Cruzeiro do Vale lança Edição Especial Histórias de Natal - Jornal Cruzeiro do Vale

Cruzeiro do Vale lança Edição Especial Histórias de Natal

20/12/2010

Da Redação

 

Histórias de Natal


Casa decorada com artigos natalinos, pinheiro colorido com enfeites em verde e vermelho e repleto de presentes embaixo, mesa preparada especialmente para a ceia e toda a família reunida.

A típica cena natalina se repete em milhares de lares todas as noites do dia 24 de dezembro. Brasileiros, chineses, alemães, italianos, canadenses, peruanos. Não importa a nacionalidade, a cor e nem a classe social, em todo o mundo o nascimento do menino Jesus é festejado pelas famílias de forma tradicional, com a presença dos pais, filhos, avós, tios, primos e todos aqueles a que amamos e queremos bem.

Porém, para muitas pessoas, o natal não significa estar ao lado da família. Para muitas crianças a noite do dia 24 de dezembro é passada nas ruas, dormindo em bancos de praças  e muitas vezes até no chão, ao lado de andarilhos, usuários de drogas e alcoólatras.

Para muitas pessoas a noite do dia 24 de dezembro é apenas mais uma noite, comum, como as muitas vividas em suas vidas indignas, desprezadas, marginalizadas pela sociedade.

Para outros, a noite até se torna um momento especial, mas raramente ou quase nunca vivido e desfrutado ao lado dos familiares. São pessoas que vivem em asilos, abrigos, centros de recuperação, presídios, no hospital, e estão afastadas daqueles que amam por falta de opção ou até mesmo pela necessidade de precisar trabalhar na noite de natal. Para estas pessoas o natal é comemorado, porém, sem a presença de muitos daqueles que eles ansiavam compartilhar este terno momento.

Esta Edição Especial de Natal preparada pela equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro do Vale retrata um pouco do natal vivido por estas pessoas. São histórias de natal. Nem tão felizes quanto as vividas pelas famílias tradicionais, mas também não tão trágicas como as vividas pelos moradores de ruas, flagelados e esquecidos pela sociedade.


São histórias de pessoas comuns, que aprenderam a celebrar esta especial data ao lado das pessoas que a vida incumbiu de lhes tornar próximas e aprenderam a aproveitar cada momento de forma intensa, e sem limitações.

Que estas histórias sirvam de modelo e exemplo para todos os leitores do Jornal Cruzeiro do Vale. Que sirvam para tocar corações, sensibilizar e mostrar que muito além das comidas, bebidas e presentes, o natal é um momento especial, de mostrar amor, perdão, solidariedade e festejar o nascimento daquele que veio para revelar amor incondicional e se entregou para o bem de toda a humanidade. Feliz Natal!

Histórias de Natal


Casa decorada com artigos natalinos, pinheiro colorido com enfeites em verde e vermelho e repleto de presentes embaixo, mesa preparada especialmente para a ceia e toda a família reunida.

A típica cena natalina se repete em milhares de lares todas as noites do dia 24 de dezembro. Brasileiros, chineses, alemães, italianos, canadenses, peruanos. Não importa a nacionalidade, a cor e nem a classe social, em todo o mundo o nascimento do menino Jesus é festejado pelas famílias de forma tradicional, com a presença dos pais, filhos, avós, tios, primos e todos aqueles a que amamos e queremos bem.

Porém, para muitas pessoas, o natal não significa estar ao lado da família. Para muitas crianças a noite do dia 24 de dezembro é passada nas ruas, dormindo em bancos de praças  e muitas vezes até no chão, ao lado de andarilhos, usuários de drogas e alcoólatras.
Para muitas pessoas a noite do dia 24 de dezembro é apenas mais uma noite, comum, como as muitas vividas em suas vidas indignas, desprezadas, marginalizadas pela sociedade.

Para outros, a noite até se torna um momento especial, mas raramente ou quase nunca vivido e desfrutado ao lado dos familiares. São pessoas que vivem em asilos, abrigos, centros de recuperação, presídios, no hospital, e estão afastadas daqueles que amam por falta de opção ou até mesmo pela necessidade de precisar trabalhar na noite de natal. Para estas pessoas o natal é comemorado, porém, sem a presença de muitos daqueles que eles ansiavam compartilhar este terno momento.

Esta Edição Especial de Natal preparada pela equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro do Vale retrata um pouco do natal vivido por estas pessoas. São histórias de natal. Nem tão felizes quanto as vividas pelas famílias tradicionais, mas também não tão trágicas como as vividas pelos moradores de ruas, flagelados e esquecidos pela sociedade.
São histórias de pessoas comuns, que aprenderam a celebrar esta especial data ao lado das pessoas que a vida incumbiu de lhes tornar próximas e aprenderam a aproveitar cada momento de forma intensa, e sem limitações.

Que estas histórias sirvam de modelo e exemplo para todos os leitores do Jornal Cruzeiro do Vale. Que sirvam para tocar corações, sensibilizar e mostrar que muito além das comidas, bebidas e presentes, o natal é um momento especial, de mostrar amor, perdão, solidariedade e festejar o nascimento daquele que veio para revelar amor incondicional e se entregou para o bem de toda a humanidade. Feliz Natal!

