O Dia Mundial de Combate ao Câncer é celebrado em 4 de fevereiro com o objetivo de aumentar a conscientização dos exames preventivos, assim como no incentivo ao tratamento. A origem da data está enraizada na necessidade de unir esforços em escala global para enfrentar um dos maiores desafios da saúde moderna. E, para celebrar a saúde, que tal relembrar a história de Carmelita Alves de Andrade Zermiani? Ela venceu o câncer e hoje compartilha seu relato de superação.
Carmelita, de 58 anos, é moradora do bairro Santa Terezinha, em Gaspar, e foi diagnosticada com um adenocarcinoma pulmonar que se espalhou rapidamente para diversas partes do corpo em 2022. “Comecei a sentir fraqueza, tinha tosse frequente e perdi muito peso. Ia no postinho e não achavam nada, até que pediram um raio-x do tórax e procurei o atendimento particular. A médica quando viu meus exames disse pra eu ir direto ao Hospital Santa Isabel, pois eu tive um pequeno derrame nas cordas vocais”, relembra a gasparense.
Novos exames foram realizados e Carmelita começou a se sentir preocupada. “Vieram cinco médicos, da equipe de oncologia, conversar comigo. Me disseram que eu tinha um câncer. Demorou um pouco para a minha ficha cair. Nunca fumei e nunca bebi. Comecei a chorar muito e, desde o começo, tive o apoio do meu esposo e da minha filha. Mas se Deus botou isso no meu caminho, eu sabia que ia precisar ser muito forte”, conta.
A gasparense foi diagnosticada com câncer no pulmão. Porém, em pouco tempo, se espalhou para o fígado, tórax, ossos, pescoço, coluna e até próximo à principal veia do coração. “Eu só rezava e pedia para que Jesus segurasse minha mão direita e Nossa Senhora na minha mão esquerda. O tratamento não foi fácil, inchei muito, tive falta de ar... cheguei a cuspir sangue. Mas sempre fui muito bem atendida e cuidada. Minha médica era muito humana, realmente se formou para ajudar as pessoas”, destaca Carmelita.
Com o diagnóstico em mãos e uma doença muito grave para enfrentar, Carmelita contou com muito apoio da família. Além do suporte emocional, o esposo e a filha foram essenciais para encarar as burocracias que estavam por vir. “Todo dia eu recebia notícias desanimadoras. Até que em um momento a equipe que cuidava de mim disse que eu não poderia fazer quimioterapia, que eu precisava tomar um medicamento. Mas era um remédio extremamente caro. E minha amada filha foi fundamental nessa luta”.
O caixa do medicamento que Carmelita precisava tomar custa R$42 mil. “Sem me contar, acho que para me poupar de mais uma preocupação, minha filha abriu uma vaquinha na internet e conseguiu o dinheiro da primeira caixa. Deus tocou o coração de muita gente. Para a segunda, foi feita uma rifa na família. Fui muito abençoada. A partir da terceira caixa, conseguimos com o governo”.
Carmelita enfrentava tudo de cabeça erguida e com muita força. “Eu tinha motivações maiores que a doença. Minha filha única estava grávida na época. Eu queria muito conhecer o meu neto, ver ele crescer e ajudar na sua criação. Minhas orações eram para que eu resistisse ao câncer para viver a experiência de ser avó, ver a minha filha como mãe. Até que veio a notícia que nós tanto esperávamos: o remédio fez efeito e eu ganharia alta“, explica.
Foram meses de angústia, medo, incertezas e muitas orações. A tão sonhada cura foi anunciada. “O câncer sumiu de tudo. Eu não poderia estar mais feliz... Desde então, minha fé foi renovada e eu tenho ainda mais gratidão ao ar que eu respiro, à água que eu tomo, à comida que eu como. Aquela doença é tão triste que consome a pessoa por dentro. E é de dentro que vem nossa fé. Eu tenho muito a agradecer. Primeiramente a Deus, depois à minha família e à equipe médica que sempre cuidou de mim”, agradece Carmelita Zermiani emocionada.
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