O jornalismo impresso não se resume a textos - Jornal Cruzeiro do Vale

O jornalismo impresso não se resume a textos

Parece fácil, mas não é. Em tempos de WhatsApp e Facebook, muitos acreditam que para informar basta juntar meia dúzia de palavras e compartilhá-las com o maior número de pessoas possível. Pois bem, essa ilusão cai por terra com a mesma rapidez com que é construída. Durante mais uma produção que carrega a marca Cruzeiro do Vale, nossa equipe se deparou com um exemplo simples e claro de que o exercício do bom e velho jornalismo ainda tem muito valor.

Nesta semana, um jornalista, durante uma das milhares de coberturas já realizadas por ele, se deparou com muitas pessoas se emocionando com a sua presença. Diante da reação, surpresa. Mas, o sentimento da comunidade não é à toa, pois se baseia na construção da carreira de um profissional sério, correto e comprometido com a informação de qualidade.

O personagem descrito nesse espaço é Gilberto Schmitt, proprietário e diretor do Cruzeiro do Vale, que mais uma vez arregaçou as mangas e voltou às áreas afetadas pela catástrofe de 2008. Ele, que além de somar mais de 30 anos de experiências, ainda tem forças para ensinar sua equipe. Por sinal, que equipe! O seu legado certamente foi repassado à filha Indianara Schmitt, atual editora do jornal; e aos jornalistas Franciele Back, Raquel Bauer e Geraldo Genovez (que escreve esse editorial cheio de orgulho por finalizar mais uma edição do jornal).

Nessa edição especial de 10 anos da tragédia de 2008, demos destaque à importância da formação acadêmica na área de comunicação, justamente para que as histórias pudessem ser contadas com riqueza em detalhes, dados técnicos, fontes adequadas e, sobretudo, com exatidão ao que realmente aconteceu.

Ser jornalista exige uma apuração bem feita. Olhar nos olhos de quem sentiu na pele os efeitos das avalanches da água e barro. Sentar e ouvir, com calma, o depoimentos daqueles que carregam no peito a dor do luto. Transformar o relato das pessoas que perderam tudo em reportagem. Além das entrevistas, é preciso encontrar o gancho certo para escrever, fotografar o melhor ângulo, tratar as imagens, editar as matérias, diagramar as páginas e ainda revisar tudo com cautela.
Ainda assim, há quem diminua, zombe ou até questione a importância dos jornalistas na sociedade. Mas, o que seria do mundo sem informação? Definitivamente, o jornalismo impresso não se resume a textos.

 

Edição: 1878

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