O dinheiro ainda não chegou, mas o Corinthians já sabe o que pretende fazer com os R$ 13 milhões que receberá do Roma pela venda do zagueiro Leandro Castan. Com o valor disponível no cofre a partir das próximas semanas, a diretoria tentará adquirir os direitos do volante Paulinho, o maior destaque na campanha que levou o clube até a final da Taça Libertadores.
A esperança corintiana em segurar o jogador está na vontade dele de não trocar o Timão por centros de difícil adaptação na Europa. Paulinho não tem boas recordações das experiências que teve no Velho Continente, quando sofreu com o racismo na Polônia e na Lituânia e pouco evoluiu tecnicamente.
Agora, pesa o sonho de disputar a Copa do Mundo de 2014 e de não ver a esposa e a filha em apuros no dia a dia de países com culturas tão diferentes. Ele teme que a transferência para os mercados do leste, como Rússia e Ucrânia, poderia afastá-lo das convocações de Mano Menezes, como aconteceu com o ex-companheiro Jucilei, comprado pelo Anzhi-RUS.
Paulinho foi procurado no mês passado por representantes do CSKA. A oferta pelos direitos era ? 10 milhões (algo em torno de R$ 25 milhões), além de uma boa quantia como salário. O jogador, porém, descartou o negócio. Roma e Inter de Milão também já enviaram emissários ao Brasil para observá-lo e também estão na briga, o que complicaria a vida do Timão por estarem um centro de maior visibilidade.
O Corinthians sabe que não terá muito o que fazer se tiver de competir com clubes italianos e espanhóis, por exemplo. Mesmo assim, insistirá no negócio mesmo que tenha de despejar na transação todo o dinheiro arrecadado com a venda de Leandro Castán e oferecer um considerável aumento salarial após a Libertadores.
Além disso, a disputa será também com os donos dos direitos do jogador. O clube já tentou comprar parte deles, mas recebeu um não como resposta ? o Banco BMG tem 45%, mesmo número do Audax-SP. O Bragantino é detentor de 10%. O Timão ficaria apenas com 20% do lucro em caso de uma negociação acima de R$ 1 milhão, valor no qual o atleta foi adquirido em 2010.
O desejo de manter Paulinho tem um motivo claro: o Corinthians não possui no grupo nenhum jogador que esteja preparado para assumir a vaga com a mesma qualidade. Edenílson é bastante elogiado por Tite, mas mostrou que pode render melhor ainda como lateral-direito, setor em que chegou a deixar o veterano Alessandro no banco de reservas ? ele se recupera de uma fratura no pé esquerdo.
A mesma situação não se aplicou a Leandro Castán. O Timão conta no elenco com pelo menos três zagueiros em condições de assumir o posto: Paulo André, Wallace e o garoto Marquinhos, apontado pela comissão técnica e pela direção como uma das grandes promessas da base nos últimos anos.
Caso não consiga manter Paulinho, o Corinthians já tem um outro alvo para a posição. Guilherme, destaque da Portuguesa na Série B do ano passado, voltou a estar na mira. Os clubes retomaram as conversas e a negociação deve avançar nos próximos dias.
Texto: globoesporte.com
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