Utilizando a experiência obtida nos anos em que trabalhou em grandes organizações, Claudionor da Cruz Souza exercerá a função de presidente da Câmara de Vereadores de Gaspar. O vereador filiado ao PSDB tem como foco a revisão do regimento interno, para que ele passe a estar de acordo com a atual realidade de trabalho dos vereadores, além de dar mais atenção à área de comunicação, trazendo transparência ao executivo.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Cruzeiro do Vale, ele falou mais sobre estes pontos e também diversos outros assuntos.
? Cruzeiro do Vale - O senhor é conhecido por ter trabalhado em grandes organizações e de sucesso. O que dessa experiência pode ser trazido para o Legislativo?
Claudionor Cruz e Souza - Gestão de pessoas, liderança, planejamento e análise financeira. Com relação à gestão de pessoas e liderança é imprescindível para o bom relacionamento com os demais vereadores, pois além do dia-a-dia ainda temos o convívio junto às comissões permanentes, com os funcionários da casa que nos dão o alicerce para todas as atividades administrativas e jurídicas e não poderia esquecer os nossos assessores que são nosso backup e representantes legais. Planejamento e análises fazem parte do nosso cotidiano, principalmente quando ocupamos a comissão de economia (dois últimos anos) e demais reivindicações recebidas do cidadãos gasparenses.
? CV - Esta é a sua primeira experiência como vereador. O que o surpreendeu? O que lhe decepcionou?
Claudionor - Os processos e procedimentos da vida pública legislativa são muito diferentes da vida privada e o que mais chamou a atenção é a questão de tomada de decisão, pois há muitas burocracias e morosidade. Não gostaria de usar a expressão decepção, pois todo dia é um aprendizado e que vale muito, entretanto, o poder Legislativo se esforçou muito em atender as solicitações da comunidade através de indicações e requerimentos mas o grau de atendimento por parte do executivo ficou muito abaixo do esperado.
? CV - O senhor foi eleito presidente num acordo que criou o rodízio anual e que já deu esta vaga ao PP, PMDB e deverá dar ao PT no ano que vem. O senhor se sente preparado para esta função já no primeiro ano de mandato?
Claudionor - Estar preparado é um estado de espírito, pois quem não aceita desafios não se desenvolve e não cresce. Particularmente me sinto muito tranquilo em assumir esta casa de leis e com certeza absoluta de que a cada dia estarei mais preparado e com disposição de fazer melhor. Não tenho medo de me expor, pois em toda minha vida familiar e profissional meus atos e decisões sempre foram voltados ao bem. Já com relação ao acordo, ele demonstra a maturidade dos presidentes de partidos que apesar das divergências partidárias podem e devem ter respeito com acordos e que no meio político também se pode usar o ditado popular: O que é combinado não custa caro.
? CV - Quais os principais pontos que o senhor elegeu para o período em que o senhor será presidente? Quais as inovações? O que vai mudar?
Claudionor - Entendo como prioritário a revisão do regimento interno e lei orgânica, pois entendo que diversos assuntos devam ser atualizados conforme a demanda atual. Iniciaremos os estudos e projetos para a construção da nova Câmara Legislativa. Precisamos fazer um trabalho maior de mídia com os atos da câmara através dos instrumentos de comunicação da cidade. Enfim, meu papel principal é dar celeridade as atividades inerentes a câmara com a melhor qualidade e transparência possível.
? CV - O Executivo tem maioria na aliança que tem com o PP. O senhor acha que pode sofrer revezes técnicos como o seu antecessor sofreu no caso da Lei que permite a contratação de 17 assessores em cargo em comissão?
Claudionor - Desconheço esta aliança do PT e PP, mas caso o ocorra caberá aos seus presidentes emitirem uma opinião sobre a mesma e inclusive se possível um esclarecimento sobre a aprovação dos 13 assessores pois fui contrário a este projeto (não esquecer que as 4 contratações para o Belchior fomos favoráveis e foi aprovado).É importante ressalvar que tenho absoluta confiança nos trabalhos do nosso procurador da câmara e os dos assessores jurídicos.
? CV - O senhor é do PSDB, que a princípio é Oposição. O senhor declarou depois de eleito que como presidente do Legislativo o senhor não faria oposição ao Executivo, que é do PT. O que o senhor quer exatamente com isso?
Claudionor - O PSDB é oposição e permanecerá como tal. Agora, para ficar bem claro e entendido: Quando mencionei que não faria oposição é justamente por estar como presidente e que por essa atribuição não tenho direito a voto (exceto quando houver empate, que por via de regra seria exceção, pois somos em 10 vereadores).
? CV - O que o Legislativo pode contribuir de forma decisiva para as casas dos desabrigados, o cumprimento do Plano Diretor, a construção da nova ponte e do Anel de contorno?
Claudionor - Creio que a palavra chave seja: mobilização. Nestes últimos dois anos o legislativo já realizou diversas audiências públicas, esteve presente junto ao governador do estado e conquistou diversas obras para Gaspar como o asfaltamento no Belchior Baixo, a construção do ginásio de esporte do Ivo d?Aquino, participou da desobstrução da passagem do Arraial e na construção da nova ponte no Belchior Baixo, vereadores conquistaram verbas de gabinetes na esfera federal que também foram aplicadas no município. Todos os pontos mencionados são muito importantes para Gaspar e para seus cidadãos, mas quando menciono mobilização quero dizer que deverá ter a participação dos poderes municipais, da comunidade, das entidades de classes, dos empresários, enfim de todos.
? CV - O senhor não acha que o Legislativo falha quando aprova leis que são derrubadas na Justiça ou reprovadas pelo Tribunal de Contas? Como aprimorar esse entendimento?
Claudionor - Novamente uma palavra que gera polêmica: Falha. Veja só, todos somos regidos por leis (federais, estaduais e municipais) e que por entendimento legal deveria ser igualitário a todas as pessoas, entretanto, quando recorrido por alguém teremos a questão da ?interpretação? judicial. Nestes dois últimos anos não tivemos a reprovação de nenhuma conta pelo tribunal de Contas, apenas pontos de atenção ao executivo com relação aos gastos realizados versus previstos (LOA). Em resumo, precisamos ter profissionais capacitados, dedicados, motivados e com treinamentos regularmente para estarmos atualizados e seguros nas decisões tomadas.
? CV - Qual o papel da imprensa durante o seu mandato?
Claudionor - Quero ter a participação direta com a imprensa, seja escrita ou falada, pois através destes meios de comunicação é que poderemos estar apresentando à população as propostas desta casa de leis, as decisões aqui tomadas, discussões dos projetos, convites das audiências públicas, enfim, ter a maior tranquilidade de demonstrar a transparência das atividades legislativas.
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