Apesar da proposta de conciliação, Correios de Gaspar continua em greve - Jornal Cruzeiro do Vale

Apesar da proposta de conciliação, Correios de Gaspar continua em greve

23/09/2011

fotopg9abrecolorMD.jpgOs Correios e a representação sindical aceitaram a proposta de conciliação apresentada pela ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, realizada na tarde desta terça-feira, 4, no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília, porém, os trabalhadores em greve ainda não anunciaram se aceitarão ou não a proposta.

Na região de Gaspar e Blumenau a greve continua e os trabalhadores paralisados afirmam ser contra o acordo, porém, terão que aceitar a decisão da maioria dos sindicatos espalhados pelo Brasil, que durante toda esta quarta-feira, 5, devem se reunir em assembleia para definir se aceitam ou não a proposta.

A proposta da ministra prevê o reajuste de 6,87% (reposição da inflação do período) retroativos a agosto de 2011 e aumento linear de R$ 80,00 em outubro. Isso significa um aumento real de 9,9% no salário inicial do agente de Correios, sem contar a reposição da inflação. O acordo prevê o desconto de seis dias parados, de janeiro a dezembro de 2012. Os outros 15 dias deverão ser compensados aos sábados e domingos, até no máximo a segunda quinzena de maio de 2012.

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Greve dos Correios atrasa entrega de correspondências na cidade


Há uma semana, uma camiseta comprada em um loja online e enviada pelos Correios deveria ter chegado à casa do músico André Soberanski, 20 anos. Ele faz parte do grande grupo de brasileiros que costuma fazer compras pela internet e utiliza o serviço dos Correios para receber suas encomendas.

André ainda não foi ao centro de distribuição para verificar se sua encomenda pelo menos chegou até Gaspar ou então nem foi enviada para a cidade devido à greve dos funcionários dos Correios, que já dura mais de uma semana.
Com o quadro de funcionários reduzido, o correio de Gaspar trabalha dando prioridade a alguns serviços como Sedex, telegrama e malotes. ?Ao mesmo tempo que acho que devem fazer greve para lutar pelos seus direitos, acho complicado deixar tantas pessoas na mão, sem receber nada. É uma faca de dois gumes?, opina André.

As correspondências também não chegaram até a empresa de Alcides Knuth, 51 anos. O empreendedor gasparense não está recebendo nem suas correspondências normais e nem as  cobranças bancárias, que geralmente chegam até a empresa através dos Correios. ?Está acontecendo bastante de não chegar até nós. Quando isto acontece, ligamos para o fornecedor para nos enviar uma segunda via por fax ou então por e-mail?, explica.

Estas são apenas duas histórias que se repetem por todo o município e também em vários outros locais do país desde que os funcionáriso dos Correios entraram em greve. Alguns dos serviços oferecidos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos também foram cancelados devido à paralisação.
São serviços como o Sedex 10, que entrega a encomenda até as 10h do outro dia, o Sedex Hoje, que entrega até o final do mesmo dia, ou o Disk Coleta, que estão cancelados até que a situação se normalize em todo o país.

O que dizem os Correios

O presidente da estatal, Wagner Pinheiro de Oliveira, deu uma entrevista coletiva à imprensa onde afirmou que ?para continuar fiel ao seu caráter de agente do governo federal para a integração social, os Correios estão fazendo o possível para minimizar os efeitos da greve e continuar atendendo bem a população?.

Apesar da situação em Gaspar ser de um efetivo bastante pequeno trabalhando, o presidente afirmou que, em nível nacional, 23% do total de efetivos e 40% dos carteiros aderiram à greve. Mais uma vez, Pinheiro pediu para que os trabalhadores voltem aos seus postos de trabalho e também à mesa de negociações. Para o presidente, o caminho para a resolução seria este. Em um quadro atualizado nesta quinta-feira, 21 de setembro, e divulgado pela assessoria de imprensa da estatal, o percentual de grevistas do atendimento das agências seria de 5,3% do total; de tratamento, 28,6%; de distribuição, 31,8/% e de administrativo, 0,17%. Isto totaliza 20,87% do efetivo total de Santa Catarina.

Edição 1328

Comentários

vanilson
23/09/2011 17:00
É uma questão complicada. Cada um tem o direito de lutar por uma condição melhor de vida, quem trabalha em empresas privadas não pode se dar ao luxo de ''cruzar'' os braços e esperar para ver o que vai acontecer, já os funcionários públicos, concursados, tem essa possibilidade. Sou a favor da negociação sem paralização, pois esse tipo de manifestação prejudica única e exclusivamente o povo. Nossas contas tem data para vencer e todos nós sabemos que se não pagarmos em dia, somos penalizados. Outro exemplo, é a greve nos transportes, quem é afetado? Nós, os usuários...
mauricio zimmermann
23/09/2011 12:36
Como é fácil quando se trabalha no serviço público entrar em greve.É só o que a gente vê. Não se ouve mais falar em greve no setor privado, ninguém vê nenhuma empresa parar de trabalhar por causa de greve. E quem sofre com essas paralizações é o povo, até uns dias atrás eram os professores estaduais que ficaram, incríveis , dois meses parados,e os alunos perderam o ano letivo, não vi nessa greve os colégios particulares pararem e aí quando forem realizadas as provas do ENEM quem irá tirar as melhores notas ?? Quem será o culpado por todas estas greves que acontecem em todos os setores dos governos, sejam eles federais , estaduais ou municipais. Será falta de interesse dos governantes , ou ações de líderes sindicais que tem interesses próprios para se darem bem na vida e usam os trabalhadores para conseguirem o que querem? O que toda população sabe é que sempre sobra pra ela ter que engolir esse tipo de manifestação, o prejudicado sempre vai ser o povo. Está na hora do congresso avaliar se não seria melhor mudar a constituição e restringir um pouco o direito de greve no serviço público,encontrar uma melhor maneira de negociar salários sem que o povo sofra com paralizações na saúde , educação , segurança e outros setores do governo. Isso chega a ser uma vergonha, prejudicar uma população inteira por causa de um pequeno aumento de salário, se formos olhar no fim da greve o que se conquistou, veremos que chega a ser uma piada o aumento que foi dado. Até hoje eu não vi nenhum sindicato vir na imprensa e divulgar a conquista com a greve, eu acho que até eles no fim tem vergonha de mostrar "AS CONQUISTAS" se é que tiveram alguma. Reflitam bem.

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