefe mesmo depois do dia 17, mas fará a substituição, sim! Caso o partido decidisse insistir na candidatura à espera do último recurso, o nome do ex-presidente seria mantido na urna eletrônica. Sendo o registro definitivamente negado depois de milhões lhe darem seus respectivos votos, os ditos-cujos seriam declarados inválidos. Se o segundo colocado conseguisse metade mais um dos VÁLIDOS, estaria eleito.

O PT não vai correr esse risco. A história de que o crescimento de Lula nas pesquisas poderia levar a essa escolha doidivanas é só para confundir os adversários. O PT só quer atrair um pouco mais a fúria da direita xucra para convertê-la em votos, como vem fazendo e com sucesso.
Herculano
27/08/2018 11:36
LAVA JATO, BRASIL E ARGENTINA, A CORRUPÇÃO É IDÊNTICA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Em 2016, a força-tarefa da Lava Jato divulgou um "power point", que se tornou viral, no qual Luiz Inácio Lula da Silva aparecia no centro como o suposto "chefão" do esquema de corrupção que os procuradores denunciavam.

Neste domingo (26), Joaquín Morales Solá, um dos principais colunistas da Argentina, não precisou de "power point" para apontar, na sua coluna para La Nación, que Cristina Fernández de Kirchner é a "chefe da quadrilha".

Essas duas acusações indicam as fortes coincidências que existem entre as Lava Jato do Brasil e da Argentina. Coincidência reforçada também neste fim de semana pela incursão da Polícia Federal argentina à mansão de propriedade da ex-presidente em El Calafate, pequena cidade da Patagônia.

De alguma maneira, a mansão acaba sendo o foco nas suspeitas de corrupção que pesam sobre Cristina, assim como o sítio de Atibaia, supostamente de propriedade de Lula, é alvo de investigações.

Mas há coincidências muito mais sólidas entre os desdobramentos dos esquemas que estão sendo investigados no Brasil e na Argentina.

A principal delas: a Lava Jato brasileira feriu gravemente, talvez mortalmente, a candidatura de Lula, líder em todas as pesquisas de intenção de voto para outubro. Preso e condenado em segunda instância, está inabilitado para disputar o pleito, salvo uma reviravolta judicial.

Cristina Kirchner leva sobre Lula a vantagem de que não foi denunciada, apenas interrogada sobre a Lava Jato local, que é mais conhecida como "os cadernos da propina". Mas as suspeitas sobre ela tendem a minar seu capital eleitoral para o pleito de 2019.

"Os cadernos" são a principal evidência contra Cristina (e também contra seu marido, Néstor Kirchner, já morto) e contra outros membros de seu governo.

São oito bloquinhos de notas em que um motorista do governo, Juan Centeno, anotava o movimento de bolsas com milhões de dólares em dinheiro vivo levados a repartições públicas, apartamentos dos Kirchner e mesmo à Casa Rosada, sede do governo.

Aqui, há duas coincidências: os bloquinhos de Centeno são a versão analógica das anotações do departamento de operações estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como departamento da propina.

Segunda coincidência: Rodrigo Rocha Loures, que foi assessor de Michel Temer, foi filmado pela Polícia Federal saindo de um restaurante com uma mala contendo R$ 500 mil - produto de propina segundo a PF.

O que não coincide nos esquemas de corrupção é apenas o valor movimentado. Na Argentina, os primeiros cálculos indicam que cerca de US$ 200 milhões (R$ 821 milhões) foram pagos em propinas em troca da obtenção de contratos para obras públicas.

No Brasil, só a Petrobras já recebeu de volta US$ 610 milhões, três vezes mais, portanto. A diferença pode se dever a dois fatores: primeiro, a economia brasileira é bem maior que a argentina e, portanto, oferece butins mais caudalosos; segundo, a investigação na Argentina só deslanchou mesmo em abril deste ano, quando La Nación entregou à Justiça os bloquinhos de Juan Centeno.

Outra coincidência se dá pelo fato de que, pela primeira vez na história de cada um dos países, há empresários presos. Nove deles, na Argentina. Todos eles "arrependidos", autorizados por lei relativamente recente (de 2016), a confessarem seus pecados, em troca do abrandamento das sanções.

