As lágrimas que correm pelo rosto de Jaqueline Sandra Bento revelam a dor que a moradora do bairro Santa Terezinha sente ao lembrar do filho Rubens Manoel de Souza. O menino de apenas 13 anos de idade morreu afogado após tentar buscar uma bola que caiu em um rio que fica no final da praia Gravatá, cidade de Navegantes, no último dia 2 de janeiro.
Segundo a mãe, Rubens foi até a praia jogar bola com uma amiga e não pretendia entrar no mar. "Os pescadores contam que a bola caiu e ele foi buscar, quando ele estava no meio do rio ele não conseguiu mais voltar. Um pescador tentou pegá-lo. Ele jogou uma rede e disse pro meu filho ficar se segurando na bola. Meu menino tentou pegar na rede mas não conseguiu. O pescador continuou tentando salvá-lo, mas veio uma onda e o puxou para baixo", conta Jaqueline, que estava hospedada na casa do irmão, que também é pescador e reside às margens do rio.
Quando foi informada sobre o afogamento do filho, Jaqueline e todos os familiares foram para praia tentar resgatar o menino ainda com vida. As buscas duraram toda a madrugada do dia 2 e o pequeno Rubens só foi encontrado 27 horas após o afogamento, as 10h50 do domingo, 3 de janeiro. O corpo do menino estava preso nas proximidades da Pedra do Miraguaia e foi localizado por surfistas que estavam no local e acionaram os Salva Vidas.
Rubens foi velado na Capela Santa Terezinha, na cidade de Brusque, onde foi enterrado. Além da forte saudade, os pais do menino guardam o ressentimento da ausência de socorro. "Quando ficamos sabendo do afogamento chamamos os salva-vidas. Eles demoraram para vir e só vieram fazer as buscas com um jet sky. Os pescadores é que s emobilizaram para mergulhar e foram com barcos tentar acha-lo. Foi muita falta de respeito", reclama a mãe.
Manifestação
Para alertar a população sobre o descaso, a família de Rubens pretende fazer um manifesto no local. "Ficamos muito traumatizados. Eu nunca mais volto àquele lugar. Meu irmão também já está saindo de lá. Não quer mais morar naquele local perigoso. Aquele rio é muito perigoso. Vamos fazer uma manifestação para alertar a população. Os pescadores dizem que existem grandes buracos lá e muitas pessoas já morreram afogadas, mas os socorristas não fazem nada", comenta Jaqueline, que espera, com a manifestação, evitar que mais mães sofram a perda precoce de seus filhos no mar.
O que dizem os Bombeiros
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Márcio Reinert, responsável pelas buscas, garante que o adolescente de Gaspar foi procurado desde o primeiro momento em que o afogamento foi notificado. "Fizemos buscas com Jet Sky até o corpo ser encontrado e, apesar de não ser indicado, também fizemos buscas com mergulhadores, mas a visibilidade era horrível", comenta o tenente.
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