Alunos do CEI estão sem aulas há duas semanas - Jornal Cruzeiro do Vale

Alunos do CEI estão sem aulas há duas semanas

26/02/2011


fotopg9abrecolorMD.jpgA água que escorre de dentro da construção onde os alunos do CEI Maria Terezinha Hammes Schmitz, no Braço do Baú, estavam tendo aulas revela a situação de perigo à que as crianças estavam expostas. Desde o início de 2009 o prédio abrigava os pequenos estudantes, porém foi interditado há cerca de duas semanas, quando um morro que fica atrás da construção cedeu e a água começou a escorrer pelo terreno, espalhando lama por todos os lados.

Com a interdição da estrutura as crianças ficaram sem um local para estudar e os pais, que antes se preocupavam com o perigo, agora se preocupam por não ter onde deixar os filhos enquanto precisam ir para o trabalho. ?Já não sabemos mais o que fazer. Não podemos ficar sem uma creche para nossas crianças?, aponta Giseli Richart Reichert, mãe de um aluno. Um novo prédio para o CEI está em construção desde 2009 e a previsão da Secretaria de Educação era de entregá-lo no final do ano passado, porém as obras atrasaram e a promessa é de que a nova creche será entregue nos próximos dias.

Até a inauguração, os cerca de 40 alunos do CEI precisarão ficar em casa. ?Não temos como alugar outro espaço pois existem muitas normas do Ministério da Educação para serem cumpridas e demoraria muito. Entendemos a necessidade dos pais mas pedimos paciência?, explica o secretário de Educação, Marcelo Jacob.

Escola


A estrutura onde antes funcionava o CEI era da escola Professor Laudelino S. de Novaes, que está desativada. Segundo os pais, toda a estrutura do lugar estava ruim. Os chuveiros estavam queimados, a água utilizada tinha cor barrenta, havia cupim, entre outros problemas. ?Sabíamos que era uma estrutura perigosa, mas pelo menos nossos filhos tinham creche. Agora estamos sem ter onde deixá-los. A Prefeitura não pode simplesmente fechar o CEI e fazer a gente esperar pela inauguração do novo prédio?, destaca a mãe Revelina Fisher Zimmermann.

Apesar da promessa da inauguração da nova creche, os pais pedem pela reforma e reativação da escola Professor Laudelino S. de Novaes, que antes atendia as crianças de primeira a quarta série.

?Agora nossas crianças precisam ir estudar na Alberto Schmitt, onde a estrutura também não é muito boa. As aulas iniciaram com as turmas cheias, com muitos alunos para uma única professora. Precisávamos de nossa escola de volta?, revela Giseli.

A possibilidade de reativar a escola está nos planos da Secretaria de Educação. Segundo Marcelo, assim que o novo CEI for inaugurado a Secretaria iniciará a busca por recursos para executar um projeto de ampla reforma na escola Professor Laudelino S. de Novaes. Após as obras a escola poderá voltar a receber as crianças do bairro.

Polêmica deixou pais revoltados


A paralisação das aulas no CEI Maria Terezinha Hammes Schmitz foi o estopim para uma insatisfação que teve início no mês de janeiro, quando a professora Ana Paula da Rocha, segundo os pais única profissional formada do CEI, foi afastada após dar banho de mangueira nas crianças. Ana Paula garante que o banho foi de roupa e só ocorreu pois estava muito calor e o chuveiro do CEI havia pegado fogo. ?Fiquei surpresa ao ser chamada pelo secretário e ser informada de que seria transferida para um CEI no Pocinho, pois ele havia recebido uma denúncia do Conselho Tutelar e que eu poderia ser acusada de atentado violento ao pudor?, conta a educadora.

O fato deixou muitos pais indignados, pois segundo eles as crianças gostam muito da professora. Os pais pediram uma reunião com o secretário de Educação e com o Conselho Tutelar para solicitar a volta da educadora, porém, até o momento ela está dotada no CEI do Pocinho. Ana Paula não está trabalhando pois está de atestado médico. ?Esperamos que eles revejam este caso e deixem a Ana Paula trabalhando aqui. Ela é da comunidade, é formada e as crianças gostam muito dela?, aponta Sirlei de Oliveira Richart, mãe de um aluno.

O secretário de educação explica que a decisão de afastar a professora se deu unicamente por causa de uma denúncia anônima de uma mãe. ?Achamos por bem não punir a educadora, mas apenas colocá-la em outra unidade de ensino. A transferência de professores é normal, pois eles são profissionais da educação e atuam onde há necessidade?, explica. Marcelo não descarta a possibilidade de Ana Paula retornar ao CEI do Baú. ?Caso haja necessidade ela pode sim voltar a atender as crianças daquele bairro?.  Segundo o secretário, a professora não é a única profissional formada do CEI.

Novo prédio terá capacidade para receber 80 crianças


fotopg9colorretrancanovaescolaMD.jpgO novo espaço que vai abrigar o CEI Maria Terezinha Hammes Schmitz, e que deverá ser inaugurado nos próximos dias, tem capacidade para atender cerca de 80 crianças, de quatro meses a cinco anos. A estrutura de 440m² conta com salas de atividades para berçário, maternal e escolar; sala de professores; secretaria; banheiros masculino, feminino e adulto; lavanderia; cozinha; refeitório; varanda para lazer; berçário com lactário e fraldário; e sala de recreação. O corpo de profissionais será composto por uma coordenadora, duas professoras, duas auxiliares e uma servente. O horário de atendimento será das 7h às 18h.