É mais um ponto de comum: a Lava Jato só avançou graças ao esquema que no Brasil se chama de "delação premiada".

Mais que coincidências, há um vínculo direto entre as investigações nos dois países: um acordo formal entre as procuradorias de Argentina e Brasil prevê que delações feitas em um país e que tenham repercussões no outro sejam compartilhadas.

O jornal La Nación informa que a Argentina está esperando receber os dados da delação, no Brasil, de Ernesto Clarens, que seria "peça central que une o capítulo argentino da Lava Jato com os cadernos de corrupção [entregues por Juan Centeno].

Clarens, sempre segundo o jornal argentino, seria uma espécie de segunda camada na estrutura criminosa da Odebrecht.

Para terminar as coincidências: não deixa de ser irônico que o denunciante argentino seja um motorista, exatamente como era Eriberto França, motorista de Ana Acioli, secretária do então presidente Fernando Collor de Mello. Eriberto ficou famoso ao dizer em CPI na Câmara dos Deputados que pegava dinheiro com Paulo César Farias, para pagar despesas da Casa da Dinda, residência de Collor.

PC Farias, como era mais conhecido, foi o homem do dinheiro da campanha Collor, fato que fecha o círculo de coincidências: segundo La Nación, Clarens foi, durante anos "o financiador nas sombras de Néstor Kirchner desde seus tempos como governador de Santa Cruz e até sua morte".
Herculano
27/08/2018 11:31
PENSANDO BEM...

Quando a televisão catarinense mostra os candidatos nanicos ao governo do estado em "atividades políticas", "mobilizando as massas", fica clara a impressão que eles não precisam e não merecem os votos.

Uma desolação só. Piedade é pouco!

Isolados, em mera figuração perambulando entre as pessoas que não lhes dão atenção e discursos sem nexos e contextos, quando entrevistados.

Falam para meia dúzia que já está comprometida com eles ou faz parte do "staff" de campanha, toda ela paga pelos contribuintes que cederam o dinheiro que deveria estar prioritariamente em saúde, educação, segurança e obras.

E depois, esses candidatos fazem extensas reuniões entre eles, para se auto-elogiarem... Meu Deus...Profissionais.
Herculano
27/08/2018 11:26
da série: a falta de candidatos capazes de mudar e inovar em Santa Catarina, mas pertencem ao esquemão e à fila que eles criam entre si, bem como a expressão da representação do jornalismo ideológico que infesta e domina com suas regras as redações, com o candidato do Psol, símbolo do que há mais atrasado

A LUTA DOS OUTSIDERS CONTRA OS PARTIDOS QUE FIZERAM MAIS DE 96% DOS VOTOS DESDE 1998
COMPARTILHE, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, na NSC Florianópolis.

As nove candidaturas ao governo do Estado fazem da eleição deste ano a que reúne mais postulantes ao cargo desde a volta das eleições diretas em 1982. A dúvida que fica é se a inflação de nomes representa efetivo aumento de opções aos eleitores e se os chamados nanicos têm força para furar a tradicional tripolarização das forças políticas catarinenses.

Desde 1998, o roteiro é parecido nas eleições para o governo. Três palanques se armam e reúnem para si mais de 96% dos votos válidos em primeiro turno. Um tem o PP (ou seus antigos nomes), outro conta com o PMDB (agora MDB) e um terceiro, menor, tem o PT à frente - sempre com mais de 15% do eleitorado, mas fora do segundo turno.

Em 2014, Raimundo Colombo (PSD, eleito), Paulo Bauer (PSDB) e Claudio Vignatti (PT) somaram 96,82% dos votos válidos contra 3.18% de outros cinco candidatos. Quatro ano antes, foi ainda maior a concentração: embora sete candidatos concorressem, 99,5% dos votos válidos ficaram com Colombo, Angela Amin (PP) e Ideli Salvatti (PT). Nessas cinco eleições, apenas um nome conseguiu superar os 2% fora da tripolarização: Antonio Carlos Sontag (PSB), em 2006. Fez 2,4%.