Adolescente espera pelo último natal no abrigo


mg0004MD.jpgAs comemorações natalinas nunca fizeram parte da vida da adolescente A.L.S. A menina, moradora do abrigo municipal mantido para adolescentes retiradas do ambiente familiar, revela que só aprendeu o que era o natal quando chegou na casa, em 2007. ?Até então o natal era apenas mais um dia para mim. Ouvia falar, via as propagandas na TV, mas na minha casa nunca comemorávamos nada?, revela a adolescente de 17 anos.

A.L.S. morava com sua avó e a falta de estrutura familiar sempre impediu que a especial data fosse motivo de comemorações em sua casa. ?Posso afirmar que minha vida mudou muito depois que vim para o abrigo. Aqui aprendi qual o verdadeiro sentido do natal e aprendi a dar valor às pessoas que amo?, conta.

Esta natal de 2010 será o último da adolescente na casa. Ao completar 18 anos ela passará a  morar sozinha e por isso este natal será ainda mais especial para ela. ?Espero que possamos comemorar todas juntas, com muita união. Vou sentir falta de tudo isso?.

Apesar das alegrias vividas nesta época do ano, A.L.S., conta que no ano passado aconteceu algo que todas as meninas da casa acabaram se decepcionando.  ?Um grupo de mulheres veio aqui e meio que nos adotou para o natal. Elas nos deram presentes e nos levaram para comemorar o natal em um evento delas. Elas eram nossas madrinhas e nós gostamos muito disso. Porém, depois do natal elas não apareceram mais e muitas de nós ficamos esperando por elas. Achamos que elas seriam madrinhas o ano todo, não apenas no natal?, revela a adolescente.

Apesar desta decepção, as expectativas de A.L.S. para este natal são as melhores e ela já conta os dias para viver mais este especial momento ao lado das outras meninas, que considera serem sua família.

Lembranças da família estão esquecidas


fotocapa1MD.jpgA passagem por diversos lares deixou lembranças que nunca sairão da memória de L.J.Q. O adolescente de 15 anos foi retirado da família aos quatro anos de idade e desde então já passou por diversos lares até chegar ao abrigo dos meninos, mantido pelo Município para adolescentes retirados do convívio familiar.

Como passou poucos anos ao lado de seus familiares, L.J.Q. não lembra de como eram os natais em sua casa, tudo o que o adolescente recorda é que tinha muito medo do Papai Noel. ?Eu morava com minha avó adotiva, daí um dia minha mãe apareceu e se apresentou como minha irmã. Um dia ela me levou com ela para um bar e por isso me tiraram dela e eu fui para um abrigo de crianças mas, no natal, me deixaram ir para casa, porém, ela continuava a beber de mais e por isso voltei para o abrigo. Não consigo me recordar de como era o natal com ela?, relata.

A melhor lembrança de natal deste adolescente é do ano de 2007, quando ele chegou pela primeira vez na casa dos meninos e um dos garotos se vestiu de Papai Noel. ?Foi uma grande alegria. Todos os natais aqui são muito legais, pois somos uma família e fazemos todas as comemorações como um lar comum?. Além da troca de presentes e da ceia especial, os meninos do abrigo também decoram a casa para a chegada do Papai Noel e este momento torna a data ainda mais especial para todos os moradores do local.

Neste ano, L.J.Q. vai passar um dia do natal no abrigo e outro com a família de namorada. ?Agora estou aprendendo como é o natal em uma família. Gosto do natal, pois é uma época onde todos ficam solidários e mais dispostos a ajudar as pessoas?, reflete o adolescente.

 

Ela faz a alegria do São Simeão


fotocapa2MD.jpgQuando veio para o Brasil com sua família, a austríaca Erna Beron ainda era uma menina, mas as tradições dos natais vividos na Áustria ficaram guardadas na memória da pequena garotinha, que viu-se obrigada a fugir para um país de cultura estranha por causa da guerra.

Hoje, aos 69 anos, Erna tenta manter um pouco das tradições aprendidas na infância. Moradora do Asilo São Simeão, a forte senhora é uma das principais atrações do local nesta época natalina. Todo dia 6 de dezembro ela veste sua roupa de Papai Noel e visita cada um dos idosos moradores do asilo, distribuindo balas e muitos abraços e sorrisos. ?Esta foi uma forma que encontrei de tornar o natal por aqui mais alegre. Na Áustria iniciamos as comemorações no dia 6, que é o dia de São Nicolau. No primeiro ano que cheguei aqui não sabia como era o natal, percebi que eles precisavam de mais atenção, então decidi usar minha aposentadoria para comprar uma roupa de Papai Noel e desde então mantenho esta tradição?, conta Erna.

Há 13 anos esta austríaca com coração brasileiro escolheu morar no Asilo São Simeão. Filha única de pais falecidos e divorciada, Erna optou pelo local para não dar ?trabalho? à família de seu único filho. ?Gosto muito de estar aqui, somos como uma família. Meu filho sempre vem me visitar, mas escolho passar o natal aqui com eles, pois natal para mim é um momento de estar com quem a gente ama e eu amo estas pessoas aqui?, relata a senhora.

Para Erna, o natal é um momento mágico, onde o amor gera a reconciliação entre muitos parentes e amigos, onde as pessoas ficam mais solidárias e carinhosas. ?Sentimos isso por aqui, pois é nesta época que aparecem muitos voluntários para fazer doações e organizar festinhas. Recebemos muitas apresentações nesta época do ano, uma mais bela do que a outra e todas nos lembram o verdadeiro sentido do natal, que é o nascimento de Jesus?, finaliza.

