Editorial - Jornal Cruzeiro do Vale

A medida anunciada pelo governo do estado de Santa Catarina essa semana, sobre a implantação de um toque de recolher, comprova a falta de capacidade dos agentes públicos em conter os avanços da pandemia de Covid-19.

Ainda em agosto, os governantes - federais, estaduais e municipais - tinham informação privilegiada sobre a segunda onda da doença, repassada por relatórios diários da vigilância epidemiológica. Tudo estava em consonância com o cenário nacional e mundial, o aumento do número de casos, o relaxamento nos cuidados de prevenção, etc.

Como nada foi feito para não atrapalhar as eleições e o faturamento do comércio, bares, restaurantes, hotéis e shopping centers, o resultado é um mapa de risco gravíssimo em todo o solo catarinense.

O risco se agrava ainda mais quando levamos em conta a falta de agilidade e de liderança do governo federal. Falta política de enfrentamento, sobre insegurança nos estados e municípios. Assim, a decisão pelo toque de recolher pretente evitar o colapso anunciado no sistema público de saúde, que já dá mostras de esgotamento. O próximo passo é o fechamento total. Mas, primeiro, precisamos esperar o Natal.

Edição 1980