Esse resgate serve para mostrar o tamanho do desafio imposto às candidaturas de Moisés da Silva (PSL), Leonel Camasão (PSOL), Rogério Portanova (Rede), Jessé Pereira (Patriota), Ingrid Assis (PSTU) e Angelo Castro (PCO). Não será fácil intrometer-se entre as estruturas tradicionais que rodeiam os protagonistas da eleição - Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD), Mauro Mariani (MDB), em ordem alfabética.

Dos candidatos a outsider, a maior possibilidade de surpresa vem do PSL. Coronel aposentado do Corpo de Bombeiros, Moisés da Silva é o candidato do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) - que lidera as pesquisas em Santa Catarina nos cenários com ou sem Lula (PT). Segundo o Ibope, Bolsonaro tem entre 26% e 28% das intenções de voto no Estado. A transferência desse apoio é uma incógnita a ser medida nas próximas pesquisas e na urna.
Herculano
27/08/2018 11:18
LULA, QUEM DIRIA, PODE VIRAR O 'TRUMP BRASILEIRO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Preso por corrupção, Lula aparecia em pesquisas de maio com 25% e pulou agora para 39%, diz o Datafolha. Lembra a eleição presidencial americana e o que mais preocupava partidários de Hillary Clinton, em 2016: os "closet Trump supporters", eleitores que não admitiam publicamente votar no republicano, mas acabariam votando nele. O mesmo pode acontecer com os seguidores "envergonhados" de Lula.

LULISTAS NO ARMÁRIO
No caso de Lula, seriam os "petistas envergonhados", ou "lulistas no armário", segundo o presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

ÚLTIMAS PESQUISAS
As pesquisas realizadas entre 12 e 20 de agosto colocam Lula com 37% das intenções de voto.

QUASE NÃO SE EXPLICA
Para Hidalgo, "quanto mais outros candidatos se expõem (em debates e entrevistas), mais o eleitor se volta para o porto seguro do passado".

DEBATES ATRAPALHAM
Murilo Hidalgo acredita que participar de debates foi ruim para os candidatos. "Não há tempo de propor, só atacar".

CôNSUL GANHA 'AUXÍLIO' QUE ALUGA ATÉ PALÁCIOS
O Itamaraty passou a pagar auxílio-moradia de US$13.800 (R$56.856) mensais ao diplomata Pedro Bório, cônsul do Brasil em São Francisco (EUA), alegando "estudos da consultoria Mercer" sobre o valor elevado dos aluguéis naquela cidade. Lorota. Com todo esse dinheiro, Bório pode alugar o que quiser, inclusive palácios de mais de 500 metros quadrados, com até 8 quartos e 5 banheiros. E ainda sobraria algum.
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DONO DA CIDADE
O Zillow, dos maiores portais imobiliários dos EUA, tem hoje 1.533 imóveis para alugar. Somente 17 custam acima de 13.800 dólares.

FIZEMOS PESQUISA
Com US$7,5 mil, metade do "auxílio-moradia", o cônsul Pedro Bório alugaria hoje um palácio de dois andares ao lado do Golden Gate Park.

OPÇÃO PRÁTICA
Na rua Ofarrell, Pedro Bório, o folgado, pode morar em casa de 140m2 pagando aluguel de US$ 4.200. E ainda iria a pé para o consulado.

TROCA DE CADEIRAS
O projeto exposto na TV por Paulo Guedes, eventual ministro da Economia de Jair Bolsonaro, sugeriu a muita gente a troca de cadeiras entre os dois. Sobretudo depois de Guedes admitir que suas propostas para consertar o Brasil poderiam ser atenuadas depois por Bolsonaro.

O CÉU SERIA O LIMITE
O ministro Dias Toffoli sugeriu a Michel Temer, ao defender o aumento salarial no Supremo Tribunal Federal, um projeto que desvincule o salário dos ministros do teto do funcionalismo. Seria o deus-nos-acuda.

O POVO QUE SE VIRE
A falta de socorro para Roraima, na crise dos venezuelanos, mostrou que o Palácio do Planalto sabe ser cruel. Mas submeter tanta gente a sofrimento só para não encher a bola da governadora Suely Campos (PP), adversária do senador Romero Jucá (RR), foi um pouco demais.

