O sonho de uma casa própria e moradia estabelecida em apenas um local não faz parte do imaginário e nem da rotina dos andarilhos, que migram de uma cidade à outra, estabelecendo-se em locais abandonados para passar as noites.
Em Gaspar, um dos lugares que tem servido de abrigo para os caminhantes que passam pela cidade é o prédio da antiga Feira Livre Municipal, localizado na Avenida das Comunidades, que ficou vazio após a inauguração da Casa do Agricultor.
Moradores da região reclamam da presença destas pessoas no local, pois elas não apenas dormem no prédio abandonado, mas também passam os dias, ingerem bebidas alcoólicas e fazem barulho.
Uma das moradoras das proximidades é Dona Beth Fachini, de 67 anos. Ela admite que há dias em que o barulho incomoda e que às vezes a presença dos andarilhos chega a assustar. ?Eu acho bom que os andarilhos tenham um lugar para ficar, mas não sei se este seria um local adequado?.
O terreno em que está localizada a construção não pertence à Prefeitura Municipal, que o alugava para dar aos agricultores um espaço para a venda de seus produtos.
O prédio, no entanto, pertence ao poder público. Procurado pela equipe de reportagem do Cruzeiro do Vale, o dono do terreno, Maurício Schmitt, declarou que tem conhecimento da situação e que já entrou em contato com o secretário da Agricultura para que a demolição das paredes seja feita. ?Estou apenas no aguardo de que a prefeitura faça a limpeza total do terreno, que provavelmente será posto à venda?, explicou.
O secretário da Agricultura Alfonso Bernardo Hostert, confirmou que o proprietário solicitou a limpeza do terreno e disse já estar tomando as providências necessárias. ?Já foi encaminhado ofício para Celesc e Samae para que o fornecimento de água e luz seja desligado, agora vamos fazer uma programação para fazer o desmanche do prédio assim que possível?.
Alfonso explica que é necessário que alguém com conhecimento execute este desmanche, pois o material da estrutura será reaproveitado para a construção da sede da Secretaria da Agricultura.
Ele afirma que está tudo sendo providenciado, mas que não tem como precisar uma data de início e nem de término da demolição. ?O mais complicado será desmanchar sem prejudicar as estruturas?, comenta.
edição 1279
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).