As caixas de óleo formam grandes pilhas em uma sala na sede da Secretaria de Assistência Social. Os alimentos, recebidos após a enchente de setembro, estão sendo doados dentro das cestas básicas distribuídas às famílias atingidas e não teria nada de errado na distribuição se não fosse um detalhe: a data de validade vencida.
A validade do óleo de cozinha venceu em 03 de agosto deste ano e a enchente ocorreu em setembro, portanto, todas as pessoas que receberam cestas básicas com óleo, receberam o alimento vencido.
Em outra sala da sede da Secretaria se escondem várias pilhas de sacos de arroz com cinco quilos cada. O alimento venceu no dia 03 de novembro e continua sendo colocado nas cestas básicas distribuídas pela Secretaria.
O fato foi denunciado através de uma carta anônima escrita por uma pessoa que retirou a cesta básica na sede da Assistência Social. ?Além de receber minha cesta em um saco de lixo, me deparei com o azeite e o arroz vencidos. Não é justo. Quem busca ajuda não está mendigando, esse é um direito do cidadão gasparense, apenas queremos respeito?, diz a carta.
A equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro foi atrás das informações e conseguiu fotografar os alimentos armazenados na sede da Secretaria. Uma outra usuária, entrevistada pela reportagem e cujo nome não será divulgado para preservar sua identidade, confirmou ter recebido óleo e arroz em sua cesta. O óleo ela utilizou e nem percebeu se estava vencido. O arroz ainda está em sua casa, com a data de validade vencida.
O que diz o secretário de Assistência Social, Roberto Procópio
Procurado pela equipe de reportagem, o secretário de Assistência Social, Roberto Procópio de Souza, nega estar distribuindo cestas básicas com produtos vencidos. O secretário confirma a existência dos alimentos na sede da Secretaria, mas garante que não estão mais sendo distribuídos. ?Estávamos entregando as cestas e quando vimos que tinham alimentos vencidos, paramos de distribuir. Não sei ainda o que faremos com os alimentos que estão armazenados na Secretaria, mas são poucos?, justifica o secretário, que diz não ter conhecimento de alimentos vencidos terem chegado às mãos dos usuários.
Edição 1350
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