VOTO CONTRA EM CASA
Júlio Miragaya (PT) tem forte opositora à sua candidatura ao governo do DF. Pior: em sua própria casa. Trata-se da filha de 6 anos, que teme perder a convivência e pede a todos para não votar nele.

ESSES COREANOS...
Alvo de impeachment, a ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-Hye teve a pena de prisão aumentada para 25 anos, e terá de pagar US$18 milhões. Por aqui, a ex-presidente Dilma pode virar senadora.

DECADÊNCIA DOS CORREIOS
Compra pela internet no exterior chega ao Brasil em dois ou três dias, e segue para o "buraco negro" do centro de distribuição dos Correios em Curitiba. Pode levar meses até ser entregue. Isso se for entregue.

CONSTITUIÇÃO: 30 ANOS
O ministro Torquato Jardim (Justiça) vai ministrar a palestra "30 Anos de Constituição: Novas Tendências", em Brasília, no UniCEUB nesta terça. A ideia é discutir ganhos da sociedade e desafios para o futuro.

ISAQUIAS DO BRASIL
A imprensa esportiva cansou de exaltar conquistas de Isaquias Queiroz nas Olimpíadas. Mas ele destruiu os adversários, inclusive o alemão, e foi medalha de ouro no Mundial de Canoagem, em Portugal.

PENSANDO BEM...
...a agenda da semana no Congresso será cheia de tempo livre.
Miguel José Teixeira
27/08/2018 11:16
Senhores na mídia:

"José Dirceu volta a atuar no PT e ajuda campanha de Fernando Haddad"

Huuummm. . .
estarão as contas em paraísos fiscais reduzindo?
estarão a entrada de dólares ilícitos no Brasil aumentando?

"O zé é o zé.
Só não tá preso
porque a segundona não qué,
e isso magoa o lula-lelé,
que está louco
pra tomá um mé". . .
Herculano
27/08/2018 11:12
CASSANDRA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo no jornal Folha de S. Paulo

Seria melhor os jovens lerem os trágicos do que lerem o mimimi generalizado de hoje?

Haveria mesmo um vínculo necessário entre felicidade e ignorância? As pessoas mais felizes são as menos inteligentes? Ou isso seria apenas um discurso para disfarçar a incapacidade de algumas pessoas para a felicidade? E mais: seria a beleza "excessiva" numa mulher uma maldição para ela e para os homens à sua volta?

Não vou cair aqui na armadilha de definir felicidade nem beleza. Mantenha sua ansiedade sob controle quanto a essas definições. Existem definições que só servem às almas rasas e burocráticas. Como sabem muitos filósofos, mestres em definições, algumas coisas, quando definidas, ficam mais difíceis de serem compreendidas.

A intuição imediata, às vezes, é mais clara do que o esforço de dar nomes complicados para experiências "simples".

Voltemos ao que interessa: haveria mesmo um vínculo necessário entre felicidade e ignorância? E a beleza "excessiva" numa mulher seria uma maldição?

Indaguemos a tradição clássica. Você não tem clareza quanto ao que é a tradição clássica? Trata-se daquele conjunto de textos e autores que atravessam as época sendo melhores, mais profundos e mais relevantes do que a maioria dos outros. Sobrevivem a um monte de críticos que desaparecem, enquanto os clássicos permanecem. Italo Calvino (1923-1985), em seu "Por Que Ler os Clássicos", deixa isso bem claro.

Eu arriscaria dizer que poderíamos jogar no lixo grande parte do ruído causado por alguns textos e autores contemporâneos e colocar no lugar textos e autores antigos. Seria melhor os jovens lerem os trágicos do que lerem o mimimi generalizado de hoje.

Ouçamos Ésquilo (525/524 a.C-456/455 a.C) em "Agamémnon", primeira peça da sua trilogia "Oresteia".

Numa conversa entre o Corifeu (personagem líder do coro nas tragédias gregas) e Cassandra, uma bela escrava troiana recém-trazida a Argos pelo vitorioso Agamémnon, temos uma ideia da visão grega trágica acerca desses temas. "Não há dúvida que tens uma grande capacidade de sofrimento e uma alma corajosa!", diz Corifeu. Cassandra responde: "As pessoas felizes não ouvem palavras dessas...".

