Educação vai ensinar população a dar destino correto ao lixo - Jornal Cruzeiro do Vale

Educação vai ensinar população a dar destino correto ao lixo

04/03/2011

fotopg11abreMD.jpgEducação ambiental. É nisto que o Samae investirá para conseguir se adequar à nova Lei da Política Nacional de Resíduos sólidos, que institui que o lixo seja separado em três categorias: orgânico, rejeito e reciclável. A novidade está na separação do rejeito do orgânico, que geralmente são depositados no mesmo latão de lixo pela população. O professor Fernando João Rodrigues de Barros ? especialista em Planejamento e Gestão Ambiental e mestre em Engenharia de Edificação e Saneamento ? explica as mudanças de hábito que devem acontecer no cotidiano dos gasparenses para que o município esteja de acordo com a nova lei.

?É preciso orientar a população do porque separar, mostrando que esta agora é uma obrigação legal. Ela precisar estar consciente de que quando não separam estão poluindo. Quando o reciclável é aterrado, temos que buscar a matéria-prima novamente na natureza?, explicou o professor. Ele orientou que seja instalado em Gaspar um novo sistema, mais moderno, para a coleta do lixo, em que orgânico, rejeito e reciclável são recolhidos separadamente e encaminhados para destinos diferentes.

O rejeito, de acordo com o professor, corresponde a cerca de 15% do lixo gerado na cidade, e inclui tudo que é inviável reciclar e não é usado em compostagem, como papel higiênico, absorvente, fralda, preservativos e guardanapos sujos de gordura. Estes restos devem ser depositados em uma vala impermeabilizada ou é incinerado. O lixo orgânico, por sua vez, deve ser usado em compostagem, e o reciclável deve ser encaminhado a empresas de reciclagem. Para que tudo isto funcione conforme a nova legislação, o professor afirma que é necessário montar um plano de resíduos sólidos, que deve virar uma lei municipal.


Grandes geradores

A nova legislação também define que os grandes geradores de lixo, como grandes supermercados, por exemplo, custeiem toda a coleta e tratamento de seu lixo. Para isso, deve ser feito um estudo, que dirá que empresas são grandes geradoras. ?A nova lei determina que pegar resíduo de grande gerador não constitui serviço público. Quem gera o lixo é responsável por dar um destino a ele. Este resíduo tem valor econômico e geralmente surgem empresas interessadas em comprá-lo?, conta o professor. Estes grandes geradores terão de fazer seus próprios planos de resíduos sólidos.


O que diz a lei:

A Lei de Saneamento 12305, de 2 de agosto de 2010 impõe a política de resíduos sólidos e obriga os municípios a se adaptarem às novas regras. ?Ante só a cobrança era regulamentada, e não a coleta. Muito já foi ajustado, mas muito ainda precisa de ajustes?, comentou a diretora geral do Samae. A população precisa ser consciente e ajudar, separando seu lixo, para que esta política funciona de forma efetiva. ?É importante ter a lei a favor, pois ela é muito mais eficiente que a conscientização. Infelizmente, funciona melhor com a imposição?, lamentou-se o chefe de serviços externos da autarquia.


Problemas de Gaspar


O professor teve apenas um dia para visitar diversos pontos da cidade e conhecer a realidade gasparense. Neste curto período, ele pode perceber vários problemas que há na questão do lixo. Um deles, dos despejos irregulares, já foi citado. Outros que o professor comentou são o de que o sistema de reciclagem não abrange todos os resíduos deste tipo que acabam sendo tratados como lixo comum e que ainda é necessário dar atenção a quantidade de sobras de malha que não tem destino correto.

 

fotopg11reciclvelMD.jpgReciclável


Já tendo participado de campanhas educacionais com esta temática em diversas cidades do Brasil, o professor Fernando afirma que com a campanha a quantidade de reciclável recolhida aumenta muito.


A experiência que tem, de distribuir folhetos e ímãs de geladeiras de porta em porta, o faz afirmar que em cerca de dois ou três meses a população adere à ideia e os resultados começam a aparecer. ?As pessoas querem ajudar e se mostram preocupadas com a questão ambiental. É uma questão de mudança de hábitos. Elas fazem de tal jeito porque sempre foi assim, mas se você orientar, a mudança acontece?.



Despejos irregulares


Um dos problemas que o professor percebeu estando apenas um dia na cidade foi a quantidade de despejos irregulares. ?O Samae acaba tendo que pegar e dar destinação correta a estes resíduos, o que gera um gasto desnecessário. É um custo pelo qual todos pagam por causa da esperteza de alguns?. Daniel Fernandes Cardoso, chefe de serviços externos da autarquia, confirma a existência deste problema. ?Por causa deste problema com o lixo, acabamos deixando de investir na água, que é a nossa prioridade?. De acordo com a diretora geral do Samae, Irodete Barbieri da Silva, o município gasta R$25 mil com a coleta de lixo por mês, valor que poderia ser mais equilibrado sem este problema.


fotopg11logisticareversaMD.jpgLogística reversa


A legislação regulamentou também a política da logística reversa. ?Quem gera tem que dar um destino a estes produtos, que não são recicláveis?, ressaltou o professor. De acordo com esta política, as fábricas produtoras de pilhas, eletroeletrônicos, pneus e lâmpadas fluorescentes devem ser responsáveis por recolher estes produtos após o término de sua vida útil e então dar uma solução a estes resíduos.

 

Problemas de Gaspar

O professor teve apenas um dia para visitar diversos pontos da cidade e conhecer a realidade gasparense. Neste curto período, ele pode perceber vários problemas que há na questão do lixo. Um deles, dos despejos irregulares, já foi citado. Outros que o professor comentou são o de que o sistema de reciclagem não abrange todos os resíduos deste tipo que acabam sendo tratados como lixo comum e que ainda é necessário dar atenção a quantidade de sobras de malha que não tem destino correto.


fotopg11catadoresMD.jpgCatadores de lixo
Para que não estejam descumprindo a nova legislação, os catadores devem se agrupar e cooperativas.

A intenção, explicou o professor, é de integrar e incluir e não de excluir os cidadãos que sobrevivem do material reciclável. O cata dor avulso, neste caso, está contra a lei.

 

 

 

Escolas

Para o professor, a escola tem papel fundamental na conscientização das crianças, e ele inclusive sugere o teatro como forma de ensinar a importância da separação de materiais. Elas podem até mesmo orientar os pais em casa, mostrar o que aprenderam e cobrar que a separação correta seja feita. Exemplo não deve ser dado apenas nos educandários, mas também pela administração pública, como declarou o professor. ?Não adianta exigir sem dar o exemplo. O Poder Público tem que colocar lixeiras para que as pessoas vejam o que deve ser feito?.

 

edição 1271

Comentários

cecilia werner
04/03/2011 10:21
Parabens por essa iniciativa da samae. Precisamos apoiar muito educar nossos ábitos em relação ao meio ambiente espero que em breve Ilhota tome esse exemplo o povo precisa usar hurgentemente atitudes respeitosa em relação com a natureza o índise de insétos estão aumentando a cada dia com a decomposição dos lixos jogados poderam comtaminar e trazer muitas doenças, na agricultura vejo muitas embalagens de plasticos nas montanhas que são usados e ficam jogados em muitas lugares irão ao corregos fazendo estragos nas tubulaçães e nos arrozais muitas vezes são queimados ;atitudes incorretas que precisam ser corrigidos .

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