Desde que uma transportadora começou a funcionar próximo à rua Alberto Serafim Schmitt, no bairro São Pedro, há cinco anos, Maria Pereira Schmitt convive com rachaduras na parte da frente de sua casa de alvenaria. Ao lado, a vizinha Teresinha dos Santos reclama que, de tão carregados, caminhões com contêineres fazem a sua residência, de madeira, balançar mais do que o normal. ?Aqui não poderia passar?, afirma Crailton Mota, vizinho das donas de casa. Enquanto a reportagem do Cruzeiro do Vale estava no local, por cerca de meia hora, três carretas e dois caminhões de menor porte passaram na via.
Existem cerca de 50 casas na rua estreita, na qual os caminhões têm dificuldade para fazer a curva, chegando a bater nos imóveis em alguns casos. ?Já tive que me encostar no muro para o caminhão passar?, conta Teresinha. Além disso, os motoristas dos caminhões precisam desviar de carros estacionados. Segundo os moradores, o tráfego de veículos de carga fez o terreno afundar, menos de um ano depois que via recebeu obras de melhoria.
Ditran
Segundo o diretor geral da Ditran, Jackson José dos Santos, a passagem de caminhões não pode ser proibida da noite para o dia. ?São necessários estudos de engenharia para provar a relação entre o peso dos caminhões e os danos causados nestas moradias?, acrescenta. O diretor da Ditran pede que a transportadora e moradores se reúnam com o poder público para resolver a situação.
Lombadas
Apesar do tamanho do problema do tráfego de caminhões, a prioridade da comunidade é fazer com que os motoristas reduzam a velocidade. ?Carros e motos passam aqui a mais de 80 km/h. É perigoso porque as crianças brincam na rua?, conta Crailton. ?Colocar de volta as lombadas - que foram retiradas ano passado - é mais simples?, explica o vendedor.
De acordo com o diretor geral da Ditran, o poder público não pode colocar lombadas porque esse tipo de redutor de velocidade está proibido. ?A comunidade nos deve encaminhar um ofício pedindo faixa de elevação para pedestre - uma estrutura semelhante, com altura e largura diferentes - e placas de trânsito intenso de pedestres, crianças na via ou sinalização de limite de velocidade?, esclarece Jackson, que critica quem autorizou a retirada das lombadas. Por enquanto, a solução é os motoristas dirigirem com cuidado. Recentemente, moradores removeram lajotas da pista em protesto contra a situação.
Edição 1346
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