A obra foi executada com recursos da Defesa Civil, R$300 mil, e através de doações de entidades como o Rotary Club  Hermann Blumenau e o Club da Holanda, que ajudaram com R$37 mil para a compra da mobília e material pedagógico. O CEI Chapeuzinho Vermelho também ajudou com R$15 mil. O terreno de 600 m2 que abriga a nova creche foi doado por Agostinho Hammes. A construção também contou com o apoio da ONG Visão Mundial (www.visaomundial.org.br), que doou R$ 20 mil à Secretaria de Educação de Ilhota.

O que dizem os pais



? Revelina Fisher Zimmermann
?Eu precisei faltar no trabalho para ficar com meu filho pois não tinha com quem deixá-lo?.

? Giseli Richart Reichert
?Tenho um filho pequeno no CEI que está ficando com meu filho de nove anos para que eu possa trabalhar. Estamos preocupados com a situação da educação em nosso bairro?.

? Patrícia Aparecida Pering Richart
?Eu trabalho com meu sogro e estou levando minha filha junto no trabalho, mas, e as mães que não podem fazer o mesmo? Elas estão ficando sem trabalhar. O poder público não pode deixar isso acontecer?.

? Sirlei de Oliveira Richart
?Meu filho de quatro anos precisava ir para o pré e este ano não abriram turma. Ele estava indo no CEI, que estava com péssima estrutura, mas ao menos tinham aulas. Agora ele está sem aula e estou deixando ele com minha sobrinha para que eu possa ir trabalhar?.

 

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edição 1269

Comentários

DANIELA MORGANA
27/02/2011 08:50
ROSA, MEU COMENTÁRIO, ACHO BEM CABÍVEL PARA VOCÊ, POIS VOCÊ VIAJA 2HORAS PARA PODER GANHAR UM MISERAVEL SALARIO (SABEMOS BEM QUE O SALARIO É BEM DEFASADO), COLOCANDO NA PONTA DO LAPIS NÃO COMPENSA.
Rosa
26/02/2011 12:57
Daniela Morgana! Qual o problema? Sua irmã tem alguma limitação física? Eu moro em outra cidade e vou todos os dias trabalhar em Gaspar e não é caminho não... Levo cerca de 1 hora para ir e 1 hora para voltar, isso quando o trânsito está bom. Pra mim o importante é estar empregada e fazer com prazer meu trabalho. Depois a escolha do local de trabalho depende da classificação do candidato, nota da prova, títulos... (se for act) e se for efetivo é só pedir remoção ou disposição no final do ano.
sandra
25/02/2011 21:53
A escola Laudelino José do Braço do baú deve ser reaberta sim,por acaso você já foi na Escola Alberto Schmitt e observou as turmas com 33,34,36 alunos?Sem falar da reforma da escola que era pra terminar 1 ano atrás e ainda não acabou.Isto tem que mudar.
Quanto às professoras formadasdo CEI do braço do baú sendo moradora desta comunidade eu não as conheço,você está enganado,pois até a coordenadora é concursada para 1ª a 4ª série.
Bueiro
25/02/2011 13:16
Eu sou senhor Bueiro , estou jogando a agua pra dentro do CEI, pois não vieram me desentupir somente vieram interditar ,as aulas de minhas crianças , QUEREMOS A ANA PAULA DE VOLTA , pois diz senhor secretário quem são as outras formadas , não tenho contato com ela por fora , mas meu filho o adora,,,,,super competente....e pra começar não é Maria Terezinha Hames Schimitz e sim Laudelino José de Novaes aquela escola , o novo educandario sim ira se chamar....
Maria
25/02/2011 13:06
A frase " Achamos por bem não punir a educadora, mas apenas colocá-la em outra unidade de ensino" é no mínimo equivocada.

É claro que transferência de educadores é normal, mas não nesse contexto.

A professora foi PUNIDA sim ! E com ela todas crianças e suas respectivas famílias.

cecilia werner
25/02/2011 11:31
Que Deus acolha a sua imfiníta bomdade no céu Maria Terezinha Hammes e Schmitz .Mostrai o caminho certo aos que estão aqui na terra cada um em seu julgamento só Deus pai é eterno e te reservou um lugar permanente.
Daniela Morgana
25/02/2011 09:56
Bom dia,

Fica minha indignação, pois minha irmã é pedagoga e mora no bairro Bela Vista e tem que se deslocar para o bairro da Figueira para trabalhar no CEI Cachinhos de Ouro sendo que no CEI Tia Maria Elisa falta berçarista, tá na hora de rever os conceitos da educação. Sendo empresária afirmo com certeza e razão, funcionário trabalhando contente e satisfeito rende bem mais. Melhor rever e remanejar alguns funcionários Sr????
marcia
25/02/2011 09:38
É sr secretário cuidado com os comentários...
não esquece que a reunião que tivesse com os pais
e o coselho tutelar está tudo gravado e bem filmado.
Gabriela
25/02/2011 09:08
Gostaria que o Senhor secretário da educação nos falasse qual é a outra professora formada do CEI?? A única que tinha, competente, voltou para o Baú Central, no entanto as demais contratadas como professora no CEI nenhuma tem formação em Pedagogia. O Senhor mesmo disse que a transferência pode existir onde há necessidade, então eu pergunto, se não é no Braço do Baú que teria mais necessidade da prof. Ana Paula, onde mais seria Senhor secretário????

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