A Praça Getúlio Vargas voltou a ser utilizada como abrigo para os andarilhos que passam por Gaspar.
Sem ter onde dormir, eles utilizam os bancos da Praça Central e o espaço do Coreto Municipal para se abrigar da chuva e esperar o tempo passar.
Domingos Sábio de Pin tem 45 anos. Natural de Rio do Sul, o senhor desempregado veio para Gaspar tentar uma vida melhor. Na falta de oportunidades, teve que se acostumar com a vida nas ruas. "Eu vim pra cá com um amigo, por causa da enchente, mas cheguei aqui e não tive para onde ir. Queria um lugar melhor para poder dormir. A noite faz frio e nós não temos nem uma coberta ou travesseiro", reclama o andarilho.
Na tarde desta terça-feira, 20, Domingos estava acompanhado de outros dois andarilhos no Coreto Municipal. Juntos, eles jogavam conversa fora e observavam o movimento pelas ruas da área central da cidade. Claudemir de Brito era um dos acompanhantes de Domingos. Ele tem apenas 23 anos e revela que está na rua porque foi expulso da casa onde morava, na Cohab. "Fui na Assistência Social, mas não fui atendido. Agora estou nas ruas", conta.
Abrigo
Um local para receber e abrigar andarilhos que passam pela cidade sempre fez parte dos projetos da Assistência Social do município. Segundo o novo secretário da pasta, Edinei de Souza, a implantação de uma Casa de Passagem está entre as prioridades de sua Secretaria e o projeto deverá ser colocado em prática ainda este ano. "Nosso foco de ações neste primeiro momento é com relação às pessoas atingidas pela tragédia de novembro, porém, assim que nossa equipe estiver liberada, pretendemos implantar uma Casa de Passagem na cidade, pois sabemos das dificuldades que estes seres humanos passam ao viver nas ruas e também sabemos do incômodo que eles causam para a sociedade", aponta.
Segundo Edinei, existe a idéia de implantar esta Casa de Passagem, que é um local onde os andarilhos podem passar a noite e fazer sua higiene pessoal, em parceria com o grupo do Monte das Oliveiras.
Apesar da falta deste espaço, Edinei garante que os andarilhos são assistidos pela Assistência Social. "Na semana passada conversamos com um destes andarilhos e compramos a passagem de volta para sua cidade natal. Ele foi colocado no ônibus e mandado para casa. Esta é a ajuda que podemos dar no momento", explica o secretário.
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