 

 

 

Chegada do natal desperta a alegria de dona Áurea


fotopg7aureaMD.jpgO mês de dezembro é esperado com muita ansiedade por Áurea Voigt. A senhora de cabelos brancos e sorriso doce demonstra no falar a alegria que sente com a chegada do natal.

Áurea tem 84 anos e há um está no Asilo São Simeão. Seu primeiro natal no local foi no ano passado e ela conta que foi um momento muito alegre. ?Eu havia acabado de chegar no asilo e achei tudo muito legal. Recebemos tantas visitas, vimos tantas apresentações, que foi um dos natais mais lindos que já vivi. Todo final de semana o abrigo ficava cheio de voluntários que vinham nos visitar?, relembra a senhora.

A alegria vivida no mês de dezembro não se repetiu nos meses posteriores. Em janeiro Áurea esperava que as visitas continuassem, porém, quase ninguém apareceu para alegrar os idosos moradores do local. As visitas se resumiram ao período do natal e todos os idosos, sem exceção, passaram a contar os dias para que o ano passasse logo e dezembro chegasse novamente. ?Neste mês tudo é festa, é alegria, por isso gostamos tanto de dezembro?, conta Áurea.

O natal sempre foi uma época muito festejada na família de Áurea. Ao lado dos irmãos, pais, marido e filho ela celebrava o nascimento de Cristo, seu salvador, como ela mesma afirma. ?Passávamos todos os natais juntos, ceávamos juntos, compartilhávamos as alegrias do ano. Mas aqui no asilo também comemoramos juntos. Não sinto falta deles, pois aceitei vir pra cá, sabia que seria assim?, garante a senhora que afirma: ?para mim o natal é uma época especial pois celebrarmos o nascimento de Cristo e por isso é um dia de prestar homenagens àquele que nasceu para o bem de todos nós?.


Voluntários aparecem sempre em dezembro


Segundo os coordenadores do Asilo São Simeão, a movimentação esperada por todos os idosos no mês de dezembro é comum pois é na época de natal que muitas empresas, grupos de amigos, igrejas, e voluntários aparecem para passar um dia com os moradores do local, levam presentes, fazem apresentações, e depois vão embora. São raros os que voltam nos demais meses do ano e os idosos sentem falta destas visitas. Segundo os coordenadores, chega a faltar espaço na agenda do asilo para receber todos que querem passar um dia com os idosos em dezembro e sobram muitas das datas nos demais meses do ano. Para celebrar o natal com os 62 moradores do asilo, uma ceia especial está sendo preparada para o dia 24 e um almoço para o dia 25. Além disso, todos os ambientes receberam decorações natalinas, que alegram e despertam nos idosos este espírito de natal.

 

Dias são sempre iguais para quem está preso


fotopg8presoMD.jpgA noite de natal será mais uma noite comum na penosa rotina de Darbi de Mattos de Siqueira. Condenado a 30 anos e seis meses de prisão, Darbi está detido no Presídio Regional de Blumenau desde 2007, quando se entregou, na delegacia de Gaspar, e assumiu a autoria do assassinato do seu ex-cunhado.

No presídio cada dia é um novo dia, porém é sempre a mesma rotina. Acordar, trabalhar, fazer as refeições, tomar banho, ir dormir. Darbi está na regalia e por isso pode trabalhar. Ele cuida dos cães e também ajuda na cozinha e neste natal, o quarto ano em que passará no presídio, fará todas estas coisas, como se fosse mais um dia de trabalho. ?Aqui é assim, não temos final de semana, não temos descanso, pois cada dia trabalhado ajuda a reduzir nossa pena?, comenta. 

O crime, praticado de forma impensada, trouxe consequências graves para a vida deste pai de família. ?Sempre passei o natal com meus filhos, íamos viajar para a casa da minha mãe no Paraná, tínhamos momentos de muita diversão e união juntos e agora estou aqui, longe deles e de todos os que eu amo?, desabafa.

Se pudesse voltar atrás Darbi confessa que não teria agido da forma como agiu e, quem sabe, poderia estar ao lado daqueles que tanto ama neste natal de 2010. ?Agora não há mais o que fazer, só o que cabe a mim é manter um bom comportamento e esperar para o dia em que deixarei estas grades?, almeja com ansiedade. Enquanto espera pelo grande dia, Darbi se consola e busca por um bom relacionamento com os outros presidiários. ?Afinal, agora eles são a minha família?.


Natal será comemorado com ceia especial pela primeira vez

Diferente dos anos anteriores, onde Darbi e nenhum outro presidiário da ala masculina comemoraram o natal, neste ano de 2010 um momento especial está sendo preparado pela direção do Presídio Regional de Blumenau com o objetivo de promover ao menos um momento especial para os detentos.

Segundo a equipe que é responsável pela segurança do local, será oferecido um almoço especial em um final de semana ainda sem data definida. O almoço é uma promoção do presídio com a parceria de entidades da região, que estão fazendo doações para contribuir com um natal mais digno para aqueles que há muito já perderam sua dignidade.

