Amostragem da Cidasc vai examinar animais para o combate da doença - Jornal Cruzeiro do Vale

Amostragem da Cidasc vai examinar animais para o combate da doença

31/10/2010

fotopg10abreMD.jpgUma doença que sempre preocupa quem costuma participar de eventos que envolvem cavalos é a Anemia Infecciosa Equina, doença que não tem vacina ou tratamento, e que faz com que o animal que a contrai tenha de ser sacrificado. Neste ano, o caso mais próximo que aconteceu de Gaspar foi um cavalo infectado no município de Ilhota no início do ano, que foi isolado e sacrificado. Porém, como neste ano, 67 equídeos (cavalos, burros, mulas e asnos) tiveram de ser sacrificados após contrair a doença em todo o estado, equipes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, Cidasc, examinarão 4.501 animais para ter noção de como está a situação da Anemia Infecciosa Equina no estado.

Em Gaspar, não há registros de nenhum caso, mas os criadores estão conscientes da importância da realização constante dos exames para a prevenção e também para que a doença não se espalhe. Salésio da Conceição cria cavalos para desfile e para gineteada, participando de vários eventos em que um grande número de cavalos ficam próximos, e por isso, faz, sempre que possível, o exame para detectar se seus animais estão com a Anemia Infecciosa Equina. ?As pessoas costumam fazer o exame apenas quando vão participar de algum evento ou competição, mas acredito que seja importante fazê-lo em todos os cavalos, até mesmo nos que apenas puxam carroça?, enfatiza o criador. Salésio conta que faz o exame há muitos anos, e que nunca um animal seu foi infectado com a doença. Ele acredita também que cavalos de hipismo e corrida, que ficam guardados dentro de estábulos, têm mais chance de contrair a AIE.

O médico responsável pela Cidasc de Gaspar, Fabrício Spacki, diz que não há suspeitas de casos em nenhuma criação do município, mas para o levantamento que está sendo feito, foram selecionadas através de sorteio oito propriedades, somando um total de 26 animais dos quais serão coletadas amostras de sangue que serem examinadas, e os animais, contabilizados nas estatísticas. ?O exame é realizado por meio de uma coleta de sangue e é válido por dois meses. O único modo de confirmar que o animal está com a anemia infecciosa equina é com o exame, pois o animal infectado pode não apresentar sintomas?.


fotopg10retrancaMD.jpgAnemia Infecciosa Equina ataca cavalos, jumentos, burros e mulas de todas as idades

A anemia infecciosa equina é uma doença de evolução lenta, e ataca cavalos, jumentos, burros e mulas, independente de idade. Ela só pode ser detectada pelo exame, por mais que o animal apresente alguns sintomas, eles não são o suficiente para confirmar se ele está doente ou não, e também há casos em que o animal não apresenta sintoma algum.

Alguns dos sintomas podem gerar desconfiança, como febre não contínua de 40 a 41°C, pontos vermelhos de hemorragias embaixo da língua, anemia ? do tipo moderado até a mais severa ? inchaço na região ventral do abdômen, redução ou perda de apetite, cansaço e sangramento nasal, mas a confirmação só vem pelo resultado do exame de sangue.

A doença não contagia o homem, e nos animais pode ser transmitida de um animal sadio para um doente por meio de picadas de insetos ? comuns em estábulos ? objetos contaminados (agulhas, seringas, cabrestos, freios, esporas, arreios, material de casquear, etc) e também pelo coito.

Os animais que pegam a doença, além de não poder participar de nenhum evento esportivo, exposição ou feira de animais, ficam mais suscetíveis a contrair outras doenças. A força que eles investem no trabalho diminui gradualmente, o que exige a aquisição de outros semelhantes e há um aumento da mortalidade e diminuição do nascimento de potros. Estes são alguns dos prejuízos causados ao criador pela anemia infecciosa equina, sem falar que, o único destino do animal que contraiu esta doença é a morte.

Para prevenir que a AIE se espalhe, há uma série de ações recomendadas. Entre elas estão: fazer exames em todos os animais da propriedade, no mínimo a cada seis meses, controlar as moscas de estábulo, não permitir que o animal participe de qualquer tipo de evento em que não exista fiscalização oficial, só compre um cavalo, jumento ou burro sem a certeza de que o animal tinha um exame negativo dentro do prazo de validade. Se, no caso, o animal foi diagnosticado com a doença, ele deverá ser isolado e sacrificado o mais rápido possível, sendo que o sacrifício deve ser feito dentro da propriedade, na presença de um médico veterinário.

*Informações e recomendações do Programa Nacional de Sanidade de Equídeos.

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