Para vencer em 2020 o MDB de Gaspar está à procura de um vice. Quer eliminar a concorrência e até está disposto a governar por apenas dois anos - Jornal Cruzeiro do Vale

Para vencer em 2020 o MDB de Gaspar está à procura de um vice. Quer eliminar a concorrência e até está disposto a governar por apenas dois anos

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Procura-se um vice I

A mini-reforma que enfraqueceu tecnicamente ainda mais o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, como o próprio prefeito explicou ao editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, foi política. E o objetivo dela é o de reorganizar à aliança para apenas se manter no poder. Este movimento, todavia, está comprometido por dois fatores importantes: o novo humor dos eleitores e bem expresso nas urnas em outubro do ano passado, bem como pela errática estratégia que não conseguiu colar um selo de realizador e inovador no atual governo como a amadora comunicação tentou e até agora não conseguiu.

Procura-se um vice II

A saída do advogado Carlos Roberto Pereira, da Saúde e retornando à secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa que ele criou para si na Reforma Administrativa, é também outra ação política. O secretário, que é o presidente do MDB de Gaspar, informalmente se tornará coordenador de campanha de 2020 como ele foi na eleição de 2016.  Como as pesquisas internas conhecidas até aqui não favorecem os que estão no poder de plantão, a tática é a de ampliar o arco de partidos na coligação e impedir que os desgarrados possam complicar a outro projeto e enfraquecer o de Kleber. Ao MDB, PP e PSC, já aderiram o PDT e o PSDB. Outros virão e se distribuirão nas tetas da barrosa. Não é à toa que Kleber e seu grupo torce para o adiamento das eleições municipais do ano que vem.

Procura-se um vice III

Há pelo menos seis conspirações neste plano de trazer mais cobras para a mesma balaia. A primeira é a de torcer para que tudo o que se desenha na teoria acontecer na prática. A segunda, a de que nenhum líder, incomodado pelos conflitos de interesses pessoais e partidários trairá Kleber, pois a lista de possíveis fujões ou de gente que quer voos solos é grande. A terceira é a de Kleber entregar as promessas da campanha passada para não ser cobrado no palanque pelos adversários. A quarta é a de colocar sob controle o humor e a autonomia do eleitor de última hora e cada vez mais surpreendente nas eleições. A quinta, é que este humor poderá estar ligado aos resultados do PSL nos governos catarinense, e principalmente Brasília com à capacidade de Kleber, por conveniência, grudar ou desgrudar desses resultados via a ala evangélica. Até agora não se sabe como o PSL de Gaspar estará neste novo contexto. E a sexta, está na escolha do novo vice. Ele terá duas funções: trazer votos que estão faltando à coligação e a de neutralizar o surgimento de outras coligações.

Procura-se um vice IV

E o vice desejado por Kleber e o presidente do MDB de Gaspar neste momento, é Marcelo Brick, PSD. Nem que seja, para fritá-lo. Mas, qual a vantagem que Marcelo teria se fosse vice de Kleber? Em 2022 Kleber entregaria o posto a Brick. Kleber concorreria a deputado estadual. Se o MDB cumprir, é uma jogada interessante, mas arriscada, pois falta combinar com os russos: 2022 está muito distante. Mostra também como Kleber está fragilizado para só querer mais dois anos de gestão. É bom lembrar que esta manobra estará inserida num mundo antigo, onde nada mudará como não quis o eleitor catarinense quando arriscou e colocou Carlos Moisés da Silva e Jair Messias Bolsonaro no poder. Essa possibilidade mostra como o MDB de Gaspar mesmo sendo poder está dependente de outros para o enfrentamento de outubro do ano que vem. Se esta jogada vingar, Kleber quebra as pernas da oposição na Câmara no último ano de governo. Restará apenas nos órgãos de fiscalização às denúncias relacionadas à improbidade administrativa. E o PP? Sem forças, ficará no novo blocão para usufruir dele.

