O caminhão, parado próximo à garagem, era carregado com todos os móveis e outros pertences que a família tinha na casa localizada às margens do rio, na rua Pedro Simon. A cada dia que passa, um pouco mais de terra cai e faz com que o barranco do rio fique mais próximo da residência.
Com a enchente deste ano, um grande volume de barro cedeu, deixando a casa sob ameaça. ?Estou indignada. Meus sobrinhos moram na casa e já faz dois anos que pedimos para que a prefeitura coloque pedras para que não desbarranque mais?, protestou Idalina Simon da Costa, 62 anos.
José Roberto Martins, 52 anos, morador da casa, declarou que já havia alertado o prefeito Celso Zuchi e a coordenadora da Defesa Civil Mari Inez Testoni Theiss de que a casa precisava de proteção. A casa em que morava em 2008 foi interditada pela Defesa Civil devido à tragédia, então se mudaram para a casa vizinha, que pertence à irmã de sua esposa ?Gostaria de ajuda da prefeitura. Já fizemos um orçamento e seria preciso R$150 mil para cada casa. Agora vamos tirar tudo, até o telhado, só vamos deixar a parte de madeira para não fazer peso sobre o barranco?, contou.
Sua mulher, Rosane Simon Martins, 49, acredita que se a prefeitura tivesse tomado alguma atitude anteriormente, o barranco não teria cedido mais um pouco. Os móveis foram levados para a empresa em que ela trabalha para que, caso a residência venha a cair, não sejam perdidos. ?Só vão arrumar isso quando estiver na estrada.Já nos disseram que nossa casa estaria em uma área da marinha, mas se este fosse caso, não teríamos a escritura e nem pagaríamos impostos?, indignou-se. Na casa, moram quatro pessoas, Rosane, o marido, um de seus filhos e um irmão dela. Até que a situação seja resolvida, irão morar na casa de parentes.
O que diz a Defesa Civil
De acordo com a coordenadora da Defesa Civil, Mari Inez Testoni Theiss, o órgão não recupera nenhuma residência particular, então a contenção da encosta teria que ser feita pela própria família. ?O custo é muito alto e não há garantia de resultados, pois pode haver deslizamentos. Apenas recuperamos parte de um terreno particular na Pedro Simon porque o deslizamento chegou até a via e não podemos deixar as pessoas sem acesso?.
Mari Inez sugere que a família faça um cadastramento para ganhar uma área segura da Defesa Civil, coisa que, segundo a coordenadora, não é inicialmente a intenção da família, que pretendia continuar morando no local.
Edição 1327
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