 

Mulheres privadas da liberdade


fotopg9presaMD.jpg?Aqui aprendi a dar valor ao natal, à família, à liberdade?. A afirmação é de A.A.L., mas poderia representar o pensamento de todas as mulheres que, por um motivo ou outro, foram privadas da liberdade e encontram-se detidas na ala feminina do Presídio Regional de Blumenau.

O clima de natal, a troca de presentes, a ceia com a família. Todas estes momentos sempre fizeram parte da vida desta jovem de 33 anos, detida em meados de 2008 após ser flagrada praticando o tráfico de drogas.

O primeiro natal atrás das grades foi como um dia normal. O único momento em que as presas pararam para refletir foi na hora da ceia, quando elas se deram ao trabalho de fazer algo especial para ao menos lembrar que era natal.

Neste ano o natal será o mesmo. A.A.L. estará no presídio, aguardando ansiosa o momento em que poderá sair e ver a filha de apenas cinco anos de idade, que desde muito pequena está privada da presença da mãe todos os dias de sua vida. ?Como estou na regalia, terei direito a deixar o presídio por sete dias. Posso escolher entre natal ou ano novo, mas escolhi o ano novo pois acredito que com quem a gente passar a virada do ano é com quem a gente vai passar os demais dias do ano que se inicia e não poderia deixar de passar a virada com minha filha?, revela a jovem mãe.

Assim como A.A.L., outras dez mulheres estão na regalia, que é um espaço onde as presas podem trabalhar e assim contribuir com a redução de suas penas. Apesar do simbolismo do natal, que para muitos representa a união e o amor, destas dez mulheres, muitas escolheram passar o natal no presídio e o ano novo em casa. Talvez por já estarem desacreditadas do amor e da união em seus próprios lares.

 

Terceiro ano longe da família



fotopg11abreMD.jpgEntre um atendimento e outro, Juraci Vaz dos Santos, 32 anos, tem tempo apenas de comentar: ?Isso nunca para, o movimento é sempre muito grande?. Tanto durante o ano quando no período das festas de final de ano, há sempre muito trabalho pela frente para o homem que faz de tudo um pouco no Auto Posto Zimmermann. Além de frentista, ele ajuda na troca de óleo, na lavação e no gás. E esta não é a primeira vez que Juraci trabalha durante esta época. Pelo terceiro ano, ele ficará no local, atendendo àqueles que necessitam de combustível para seguir viagem e outros serviços.

?As pessoas costumam deixar tudo para a última hora, tanto a gasolina quanto troca e óleo?, comenta o frentista. O fato de Gaspar estar entre as cidades do Médio e Alto Vale do Itajaí e as praias, faz com que muitos motoristas de outros municípios parem no posto para reabastecer, e assim continuar o caminho em sentido ao litoral. No ano passado, Juraci trabalhou das 6h às 20h, pois, devido ao grande movimento que havia naquele dia, ele resolveu continuar na função para ajudar. Neste ano, seu horário, oficialmente, vai das 6h30 até às 14h30, porém, o frentista tem a expectativa de que o início do verão de 2011 tenha ainda mais movimento do que o de 2010.

Juraci é casado e pai de um filho, porém não passará o dia de Natal com sua família. No posto, trabalha-se em um sistema em que cada um fica seis dias e folga dois, e mais uma vez, o natal caiu entre os dias de trabalho do frentista. ?É claro que minha esposa fica triste, mas ela tem que entender meu trabalho. No dia 28 pego férias e então posso passar o ano novo com minha família e aproveitar ainda alguns dias de janeiro?.



Profissões de plantão

Enquanto algumas pessoas saem de férias e aproveitam o fim de ano com a família, outras trabalham em função do natal ou então não param sequer para apreciar o feriado. Muitas áreas de trabalho não param de trabalhar no feriado por terem de oferecer algum tipo de serviço que não pode ser interrompido.

Entre estes profissionais estão incluídos médicos, enfermeiros, frentistas de postos de gasolina, policiais militares e civis, agentes do Corpo de Bombeiros e pessoas que trabalham no setor hoteleiro. Todos estes trabalhadores sabem o motivo de seu trabalho contínuo. Mesmo que haja pouco movimento em cidades pequenas nesta época do ano, alguns destes profissionais são necessários em caso de acidentes, e outros na questão de hospedagem de turistas e pessoas que estejam de passagem pelo município.

Primeiro natal atrás do balcão



img2831MD.jpgNa noite de natal, as famílias costumam se reunir ao redor das mesas repletas de comida. Algumas oram, algumas apenas comem e conversam, mas todas se reúnem para passar a data festiva ao lado das pessoas que amam. Este ano, a noite de natal de Cremair da Silva Prim, 28 anos, será bem diferente do que ela está acostumada. Funcionária do Raul?s Hotel há cinco anos, ela está entre os escalados para trabalhar durante as festas de final de ano.

Esta é a primeira vez em que a reunião com a família é substituída pelo balcão da recepção do hotel, que já é seu lugar durante toda a semana. O marido, ela admite, não gostou muito da ideia de não ter a companhia da esposa no dia de natal. No entanto, a recepcionista resolveu que seria melhor trabalhar neste período e então pegar férias na mesma época em que seu marido. ?Em janeiro, toda a nossa família vai para a praia. Trabalhando agora, eu vou estar de férias neste mês e poderei aproveitar a praia com todos?.