Cassandra é uma pitonisa (profetisa) nessa cena, isto é, ela conhece o futuro: Agamémnon será morto pela sua esposa, a rainha Clitemnestra. E Cassandra mesma será morta ?"não irei mais longe no enredo.

Ela sofre porque sabe disso tudo. Além do fato de ter sido feita escrava "sexual" devido à sua beleza, porque sua cidade foi derrotada na famosa guerra causada pela mulher mais bela da Grécia antiga, Helena de Troia, apesar de os sofistas Górgias (485 a.C-380 a.C) e Protágoras (490 a.C.-415 a.C.) negarem a culpa de Helena nessa guerra.

A questão de se a beleza "excessiva" numa mulher a destrói, assim como aos homens à sua volta, é consistente.

O Corifeu sabe da desgraça de Cassandra. De escrava do leito do rei Agamémnon a pitonisa de seu assassinato pela esposa, Cassandra responde ao Corifeu que as almas felizes não ouvem elogios acerca de sua capacidade de sofrimento e sua coragem.

O sofrimento de Cassandra começa pela derrota de sua cidade, Troia, arrastada a uma guerra causada pela bela Helena. Seu sofrimento avança por causa de sua condição de mulher jovem desejável. É coroado por seu saber acerca do que as pessoas normais não sabem, o saber acerca do futuro.

A resposta de Cassandra nos remete à ideia de que a felicidade é fruto da ausência de conhecimento prático da dor, causada seja por sua condição de escrava do leito, seja por sua condição de pitonisa.

A ideia de que a prática é a única forma de ter virtudes de fato aparece também em Aristóteles (384 a.C-322 a.C) em sua "Ética a Nicômaco".

O vínculo entre conhecimento excessivo e infelicidade está, portanto, posto por Ésquilo.

Não se trata de dizer que ser melancólico seja chique. Trata-se de saber que o conhecimento pode, sim, gerar uma prática da dor. A ignorância é uma forma de proteção contra essa prática.

Outra virtude de Cassandra, a coragem, é também irmã da dor. O que encanta o Corifeu é justamente sua postura altiva diante da desgraça. Sendo nós todos mortais, os gregos se encantavam por aqueles que enfrentavam o destino mortal sem medo. Esses merecem ser lembrados (uma heroína é exatamente uma pessoa que merece ser lembrada).

A beleza de Cassandra e Helena marcam o vínculo entre sofrimento e beleza. Qualquer mulher muito bonita sabe disso no silêncio de sua solidão.

Resumo da ópera: não se adquirem virtudes em workshops felizes de fim de semana. Fuja deles.
Herculano
27/08/2018 11:07
O PT E A "RUPTURA DO SISTEMA"

Conteúdo de O Antagonista. O PT quer manter Lula candidato mesmo quando o TSE negar o registro da candidatura do criminoso.

O cientista político Geraldo Tadeu, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), disse ao Correio Braziliense:

"É uma estratégia de tudo ou nada, de ruptura do sistema."
Herculano
27/08/2018 11:05
BANDIDOS IDEOLóGICOS NÃO SE REGENERAM. ELES SÃO SABIDOS ACOSTUMADOS A LUDIBRIAR COM MAESTRIA GENTE ANALFABETA, IGNORANTE E DESINFORMADA, BEM COMO ALIMENTAR UMA MALTA DE FANÁTICOS.

PTGATE: EMPRESA DE SECRETÁRIO DE DEPUTADO FEDERAL DEFINIA QUAIS INFLUENCIADORES SERIAM COMPRADOS, por Marcelo Faria, do Instituto Liberal de São Paulo

O PTgate, a compra de "influenciadores digitais" para fazer propaganda eleitoral ilegal nas redes sociais, teve mais um desdobramento que liga o esquema ao deputado federal e candidato ao Senado pelo PT-MG, Miguel Corrêa.

