Falar de doenças sexualmente transmissíveis ainda é um tabu na sociedade dita moderna, porém, a informação é a melhor forma de prevenir a incidência destas doenças na população sexualmente ativa e por isso o Ministério da Saúde realiza ações focadas em orientar a população brasileira sobre a importância da prática do sexo seguro.
Uma campanha de orientação sobre a sífilis foi lançada neste mês de outubro e pretende atingir a população brasileira sexualmente ativa de todas as regiões do país, principalmente as gestantes, que correm o risco de repassar a doença para seus bebês. Um teste rápido de triagem está sendo distribuído no Sistema Único de Saúde, SUS, e será aplicado através da Rede Cegonha. ?Com a Rede Cegonha, o ministério quer garantir que 100% das gestantes e seus parceiros sexuais, tenham acesso ao exame de sífilis e, quando necessário, ao tratamento?, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Em Gaspar, os casos de sífilis são tratados nas próprias Unidades de Saúde. A orientação da coordenadora do departamento DST/Aids, enfermeira Camila Schramm, é para que a pessoa que tiver o sintoma da doença procure o posto de saúde o quanto antes. O tratamento é gratuito e está disponível para toda a comunidade.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto. O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.
Gestantes
A campanha do Ministério da Saúde está focada nas gestantes pois no Brasil a prevalência de sífilis em parturientes encontra-se em 1,6%, cerca de quatro vezes maior que a prevalência da infecção pelo HIV. De 2005 a 2010, foram notificados 29,5 mil casos de sífilis em gestantes, no país. No ano de 2009, a taxa de detecção para o país foi de três casos por 1.000 nascidos vivos. De 2000 a 2010, foram detectados no Brasil 54.141 casos de sífilis congênita em crianças menores de um ano de idade. Do total acumulado nesse período, a Região Sudeste registrou 24.260 (44,8%) casos; a Nordeste, 17.397 (32,1%); a Norte, 5.223 (9,6%); a Sul, 3.764 (7,0%); e a Centro-Oeste, 3.497 (6,5%).
A doença
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa.
O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Com o desaparecimento dos sintomas, as pessoas se despreocupam e não buscam diagnóstico e tratamento. Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Se não tratada, pode até levar à morte.
Sinais e sintomas
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve.
Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
Tratamento
Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença.
Edição 1336
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