O dilema é matemático e perfeitamente lógico: quando as entradas são menores que a saída torna-se impossível cumprir com as obrigações mínimas. Quando o centro de um dilema deste tipo é o único hospital do município para uma população de 60 mil pessoas, a situação fica bem mais complicada. Mas isso não é tudo: em razão de uma prestação de contas mal resolvida, o Tribunal de Contas não autoriza novo convênio nem repasses de qualquer valor até que a situação seja regularizada.
No meio disso tudo, a população convive mais uma vez com a manchete de que o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro pode, infelizmente, fechar as portas do Pronto Atendimento. Não há como pagar médicos, funcionários, fornecedores sem o repasse previsto de R$ 262 mil para o mês de janeiro e que deixaram de entrar nos cofres da instituição.
Sem os recursos e sem a perspectiva da renovação do convênio, bons profissionais podem deixar o estabelecimento. A população deve utilizar os serviços de emergência do CAR, no centro da cidade, que já demonstrou fragilidade para atender a população, principalmente nos casos de maior gravidade ou especificidade.
O impasse parece não ser resolvido, como aqueles dilemas matemáticos insolvíveis. Até que a prestação de contas seja enviada adequadamente ao Tribunal em Florianópolis, ou o montante de R$ 898 mil seja devolvido aos cofres do município, nenhum centavo entra na conta da administração do Hospital. Em 48 horas, as portas devem fechar-se. Outra vez.
Edição 1558
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