A parte operacional do esquema era feita pela Agência Lajoy (CNPJ 13.607.600/0001-64), empresa individual que se diz especializada em trabalhar com "influenciadores digitais" criada pela petista Joyce Moreira Falete Mota, de Belo Horizonte - MG, ex-consultora de Internet da Rede Globo de Televisão.

Em entrevista, Joyce afirmou ter sido contratada pela empresa Beconnected para "dar consultoria sobre quais jovens profissionais tecnológicos e digitais de esquerda eram aptos a construir e sugerir a melhor tática (conteúdo: posts, memes e gifs) de apresentar a proposta para quando chegasse o período eleitoral."

A Beconnected Tecnologia Ltda (CNPJ 30.969.118/0001-93) é de propriedade de Rodrigo Queles Teixeira Cardoso e Herbert Chimicatti. Rodrigo foi nomeado secretário parlamentar do deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG), atualmente candidato ao Senado pelo partido, no último dia 4 de julho de 2018. Como comissionado, Rodrigo já embolsou R$ 4.129,24 dos pagadores de impostos no mês de julho.

Em entrevista, Rodrigo afirmou que sua empresa foi "contratada pelo PT, dede junho, para fazer o monitoramento de redes sociais". Em nota, a empresa afirmou: "analisamos e monitoramos perfis reais para apontar de onde nasceram movimentos de unificação de conteúdo e viralização. Em alguns momentos fizemos isso, como no caso do #Lulazord, que obteve grande aderência da rede de esquerda".

O deputado federal Miguel Corrêa também é sócio das empresas que controlavam os aplicativos, o coração do esquema.
Herculano
27/08/2018 10:46
VAIEVÉM DE BOLSONARO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Presença de candidato nos debates é imprescindível para escrutínio do eleitor

Nome emergente na corrida pela Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) começa a se defrontar com o contraditório neste início de campanha.

Não se sabe ainda como a candidatura do capitão reformado, neófito em pleito de tal magnitude, irá reagir à propaganda de rádio e TV, que começa em setembro ?"e na qual terá ínfimos oito segundos.

Já se pode observar, de todo modo, casos de instabilidade do presidenciável, que se mostra irritadiço e errático ao se deparar com situações incômodas.

Depois do debate promovido da Rede TV!, por exemplo, em que se viu pressionado pela candidata Marina Silva (Rede), seus assessores aventaram a possibilidade de abandonar esse tipo de evento. Braço direito da campanha, Gustavo Bebianno, presidente do PSL, afirmou que os confrontos televisivos são inócuos e não levam a nada.

A seguir, o próprio Bolsonaro foi mais assertivo ao dizer ao portal UOL que não mais compareceria aos debates. Não tardou, porém, a voltar atrás, ao perceber as reações negativas que sua decisão intempestiva despertara.

Na quinta-feira (23), em visita à Araçatuba, no interior de São Paulo, declarou que "a princípio" iria comparecer aos próximos programas, embora tenha criticado as fórmulas adotadas. Já Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do postulante, preferiu restringir a presença do pai aos encontros televisivos "de grande audiência".

O vaivém foi motivado pela constatação de que o embate ríspido com uma mulher não lhe foi proveitoso. Como se sabe, o deputado federal encontra crescente resistência no eleitorado feminino, que representa 52% do total das pessoas capacitadas a votar.

De acordo com o Datafolha, a rejeição das mulheres à sua candidatura pulou de 34%, em junho, para 43% em agosto.

Não foram os únicos episódios do gênero. Bolsonaro também se viu constrangido a descartar a ideia de ampliar de 11 para 21 o número de ministros do Supremo Tribunal Federal - proposta que evidenciava o intuito de avançar sobre um dos Poderes republicanos.

Provocou considerável assombro, ademais, a promessa de retirar o Brasil da ONU na hipótese de tornar-se presidente.

Para aplacar as reações a tal despautério, alegou ter cometido um erro - teria pretendido na realidade referir-se ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, de onde partiu recente recomendação favorável à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância por corrupção.

Em tão pouco tempo de campanha, reconheça-se que o candidato já expõe bravatas e inconsistências de sobra. Sua presença nos debates televisivos, por falhos que estes de fato sejam, mostra-se imprescindível para o escrutínio dos eleitores.

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