A redução do número de passageiros tem sido uma constante desculpa para o aumento da tarifa do transporte coletivo em Gaspar. Desde que foi implantado, em 2002, a justificativa para o reajuste ? sempre altíssimo ? tem sido a redução do número de passageiros; o aumento do número de passageiros não pagantes, como escolares, professores e idosos; e as más condições das estradas.
O aumento anunciado nesta semana, apenas dois dias antes do reajuste, beira ao absurdo e coloca Gaspar no topo das tarifas mais caras do estado, perdendo apenas para grandes cidades como Florianópolis, onde ao menos o transporte é de qualidade.
Que é preciso reajustar a tarifa, por causa da inflação, todos sabem. O que não se pode aceitar é um reajuste tão alto e com um serviço de tão péssima qualidade. Neste ano, apenas poucos veículos novos foram adquiridos. Em sua maioria, os passageiros de Gaspar precisam embarcar em veículos velhos, quase sempre sujos, e com conforto zero.
Enquanto várias cidades investem em um transporte público de qualidade, incentivando a população a fazer uso deste serviço para assim diminuir a frota de veículos e consequentes congestionamentos, Gaspar mais uma vez vai na contramão da história, nada faz para evitar a redução do número de passageiros. Se contenta em apenas reajustar a tarifa e assim quem sai prejudicado, novamente, é a própria população.
Edição 1348
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