Procura-se um vice V

Por outro lado, Brick é um dependente de cargos públicos. Está pendurado numa assessoria da presidência da Assembleia do PSD de Júlio Garcia. Ele já se prometeu para o DEM, o PP e até mesmo ao Podemos, de Laércio Schuster que está de malas prontas para sair do PSB. Brick não se decide. Joga e há muito. Anda com as pesquisas debaixo do braço, mas no caso de Gaspar, os supostos números de Brick que podem lhe favorecer, são exatamente para bater o MDB e não para se associar a ele e Kleber. Como aliado vai perder parte dessas intenções. Quanto? Não se sabe ainda. Brick é outro que não sabe ler pesquisas, não entendeu os resultados das urnas em outubro, muito menos o quê leva as pessoas às ruas para dar recados aos donos do poder e da velha política, mesmo aos travestidos de jovens e de renovação.

TRAPICHE

Truco. Como Roni Muller ganhou a Chefia de Gabinete de Kleber Edson Wan Dall, MDB? Diante da ameaça do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB e líder do governo na Câmara, de deixar o partido.

É que Roni se ensaiava a vereador a partir da tal gerência da Gestão Compartilhada. E a Margem Esquerda é o reduto de ambos.

Anhaia é egresso do PT e de lá saiu, exatamente por sofrer ataque especulativo de candidatos que o PT estimulou na sua base. Roni não será candidato a vereador, mas avisou que quer poderes plenos na Chefia de Gabinete. Hum!

Ricardo Stodieck deixa o parque Vila Germânica em Blumenau para quem deu nova saúde financeira, vida ao turismo de lá e até para a região. Fez a Oktoberfest dar lucro, solidificou a Sommerfest e o Magia do Natal, mas principalmente identificou Blumenau como polo cervejeiro. Perdeu Blumenau e ganhou a politicalha com a saída dele.

Para estar em Gaspar o IFSC deve a Ricardo. Quando ele era presidente da ACIB e Samir Buhatem, da ACIG, ambos trabalharam com a então senadora Ideli Salvatti, PT, para que o projeto exclusivo de Blumenau ficasse na divisa e em Gaspar. Uma história que os petistas daqui sempre sonegam.

Na mesma linha, Ricardo com Buhatem, desde o início, defendeu a ponte do Vale. Entendia que ela beneficiava a região e não só Gaspar. 

Impressionante descontrole. Gaspar está sem acesso a verbas de convênios do governo do estado e federal porque não consegue apresentar a certidão de regularidade do INSS.

Samae inundado I. No sábado passado faltou água nos quatro cantos de Gaspar. Não era verão, havia chovido e o novo reservatório, a solução de tudo, estava à disposição e praticamente cheio. E por que aconteceu o desabastecimento? As bombas sucateadas não conseguiam carregar as redes.

Samae inundado II. Isso proporciona problemas em cascatas: as bombas vão se desligando automaticamente. Faltou manutenção, inversores automáticos desligados e só acionados manualmente. Um caos para um final de semana.

Samae inundado III. Pergunta básica: o que adianta os reservatórios cheios se está faltando água na casa do consumidor? E quem toca o Samae? O PP do mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato e que emprega o ex-prefeito de Ilhota, Roberto da Silva, o Betinho, como Coordenador Geral de Ligações de Água. Acorda, Gaspar!

Seria mais uma simples eleição de associação de moradores, mas não é. A da Margem Esquerda, em Gaspar, marcada para este domingo, esconde uma briga intestinal dentro do MDB. E tem tudo para parar na Justiça

A advogada Ana Carolini Deschamps nascida no bairro é candidata. E a prefeitura, o MDB e o vereador Francisco Solano Anhaia não a querem lá porque estragam os planos deles de poder e empregos públicos aos seus.

E estão fazendo de tudo para derrotá-la. O MDB não quer gente com voz e conhecimento para cobrar o prefeito Kleber em favor da comunidade. Prefere um pau mandado pelo esquema da prefeitura.

 

Edição: 1903

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