Cinza invade o ar e causa transtorno para moradores - Jornal Cruzeiro do Vale

Cinza invade o ar e causa transtorno para moradores

13/10/2009

7800x53MD.jpgA tarefa de varrer a calçada em frente à sua casa já virou rotina para Maria Tereza Venhorst. Pelo menos duas vezes ao dia, a moradora do bairro Coloninha precisa limpar as imediações de sua residência devido a grande quantidade de cinzas que são lançadas pela chaminé da Linhas Circulo, empresa localizada ao lado de sua casa.
O material queimado é lançado ao ar junto com a fumaça e se acumula no chão, em plantas e até mesmo dentro da casa de Maria. "Já faz uns dois meses que isso começou. É uma sujeira terrível que invade a casa. Esses dias eu coloquei um avental branco no varal e em menos de meia hora ele já estava todo preto. Assim não posso mais nem deixar minhas próprias roupas secando no quintal", explica a moradora, que trabalha como técnica de enfermagem em um hospital de Blumenau.
As cinzas são provenientes do cavaco que é queimado na carvoeira da empresa. O diretor da Linhas Círculo, José Altino Comper, explica que o problema começou depois que o combustível utilizado para a queima foi substituído, há cerca de 40 dias. "Por questões econômicas e ambientais optamos por trocar a lenha por cavaco. Essa medida foi adotada por diversas empresas que visitamos e nenhuma havia apresentado um problema semelhante", esclarece.
Na manhã da última sexta-feira, a diretoria da empresa esteve reunida com uma comissão de moradores e representantes da fornecedora do material, a Fogo do Sul. Na oportunidade, os representantes explicaram que as cinzas estão sendo lançadas ao ar por não estarem sendo completamente queimadas devido à umidade do material, molhado em função das chuvas e tempo fechado na região.
Um filtro que atuará como um "lavador de fumaça" já foi adquirido pela Linhas Círculo para evitar que as cinzas continuem a ser lançadas nos arredores da empresa. O equipamento deve ser instalado dentro de duas semanas. "Este é um compromisso nosso com a comunidade. Nossa intenção com a substituição foi colaborar com o meio ambiente e não prejudicar os moradores", destaca José Altino.

Cinzas
Ao redor da casa de Maria, as plantas e flores estão manchadas com a cor negra das cinzas e ameaçam murchar, pois o solo está coberto com o material. A moradora acrescenta que sempre que sai para trabalhar no jardim e cuidar das plantas, fica cheia de sujeira. "É um transtorno muito grande e além disso também estou começando a ter problemas de saúde por causa disso. O ar fica seco e não paro de tossir desde que esse material começou a sair da chaminé", revela.
Outros moradores do bairro, como a vizinha de Maria, Marilze Bohn, e o comerciante Gilberto Fabio Zimmermann, também sofrem com a situação. Eles contam que muitas vezes precisam deixar suas casas fechadas para que a sujeira não entre e ressaltam que estão aguardando a instalação do filtro para que o problema seja solucionado.

 

9800x53PQ.jpgCinzas que são lançadas junto com a fumaça pela chaminé da carvoeira se acumulam sobre plantas e terrenos dos moradores que residem nas imediações da empresa. Sujeira causa transtorno para a comunidade e comerciantes, que precisam varrer as calçadas constantemente

 

8800x53PQ.jpgCavaco fica armazenado no terreno da empresa e substitui a lenha que era usada como combustível. Medida foi adotada como forma de contribuir para a preservação do meio ambiente, já que as lascas podem ser retiradas de qualquer madeira

 

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