Comércio prevê queda nas vendas de cigarro - Jornal Cruzeiro do Vale

O hábito de fumar pesará mais no bolso dos brasileiros a partir de maio. O Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, no cigarro sofrerá um aumento de 20% nas marcas mais baratas e até 25% nas mais caras. Comércio gasparense prevê queda nas vendas e diminuição no consumo do produto.
Carlos de Souza, proprietário da Lanchonete Jardim, na rua Coronel Aristiliano Ramos, conta que os cigarros que hoje são comercializados com preços menores irão ultrapassar a faixa dos R$ 3 e já começa a se preparar para enfrentar os consumidores. "Pelo menos o aumento foi em cima de um produto supérfluo e não de algo essencial, como a comida, por exemplo", explica o comerciante.
O acréscimo na taxação faz parte de uma tentativa feita pelo Governo Federal de equilibrar a arrecadação.
A medida teve de ser tomada após o governo ter reduzido a cobrança de impostos para veículos e materiais de construção, dentro do plano de combate à crise econômica que afetou diferentes países.
Mesmo com o aumento anunciado pelo governo, o preço do maço de cigarros no Brasil continuará baixo em relação a outros países. Com a nova alíquota, os preços ficarão entre R$ 2,90 e R$ 4,50, aproximadamente, enquanto que nos Estados Unidos o maço custa R$ 11,60 e na Europa, R$ 10,70.
A expectativa de profissionais da saúde é de que o consumo seja reduzido e que a medida reflita na saúde pública, tendo em vista que o cigarro é um dos principais causadores do câncer de pulmão, segunda maior causa de morte por doenças no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, Inca.

Tabagismo
Com a medida, o governo também espera dificultar o primeiro contato de crianças e adolescentes com o tabaco.
De acordo com a pesquisa "Inquérito Nacional sobre Tabagismo entre Escolares", feita pelo Inca entre 2002 e 2003 em 12 capitais brasileiras, de 36% a 58% dos adolescentes entre 13 e 15 anos do sexo masculino e de 31% a 56% do sexo feminino já haviam fumado ou tido contato com cigarro.