O ditado ?O cliente sempre tem razão? parece que não se aplica aos novos tempos, em que as lojas brigam para ter compradores e consumidores e se esquecem da importância dos clientes. É de se preocupar a quantidade de lojas que vendem produtos de qualidade duvidosa em intermináveis 24 prestações e não se preocupam com a entrega, com a instalação adequada e com o funcionamento do produto.
Em outras palavras, vive-se a ditadura dos empresários às custas de um capitalismo sustentado no consumismo e que esquece as boas relações, o pós-venda, a satisfação de seus clientes e o consumo responsável. Por que as ruas estão entupidas de automóveis e o transporte coletivo é caro, inviável e um problema nas grandes cidades? Porque é mais fácil e lucrativo que cada cidadão tenha o seu automóvel particular.
Apesar do problema ter sido trabalhado há bastante tempo, já no início da modernidade com o advento do capitalismo, é nos dias de hoje que vemos verdadeiras aberrações como compras que não são entregues, mercadorias trocadas, produtos com defeito, assistência técnica que não conserta adequadamente os equipamentos e lojas que não são solidárias e respeitosas com o cliente.
A repercussão da reportagem central desta edição, que começou a ser escrita e ganhou as ruas da cidade ainda na terça-feira, no portal do Jornal Cruzeiro do Vale na internet, mostra que o consumidor vem sendo tratado como mero objeto há bastante tempo. Se as grandes companhias investem milhões todos os anos em imagem corporativa, propaganda e gestão de pessoas, se esquecem do detalhe mais importante, que é tratar bem a figura fundamental, a razão de ser de seu negócio: o cliente.
O Procon, órgão oficial de defesa do consumidor, pouco consegue, pouca força tem ou pouco age na raiz do problema. Orienta os consumidores a procurar um advogado de pequenas causas, quando deveria agir de maneira mais combativa, fiscalizadora e incisiva nas lojas da cidade. Mas o consumidor tem o poder maior em suas mãos: a decisão de não retornar naquele estabelecimento. É claro que esta não é a regra, e que é bem provável que os casos retratados nas páginas 8 e 9 desta edição sejam exceções num mar de tranquilidades. Mas o problema é recorrente e os clientes não merecem ser tratados com tamanho descaso.
Edição 1556
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