Passado mais um alerta de cheia no Vale do Itajaí, o que fica é a necessidade de identificar onde já foi possível ver evolução na política de prevenção da região e quais as prioridades para a sequência desse trabalho, necessário para garantir a segurança da população de uma das áreas com maior potencial do Estado e até do país. Em Gaspar, o trabalho desde o início do alerta até o fim dos alagamentos permite análises sob diferentes aspectos.
Um dos pontos que deve ser ressaltado é a importância da integração das previsões e dos alertas, que passaram a ser amplamente divulgados desde a quinta-feira, ajudando os moradores a se prevenir e a fazer o que for possível para evitar prejuízos com os eventuais alagamentos. Da mesma forma, a participação mais ativa de algumas associações de moradores, que atuaram com canoas e orientações aos moradores, também é algo a ser valorizado.
Em contrapartida, impressiona que o município ainda não disponha de uma relação com cotas precisas de alagamento por ruas, capaz de dar mais segurança aos moradores nas horas de maior preocupação. A estrutura e o contato com os abrigos, segundo a própria Defesa Civil, é outro ponto que pode ser aprimorado.
Dessa forma, o papel da imprensa, dos moradores e das próprias autoridades é fazer com que as discussões em torno dessas ações continuem depois das chuvas, sobreviva ao verão e tenham sequência, como já é possível observar com mais nitidez nos últimos meses. Se deixarmos para discutir prevenção apenas após a próxima calamidade, nosso destino será sempre remediar em curto prazo algo que poderia ser evitado com mais planejamento.
Edição 1527
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