AVC mata uma pessoa a cada seis segundos - Jornal Cruzeiro do Vale

Depois de passar quatro dias entre a vida e a morte na UTI, seu Sebastião Meira passou a ter mais cuidados com a saúde. O homem de 63 anos sofreu um AVC Tronco Cerebral em janeiro deste ano e segundo a família só não morreu ?porque Deus não quis?.

O AVC sofrido neste ano foi o mais grave, mas não o primeiro na vida de Sebastião. Em 2005 o senhor morador do Jardim Primavera teve o primeiro AVC e depois deste, outros 15, que deixaram algumas sequelas em sua mente e seu corpo. ?Nós nem percebemos estes 15, pois foram menores, só ficamos sabendo depois que o médico falou?, conta a esposa, que hoje cuida da alimentação e do dia-a-dia do marido, para evitar novos AVCs.

Acidente Vascular Cerebral é uma manifestação muitas vezes súbita, de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial: espasmo, isquemia, hemorragia, trombose.

Uma recente pesquisa da RedeBrasil AVC revela uma pessoa morre a casa seis segundos em todo o mundo, independente de idade ou sexo. Para divulgar o problema a Organização Mundial de AVC está lançando a campanha ?Um em cada seis?, que tem como objetivo colocar a luta contra o AVC como tema central da agenda global de Saúde. A campanha comemora não apenas o fato de que o AVC pode ser prevenido, mas que os sobreviventes de AVC podem recuperar-se totalmente e manter sua qualidade de vida com o atendimento e tratamento correto e com o suporte adequado a longo prazo. Foi

Em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde está promovendo uma série de eventos relacionados ao Acidente Vascular Cerebral em comemoração ao dia 29 de outubro, Dia Mundial do AVC. Serão oferecidas palestras aos profissionais das UPAs, Emergências dos Hospitais e do SAMU, e também aos pacientes de Hospitais, que receberão informações estratégicas sobre os fatores de risco (HAS, DM, Dislipidemia) e a conduta adequada caso apresentem sintomas.


A doença

O AVC ocorre em qualquer idade e também afeta crianças, incluindo recém-nascidos. A doença é a segunda principal causa de morte no mundo, sendo responsável por cerca de seis milhões de mortes a cada ano. O AVC é responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à AIDS, tuberculose e malária juntos - três doenças que foram referências de sucesso em campanhas de saúde pública, capturando a atenção da mídia mundial e, consequentemente, convocando lideranças, governos e diversos setores da sociedade civil para agir. No Brasil, o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade, com um enorme impacto econômico e social.

?A participação da população e dos profissionais de Saúde na campanha em Santa Catarina é muito importante, pois conhecer os fatores de risco que podem levar ao AVC e a conduta a ser tomada no momento em que ele ocorre pode mudar a evolução da doença em nosso Estado, reduzindo a incidência, bem como evitando e reduzindo as sequelas?, avalia a neurologista Gladys Lentz Martins, coordenadora de Urgências e Emergências da Secretaria de Estado da Saúde.

O que é
Acidente Vascular Cerebral é um derrame resultante da falta ou restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, que pode provocar lesão celular e alterações nas funções neurológicas. As manifestações clínicas subjacentes a esta condição incluem alterações das funções motora, sensitiva, mental, perceptiva, da linguagem, embora o quadro neurológico destas alterações possa variar muito em função do local e extensão exacta da lesão.

Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para a manifestação de um AVC são: a idade, a patologia cardíaca, a diabetes mellitus, aterosclerose, heredietariedade, raça, contraceptivos orais, antecedentes de acidentes isquémicos transitórios (AIT) ou de acidentes vasculares cerebrais, hipertensão arterial, dislipidémia, sedentarismo, elevada taxa de colesterol e predisposição genética. Quanto maior for o número de factores de risco identificados no utente, maior será a probabilidade deste vir a ter um AVC.

Sinais e sintomas
As principais sequelas provenientes de um AVC são os défices neurológicos que se vão reflectir em todo o corpo, uni ou bilateralmente, como consequência da localização e da dimensão da lesão cerebral, podendo apresentar como sinais e sintomas perda do controlo voluntário em relação aos movimentos motores, sendo a disfunção motora mais comum, a hemiplegia (devido a uma lesão do lado oposto do cérebro); a hemiparésia ou fraqueza de um lado do corpo é outro sinal. Existindo assim um comprometimento ao nível das funções neuromuscular, motora, sensorial, perceptiva e cognitiva/comportamental.

Fonte: www.acidentevascularcerebral.com

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