Duplicação da BR-470 - Jornal Cruzeiro do Vale

A duplicação da BR-470, que já se arrasta por anos, tem gerado frustração e transtornos para os moradores de Gaspar. A obra está deixando no caminho um detalhe simples, porém essencial: o acesso ao bairro Belchior. Um bloqueio temporário, que se estendeu por mais de 20 dias, acabou se tornando definitivo, deixando ao menos três casas e uma empresa sem acesso direto. O que deveria ser uma intervenção de curto prazo tornou-se um problema de longo prazo para aqueles que mais dependem dessa rodovia.

O caso exemplifica o descaso das autoridades diante da vida cotidiana de quem reside nas imediações da BR-470. Para os moradores do Belchior, o fechamento da entrada representa um isolamento sem precedentes. Como relatam os moradores, agora, para realizar atividades simples como levar os filhos à escola ou ir ao mercado, é preciso atravessar o bairro Fortaleza, em Blumenau. Uma mudança que não apenas aumenta a distância percorrida, mas também provoca o desconforto de ter que lidar com uma infraestrutura que não leva em conta as necessidades de quem ali vive há décadas.

Além do bloqueio da via, a alteração na entrada trouxe à tona outra questão: a exclusão das casas e empresas da rua Bonifácio Haendchen da malha viária da cidade. Segundo os moradores, a nova configuração da rodovia tornou a antiga via inacessível. E, ao ser questionado sobre a situação, o Dnit foi evasivo, tratando o problema como se fosse uma questão de acesso ‘particular’, ignorando a realidade de que aquela rua é uma via pública, reconhecida por lei.

A falta de resposta do Dnit é algo que preocupa não apenas os moradores diretamente afetados, mas também a comunidade empresarial local, representada pela Acig. O ofício enviado ao Dnit, juntamente com a moção de apelo da Câmara de Vereadores, deixa claro que a duplicação da BR-470, ao invés de facilitar o acesso, complicou ainda mais a rotina de quem vive e trabalha na região. O Dnit, em sua defesa, afirmou estar ‘analisando o caso em detalhes’, mas a pergunta que fica é: quanto tempo mais os moradores terão que esperar por uma solução concreta, enquanto o fim do ano se aproxima e o isolamento persiste?

Edição 2181