Empresas enfrentam dificuldades para contratar pessoas especiais - Jornal Cruzeiro do Vale

Empresas enfrentam dificuldades para contratar pessoas especiais

29/04/2011


fotopg8abrecolorMD.jpgDezenas de tampas plásticas caem da máquina a cada segundo e João Luiz precisa ficar atento para garantir que o trabalho seja executado com perfeição. Aos 39 anos de idade, o operador de máquinas que aos quatro meses de vida teve uma convulsão e ficou com retardo mental, tem muito para comemorar neste 1º de maio, Dia do Trabalhador. João Luiz completa 15 anos de trabalho na Plasnox, uma empresa que acreditou no seu potencial e deu a este especial cidadão a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho. ?Eu gosto muito de trabalhar, vou me aposentar aqui?, planeja João Luiz.

Para os pais, Zenésia e Ernesto, ver o filho caçula trabalhando é uma grande conquista. ?Nós não imaginávamos que ele se desenvolveria tanto. Ele sempre demorou muito para aprender as coisas, só foi andar mesmo com seis anos e aprendeu a falar só com dez?, relata a mãe. Para Ernesto, o início é que foi mais difícil. ?Eu também trabalhava na empresa e algumas pessoas zombavam dele, mas agora ele já conquistou seu espaço e todos o tratam muito bem?, afirma o pai aposentado.

As vagas para pessoas portadoras de necessidades especiais são obrigatórias por lei para empresas com mais de cem empregados. São empresas como a rede de supermercados Super Zoni, que emprega 11 pessoas com necessidades especiais em suas filais. Deise Carla Colosse dos Santos, analista de RH da empresa, explica que, apesar da oferta, a procura por este tipo de vaga ainda é muito baixa. Para a analista o preconceito ainda impede estas pessoas de se verem como profissionais aptos ao mercado de trabalho.


Oferta x Procura


Assim como o zoni, as demais empresas que tentam se adequar à lei das cotas ainda enfrentam bastante dificuldade para conseguir mão de obra qualificada. A assistente social Dalva Day, da Associação Blumenauense de Deficientes Físicos, revela que possui em seu cadastro mais de 120 empresas, de toda a região, que buscam por profissionais com necessidades especiais. ?Sempre encaminhamos a mesma pessoa para mais de uma vaga, e quase todos que nos procuram para conseguir um emprego alcançam este objetivo?, relata.

O Sine de Gaspar também confirma estes dados. São poucas as pessoas com necessidades que esperam por uma vaga no mercado de trabalho. ?A oferta e procura nesta área são muito baixas. Atualmente temos uma vaga em aberto, que espera ser preenchida?, explica André Luiz da Conceição, coordenador do Sine de Gaspar.

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