Encontro tenta solucionar impasse - Jornal Cruzeiro do Vale

Encontro tenta solucionar impasse

02/10/2009

2MD.jpgUm encontro entre os moradores do bairro Poço Grande e representantes da Administração Pública pretende esclarecer as dúvidas geradas com relação à construção de apartamentos do projeto "Minha Casa, Minha Vida" no bairro. O encontro acontece na próxima segunda-feira, as 19h30, na Comunidade Santa Clara e foi agendado pela Associação de Moradores, que revela estar preocupada com a mudança de mais de 500 famílias para o bairro.

Gilberto Schmitt, presidente da Associação, explica que os moradores não foram consultados sobre a construção dos apartamentos na localidade que, segundo ele, o bairro não possui infraestrutura para receber tantas famílias. "Tudo que sabemos são informações desencontradas. Não somos contra a vinda destas famílias para o Poço Grande, somos contra a concentração de muitas famílias. Não temos escola, temos um posto de saúde pequeno e que não tem médico, não há trevos de acesso às ruas. Nosso bairro não comporta tantos moradores", justifica.

Para Gilberto, a Prefeitura teria o dever de consultar a comunidade para a construção dos apartamentos. "Tivemos que marcar esta reunião para não ser pegos de surpresa pois a Prefeitura estava fazendo toda a negociação na surdina. Somos muito unidos e queremos conhecer o projeto antes de autorizarem esta obra", explica.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Soly Waltrick, explica que a escolha do terreno foi feita pela empresa FMM Engenharia que preencheu os requisitos do programa Minha Casa Minha Vida e será a responsável pela construção das moradias. "O programa Minha Casa Minha Vida é um empreendimento privado onde as empresas se cadastram junto a Caixa Econômica Federal e podem construir de acordo com projeto apresentado e aprovado", justifica o secretário que explica que o projeto não foi apresentado à comunidade pois é de iniciativa privada.

 Empresa

O proprietário da FMM Engenharia, Fernando Matias, explica que a lei de zoneamento da cidade permite a construção do empreendimento no local. "Se a lei permite não há porque consultar a comunidade. Nunca consultamos Associação de Moradores antes de iniciar as obras, consultamos a lei. Mas entendo a preocupação da comunidade com relação a infraestrutura do bairro para receber estas novas famílias", destaca o empresário.

Fernando alega que a infraestrutura do bairro é responsabilidade da Administração Pública. "Se o prefeito aprovou a construção das moradias naquele local, ele está ciente de que será preciso investir na infraestrutura pois a Caixa Economica Federal exige que o local esteja adequado", justifica.

 O projeto

O programa "Minha Casa Minha Vida" será executado através do Fundo de Arrendamento Residencial, o FAR, e pretende viabilizar a construção de 1 milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos em todo o país.

A ação será realizada em parceria com estados, municípios e também com a iniciativa privada. Em Gaspar ainda não há previsão de quantas moradias serão erguidas. No terreno adquirido no Poço Grande serão erguidos mais de 500 apartamentos. Parte deles se destina às famílias com renda de zero a três salários mínimos e terão custo de R$45 mil. Outra parte se destina às famílias que recebem de quatro a seis salários mínimos e serão vendidos a R$60 mil.

Para participar do programa, o cidadão precisa procurar o Departamento de Habitação da Prefeitura e apresentar os documentos pessoais e comprovar que possui renda formal ou informal. Não poderá aderir ao programa quem já foi beneficiado por outro programa de habitação social do governo federal e quem já tem casa própria ou financiamento habitacional.

As prestações mensais compreenderão 10% da renda familiar. O valor mínimo é de R$50. As parcelas só começam a ser pagas após a entrega do imóvel, ou seja, quando morador se mudar para a nova casa. O principal objetivo é evitar que o cidadão precise pagar o aluguel e o financiamento ao mesmo tempo.

 

 

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