Em reunião realizada na última quarta-feira, 18, com representantes de cinco centrais sindicais de trabalhadores do estado, o governador Luiz Henrique da Silveira afirmou que vai criar um grupo de trabalho para buscar consenso entre trabalhadores e empresários sobre a implantação de um salário mínimo estadual em Santa Catarina. A proposta é uma tendência que vem se firmando nos estados das regiões Sul e Sudeste do país.
Para o presidente da Associação Empresarial de Gaspar, Samir Buhatem, a medida anunciada pelo governador não é bem-vinda para a classe empresarial. "O estado não pode intervir na nossa economia, que é capitalista. O salário mínimo nacional já é base para negociações", declara o representante da categoria.
As centrais sindicais sugerem um mínimo no valor de R$ 587, ou seja, R$ 102 a mais do que o atual salário mínimo. Para Samir, a implantação de um piso mais alto que o praticado no país poderá ocasionar uma perda na competitividade, pois eventualmente a medida teria reflexo nos preços dos produtos. Além disso, o presidente da Acig acredita que o fato poderá gerar aumento no desemprego, pois as empresas contratariam menos.
Apesar disso, o governador Luiz Henrique se posicionou favorável ao aumento e a secretária de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Dalva Dias, acredita que na próxima reunião, que acontecerá dia 9 de abril, o Governo do Estado deverá ter um posicionamento sobre a questão. "Ele sabe da importância do mínimo estadual e nós vamos trabalhar para que o projeto seja encaminhado para Assembleia Legislativa", comentou Dalva.
O presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas de Gaspar, Ampe, José Eduardo de Souza, também é a favor da implantação do mínimo estadual. "Acho interessante e positiva a medida, pois reflete a força de nossa economia". Ele aponta que as empresas da região já remuneram os colaboradores com valores acima da base nacional e que um novo piso apenas ratificaria algo que já é realidade. Durante a reunião, representantes da classe empresarial ressaltaram que o momento é de crise e que o aumento poderia agravar a situação. Porém, José Eduardo destaca que a crise tem de ser superada com trabalho e com o incentivo dos colaboradores.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).