Todos os dias, Cremair é responsável por cuidar da recepção de novos hóspedes e auxílio dos que já estão instalados no local, e trabalha em horário comercial, das 8h às 18h. No período das festas de final de ano, o horário muda um pouco, e ela fica nesta função das 14h às 17h.

O hotel não tem uma programação específica para esta data comemorativa, e de acordo com a recepcionista, na época de natal há menos movimento no local.
?Na semana de natal é tranquilo. Das datas de final de ano, o Reveillon é, geralmente, quando tem mais gente hospedada?.

Embora as horas de trabalho sejam reduzidas, o setor hoteleiro está entre os que não podem parar a labuta sequer nos feriados de fim de ano. Novos hóspedes podem aparecer a qualquer momento, e os que já se encontram no local devem sempre receber atenção para que se sintam à vontade e em casa.

 

Novas experiências do outro lado do mundo


As luzes da Torre Eiffel e do Arco do Triunfo, todo o ano mostradas através da televisão, se estendem de Paris para todo o resto da França, deixando o país não apenas iluminado, mas em clima de natal. Dimas Bornhausen Neto esteve ano passado no país, em um intercâmbio de universidades e presenciou um pouco do que é a França no período de final de ano.

Apesar de ter passado a data da festividade com uma amiga brasileira na cidade de Grenobles e ter participado de uma ceia de Natal com vários brasileiros em Lille, cidade em que morava, Dimas pode perceber as mudanças que ocorrem nas ruas. O que mais lhe chamou a atenção foi o chamado marché du Nöel, mercado de natal. Ele diz que estes mercados não aparecem apenas na França, mas em toda a Europa, assim que se aproxima o final do ano.

?Este tipo de feira é popular em toda a Europa. Há barraquinhas, muito parecidas com aquelas de festas de igreja, uma ao lado da outra, vendendo os mais variados tipos de artigos de natal. Além disso, as famílias costumam passear por estes locais, que contam até mesmo com brinquedos de parque de diversões?, conta o estudante de Comércio Exterior. Árvores de Natal e a figura do Papai Noel também fazem parte da decoração natalina das ruas, casas e estabelecimentos franceses. Quanto às comidas típicas, Dimas afirma não ter conseguido distinguir nada muito diferente do que existe no Brasil. Ele cita que apenas os churros, tão comuns no verão e festas brasileiras, só aparecem durante esta época do ano, no mercado de natal.

Há vários anos, quando estava no ensino médio, Dimas estudou em escolas americanas, e pode passar um típico natal de família nos Estados Unidos. ?As pessoas enchem as casas de luzes, telhados, janela, árvores, é tudo muito enfeitado. E a ceia é bem farta, com comida bem similar a que é servida no dia de Ação de Graças?.


Brasil também tem muitas opções de viagens para a época do natal

Para fugir da celebração de natal de todos os anos, da ceia com peru e troca de presentes sob um pinheiro, viajar é sempre uma boa pedida. Não é preciso, no entanto, sair do país e mergulhar em uma cultura totalmente diferente para encontrar boas opções de destinos.

No Brasil, a cidade de Gramado é famosa por receber nesta época do ano um grande número de turistas, que saem de suas casas em função do ?Natal Luz?. Decorada e preparada para a demanda de pessoas, Gramado oferece um leque de atrações, sempre em clima natalino, como o Desfile de Natal, a Fantástica Fábrica de Natal e a Arca de Noel. Em Canela, no Rio Grande do Sul, acontece o ?Sonho de Natal?. A cidade se reveste de cores, luzes e decoração temática, além de organizar grandes desfiles que enchem os olhos dos turistas.

Não apenas estas cidades oferecem opções para o natal. As agências de viagens contam com diversas alternativas, tanto para quem deseja um dia temático, quanto para aqueles que pretendem apenas conhecer um novo lugar.

 

Lembranças de um natal longe da família


fotocapa6MD.jpgAperfeiçoar o inglês, iniciado em um curso no Brasil, era um dos objetivos de Bruna de Almeida Marquetti, 19 anos, ao embarcar para os Estados Unidos no final de novembro do ano passado. Conhecer o país em que sua tia mora era outra das intenções da garota, que deste modo pode saber mais sobre a cultura e os hábitos de vida dos americanos.

Um pouco antes do Natal, ela conta, todas as casas ganham muitos enfeites. Há também as chamadas Candy Cane Lane, que existem em diversas cidades do país. ?É nome dado um quarteirão ou uma rua em que todos os moradores enfeitam as casas todos os anos para atrair visitantes, que batem foto em frente às casas e às vezes até com um Papai Noel?, explica. Bruna visitou a Candy Cane Lane do distrito de Woodland Hills, que fica em Los Angeles, Califórnia.

Este foi o primeiro Natal que a garota passou longe da família, e diz ter sido difícil passar esta data sem ela. ?Meu natal não foi ruim, fomos a uma missa de natal, ao asilo visitar conhecidos do meu tio, e ceamos na casa de parentes do meu tio. Mas não há nada como passar a data em família. Aqui temos música de Natal, rezamos antes de comer e cantamos ?Noite Feliz?. Lá não tive nada disto?. A ceia natalina que Bruna teve foi bem diferente daquela descrita por Dimas na página anterior. Ela acredita que, talvez por ter a refeição na casa de uma família rica, teve uma ceia completamente diferente do que é descrita nos filmes americanos. Ao invés de uma farta mesa, pequenos pratos, com pequenas porções de comida.

