Adolescentes viajam para Arábia Saudita - Jornal Cruzeiro do Vale

Adolescentes viajam para Arábia Saudita

15/05/2009

7MD.jpgPor trás de um sorriso tímido Matheus Correa Reinert esconde a alegria, e também o nervosismo, de poder sair do país pela primeira vez. O estudante da escola Domingos José Machado e morador do Alto Baú, em Ilhota, foi um dos 12 catarinenses escolhidos pela administração do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Blumenau para viajar para a Arábia Saudita.
Matheus partiu para o distante país na madrugada desta quarta-feira, 13. Ao lado dele viajaram Gabriela Russi, moradora do Braço do Baú, e os gasparenses Ana Caroline Morello e Egydio Pederiva Neto, além de outros oito estudantes da região do Vale do Itajaí.
A viagem é custeada pela Arábia Saudita e tem como objetivo mostrar aos adolescentes um pouco da cultura e da história do país, que foi um dos doadores para a reconstrução de Santa Catarina após a tragédia de novembro do ano passado. O convite partiu do próprio rei do país,  Abdullah Bin Abdul Aziz Al Saud, que há cerca de duas semanas esteve em Santa Catarina para anunciar a doação de US$ 5 milhões, quase R$11 milhões de reais, para a construção de casas populares para as famílias atingidas pelas chuvas.
"Estou ansioso para chegar lá e ver de perto este país tão diferente. Só temos a agradecer ao rei da Arábia Saudita por ter ajudado a reconstruir nossa cidade", declarou Matheus, algumas horas antes da viagem.
O jovem estudante perdeu sua casa com a tragédia de novembro e vê nesta viagem uma oportunidade para recomeçar sua vida.
 Seleção
Os adolescentes foram escolhidos por representantes de cada cidade. Em Ilhota, Matheus e Gabriela foram escolhidos por Almir Paul, secretário de Agricultura, que acompanhou de perto a história de suas famílias, atingidas pelas cheias. "Sabemos que estes meninos farão bom proveito da viagem e trarão um grande conhecimento na bagagem", declarou o secretário, que acompanhou todo o processo em busca de documentação autorizando a viagem dos menores.
Em Gaspar, a seleção foi feita pela ex-vereadora Ivete Mafra Hammes.
A escolha dos nomes ocorreu de forma rápida. No final da semana passada o rei Abdullah anunciou a viagem e o Estado teve que encontrar os 12 adolescentes e providenciar a documentação necessária para a viagem.
O grupo assistiu a uma pequena palestra sobre a cultura da Arábia Saudita no início desta semana. Lá, meninos e meninas ficarão separados. Eles terão que utilizar roupas cumpridas. Elas usarão roupas fechadas e ainda terão que vestir um manto, para respeitar as tradições locais.
Os adolescentes retornam na próxima quarta-feira.

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"É a primeira vez que vou andar de avião, mas estou tranquilo quanto a isso. Minhas irmãs é que estão nervosas. Estou com grandes expectativas".

Matheus Correa Reinert, 13 anos
Aluno do Colégio Domingos José Machado

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"Esta é a primeira vez que viajo para fora do país. Estou ansiosa. Com certeza será uma experiência que marcará para sempre".

Ana Caroline Morello - 15 anos
Aluna do Colégio Frei Godofredo

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"Estou bastante ansioso. Este é um país com cultura muito diferente da nossa. Vamos ver como será".

Egydio Pederiva Neto - 15 anos
Aluno do Colégio Honório Miranda

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Medina, Arábia Saudita. Localizada no Oeste da Arábia Saudita, no interior, há 110 milhas do Mar Vermelho, próximo a um abundante oásis.

Circundada pelo Mar Vermelho e pelo Golfo Pérsico, a Arábia Saudita está localizada no coração do Oriente Médio e possui fronteiras com sete países. Grande parte de seu território é desértico, com a presença de alguns poucos oásis. A maioria dos quase 22 milhões de sauditas vive em grandes cidades, tais como Riad (sede do reinado), Jidá (onde se localiza o mais importante porto do país), Meca (o coração do Islã, para onde todos os muçulmanos do mundo devem peregrinar pelo menos uma vez na vida), Medina (cidade sagrada e centro cultural) e Ad Damman.
Acredita-se que a Arábia Saudita era o lar original de alguns povos bíblicos, como os cananeus e os amorreus. Muitos impérios antigos dominaram o território saudita nos períodos anteriores ao nascimento de Cristo. Alexandre, o Grande, tinha planos de conquistar a região, mas morreu antes de realizá-los. O primeiro grande acontecimento que marcou a Arábia Saudita foi o nascimento de Maomé, em 570 d.C. Por seu intermédio, o Islã foi fundado no século VII e, desde então, as batalhas políticas e históricas ocorridas no país foram restritas às várias vertentes islâmicas lutando pelo poder.
Séculos mais tarde, em 1938, a cultura e a economia do país eram muito pouco diferentes dos tempos de Maomé. O povo seguia o islamismo, enquanto camelos e tendas ocupavam os desertos. Naquele ano, entretanto, o primeiro reservatório de petróleo foi descoberto e o país iniciou um amplo programa de modernização. Desde então, a Arábia Saudita tem procurado caminhar sobre uma frágil linha entre o relacionamento com o mundo exterior e o isolamento para preservar a pureza da fé islâmica. Atualmente, o país continua sendo governado por uma monarquia baseada na sharia, a lei muçulmana. Em março de 1992, uma série de decretos reais criou o primeiro código de direito do país. Não há poder legislativo e as leis são estabelecidas pelo rei e por seus ministros.


Tradição
O islamismo é praticado por 97% da população. Embora haja minorias de outras vertentes, a grande maioria segue a tradição sunita. A Arábia Saudita é o coração do Islã e abriga as mais sagradas localidades islâmicas. Quase um milhão de peregrinos acorrem ao país todos os anos. As sedes de algumas das mais importantes organizações internacionais islâmicas encontram-se no país, com destaque para a Liga Islâmica Mundial, responsável pela divulgação e expansão do Islã pelo mundo por
O árabe é a língua nacional e o ensino é gratuito mas não obrigatório.
A vida na Arábia Saudita segue os costumes islâmicos mais restritos. O álcool e o porco são ilegais. Também os teatros e os cinemas. As mulheres não têm permição para conduzir, e se viajarem em transporte público devem ir acompanhadas do seu marido ou algum homem da família. Embora isto não aconteça se viajarem em avião. Nas horas das rezas fecham as lojas e os programas de TV são interrompidos. Nos grandes hotéis isto não acontece.


População e costumes
A população é maioritariamente árabe maometana, praticante do culto sunnita. Não sabe-se com exatidão quanta gente vive no país, embora o governo estima em 15 milhões a população atual. Estimações privadas falam de 12 milhões, e há quem estabeleça por volta de 7 milhões.
Dentro do país há diferentes tipos físicos, a população é menos homogênea do que pensa-se, e as marcas, e a cor da pele mudam consideravelmente, segundo a região.

Fonte: www.portasabertas.org.br

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