Nas últimas semanas, parte dos usuários da Farmácia Básica de Gaspar tem sentido dificuldade para encontrar determinados medicamentos, necessários para o controle de problemas de saúde como hipertensão, diabetes e colesterol. Nas prateleiras da farmácia, ligada à Secretaria de Saúde, embora o estoque ainda atenda boa parte dos usuários, era notada até esta semana a falta de pouco mais de 30 tipos de medicamentos disponíveis para os pacientes que possuam prontuário e receita.
Para a secretaria de Saúde, o problema está em atrasos de fornecedores, que prorrogam o prazo de entrega previsto em contrato e acabam prejudicando o atendimento da Farmácia Básica. Alguns fornecedores já teriam até sido notificados, o que causa a expectativa de que o problema possa ser amenizado nas próximas semanas, com o reforço também de novas licitações necessárias para repor os medicamentos, que estariam recebendo uma demanda acima do previsto, segundo a Farmácia Básica.
Graças a alternativas como o programa Farmácia Popular, a maior parte dos pacientes ainda não chega a ficar totalmente desamparada com relação a medicamentos. No entanto, como atravessamos o final do ano, período normalmente destinado à elaboração de planejamento e planos de metas para os 12 meses seguintes, talvez a situação seja uma oportunidade para elevar o grau de preocupação com a aquisição de medicamentos no próximo ano, com o intuito de evitar que os usuários cheguem a ficar sem determinado remédio da linha de atenção básica. Da mesma forma, uma fiscalização maior aos fornecedores pode evitar os atrasos alegados e contribuir para a maior eficiência do serviço.
É bem verdade que o Estado não pode se responsabilizar por todos os cuidados a todos os pacientes, mas quando se trata de atenção básica o trabalho precisa receber olhares especais. Afinal de contas, hoje uma boa parcela dos pacientes que procuram a Farmácia Básica de Gaspar ainda encontra os medicamentos de que precisa e consegue deixar a unidade satisfeita com o serviço. No entanto, se entraves como atrasos de fornecedores e espera para licitações passarem a fazer parte do trabalho no local, a tendência é de que o grau de usuários insatisfeitos e desamparados aumente, o que trará mais prejuízos para absolutamente todos os envolvidos na nossa saúde pública.
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