Hora de trabalhar - Jornal Cruzeiro do Vale

Hora de trabalhar

20/02/2009 09:54

Na próxima semana terá terminado o Carnaval que começa hoje em todo o Brasil, apesar de o calendário sinalizar feriado apenas na terça-feira, 24. As férias terão acabado, as aulas já recomeçaram, é o fim do marasmo no comércio e o início oficial de 2009, num país que só engrena depois das festividades de fevereiro.
Santa Catarina e em especial Gaspar têm motivos de sobra para trabalhar dobrado a partir de agora. Primeiro, porque muito há por fazer nas áreas atingidas pela enchente. E, depois, porque quase nada foi feito para minimizar a constrangedora situação de quem perdeu tudo.
As comunidades do interior do município estão sem acesso e tiveram sua agricultura e pecuária prejudicadas. É preciso que algumas soluções saiam do campo do discurso e entrem na prática. Moradores perderam suas casas e precisam reconstruir suas vidas. Anuncia-se recursos federais que emperram na burocracia. O Governo do Estado também sinaliza com recursos e investimentos que demoram muito para chegar.
No que diz respeito à Prefeitura, as máquinas sumiram das estradas dos bairros mais afastados, faltam recursos e equipamentos e o cenário de destruição em comunidades como Belchior, Arraial e Sertão Verde mudou muito pouco depois das tragédias de novembro. Tudo isso foi devidamente registrado pela reportagem do jornal Cruzeiro do Val, que voltou às regiões atingidas e encontrou um cenário desolador.
Estradas importantes continuam interditadas, barreiras ameaçam cair a qualquer chuva mais forte, há dificuldade no abastecimento de água, o calçamento de vias públicas está comprometido em muitos locais e, ainda, arroios e ribeirões continuam com seu leito comprometido. E já estamos praticamente em março, quase quatro meses depois da tragédia.
Se formos contabilizar os prejuízos econômicos, a situação é ainda pior. Empresários reclamam que a falta de acesso prejudica a produção, a entrega e aumenta os custos. As demissões começam a preocupar em todos os setores e não há perspectivas de mudanças efetivas. Temos noticiado muitas ações em favor dos desabrigados por meio de iniciativas públicas e privadas, mas são necessárias atitudes mais incisivas, rápidas e eficientes. Até agora, só vimos curativos em uma ferida aberta, e que ainda vai arder por muito tempo.

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