O que chamou mais a atenção dela em relação aos presentes foi o fato de os americanos trocarem poucos presentes. Apenas entre a família e crianças a troca acontece. Todos, principalmente amigos, costumam enviar cartões postais uns para os outros, com mensagens de natal, em nome de toda a família. Um pouco diferente da cultura brasileira, mas ainda assim, uma lembrança enviada com carinho.

 

Darci escolheu não passar o natal com a família


darci3MD.jpgAs lembranças do último natal que passou ao lado dos familiares causam dor e tristeza para Darci Passold. Era dezembro de 1998, depois de passar alguns meses internado em um centro de recuperação da cidade de Blumenau, onde tentava se livrar do vício do álcool, Darci viajou para Joaçaba, onde esperava encontrar a solidariedade da mãe, irmãos e primos. Mas, o que encontrou foi uma família desunida, com falsas ideias de solidariedade. ?Fiquei muito decepcionado. Eles não se deram ao luxo de se abster da bebida por consideração a mim. Foi muito difícil, pois eu não podia beber e eles bebiam a vontade na minha frente. Fiquei tão decepcionado que após a ceia peguei o primeiro ônibus de volta para Blumenau?, conta.

Hoje, aos 51 anos, Darci está novamente se tratando contra o vício. Ele é um dos internos da Casa de Recuperação Novo Rumo, que fica no bairro Arraial. E é lá, ao lado dos novos amigos e internos, que vai passar este natal de 2010. ?Aqui a gente é como uma família, há amizade, solidariedade, e aqui aprendemos o verdadeiro sentido do natal, que é o nascimento de Cristo?.

Para Darci, o natal é um momento de reflexão, onde a família deve estar unida e comemorar, junto, a alegria do nascimento de Cristo. ?Meu desejo de natal é que as pessoas conseguissem entender a diferença entre estar bem e se sentir bem. No natal eu posso até estar bem, pois aqui ceiamos juntos, temos as nossas comemorações.  Mas, não me sinto bem, pois preferia estar ao lado dos meus filhos e da minha neta. Mas sei que ainda não chegou este momento?, comenta o interno, que tem três filhos adultos, que moram no estado do Paraná e os quais visita sempre que possível.

Estar sóbrio no natal é uma vitória para Luis


luis11MD.jpgEstar sóbrio no natal é uma das maiores alegrias de Luis Coradini. Aos 49 anos, este é o segundo natal que ele passará longe de sua família e a expectativa é de que em 2011 a festa possa ser comemorada ao lado dos três filhos. ?Sinto muito a falta da minha família, mas neste momento é importante que eu esteja longe deles, pois preciso me tratar?, comenta.

Luis é um dos 15 internos da Casa de Recuperação Novo Rumo e passará o natal no local, ao lado daqueles que, assim como ele, precisam de ajuda para se manter longe dos excessos da bebida. ?Aqui é bom pois a gente pára para refletir sobre a vida, sobre o natal, e consegue se manter limpo. Afinal, natal não é bebedeira, não é comilança, natal é o nascimento de Cristo, e isso aprendi aqui?, reflete o interno.

As lembranças do natal ao lado dos filhos sempre voltam à memória de Luis, principalmente nesta época de festas. Ele conta que todos costumavam cear juntos, abrir os presentes e conversar. A casa sempre era decorada para esperar a noite de Natal e é deste clima especial que ele mais sente falta. ?Bate uma saudade grande quando lembro, mas estou ciente de que agora preciso estar aqui, cuidando de mim. A gente que bebe pensa que sempre pode se recuperar sozinho, mas não é bem assim. Acabei chegando no fundo do poço para, só depois disso, reconhecer que precisava da ajuda que encontrei hoje. Não posso desperdiçar esta ajuda?, afirma.


Na casa de recuperação, além de se manter longe do vício Luis se mantém ocupado ajudando nos trabalhos realizados no local. Uma das tarefas preferidas do interno é a agricultura, onde trabalha para manter a horta que abastece as refeições do local.



Casa de Recuperação comemora a especial data de forma singela

As celebrações do natal na Casa de Recuperação Novo Rumo são singelas, porém, buscam promover a interação entre os internos. Atualmente 15 pessoas estão no local para tentar se livrar do vício do álcool e das drogas e elas passarão o natal juntas, em uma ceia especial que será precedida por uma celebração ecumênica, lembrando o verdadeiro sentido das comemorações natalinas.

Gert Ingo Hausmann, diretor do local, explica que os internos também deverão receber a visita de um grupo de Blumenau, que irá promover atividades e levar presentes para todos os internos.  ?Para nossos internos é sempre muito difícil passar o natal com a família pois, ao invés de celebrarem a vida, muitas pessoas abusam dela nesta época de festas e bebem em excesso. Isso é ruim para nossos internos, que tentam exatamente se livrar dessa condição de excesso?, alerta o diretor.

 

Imagens do Natal em Gaspar


Como em todos os anos, o natal está sendo comemorado com muita alegria e descontração em diversas escolas e instituições de Gaspar. Nas páginas que seguem você vai poder conferir um pouquinho da programação especial de natal preparada pelas escolas e também pelo Governo Municipal, que desde o dia 27 de novembro realiza o ?Gaspar Natal em Festa?, que trouxe várias atrações natalinas para a comunidade.


fotopg252MD.jpgAbertura oficial do Gaspar Natal em Festa

A abertura oficial da programação do ?Gaspar natal em festa? aconteceu no dia 27 de novembro, um sábado especial, que reuniu centenas de pessoas na praça da cidade, e em apresentações como o show de patinação Danúbio Azul e da Banda Municipal.

 

 

 

 

 

 

 

 

fotopg25indultoMD.jpgIndulto de Natal

Uma peça especial atraiu centenas de pessoas para a Praça Getúlio Vargas na noite do dia 6 de dezembro. A data celebrada como dia de São Nicolau também marcou a chegada do querido Papai Noel na praça. O bom velhinho estará no local todos os dias, até o dia 24 de dezembro, recebendo o carinho e os pedidos de presentes das crianças da cidade. A peça especial, denominada Indulto de Natal, encheu os olhares do público de lágrimas com a representação do nascimento do menino Jesus.

 

 

 

 

 

fotopg272MD.jpgPais prestigiam festa da Escola Ervino Venturi

Cerca de 700 pessoas participaram da festa de natal da Escola Ervino Venturi. O evento foi realizado no dia 3 de dezembro, na Comunidade Bom Jesus e teve a participação dos pequenos estudantes em diversas apresentações culturais. Danças apresentadas no festival Escolar e danças especialmente preparadas para o natal encantaram o público. Ao final, o querido Papai Noel apareceu para alegrar os pequeninos, que ganharam uma bola de presente de natal.

 

 

 

 

 

 

 

 

Crianças fazem apresentações

Na Escola do Belchior, os cerca de 90 alunos prepararam muitas apresentações para os pais e comunidade na festa de encerramento do educandário. O evento aconteceu no dia 10 de dezembro e emocionou a todos os participantes. Uma orquestra especial e um grupo de teatro também fizeram parte do evento, que teve ainda a esperada presença do Papai Noel



fotopg27lionsMD.jpgCaminhão do Lions

Quase mil quilos de balas e guloseimas foram distribuídos pelos voluntários do Lions Club durante o tradicional passeio do Caminhão do Papai Noel do Lions, realizado no segundo domingo de dezembro. Para garantir um passeio ainda mais emocionante, o grupo enfeitou todo o caminhão com artigos natalinos e contou com a participação inédita de um Papai Noel mirim.
O caminhão do Papai Noel do Lions Clube de Gaspar foi idealizado por um membro do grupo, Paulo Wehmuth, no ano de 1956.

 

 

 

 

Papai Noel chega na Escola Zenaide

Apresentações culturais e a chegada do Papai Noel marcaram a festa de natal da Escola Zenaide Schmitt Costa, que no dia 2 de dezembro reuniu os alunos do 1º ao 4º ano para um momento especial, com entrega de presentes, balas e muitas guloseimas para todas as crianças.


Apae preparou Terno de Reis

Os alunos das turmas de oficina ocupacional das professoras Solange, Maria de Fátima e do professor Ênio prepararam uma apresentação especial de Terno de Reis para todas as crianças da Apae. A apresentação aconteceu dia 25 de novembro e animou todos os alunos. A tradicional festa da escola aconteceu no dia 8 de dezembro e reuniu todos os alunos em um momento especial, com a chegada do Papai Noel.

 

Cruzeiro entrega casa para Rafael


img115MD.jpgAs paredes pintadas em verde e amarelo claro vão colorir os sonhos de uma vida construída em preto e branco.

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FOTOS DE TODAS AS ETAPAS DA OBRA AQUI

Depois de perder os pais quando ainda era um menino, Rafael Pereira morou com parentes, em abrigos municipais e até na rua, e ao constituir sua própria família não tinha esperanças de um dia ter uma moradia digna.

A falta de esperança do jovem foi amparada pelo Jornal Cruzeiro do Vale e pelas Ocips Ação Social Cidadã e Amigos de Gaspar, que juntos organizaram uma campanha para a construção de uma casa para Rafael.

As chaves da primeira moradia do jovem foram entregues no último sábado, 18, durante um almoço de inauguração na própria casa, erguida em um amplo terreno no bairro Poço Grande.

Doadores e apoiadores da campanha participaram da cerimônia e puderam conhecer de perto a casa que ajudaram a construir. ?Achei a casa excelente e posso afirmar que, olhando para a vida do Rafael e tudo o que ele já passou, esta casa é um sonho que se torna realidade. Não são todos que passam pelo abrigo e conseguem uma casa assim?, afirma Terezinha Lanznaster Spengler, coordenadora do abrigo dos meninos, onde Rafael morou durante muitos anos.



A casa

A casa de Rafael tem 70 metros quadrados, três quartos, uma sala, uma cozinha, um banheiro, e uma área de serviço, além de varanda e amplo espaço para o lazer.

Toda a construção foi coordenada pelo diretor do Jornal Cruzeiro, Gilberto Schmitt, que acompanhou a obra desde sua fundação, em meados de agosto, até a pintura, finalizada neste mês de dezembro. ?É com muita alegria que entregamos as chaves desta casa para Rafael. Construí-la foi um grande desafios mas com o apoio da comunidade gasparense, que não hesitou em fazer suas doações e dar suas contribuições, conseguimos entregar mais uma casa para uma família que não tinha condições de adquirir sua própria moradia?, afirma Gilberto Schmitt.



Quarta casa

Esta é quarta casa construída pelo Jornal Cruzeiro com apoio de toda a comunidade gasparense, que acredita na idoneidade do Jornal e faz doações de materiais para que as casas possam ser construídas.

A primeira casa foi erguida em 2008 e entregue para o casal de idosos Germano e Ilma Ingetroin, que eram responsáveis pela guarda de dois netinhos com deficiência física e mental. Um ano depois, em 2009, foi a vez de seu José Sabino e sua esposa Severina receberem uma nova moradia pois a casa onde este casal de idosos residia foi destruída pelas águas da tragédia de novembro de 2008.

Neste ano de 2010 a primeira casa foi entregue em agosto, para o gasparense Jorge André Schramm e a segunda foi entregue neste final de semana, para Rafael Pereira.
Com ações como estas o jornal Cruzeiro do Vale cumpre seu papel social junto à comunidade gasparense, dando novos sonhos para famílias já há muito esquecidas pela sociedade.


? ?Fico muito feliz de ver que o envolvimento da comunidade gasparense vai garantir a dignidade para esta família. A casa ficou maravilhosa. Estão todos de parabéns?.
Ana Paula Amaro da Silveira ? juíza da Vara da Infância e da Juventude e apoiadora da campanha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

? ?Em nome do grupo que represento só tenho é que elogiar a iniciativa dos organizadores desta campanha. Esta casa é a prova de que é possível dar oportunidade para pessoas que carecem de apoio e é uma prova da solidariedade do povo gasparense. Espero que Rafael seja muito feliz?.
Vilmar da Costa ? representante da Oscip Amigos de Gaspar, que doou os recursos para o pagamento da mão-de-obra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


? ?A casa ficou espetacular. Se todo brasileiro tivesse uma casa como essa nosso país seria muito melhor. Parabenizo o Jornal Cruzeiro por liderar esta ação. Esta obra mostra como o povo de Gaspar é solidário?.
Mario José Schmitt, Marinho ? um dos doadores da campanha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

? ?Vi a casa do Rafael hoje pela primeira vez e achei maravilhosa. Esta construção é o exemplo de que a união faz a força. Vemos aqui que cada um fazendo a sua parte podemos alcançar nobres objetivos?.
Maria Salete Schmitt ? uma das doadoras da campanha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Uma vida marcada pelo abandono

A força de vontade pode ser definida como principal característica de Rafael Pereira. Aos 19 anos, o jovem traz na bagagem experiências marcadas por perdas, abandono e muitas lutas.

Aos oito anos de idade perdeu o pai, vítima de um infarto. Aos 12, foi a mãe que faleceu vítima de uma doença nos nervos e Rafael ficou sozinho com os dois irmãos mais velhos. ?Quando minha mãe morreu fiquei muito chocado. Foi ali que vi que eu estava sozinho neste mundo. Por um tempo morei com meu irmão mais velho, mas ele era usuário de drogas e acabou sendo preso?, relembra.

A família morava no interior do Rio Grande do Sul e com a prisão do irmão mais velho, Rafael mudou-se para Gaspar com o outro irmão. ?Durante um tempo morei com meu irmão, até que minha tia pediu para ficar comigo. Eu tinha 13 anos e gostava muito de ficar com meus amigos na rua. Um dia saí de casa e demorei para voltar. Quando voltei ela havia jogado todas as minhas roupas na rua e me botado para fora de casa?.

Durante um tempo Rafael morou na casa de um amigo, depois acabou saindo e foi morar na rua. A gruta que fica aos fundos da Igreja Matriz era seu lugar de aconchego e todas as noites o menino dormia abraçado as suas coisas. Para sobreviver, pedia comida em uma padaria próxima do local.


A vida nas ruas apresentou o então adolescente ao mundo das drogas e não demorou muito para que Rafael aprendesse a fazer uso dos entorpecentes para matar a fome e a solidão. Aos 14 anos Rafael foi morar na casa de um traficante. Nesta época ele já era acompanhado por uma equipe do Conselho Tutelar e foi às conselheiras que Rafael decidiu pedir ajuda quando percebeu que entrava em um caminho quase sem volta. ?Era um domingo à noite, eu estava me acabando nas drogas e vi que não podia estragar minha vida assim. Então peguei o telefone e liguei para o Conselho Tutelar. Em poucas horas duas conselheiras apareceram para me tirar da casa do traficante. Elas me ajudaram a dar um novo rumo para a minha vida?, relembra.

Naquele domingo Rafael foi morar no abrigo municipal para meninos, de lá foi para o Creta, na cidade de Paulo Lopes, onde se recuperou do vício das drogas e logo voltou para o abrigo. Após conhecer a esposa Ivanir decidiu morar com ela, porém, mesmo trabalhando o casal não tinha condições de comprar uma casa e se esforçava para pagar o aluguel.

O aperto da família foi acompanhado pela responsável pelo abrigo, Terezinha Lanznaster Spengler, que junto com a juíza da Infância e da Juventude, Ana Paula amaro da Silveira, decidiu pedir apoio ao Jornal Cruzeiro do Vale para organizar uma campanha em favor do jovem casal.

 

 

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